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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Conceição L. S. Mingato
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo sobre as inclusões 
social, escolar e inserção no mercado de trabalho do curso de 
Pós-Graduação em Serviço Social na Educação. A referida dis-
ciplina visa contribuir para sua formação e atualização no campo dos 
direitos das pessoas com deficiência, uma parcela da populacão vítima 
de uma exclusão ao longo da história que os tornou invisíveis às politi-
cas públicas e, portanto, à proteção do estado. A unidade vai discorrer 
sobre o processo de inclusão das pessoas com TEA em três frentes: 
escolar, mercado de trabalho e, consequentemente, no convívio em so-
ciedade. Para melhor entendimento, iniciamos com uma abordagem so-
bre o TEA, suas características e as políticas públicas existentes para o 
segmento, de forma que o aluno seja capaz de reconhecer as pessoas 
com TEA no seu cotidiano profissional. Na especificidade da inclusão, 
foco principal da disciplina, enfatizamos os conceitos de familia e es-
cola, por serem os pilares fundamentais na possibilidade de inclusão 
das pessoas com TEA no mercado de trabalho e, consequentemente, 
na sociedade. A unidade está voltada não só à formação, mas à atuali-
zação dos profissionais que atuam nas redes de atendimento da saude 
mental. Há muito tempo, o Brasil e os organismos internacionais vêm 
discutindo o atendimento das pessoas com doença mental de forma 
humanizada, e acreditamos que essa mudança de comportamento per-
passa pela questão da educação. Sem o processo educativo, sem o 
apoio da família, essas pessoas continuarão à margem da sociedade, 
excluídas de seus direitos primários.
Inclusão. Políticas Públicas. TEA.
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 CAPÍTULO 01
O AMBIENTE SOCIAL E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS DEFI-
CIENTES
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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15
O que é Deficiência ___________________________________________
Variações do Comportamento Autista __________________________
Prevalência da Incapacidade e Dificuldades Funcionais __________
 CAPÍTULO 02
FUNDAMENTOS, POLÍTICAS PÚBLICAS E O PAPEL SOCIAL DA 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
As Ações das Instituições de Saúde e das Instituições Escolares 
sobre o Autismo e as Políticas Públicas de Inclusão _____________ 30
26Recapitulando ________________________________________________
Inteligência, Aprendizagem e TEA: Desenvolvimento Típico e de-
senvolvimento no TEA _________________________________________ 37
18
21
Deficiência, Desenvolvimento e Direitos Humanos dos Deficien-
tes _____________________________________________________________
A Visão da Pessoa com Deficiência nos Contextos Familiar, Social 
e pelo Estado __________________________________________________
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Fatores para encaminhamento à Avaliação Diagnóstica do Autis-
mo ____________________________________________________________
Recapitulando _________________________________________________ 42
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 CAPÍTULO 03
ELEMENTOS PARA INCLUSÃO ESCOLAR
 CAPÍTULO 04
AUTISMO E MERCADO DE TRABALHO
Escola e Família ______________________________________________
Políticas de Inclusão no Trabalho ______________________________
Métodos de Atendimento _____________________________________
Lei de Cotas __________________________________________________motores repetitivos e estereotipados; 
3.4- preocupações persistentes com partes de objetos.
Antes dos três anos de idade, pelo menos uma das áreas aci-
ma apresentava atrasos ou funções anormais. Deve-se enfatizar que a 
principal intenção dos critérios propostos para o diagnóstico de autismo 
e doenças relacionadas é reduzir a importância de disputas entre pesqui-
sadores e médicos quanto à definição desses transtornos. Essa definição 
está relacionada ao nível de comportamento que constitui a etiologia 
De acordo com o Portal Educação (2012), em termos de neu-
robiologia, é sabido que atualmente existe um substrato orgânico para 
o autismo em crianças, diferente da explicação anterior, que apenas 
apontava as razões etiologia e psicológicas. Pesquisas nas áreas de 
neurofisiologia, neuroimagem, neuropatologia, neuroquímica e neuro-
genética têm demonstrado cada vez mais a existência de componentes 
neurobiológicos na origem de transtornos globais do desenvolvimento.
Considerando os aspectos anatômicos do sistema nervoso central (SNC), 
foram encontradas alterações estruturais no cerebelo e no sistema límbico 
devido a condições precoces em torno de 30 semanas de gravidez, o que 
pode estar relacionado a achados clínicos ou comportamentais. Estudos re-
centes mostraram que pacientes com autismo exibem tecido colunar cerebral 
anormal (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012).
Ainda segundo o Portal Educação nos traz que quanto ao ce-
rebelo em estudos de neuroimagem, é mais comum a displasia dos 
lóbulos cerebelos VERMIS VI e VII. Em um estudo de metanálise, esse 
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fenômeno ocorreu em 80% dos pacientes autistas que apresentaram 
alterações na estrutura anatômica do cerebelo. 
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos alguns artigos para auxi-
liar no processo de aprendizagem e conhecimento:
Artigo da Enciclopédia sobre o desenvolvimento da pri-
meira infância- O impacto do autismo no desenvolvimento infantil.
Artigo sobre autismo Autismo: intervenções psicoeduca-
cionais.
O DSM-IV classifica o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) 
como um distúrbio global do desenvolvimento, caracterizado por desen-
volvimentos atípicos na interação social, capacidade cognitiva e comuni-
cação, atividade e interesse limitados. Durante décadas, houve alguns si-
nais de retardo mental em casos de autismo (CAMARGO E BOSA, 2009).
Campos e Fernandes (2016) alegam que de acordo com os cri-
térios de diagnóstico, os relatórios médicos são baseados em observa-
ções comportamentais e informações relatadas pelos pais. Observando 
as características comportamentais, você pode classificar a gravidade, 
medir o progresso ou a frustração e organizar intervenções. Em 2013, 
a APA propôs um novo padrão de diagnóstico para o autismo na quinta 
edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Se-
gundo o documento, os sintomas do transtorno do espectro do autismo 
representam leves a graves e variam de pessoa para pessoa.
Varia de indivíduos com grandes limitações a indivíduos com 
performances muito próximas das pessoas sem a doença. Apesar do 
novo padrão proposto, o padrão DSM-IV ainda será usado em 2013 por-
que os sujeitos receberam relatórios médicos antes da nova classifica-
ção (CAMPOS E FERNANDES, 2016). Vale ressaltar que, nos critérios 
diagnósticos estabelecidos, os déficits de linguagem são considerados 
as características básicas do TEA. Ainda não está claro como lidar com 
as informações da linguagem e quais fatores determinam o bom desem-
penho da comunicação, mas enfatiza que a dificuldade da participação 
social e a diferença no estilo cognitivo são os fatores que dificultam a 
pesquisa a respeito do TEA. 
A compreensão da linguagem é atrasada, o uso funcional da 
linguagem causa interferência no humor e nas imagens, dificuldade em 
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entender as sutilezas da linguagem, piadas ou sátira e problemas na 
interpretação da linguagem corporal, gestos e expressões faciais (CAM-
POS E FERNANDES, 2016). Os déficits cognitivos podem dificultar a 
criação de significado para as interações sociais, dificultando a partici-
pação nas interações. Quanto maior a gravidade da doença, menor a 
chance de experiência social que conduz ao desenvolvimento cognitivo. 
Um estudo brasileiro apontou que as diferenças na densidade 
populacional em diferentes regiões do Brasil e as desigualdades demo-
gráfica e socioeconômica do Brasil dificultam a determinação das ne-
cessidades e o fornecimento de serviços de saúde, educação e sociais 
para pessoas com distúrbios de comunicação, e existem barreiras no 
planejamento e implantação de serviços necessários. Conforme Cam-
pos e Fernandes (2016), em um ambiente diversificado como o Brasil, é 
necessário propor soluções diferentes para cada região. 
Em 2012, o Brasil promulgou a Lei nº 12.764, estabeleceu a 
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa Com Transtorno 
do Espectro Autista, que trata as pessoas com deficiência de TEA como 
deficientes para todos os fins legais. 
A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista, garante o acesso à educação e ao ensi-
no profissional e, após prova de necessidade, as pessoas com autismo 
terão o direito de receber companhia especial na classe de educação 
formal. A lei também estipula que, nos assuntos escolares, as pessoas 
com autismo não podem ter sua matrícula recusada. 
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura: 
Tese apresentada à obtenção do título de Doutor em Edu-
cação, versando sobre o autismo. O DESENVOLVIMENTO DO 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: CONSIDERAÇÕES A 
PARTIR DE PIAGET.
Cartilha do Autismo da Comissão de saúde e meio ambien-
te - Assembleia legislativa do Rio Grande do Sul.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 - Banca AMEOSC - Prefeitura Municipal de Santa Barba-
ra do Oeste
Cargo Professor - Educação Especial
Podemos afirmar sobre a educação inclusiva:
a) A aprendizagem integral foge à intervenção do professor
b) Ainda não se criou nada que substitua o uso de receitas prontas no 
processo ensino aprendizagem
c) Se a aprendizagem escolar tiver somente como foco a formação aca-
dêmica, a cultura da rotulação permanecerá no ambiente educacional 
inibindo a exclusão escolar e social
d) O professor deve se entender como especialista no aprendiz
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: VUNESP - Vestibular da Universidade Estadual 
Paulista Órgão: Prefeitura Municipal de Alumínio – SP Cargo: Pro-
curador Jurídico Nível: Superior
A respeito da Lei Federal n 12.764/2012, que institui a Política Na-
cional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Es-
pectro Autista, cabe asseverar que
a) a pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tra-
tamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou 
do convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência.
b) à pessoa com transtorno do espectro autista preexistente poderá ser 
negada a participação em planos privados de assistência à saúde, ga-
rantido, porém, o amplo e irrestrito acesso a qualquer unidade de saúde 
da rede pública.
c) o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de 
aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de defi-
ciência, será punido com multa de 2 (dois) a 20 (vinte) salários-mínimos.
d) a pessoa com transtorno do espectro autista, incluída nas classes 
comunsde ensino regular, terá direito a acompanhante especializado.
e) para cumprimento das diretrizes da Política Nacional de Proteção dos 
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, o poder público 
poderá firmar convênio com pessoas jurídicas de direito privado, desde 
que de caráter associativo.
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: FGR Órgão: Prefeitura de Conceição do Mato 
Dentro – MG Cargo: Psicólogo Nível: Superior
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O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) 
teve sua atualização para a quinta versão em 2013, publicado 
pela Associação Americana de Psiquiatria (APA). Uma das gran-
des mudanças - que tem gerado grandes debates nos meios es-
pecializados - diz respeito a introdução de uma noção gradativa e 
unificadora de alguns transtornos. Os Transtornos Globais de De-
senvolvimento (Autismo, Asperger, entre outros) e a Esquizofrenia 
foram os quadros que incorporaram essa modificação. Marque a 
alternativa que corresponde a essa nova noção:
a) Graduação.
b) Espectro.
c) Prisma.
d) Síndrome.
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: CESPE/CEBRASPE (Centro de Seleção e de Pro-
moção de Eventos UnB) Órgão: Pref. De São Luís/ MA
Cargo: Professor/atendimento educacional especializado Nível: 
Superior
Atualmente agrupam-se sob a denominação de transtornos do es-
pectro autista os seguintes transtornos:
a) autismo, síndrome de Rett e transtorno global do desenvolvimento 
sem outra especificação.
b) síndrome de Rett, síndrome de Asperger e dificuldades de aprendi-
zagem.
c) transtorno desintegrativo da infância, síndrome de Asperger e síndro-
me de Rett.
d) autismo, dificuldades de aprendizagem e síndrome de Down.
e) síndrome de Rett, síndrome de Asperger e síndrome de Down.
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: Instituição Prefeitura Municipal de Ji-Paraná Ór-
gão: Organizadora Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento 
Executivo Cargo: Terapeuta Ocupacional Nível: Superior
A linha de cuidado para atenção integral às pessoas com Transtor-
no do Espectro do Autismo (TEA) e suas famílias no Sistema Único 
de Saúde de 2013 estabelece a(o): 
a) construção de um projeto terapêutico em equipe seguindo protocolos 
de tratamento standartizados. 
b) atendimento de crianças com TEA é realizado nos CAPS-i por uma 
equipe de saúde mental especializada no transtorno. 
c) trabalho em equipe multiprofissional afinada para não incentivar com-
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portamentos estereotipados e interesses restritivos por parte da criança. 
d) organização de profissional/equipe de referência para favorecer o cuida-
do contínuo, servir de ponte entre famílias, demais profissionais e serviços. 
e) atendimento de crianças com TEA é realizado exclusivamente em 
centros especializados em autismo da Rede de Atenção à Pessoa com 
Deficiência.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE:
A presente unidade nos apresentou os direitos garantidos por meio de 
lei para as pessoas com deficiência, no caso brasileiro, o marco bali-
zador desses direitos se deu a partir da promulgação da Constituição 
Federal em 1988. 
Assim, podemos analisar que, para que se faça valer a cidadania das 
pessoas com deficiência no que tange a seus direitos sociais como 
qualquer outro brasileiro, se faz necessário para além dos preceitos nor-
mativos, que a população passe a olhar para uma pessoa com algum 
tipo de deficiência, não apenas como alguém que deve ser digno de 
pena, mas como uma pessoa cidadã, dotada de capacidades, mesmo 
que com algum tipo de limitação. 
Sobre o enunciado, elabore um breve texto a respeito da importância das 
legislações para garantir os direitos da pessoa com deficiência em aces-
sar sua cidadania e, relacionando com a mudança de postura que a so-
ciedade precisa alcançar em relação à concepção do status de pessoas 
em condição de “pena”, para de fato serem concebidas enquanto pes-
soas sujeitas de direitos e deveres, balizada pelo princípio da equidade.
TREINO INÉDITO
A perspectiva da educação inclusiva traz como premissa a prevalên-
cia de um único sistema educativo para todos, ou seja, a inclusão de:
a) todo e qualquer tipo de deficiência ou alta habilidade, na escola de 
educação especial. 
b) todas as crianças com deficiências mentais e físicas, na escola de 
educação especial.
c) todas as crianças com deficiências ou necessidades educativas es-
peciais, na escola regular.
d) crianças surdas e cegas na escola de educação especial, a partir do 
ensino obrigatório de Braille e da Língua de Sinais.
e) crianças com necessidades educativas especiais, em turmas de edu-
cação especial da escola regular.
NA MÍDIA
A matéria traz um conteúdo reflexivo, nos mostra o quanto essas pes-
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soas de fato assim como todas, têm anseios, possuem suas histórias, 
tem desejos e sonhos, e um desses sonhos é poder ter direito a mobi-
lidade na cidade, serem mais autônomas, poderem estudar e trabalhar 
como qualquer outro cidadão. 
Mas ainda encontram diversas formas de preconceito, colocando essas 
pessoas em situação de exclusão, menosprezando e colocando ainda 
na condição de seres incapacitados sem ao menos permitir que colo-
quem seus conhecimentos em prática. 
Contudo, precisamos assumir que o fato de uma pessoa com deficiên-
cia já conseguir desenvolver atividades que para os demais seriam sim-
ples, para quem tem deficiência, (é incorreto falar portador,) é algo de 
extrema relevância, pois não precisou do auxílio de outrem. 
Fonte: Seat Mobile do Brasil
Leia a notícia na íntegra: http://www.seatmobile.com.br/noticias/con-
quista-da-autonomia-contribui-para-o-desenvolvimento-das-pessoas-
-com-deficiencia.html
NA PRÁTICA
A presente matéria reforça todo o debate que oportunizamos no pre-
sente capítulo, de que as pessoas com deficiência encontram múltiplas 
barreiras na busca da autonomia, mas essas pessoas possuem uma 
força e, mesmo diante das adversidades, buscam ter acesso ao direito 
para, entre outros, trabalhar e se tornarem mais independentes.
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O presente capítulo se destina a explorar a relação e a importân-
cia de todos os elementos para a inclusão da pessoa autista no meio es-
colar, entendendo que é somente através da educação que a pessoa com 
TEA poderá ser incluída na vida da sociedade contemporânea, o que torna 
crucial adaptar o sistema de educação no Brasil, até então excludente. 
Vamos estudar a participação da família nessa transformação 
e as opções metodológicas para a inclusão das pessoas com TEA.
ESCOLA E FAMÍLIA
Escola
Ao longo da história, a escola e a família foram se alterando e se 
ELEMENTOS PARA INCLUSÃO
ESCOLAR
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reestruturando de acordo com o movimento histórico imposto pela evolu-
ção, e nesse movimento, ressignificando o valor e o papel dos filhos na 
instituição chamada família, e da família na instituição chamada escola.
 A instituição escola surge na humanidade segundo a maioria 
dos historiadores na Idade Média, como a entendemos nos dias de hoje, 
mas é fato que o termo escola é de origem grega scholé, significando 
lazer, tempo livre e era utilizado para dar significado aos estabelecimen-
tos de ensino. Na filosofia grega, a formação de homens deveriaser de 
forma integral, já que se restringia às famílias da classe dominante e, 
portanto, aos futuros dirigentes e pensadores da nação. Cada Mestre 
tinha seus seguidores, chamados de discípulos e ensinava todas as 
disciplinas como filosofia, matemática, política, entre outras.
Figura 2 - Reunião de Filósofos na Academia Ateniense
Fonte: Mosaico do Museu Nacional de Nápoles, 2017.
 
Antes dessa época, a informação, a educação, o conhecimen-
to eram passados através da oralidade, o aprender acontecia simulta-
neamente com o fazer e se resumia em grande parte à passagem de 
conhecimentos relativos à sobrevivência e/ou algum ofício específico. 
A Grécia antiga, como em muitos outros aspectos, vai revolu-
cionar o movimento do pensamento, a passagem de conhecimento de 
modo formal, de acordo com os interesses da sociedade e não mais 
individualmente. Mas, será apenas na Idade Média que vamos reconhe-
cer a escola como uma instituição formal e nos moldes muitos próximos 
aos de hoje, os chamados bancos escolares.
Inicialmente confinada nos mosteiros, praticada pelos monges, a 
arte da educação através da escola traduzia em ensinamentos os interes-
ses da classe nobre e da igreja e era apenas de acesso destes mesmos.
a escola que educava os filhos dos nobres e os futuros membros do clero era 
uma escola voltada para o passado, para a conservação da ordem vigente, 
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que fornecia privilégios às classes dominantes. Dava muita importância à 
moral e à religião, ao domínio da palavra, ao latim e a outros símbolos da 
tradição que se queria preservar (PILETTI; PILETTI, 2006, p. 98)
Com a instituição do comércio e, na sequência, da revolução 
industrial, no entanto a ascensão da burguesia traz a necessidade de 
aprender a ler, contar e escrever. As mudanças no estilo de vida das 
pessoas, nas relações de trabalho, exigem que alguns trabalhadores 
saibam mais que outros, o capitalismo vai implementar a necessidade 
da escola também para os trabalhadores, já que o mundo do trabalho 
passa da manufatura para a operação das máquinas, e o trabalhador 
precisa ser preparado para essa mudança.
As escolas então passam a ser uma reivindicação da nova clas-
se em ascensão. A burguesia vê nas escolas a oportunidade de controlar 
os trabalhadores e de ensinar seus valores de classe dominante, papel 
esse que vai perdurar muito tempo. Se educa para o trabalho, para servir 
à sociedade, para no final, servir à classe dominante economicamente.
A Escola no Brasil
As primeiras escolas foram criadas por jesuítas com o intuito 
de através da catequese, catequizar os índios de forma a fortalecer a 
ascensão da igreja católica no país, e garantir mão de obra barata para 
a sociedade que se estabelecia. Anos depois, no entanto, por interesses 
econômicos essa educação vai se voltar às elites dominantes, ao povo 
era interessante mantê-lo ignorante.
Na primeira metade do século XVII, os jesuítas são expulsos 
do Brasil e as escolas saem da mão da igreja e vão para o Estado, não 
resultando com isso uma mudança na forma tradicional de educar, e 
nem no acesso à educação, alguns estudiosos ainda avaliam que se 
perdeu em qualidade.
O Brasil vai se estratificando através das classes sociais e a 
educação acompanha esse movimento, com ideias importadas da Eu-
ropa. A burguesia que se formata ora se alia à aristocracia, ora se 
rebela, como por exemplo no episódio da abolição da escravatura, já 
nessa época as escolas são frequentadas pela aristocracia e pela clas-
se emergente do país, com suas fortunas provenientes das grandes 
fazendas e do comércio. No entanto, o império deixa a cargo das pro-
víncias os ensinos primário e médio, o que resulta na precariedade da 
educação na maior parte do país. Já nessa época a precarização das 
escolas faz surgir institutos particulares destinados logicamente à elite. 
