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Antivirais Liliane Souto Pacheco Infectologista, Msc Curso de Medicina, UFN 2019 Introdução – Ciclo de Replicação Viral 1. Absorção: Ligação das moléculas presentes na partícula viral com os receptores da membrana celular do hospedeiro. A presença ou ausência de receptores determina o tropismo viral, ou seja, os tipos de celular que são capazes de ser replicados. O vírus pode infecta microorganismos, vegetais e animais (em diferentes órgãos) Introdução – Ciclo de Replicação Viral 2. Penetração: Entrada do vírus na célula hospedeira. Introdução – Ciclo de Replicação Viral 3. Desnudamento: Exposição do genoma para replicação RNA – Citoplasma, com excessão do Influenza. DNA – Entrada no núcleo celular Introdução – Ciclo de Replicação Viral 4. Síntese Viral: RNA – RNAm -> Ribossomos –Ex: Influenza RNA -> DNA -> RNA – Ex: HIV (Transcriptase reversa, integrase) DNA -> RNA -> DNA – Ex: Herpes (DNA girasse) >>>>> produção de proteínas virais, estruturais e não estruturais (enzimas). Introdução – Ciclo de Replicação Viral 5. Montagem e Maturação Proteínas são agregadas ao genoma resultando em novas partículas virais. Depende de enzimas virais e de enzimas da célula hospedeira. Introdução – Ciclo de Replicação Viral 6. Liberação - Lise da célula hospedeira - Brotamento Consequências para célula hospedeira: - Ausencia de alterações – infecção assintomática - Efeito citopático seguido de morte - Transformação celular Antivirais • > 50 agentes, destes 23 para HIV; • Categorias – baseadas na atividade antiviral: 1 – Agentes que inibem o vírus Inibem algum passo especifico da replicação viral que dependente das funções metabólicas do hospedeiro. Por isso a maioria dos antivirais atua também nas células do hospedeiros (toxicidade) e possui baixa resposta terapêutica, incapazes de promover eliminação dos vírus latentes ou não replicantes. 2 – Agentes que modificam as defesas do hospedeiros (imunmoduladores) 1. Inibidores de entrada 2. Inibidores de fusão Liga-se à proteína viral (gp41) inibindo a fusão com a célula hospedeira 3. Inibidores do desnudamento • Exemplos Amantadina e Rimantadina para o vírus Influenza A • Inibem a remoção do revestimento do vírus após sua entrada na célula do hospedeiro. • Baixa barreira genética: alterações simples de aminoácidos podem tornar os vírus resistentes. 4. Inibidores da Síntese viral 4.1 Inibidores da Transcriptase reversa 4. Inibidores da síntese viral 4.2 Inibidores da Transcriptase reversa 4. Inibidores da síntese viral 4.3 Inibidores da Integrase 4.4 Nucleotideos anti-sentido RNA • Inibem a transcrição do RNA m • Ex: Fomivirsen utilizado intra-vítreo para retinite por citomegalovírus em pacientes com HIV/SIDA. 4. Inibidores da síntese viral 4.5 Inibição da Síntese de Acido Nucleico Viral 4.5.1 Análogos dos Nucleosídeos ou Nucleotídeos virais. Promovem inibição da síntese do DNA viral por inativação da DNA girase - Análogos Nucleosídeos: • Aciclovir, penciclovir e Ganciclovir: Ativos contra cepas de Herpes simples e Zoster. - Analogos Nucleotídeos: • Cidofovir, atua contra cepas resistentes ao aciclovir e penciclovir de herpes 4. Inibidores da síntese viral 4.6 Inibição da síntese de Acido Nucleico • Foscarnet – Pirofosfato que bloqueia o sitio de ligação da DNA polimerase viral. • Amenamevire Pritelivir – Inibição do complexo helicase-prima, essenciais para replicação do DNA viral. Ativos contra herpes resistentes ao análogos nucleosideos. 4. Inibidores da síntese viral 5. Inibidores da Montagem e Maturação 5.1 Inibidores da Protease Proteases: clivam e estruturam as novas proteínas virais, ativando proteínas virais essenciais em alguns vírus, como é o caso do HIV e HCV. • Para o HIV: Atazanavir, Ritonavir • Para o HCV: Boceprevir e Teleprevr • Estão em desenvolvimentos novos inibidores para o HCV. 6. Inibição da liberação do virus • Inibidores da Neuramidase: Interferem com a liberação do vírus de células infectadas. Olsetamivir Zanamivir Agentes que modificam a defesa do hospedeiro • Interferon – Citocinas que induzem estado anti-viral no sistema imune do hospedeiro. As citocinas ativadas inibem múltiplos passos na replicação viral. Utilizados no tratamento de hepatite B e C, em esquemas de combinação com Ribavirina e inibidores de Protease. • Umiquimod – Estimulador do sistema imune inato. Aplicação tópica para tratamento de verrugas genitais. • DAS181 – Inibidores de Sialidase (receptor de Influenza e Parainfluenza), em estudo clinico. Resistência aos Antivirais • Resulta de mutações no genoma viral, que podem ser esporádicas ou surgir em decorrência da exposição ao anti-viral. • Pressão seletiva do anti-viral seleciona cepas resistentes formando populações resistentes. • É reconhecida pela falta de resposta clínica ou virológica ao tratamento. • Falhas clinicas também podem estar relacionadas á imunidade do individuo, sem haver concomitante resistência viral. Resistência Viral • Fatores de risco: • Alta carga viral replicativa • Alta taxa de mutação intrínseca viral (RNA>DNA) • Grau de pressão seletiva da droga • Ciclos prolongados de terapia antiviral • Uso de doses subótimas. • Alvo anti-viral que pode sofrer mutação sem alterar o turnover viral. • Se as variantes resistentes apresentarem alguma desvantagem biológica (a mutação de resistência levar a menor turnover) o impacto global da resistência é menor. Medida da Carga Viral • Amplificação de Ácido Nucleico – Altamente sensíveis e específicos. • Resultados em numero de cópias/mL. • Utilidades: • Monitorar efeitos da terapia – Resposta virológica do HIV e Hepatites B e C. • Monitorar Pacientes imunodeprimidos – Citomegalovirus em transplantados renais, BK e adenovírus em hematológicos. Drogas contra Vírus do grupo Herpes • Grupo Herpes – Família herpesviridae • Simplexvirus – Herpes simples 1 e 2 (HSV 1 e HSV2) • Varicellovirus – HHV3 • Epstein-Barr – HHV4 • Citomegalovirus – HHV5 • Herpes Virus 6 e 7 – Exantema súbito, fagida crônica e outras síndromes virais. • Rhadinovirus (HHV8) – Sarcoma de Kaposi Forma Clássica Simétrica Cadeia Cervical posterior Pode generalizar Pico primeira semana Edema e Exsudato branco, cinza ou necrótico Petéquias no paláto Pode complicar com abscesso Geralmente benigna Retrocede a partir da 3 semana Ruptuta e infarto esplênicos são complicações rara. Maculopapular Urticariforme Petequial Eritema nodoso Na maioria das vezes ocorre após exposição ã betalactâmico Aciclovir e Valaciclovir • Análogo Nucleosídeo; • Ativado pela Timidina Quinase viral, enzima presente em células infectadas pelo HSV. • É incorporado ao DNA viral, onde termina a cadeia. • Molde terminado com aciclovir: Inibe, competitivamente a DNA polimerase viral, bloqueando a síntese do DNA. • Espectro: Herpes Simples 10X >> VZV >>>> CMV ou EBV • Não afeta crescimento celular em mamíferos, mesmo em altas doses. Aciclovir e Valaciclovir • Baixa biodisponibilidade oral (15-21%) • < Em crianças e imunodeprimidos • Valaciclovir – melhor absorção VO, e rápida conversão ao Aciclovir. • Distribuição: Ampla • Baixa ligação proteica (<20%) • Penetração em SNC – 20% • Penetração Leite materno e liquido amniótico – Niveis maiores que no soro materno’ • ½ vida: 2,5 a 3 horas. Aciclovir e Valaciclovir • Excreção: Renal até 90% da dose em sua forma ativa. • Ajustar dose conforme Clcr • HD remove 30-60% da concentração sérica. • Toxicidade: Geralmente bem tolerado. • Uso tópico – Irritação • EV: Flebite • VO: Nauseas • Uso Sistêmicos: Erupções cutâneas Neurotoxicidade – rara Insuficiência Renal – Nefropatia Cristalina e Nefrite Intersticial • FR: Co-administração com outros fármacos nefrotóxicos, infusão em bolus, desidratação DRC ou agudizada, altos níveis plasmáticos de aciclovir Outras drogas ativas contra HSV • Famciclovir e Penciclovir: Inibem a DNA polimeraseviral, Menos potentes porém com maiores concentrações. • Ganciclovir e Valganciclovir: possui atividade contra Herpes simples e inibe potentemente CMV • Possui sinergismo com Foscarnet Olsetamivir • Ação contra influenza A e B • H5N1 atividade in vitro • Resistência em torno de 5% • Inibe Neuramidase – agregação e liberação viral • Biodisponibilidade 75% • Metabolização hepática, eliminação das formas inativas pelo rim e fezes. • Ligação proteica – 42%, amplamente distribuído. Olsetamivir • Pode encurtar duração da febre e outros sintomas da gripe, quando iniciado em 48 horas do inicio dos sintomas; • Náuseas e vômitos Síndrome Gripal • Doença Aguda; • Etiologia: Influenza A, B ou C; • Maior frequência no inverno – No Brasil predomina no Sul e Sudeste; • Natureza Epidêmica: Elevada transmissibilidade; Mutações periódicas com mudanças estruturais. O Vírus • Classificação – Vírus RNA - Influenza A – Epidemias, infecta vários mamíferos e aves. Subtipos – Diferenças em glicoproteínas de superfície, H(Hemaglutinina, responsável pela ligação na célula do hospedeiro - 16 subtipos) e N (Neuramidase, responsável pela saída do vírus, 9 subtipos). - Influenza B – Sazonal, somente humanos. - Influenza C - Casos leves, em crianças