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ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA SENSORIAL INCLUSIVA PARA CRIANÇAS NEURODIVERGENTES BIANCA DE SOUZA ARAÚJO ESCOLA ACOLHER CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO - PROAC CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO JOÃO PESSOA l 2023 BIANCA DE SOUZA ARAÚJO Trabalho de conclusão de curso apre- sentado ao Centro universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientador (a): Prof. Sebastiã o Cezar Paredes do Amaral A663a Araújo, Bianca de Souza Anteprojeto de uma escola sensorial inclusiva para crianças neurodivergentes. /Bianca de Souza Araújo. - João Pessoa, 2023. 93f. Orientador (a): Prof. Sebastião Cezar Paredes do Amaral Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Arquitetura Escolar. 2. Educação Infantil. 3. Neuroarquitetura. 4. TDAH e TEA. I. Título. UNIPÊ / BC CDU - 727:373 BIANCA DE SOUZA ARAÚJO BANCA EXAMINADORA ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA SENSORIAL INCLUSIVA PARA CRIANÇAS NEURODIVERGENTES JOÃO PESSOA,_____ de ____________________ de ________. ____________________________________________________ Orientador Prof. Me. Sebastião Cezar Paredes do Amaral Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ ____________________________________________________ Avaliadora Interna Profa. Ma. Christiane Nicolau Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ ____________________________________________________ Avaliador Externo Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem as oportunidades que Ele me deu e a fé do seu propósito em minha vida eu jamais estaria aqui. A minha familia, especialmente aos meus pais, Walquiria Bastos e Luiz Carlos, que não mediram esforços pra realizar os meus sonhos, principalmente o maior de todos: minha graduação em arquitetura e urbanismo, ao meu ir- mão Bruno Navarro e meu primo Deny Bastos que sempre acre- ditaram no meu potencial. Ao meu parceiro de vida, Arlington Neto, que esteve ao meu lado em todos os momentos me incen- tivando e segurando a minha mão para não desistir. Em especial a minha avó, Marli Bastos, que tanto se orgulhava de mim, e partiu antes que esse e tantos outros sonhos se concretizassem. Agradeço aos amigos e futuros colegas de profissão que partilharam dessa caminhada comigo em meio noites em claro, desespero, porém muita parceria e cumplicidade, Vitória Andra- de, Emily Costa, Lucas Macedo, Maria Eduarda e Ana Gabriela. E a Amanda Saraiva e Priscilla Magalhães que conheci ao longo dessa jornada na arquitetura e que se tornaram grandes amigas. Aos professores que fizeram parte e marcaram minha traje- tória, principalmente meu orientador Sebastião Cezar, que sem- pre me apoiou diante de todas as dificuldades que enfrentei ao longo da graduação e acima de tudo acreditou no meu potencial. E a equipe do TCC nota 10 Vitor e Gaby que me auxiliaram não só no TCC, mas durante toda a minha graduação. AGRADECIMENTOS O presente trabalho discorre sobre a arquitetura escolar e a inclusão de pessoas com deficiência, mais especificamen- te o TDAH e o TEA, com a finalidade de desenvolver um ante- projeto de uma escola infantil inclusiva, utilizando métodos da neuroarquitetura, na cidade de João Pessoa – PB. Tendo como objetivo principal a execução de ambientes estimuladores dos campos sensoriais, cognitivos e comportamentais. A elaboração do trabalho foi subsidiada através de pesquisas bibliográficas que contribuíram para a compreensão e embasamento do tema possibilitando a elaboração de um projeto arquitetônico de um ambiente escolar que auxilie o processo de aprendizagem e de- senvolvimento infantil. Além disso, foi imprescindível a análise das características do local, através de coletas de dados, para melhor compreensão das problemáticas e potencialidades da área e assim atender as necessidades na elaboração da pro- posta final. Palavras-chave: Arquitetura Escolar, Educação Infantil, Neuroarquitetura, TDAH e TEA. This paper discusses school architecture and the inclusion of people with disabilities, more specifically ADHD and ASD, with the purpose of developing a preliminary project for an inclusive children’s school, using neuroarchitecture methods, in the city of João Pessoa – PB. The main objective is to execute stimula- ting environments for sensory, cognitive and behavioral fields. The paper’s preparation was supported through bibliographical research that contributed to the understanding and basis of the theme, enabling the elaboration of an architectural project for a school environment that helps the learning process and child de- velopment. Furthermore, it was essential to analyze the charac- teristics of the site, through data collection, to better understand the problems and potential of the area and thus meet the needs in preparing the final proposal. Keywords: School architecture, Childhood education, Neuroarchitecture, Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and Autism Spectrum Disorder. RESUMO ABSTRACT Nossa tarefa, em termos de criatividade, é ajudar as crianças a escalar suas próprias montanhas o mais alto possível. Loris Malaguzzi LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS Figura 1: Taxa de escolarização de pessoas com e sem deficiência no Brasil e regiões .....................................................................................................20 Figura 2: Pessoas com deficiência no Brasil ..............................................21 Figura 3: Pessoas com deficiência nas regiões do Brasil ..........................22 Figura 4: Objetivos .....................................................................................22 Figura 5: Procedimentos metodológicos ....................................................23 Figura 6: Blocos de Froebel .......................................................................32 Figura 7: Diagrama de alguns parâmetros de projeto (patterns)................34 Figura 8: Fluxograma para elegibilidade aos serviços de educação especial 36 Figura 9: Escala de avaliação do TEA ........................................................39 Figura 10: Métodos de tratamento para o TEA ..........................................40 Figura 11: Vista aérea ................................................................................44 Figura 12: Planta baixa térreo ....................................................................44 Figura 13: Performance ambiental .............................................................45 Figura 14: Fachada acesso principal..........................................................45 Figura 15: Planta baixa...............................................................................46 Figura 16: Corte..........................................................................................46 Figura 17: Pátio interno ..............................................................................47 Figura 18: Mapa de localização..................................................................50 Figura 19: Imagem via satélite ...................................................................50 Figura 20: Mapa de cheios e vazios ...........................................................51 Figura 21: Mapa de uso e ocupação ..........................................................51 Figura 22: Mapa de atributos ambientais ................................................... 52 Figura 23: Mapa de mobilidade urbana ......................................................52 Figura 24: Níveis de temperatura e precipitação durante o ano em João Pes- soa ..............................................................................................................53 Figura 25: Rosa dos ventos........................................................................53 Figura 26: Diagramade insolação e ventilação ......................................... 54 Figura 27: Mapa de macrozoneamento de João Pessoa ...........................54 Figura 28: Mapa de usos de João Pessoa .................................................54 Figura 29: Tabela de zoneamento ..............................................................55 Figura 30: Divisão dos grupos por idades e quantidade de crianças por turma ..........................................................................................................55 Figura 31: Funcionograma .........................................................................58 Figura 32: Conceito do projeto ...................................................................62 Figura 33: Diagrama de implantação .........................................................63 Figura 34: Diagrama de acessos................................................................64 Figura 35: Diagrama de setorização ..........................................................65 Figura 36: Diagrama de fluxos ...................................................................66 Figura 37: Diagrama de volumetria ............................................................67 Figura 38: Perspectiva fachadas norte e leste ...........................................69 Figura 39: Diagrama estrutural ...................................................................70 Figura 40: Materiais e elementos ...............................................................71 Figura 41: Perspectivas fachadas norte e leste .........................................72 Figura 42: Fachada norte ...........................................................................73 Figura 43: Playground ................................................................................74 Figura 44: Pátio interno ..............................................................................75 Figura 45: Pátio interno ..............................................................................78 Figura 46: Sala de atividades grupo B e C .................................................79 Figura 47: Sala de atividades grupo B e C .................................................81 Figura 48: Sala de atividades grupo B e C .................................................82 Figura 49: Catinho da calma, sala de atividades grupo B e C ...................83 Tabela 1: Tabela de autores para embasamento teórico .............................23 Tabela 2: Tabela de documentos utilizados .................................................24 Tabela 3: Dias e