Antes mesmo da Proclamação da República contávamos com duas fa-
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culdades de Direito, uma em São Paulo e outra em Recife. 
Com o advento da República, muito se discutiu em relação à 
escola no Brasil, no entanto, é consenso de que pouco se transformou 
no sentido ideológico, já que a educação se manteve tradicional, acom-
panhando mais uma vez os interesses das elites e, nesse período, do 
próprio governo. Constata-se um significativo aumento das escolas parti-
culares, mais uma vez destinadas à classe dominante economicamente. 
É somente a partir de 1920 que o Brasil vai ingressar na revo-
lução industrial e, como no restante do mundo, ver emergir uma nova 
classe social, a burguesia, com seu desejo de mudança na ordem so-
cial, vai impactar a questão da educação.
Com o decorrer das décadas vão surgir denúncias a respeito 
da fraca qualidade do ensino, do alto índice de analfabetos, da neces-
sidade da atenção do Estado para os alunos, na defesa de um ensino 
universal, leigo. A Escola Nova como é chamado o movimento ainda le-
vanta bandeiras como ensino público, gratuito e obrigatório para todos, 
era a defesa de uma escola que formasse um homem novo. 
A década de 1930 será caracterizada por muitas disputas no 
campo da educação entre os tradicionais ligados aos ideais católicos, 
que defendem uma escola voltada aos interesses elitistas das classes 
dominantes, e os chamados escolanovistas, que pretendem reformas 
de cunhos populares e universais para o ensino.
Em 1934 a Constituição Federal vai trazer o capítulo II, voltado 
à educação e à cultura, como forma de reconhecer parte das reivindica-
ções do movimento.
Parágrafo único - O plano nacional de educação constante de lei federal, nos 
termos dos arts. 5º, nº XIV, e 39, nº 8, letras a e e , só se poderá renovar em 
prazos determinados, e obedecerá às seguintes normas: 
a) ensino primário integral gratuito e de frequência obrigatória extensivo aos 
adultos; (BRASIL, C.F.,1934).
No ano de 1937 instala-se o Estado Novo no país, e uma nova 
constituição, quanto às conquistas citadas referentes à educação, prati-
camente as reformas não saíram do papel. É um período de mudanças 
estruturais para o Brasil, o período do Governo do Presidente Getúlio 
Vargas inicialmente passa por várias crises, da acirrada disputa entre 
a burguesia oriunda da industrialização e a oligarquia do café em cri-
se, ao populismo. A urbanização e as repressões às manifestações 
populares vão ao longo do tempo através do populismo conciliando as 
classes sociais e as reformas na educação giram em torno de priorizar 
os níveis primários e secundários, bem como os cursos técnicos, já que 
o processo de industrialização se instalara e necessitava de uma mão 
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de obra mais qualificada.
A partir de 1950 vai ser marcada pela disputa entre ideias ca-
tólicas e liberais que defendiam, respectivamente, escola particular e 
escola pública, numa relação explicita com os interesses de classes.
Os anos iniciais a partir de 1960, ficaram conhecidos como o 
período da contracultura, por conta dos movimentos em prol das gran-
des transformações, da contestação, da reforma cultural. Não diferente 
na educação, surgem os movimentos de educação de base e popular. 
No entanto, em 1964 o Brasil sofre o Golpe Militar. É um período difícil 
na história, onde direitos são retirados, censura a todos os meios de 
comunicação, repressão aos movimentos.
Esse contexto reflete-se na educação, o movimento estudantil 
considerado clandestino pelas autoridades passa a dar voz às reivindica-
ções da população. Por outro lado, as reformas no Plano de Educação 
vão sendo estabelecidas com parâmetros importados do modelo ameri-
cano, totalmenteinadequado a nossa realidade, novamente a escola vai 
ser usada para priorizar os interesses e acesso da classe dominante.
Uma parcela da classe média ainda consegue acessar as es-
colas profissionalizantes, já que o mercado invadido pelas multinacio-
nais passa a exigir cada vez mais escolaridade dos trabalhadores e, 
portanto, a mão de obra para as fabricas precisa ser “educada”.
A década de 1980 nos trouxe novos ares, o fim do regime mili-
tar e a nova constituição (1988), batizada de Constituição Cidadã trouxe 
a possibilidade de a população participar da execução das políticas pú-
blicas, entre elas e talvez a mais fundamental, a Educação. A sociedade 
ao escrever a Constituição resgatou a dívida de cidadania do país com 
as parcelas mais vulnerabilizadas da população e garantiu a inclusão 
daqueles considerados invisíveis no rol dos direitos.
Figura 03 - Foto História - 30 Anos da Assembleia Constituinte
 
Fonte: Arquivo/Senado Federal 2018
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A educação foi considerada um dever do Estado e um direito 
de todos, e na disputa de poderes entre conservadores e progressistas, 
venceu a escola pública de livre acesso a todos e a responsabilidade 
do Estado, de localizar aqueles alunos que deveriam estar nas escolas.
A constituição foi escrita em consonância à Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos, no tocante a garantir o exercício de seus 
direitos a todo e qualquer cidadão, principalmente, às categorias margi-
nalizadas, o que sem dúvida abriu a possibilidade para as pessoas com 
deficiência frequentarem os bancos escolares, como parte do processo 
de resgate de sua cidadania.
É fato que o Brasil, ao longo da sua história, não priorizou a edu-
cação escolar, já que sempre uma parcela da população, incluindo as pes-
soas com deficiência, foi alijada de seus bancos, permanecendo na obscu-
ridade e sem acesso à ferramenta mais importante no acesso à cidadania.
A partir de1988, inicia-se um processo de inclusão das pesso-
as com deficiência no ensino regular e público.
 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a ga-
rantia de:
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, C. F. 1988)
Figura 4 – Menina com síndrome de Down durante aula em escola pública, 
entre alunos sem deficiência
 
Fonte: Abreu, .2016
A lei 7.853/1989 na sequência vai garantir apoio às pessoas 
com deficiência, no campo jurídico e em especial na Educação, em seu 
artigo 2, inciso I, vai tratar da educação especial desde a pré-escola até 
o 2º grau, tornando obrigatória a oferta do ensino nas escolas públicas.
De acordo com a lei deve-se propiciar a inclusão e inserção 
no sistema educacional público, com oferta de educação especial, bem 
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como no sistema de saúde, quando em idade pré-escolar a criança es-
tiver internada por período superior a um ano, com a garantia de matrí-
cula compulsória e material escolar e outros benefícios da educação em 
igualdade de condições.
Influenciado pela Constituição Federal, pela Declaração Mun-
dial para Educação para Todos (1990) e sob a égide da Década das Na-
ções Unidas para as Pessoas com Deficiências, surge o ECA- Estatuto 
da Criança e do Adolescente.
O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente é parte de um 
conjunto de legislações que regulamenta a Constituição Cidadã. Ideali-
zado para regulamentar o artigo 227 da Constituição Federal de 1988, 
versa sobre o dever de proteção do Estado, da família e da sociedade 
a crianças e adolescentes.
O ECA em seu título II - Dos direitos Fundamentais, vai trazer 
a tônica da Proteção do Estado nas áreas de Saúde e Educação. Na 
Saúde, além de reafirmar a universalidade do atendimento já garan-
tida na Constituição, indica a garantia de atendimento especializado 
às pessoas com deficiência. E na Educação, prevê no artigo 54 inciso 
III, que o ensino deva ser especializado na rede pública. Segundo o 
IBGE em 2010, 61,1% das pessoas com deficiência não tinham ensino 
fundamental. O Brasil com ares de democracia em consonância com 
organismos internacionais, reconhecendo o direito das pessoas com 
deficiência, dá sequência a uma série de legislações que pretendem 
reconhecer sua incapacidade até então, passando a adotar políticas 
públicas de igualdade que superem as desvantagens da deficiência, 
resgatando os cidadãos e propiciando equidade.
Em 1994 acontece convocada pela ONU a Conferência Mun-
dial de Educação Especial, na cidade de Salamanca, com o objetivo de 
estruturar e discutir políticas e ações de educação especial em torno das 
crianças com deficiência. Segundo a carta de Salamanca, o princípio nor-
teador é o de que todas as escolas devem atender todas as crianças, 
independente das suas condições. Toda criança tem direito à educação. 
Para tanto, foi escrito o documento “Regras Padrões sobre Equalização 
de Oportunidades para Pessoas com Deficiências" (SALAMANCA, 1994).
Para saber mais a respeito dos conceitos elencados na 
Conferência Mundial de Educação Especial, mais conhecida como 
Conferência de Salamanca, que se tornou um guia na implantação 
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da Educação Especial no Mundo, disponibilizamos abaixo o link do 
documento oficial para oportunizar seu estudo.
Documento da Conferência de Educação. Declaração de 
Salamanca. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arqui-
vos/pdf/salamanca.pdf
Em 2011 é publicado o decreto Nº 7.611, em 17 de novem-
bro, regulando o atendimento especializado no campo da educação. 
A publicação vem regulamentar o artigo 208, inciso III da Constituição 
Federal, que diz que é dever do Estado a garantia da educação pública 
regular através de atendimento especializado as pessoas portadoras 
de deficiência (ainda se utilizava essa terminologia) e a Conferência de 
Salamanca.
O decreto é promulgado com status de emenda constitucional 
e composto de 11 artigos que garantem o acesso à educação inclusiva 
na perspectiva das pessoas com deficiência.
Ratificando a Conferência Nacional de Educação CONAE/2010, 
assegura que a inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em classes regu-
lares do ensino público (BRASIL, 2011).
Dispõe em se artigo 1º sobre a garantia de que o sistema de 
ensino tornar-se-ia inclusivo, sem a exclusão alegando os problemas 
advindos da deficiência. Em seus artigos 2º, 3º e 4º prevê a educação 
especial como complementar e suplementar à educação regular, não se 
constituindo num sistema paralelo e excludente de ensino. 
Os artigos 5º e 6º vão legislar sobre o apoio técnico e financeiro 
necessários para o atendimento, quer pelo ensino público, quer pelas 
organizações da sociedade civil, inclusive para a montagem das salas 
de recursos multifuncionais.
As salas são instrumentos importantes no atendimento das 
pessoas com deficiência, principalmente as com TEA, já que contam 
com mobiliários adaptados, recursos pedagógicos específicos para 
cada deficiência, entre outros. 
No artigo 8º especifica que os Ministérios da Educação, da 
Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria 
de Direitos Humanos da Presidência da República, ficam responsáveis 
por monitorar o acesso à escola das pessoas com deficiência, benefici-
árias do BPC – Benefício de Prestação Continuada.
O artigo 8º trata do FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desen-
volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação. É um fundo instituído nos níveis federal e estadual, destina-
do a financiar as atividadesligadas à educação básica.
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No artigo são determinadas as condições para as inscrições 
das organizações no fundo e as tratativas legais para o financiamento 
da educação especial.
O artigo 9º informa que as despesas para a implementação das 
ações necessárias e listadas no corpo da legislação serão de responsa-
bilidade do Ministério da Educação.
Esse decreto é muito importante na efetivação de uma rede de 
educação inclusiva, já que a educação especial deve ser entendida como 
suplementar e complementar ao ensino tradicional e, para isso, necessita 
de recursos diferenciados em cada etapa da vida do estudante.
 
A Família
Na Grécia antiga a família é descrita como uma propriedade do 
homem, do cidadão (pater famílias), ele pode dispor da vida das pessoas, 
da mesma maneira que dispõe de seus bens, seus servos, ou seja, não ti-
nha valor, não existiam sentimentos, era administrada como os negócios.
Essa ausência de sentimentos é também encontrada na Idade 
Média, já que as crianças eram afastadas desde pequenas e enviadas 
para outras casas para aprender e realizar serviços domésticos, nem 
sempre retornando quando adultos ao núcleo inicial. (ARIÈS,1981).
Ainda na Idade Média o conceito de família como grupo pode 
ser observado apenas entre as famílias dos senhores feudais e, pos-
teriormente, aos burgueses, já que seus filhos frequentemente eram 
educados para a nobreza e ou junto à igreja.
É nos séculos XVI e XVII que esse sentimento vai se alterar e 
os núcleos familiares vão se alterando quanto à afetividade, cada vez 
menos as crianças se ausentam, passam a conviver com os pais ini-
ciando-se, assim, uma mudança radical nas relações sociais entre seus 
entes e já a partir do século XVIII, especialmente por influência da Igre-
ja, há uma maior valorização do convívio no grupo familiar. É a chamada 
família moderna caracterizada pelos valores burgueses de amor român-
tico, de amparo e cuidado dos filhos e na subjugação de todos a figura 
paterna (ROUDINESCO, 2003).
Segundo Ariès (1981) no início do século XX a população mais 
pobre ainda vivia nos moldes das famílias da Idade Média, da família 
tradicional.
O terceiro modelo de família conhecido é a família pós-moderna 
ou contemporânea, mais próxima dos nossos dias, já valorizando a privaci-
dade do grupo familiar, mas sofrendo todas as transformações societárias, 
inclusive dos papéis de mantenedor, já que a mulher, enfim, conquista seu 
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espaço no mercado de trabalho e, portanto, influenciando na divisão de 
papéis de comando do grupo, anteriormente exclusivo do homem, do pai.
Esses três modelos de família, conforme Roudinesco (2003), 
traduzem as fases pelas quais a instituição passou e demonstra clara-
mente através da evolução dos papéis, o estabelecimento de relações 
mais igualitárias. 
Assim como qualquer outra instituição no Brasil, a família vai 
sofrer as influências do sistema econômico capitalista, se na década de 
1920 era constituída por muitos filhos, com divisão de tarefas, com uma 
mãe exclusivamente voltada à maternidade, cuidadora, dada a situação 
agrária do país. Na década de 1930, com o início da industrialização vai 
se formatando, diferentemente se adaptando, chegando nas décadas de 
50 e 60 como uma família basicamente formada pelo casal e dois ou três 
filhos no máximo, com o trabalho da mulher impactando as relações e 
forçando uma mudança de paradigmas como, por exemplo, o da mater-
nidade e do lugar da mulher nas relações hierárquicas no seio da família.
A mudança de papéis no seio da família vai impactando as 
relações e, nas décadas seguintes, as famílias vão passar de famílias 
com modelo hierárquicos, para as chamadas famílias igualitárias.
As características dos grupos familiares contemporâneos es-
tão focadas na derrubada do papel de autoridade masculina e o esta-
belecimento de papéis com menor hierarquização entre o masculino e o 
feminino, já que as relações passam a ser mais igualitárias e com maior 
paridade na distribuição de tarefas e atribuições dentro do lar.
 A família é a unidade das relações afetivas, social e cognitivas 
e essas relações estão permeadas pelas condições históricas e mate-
riais da sociedade como um todo. E como afirma Roudinesco (2003), 
a família está permanentemente se reinventando, mas sempre será in-
substituível na constituição do ser humano. A Constituição de 1988 é 
marcada por grandes mudanças no campo do direito de família, cor-
robora à família igualitária à medida que reconhece novas formações 
do núcleo familiar, nem sempre provenientes de um casamento formal, 
mas de união estável, como no parágrafo 3º do artigo 226, além das 
famílias monoparentais, aquelas formadas por apenas um dos respon-
sáveis, conforme parágrafo 4º do mesmo artigo.
Segundo Leite (2003), a família monoparental ganhou visibili-
dade nas últimas décadas e é definida como “quando a pessoa consi-
derada se encontra sem cônjuge, ou companheiro, e vive com uma ou 
várias crianças”.
O artigo 227 da Constituição versa sob a responsabilidade 
compartilhada do Estado, da família e da sociedade na proteção de 
crianças e adolescentes, e no combate de qualquer forma de discrimi-
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nação ou maus-tratos, mais tarde esse artigo será regulamentado pelo 
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Figura 5 - Família com Pessoa com Autismo Severo 
Fonte: BBC – Brasil - Vinicius Lemos, 2019.
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos um artigo abordando as 
transformações pelas quais passa a família. 
Estudando a família em desenvolvimento: desafios concei-
tuais e teóricos. Disponível em: . 
Escola e Família 
As duas instituições família e escola estão intrinsecamente li-
gadas e desempenham importante parceria na aprendizagem de com-
portamentos sociais para as crianças e os adolescentes e, portanto, na 
formação do indivíduo.
Mas é só na década de 60 que os filhos vão assumir um papel 
central na afetividade dos pais, essa década representou uma mudança 
comportamental no mundo, já que o moralismo estava em crise, sendo 
a oportunidade da realização de projetos culturais alternativos, como 
os movimentos civis em favor dos negros, dos homossexuais, o próprio 
feminismo, os hippies, o rock, a revolução sexual, os protestos juvenis, 
movimentos conhecidos como a Contracultura.
Essa mudança de paradigmas vai impactar a relação dos pais 
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com os filhos e, consequentemente, com a escola, já que até então a 
divisão dos dois papéis era clara, os pais não possuíam nenhuma as-
cendência sobre o conhecimento ministrado nas escolas e, assim como 
seus pais, os estudantes, as crianças, eram receptáculos do conheci-
mento passado nos bancos acadêmicos. 
A partir da década de 60 inicia-se um novo desenho de interação 
pais/escola, já que educar passa a ser uma tarefa compartilhada, segun-
do Marchesi (2004), a educação não pode ser realizada somente pela 
escola, deve ter a cooperação de várias instituições e a mais forte delas 
é a família, que se encontra mais próxima da criança e da própria escola.
Numa cumplicidade de interesses então as duas instituições 
passam a desempenhar papel estratégico na educação das crianças e, 
desde então, buscam superar as dificuldades da relação. 
Segundo Piaget:
Uma ligaçãoestreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois 
a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resul-
tando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos 
métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais 
dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas 
coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades 
[...] (PIAGET, 2007, p.50): 
Mas como já estudado, só a partir da década de 1990 que se 
demonstra uma preocupação por parte dos organismos internacionais, 
de incluir as crianças com necessidades educativas especiais (NEE) 
nos bancos escolares e, para isso, se conclama a participação efetiva 
das famílias. As Convenções Internacionais determinam que todas as 
pessoas devem ter oportunidades de aprendizado, de acordo com suas 
necessidades e, a partir de então, há uma movimentação para se tomar 
medidas que garantam acesso à educação das pessoas e, em especial, 
das crianças com deficiência, com atenção especial ao papel da família 
como formadora, na maioria das vezes, das estruturas comportamen-
tais, cognitivas, emocionais e sociais necessárias.
O processo de educação das pessoas com necessidades edu-
cativas especiais, no caso presente os autistas, necessita contemplar 
a efetiva participação dos pais, já que o crescimento individual dessa 
criança só será conseguido numa ampla parceria, que visa a autonomia 
nos comportamentos sem que isso, no entanto, signifique excesso de 
proteção, já que é sabido que a dependência da criança com certeza vai 
dificultar o desenvolvimento cognitivo.
Os papéis da escola e da família são complementares, na es-
cola os ensinamentos devem ser adequados às necessidades indivi-
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duais, já que toda criança pode aprender, à família caberá, além de 
ensinar as atividades da vida diária, ensinar limites e, principalmente, o 
respeito à dinâmica da escola.
No caso das pessoas com TEA, não há regras gerais, já que cada 
indivíduo é único, o papel da família é fundamental na educação, pois pre-
tende-se que cada um possa ser independente no meio em que convive.
A deficiência mental por si só já implica na necessidade de que 
a escola avalie a capacidade intelectual da criança, identificando suas 
limitações e potencialidades para mensurar as possibilidades da rea-
lização de atividades, o que deve ser feito com acompanhamento dos 
pais, já que estes têm a capacidade de incentivar o desenvolvimento 
de relações de afetividade e comportamentais. É com a família que a 
maioria demonstra o quanto a escola está interferindo positiva ou nega-
tivamente no seu equilíbrio emocional. 
A superação de todos os tipos de discriminação nas escolas é 
um processo longo, iniciado principalmente com a integração dos pais 
nas escolas, de forma que ambos incorporassem o significado e a im-
portância dessa interatividade para a garantia de igualdade preceituada 
na legislação específica.
As duas instituições têm papéis distintos na educação das pesso-
as com TEA, cabendo à escola convidar a família, para que possa ensinar 
e desenvolver métodos de aprendizagem e, por sua, vez caberia à família, 
principalmente, desenvolver os cuidados para a vida diária e linguagem.
 A Políticas Nacional de Educação na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (Brasil, 2008) e a Política Nacional de Proteção dos Direitos da 
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Brasil, 2012) promulgam que 
é dever do Estado assegurar os direitos das pessoas com transtorno autis-
ta ao sistema de educação público, em todos os níveis, inclusive o superior.
