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Acessibilidade Cultural
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Suellen Leal
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin 
Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
• Introdução;
• Aspectos da História da Pessoa com Deficiência;
• A Pessoa com Deficiência no Brasil;
• A Lei Brasileira da Inclusão (LBI), Nº 13.146/15;
• Os Jogos Paralímpicos no Brasil (2016).
• Compreender a evolução das Leis e das Regulamentações dirigidas à 
Acessibilidade Cultural;
• Conhecer dispositivos vigentes e obrigações a serem atendidas em eventos e 
realizações culturais;
• Apresentar debates e casos relacionados à aplicação e às funcionalidades dessas Leis.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Introdução
Nesta Unidade, refletiremos sobre os dispositivos legais que asseguram o direito 
à Acessibilidade e vamos observar as transformações culturais que ocorreram no 
pensamento sobre a pessoa com deficiência e seus direitos.
Vamos assinalar, também, importantes marcos na luta pela garantia dos direitos 
da pessoa com deficiência: legislações e regulamentações que estabelecem parâme-
tros para a garantia desses direitos e criação de medidas de Acessibilidade.
Por fim, vamos conhecer a LBI – Lei Brasileira de Inclusão e refletir sobre 
como os Jogos Paralímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro, mobilizaram 
discussões acerca da Acessibilidade no Brasil.
Aspectos da História da Pessoa com Deficiência
A relação entre pessoas com deficiência e a condição de exclusão, reclusão ou 
assistencialismo pode ser encontrada em diferentes culturas e períodos da História. 
Salvas as exceções, ao longo de séculos, essa é uma realidade recorrente, que 
precisou ser enfrentada e, ainda hoje, segue como um campo de luta e de conquis-
tas graduais.
Em algumas culturas, como exemplo, na da Grécia antiga, há registros de que o 
nascimento de uma criança com deficiência era motivo para o seu abandono. 
Tal criança poderia, também, ser considerada como estigma, castigo divino, ou 
encarada como um peso para a família, que teria em sua constituição um ser inca-
paz, portanto, eternamente dependente: 
Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental 
eram consideradas subumanas, o que legitimava sua eliminação e abando-
no. Tal prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza e classistas 
que serviam de base à organização sociocultural desses dois locais. Em 
Esparta eram lançados do alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e 
abandonados nas praças públicas ou nos campos. (MINISTÉRIO DA EDU-
CAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2008, p. 7)
Infelizmente, ainda hoje, por vezes, é necessário que se crie a dissociação entre 
deficiência e incapacidade e entre deficiência e doença. 
A atual Lei Brasileira de Inclusão define a pessoa com deficiência como: “Aquela que 
tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou senso-
rial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação 
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” 
(BRASIL, 2015).
8
9
Foi a partir do século XIX, como reflexo das ideias de liberdade, igualdade e
fraternidade difundidas pela Revolução Francesa, que começaram a se desen-
volver novas formas de pensamento para o tratamento e o acolhimento da pessoa 
com deficiência. São criados asilos, abrigos, hospitais e centros de reabilitação para 
feridos de guerra. 
Nesse contexto, também tomam formas iniciativas que visam a repensar a pes-
soa com deficiência na Sociedade e suas possibilidades de desenvolvimento. A par-
tir de estudos e pesquisas realizados por diferentes pensadores, metodologias volta-
das à Educação e ao desenvolvimento de linguagem são criadas. 
Desses trabalhos, destacam-se o trabalho precursor de Charles Michel de 
I’Épée (1712-1789) que, ainda no século XVIII (1755), foi responsável pela criação 
de uma metodologia de ensino e pela primeira escola pública para surdos. 
Também se evidencia o trabalho de Louis Braille (1809-1852), criador do siste-
ma de escrita para cegos que até hoje tem seu nome, Braille. 
No entanto, foi somente a partir dos movimentos de reconhecimento e legitimação 
de direitos humanos, que ganham forças após o fim da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), que foram conduzidos os processos que levariam à criação de dispositivos 
de regulamentação para a garantia da cidadania em condições igualitárias para todos 
os homens e, por consequência, da defesa dos direitos da pessoa com deficiência.
