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O CURRÍCULO ESCOLAR O currículo escolar é um elemento importante do planejamento do professor porque consegue organizar conteúdos e atividades, mas é um recurso para os educadores, não uma ordem legal ou metodológica estrita. Pode ser usado como uma guia para a prática de ensino e ser ajustado de forma flexível para melhor atender às necessidades dos alunos. Cada instituição pode construir seu próprio currículo, também pode se tornar parte da rede escolar podendo usar livros didáticos para ajudar a construí-lo. A origem da palavra curso - currrere (do latim) -significa ocupação, portanto é um curso no processo de ensino e aprendizagem, que ajusta o conteúdo conforme a situação real do aluno. Isso não é único em nosso país, mas os parâmetros curriculares nacionais fornecem uma sugestão, uma forma de definir disciplinas e distribuir conteúdo entre os componentes curriculares propostos. Devido à abrangência territorial do país e à diversidade cultural, política e social, os parâmetros curriculares nem sempre chegam à sala de aula. O conteúdo não se desvia do processo de ensino, ou seja, desenvolve suas ações a partir das atividades reais. Segundo Sacristán (1998 apud LIMA M. 2006), sem conteúdo não há ensino qualquer projeto educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam (...) quando há ensino é porque se ensinam algo ou se ordena o ambiente para que alguém aprenda algo (...) a técnica de ensinar não pode preencher todo o discurso didático evitando problemas para o conteúdo colocado. Portanto, a educação pode ser entendida como uma atividade expressa de diferentes formas, em que os conteúdos programáticos e pedagógicos utilizados podem transformar o currículo em ações que produzem aprendizagem. Não é uma tarefa fácil defini-lo, mas é muito importante para a geração de novas subjetividades no mundo contemporâneo. Portanto, entenda o currículo escolar como uma lista de caminhos, cursos ou conteúdo que devem ser seguidos (GOODSON, 2005). Nessa perspectiva, o termo está intimamente relacionado ao pensamento de ordem e prescrição. Sobre a ideia de transitoriedade, SILVA (2005) afirma: A história do currículo deve ser a história social do currículo, centrado na epistemologia social do conhecimento escolar e preocupado com os determinantes sociais e políticos do conhecimento da organização educacional. Finalmente, deve descobrir que conhecimentos, valores e habilidades são considerados reais e legais em um determinado momento, e determinar como essa validade e legalidade são estabelecidas. (Silva 2005, pp. 10-11). Em SILVA (2005), há uma visão de que vários cursos também constroem diferentes disciplinas, ou seja, diferenças sociais: diferentes cursos produzem diferentes pessoas, mas essas diferenças são naturalmente não apenas diferenças individuais, mas também sociais ligadas a classe, gênero e raça. Desse modo, a história do currículo não deve se concentrar apenas no próprio currículo, mas deve se concentrar no currículo como um elemento de produção de uma disciplina com classe, raça e gênero. Nessa perspectiva, o currículo não deve ser visto apenas como expressão, atuação ou reflexo de um determinado interesse social, mas também como gerador de uma identidade social e subjetividade específicas. O currículo não é apenas representativo, mas também representa. Deve-se admitir que a tolerância ou exclusividade no currículo está relacionado à tolerância, ou exclusividade na sociedade. (Silva, 2005, p. 10).