Apesar de estar garantido na legislação, há de se ter um gran-
de esforço por parte dessas duas instituições, hoje nas escolas inclusi-
vas o envolvimento dos pais é entendido como necessário e essencial 
de forma que se consiga sucesso na socialização da pessoa com TEA.
As escolas precisam passar por mudanças radicais no modus 
operandi, transformar a forma de gestão, abrindo à participação dos pais, 
dos docentes, de forma que se construa através de um saber coletivo, um 
conhecimento específico para a inclusão das pessoas com TEA.
Polonia e Dessen (2005; 2007) colocam o papel da escola 
como o de oferecer apoio social à família, o que vai influenciar no de-
senvolvimento do filho/aluno. Esse apoio se dá à medida que a escola 
oferece orientação de como participar das ações, como complementar 
em casa as atividades, enfim, como adquirir a mesma linguagem da 
escola, de forma que as ações de ambas sigam na mesma direção.
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Se o papel da escola é de orientação, o professor então torna-
-se fator fundamental nessa dinâmica família–escola. Motivo pelo qual 
se defende que devam ser qualificados não só para o atendimento das 
pessoas com deficiência, mas, principalmente, na deficiência do aluno, 
no nosso caso o autismo, já que ele será o responsável por desenvolver 
o plano individual e as estratégias para cada aluno.
O conhecimento da síndrome por parte dos profissionais se 
expressa como um fator facilitador da relação parental na escola, já 
que é sabido que os pais de criança com TEA, na maioria das vezes, se 
apropriam do conhecimento de forma ampla. 
O preconceito em relação aos filhos com autismo é citado 
como um dos componentes desse estresse, quando os pais percebem 
em outros alunos ou adultos atitudes segregacionistas e, portanto, des-
respeitosas e preconceituosas.
Escolas inclusivas precisam construir o diálogo com a comuni-
dade acadêmica de modo que atitudes como essas não afetem as fa-
mílias, de forma que não se caracterizem como barreiras à participação 
dos pais, e signifiquem o início de um processo de exclusão.
Caro aluno (a), é significante o papel da família na vida da 
pessoa com TEA e, portanto, suas mudanças ao longo da história da 
humanidade impactam diretamente na relação e nos cuidados dos 
autistas. É fundamental que você aprofunde seu conhecimento sobre 
o fenômeno das famílias monoparentais femininas, onde as mulheres 
assumem diversos papéis e, se por um lado significa uma expres-
são da sua individualidade, de sua emancipação, por outro revela as 
vulnerabilidades a que ficam sujeitas como expressões da questão 
social. Para tal, deixamos aqui uma contribuição sobre o tema:
Artigo sobre famílias no Seminário Nacional de Serviço 
Social. Famílias monoparentais femininas, políticas públicas em 
gênero e raça e serviço social. Disponível em: .
RECURSOS TÉCNICOS: ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE, FACILITA-
DORES PARA APRENDIZAGEM E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Nunes (2017) afirma que na realidade, os problemas encontra-
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dos na definição de autismo, refletem-se na dificuldade para a constru-
ção de instrumentos precisos e adequados para um processo de ava-
liação e condutas.
A maioria das famílias quando recebe o diagnóstico de autismo 
de um de seus filhos, relata nunca ter se preocupado ou ter tido interes-
se pelo assunto, anteriormente. O fato é que a criança com autismo tem 
uma forma peculiar de aprender, que vai demandar trabalho conjunto da 
família e da escola para viabilizar o aprendizado.
Segundo Mello (2007) quando a família recebe o diagnóstico do 
autismo ela necessita tomar três atitudes, a primeira delas é se informar 
sobre a deficiência, a segunda é aceitar a situação e a terceira procurar 
apoio de pessoas que tenham conhecimento, que estejam passando pela 
mesma situação, mas que a estejam encarando de uma forma pró-ativa.
Como já estudado,anteriormente, a família e a escola são os 
dois ambientes privilegiados de aprendizagem para os autistas, desde 
que pais e professores compartilhem as informações, de forma que seja 
possível desenvolver um processo educativo para a criança, que seja 
contínuo na escola e na casa.
Segundo Cunha (2009) para os autistas existe uma afinidade 
díspar entre o cérebro e os sentidos, então as informações nem sempre 
geram conhecimento, fato que implica que cada criança aprendera de 
uma forma diferente dos outros, já que grande parte dos autistas apre-
sentam barreiras entre o que desejam comunicar e o que de fato foi 
comunicado, pois não adquirem a linguagem como comunicação.
A maioria dos alunos com TEA necessitam que as instituições 
de ensino façam adaptações, modificações no planejamento das au-
las já que cada um, como já dissemos, tem necessidades especiais, a 
inclusão mais do que a integração exige atividades e programação de 
forma equitativa e, para tal, torna-se indispensável a preparação dos 
professores, para que sejam capazes de fazer uso das ferramentas dis-
poníveis, principalmente, das abordagens baseadas em evidências.
OS MÉTODOS DE ATENDIMENTO
TEACCH - Tratamento e Educação para Crianças com Autismo e 
com Distúrbios Correlatos da Comunicação 
O Tratamento e Educação para Crianças com Autismo e com 
Distúrbios Correlatos da Comunicação desenvolvido nos EUA, na Caro-
lina do Norte na década de 1960 pelo Dr. Eric Schoppler, é focado nos 
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distúrbios da comunicação. A implantação do método é precedida de 
uma avaliação denominada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) 
que, de forma caracterizada, visa estabelecer as dificuldades e os pon-
tos fortes da pessoa com TEA, possibilitando o planejamento de uma 
intervenção individualizada.
O objetivo é dar autonomia à pessoa com TEA através do 
aprendizado, da ampliação do repertório, adesão às atividades através 
da compreensão e não da repetição autômata, de forma que a criança 
compreenda o que os outros estão comunicando. Tem três princípios: 
• Ambiente organizado; 
• Ensino estruturado e 
• Previsibilidade (o que fazer, onde fazer, como fazer, o que 
fazer em seguida)
O método sugere o uso de materiais para organizar o ambien-
te, que o aluno tenha o mínimo de distrações e o estabelecimento de 
rotinas através de sequências de quadros, figuras, fotografias, possibi-
litando a assimilação das tarefas, de forma que o aluno compreenda e 
melhore sua independência. 
ABA - Análise aplicada do Comportamento
 
Segundo Camargo e Rispoli (2013) a Análise Aplicada do Com-
portamento (ABA) é atualmente é uma abordagem da psicologia consi-
derada o método mais eficaz, nos casos mais graves, sendo emprega-
da no mundo, no tratamento das pessoas com TEA. As habilidades são 
ensinadas aos alunos por etapas, sempre que necessário é utilizado 
apoio das atividades, que são retirados assim que a pessoa vai assi-
milando e ultrapassando as etapas, de modo que não se desenvolva 
nenhuma dependência do apoio usado.
O método é usado para ensinar novas habilidades, para manu-
tenção das já adquiridas, transferência de desenvolturas realizadas na 
escola para o cotidiano da criança, e inclusive reduzir comportamentos 
de estereotipias.
É baseado na repetição intensa e na recompensa quando na 
execução satisfatória da etapa. Quando a recompensa é utilizada de 
forma consistente, a criança tende a repetir a mesma resposta (Camar-
go e Rispoli, 2013).
Como é uma atividade individualizada, cada tentativa de exe-
cutar a tarefa é registrada pelo professor/pais (antes, durante e depois 
da atividade) de forma a subsidiar a intervenção seguinte. Uma das 
críticas ao método é o custo elevado, o que pode ser um dos fatores da 
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pequena utilização desse método no Brasil, aliado ao pouco ou nenhum 
investimento em pesquisa (TODOROV, HANNA, 2010).
Prezado aluno, a fim de aprofundar os conhecimentos so-
bre o A.B.A apresentamos um vídeo que vai complementar os con-
ceitos exibidos no módulo.
Vídeo sobre Autismo - O Que é A.B.A? Disponível em: 
 Vídeo sobre como reconhecer os sintomas do autismo 
em bebês. 19 sinais de autismo em bebês. Disponível em: .
TÉCNICAS 
A Comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.)
Comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.) é a definição de 
estratégias de comunicação além da oralidade. A comunicação alter-
nativa vai desde os sinais, expressões faciais até o uso de tecnologia 
avançada, passando inclusive pelos cartões rudimentares com símbo-
los pictográficos.
A ideia de comunicação alternativa sugere a substituição da co-
municação formal e já aponta no uso de inúmeras possibilidades não con-
vencionais, inclusive é considerada ampliada quando a pessoa já estabe-
lece alguma comunicação, mas não o suficiente para se fazer entender.
Existem várias técnicas que auxiliam a aprendizagem das crian-
ças no campo da comunicação, como gestos, expressões faciais, entre 
outros, mas os estudiosos insistem que as práticas devem ser baseadas 
em evidências, já que a maioria dos autistas é caracterizada como não 
verbal e responde satisfatoriamente através de estímulos visuais.
Vamos estudar algumas dessas técnicas que permitem promo-
ver a aprendizagem e devem ser reproduzidas em casa pelos pais, para 
facilitar a absorção do aprendizado.
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Rotina de Atividades Pictográficas
Pictogramas são imagens que contemplam uma ideia, sem ne-
cessidade do uso da fala para o entendimento, representam conceitos 
e objetos. Apresentam uma tarefa simples através de várias etapas e 
cada uma dessas etapas é representada por uma ou mais figuras, de-
senhando o caminho, a sequência dos cartões, das imagens, a criança 
vai conseguindo cumprir as etapas e, por fim realizar a tarefa proposta.
Foi nos anos 80 que Roxanna Mayer Johnson, fonoaudióloga 
americana, criou os Símbolos de Comunicação Pictórica mais utilizados 
até os dias de hoje, inclusive existe um sistema chamado ARASAAC - 
Araword AraSuite Comunicação Aumentativa e Alternativa software que 
é distribuído gratuitamente, permitindo a elaboração de materiais picto-
gráficos simultaneamente com a escrita.
Figura 6 – Software – Elaboração Material Pictográfico
 
Fonte: Arasaac Pecs - Sistema de Comunicação Através da Troca de Figuras 
(2017) 
O PECS é um sistema de comunicação através de figuras, in-
dicado para as pessoas com TEA com baixa ou nenhuma comunicação. 
Foi desenvolvido nos EUA por Andy Bondy, e Lori Frost, em 1985 para 
auxiliar a comunicação funcional. A sigla PECS vem do inglês Pictu-
re Exchange Communication System™, que em português, traduz-se 
em um Sistema de Comunicação por Troca de Figuras. Por apresentar 
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materiais acessíveis e ser de fácil aprendizado, tem sido utilizado pelo 
mundo, com altos índices de aceitabilidade pelos pais e professores e 
com resultados eficientes com os alunos com TEA. Cada aluno carrega 
sua própria pasta, chamada pasta de comunicação PECS, que não é 
compartilhada, a não ser na troca de figuras. 
É constituído de seis fases ou passos:
- 1. Como comunicar
- 2. Distância e persistência
- 3. Discriminação de figuras
- 4. Estrutura de sentença
- 5. Solicitação responsiva
- 6. Comentário
Quadro 1 – 6 passos do PECS
Fonte: Adaptado pela autora, com base em Skyner B.F (2020)
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Participação e Orientação de Colegas
São atividades realizadas pelas outras crianças que não possuem 
TEA e vão servir de guia para os alunos com autismo na sala de aula.
As pessoas com TEA têm uma tendência de aprender mais 
com o estabelecimento de rotinas para a execução das tarefas, a rotina 
se torna importante, por exemplo, para o trabalho com a família, mas 
em contrapartida há a necessidade de se trabalhar a aceitação de mu-
danças, para que com isso seja possível a convivência fora de casa e 
a aceitação do autista em relação as demais pessoas, principalmente 
interagindo com os colegas na sala de aula.
Os locais mais privilegiados de aprendizado da pessoa com 
TEA são sem dúvida a casa e a escola, na casa com a família, as ati-
vidades da vida diária têm mais possibilidade de serem repetidas inú-
meras vezes até que se tornem rotina, como lavar as mãos, escovar os 
dentes, comer sozinha, atividades que podem ser aprendidas com o 
auxílio da escola na utilização dos facilitadores de aprendizagem.
Vários autores afirmam que é a educação que vai propiciar a 
independência às pessoas com TEA, na execução das tarefas da vida 
diária, agregando assim qualidade de vida a si mesma e à família.
Modelagem em Vídeo (MV) 
 MODELAGEM EM VÍDEO (MV) foi oficialmente reconhecida 
como uma técnica em evidência em 2009 pelo National Autism Center, 
nos EUA. Consiste na gravação de um vídeo, facilitando que o mesmo 
possa ser visto e revisto quantas vezes forem necessárias para a assi-
milação daquela habilidade, inclusive em casa com o apoio da família.
 Segundo Rodrigues, Almeida (2017), apesar de simples foi di-
vidida em três tipos:
- Modelagem em Vídeo com outros como modelo (MVO) 
Uma criança/pessoa que já consegue realizar a atividade é 
gravada executando-a.
- Automodelagem em Vídeo (AV);
A própria criança/pessoa é gravada e oportuniza que se veja 
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executando a tarefa
- Modelagem em vídeo a partir do ponto de vista (MVPV)
Um vídeo é gravado quando a criança está realizando a ativi-
dade, mas é editado e apresentado para o protagonista apenas com as 
imagens que são necessárias ao seu aprendizado, sem outros estímulos. 
São inúmeras técnicas que podem ser utilizadas para a inter-
venção com as pessoas com TEA, segundo Mello (2007) o importante é:
Devemos procurar o antes possível desenvolver: a autonomia e a independên-
cia; a comunicação não-verbal; os aspectos sociais como imitação, aprender 
a esperar a vez e jogos em equipe; a flexibilização das tendências repetitivas; 
as habilidades cognitivas e acadêmicas; ao mesmo tempo é importante: traba-
lhar na redução dos problemas de comportamento; utilizar tratamento farma-
cológico se necessário; que a família receba orientação e informação; que os 
professores recebam assessoria e apoio necessários. (MELLO, 2007, p.28).
Quadro 2 – Metodologias mais utilizadas
Fonte: Adaptado pela autora de Retratos do Autismo, 2020.
Com objetivo de colaborar e aprofundar os estudos dos 
nossos alunos e alunas nessa referida disciplina, deixamos como 
sugestão de leitura:
Artigo sobre as práticas educativas desenvolvidas por 
pais de autistas em relação aos filhos. Envolvimento parental e a 
inclusão de alunos com autismo. 
Artigo explicando um programa eficaz de Comunicação Al-
ternativa (CA) indicado para alunos com TEA . PECS-Adaptado na 
sala de Atendimento Educacional Especializado. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS:
QUESTÃO 1 
Ano: 2009 Banca: Tribunal de Justiça de Santa Catarina - SC (TJ/
SC/SC) Órgão: Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catariana - 
TJSC (TJ - SC) Cargo: Assistente Social NÍVEL: Superior
A partir da década de 1960, surge uma nova forma de organização fa-
miliar reconhecida como família monoparental. Assinale a alternativa 
que corresponde ao conceito e organização deste tipo de família.
a) É formada pela união de um homem e uma mulher, resultando em 
descendentes.
b) É formada por um homem e uma mulher quando divorciados ou viú-
vos de relacionamentos anteriores.
c) O poder parental é exercido tão somente pela mãe.
d) A monoparentalidade ocorre quando o casal que vive em união está-
vel educa o filho conjuntamente.
e) É constituída por um homem ou uma mulher, sem cônjuge, com a 
presença de uma ou mais crianças.
QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: ACAFE (Associação Catarinense das Fundações 
Educacionais) Órgão: FCEE Cargo: Professor – Informática Nível: 
Pedagogia
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Edu-
cação Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de 
seu público-alvo, orientando os sistemas de ensino para garantir 
determinados princípios.
Assim, marque com V os princípios verdadeiros e com F os falsos.
( ) Transversalidade da educação especial desde a educação infan-
til até a educação superior; atendimento educacional especializado.
( ) Participação da família e da comunidade; acessibilidade urba-
nística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos trans-
portes, na comunicação e informação.
( ) Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do 
ensino.
( ) Formação de professores para o atendimento educacional es-
pecializado e demais.
( ) Profissionais da educação para a inclusão escolar e articulação 
intersetorial na implementação das políticas públicas.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V – V – V – V – V 
b) V – F – F – V – V 
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c) F – V – V – F – F 
d) F – V – F – V – F 
e) V – V – V – F – F 
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: MSCONCURSOS Órgão: Prefeitura de Itapema/
SC Cargo: Psicopedagogo Nível: Superior
No que tange a Intervenções Psicopedagógicas no processo de 
ensino-aprendizagem, aponte a alternativa verdadeira em relação 
aos itens.
I - “O psicopedagogo pode identificar fatores psicológicos, neu-
rológicos, fonoaudiólogos, psicomotores, que poderão intervir na 
relação professor-aluno, família-escola”.
II - “O trabalho preventivo do psicopedagogo pretende evitar os 
problemas da aprendizagem, utilizando-se da investigação mais 
apreciada nesse processo global junto a instituição escolar, de 
seus processos didáticos e metodológicos etc.”
III - “A psicopedagogia procura estudar, explicar, diagnosticar e 
tratar dos problemas de aprendizagem, levando-se em considera-
ção todos os aspectos formativos na vida do indivíduo.”
IV - O psicopedagogo “deve ter conhecimentos multidisciplinares, 
pois em um processo de avaliação diagnóstica, é necessário esta-
belecer e interpretar dados em várias áreas, dentre elas: auditiva e 
visual, motora, intelectual, cognitiva e emocional.”.
a) É correto o que se afirma nos itens I, III e IV, apenas.
b) É correto o que se afirma nos itens II e III, apenas.
c) É correto o que se afirma nos itens II, III e IV, apenas.
d) É correto o que se afirma nos itens I, II, III e IV.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: FURB Órgão: Prefeitura de Blumenau - SC
Cargo: Professor – Educação Especial Nível: Superior/ Pedagogia
De acordo com o decreto 7611, de 17 de novembro de 2011, o aten-
dimento educacional especializado (AEE) é compreendido como o 
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos 
organizados institucional e continuamente”. São objetivos do AEE:
a) Acolher a diversidade de todos os estudantes, ao longo do processo 
educativo.
b) Oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais espe-
cíficas exclusivamente dos estudantes com deficiência.
c) Avaliar e encaminhar, sempre que necessário, os estudantes público--alvo da educação especial às instituições especializadas.
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d) Substituir a educação regular, sempre que necessário.
e) Eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolariza-
ção de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-
mento e altas habilidades ou superdotação.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CPCON (Comissão Permanente de Concurso) 
Orgão: Prefeitura Municipal de Serra Branca - PB Cargo Cuidador 
Educacional
Sobre a Educação Especial na Lei 9394/96 preencha os parênteses 
com V para verdadeiro e F para falso:
( ) Entende por educação especial, para os efeitos desta Lei, a mo-
dalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência e transtornos 
globais do desenvolvimento.
( ) O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou 
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas clas-
ses comuns de ensino regular.
( ) A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, 
tem início na faixa etária de zero a quatro anos, durante a educação
infantil.
( ) Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, 
na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de 
educação
especial.
A alternativa com preenchimento CORRETO é
a) V, F, V, F.
b) V, V, F, V. 
c) V, F, V, V.
d) F, V, F, V.
e) V, V, V, F.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A presente unidade nos trouxe um debate salutar sobre os procedimen-
tos culturais da sociedade em relação às pessoas com deficiência. Tive-
mos acesso à informação no que alude a possíveis avanços em termos 
de direitos a essas pessoas, principalmente, no que tange ao aparato 
legal estruturado. 
No entanto, devido a séculos de rejeição e exclusão desse segmento 
populacional, ainda é perceptível nos atuais dias que, esse passado 
ainda faz coro nas relações cotidianas, muitas vezes relacionando às 
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pessoas com deficiência, a pessoas sem condições de agirem por si, 
consideradas improdutivas, inválidas etc. 
Sobre o enunciado, comente acerca da mudança de paradigma cultural 
que se faz necessária aplicarmos em nosso habitual cotidiano de convi-
vência em sociedade, em que se considere as pessoas com deficiência, 
como cidadãos de fato enquanto pessoas e não apenas como seres 
sem capacidades de conviver e se emancipar.
TREINO INÉDITO
A respeito dos processos de inclusão e exclusão e a realidade cul-
tural deve-se, primeiramente:
a) Buscar conhecimento a respeito dos fatores que contribuem para 
práticas de preconceito contra a população com deficiência.
b) Buscar conhecer as capacidades que as pessoas com deficiência têm 
com vistas à promoção da autonomia dentro de suas especificidades.
c) Promover estímulos positivos a cada conquista que a pessoa com 
deficiência consiga empreender.
d) promover espaços de discussão a respeito da real condição da pes-
soa com deficiência.
e) contribuir para promoção de espaços que se destinem a orientar pro-
fissionais de diversas áreas para atender pessoas com deficiência. 