Devemos lembrar ainda que a Segunda Guerra Mundial teve também como 
uma de suas consequências um grande número de mutilados: inúmeros soldados 
combatentes retornaram para casa com diferentes deficiências. De certo modo, tal 
fato trouxe visibilidade para a questão da deficiência e trouxe consigo a necessidade 
de medidas de adaptação, atendimento e integração dessas pessoas. 
Nessa época, desenvolveram-se muitos centros especializados em reabilitação, 
com destaque para os trabalhos do médico britânico Ludwig Guttmann, neurolo-
gista e neurocirurgião inglês responsável pelo centro de reabilitação do Hospital 
Stoke Mandeville. 
Guttmann foi o responsável pela introdução do Esporte como meio de estimular 
e motivar seus pacientes, oferecendo-lhes meios de criação de trabalho motor, re-
sistência física e autoconfiança. 
Nesse período, desenvolveram-se, também, as tecnologias de assistência e su-
porte para a pessoa com deficiência e mecanismos antes já existentes foram aper-
feiçoados, como, por exemplo, a tecnologia de próteses, a melhoria de bengalas e 
cadeiras de rodas.
A associação entre Esporte e reabilitação evoluiu para pequenas competições 
desportivas e, em 1960, foram realizados os primeiros Jogos Paralímpicos da 
História, na cidade de Roma (Itália).
Em sua primeira edição, participavam da competição apenas atletas cadeirantes, 
sendo que, somente a partir da edição de 1976, a participação de atletas com ou-
tros tipos de deficiênciapassou a ser contemplada. 
9
UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo buscava modos de reconduzir as 
relações sociais e políticas em âmbito internacional. Nesse contexto, são criadas 
instituições internacionais como a ONU – Organização das Nações Unidas, a 
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e 
a Cultura, o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância e a OMS – 
Organização Mundial da Saúde.
Essas Instituições foram responsáveis pelo encaminhamento de discussões e 
pela criação de dispositivos para a regulação das relações políticas e da garantia de 
direitos aos cidadãos. 
Em 1948, a publicação da Declaração Universal dos Direitos do Homem e 
do Cidadão apresenta os princípios que devem ser garantidos a todos os homens:
Artigo VII – Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção con-
tra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qual-
quer incitamento a tal discriminação. (ONU, 1948, p. 6)
Como vimos anteriormente, esse documento é um marco na história dos Direi-
tos Humanos, e teve um impacto profundo nas políticas subsequentes que busca-
vam a consolidação da cidadania, da democracia e dos direitos humanos. 
Seu advento abre uma janela para modificações profundas no tratamento de algu-
mas questões, em especial, nas que tratam de comunidades historicamente excluídas.
A Pessoa com Deficiência no Brasil
Refletiremos, agora, sobre alguns processos, etapas e marcos importantes na 
história da pessoa com deficiência no Brasil, chegando às discussões atuais e, espe-
cialmente, compreendendo a importância do conceito de Inclusão nesse contexto.
Datam do século XIX as primeiras Instituições de Ensino voltadas à pessoa 
com deficiência. 
São elas:
• O Imperial Instituto dos Meninos Cegos (Rio de Janeiro, 12/09/1854), atual 
Instituto Benjamin Constant (IBC);
• O Instituto Imperial dos Surdos-Mudos (Rio de Janeiro, 26//09/1857), atual 
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Importante!
A surdez não impede ou cria restrições ao aparelho fonador. Assim, o termo surdo-mudo 
foi banido pois, em geral, a pessoa surda não fala apenas porque não ouve e não por 
possuir qualquer impedimento vocal. Desse modo, o correto é dizer apenas surdo.
Você Sabia?
10
11
Esses dois institutos tiveram um papel importante na educação de cegos e 
surdos no Brasil, pois se trata das primeiras iniciativas de integração deles na 
Sociedade brasileira por meio da Educação. Ambos seguem em atividade até os 
dias atuais.
Ao longo dos séculos XX e XXI, diversas outras Instituições foram criadas para 
atender, dar acolhimento, criar contextos de socialização e educação a diferentes 
tipos de pessoas com deficiência em suas especificidades. 