horários das observações em campo ...............................24 Tabela 4: Quadro resumo dos correlatos ....................................................47 Tabela 5: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor adminis- trativo ...........................................................................................................56 Tabela 6: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor educa- cional ...........................................................................................................56 Tabela 7: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor de su- porte ............................................................................................................56 Tabela 8: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor de servi- ço .................................................................................................................57 Tabela 9: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor recreati- vo .................................................................................................................57 Tabela 10: Diretrizes projetuais ...................................................................62 SUMARIO´ 1 2 4 5 6 +3 INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS PROPOSTA ARQUITETÔNICA ESPACIALIDADES CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS REFERENCIAL PROJETUAL 1.2 JUSTIFICATIVA 1.1 INTRODUÇÃO 2.1 A ARQUITETURA E A NEUROCIÊNCIA 4.1 LOCALIZAÇÃO 4.2 DIAGNÓSTICO DE CAMPO 5.1 CONCEITO E PARTIDO 3.1 PROJETO VENCEDOR DO CONCURSO NACIONAL DE ARQUITETURA PROMOVIDO PELA CODHAB-DF PARA ESCOLA DE CLASSE 3.2 ESCOLA INFANTIL E CRECHE EM PALMERAS EM ALCÁZARES / COR & ASSOCIADOS 3.3 QUADRO RESUMO DE PROJETOS CORRELATOS 2.2 A ARQUITETURA ESCOLAR 5.2 DIRETIZES PROJETUAIS 6.1 PÁTIO INTERNO INTERATIVO 6.2 AMBIENTE INTERNO2.3 TDAH E TEA 4.3 CONDICIONANTES LOCAIS 5.3 IMPLANTAÇÃO E ACESSOS 4.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE 5.4 SETORIZAÇÃO E FLUXOS 5.5 FORMA E VOLUME 5.6 MODULAÇÃO ESTRUTURAL 5.7 MATERIAIS E ELEMENTOS 4.6 FUNCIONOGRAMA 4.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA 1.3.1 OBJETIVOS GERAIS 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1.4.2 PESQUISA DE CAMPO 1.4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA, SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 1.4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL 20 18 28 50 51 62 44 45 47 31 62 78 7935 53 62 54 65 67 70 71 58 55 22 22 22 24 24 23 23 1. INTRODUÇÃO 18 19INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO O anteprojeto em questão trata da execução de uma esco- la para crianças portadoras de necessidades especiais através da compreensão da neuroarquitetura1 aplicada em ambientes de trabalho, escolas e até mesmo nas residências. É de extre- ma importância que esses lugares estimulem positivamente os usuários, visto que se passa grande parte do tempo de vida em espaços internos. A neuroarquitetura é uma área interdisciplinar que une os conhecimentos da neurociência, da ciência cognitiva, da psico- logia, da arquitetura e do urbanismo e busca compreender como o ambiente nos afeta. Com ela se projeta focando não apenas na estética e na função, mas também levando em consideração os impactos em níveis mais profundos que o ambiente pode ge- rar em nosso organismo, muitos deles fugindo da nossa percep- ção consciente. Esta área da arquitetura se refere as diferentes substân- cias produzidas pelo cérebro que são capazes de alterar o hu- mor e o comportamento dos usuários ao longo de sua presença em determinado ambiente tanto a curto como a longo prazo. Os 1 A Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA) foi formada em San Diego (Califórnia) em 2003, na Convenção da AIA. Quem inaugurou o termo foi o Dr. Fred Gage (neurocientista sênior do Salk Institute e ex-presidente da Sociedade de Neurociências), em seu discurso sobre arquitetura e neurociência: a neuroarquitetura. 2 O “self autobiográfico”, portanto, depende das lembranças sistematizadas de situações que ocorrem durante o processo de vigília ao longo de toda a vida de um indivíduo, gerando aquilo que Damásio denominou de “memória autobiográfica” (SILVA, 2010). 3 O transtorno do espectro do autismo (TEA), conforme denominado pelo DMS-5, o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, tam- bém conhecido pela sua denominação antiga (DSM IV): autismo, é um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comu- nicação verbal e não verbal e comportamento restrito e repetitivo. 