NA MÍDIA
EDUCAR PARA UMA SOCIEDADE INCLUSIVA
Muito se tem falado sobre educação inclusiva enquanto um instrumento 
de garantir o direito das crianças a uma escola, onde a diversidade pos-
sa conviver sem preconceitos e, assim, se respeite cada aluno, seja ele 
uma pessoa com deficiência ou não. 
Apesar do país possuir um marco jurídico, de sólida produção de leis 
que se destinam à garantia de direitos da população com deficiência. 
Tais direitos são fruto de especial atenção de movimentos sociais pela 
inclusão social dessas pessoas, assim como, muito debate, estudos e 
fóruns com sociedade para assim, pressionar o estado a criar os meca-
nismos legais com vistas a assegurar os direitos dessa população. 
Fonte: Brasil Escola 
Data: 2019
Leia a notícia na íntegra: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/edu-
cacao/educar-para-uma-sociedade-inclusiva.htm
NA PRÁTICA
Diante dessa notícia veiculada, percebemos que nossa análise e com-
preensão a respeito dos processos de inclusão e exclusão sociais, coa-
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dunam com a informação apresentada na presente matéria. 
É sabido que o Brasil vem buscando em termos legais, amparar ju-
ridicamente os direitos sociais das pessoas com deficiência para que 
possam ter mais garantia de poderem exercer sua cidadania, no entan-
to, são necessários, igualmente, termos uma mudança na educação e 
nos preceitos culturais, para que se possa eliminar o modo excludente 
e preconceituoso que ainda impera na sociedade, no que se refere às 
pessoas com deficiência. 
Termos como portador de necessidade especial, por exemplo, não se 
refere a um xingamento, mas, temos que entender que essa termino-
logia já está em desuso, no entanto, ela ainda persiste no vocabulário 
diário; para isso, temos que referir à pessoa, dotada de sua pessoalida-
de, singularidade e particularidade, e não a um portador, que acaba por 
sua vez, objetificando e/ou coisificando o sujeito. 
E, por fim, consideramos que é com a nossa prática diária, nos diversos 
espaços que atuamos que poderemos contribuir com a mudança de pa-
radigma diante dos procedimentos de inclusão social dessas pessoas, 
isto é, construindo diálogos que efetivem, de fato, essa inclusão de modo 
respeitoso e considerando essas pessoas enquanto sujeitos de direitos.
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Neste capítulo vamos dialogar sobre a legislação que regulamen-
ta as relações de trabalho e como as pessoas com TEA foram ignoradas 
em seu potencial, por preconceitos que não acreditam e desclassificam as 
potencialidades das pessoas autistas. Teremos a oportunidade de estudar 
no decorrer das décadas o progresso sob o ponto de vista legal da inclu-
são das pessoas com TEA no mercado contemporâneo de trabalho, suas 
relações e os desafios para que elas não sejam expulsas desse universo
POLÍTICAS DE INCLUSÃO NO TRABALHO
Como já estudado, as pessoas com deficiência foram ao longo 
da história relegadas ao ostracismo, em algumas civilizações ignoradas 
AUSTISMO E MERCADO DE
TRABALHO
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em outras até eliminadas, fato é que somente no século XIX que temos 
registros das primeiras iniciativas de políticas afirmativas, segundo a 
maioria dos estudiosos na Índia, um país marcado pela estratificação 
num sistema de castas. 
Vários registros apontam ainda muitas iniciativas nos países eu-
ropeus após a I Grande Guerra, especialmente, a partir de 1919 na cria-
ção da OIT- Organização Internacional do Trabalho, no sentido de garan-
tir trabalho aos veteranos da Guerra que haviam se tornado pessoas com 
deficiências, de forma idêntica, após a II Guerra Mundial, ampliando-se a 
proteção para os acidentados no trabalho e a vários tipos de deficiência
Entende-se como ação afirmativa o conjunto de políticas compensatórias de 
discriminação objetivando compensar membros de grupos sociais atingidos 
por formas de exclusão social que lhes tiram um tratamento igualitário no 
acesso de diversas oportunidades (GALEÃO-SILVA E ALVES, 2002)
O Instituto Benjamin Constant, em 1854 registra a primeiraini-
ciativa no Brasil de atender aos deficientes, de forma assistencialista 
já que na época eram considerados inválidos, principalmente, para as 
questões de trabalho.
Todas as instituições criadas no país por muito tempo vão re-
produzir a égide da caridade revestida do pensamento funcionalista da 
inutilidade para o mercado de trabalho.
Apesar de ser Estado Membro desde 1950, somente em 1957 
o Brasil vai ratificar uma das convenções da OIT que visava condições 
dignas e não discriminação de trabalho no combate à desigualdade de 
condições, com foco no trabalhador deficiente físico (ONU, 2014).
Como citado por Gurgel em relação ao Brasil
O Estado-Membro ao ratificar a Convenção n. 111 OIT assume perante a 
Comunidade Internacional o compromisso de combater toda e qualquer for-
ma de discriminação, promulgando leis e revogando disposições contrárias 
à igualdade, além de implementar medidas que combatam a discriminação e 
promovam a igualdade de oportunidades em matéria de emprego e destina-
das aos grupos vulneráveis. (Gurgel, 2010, p. 115)
Caro aluno, com o intuito de trazer conhecimento sobre a 
OIT (Organização Internacional do Trabalho), sua importância nas 
ações mundiais no que se refere à defesa de direitos dos traba-
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lhadores, indicamos o vídeo sobre a História da OIT - Cronologia 
da Organização Internacional do Trabalho. Disponível em:.
No combate à discriminação, ao preconceito e, sobretudo, ao 
desconhecimento, os países empreendem iniciativas como o sistema de 
cotas na Europa, que vem sendo adaptado e reformulado persistindo vá-
rios deles até os nossos dias. Já nos EUA é adotada até os dias atuais 
uma lei de direitos civis denominada ADA - (Americans with Disabilities 
Act) que proíbe a discriminação e promove proteção a indivíduos com 
deficiência, inclusive no que se refere à inclusão no mercado de trabalho.
A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
criminação Racial proferida pela ONU em 1965 e em 1968 ratificada 
pelo Brasil, prevê o combate a todo o tipo de discriminação e o com-
promisso do Estado Membro de inclusive alterar a legislação para dar 
sustentação a um sistema de proteção aos direitos humanos no país.
Podemos destacar também no campo internacional, a iniciativa 
da ONU em 1981 com a declaração do Ano Internacional da Pessoa 
Deficiente, que trouxe visibilidade à luta pela igualdade de direitos das 
pessoas com deficiência e contribuiu na quebra de muitos paradigmas, 
elevando essas pessoas do campo da caridade para o dos direitos.
Em se tratando de Brasil, a primeira iniciativa de peso na ten-
tativa de tirar as pessoas da obscuridade, da marginalidade e, de fato, 
resgatar a cidadania devida, foi na Constituição de 1988 que em seu 
bojo trouxe o combate e a preocupação com a proteção sem discrimi-
nação das pessoas com deficiência
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios:
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência (BRASIL, C.F.)
A partir de então o país passa a desenvolver as chamadas 
ações afirmativas, em vez de assistencialistas, avançando do patamar 
da caridade, da rejeição para o do direito, do respeito. 
AÇÕES AFIRMATIVAS
O termo ações afirmativas surge na década de 60, no seio dos 
movimentos civis dos EUA, em defesa do término do aparteith. Os mo-
vimentos sociais pregam que não bastariam leis antissegregacionistas, 
mas sim eram necessárias iniciativas do governo no sentido da promoção 
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de ações que não só amparassem as populações até então estigmati-
zadas e marginalizadas, fossem proativas em implementar ações que 
possibilitassem o resgate da autoestima e da cidadania dessas pessoas.
A ideia se espalhou e em 1982 já aparece nos documentos 
da Comunidade Europeia no “Programa de Ação para a Igualdade de 
Oportunidades” (Centro Feminista de Estudos e Assessoria ,1995). 
Várias conceituações são discutidas sobre o que são ou o que 
deveriam ser ações afirmativas, se somente competem ao Estado, se a 
sociedade civil deve ser parceira ou até mesmo que devam se dar ape-
nas no campo do voluntariado, da filantropia; mas o que é certo é que 
todos concordam que devem, conforme Santos, 
eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade 
de oportunidades, tratamento, bem como compensar perdas provocadas 
pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, 
religiosos, de gênero e outros (SANTOS, 1999, p.25). 
Podemos concluir que ações afirmativas dizem respeito a toda 
iniciativa, seja de cunho estatal, seja de cunho da sociedade civil que 
atua no sentido de promover o equilíbrio, promover a equidade para os 
grupos mais vulnerabilizados. 
Segundo Mendonça
“as ações afirmativas – conhecidas como affirmative action – marcaram a 
passagem do Estado liberal, não interventor, para o Estado Social, interventor 
e promotor da igualdade”. (Fonseca (2006) apud Mendonça (2010, p. 100).
Na interpretação de Guimarães (1997), as ações afirmativas 
são entendidas como aprimoramento jurídico da sociedade, pautadas 
no princípio da igualdade de oportunidades, de caráter temporário, jus-
tificando ações desiguais de forma a equilibrar os privilégios que uma 
minoria nunca teve acesso.
A constituição vai trazer marcas de ações afirmativas, uma vez 
que foi inspirada pela promoção do direito e para o reconhecimento das 
desigualdades e do papel do Estado na construção de políticas públicas 
capazes de promover proteções aos mais diversos públicos vulnerabili-
zados, de forma a resgatar a cidadania e, portanto, resgatar vidas.
Em seus artigos 7º e 37º resgata o direito do trabalhador com de-
ficiência, de forma direta, proibindo qualquer discriminação, e inicia essa 
abertura para o mercado de trabalho através do próprio setor público.
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A LEI DE COTAS
A Constituição Federal iniciou as bases da construção das medi-
das de proteção à pessoa com deficiência em áreas essenciais como as-
sistência social, educação, trabalho, acessibilidade, saúde cultura e lazer.
Na sequência da legislação de proteção, em 24 de outubro de 
1989, promulga-se a Lei no 7.853 que regulamenta a integração das 
pessoas com deficiência, institui a tutela jurisdicional dos interesses di-
fusos e coletivos, disciplina a atuação do Ministério Público em relação 
à questão da deficiência, define os crimes cometidos contra os deficien-
tes e cria a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Porta-
dora de Deficiência (CORDE), regulamentada pelo decreto nº 3.298 de 
20 de Dezembro de 1999, dispondo sobre a Política Nacional para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e define as categorias 
consideradas como deficiência.
Art. 4o É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra 
nas seguintes categorias:
I - deficiência física.......
III - deficiência visual......
IV - deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior 
à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas 
a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade; (Redação dada pelo Decreto nº 
5.296, de 2004)
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer; e
h) trabalho;
V - deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências.
Em 24 de julho de 1991 é criada a lei 8213 dispondo sobre os be-
nefícios da Previdência Social,Reabilitação Profissional ______________________________________
Recapitulando ________________________________________________
Barreiras ao Acesso e Permanência no Mercado de Trabalho ___
Recapitulando ________________________________________________
Referências __________________________________________________
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Recursos Técnicos: Organização do Ambiente, Facilitadores para 
Aprendizagem e Comunicação Alternativa ______________________
Ações Afirmativas ______________________________________________
Técnicas _______________________________________________________
O Autista no Mercado de Trabalho ______________________________
Legislação Aplicada/Decreto Nº 7.611, de 2011/ Lei Nº 12.764 de 
2012 ___________________________________________________________
Fechando a Unidade __________________________________________
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Ao longo da evolução humana o mundo excluiu as pessoas 
com doença mental da vida em sociedade, as famílias escondiam, os 
governos ignoravam e os tratamentos eram paliativos. É muito recente 
o entendimento da sociedade sobre a cidadania dessas pessoas, da ne-
cessidade de reverter a exclusão a que estavam condenadas e promover 
seu acesso à sociedade, através da educação e do mundo do trabalho. A 
inclusão das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um di-
reito constitucional e, para tanto, a sociedade precisa através de políticas 
públicas favorecer o acesso a seus direitos. Acreditando que a educação 
é um dos principais direitos, precisamos construir políticas públicas que 
resultem em escolas inclusivas, profissionais preparados e famílias sen-
do devidamente orientadas para exercer sua função protetiva.
A legislação após Constituição de 1988, reconhecida internacio-
nalmente por sua política de proteção, vem contribuindo para o enten-
dimento do problema e o avanço, mesmo que tímido, da inclusão das 
pessoas com TEA na educação e no mercado de trabalho. Compreender 
os conceitos relativos à doença mental e à legislação que se desenha é 
fundamental para os profissionais em seu cotidiano de trabalho. 
Esta unidade foi dividida em quatro módulos, de forma que o 
aluno possa entender inicialmente o que se discute sobre a deficiência 
mental, o contexto social do deficiente na sociedade atual. Na sequência, 
estudaremos as políticas públicas de atendimento com foco no autismo, 
bem como suas características peculiares, de forma a capacitar o aluno à 
identificação do comportamento autista. Ainda no quesito políticas públi-
cas, estudaremos a importância basilar da família e da educação no pro-
cesso de inclusão da pessoa com TEA na vida em sociedade, e os méto-
dos disponíveis para tornar a educação inclusiva. Por fim, o mercado de 
trabalho como um limiar a ser conquistado no processo de inclusão da 
pessoa com TEA e a legislação que vem permitindo esse avanço. Como 
já dito, é recente no Brasil esse trabalho, o que só reforça a importância 
do módulo ao capacitar profissionais que, provavelmente, romperão com 
paradigmas nos atendimentos das pessoas com TEA, de modo que se-
jam atendidas e entendidas como cidadãs que são.
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O QUE É DEFICIÊNCIA
De acordo com o Ministério Público do Paraná (2017), a abor-
dagem da deficiência mudou de um modelo médico (em que a deficiên-
cia é entendida como uma limitação para um indivíduo) para um modelo 
social mais abrangente, que inclui a deficiência devido às limitações e 
estrutura físicas, bem como a influência de fatores sociais e aspectos 
ambientais na qual está inserida.
Na nova abordagem, a Classificação Internacional de Função, 
Incapacidade e Saúde (CIF / OMS) é usada como uma ferramenta para 
avaliação biopsicossocial por meio da CIF, o desenvolvimento de con-
ceitos relacionados a questões de deficiência e incapacidade foi conso-
lidado, desde a classificação de "consequências da doença" (versão de 
O AMBIENTE SOCIAL E O PROCESSO
DE INCLUSÃO DOS DEFICIENTES
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1980: "classificação internacional das condições de deficiência, incapa-
cidade e desvantagem") até "saúde" (CIF).
Portanto, muitas críticas contra a classificação de 1980 foram 
superadas, como seu significado no "modelo médico", que estabeleceu 
uma relação causal e uma relação unidirecional entre os dois aspectos 
a seguir: deficiência - incapacidade – desvantagem, enfocando as limita-
ções nas pessoas e apenas o lado negativo, não considerando o papel 
decisivo dos fatores ambientais. A mudança no conceito de pessoas com 
deficiência foi estabelecida pela Convenção dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência, anunciada em 2006 pela ONU. (MP. PARANÁ, 2017).
O artigo 1º da Convenção prevê:
“Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interações com diversas 
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com 
as demais pessoas.”
Em vista disso, a Lei Federal nº 13.146/2015, que regula as 
disposições da Convenção das Nações Unidas em seu artigo 2º, dispõe:
Art. 2º - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Se o enquadramento foi definido como pessoa com deficiência 
antes de padrões médicos rigorosos e foi considerada uma característica 
intrínseca, atualmente os distúrbios físicos, mentais, intelectuais e senso-
riais são considerados inerentes à diversidade humana; portanto, a defi-
ciência é o resultado da interação destes impedimentos e das barreiras 
sociais que dificultam a integração dos indivíduos na sociedade. Em outras 
palavras, o fator médico é um dos elementos do conceito de deficiência (o 
impedimento) e, quando interage com os obstáculos existentes na socieda-
de, começa a dificultar a interação social completa. (MP. PARANÁ, 2017). 
Conforme destacado pelo Ministério Público do Paraná (2017), 
não é a pessoa que apresenta uma deficiência, mas a sociedade e meio. 
Portanto, é necessário agir em conjunto com os atores sociais, destacan-
do o importante papel do Ministério Público na promoção de mecanismos 
para eliminar os obstáculos existentes à sua integração na sociedade.
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Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos alguns artigos para auxi-
liar no processo de aprendizagem e conhecimento do debate aqui 
explicitado:
 Reportagem site Justificando - Lei Brasileira de Inclusão e 
o “novo” conceito de deficiência: será que agora vai “pegar”? -20-
08-2015. Disponível em http://www.justificando.com/2015/08/20/
lei-brasileira-de-inclusao-e-o-novo-conceito-de-deficiencia-sera-
-que-agora-vai-pegar/
Destaca-se, portanto, o investimento necessário em acessibili-
dade por meio de projetos adaptativos, tecnologia assistiva, comunica-
ção alternativa e outros mecanismos, a fim de que a sociedade possua 
meios adequados para a participação em igual e interação das pessoas 
com deficiência. 
Por que não usar o termo "portadores"?
O Ministério Público do Paraná (2017), explana que a deficiên-ficando conhecida como a Lei de Cotas, já 
que prevê a contratação de pessoas com deficiência na iniciativa privada. 
 Inicialmente, já conta com a não aceitação e críticas diversas 
por parte da sociedade, que questiona a capacidade laborativa, princi-
palmente, das pessoas com deficiências mentais e a questão da obriga-
ção da contratação por parte das empresas.
Para participar das cotas, as pessoas com deficiência deveriam 
comprovar nível de escolaridade em educação profissional básica, técnica 
ou tecnológica, curso superior ou treinamento no Instituto Nacional de Se-
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guro Social, cabendo a este último, ainda, conforme o artigo 89, atestar e 
fornecer as condições de habilitação e reabilitação para as pessoas com 
deficiência, de forma que possam exercer as tarefas no setor privado.
 Ainda conforme o artigo 89 da Lei 8213/91, é responsabilidade 
do Estado garantir os meios para a (re)educação e de (re)adaptação 
quando se tratar de um profissional incapacitado e ou de pessoas com 
deficiência, de modo que sejam reinseridas na vida em sociedade e, 
portanto, no trabalho.
A lei de cotas primou pela inclusão da pessoa no mundo do traba-
lho, já que este faz parte da dignidade humana. Segundo Marx e Engels o 
que difere os homens dos outros animais não é o ato de pensar, mas o de 
produzir seus meios de vida, ou seja, o trabalho (MARX, ENGELS, 1984).
A lei de cotas, no entanto, enfrenta dificuldades até hoje na sua 
aplicabilidade, pela situação do mercado de trabalho e o índice de desem-
prego nacional gritante. Progresso reconhecido no campo do direito, no 
entanto, enfrenta a sociedade brasileira hegemonicamente burguesa, pre-
conceituosa e tradicional, que ainda enxerga o deficiente como incapaz.
A lei de cotas deveria ser entendida como uma oportunidade 
para as pessoas com deficiência, mas é conhecida como uma obrigação 
da empresa em contratar, já que estas devem preencher de 2 a 5% das 
vagas com pessoas reabilitadas ou com deficiência (BRASIL, 1991).
As empresas foram classificadas pelo número de empregados 
e, em função desse número, devem preencher uma porcentagem com 
pessoas com deficiência. Assim uma empresa com até 200 trabalha-
dores deve empregar dois por cento, acima desse número e até 500 
empregados deverão ser destinadas 3% das vagas, aquelas que na 
sequência tem até mil empregados, destinarão 4% das vagas e as gran-
des com qualquer número acima de mil trabalhadores deverão reservar 
5% das vagas de trabalho para pessoas com deficiência.
Outra determinação da legislação que causa muita polêmica, 
mas que justamente foi pensada para a proteção das cotas é a obrigato-
riedade de substituição da pessoa com deficiência quando da demissão 
por outra em condições semelhantes. (BRASIL,1991).
Apesar da lei ter sido promulgada em 1991, somente em 2006 
é que, de fato, se inicia a fiscalização por parte do Ministério Público do 
Trabalho e Emprego e as punições às empresas que, até então descum-
priam a legislação, influenciando diretamente no número de contratados.
O Decreto 3.076/1999 cria O CONADE- Conselho Nacional 
dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, ligado ao Ministé-
rio da Justiça e em dezembro do mesmo ano, por meio do Decreto 
3.076/1999, é instituída a Política Nacional para Inclusão da Pessoa 
com Deficiência, em 2010.