Podemos, como exemplo, mencionar algumas Instituições bastante conhecidas 
e de relevância no Brasil:
• Instituto Pestalozzi (1932);
• Fundação Dorina Nowill para Cegos (1946);
• AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente (1950);
• APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (1954);
• ABPC – Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (1962);
• ADEVA – Associação de Deficientes Visuais e Amigos (1978);
• AMA – Associação dos Amigos do Autista (1983);
• FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (1987);
• IBDD – Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (1988).
Em meados do século XXI, podemos considerar que, em razão da grande inci-
dência de casos de poliomielite no Brasil, foram criados muitos locais voltados ao 
tratamento, preparação e reintegração do indivíduo a Sociedade.
Mas, apesar das medidas tomadas ao longo dos séculos XIX e XX, a manuten-
ção da lógica de inferioridade da pessoa com deficiência e sua sujeição, como indi-
víduo, as estruturas que determinavam sua condição de vida – negando autonomia 
e participação ativa – alimentavam a insatisfação e o desejo por mudança por parte 
das pessoas com deficiência. 
Nesse contexto, tem início no final da década de 1970 e início da década de 
1980, a organização de um movimento pró direitos da pessoa com deficiência. 
Dentre as reivindicações desse movimento, constavam: o fim da condição de 
inferioridade, do tratamento assistencialista e a garantia da cidadania, conferindo à 
pessoa com deficiência direito à visibilidade, à voz e à igualdade de direitos.
No centro de tais discussões e lutas, surge, no ano de 1979, o Movimento da 
Pessoa com Deficiência, a partir da criação da Coalizão Pró-Federação Nacio-
nal de Entidades de Pessoas Deficientes. 
Acompanhando o processo de redemocratização do país e uma série de movi-
mentos e lutas sociais por direitos, o Movimento da Pessoa com Deficiência desen-
cadeia um processo de protagonismo e de atuação direta na criação de contextos 
políticos favoráveis à cidadania da pessoa com deficiência. 
11
UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Dessa forma, o Movimento das Pessoas com Deficiência foi de extrema impor-
tância na luta da constituição de direitos e da cidadania da pessoa com deficiência. 
A opressão contra as pessoas com deficiência tanto se manifestava em 
relação à restrição de seus direitos civis quanto, especificamente, à que 
era imposta pela tutela da família e de instituições. Havia pouco ou ne-
nhum espaço para que elas participassem das decisões em assuntos que 
lhes diziam respeito. Embora durante todo o século XX surgissem ini-
ciativas voltadas para as pessoas com deficiência, foi a partir do final da 
década de 1970 que o movimento das pessoas com deficiência surgiu, 
tendo em vista que, pela primeira vez, elas mesmas protagonizaram suas 
lutas e buscaram ser agentes da própria história. (BRASIL, 2010, p. 14)
Em 1981, ocorreram, também, alguns fatos importantes para a história da pes-
soa com deficiência no Brasil e no Mundo. 
Esse foi o Ano Internacional das Pessoas Deficientes – AIDP, proclamado 
na Assembleia Internacional da ONU de 1976, que estabeleceu bases, metas, 
prioridades e objetivos internacionais para o tratamento desse tema entre os anos 
de 1981 e 1991.
Assim, o ano de 1981 constituiu-se em excelente oportunidade para ana-
lisar e ativar as bases de cuidadosas medidas que merecem e requerem 
os portadores de deficiências sejam físicas, sensoriais ou mentais, uma 
vez que a conscientização de seus problemas, por parte de órgãos públi-
cos, privados e de toda a sociedade, evidencia a urgente necessidade de 
atendê-los de modo mais digno e sistematizado. (BRASIL, 1981, p. 4)
No Brasil, os Decretos nº 84.919/80 e n° 85.123/80 instituíram a Comissão 
Nacional do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, que foi responsável 
pelo encaminhamento dos trabalhos em nível nacional. 
Ainda em 1981, foram realizados o 1° Congresso Brasileiro de Pessoas Defi-
cientes e o 2º Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes.
Ganhava forças o reconhecimento da pessoa com deficiência em sua subjetivida-
de e seu direito a condições igualitárias de vida em Sociedade. 
