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No plano político e social, o modelo de socialis-
mo soviético foi mantido, a começar pelo regime 
de partido único, em que a oposição não é tole-
rada. Os meios de comunicação são censurados, 
incluindo a internet. Os cidadãos podem criticar 
os serviços públicos, mas é proibido questionar o 
governo.
A maior crise enfrentada pelo governo chinês 
começou em 15 de abril de 1989. Estudantes e in-
telectuais iniciaram uma série de protestos contra 
o governo. Reunidos na Praça da Paz Celestial, em 
Pequim, eles acusavam o PCC de corrupção e re-
pressão, exigindo a democratização das instituições. 
Trabalhadores insatisfeitos com a inflação dos pre-
ços e o desemprego se juntaram a eles. Fala-se em 
100 mil manifestantes.
Permaneceram na praça por um mês, até o avanço 
do exército. Segundo avaliações, de 800 a 1 300 pessoas 
morreram, de 10 mil a 30 mil foram presas e outros 
milhares fugiram do país. No dia seguinte, uma cena 
tomou o mundo. Um jovem estudante se postou diante 
de uma coluna de tanques, impedindo-a de avançar. O 
tanque virava para a direita e para a esquerda, mas o 
rapaz acompanhava. Não se sabe o que aconteceu com 
ele nem mesmo quem era. A revista Times o chamou 
de o “rebelde desconhecido”. Daí em diante, o PCC con-
solidou o modelo de economia socialista de mercado, 
com economia capitalista e sistema político comunista.
No dia 5 de 
junho de 1989, 
o “rebelde 
desconhecido” 
tenta impedir 
o avanço dos 
tanques, na 
Praça da Paz 
Celestial em 
Beijing, China.
RUMO AO SƒCULO XX I
A primeira dúvida sobre os fundamentos da glo-
balização surgiu após o ataque às torres gêmeas, 
em Nova York, em 11 de setembro de 2001. A com-
plicada operação do grupo terrorista Al-Qaeda (“A 
base”, em árabe), liderado por Osama bin Laden 
(1957-2011), foi possível exatamente pela falta de 
controle e fiscalização nas movimentações finan-
ceiras internacionais. A partir do atentado, as movi-
mentações de capitais passaram a ser controladas 
e as contas nos paraísos fiscais, identificadas.
Em 2008, uma grave crise econômica atingiu 
os Estados Unidos, espalhando-se pelo mundo. O 
processo ocorreu no setor imobiliário dos Estados 
Unidos, permitindo que as pessoas comprassem 
imóveis com financiamento bancário, mas sem ga-
rantias de pagamento. Formou-se uma bolha espe-
culativa que explodiu naquele ano.
A crise deflagrou o anúncio de falência de um im-
portante e um dos mais antigos bancos do país, o 
Lehman Brothers. Na sequência, outros bancos e se-
guradoras também faliram. A Bolsa de Nova York teve 
a maior queda desde sua fundação. Para impedir que 
a crise repetisse a depressão de 1929, o governo im-
plementou medidas que contrariavam todo o receituá-
rio neoliberal: emprestou dinheiro para que empresas 
de seguros, bancos e automóveis não falissem e assu-
miu o controle acionário de muitas delas. O desempre-
go aumentou consideravelmente. No início de 2009, 
grandes empresas anunciaram pesados prejuízos. O 
governo dos Estados Unidos e o de vários outros paí-
ses europeus intervieram no mercado para evitar que 
bancos e seguradoras entrassem em falência.
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O movimento Occupy Wall Street começou em 17 de setembro de 2011, no Parque Zuccotti, no distrito 
financeiro de Wall Street, em Nova York. Os manifestantes protestavam contra a desigualdade econô-
mica e social, os lucros exorbitantes das grandes empresas, a influência que elas exerciam sobre o 
governo e a corrupção. O movimento tinha um lema: “Nós somos os 99%”. Tratava-se de referência à 
grande concentração de renda no país. Dados de 2007 indicaram que os 1% mais ricos acumulavam 
20% da renda do país, enquanto os 50% mais pobres detinham apenas 12,5%. Os ativistas ocuparam 
de maneira permanente Wall Street. O movimento se espalhou por outras cidades, como Chicago, 
Boston e Los Angeles, e países europeus. Quase um mês depois, em 15 de novembro, eles foram 
obrigados a deixar o local.
Leia o trecho de um artigo de Paul Krugman, economista estadunidense:
Ninguém sabe ao certo se as manifestações de protesto do movimento Occupy Wall Street (Ocu-
par Wall Street) mudaram o rumo dos Estados Unidos. Mas os protestos já provocaram uma rea-
ção notavelmente histérica de Wall Street, dos super-ricos em geral e de políticos e especialistas 
que são confiáveis no que se refere aos interesses daquela parcela de 1% da população composta 
pelos indivíduos mais ricos do país.
[...] Vejamos primeiro como foi que os políticos republicanos retrataram o tamanho modesto, 
apesar de crescente, das manifestações [..]. Eric Cantor, o líder da maioria na Câmara dos De-
putados, denunciou as “multidões de agitadores” e “o ato de promover confronto entre cida-
dãos norte-americanos”. Os candidatos presidenciais do Partido Republicano se manifestaram 
quanto à questão, e Mitt Rommey acusou os manifestantes de fazer uma “guerra de classes”, 
enquanto Herman Cain chamou-os de “antiamericanos”. [...] E quem ouviu os comentaristas 
da CNBC ficou sabendo que os manifestantes “hastearam as suas bandeiras malucas” e “são 
seguidores de Lenin”.
KRUGMAN, P. Movimento “Occupy Wall Street” chacoalha império dos mais ricos nos EUA. UOL, 11 out. 2011. 
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/paul-krugman/2011/10/11/movimento-
occupy-wall-street-chacoalha-imperio-dos-mais-ricos-nos-eua.htm. Acesso em: 20 jul. 2020.
Responda às questões e faça a pesquisa indicada a seguir. 
 1 Quais são as causas centrais da crise econômica que eclodiu em 2008 nos Estados Unidos e que reper-
cussões essa crise teve sobre esse país e o restante do mundo nos anos seguintes?
 2 De acordo com o economista Paul Krugman, de que setores sociais partiram as críticas mais radicais ao 
movimento Occupy Wall Street?
 3 Em grupos, pesquisem notícias e imagens sobre as ações do Occupy Wall Street e de movimento sociais 
semelhantes, como as manifestações contra a crise financeira na Islândia, em 2009, e na Grécia, em 2010, 
os protestos na Praça Tahrir, na cidade do Cairo, e o movimento 15-M, na Espanha, ambos ocorridos em 
2011. A partir da orientação do professor, apresentem essa pesquisa para a turma, procurando destacar 
as formas de organização e as reivindicações desses protestos sociais, bem como as contribuições feitas 
para o reforço dos direitos de cidadania e da democracia em seus respectivos países.
ANALISAR E REFLETIR
Indústria americana
Direção de Steven Bognar e Julia Reichert. Estados Unidos, 2019. 
Duração: 1 h 55 min.
Com a crise de 2008, a General Motors fechou sua fábrica na cidade de Dayton, 
em Ohio, deixando 1 100 trabalhadores desempregados. Um empresário chinês 
comprou as instalações para fabricar vidros de automóvel, restabelecendo os 
empregos. As diferenças entre as duas culturas criaram uma série de atritos.
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