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Figura 7 - Audiência da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com 
Deficiência contou com Intérprete de Libras
 
Fonte: Agência Câmara de Notícias (Vinicius Loures) 2019
Caro aluno, vale destacar a importância do CONADE, cria-
do em 01/06/1999, através do Decreto nº 3.076/1999, como órgão 
responsável pela articulação, diálogo das diferentes instâncias da 
sociedade com a questão da deficiência. Trata-se de um Conselho 
consultivo e deliberativo. No entanto, o decreto 9759/19 extinguiu 
vários conselhos de participação social, entre eles o CONADE.
Diante do clamor popular e de muitos parlamentares, foi 
ajuizada Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Veja na reportagem do Portal G1.
Artigo sobre a extinção dos conselhos de direitos. 
STF impede Bolsonaro de extinguir via decreto conselhos 
federais criados por lei. Disponível em: https://g1.globo.com/politi-
ca/noticia/2019/06/13/stf-conclui-julgamento-e-impede-bolsonaro-
-de-fechar-conselhos-federais-criados-por-lei.ghtml 
O AUTISTA NO MERCADO DE TRABALHO
Segundo a ONU, são 650 milhões de pessoas com deficiência 
no mundo, aproximadamente 10% da população mundial, que no coti-
diano convivem com todo o tipo de dificuldades que as impedem de ter 
uma vida de cidadãos, com acesso à educação, à informação, à saúde 
de qualidade, lazer, de usufruir a liberdade de ir e vir e de exercer uma 
profissão com dignidade.
Baseada no respeito pela pessoa com deficiência e no dever 
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dos Estados de reconhecerem esse direito, em 13 de dezembro de 
2006, a ONU em sessão solene aprovou o texto final da Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
O documento foi fruto do trabalho de quatro anos, contando 
com a participação de 192 países e inúmeros representantes da socie-
dade civil mundial.
O tratado foi firmado pelos países, inclusive o Brasil, no dia 30 
de março de 2007, na sede da ONU em Nova York e dedicou o artigo 27 
ao quesito trabalho e emprego, no entanto, só foi promulgado no Brasil 
em agosto de 2009 através do decreto 6949.
No artigo 27 – Trabalho e Emprego - reconheceu-se o direito 
à oportunidade de trabalho em condições dignas, com a proteção do 
Estado, que deveria criar legislações de proteção ao trabalho para as 
pessoas com deficiência.
Coube ao Estado dois papéis preponderantes, o primeiro de 
proteger e assegurar condições de trabalho em igualdade a qualquer 
trabalhador, e o segundo de proibir qualquer tipo de discriminação. Em 
ambos os casos, o Estado deveria promover essas condições através 
de legislações, fiscalizações, programas e capacitações, entre outros.
No que se refere à inclusão dos deficientes mentais, foi um 
marco importante, já que no Brasil, até então, todos os esforços para a 
inclusão de pessoas com deficiência tinham foco em uma parcela das 
deficiências menos comprometedora, a assinatura do tratado interna-
cional alavancou a inclusão dos autistas no mercado de trabalho.
Em 2012 institui-se no Brasil a Política Nacional de Proteção 
dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista através da 
Lei 12.764, conhecida como Lei Berenice Piana.
Berenice Piana era mãe de uma criança autista, no entanto, 
sua peregrinação pelos recursos médicos e a falta de um diagnóstico 
efetivo levaram-na a se tornar uma militante na defesa dos autistas, 
idealizou também a primeira clínica Escola do Autista do Brasil, no Rio 
de Janeiro, em 2014.
A lei também conhecida como Lei do Autista, no campo da saú-
de foi a primeira iniciativa em caracterizar o autismo como uma defici-
ência, e é específica para pessoas diagnosticadas com Transtorno do 
Espectro Autista (TEA).
Foi decisiva quando foi promulgada para que as pessoas com 
TEA tivessem visibilidade, fossem reconhecidas em vários campos além 
da saúde, como educação, assistência social e trabalho, entre outros, já 
que mesmo nos dias de hoje muitas pessoas com TEA chegam à vida 
adulta sem qualquer tratamento.
A lei não obstante recebeu várias críticas e discordâncias de 
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órgãos ligados à saúde, mas é significativamente importante paraa luta 
das famílias, dos profissionais e dos próprios autistas na batalha incan-
sável da travessia entre a invisibilidade e o acesso a políticas públicas 
de direito, e ainda hoje tem sua operacionalização precarizada pela falta 
de maiores recursos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), 
informa que 23,9% da população é composto de pessoas com deficiên-
cia e destes apenas 2,05% estão empregadas. As pessoas que relata-
ram pelo menos uma deficiência e em idade ativa para o trabalho, no 
entanto, sem trabalho, somam 52%.
Quadro 3 - Situação de Emprego das Pessoas que se declararam com Defici-
ência – IBGE 2010
Fonte: Elaborada com Base nos Dados Censo IBGE 2010
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos um vídeo de uma palestra.
Vídeo sobre o mercado de trabalho. Mercado de Trabalho 
Para Pessoas Com Deficiência - Semana da Inclusão 
Disponível em: .
Em relação aos rendimentos, o Censo ainda demonstrou que 
a maioria da população com deficiência se encaixa nas camadas mais 
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vulnerabilizadas, já que 36,8% dos pesquisados tinham renda de até 
um salário mínimo, enquanto 29,1% chegava a ter renda entre um e 
dois salários mínimos.
Mas ainda nenhum desses dados se aplica às pessoas com 
TEA, já que não se especificou as deficiências, em 2019 o presidente 
Jair Bolsonaro assinou a Lei 13.861/2019 que inclui os dados referentes 
ao autismo no Censo do IBGE. 
Para a inclusão da pessoa com TEA no mercado de trabalho é 
necessário um empenho por parte do poder público, mas não apenas 
no tocante ao emprego, é necessário, entre outras tantas iniciativas, 
que se viabilize a inserção escolar, o acesso aos tratamentos de saúde, 
o combate ao preconceito e o cumprimento a lei de cotas, além de in-
centivos a novas contratações.
Em 2016, por ocasião da comemoração do Dia Mundial de Sen-
sibilização para o Autismo, o secretário geral da ONU caracterizou como 
violação dos direitos humanos a rejeição que ainda sofrem os autistas.
 
BARREIRAS AO ACESSO E PERMANÊNCIA NO MERCADO DE 
TRABALHO
O Censo IBGE de 2010 foi realizado através de pesquisa em 
domicílio, o que resultou num dado mais fidedigno, foram contabilizados 
67,6 milhões de domicílios, resultando numa população de 190.732.694 
pessoas. Desses números que declaram ter alguma deficiência sobe 
constantemente a cada censo, em 2010 totalizaram 45.606.048 brasi-
leiros que declararam ter alguma dificuldade motora, de visão, audição, 
ou ainda mental/intelectual. Esse número representava à época 23,9% 
do total da população.
Os que declararam total dificuldade ou grande perda foram mais 
de 12,5 milhões de pessoas com deficiência, correspondendo ao percen-
tual de 6,7 da população. Somente 1,40% declararam deficiência mental 
ou intelectual, mas não há dados específicos sobre a questão do autismo.
Figura 8 - Porcentagem da População por Tipo e Grau de Dificuldade e Defi-
ciência
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Fonte: IBGE – Censo Demografico, 2010.
Como já estudado, a lei de cotas foi o pontapé inicial para a 
colocação dos deficientes no mercado de trabalho, mas a não adesão 
pela maior parte do empresariado e os impedimentos de ordem pessoal 
fazem com que sua real efetivação seja vagarosa.
São vários os entraves para a colocação do deficiente no mer-
cado de trabalho, chamados de barreiras:
• Barreiras físicas urbanísticas e arquitetônicas;
• Barreiras nos transportes;
• Barreiras de comunicação e informação;
• Barreiras atitudinal; 
• Barreiras tecnológicas e sistêmicas.
Segundo a Política Nacional de Inclusão, as barreiras são as 
dificuldades, obstáculos sejam eles físicos ou de comportamentos, ati-
tudes que obstaculize a participação da pessoa com deficiência 
Quadro 4 - Conceito de Acessibilidade
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Fonte: Elaborado com Base na Redação dada pela Lei Nº 13.146, de 
6/7/2015
Quadro 5 – Barreiras que dificultam a Inserção e a Permanência das Pessoas 
com Deficiência no Mercado de Trabalho
Fonte: Elaborado com Base na Redação pada pela Lei Nº 13.146, de 
6/7/2015
São muitos os entraves para a entrada e a permanência no mer-
cado de trabalho, desde as mais simples, até o preconceito velado no trata-
mento da pessoa com deficiência, como um incapaz, merecedor de “pena”.
É certo que as empresas privadas não aderiram à lei de co-
tas, já que enxergam a inclusão do deficiente como uma exigência do 
Estado e como custo na contrapartida da sua razão de existir, o lucro. 
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Sempre alegam barreiras como a falta de qualificação da mão de obra, 
falta de experiência, dois itens já contemplados na legislação de prote-
ção como não impeditivos da contratação.
As empresas questionam, como já dito, a dificuldade do cum-
primento do artigo 93 da lei federal 8213/91 referente à substituição 
do empregado com deficiência quando da demissão por outro identica-
mente com deficiência, previsto para garantir a cota estipulada em lei, 
já que se assim não o fosse, muitos empresários realizariam a substitui-
ção por trabalhadores sem deficiência.
Segundo ROMITA (1991), a carência de qualidade profissional 
e dos sistemas de habilitação e reabilitação; e a falta de estímulos eco-
nômicos, são os principais entraves à contratação, alegados por parte 
das empresas.
O mercado de trabalho, em tempos de globalização, exige sem-
pre mais e melhores qualificações nas seleções de seus trabalhadores, o 
que deixa as pessoas com deficiência em grande parte em desvantagem.
Carvalho-Freitas (2007) idealizou um estudo sobre a situação 
das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, através do que 
ele denominou de matrizes.
Quadro 6 - As Matrizes do entendimento da Sociedade sobre a Inserção das 
Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho
Fonte: Elaborada baseada em Carvalho-Freitas, M. N. De Belo Horizonte - 2007
Conclui-se então que muitos fatores estão alinhados à expulsão 
das pessoas com deficiência do mercado de trabalho. É um grande de-
safio para a sociedade reverter esses paradigmas e não só colocar essas 
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pessoas no trabalho, mas qualificá-las e mantê-las produzindo, de forma 
que ao acessar esse direito possam se enxergar, de fato, como cidadãos.
Além disso, é papel aos gestores públicos pensarem com a socie-
dade civil estratégias para a inclusão, de fato, das pessoas com deficiência.
Os dados do IBGE (2010) indicam que do total de deficientes 
pesquisados, apenas 306 mil, estão trabalhando formalmente, um nú-
mero ínfimo, já que foram recenseados 45,6 milhões de pessoas que se 
declaram com alguma deficiência.
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
Podemos demarcar o grande marco e início da história con-
temporânea da reabilitação profissional quando em 1921 a OIT divulgou 
um relatório sobre a necessidade de trabalho para os sobreviventes da 
Primeira Grande Guerra, já que um contingente enorme de soldados 
voltou para suas casas, porém, mutilados, incapacitados para o traba-
lho como se conhecia até então.
A Europa ainda passou pela recessão dos anos 30 e pelaSe-
gunda Guerra Mundial, e o olhar da reabilitação saiu do campo militar 
para a inclusão de todas as pessoas com deficiência, já que era impe-
rioso para a recuperação dos países a inserção dessas pessoas nas 
frentes de trabalho. 
Os efeitos da guerra suscitaram um sentimento de responsabi-
lidade social e vários estudos foram ultimados nos EUA e nos países da 
Europa, para permitir a integração das pessoas com deficiência, o que 
acarretou inclusive aplicação de tecnologia mais avançada nas confec-
ções das próteses e órteses. Na área médica foram criadas várias dis-
ciplinas, como fisiatria e especialistas iniciaram trabalhos com equipes 
multidisciplinares para o estudo, tratamento e, principalmente, promo-
ver a reabilitação das pessoas com deficiências. 
O Brasil poupado dos efeitos da Segunda Guerra iniciou um 
trabalho no campo dos acidentados juntamente aos Institutos de Apo-
sentadoria e Pensões. Foram criadas várias instituições para o tra-
tamento dos que necessitam de reabilitação, inclusive no campo das 
deficiências mentais.
As mais famosas e que existem até os dias atuais são em 1943 
a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atualmente conhecida como 
Fundação Dorina Nowil para Cegos, em 1945 a Sociedade Pestalozzi 
do Brasil e em 1954 a primeira das APAEs -Associação de Pais e Ami-
gos dos Excepcionais.
Na década de 50 um pool de organismos internacionais co-
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ordenados pela ONU decide criar um projeto arrojado de Centros de 
Demonstração de Técnicas de Reabilitação em alguns países. No Bra-
sil, São Paulo foi a capital escolhida, devido ao seu parque industrial 
desenvolvido em relação ao restante do país. É idealizado então, o Ins-
tituto Nacional de Reabilitação – INAR, junto ao Hospital das Clínicas.
Nas décadas seguintes vão surgir outros centros de reabilitação 
e muitos deles ligados às entidades filantrópicas, assistencialistas. So-
mente nos anos 1970 o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, 
cria centros de reabilitação para atender aos trabalhadores contribuintes, 
que sofriam acidentes de trabalho, mas, ainda e tão somente com o intui-
to de recuperar a mão de obra para que retornasse ao mercado produtor.
 A Assembleia Geral das Nações Unidas decreta a década de 
70 como a Década da Reabilitação.
Acompanhando organismos internacionais no reconhecimento da 
pessoa com deficiência como um sujeito capaz de trabalhar, estudar, e 
que a sociedade e o Estado precisariam reconhecer nas questões afetas a 
deficiência, o ano de 1981 foi declarado o Ano Internacional do Deficiente. 
Dentre a diretrizes da ONU já figura a importância não só na 
prevenção, bem como na reabilitação das pessoas com deficiência, per-
cebeu-se que a tecnologia poderia ser uma aliada importante no aten-
dimento das pessoas com deficiência, seja na fase curativa, seja na 
prevenção, mas, principalmente, na reabilitação.
Os anos 80 foram como já estudados, um período de gran-
des movimentações por direitos, de organização da sociedade civil, da 
constituinte, de protagonismo na luta pela conquista da cidadania.
A ONU declara a Década para as Pessoas com Deficiência e lan-
ça um Programa de Ação Mundial. Aqui no Brasil se realiza a Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Brasil, com a partici-
pação de grupos de deficientes organizados e politicamente fortalecidos.
O protagonismo dos próprios deficientes influenciou decisiva-
mente na ruptura da exclusão a que eram submetidos até então. Inicia-
-se um movimento de resgate do seu lugar na sociedade, um movimen-
to que se estende até os dias de hoje.
De acordo com Amaral (1995) a luta dos deficientes no século 
XX para de fato ocupem seu lugar de direito na sociedade passa por 
três posturas:
- Postura organicista – aquela focada no assistencialismo, en-
tende o deficiente sempre como uma pessoa que não é capaz;
- Postura Interacionista – aquela focada na educação e reabi-
litação física, entende que a deficiência pode ser resolvida através de 
processos educacionais e integracionistas na sociedade.
- Postura Holística – aquela focada na reabilitação biopsicosso-
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cial, entende a pessoa com deficiência como um todo, como um indivíduo.
Já Sassaki (1997) apresenta o processo de inclusão dividido 
em quatro etapas. 
Quadro 7 – Processo de Inclusão
Fonte: Elaborado com Base em Sassaki, (1997)
Atualmente falar em reabilitação significa compreender um 
processo complexo, com o objetivo primeiro da recuperação da pessoa 
com deficiência em seus vários graus de deficiências física, mental, fun-
cional e/ou social, de forma que a recuperação seja de acordo com o 
estabelecido, inclusive com o próprio deficiente, já que cada indivíduo é 
um cidadão único; para tal deve ser desenvolvida por uma equipe mul-
tidisciplinar e focada na qualidade de vida.
Na modernidade a reabilitação é um processo compartilhado 
entre a pessoa com deficiência, a família, a instituição e sua equipe, de 
forma que foque a prevenção do agravamento das incapacidades e a 
inibição do aparecimento de complicações
Em 2013 foi lançada a cartilha Diretrizes de Atenção à Reabi-
litação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com o Ministério da Saúde.
O objetivo da cartilha é auxiliar as equipes para os cuidados 
no atendimento das pessoas com TEA nos diferentes níveis de aten-
ção em saúde, para tal foi utilizado o CIF–Código Internacional de Fun-
cionalidade e Incapacidade e a Classificação Estatística Internacional 
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, conhecida como lista 
CID-10. O TEA atualmente não tem cura, portanto, todos os esforços 
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são para que a reabilitação proporcione qualidade de vida às pessoas. 
São várias as ferramentas utilizadas para a reabilitação da pessoa com 
autismo, vamos discorrer sobre algumas. 
Psicoterapia
Segundo Santos (2008) psicoterapia comportamental aliada ao 
processo de condicionamento são os mais recomendados, já que facili-
tam além do aprendizado dos cuidados diários o suporte emocional da 
pessoa com deficiência.
Através da psicoterapia, o auxílio acontece na interpretação da 
linguagem do corpo, das sensações, daquilo que não é falado. A terapia 
cognitivo-comportamental (TCC) trabalha como cada um vê, pensa ou 
sente as diferentes situações. Trabalha a comunicação. O objetivo é 
identificar padrões de comportamento que dão origem aos problemas, 
uma vez identificados, buscam alterar a percepção de forma positiva
Segundo Whitman (2015) esse tipo de terapia vai ajudar o autista 
a processar, recordar informações como o treinamento de autoinstrução.
Fisioterapia
A fisioterapia é outra técnica que auxilia na reabilitação das pes-
soas com TEA, já que atua junto às atividades motoras, desenvolvendo 
as funções básicas desde engatinhar até andar, jogar, pegar objetos. É 
trabalhado a coordenação motora e o desenvolvimento de força muscular. 
O tratamento, na maioria das vezes, é realizado em parceria com a família, 
que aprendendo os exercícios pode repeti-los em casa. O controle da mo-
tricidade facilita o relacionamento, principalmente, na inclusão na escola.
Terapia Ocupacional 
A terapia ocupacional trabalha com os autistas em três frentes 
de atividades da vida diária, da escola e relacionadas ao brincar, com 
foco na independência da pessoa.
Nas atividades da vida diária auxilia o aprendizado de vestir-
-se, ir ao banheiro, comer, beber água, escovar os dentes, pentear os 
cabelos, amarrar os sapatos.
Nas atividades na escola, desenvolvera coordenação motora 
fina, diferenciar cores, tamanhos, cortar com a tesoura, leitura.
Nas atividades relacionadas ao brincar, dar a vez, adquirir ha-
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bilidades para se relacionar, consciência corporal, dividir os objetos.
Pedagogia
Através da pedagogia é que professores podem trabalhar com 
as pessoas com autismo e reavaliar planos de trabalho, executar planos 
individualizados para cada aluno.
A inclusão na escola é fundamental para o desenvolvimento da 
pessoa com TEA. O TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas 
e Crianças com Limitações) é atualmente o método mais utilizado no 
mundo pelos educadores.
Musicoterapia
Através da musicoterapia é possível trabalhar aspectos da co-
municação e do desenvolvimento cognitivo, a música tem poderes de 
promover relaxamento e bem-estar.
Terapias de Integração Sensorial (TIS) 
De acordo com Araújo e Schwartzaman (2011) essas terapias 
abordam a estimulação sensorial através de jogos e brincadeiras que 
vão se tornando complexas à medida que a pessoa com TEA consiga 
executar uma etapa.
Como já dissemos, cada autista é um universo único e, portanto, 
os profissionais envolvidos nas ações de reabilitação devem executar um 
plano individualizado para o atendimento de cada um. Então as variadas 
técnicas e os métodos vão ser executados de acordo com o grau de difi-
culdade apresentado e o grau de resposta, sendo que, necessariamente, 
o que dá resultado positivo para uma pessoa pode dar ou não para outra, 
o que aumenta a responsabilidade dos profissionais no estudo e escolha 
dos instrumentos utilizados para o tratamento do TEA.
LEGISLAÇÃO APLICADA/DECRETO Nº 7.611, DE 2011/ LEI Nº 
12.764 DE 2012 
A Constituição Federal de 1988 é um marco na garantia de di-
reitos da população mais vulnerabilizada deste país. Se a carta magna 
traz o sentimento de cidadania, do reconhecimento do dever do Esta-
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do em proteger seus cidadãos e dos direitos que brasileiros que antes 
viviam à sombra da sociedade, esquecidos, escondidos, de serem re-
conhecidos como cidadãos de direitos, não poderia ser diferente com 
as pessoas com deficiência, a Constituição vai significar um marco na 
conquista de seus direitos.