No contexto dessas mudanças, o termo “pessoa com deficiência” substitui o ter-
mo “deficiente” ou “portador de deficiência”:
“Pessoa com deficiência” passou a ser a expressão adotada contemporane-
amente para designar esse grupo social. Em oposição à expressão “pessoa 
portadora”, “pessoa com deficiência” demonstra que a deficiência faz parte 
do corpo e, principalmente, humaniza a denominação. Ser “pessoa com 
deficiência” é, antes de tudo, ser pessoa humana. É também uma tentativa 
de diminuir o estigma causado pela deficiência. (BRASIL, 2010, p. 17)
12
13
Essa abordagem possibilita tratar a pessoa com deficiência de forma mais inte-
gral, considerando sua experiência específica de vida que, para fruir em condições 
igualitárias, precisa que as barreiras que a impedem de exercer plenamente seus 
direitos sejam erradicadas. 
Nessesentido, não é mais o indivíduo que precisa ser adaptado para pertencer, mas os 
meios é que precisam se adequar oferecendo condições de Acessibilidade para diferen-
tes pessoas, quer sejam pessoas com dificuldade de mobilidade, paralisia cerebral, cegos, 
surdos ou qualquer outro cidadão em seu direito de condições igualitárias de acesso.
O Movimento da Pessoa com Deficiência também teve importante papel na 
cobrança por medidas legais para a garantia dos direitos da pessoa com deficiência. 
Em suas conquistas, como exemplo, encontramos, na Constituição Federal de 
1988, considerações à pessoa com deficiência em diversos de seus capítulos: direi-
to ao trabalho, à proibição da discriminação salarial e direito à educação e saúde 
pública, entre outras garantias, estão prescritas nesta Lei.
Nas últimas décadas, a militância de Entidades, Instituições e pessoas com defi-
ciência promoveu a criação de uma série de dispositivos (Decretos e Leis). 
Como exemplo, em 2002, a Língua Brasileira de Sinais, utilizada pela comu-
nidade surda, foi finalmente reconhecida como língua oficial do país por meio da
Lei 10.436/2002. 
Essa lei apresenta pontos importantes para a comunidade surda, como a obriga-
toriedade de atendimento em LIBRAS em serviços públicos, o compromisso com a 
difusão da LIBRAS e sua inclusão no Parâmetro Curricular Nacional – PCN para 
os cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia e de Magistério.
Importante!
As línguas de sinais são utilizadas em todo o mundo, porém, não são universais, ou seja, 
cada país e cada cultura possui sua própria língua. A LIBRAS é uma LÍNGUA e não uma lin-
guagem e tem sua origem na Língua Francesa de Sinais. Assim como as demais línguas 
de sinais existentes, a LIBRAS é um sistema visual-motor de comunicação, com estrutura 
e regras gramaticais próprias. 
Você Sabia?
Entretanto, sentia-se, ainda, a ausência de um instrumento legal que tratasse o 
direito da pessoa com deficiência de forma mais abrangente, que reunisse em seu 
texto diversos pontos, tratando a questão de forma mais integral e complexa, e não 
mais apenas por meio de diferentes Leis de atuação isoladas. 
Assim, no ano de 2000, foi apresentado pela primeira vez o texto do Estatuto da 
Pessoa com Deficiência, que tramitou por cerca de 15 anos até sua promulgação 
no ano de 2015.
13
UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
A Lei Brasileira da Inclusão (LBI), Nº 13.146/15
Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, essa Lei tem 
como objetivo principal estabelecer as condições de igualdade para a pessoa com 
deficiência e promover a garantia de sua cidadania.
Figura 1
Fonte: Getty Images
A LDB está fundamentada na Conven-
ção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência (ONU, 2006), que foi ratificada 
pelo Brasil no ano de 2008, em caráter de 
Emenda Constitucional. 
Cerca de 20 anos antes da promulgação 
do Estatuto da Pessoa com Deficiência,
já existiam princípios legais que visavam a 
garantir os direitos da pessoa com deficiência. Porém, com a nova Lei, visa-se a 
consolidar de forma mais ampla a adoção de medidas que garantam efetivamente 
a cidadania e o direito de acesso às pessoas com deficiência.
O Estatuto teve ampla participação popular e traz em seu texto regras voltadas 
a: “[…] assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos 
e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão 
social e cidadania” (BRASIL, 2105, Art. 1).
Além de constar em seu título, a palavra inclusão aparece mais de 20 vezes no 
texto da Lei, sendo a tônica para o tratamento da pessoa com deficiência. 
Para além dos conceitos de reabilitação e integração, que visam a preparar, a 
“adequar” um sujeito para sua vida em Sociedade, o conceito de inclusão considera 
a igualdade de direitos nas diferenças. 
Nesse sentido, são consideradas as especificidades de todas as pessoas na ade-
quação de espaços, serviços e modelos, com a criação de medidas para a exclusão 
de barreiras que possam impedir condições igualitárias de acesso. 
A Emenda Constitucional é uma 
ação que modifica o texto da Cons-
tituição Federal. No caso mencio-
nado, temos a inclusão dos prin-
cípios da Convenção sobre os 
Direitos da Pessoas com Defi-
ciência em nossa Constituição.
14
15
Com o conceito de Inclusão, damos um passo além da ideia de integração: não se 
trata mais de fazer com que a pessoa se adapte a um contexto compreendido como 
padrão ou “normal”, mas sim, considerar as diferenças na criação de modelos, mé-
todos e meios mais democráticos e adequados à diversidade existente na Sociedade.
A criação e a aplicação das medidas de Acessibilidade são o meio para que 
essas condições igualitárias de acesso sejam implementadas. 
Você já pensou que, tradicionalmente em sua produção, a Arquitetura, o Design, a Comuni-
cação e diversas outras áreas do Conhecimento e das Ciências aplicadas tomam por base um 
modelo padrão? Mas existe um modelo padrão de homem? É possível encontrar diversas 
situações cotidianas em que “modelos padrão” criam dificuldades para sua utilização por 
parte de algumas pessoas; afinal, somos todos diferentes. 
Você consegue pensar em alguma situação na qual esteve diante de dificuldades ou em que 
se sentiu fora do padrão?
Ex
pl
or
A acessibilidade visa a transpor as condições de acesso que possam limitar ou 
criar constrangimento. É um meio de proporcionar acesso seguro, confortável e 
autônomo para diferentes pessoas com diferentes características físicas, motoras e 
de comunicação. 
Essas condições facilitam e criam condições para que a pessoa com deficiência 
possa participar da vida em Sociedade, mas também beneficia outras pessoas com 
condições específicas: idosos, obesos (incluídos na LDB como pessoas com mobi-
lidade reduzida), pessoas que estejam temporariamente impedidas de suas capaci-
dades físicas (acidentados, pessoas em tratamento de saúde…) ou mesmo gestantes 
e crianças.
Vamos ver um quadrinho da Turma da Mônica sobre o tema Acessibilidade?
Quadrinho - Turma da Mônica: ACESSIBILIDADE: http://bit.ly/2NXDLe9 
Ex
pl
or
A história do Luca é a história de muitas pessoas que são impedidas ou possuem 
muitas dificuldades para estudar, frequentar espaços públicos e privados ou usufruir 
de serviços, pois, em seu caminho, encontram muitas barreiras e a quase total 
ausência de condições adequadas para que possam gozar de seus direitos como 
qualquer outro cidadão.
Nesse sentido, o Estatuto da Pessoa com Deficiência é enfático: “Toda pessoa 
com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e 
não sofrerá nenhuma espécie de discriminação” (BRASIL, 2105, Art. 4). 
Nos capítulos dessa Lei, constam a prescrição de garantias amplas ao exercício 
do direito à saúde, à educação, ao trabalho, ao transporte e à mobilidade e, tam-
bém, à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer:
15
UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com 
deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e 
recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos ade-
quados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados 
por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que 
trata este artigo; e
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e ati-
vidades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive 
no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas 
(BRASIL, 2105, Art. 43)
Importante!
A Acessibilidade deve garantir autonomia, total ou assistida, conforto e segurança para 
que qualquer pessoa possa ter acesso, ou seja, entrar, sair, usufruir de determinado es-
paço ou serviço. Seu atendimento e aplicação é fundamentalpara algumas pessoas, mas 
beneficia a Sociedade como um todo.