Na sequência de legislações garantidoras de direitos destacamos 
o ECA - Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.069/90), a LOAS – Lei 
Orgânica da Assistência Social (Lei 8742/1993) e, recentemente, o Estatu-
to do Idoso (Lei 10.741/2003), leis que balizaram a proteção do Estado aos 
seus cidadãos nos grupos vulneráveis, crianças, famílias e idosos. Como 
cidadãos, as pessoas com deficiência se enquadram nessa legislação, no 
entanto, por sua vulnerabilidade necessitavam de legislações mais pecu-
liares e contundentes que especificassem formas de garantir a inclusão. 
No ano de 2006, a ONU realiza a Convenção sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência, em homenagem ao aniversário da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos (1948).
A Convenção foi concebida e organizada pelas pessoas com 
deficiência e com o lema “NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS" e em seu 
artigo 1º define o termo pessoa com deficiência, retirando da pessoa o 
peso de portar a deficiência como se fosse facultativo.
 E em 2007 a ONU definiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial 
da Conscientização do Autismo. Para dar visibilidade à data em cada 
país, vários monumentos são iluminados de azul
Figura 9 - Monumentos são Iluminados de Azul ao em Todo Mundo
Fonte: Uol Notícias - Imagem: Alessandro Buzas/Futura Press, 2019
Como Estado Parte, em 2008 o Brasil ratifica a convenção e pas-
sa a desenvolver atividades de educação em direitos humanos com o tema 
“Iguais na Diferença”. O momento político era favorável ao diálogo com as 
minorias, foram então implementadas propostas para, efetivamente, proce-
der a inclusão das pessoas com deficiência, em especial as de TEA.
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Cabe aqui a observação de que, como já foi estudado, desde 
a constituição o país vem desenhando uma política de inclusão, primei-
ramente, com a criação da Coordenadoria Nacional para Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência – Corde, na sequência promulgando 
leis como a lei de prioridade ao atendimento e da acessibilidade das 
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Somente em 2012 criou-se a Lei 12.764, de 2012, conhecida 
como “Lei Berenice Piana" que criou a Política Nacional de Proteção 
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regu-
lamentada pelo Decreto 8.368, de 2014.
A lei é fruto de uma batalha de Berenice Piana, mãe de uma crian-
ça autista, por diagnóstico e tratamento público para seu filho e todas as 
outras pessoas com esse tipo de deficiência, já que os custos do acompa-
nhamento médico, diagnóstico e tratamento eram inacessíveis às pessoas 
menos favorecidas, o que por si só já se caracterizava uma exclusão. 
Constituída de 8 artigos, foi encaminhada para votação pelo 
senador Paulo Paim e pela Associação em Defesa do Autista.
O artigo 1º define a proteção a pessoa com o Transtorno do 
Espectro Autista - TEA, conceito mais amplo do que simplesmente o au-
tismo, englobando outras síndromes e garante a proteção nos moldes 
da legislação vigente, em igualdade de direitos.
O artigo 2º estabelece as diretrizes da Política Nacional de Pro-
teção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, de-
monstrado na tabela abaixo.
Quadro 8 - Diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista
Fonte: Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno 
do Espectro Autista (2012)
A intersetorialidade prevê que diferentes áreas precisam se ar-
ticular para a implementação de ações que propiciem a inclusão escolar 
das pessoas com TEA, como as políticas de Assistência Social, Saúde, 
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Previdência e a própria Educação.
A participação da comunidade é essencial, já que pais, profes-
sores e a própria comunidade, devem monitorar a inserção e sua efeti-
vidade nos territórios. A atenção integral às questões de saúde implica 
atendimento pelo SUS desde o diagnóstico, medicamentos e acompa-
nhamento por equipe multiprofissional. A diretriz relativa à inserção no 
mercado de trabalho traz como ressalva os preceitos do ECA.
Outras diretrizes dizem respeito à responsabilidade do Estado 
em publicizar as informações, incentivar a capacitação de profissionais 
e estimular a pesquisa sobre o TEA, de modo que a população possa se 
apropriar cada vez mais do conhecimento do transtorno, iniciando assim 
um processo de aceitação da deficiência sem exclusão das pessoas.
A lei ainda afirma que para o cumprimento das diretrizes pode 
o Estado, caso necessário, realizar parceria público-privada.
O artigo terceiro trata de todos os direitos, à vida, à proteção con-
tra qualquer tipo de abuso ou violência, a acessos às políticas públicas so-
cial como saúde, assistência, educação, habitação, trabalho entre outras.
O artigo 4º trata da liberdade e da proibição de maus-tratos ou tra-
tamentos vexatórios. O artigo 5º regula o atendimento pelo setor privado da 
saúde, impedindo qualquer tipo de discriminação ou negativa de atenção 
em virtude da deficiência. E, finalmente, o artigo 7º, já que o 6º foi vetado, 
trata das penalidades caso algum gestor, através de atitude preconceituo-
sa, dificulte ou impeça o acesso da pessoa com TEA à educação escolar.
A lei Berenice Piana significa oinício de um processo de reco-
nhecimento como cidadãos, promoção das pessoas com TEA e, final-
mente, inclusão na sociedade. Mesmo sendo uma trajetória difícil, cada 
avanço significa a diminuição da exclusão, a redução das vulnerabilida-
des perpetuadas em nossa sociedade. 
A importância da Lei Berenice Piana é ampliada à medida que 
reconhecendo o TEA no rol das deficiências, permitiu também que as 
pessoas pudessem ser protegidas pela lei 13.145/15, a lei Brasileira de 
Inclusão da Pessoa com Deficiência, que criou o Estatuto da Pessoa 
com Deficiência.
O Estatuto significa um avanço na conquista e defesa de direitos 
fundamentais como saúde, transporte e educação e acesso à informação, 
instrumento essencial nos dias atuais no combate à discriminação e na 
promoção do atendimento respeitando princípios básicos em relação as 
pessoas com TEA, mas são vários os desafios para sua efetividade quanto 
a promover a igualdade e equidade de oportunidades, como combater a 
falta de informação e o preconceito, como ampliar a visibilidade dessas 
pessoas e suas potencialidades, por exemplo, para o mercado de trabalho.
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A estimativa da ONU é que 1% da população mundial apre-
sente espectro do transtorno autista, no Brasil em 2020 o tema da 
campanha de conscientização foi Todos unidos em 2020 “Respeito 
para todo o espectro”.
Para saber mais a respeito, apresentamos o seguinte artigo 
Artigo da revista autismo sobre a campanha nacional. 
Campanha Nacional 2020 para o Dia Mundial de Conscien-
tização do Autismo. Disponível em: .
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura uma tese de doutorado que versa 
sobre o assunto.
Tese de Doutorado sobre a não discriminação nas relações 
de trabalho- Trabalho Direitos humanos, princípio da igualdade e 
não discriminação: sua aplicação às relações de trabalho. Disponí-
vel em: .
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: MPE-ES Cargo: Promotor de Jus-
tiça NÍVEL: Superior
Os instrumentos da Política Nacional de Integração da Pessoa Por-
tadora de Deficiência incluem
a) a elaboração do Plano Nacional de Integração Estratégica do Por-
tador de Deficiência, visando garantir a efetividade dos programas de 
prevenção, de atendimento especializado e de integração social.
b) o fomento à formação de recursos humanos para adequado e efi-
ciente atendimento das pessoas portadoras de deficiência, bem como a 
fiscalização do cumprimento da legislação pertinente a essas pessoas.
c) a articulação de políticas governamentais e políticas de Estado em 
torno da elaboração de medidas protecionistas aptas a tutelar eficiente-
mente os inválidos de toda ordem.
d) a criação de dispositivos que facilitem a importação de equipamentos 
e o fomento aos acordos de cooperação técnica em biotecnologia de 
próteses enxertadas.
e) o fomento à criação de núcleos interdisciplinares de pesquisa em trans-
plante de órgãos e desenvolvimento de tecidos e cartilagens artificiais.
QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: ACAFE (Associação Catarinense das Fundações 
Educacionais) Órgão: FCEE Cargo: Professor – Informática Nível: 
Superior Pedagogia
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, apro-
vada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que 
os Estados Parte devem assegurar um sistema de educação inclu-
siva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o 
desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta de:
a) Inclusão de crianças no Ensino Fundamental privado.
b) Inclusão plena.
c) Inclusão de crianças na Educação Infantil.
d) Inclusão de jovens no Ensino Profissionalizante.
e) Inclusão de jovens no Ensino Médio.
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: FCC (Fundação Carlos Chagas) Órgão: TRT - 
20ª REGIÃO (SE) Cargo: Técnico Judiciário NÍVEL: Administrativa/
Contabilidade 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 prevê 
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expressamente
a) a competência exclusiva do Município de cuidar da proteção e garan-
tia das pessoas com deficiência.
b) a reserva de, no mínimo, 5% das vagas de concursos públicos para 
pessoas com deficiência.
c) a garantia de um salário-mínimo de benefício a todas as pessoas com 
deficiência.
d) a possibilidade de discriminação no tocante a salários e critérios de 
admissão de trabalhador com deficiência.
e) que a lei deverá reservar percentual de cargos e empregos públicos 
para as pessoas com deficiência.
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: FCC (Fundação Carlos Chagas) Órgão: TER – SP 
Cargo: Técnico Judiciário Nível: Enfermagem
Atenção: Para responder à questão, considere a Lei nº 13.146/2015 
− Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Os produtos que objetivem promover a funcionalidade, relaciona-
da à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com 
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social, correspondem
a) aos elementos de urbanização.
b) às barreiras atitudinais.
c) às adaptações razoáveis.
d) ao mobiliário urbano ou rural.
e) à tecnologia assistiva ou ajuda técnica.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: COPERVE Órgão: UFS Cargo: Pedagogo - Edu-
cação Especial Nível: Superior
De acordo com a Lei n. 13.496/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da 
Pessoa com Deficiência), as barreiras referentes às atitudes ou 
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação so-
cial da pessoa com deficiência em igualdade de condições e opor-
tunidades com as demais pessoas são:
a) barreiras tecnológicas.
b) barreiras comportamentais.
c) barreiras atitudinais.
d) barreiras arquitetônicas.
e) barreiras nas comunicações e na informação.
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A respeito dos direitos das pessoas com deficiência, percebemos que 
existem várias formas de deficiência, e que essas deficiências mesmo 
as em graus mais severos, não impedem as pessoas de conviverem, 
comunicarem-se tanto em família, quanto em sociedade. 
Como direcionamento para realização da questão, assistam ao filme: 
Extraordinário e dissertem acerca do que o filme apresenta em relação 
ao personagem principal, sua convivência familiar e na sociedade.
TREINO INÉDITO 
Sobre o tema debatido no capítulo, deve-se, primeiramente:
a) analisar historicamente a situação da pessoa com deficiência na so-
ciedade.
b) sensibilizar o estudante a atualizar-se constantemente em relação às 
legislações que amparam o direito da pessoa com deficiência.
c) entender os processos de dificuldades que permeiam a condição da 
pessoa com deficiência.
d) estimular os estudantes ao diálogo com as pessoas com deficiência 
para realizar o atendimento com respeito e se atualizarem, a fim de ob-
terem conhecimento sobre o que preconiza a Constituição Federal e o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência.
e) promover ações de rompimento com a disseminação de práticas pre-
conceituosas.
NA MÍDIA
OS 45 MILHOES DE BRASILEIROS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA SÃO 
OS NOVOS PÁRIAS
O artigo veiculado dia 08 de maio de 2019 pelo El País no Brasil, aponta 
que, segundo os dados do IBGE, 45 milhões de brasileiros, apresentam 
algum tipo de deficiência física. 
É apresentado, por exemplo, que as pessoas com deficiência, para se 
locomoverem encontram inúmeras dificuldades por falta de planejamen-to e adequação dos espaços públicos urbanos, acarretando assim, uma 
série de desigualdades de acesso e de oportunidades a essas pessoas. 
Por fim, a matéria em questão, alerta para um contingente de pessoas 
que, sem ter recursos próprios para se locomoverem, ou mesmo ten-
do, encontram dificuldades de circulação haja vista que as cidades e 
os meios para as pessoas se apropriarem dela não foram projetados 
pensando a inclusão das pessoas com deficiência, foi arquitetada des-
considerando que essas pessoas também possuem o direito de ir e vir 
de acessarem qualquer espaço das cidades. 
Fonte: El País- Brasil 
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Data: 08 de mai. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/08/opi-
nion/1557340319_165119.html
NA PRÁTICA
É preciso ter como ponderação que, as cidades não foram pensadas e 
arquitetadas para que pessoas com algum tipo de dificuldade de loco-
moção, pudessem transitar. 
A presente leitura nos leva a uma reflexão que mesmo com vários apa-
ratos jurídicos, que o país passou adotar a partir da Constituição Fede-
ral de 1988 e, posteriormente, acordos em tratados internacionais que 
dizem respeito à concepção acerca das pessoas com deficiência, assim 
como, sobre seus direitos de cidadãos, ainda persistem situações de 
dificuldades que contribuem para a prática do preconceito, e que refor-
çam os processos de exclusão social. 
Por fim, cada qual necessita fazer sua parte, enquanto profissionais e 
sociedade, para auxiliar essas pessoas a acessarem seus direitos e, ao 
mesmo tempo, cobrar das autoridades públicas e jurídicas que os me-
canismos de proteção e de garantia de direitos possam ser cumpridos.
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – PADRÃO DE RESPOSTA
Sabemos que historicamente as pessoas com deficiência eram pessoas 
que não tinham direito de se locomover pelas cidades, de estudar, tra-
balhar e eram concebidas pela sociedade como um estorvo, ou seja, um 
problema tanto para seus familiares, quanto para conviver com outras 
pessoas na sociedade. 
Em relação ao Estado brasileiro, tal realidade tem um princípio de mu-
dança quando a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, 
é garantido a essas pessoas o direito de estudar, de se profissionalizar, 
de mobilidade com acessibilidade, entre outros. A CF/1988 foi um grande 
marco na conquista de direitos sociais e humanos, e a partir dela várias 
legislações sociais foram sancionadas com o objetivo de assegurar os 
preceitos constitucionais a essas pessoas. Por fim, como algumas con-
quistas de consolidação de direitos sociais, podemos mencionar que em 
2015 com o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei 13.146, todos os 
preceitos constitucionais e as legislações que buscaram garantir o passe 
livre, acessibilidade e mobilidade, reserva de assento em locais públicos 
e privados, educação entre outras conquistas, foram ratificados através 
dessa lei e o não reconhecimento e/ou violação destes direitos poderá 
ser respondido em juízo, caso sejam descumpridos quaisquer destes e 
outros direitos consolidados no Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – PADRÃO DE RESPOSTA
Consideramos que se torna fundamental todo aparato jurídico e legal que 
visa garantir os direitos sociais e humanos em relação à pessoa com defi-
ciência no Estado brasileiro, oportunizando que possa, de fato, ser respei-
tada enquanto cidadã de direitos e deveres, devendo ser respeitada a con-
dição peculiar de cada uma em relação à deficiência. Contudo ponderamos 
ser de fundamental relevância que outras medidas se tornem efetivas na 
sociedade, como trabalhar na perspectiva do respeito à igualdade das pes-
soas, compreendendo que cada pessoa é específica, seja em razão de 
sua manifestação religiosa, crenças, costumes, condições etárias, física, 
mental, entre outras questões. Todas são pessoas dotadas de cidadania e, 
assim, merecem ser respeitadas na sua dignidade humana, não cabendo, 
portanto, serem estigmatizadas como “coitadas” ou então vítimas de pre-
conceito por razão da sua condição de deficiência, por exemplo. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – PADRÃO DE RESPOSTA
Sabemos que as pessoas com deficiência, historicamente, não foram con-
sideradas como seres dotados de pessoalidade, logo, eram tratadas com 
objetificação e, por essa razão, eram excluídas de conviver em sociedade. 
Muitas das circunstâncias, levavam essas pessoas a ficarem reclusas den-
tro de suas residências familiares, ou então eram conduzidas à institucio-
nalização, pois acreditava-se firmemente que essas pessoas não sabiam e 
não tinham condição de conviver com outras pessoas e, assim, a reclusão 
em manicômios, hospitais psiquiátricos, entre outros congêneres eram op-
ções mais adequadas. Assim, podemos perceber o quanto essa cultura da 
institucionalização e segregação das pessoas com deficiência contribuiu 
para o reforço de que são “inválidas” e de que não detêm capacidade para 
pensar, produzir e conviver em sociedade. Portanto, consideramos que se 
faz urgente a quebra de paradigma dessa cultura de desconsiderar as pes-
soas por razão de uma deficiência e olhar para essas pessoas como cida-
dãs. É preciso ainda entender que diante de alguma limitação que se possa 
ter em razão da deficiência, existem diversas outras possibilidades dessas 
pessoas em viver e conviver em sociedade como qualquer outro cidadão. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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CAPÍTULO 04
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – PADRÃO DE RESPOSTA
O filme refere-se a uma família com dois filhos, uma adolescente e uma 
criança do sexo masculino. Ele passou por diversas intervenções cirúr-
gicas devido a uma deficiência, essas várias cirurgias deixaram seu ros-
to desfigurado, o que levava esse menino a andar em todos os espaços 
com um capacete, devido ao receio do que poderiam fazer com ele por 
sua condição física. A criança em seus primeiros anos de vida, não fre-
quentou a escola por razões da família temer algum tipo de preconceito 
e exclusão por parte das outras crianças em relação à condição do filho. 
Mas, foi tomada a decisão de matriculá-lo em escola regular. A atitude 
partiu da mãe, já que o pai receava que o filho sofresse preconceito. 
Por fim, consideramos que a família se coloca de forma acolhedora, 
empática e como suporte para auxiliar o filho a superar os dramas vi-
venciados por essa nova fase da vida. O filme resgata e evidencia a 
relevância do papel da família nesse processo de incentivo à inclusão 
social quando se caracteriza como o suporte necessário, cotidianamen-
te, para essa vivência em sociedade. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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Scia é permanente e o termo “porta” refere-se a algo que se apresenta 
como temporário. Além disso, o termo "portador de deficiência" pode se 
tornar um estigma e, com esse estigma, a deficiência se torna a princi-
pal característica da pessoa, o que prejudica a sua condição humana, 
sendo assim, incompatível com o modelo inclusivo que visa promover 
igualdade das pessoas com deficiência e não discriminação.
Porque não usar apenas o termo "deficiente"?
Como no caso anterior, o uso da palavra isolada destaca ape-
nas uma característica do indivíduo, enquanto a expressão "pessoa 
com deficiência" é mais humana, enfatizando a pessoa diante da sua 
deficiência e atribuindo importância a ela, independentemente de suas 
condições físicas, sensoriais ou intelectuais. 
O Ministério Público do Paraná (2017), descreve, portanto, que 
os termos “deficiente” ou "portador de necessidades especiais" estão 
desatualizados e inadequados, pois deixam de estar em conformida-
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de com o novo paradigma adotado pelo Estado brasileiro ao ratificar a 
Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) e, deste modo, 
foram substituídas acertadamente pela terminologia "pessoa com defi-
ciência", que ao adotar uma perspectiva mais humana, acredita que 
esses indivíduos são antes de tudo pessoas.
Diante desse esclarecimento, enfatizou-se a necessidade de 
esforços coletivos para adotar uma terminologia correta e apropriada 
para o novo modelo inclusivo, pois a falha em fazê-lo significava permitir 
a exclusão e estigmatização desses sujeitos. 
Figura 1 – Símbolo do autismo 
Fonte: Adobe Stock, 2020.
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura os seguintes textos: 
Artigo sobre o assunto: História, conceito e tipos de defici-
ência, disponível em http://violenciaedeficiencia.sedpcd.sp.gov.br/
pdf/textosApoio/Texto1.pdf
Acesse o link na página da Coordenadoria da Pessoa com 
Deficiência – O que é deficiência, disponível em http://www.mogi-
dascruzes.sp.gov.br/pagina/coordenadoria-da-pessoa-com-defi-
ciencia/o-que-e-deficiencia
PREVALÊNCIA DA INCAPACIDADE E DIFICULDADES FUNCIONAIS
Conforme Andrade, Silva, Galvão e Pereira (2015), incapacida-
de funcional refere-se à dificuldade ou inabilidade de realizar atividades 
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diárias básicas dentro da faixa considerada normal para os seres huma-
nos. A maior razão para essa limitação é a deficiência física, que afeta 
a capacidade de realizar atividades na sociedade.