Importante!
Um conceito importante ligado a esse tema é o do Desenho Universal, que 
surgiu da ideia de agregar pessoas e suas diferenças em um mundo sem barreiras 
de acesso para qualquer pessoa. 
A aplicação do desenho universal em projetos, serviços, produtos e ambientes 
visa a que eles sejam de uso fácil, intuitivo e ofereça as mesmas condições a pesso-
as com diferentes idades, tamanho ou deficiências. 
Como exemplos de fácil identificação, temos: portas com sensores que se abrem 
sem exigir manuseio ou força física, torneiras acionadas por sensores que indepen-
dem de movimentos de abertura e fechamento para seu uso etc. 
Os Jogos Paralímpicos no Brasil (2016)
Podemos dizer que os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, realizados de 1 a 
18 de setembro de 2016, trouxeram recentemente o tema da acessibilidade para o 
centro dos debates públicos. 
Eleito em 2009 como sede dos jogos de 2016, o Brasil teve aproximadamen-
te 7 anos para se preparar para o evento, período em que também ocorriam as 
discussões para a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, aprovado 
apenas um ano antes da realização das Paralimpíadas. 
Foi necessário o planejamento e a criação de uma infraestrutura específica para 
sediar um evento internacional de grande porte, voltado a atletas com diferentes 
especificidades de acesso.
16
17
Com a finalização dos jogos, iniciaram-se os debates sobre o real legado das Pa-
ralimpíadas e das medidas tomadas por parte do Poder Público para sua realização. 
Podemos elencar como críticas relevantes a falta de abrangência do projeto de 
acessibilidade (que se restringia às áreas diretamente envolvidas no evento), a des-
continuidade das ações que foram praticadas no período de preparação e realiza-
ção dos jogos e, também, a não aplicação dos princípios do desenho universal no 
projeto de acessibilidade.
Conheça o Conceito de Desenho Universal Voltado Para Atividades Físicas, 
disponível em: http://bit.ly/30gv6Z3Ex
pl
or
Ainda assim, podemos considerar que os anos de 2015 e 2016 foram importan-
tes para esse tema no Brasil, pois, os Jogos Paralímpicos mobilizaram atenção 
para o tema no país. 
Parte da imprensa nacional passou a contemplar os atletas paralímpicos, as me-
didas de acessibilidade que estavam sendo tomadas na cidade do Rio de Janeiro e, 
também, para a importância dos jogos e sua história. 
A movimentação gerada pelo evento possibilitou maior visibilidade para a ques-
tão da pessoa com deficiência e a criação de algumas medidas que ampliaram a 
acessibilidade em transportes, espaços públicos e pontos turísticos na cidade do Rio 
de Janeiro.
Com a visibilidade alcançada por meio das Paralimpíadas, das discussões so-
bre a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão e das conquistas já alcançadas, 
esperava-se que os diferentes setores da Sociedade fossem sensibilizados para a 
necessidade da inclusão e da transformação de espaços, atitudes e ideias, criando 
condições para que todos possam usufruir de seus direitos igualitariamente. 
Porém, a aplicação prática das Leis em sua integridade ainda encontra entraves 
de inúmeras ordens, seja na atitude de pessoas e Instituições, seja na ausência de 
condições amplas (financeiras, estruturais e de fiscalização) que possam garantir 
sua implementação. 
No campo específico da cultura, equipamentos públicos e privados vêm buscan-
do se adaptar a esta nova realidade e, em muitos eventos, já podemos nos deparar 
com a aplicação de uma ou outra medida de acessibilidade, ações que estudaremos 
detalhadamente posteriormente.
Ainda há um longo caminho para que possamos ter aplicação efetiva de todas 
as medidas que se fazem necessárias e, assim, ter uma Sociedade mais preparada 
para oferecer melhores condições de vida a todas as pessoas. Porém, há uma trans-
formação que independe de agentes externos e é imprescindível para a mudança: 
nossa visão e atitude, nos ambientes sociais, no trabalho, nas conversas etc.
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UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
A inclusão pode começar no conhecimento sobre a realidade das outras pessoas 
e na consideração por suas vidas, opiniões e direitos e, sobretudo, pelo diálogo.