Segundo as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, 
cerca de 10,0% da população nos países desenvolvidos possui algum 
tipo de incapacidade funcional, enquanto nos países em desenvolvi-
mento essa proporção sobe para cerca de 15,0%. A incapacidade fun-
cional é geralmente avaliada por autorrelato. As atividades da vida coti-
diana e as atividades físicas são frequentemente usadas para avaliação 
e são consideradas importantes indicadores do estado de saúde. 
A comunidade científica internacional busca entender os fato-
res relevantes para este tema. No entanto, a nível nacional, existem 
poucos estudos populacionais sobre a prevalência de incapacidade fun-
cional adulta. 
Ainda segundo, os autores citados compreender a distribuição 
e os fatores que contribuem para a disfunção pode ajudar os plane-
jadores de políticas públicas a elaborar intervenções para melhorar o 
bem-estar e a qualidade de vida dos adultos brasileiros.
Quanto maior o nível de escolaridade e a renda do adulto, 
menor a chance de sofrer de incapacidade funcional, o que confirma 
os achados anteriores. A educação determina os benefícios da saúde, 
pois facilita o acesso à informação, mudanças no estilo de vida, hábitos 
saudáveis e necessidade por serviços de saúde. Adultos hipossuficien-
tes têm cada vez menos oportunidades de procurar serviços de saúde, 
além do pouco acesso a tratamento e medicamentos.
A incapacidade funcional está relacionada à atividade econô-
mica pessoal. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas inativas 
têm pouca dificuldade na vida diária em comparação com pessoas que 
não trabalham. A hospitalização está relacionada à incapacidade funcio-
nal e reforça achados prévios.
De acordo com Andrade, Silva, Galvão e Pereira (2015), a sín-
drome imobilismo observada no sétimo dia de internação resultou em 
limitação funcional. A função diminuída está associada à hipertensão 
arterial sistêmica, diabetes mellitus, artrite ou reumatismo e doenças 
cardíacas. Esses achados são consistentes com outros estudos. A hi-
pertensão arterial sistêmica é um fator de risco para acidente vascu-
lar cerebral e subsequente incapacidade. A associação entre diabetes 
mellitus e incapacidade funcional é causada por muitos fatores, pois a 
doença está relacionada principalmente a complicações vasculares e 
neurológicas que afetam a capacidade funcional.
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Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos alguns artigos:
Artigo sobre o assunto: Diferenciais sociodemográficos na 
incapacidade funcional dos idosos no Brasil: uma análise das in-
formações do censo demográfico, disponível em http://www.abep.
org.br/publicacoes/index.php/anais/article/viewFile/1765/1725
Artigo sobre o assunto: Indicadores de incapacidade fun-
cional e fatores associados em idosos: estudo de base populacio-
nal em Bagé, Rio Grande do Sul. disponível em http://scielo.iec.gov.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742017000200295
Articulações lesionadas em pessoas com artrite ou reumatismo 
impedem maior mobilidade e movimento, o que pode levar à incapaci-
dade. Pessoas com doenças cardíacas têm um desequilíbrio entre o 
suprimento de nutrientes e oxigênio no músculo esquelético e a circula-
ção, o que pode afetar a capacidade de movimento do corpo. 
Para Andrade, Silva, Galvão e Pereira (2015), a chance de in-
capacidade funcional entre os homens é maior e aumenta com a idade. 
Dados nacionais observaram esse efeito: o envelhecimento aumenta a 
vulnerabilidade, o risco de problemas agravantes de saúde e a preva-
lência de doenças crônicas que induzem a incapacidade. 
No entanto, a exposição a condições desfavoráveis e inade-
quadas durante a vida adulta pode levar ao comprometimento funcio-
nal precoce. Além disso, os homens são mais vulneráveis à violência 
e acidentes, especialmente na juventude. Os programas de prevenção 
devem orientar os jovens, não apenas os idosos. 
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura 
Artigo da Revista Ciência e Saúde - A prevalência de 
incapacidade funcional em idosos no Brasil, disponível em 
: 
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Artigo da Revista Ciência e Saúde - Incapacidade funcional de 
adultos no Brasil: prevalência e fatores associados, disponível em https://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89102015000100268&script=s-
ci_arttext&tlng=pt
DEFICIÊNCIA, DESENVOLVIMENTO E DIREITOS HUMANOS DOS 
DEFICIENTES
Segundo a UNICEF (2018), a falta de dados estatísticos sobre 
pessoas com deficiência leva a sua invisibilidade. Isso é um obstáculo 
no planejamento e implementação de políticas de desenvolvimento que 
melhorem a vida das pessoas com deficiência. As NaçõesUnidas tam-
bém alertam que 80% das pessoas com deficiência vivem em países 
em desenvolvimento. Segundo as estatísticas da UNICEF, um total de 
150 milhões de crianças (menores de 18 anos) têm deficiência (UNICEF 
BRASIL, 2018).
Caro aluno (a), você sabia que a terminologia Pessoa com 
Deficiência foi adotada na Convenção sobre os Direitos das Pesso-
as com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU) em 
2006, mas só foi ratificada no Brasil no ano de 2008.
Vários termos já foram utilizados para caracterizar as pes-
soas, como defeituosos, aleijados, inválidos, retardado, excepcio-
nal todos com valores pejorativos, depreciativos da pessoa, o que 
as tornava inferiores às outras.
Recentemente, o termo 'portadora de deficiência' se mos-
trou incorreto, pois a pessoa não porta a deficiência e, portanto, 
não tem o controle sobre o deixar de portar.
Veja o texto na página oficial do Senado, Linguagem Inclu-
siva disponível em: .
Nos países desenvolvidos, uma pesquisa realizada nos Es-
tados Unidos em 2004 constatou que apenas 35% das pessoas com 
deficiência envolvidas em atividades econômicas estavam realmente 
ativas, enquanto 78% das pessoas com deficiência não participaram. 
Em um estudo realizado pela Universidade Rutgers em 2003, 
um terço dos empregadores entrevistados disseram acreditar que as 
pessoas com deficiência não poderiam efetivamente concluir o trabalho 
necessário. O segundo motivo mais comum para não contratar pessoas 
com deficiência é se preocupar com o custo de instalações especiais 
(ONU BRASIL, 2020).
Por pelo menos três décadas, as necessidades e os direitos 
das pessoas com deficiência têm sido uma prioridade na agenda da 
ONU. Recentemente, após anos de trabalho árduo, a Convenção so-
bre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Opcional 
foram adotados em 2006 e entraram em vigor em 3 de maio de 2008. 
As Nações Unidas têm um comitê em Genebra para monitorar 
o cumprimento da convenção e de seus protocolos. O Brasil é um país 
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signatário e aderiu à convenção desde 2009 e formulou regulamentos 
federais sobre esse assunto desde 2015 
Orientação Legal do Comitê da ONU
“Nada sobre nós, sem nós”, esse tem sido o lema do movi-
mento de direitos das pessoas com deficiência. O comitê observou em 
seus comentários gerais que, consultar pessoas com deficiência levou 
ao desenvolvimento de leis, políticas e programas que contribuem para 
uma sociedade e um ambiente mais inclusivo 
Segundo as Nações Unidas Brasil (2020), isso pode incluir o 
desenvolvimento de informações acessíveis sobre o processo de to-
mada de decisão, a implementação de métodos inclusivos e a garantia 
de que as organizações de pessoas com deficiência tenham acesso a 
fundos nacionais e internacionais para suas operações. 
Portanto, de acordo com as Nações Unidas Brasil (2020), o 
comentário geral tenta ser uma ferramenta útil para fornecer sugestões 
específicas sobre como consultar pessoas com deficiência por meio de 
organizações representativas de pessoas com deficiência. 
O guia também declara que os Estados têm a obrigação de 
garantir que as pessoas com deficiência participem da implementação 
e monitoramento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De-
ficiência através de suas organizações representativas, de acordo com 
o Artigo 4º e o Artigo 33º deste tratado internacional 
Ainda conforme as Nações Unidas Brasil (2020), o comentário 
geral define as organizações de pessoas com deficiência e enfatiza o 
respeito à liberdade de associação de pessoas com deficiência, o direi-
to à reunião pacífica e à liberdade de expressão são essenciais para a 
participação e consulta. 
O Comitê das Nações Unidas para os Direitos das Pessoas com 
Deficiência monitora a conformidade dos países com a Convenção sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência. É composto por 18 membros, 
especialistas em direitos humanos de todo o mundo, são atos individuais, 
ou seja, independentemente dos representantes dos Estados. 
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
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xamos como sugestão de leitura o seguinte texto: 
O direito das pessoas portadoras de deficiência:
Disponível em: .
A VISÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NOS CONTEXTOS FAMI-
LIAR, SOCIAL E PELO ESTADO
De acordo com Barbosa (2012), nas discussões sociais, a pro-
teção das pessoas com deficiência ganhou um amplo espaço. Embora o 
Estado expresse solidariedade com relação à vulnerabilidade dessas pes-
soas e proteja seus direitos por meio de mecanismos legais, ainda existe 
muito trabalho a ser feito para assim dizer que eles foram absorvidos pela 
sociedade. A ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência tornou-se uma atitude importante do Estado brasileiro, pois re-
presenta uma série de compromissos assumidos perante as organizações 
internacionais de proteção de direitos humanos, para formulação de polí-
ticas de promoção e efetivação dos direitos, mas não deve parar por aqui.
Isso significa que a tarefa mais importante a ser praticada é, sem 
dúvida, construir uma via de mão dupla entre os cidadãos, os deficientes e 
seu meio. As políticas públicas devem contemplar todas as necessidades 
reais das pessoas com deficiência (integração social, acessibilidade etc.) 
Ainda segundo o autor, deve-se ter em mente que a regra por 
si só não representa uma atitude específica em relação à promoção de 
direitos, mas deve ser eficaz, caso contrário incorreremos na chamada 
"falsa política". Em outras palavras, é necessário acompanhar as regras 
com atitudes específicas do Estado e com base em ações que possam 
tornar visível a realização desses direitos.
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos alguns artigos para auxi-
liarno processo de aprendizagem e conhecimento do debate aqui 
explicitado:
BLOG Freedom. Pessoa com deficiência: a evolução do 
termo e dos conceitos aplicados. 
Livro A Formação de Professores e estratégias de Ensino- 
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Perspectivas Teórico Praticas. 
Artigo sobre a deficiência intelectual: A inclusão do aluno 
com deficiência intelectual no Ensino Regular
Um exemplo muito claro do que chamamos de “política falsa" 
é o problema da acessibilidade, especialmente a acessibilidade dos es-
paços físicos. Barbosa (2012) diz que o fato é que, apesar da plena 
implementação das leis de acessibilidade, se olharmos em volta, seja 
em um ambiente público ou em um local acessível ao público, podemos 
perceber o número de espaços físicos que não são acessíveis. Até os 
lugares adaptados não atendem aos padrões, e o mais ridículo é que ao 
invés de facilitar, dificulta o acesso.
É importante enfatizar que o conceito de acessibilidade não 
apenas inclui a remoção de barreiras físicas, mas a máxima que deve 
ser extraída das palavras é que o exercício de privilégios como cida-
dãos é muito mais amplo do que a remoção de barreiras; portanto, a 
falta de proteção das diferenças acaba levando à desigualdade. 
Declara o autor que, falar sobre educação inclusiva no sistema 
escolar público é uma verdadeira utopia, porque poucos educadores 
foram treinados para lidar com crianças com deficiência e, mesmo entre 
estudantes de escolas particulares, a realidade não é muito diferente. 
Existem grandes dificuldades na educação e aplicação da lei.
Em resumo, pode-se dizer que a educação inclusiva é essen-
cial para garantir o direito à igualdade, conforme estipulado no inciso 
3º do art. 208 da Constituição Federal que “prescreve [...] atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-
mente na rede regular de ensino”.
É importante enfatizar que isso significa que é um serviço com-
plementar que deve ser diferente da educação escolar, mas não deve 
ser fornecido isoladamente, mas de uma maneira que permita que os 
alunos com deficiência interajam com outros estudantes. Para atender 
às necessidades específicas de cada pessoa, incluindo ferramentas 
para remover barreiras a essas pessoas, temos como exemplo, a Lín-
gua Brasileira de Sinais - LIBRA, Sistema Braille, educação física espe-
cializada etc. (BARBOSA, 2012).
Deve-se acrescentar também que, o acesso a todas as séries do 
Ensino Fundamental é obrigatório para todos os alunos entre 7 e 14 anos. 
O Artigo 24 da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN, 
1996), inclusive incluindo padrões para avaliação de alunos e avanço 
para séries superiores com base no desempenho acadêmico, entre ou-
tros requisitos. Está claro que o Estado e a sociedade estão longe de con-
seguirem atender às reais necessidades das pessoas com deficiência, 
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provando que “a deficiência não está na pessoa, mas a sociedade, o que 
de acordo com todas as outras disposições da Convenção das Nações 
Unidas, está determinado a buscar políticas públicas para emancipação”.
Por sua vez, a sociedade precisa aprender a respeitar as dificul-
dades que essas pessoas enfrentam e romper as barreiras do preconceito. 
É necessário perceber como é importante tratar essas pessoas igualmen-
te, para que se sintam igualmente importantes nos processos de interação 
e construção social, porque elas aparecem cada vez mais entre nós. 
Barbosa (2012) alega que, para permitir que as pessoas com-
preendam a importância das pessoas com deficiência hoje representan-
do a formação de uma sociedade pluralista e sem preconceitos, basta 
analisar o censo de 2010 da IGBE, que se refere a um número impor-
tante de pessoas com deficiência.
O estudo aponta que 24% da população total do país sofre de al-
gum tipo de deficiência (intelectual, motora, visual ou auditiva), equivalen-
te a quase 46 milhões de brasileiros, mas o mais preocupante dos dados 
publicados é a taxa de frequência escolar menor do que as pessoas sem 
deficiência. Repete-se o quadro para os indicadores de carreira e renda. 
A recomendação do autor é notar também que o judiciário de-
sempenha um papel importante na implementação de garantias consti-
tucionais para essa parte da sociedade. Isso ocorre porque, apesar da 
legislação mais ativa, o nível ocupacional de pessoas com deficiência é 
baixo: 46,2%, enquanto as pessoas com deficiência acima de 10 anos 
representam 53,3%. O reflexo que aparece no formulário é de 40,2% 
para pessoas com deficiência e 49,2% para pessoas sem deficiência. 
Não há dúvida de que, nos últimos anos, houve um progresso 
significativo na legislação, pois há muitas leis que estipulam os direitos 
das pessoas com deficiência, mas há grandes dificuldades em colocar 
esses direitos em prática, por isso, ainda há muito espaço para desen-
volvimento nessa direção. Nos últimos anos, a mobilização para realizar 
esses direitos continuou a se desenvolver (BARBOSA, 2012).
Alguns diplomas normativos ainda estão desatualizados na 
concessão de tratamento legal a pessoas com deficiência, como o Códi-
go Civil de 2002, que afirma que "trata-se de um tratamento legal inade-
quado e desatualizado da capacidade civil, podendo até ser enfatizado 
que o encaminhamento de um diploma civil é inconsistente com a Con-
venção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, por sua vez, 
trata a capacidade de lidar com pessoas com deficiência de acordo com 
os princípios constitucionais”. Não iremos aprofundar no momento, mas 
ainda é um fator importante, porque entrou nos aspectos constitucionais 
relevantes e está diretamente relacionado à dignidade humana destas 
pessoas (BARBOSA, 2012).
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Ainda segundo o autor não há dúvida de que a legislação for-
nece proteção adequada para essas pessoas, mas faltam alguns ajus-
tes e fiscalização na implementação efetiva. É nesse ponto que a famí-
lia da pessoa com deficiência desempenha um papel importante, uma 
vez que é na família que ela precisa encontrar o primeiro ponto de apoio 
e proteção. É necessário ter em mente: "não importa quanto os pais 
estejam expostos à deficiência da criança e quão fortes e maduros pos-
sam ser, essa é sempre uma condição cheia de dor, medo e incerteza". 
Nesse sentido, há uma necessidade urgente de fazer os preparativos 
adequados para a família, para que ela possa superar as várias etapas 
que enfrentará a partir de então: rejeição, adaptação e aceitação. 
Este não é um caminho fácil, principalmente porque o precon-
ceito social e as expectativas dos bebês durante a gravidez serão os 
principais fatores para as famílias trabalharem psicologicamente, geral-
mente lutam bastante no processo de encontrar outros diagnósticos, a 
fim de que a realidade atual possa ser negada. 
Segundo Barbosa (2012) nesse ponto é importante não deixar 
a criança fora da vida social (muitos pais o fazem) porque "a autonomia 
e a independência das crianças com deficiência serão compostas por 
suas interações sociais", por isso, é necessário que os pais e as famílias 
se lembrem que quanto mais tardiamente chegar ao estágio de aceita-
ção, expandirão ainda mais as barreiras da discriminação e preconceito 
contra seus filhos e todas as pessoas com deficiência.
Assim como o sistema normativo para a proteção das pessoas 
com deficiência fez um progresso significativo, parentes dessas pesso-
as tornaram-se mais conscientes de seu papel, apesar de sua timidez, e 
contribuíram para que gradualmente eliminassem a situação de segre-
gação de longo prazo. 
O principal fator que contribuiupara essa nova etapa foi romper 
a barreira da ignorância de seus direitos, o que lhes permitiu livrar-se do 
conceito retrógrado de inferioridade enquanto percebia gradualmente sua 
reivindicação de poder. No entanto, essa não é uma realidade que existe 
em todas as famílias. Ainda há muitas coisas a fazer, especialmente aos 
parentes dessas pessoas, para que elas se sintam aceitas e inseridas, 
não só na sociedade, mas também sejam aceitas pelos seus parentes.
Em resumo, o Estado, a sociedade e as famílias das pessoas 
com deficiência precisam urgentemente perceber que alcançar o direito 
à diferença e promover a acessibilidade representa vida para as pesso-
as com deficiência.
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Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura:
Artigo sobre a inclusão social: Portadores de Deficiência a 
questão da inclusão social 
Artigo sobre a Inclusão social: Inclusão social de pessoas 
com deficiências e necessidades especiais: cultura, eucação e lazer.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 
Ano: 2016 Banca: CESPE/CEBRASPE - Centro de Seleção e de Promo-
ção de eventos UNB Órgão: FUB - Fundação Universidade de Brasília 
Cargo: Tradutor e Intérprete de Linguagem de Sinais Nível: Superior
Conforme a convenção Interamericana para a Eliminação de todas as 
formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiên-
cia, as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e 
liberdades fundamentais que outras pessoas, e esses direitos, incluí-
do o de não serem submetidas à discriminação devido à deficiência, 
emanam da dignidade e da igualdade inerentes de todo ser humano. 
Considerando essas informações, julgue os próximos itens, re-
lativos à referida convenção. Tal convenção prevê adoção, pelos 
Estados-parte, de medidas de caráter meramente legislativo para 
eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. 
c) Certo
e) Errado 
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE COVEST-COP-
SET Cargo - Tradutor e Intérprete de Linguagem de Sinais
Com base na Lei Brasileira de Inclusão (Lei n° 13.146/ 2015), assi-
nale a alternativa correta.
a) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado sistema educacional inclusivo na educação infantil.
b) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado sistema educacional inclusivo na educação básica. 
c) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado sistema educacional inclusivo até o ensino superior.
d) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado sistema educacional inclusivo em todos os níveis.
e) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, devendo ser 
assegurado sistema educacional inclusivo em todos os níveis e apren-
dizado até os 21 anos de idade.
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: Prefeitura de Ire-
cê - BA Cargo Pedagogo 
“A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou 
com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus 
direitos de cidadania e de participação social” (BRASIL, 2015, p.13).
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c) Certo
e) Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2019 - Banca: Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconô-
micos (FEPESE) Prefeitura de Florianópolis - SC Cargo: Professor 
- Área: Educação Especial
Estudantes com TEA são aqueles que podem apresentar:
a) Desafios em situações repetitivas
b) Defeitos ao caminhar
c) Dificuldade no desenvolvimento psicomotor
d) Facilidade no desenvolvimento psicomotor
e) Facilidade na comunicação e interação
 
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: Comissão Permanente de Concursos da Univer-
sidade Estadual da Paraíba (CPCON). Prefeitura de Cuitegi - PB 
Cargo: Professor - Educação Especial 
No tocante à avaliação da deficiência, quando necessária, é COR-
RETO afirmar que será: 
a) realizada exclusivamente por equipe médica considerando primeira-
mente os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo
b) realizada exclusivamente por equipe médica considerando os impe-
dimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioam-
bientais, psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de ativi-
dades; e a restrição de participação
c) biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdiscipli-
nar e considerando primeiramente os impedimentos nas funções e nas 
estruturas 
d) biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdiscipli-
nar e considerando os impedimentos nas funções e nas estruturas do 
corpo; os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; a limitação 
no desempenho de atividades; e a restrição de participação
e) realizada exclusivamente por equipe médica, incluindo sobretudo, es-
pecialistas na área da neurologia, clínica geral e pediatria, considerando 
os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; psicológicos; e 
a limitação no desempenho de atividades
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Quando analisamos a questão da pessoa com deficiência, historica-
mente, eram pessoas que não eram consideradas em sua individualida-
de, não sendo respeitado o direito à cidadania.
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Assim, podemos perceber quando andamos pela cidade e vimos as cal-
çadas que foram preparadas somente para pessoas que não possuem 
algum tipo de deficiência trafegarem. Do mesmo modo ocorre quando 
analisamos os meios de transporte público, acesso a prédios, elevado-
res etc., Entretanto, somente após as convenções internacionais dos 
direitos das pessoas com deficiência passou-se a ter um olhar mais 
crítico, voltado a esse segmento populacional e, assim, as legislações 
foram sendo estabelecidas e/ou alterada a Constituição Federal a partir 
de Emendas Constitucionais para fazer garantir o direito social a essas 
pessoas em poder, por exemplo, estudar em uma escola como qualquer 
outra pessoa, ter acesso ao trabalho remunerado, entre outros. 
Destarte, tendo esse texto como base para reflexão, e o presente ca-
pítulo, discorra de forma resumida acerca do processo histórico que 
envolve a pessoa com deficiência e algumas conquistas de direito social 
adquiridas por esse segmento populacional. 
TREINO INÉDITO 
Sobre o processo de análise da pessoa com deficiência deve-se 
primeiramente:
a). Considerar que essa pessoa é um cidadão e, portanto, é dotada de 
direitos e deveres como qualquer outro cidadão.
b). Considerar o princípio da equidade no que tange ao direito social da 
população com deficiência.
c). Compreender que as pessoas com deficiência, mesmo tendo algu-
mas limitações por única razão da deficiência, são dotadas de possibi-
lidades também. 
d) Reconhecer as convenções internacionais como marcos balizadores 
dos direitos das pessoas com deficiência. 
e) Apreender o que os preceitos jurídicos apresentam como parâme-
tros para atuação no atendimento a essa população, nos mais diversos 
campos do Direito.
NA MÍDIA
A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE 
TRABALHO
Dia 3 de dezembro é comemorado o Dia Internacional da Pessoa com 
Deficiência, essa data é comemorada desde 1992. A presente matéria 
nos apresenta a informação de que no último censo do IBGE (2010), no 
Brasil existem cerca de 45% milhões de pessoas com alguma deficiên-
cia no Brasil. 
Quando se analisa o quantitativo de pessoas com deficiência incluídas 
no mercado de trabalho, percebemosa partir do documento oficial do 
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governo; RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais, que em 2016 
apenas 418 mil pessoas com deficiência estavam empregadas com de-
terminações da CLT. 
Isso nos leva à reflexão de que, esse número, mesmo que ínfimo, só 
se concretizou, certamente, por conta de debates que a sociedade vem 
realizando em relação ao direito social dessas pessoas de serem inse-
ridas no mercado de trabalho, bem como estudar, conviver socialmente 
na família, na sociedade, dentre outros. 
E que são necessários mais investimentos nesse tipo de política de 
inclusão social por parte do Estado, para que as empresas que são as 
empregadoras via CLT, possam abarcar esse procedimento de contra-
tação e contribuir com a inclusão social dessas pessoas, de forma so-
cialmente responsável e elevando a condição de serem cidadãos. 
Fonte: Folha de São Paulo. 
Data: 03 de dezembro de 2018.
Leia a notícia na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/empreendedor-
social/2018/12/a-inclusao-da-pessoa-com-deficiencia-no-mercado-de-
-trabalho.shtml 
Acesso em: 20 de maio de 2020. 
NA PRÁTICA
É importante sinalizar que os movimentos de direitos sociais de pessoas 
com deficiência, não só no Brasil, mas também no cenário internacional, 
desenvolveram ações de debates acerca de processos de promoção ao 
direito social dessas pessoas, para usufruírem a cidade, trabalharem, 
estudarem entre outras.
De certo, poderíamos ter até os atuais dias, as pessoas sendo tratadas 
ainda como objetos, ou seja não seriam considerados cidadãos, um 
ser não dotado de direito, e assim, permanecendo confinadas em suas 
residências, sem poder conviver socialmente, tratadas como animais, 
ou entregues a instituições asilares e, assim, completamente afastadas 
de qualquer tipo de convivência com a família e a sociedade como todo. 
Contudo, temos de continuar levando em consideração que, apesar de 
alguma limitação que a pessoa com deficiência possa ter não a impos-
sibilita de assumir determinados postos de trabalho, estudar e de con-
viver na sociedade.
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AS AÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE E DAS INSTITUIÇÕES 
ESCOLARES SOBRE O AUTISMO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
INCLUSÃO
O progresso na realização dos direitos dos grupos excluídos 
envolve a superação da ambiguidade de políticas públicas básicas na 
esfera social: em educação, saúde, família, moradia, desenvolvimento 
social etc., para que possamos salvar a unidade em nossas ações, sa-
bendo que nesta área, sem o apoio necessário da rede, nenhuma ação 
individual pode atingir as metas globais (MATISKEI, 2004). 
Para desempenhar efetivamente esse papel, com o objetivo de 
ter um impacto social efetivo no processo de exclusão social irracional, 
sofrido por alguns grupos da sociedade civil, é necessário reinterpretar 
FUNDAMENTOS, POLÍTICAS PÚBLICAS E
O PAPEL SOCIAL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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as políticas públicas que estão sendo implementadas.
Os projetos econômicos e políticos globais são marcados por 
perfis característicos da sociedade atual, impostos a si mesmos e iden-
tificados por grandes mudanças nos contextos social e cultural, compro-
metidos com as lógicas de organização e produção.
Os valores estabelecidos na sociedade moderna neoliberal 
condenaram a ênfase nos indivíduos, na competitividade e na obser-
vância das habilidades necessárias no mundo do trabalho. Mesmo sob 
pressão, o sistema social busca espaço para exercitar os desafios que 
dominam a ordem e sugere superá-los. (MATISKEI, 2004).
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos alguns artigos para auxi-
liar no processo de aprendizagem e conhecimento do debate aqui 
explicitado:
Artigo sobre Educação de pessoas com espectro autista 
– Educação de pessoas com transtorno do espectro do autismo: 
estado do conhecimento em teses e dissertações nas regiões Sul 
e Sudeste do Brasil (2008-2016)
Reportagem sobre inclusão do autista – Autismo e Escola 
os desafios e a necessidade de inclusão. 
 Para a autora a gestão da educação ecoa seus princípios nas 
escolas, nas quais políticas e planos governamentais são realizados. 
Embora as limitações e possibilidades das políticas neoliberais na so-
ciedade sejam atribuídas às escolas, ela continua desempenhando um 
papel importante no contexto da inclusão social, devendo o gerencia-
mento da inclusão social se comprometer a formar sujeitos sociais e 
fortalecer e estabelecer a identidade local.
Imersa no projeto neoliberal, a escola tem um compromisso 
paradoxal de lidar com duas realidades inerentemente contraditórias. A 
de formar um sujeito social de acordo com as novas necessidades do 
mercado consumidor e, ao mesmo tempo, fornecer respostas a muitas 
pessoas "não qualificadas" que são excluídas da obtenção do conheci-
mento técnico exigido pelo mercado e não cabem nas restrições impos-
tas pelo plano de hegemonia capitalista (MATISKEI, 2004). A educação 
e às escolas competem o confronto com a ordem dominante e o esforço 
para superar os planos políticos e de ensino que adaptam o sujeito ao 
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padrão de exclusão produzido pelo processo de produção capitalista.
Ainda segundo a autora criar espaço para um modelo domi-
nante e para superar problemas é o compromisso da escola, embora 
ela não tenha todas as armas para mudar as relações atuais.
É nessas contradições que o Departamento da Educação Es-
pecial se dedica ao desenvolvimento e à formulação de políticas pú-
blicas cujo, objetivo é respeitar as diferenças e promover os direitos 
humanos. A Secretaria de Estado da Educação definiu suas propostas 
políticas de ensino, restaurou a centralidade das escolas e dos pro-
fessores na gestão das políticas educacionais no Paraná e adotou re-
formas curriculares, a eficácia do novo Plano Estadual de Educação e 
políticas de educação continuada para profissionais da educação.
Como todos sabemos, a política curricular é um espaço público 
para a tomada de decisões e, através da luta ideológica, reflete as con-
tradições da dinâmica dos movimentos sociais. Os textos do curriculares 
simbolizam o discurso oficial do Estado, mas são legalizados por vários 
atores sociais na prática (especialmente participantes no contexto escolar).
Portanto, segundo Matiskei (2004), a educação especial no 
Paraná será responsável por desencadear extensos debates para ajus-
tar a escala dos fundamentos e conceitos que norteiam as práticas de 
ensino da escola, porque o currículo flexível, aberto e dinâmico pode 
aceitar a existência de todas as diferenças no ambiente escolar e é 
inclusivo. Essa construção coletiva será refletida no Plano Nacional de 
Educação em elaboração. As ações relacionadas à reforma curricular 
são promover a capacitação contínua dos profissionais da educação, a 
fim de atender às diversas necessidades dos alunos em sala de aula e 
refletir sobre os desafios da prática docente.
Todas as atividades organizadas pela Secretaria de Estado da 
Educação destinam-se a envolver professores, alunos e outros repre-
sentantes da comunidade escolar no Paraná, incluindo discussões em 
seminários ou mesmo na forma de tópicos relacionados à educação 
especial que constituem o eixo temático do programa do evento 
Além disso, aautora relata que existe um programa de educa-
ção continuada para professores de educação regular e especial para 
o Departamento de Educação Especial, cujo tema é a especificidade 
do processo educacional para alunos com necessidades educacionais 
especiais como princípio norteador.
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Você sabia que a ativista Greta Thunberg foi diagnosticada 
com síndrome de Asperger, ou seja, Autismo leve de alto funcio-
namento, além de TOC – Transtorno obsessivo compulsivo. Ela é 
o exemplo mais recente do potencial das pessoas com TEA. Greta 
conseguiu sensibilizar e mobilizar o mundo em função dos proble-
mas climáticos. Veja a reportagem e conheça mais essa adolescen-
te com TEA que está fazendo a diferença
Reportagem - BBC – News – Brasil - sobre a menina Greta 
e o sucesso na luta ambiental - Greta Thunberg, a adolescente sue-
ca que está sacudindo a luta ambiental
Reportagem - EL PAÍS sobre a síndrome de Asperger - A 
realidade e os mitos da síndrome de Asperger, o transtorno mental 
de Greta 
Segundo Matiskei (2004), acredita-se que, desde o início da 
inclusão e exclusão na sala de aula, fornecemos subsídios para expan-
dir a possibilidade de reflexão e intervenção na prática de ensino. Não 
importa quanto o governo invista na inclusão, é a experiência diária das 
crianças na sala de aula que determina a qualidade de sua participação 
e as várias experiências de aprendizado fornecidas pela escola.
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura: 
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso - Inclusão escolar 
de crianças com autismo na educação básica: teoria e prática. Dis-
ponível em: .
Embora o texto da lei não mencione métodos específicos de 
tratamento, ele fornece apenas diretrizes como atendimento abrangen-
te às necessidades de saúde de pacientes autistas, diagnóstico preco-
ce, atendimento multidisciplinar e acesso a medicamentos e nutrição. 
Nos últimos quatro anos, uma série de debates e objeções foram de-
sencadeadas sobre possíveis maneiras de inserir o autismo no SUS, 
envolvendo múltiplos participantes sociais.
A percepção de que o autismo é uma deficiência desencadeou 
um novo debate sobre como a população deve ser incluída na lista de 
ações e serviços disponíveis ao SUS, além da assistência prestada pelo 
CAPSi, na área de saúde mental, por outro lado, através de entida-
des beneficentes com acordos ou associações familiares (OLIVEIRA, 
FELDMAN, COUTO, LIMA, 2017). Após esses debates, o Ministério da 
Saúde (MS) divulgou dois documentos com o objetivo de fornecer di-
retrizes de tratamento para pacientes com TEA no SUS. O documento 
intitulado "Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Trans-
torno do Espectro Autista (TEA)", cujo método leva o autismo ao campo 
da deficiência e orienta o tratamento através da reabilitação. O outro, 
a "Linha de Cuidado para a Atenção às Pessoas com Transtornos do 
Espectro do Autismo e suas Famílias na Rede de Atenção Psicossocial 
do Sistema Único de Saúde" que considera o TEA como um transtorno 
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mental, vinculando às ações de atenção e cuidado às redes psicosso-
ciais em destaque concentra-se no CAPSi.
Por enquanto, é importante destacar dois documentos oficiais 
emitidos pela federação do SUS com diretrizes diferentes que, estrita-
mente, permitem reter as diferenças e dissensos nos métodos de aten-
dimento dos pacientesautistas do SUS. 
Portanto, pode-se observar que o debate sobre o autismo en-
volve áreas de disputa nacionais e mundiais, que são determinadas por 
fatores específicos em cada caso, mas compartilham diferenças e im-
passes comuns.
Com objetivo de colaborar ainda mais com os estudos dos 
nossos respectivos alunos e alunas nessa referida disciplina, dei-
xamos como sugestão de leitura:
Artigo sobre a identificação dos problemas apresentados 
pelas crianças autistas. Problemas de Comportamento em Crian-
ças com Transtorno Autista Disponível em
Blog de psicologia sobre as características do autismo. 
Conheça os 4 tipos de autismo e suas características, disponível 
em : 
FATORES PARA ENCAMINHAMENTO À AVALIAÇÃO DIAGNÓSTI-
CA DO AUTISMO
Podemos concluir que o transtorno do espectro do autismo foi 
gradualmente inserido nas políticas públicas e torna-se importante en-
fatizar que a inclusão de pacientes autistas no sistema de cotas garante 
que os direitos desses pacientes estejam protegidos por lei. 
Para saber mais a respeito dos conceitos científicos aqui 
apresentados nesse capítulo, exibiremos artigos para auxiliarem 
no processo de aprendizagem. 
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Artigo sobre os aspectos do autismo. Diagnosticando o 
transtorno autista: aspectos fundamentais e considerações práticas. 
Artigo no site do Instituto Neuro Saber orientando como 
identificar o autismo. 5 Passos para o Diagnóstico do Autismo.
Cartilha da Secretaria dos direitos da pessoa com deficiên-
cia.2013. Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico Trata-
mento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espec-
tro Autista (TEA). 
INTELIGÊNCIA, APRENDIZAGEM E TEA: DESENVOLVIMENTO TÍ-
PICO E DESENVOLVIMENTO NO TEA
De acordo com o Portal Educação (2012), em 1943, o médico 
Leo Kanner descreveu onze crianças que tinham o mesmo comporta-
mento primitivo. Ele acredita que essas crianças têm dificuldades ine-
rentes ao estabelecimento de conexões emocionais e interpessoais. 
Asperger descreveu os casos de outras crianças com descri-
ções semelhantes ao autismo, que também mostraram dificuldades na 
comunicação social. Mas elas têm inteligência mais preservada. Atual-
mente, sabe-se que o autismo não é uma doença única, mas uma síndro-
me complexa do desenvolvimento, definida por uma perspectiva compor-
tamental, que exibe múltiplas etiologias e é caracterizada por diferentes 
graus de gravidade. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012). Nas manifestações 
clínicas de diferentes situações, existem fatores relacionados que não 
fazem, necessariamente, parte das principais manifestações do autismo. 
É muito importante que possamos verificar sua capacidade cognitiva.
Como mencionado anteriormente, a definição das manifestações 
do autismo inclui deficiências qualitativas na interação e comunicação so-
cial, comportamentos repetitivos e estereotipados e interesses restritos. 
Segundo ainda a página do Ministério da Educação alterações 
nas interações sociais em crianças com autismo podem se manifestar 
como atitudes sociais isoladas ou inadequadas, mau contato visual, di-
ficuldades em participar de atividades e grupos, indiferença emocional 
ou expressão imprópria de emoções e falta de empatia social ou emo-
cional. Com o tempo, algumas manifestações podem amolecer, mas de-
vido ao estágio em que a criança está passando, outras manifestações 
podem aparecer, como na puberdade. Os adolescentes podem ter mal-
-entendido sobre a visão de outras pessoas, e os adultos com autismo, 
mesmo que tenham habilidades cognitivas, tendem a se isolar porque 
têm grandes dificuldades em estabelecer relacionamentos emocionais. 
A comunicação mostrará graus variados de dificuldade nas ha-
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bilidades verbais e não verbais. Algumas crianças podem não desen-
volver essa capacidade social, enquanto em outras se tornam precá-
rias. Pode ser um discurso caracterizado por jargão, eco, reversão de 
pronome, ritmo anormal etc. Pode ser difícil para outras pessoas iniciar 
e manter um diálogo adequado. Essas deficiências de linguagem e co-
municação persistem na idade adulta, e muitas pessoas com autismo 
ainda não têm expressão verbal.
Segundo o Portal Educação (2012), algumas pessoas têm habi-
lidades de comunicação verbal, mas sempre apresentam falhas no esta-
belecimento de diálogos porque não conseguem se comunicar. Uma das 
características é que elas têm dificuldade em entender aspectos abstratos 
da comunicação, como piadas, sutilezas no diálogo, abstração, coloquialis-
mo e dificuldades em perceber e interpretar linguagens não verbais (como 
linguagem corporal e expressões faciais). Pacientes autistas exibem seus 
comportamentos estereotipados e repetitivos, com a capacidade de resistir 
a mudanças, aderem e se apegam a certas rotinas, e ficam obcecados 
com o movimento de peças (principalmente o movimento rotacional).
Muitas crianças, às vezes, estão muito interessadas em um brin-
quedo específico, mas esse encantamento ou interesse reside apenas em 
manipulá-lo ou alinhá-lo de maneira estereotipada, em vez de usá-lo para 
fins simbólicos. Apesar da importância de fatores biológicos na origem do 
autismo, ainda não existem marcadores específicos para o transtorno. Por-
tanto, o conhecimento do diagnóstico do autismo é uma decisão clínica e 
deve-se tomar cuidado para não se tornar arbitrário. Se você usa padrões 
reconhecidos para definir o autismo, certamente não é um transtorno raro. 
De acordo com os critérios de inclusão, a prevalência de autismo varia de 
40 a 10/100.000, ocupando o terceiro lugar entre os transtornos do desen-
volvimento, antes das malformações congênitas e da síndrome de Down.
De acordo com o Portal Educação (2012), se você considerar 
o transtorno geral do desenvolvimento, a taxa de prevalência é de 2 a 5 
casos por 1.000 casos. Não está claro se a prevalência de transtornos 
gerais do desenvolvimento aumentou. O mais aceitável ou mais prová-
vel é que o aumento no diagnóstico se deva à maior preparação dos 
profissionais de saúde na identificação do transtorno. Os critérios para 
o diagnóstico de autismo podem ser encontrados no Manual de Diag-
nóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana 
de psiquiatria o DSM-IV. O mesmo que outras bibliografias (como a CID-
10, etc.). De acordo com o DSM-IV (1994), deve haver pelo menos seis 
dos doze padrões a seguir, dois de (1) e pelo menos um de (2) e (3): 
1 - Déficits de qualidade na interação social, o desempenho é: 
1.1 - dificuldades marcadas no uso de comunicação não verbal; 
1.2 - falhas no desenvolvimento de relações interpessoais 
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apropriadas no nível de desenvolvimento; 
1.3 - dificuldade em procurar, espontaneamente compartilhar 
interesses ou tarefas prazerosas com outras pessoas; 
1.4 - falta de reciprocidade social ou emocional. 
2 - Déficits qualitativos de comunicação se manifestam como: 
2.1- falta ou atraso no desenvolvimento da linguagem;
2.2- dificuldade marcada na habilidade de iniciar ou manter 
conversação, em sujeitos com linguagem adequada; 
2.3- uso estereotipado, repetitivo da linguagem;
2.4- inabilidade de participar de brincadeiras de faz de conta ou 
imaginativas de formas múltiplas ou espontâneas para o seu nível de 
desenvolvimento. 
3 - Padrões restritos e estereotipados de comportamento, ati-
vidades e interesses:
3.1- preocupação excessiva, com interesses restritos e estere-
otipados; 
3.2- aderência inflexível a rotinas ou rituais; 
3.3- maneirismos

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