Importante!
O lema das pessoas com deficiência é “Nada de nós, sem nós”. E o que isso quer dizer? 
Que nenhuma decisão sobre suas vidas, deve ser tomada sem considerar suas opiniões:
Do modelo de integração até a sociedade inclusiva, o movimento político das 
pessoas com deficiência vem trabalhando, intensamente, para alcançar um novo 
patamar de dignidade humana. Ainda convive com resquícios de segregação, 
muito de integração, e são incipientes as práticas de inclusão, as quais apresen-
tam a diversidade humana como regra e, por conseguinte, tem como princípios 
norteadores da sociedade o respeito e a valorização das diferenças. Autonomia, 
direito a fazer sua própria escolha, vida independente e não discriminação pode 
ser sumarizados pelo lema “Nada sobre nós sem nós” (BRASIL, 2010, p. 108).
Você Sabia?
Importante!
Recapitulando, traçamos um breve percurso histórico das políticas voltadas à pessoa 
com deficiência em sociedade e alguns dispositivos legais que visam a criar normas para 
garantir o direito de cidadania. 
Também tomamos contato com Leis que regem o tratamento do tema no Brasil, com 
medidas de Acessibilidade e Inclusão, com ênfase na Lei nº 13.146/15 – Lei Brasileira 
de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Como vimos, houve muitas conquistas nas últimas décadas com relação ao respeito à 
Diversidade e à garantia de direitos cidadão. 
Sabemos, no entanto que, na prática, a aplicação de algumas dessas Leis e de alguns de 
seus princípios ainda patinam.
Para que possamos continuar em uma trajetória crescente de avanço em relação a esses 
temas, é fundamental que os dispositivos normativos, com seus direitos e deveres, sejam 
conhecidos e aplicados em nosso trabalho e, quando não atendidos, possam ser requeri-
dos por parte dos diversos agentes sociais.
Em Síntese
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil
https://youtu.be/oxscYK9Xr4M
Conversando para Entender: Dois anos da Lei Brasileira de Inclusão
https://youtu.be/wFqZrqyYw_w
 Filmes
Colegas
Filme de 2013. Trailer oficial.
https://youtu.be/olRt1b2puGc
 Leitura
Como Criar Projeto de Acessibilidade nas Cidades – Sebrae-MG
http://bit.ly/35PXfau
Turma da Mônica – Inclusão
http://bit.ly/2FNXf0c
Lançamento do Caderno Acessibilidades no Rio
http://bit.ly/2tSz51M
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UNIDADE Regulamentações e Debates Sobre a 
Acessibilidade no Campo da Cultura
Referências
BRASIL. Relatório de Atividades da Comissão Nacional do Ano Internacional 
das Pessoas Deficientes. 1981. ONU. Disponível em: http://www.dominiopubli-
co.gov.br/download/texto/me002911.pdf>. Acesso em: jul./2019
HISTÓRIA do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil 
(compilado por Mário Cléber Martins Lanna Júnior). Brasília: Secretaria de 
Direitos Humanos/Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência, 2010. Disponível em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/
documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/BibliotecaDi-
gital/BibDigitalLivros/TodosOsLivros/historia_movimento_pcd_brasil.pdf>. Aces-
so em: jul. 2019.
LBI – Lei Brasileira de Inclusão: Conteúdo em Fácil Leitura. Rio de Janeiro/
Vitória: Movimento de Ação e Inovação Social – MAIS/Procuradoria Regional do 
Trabalho da 17ª Região/ES. 2016. Disponível em: <http://www.pcdlegal.com.br>. 
Acesso em: jul. 2019.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. 
Educação Especial: História, Etiologia, Conceitos e Legislação Vigente. Bauru: 
MEC. 2008. Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/educacaoespecial/mate-
rial/Livro2.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
ONU – Organização das Nações Unidas.Declaração Universal dos Direitos do 
Homem. 1948. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/wp-content/uploa-
ds/2018/10/DUDH.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
SILVA, O. M. A Epopeia Ignorada, Uma Questão de Competência. A Integra-
ção das Pessoas com Deficiência no Trabalho. São Paulo: Cedas, 1987.
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