4 Síndrome de Asperger (SA) é uma perturbação do desenvolvimento caracterizada por dificuldades significativas a nível dos relacionamentos sociais e comunicação não verbal, a par de interesses e padrões de comportamento restritos e repetitivos. efeitos são analisados através e estímulos cerebrais, das subs- tâncias que o cérebro produz e dos sinais vitais das pessoas durante seu período naquele espaço. Contudo, os efeitos que um ambiente pode gerar em jo- vens e adultos não é o mesmo gerado em crianças ou idosos. O estudo de Maria Montessori (1949) sobre como funciona o cérebro das crianças constatou que durante a primeira infância a mente das crianças é dividida em duas partes: a mente absor- vente inconsciente, que dura do 0 aos 3 anos e a mente absor- vente consciente, de 3 a 6 anos de idade. Ou seja, de acordo com essa teoria, a criança pode absorver estímulos do ambientedesde o seu nascimento. Dessa forma, é de extrema importância que os ambientes que as crianças vão passar mais tempo, como a escola, sejam ricos em estímulos que contribuam para um desenvolvimento saudável, pois de acordo com o estudo de David Hubel e Torns- ten Wiesel, vencedores do prêmio Nobel de Fisiologia e Medici- na de 1981, determinadas habilidades dependem da experiência para que o cérebro se desenvolva normalmente, principalmente no período pós-natal. Além disso, esse tipo de arquitetura contribui para a criação de um senso de identidade nas crianças. É durante a infância e adolescência que se forma o banco de memórias básico que influenciará no comportamento ao longo da vida. Partes dessas memórias integrarão o self-autobiográfico2 , que é nossa auto- biografia. Ambientes enriquecidos sensorialmente podem ajudar na criação de memórias mais fortes e que se mantem vivas ao longo da vida. É importante que os ambientes sejam desafiado- res, estimulem os sentidos e proporcionem uma vontade de ex- plorar, e que, ao mesmo tempo, as crianças sintam-se seguras no espaço. É imprescindível também que a arquitetura estimule não apenas o cérebro, mas similarmente o corpo da criança. Assim, é primordial que todas as crianças tenham acesso a uma boa educação incluindo aquelas com necessidades es- peciais, sejam elas físicas, visuais, mental, auditiva ou múltiplas. Em casos como o TEA3 , asperger4 , entre outros, a estimulação na infância deve ser personalizada, com acompanhamento in- dividualizado, e utilizando todos os canais sensoriais para con- quistar a comunicação com a criança podendo se utilizar ferra- mentas como o desenho, brinquedos, música, e outras coisas a mais que presentes no ambiente irão encoraja-las de maneira natural a se integrar socialmente. O seguinte trabalho se trata de um anteprojeto de uma es- cola sensorial inclusiva para crianças neurodivergentes, através do emprego da neuroarquitetura e utilizando a metodologia de Reggio Emilia. Ele está estruturado em três capítulos sendo eles, o referencial teórico onde é tratado questões sobre a arquitetura e a neurociência, o ambiente escolar atual e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) e o TEA (Transtorno do Espectro Autista); o diagnóstico de campo que contará com informações sobre o lote escolhido para realizar o projeto e seu entorno; e o memorial projetual que apresentará o resultado final do anteprojeto. 20 21INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 1.2 JUSTIFICATIVA De acordo com dados estatísticos coletados do IBGE5 no último censo de 2010 foram identificadas 14,6 milhões de pesso- as não sabiam ler nem escrever entre 162 milhões de brasileiros com mais de 10 anos. O ensino obrigatório no Brasil começa com a matrícula da criança aos 6 anos de idade, a taxa de esco- larização para o grupo etário de 6 a 14 anos para os segmentos das crianças sem nenhuma das deficiências (visual, auditiva, motora e mental ou intelectual) e com pelo menos uma das defi- ciências no Brasil resultou respectivamente em 96,9% e 95,1%. Apesar disso, a taxa de analfabetismo em pessoas com defici- ência foi de 9,6%. É importante destacar que a situação atual da educação infantil precisa de algumas mudanças e para isto as políticas públicas devem priorizar a educação básica e construir projetos que contribuam para o desenvolvimento das crianças. A educação infantil é o momento inicial em que os edu- candos começam a construir suas identidades a partir de ex- periências diversas, dos novos relacionamentos e dos aprendi- zados relativos tanto ao autoconhecimento como a descoberta do mundo que os cerca. Inúmeras conquistas devem acontecer nessa fase da vida das crianças, dentre elas o desenvolvimento da autoconfiança, aumento da autoestima, ampliação de víncu- Figura 1: Taxa de escolarização de pessoas com e sem deficiência no Brasil e regiões Figura 2: Pessoas com deficiência no Brasil Fonte: Censo IBGE, 2010 Fonte: Censo IBGE, 2010 5 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE se constitui no principal provedor de dados e informações do País, que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. 6 Projeto criado em 2018 por Andréa de Paiva para disseminar discussões sobre as conexões entre a ciência cognitiva e a arquitetura, o design e o urbanismo. los afetivos para além do ambiente familiar, ganho de autono- mia, construção do valor da responsabilidade social, entre ou- tros. Esses são alguns fatores responsáveis pela constituição de cidadãos ativos, críticos, engajados e que, no futuro, poderão agir em prol da sociedade. A neuroarquitetura está começando a ganhar espaço no Brasil. Cada vez mais profissionais de diversas áreas buscam criar um ambiente ao qual o usuário se conecte emocionalmente por meio dos sistemas sensoriais, tendo uma experiência po- sitiva e marcante. A Academia de Neurociência para arquitetu- ra (ANFA) é a principal corporação em estudos voltados para a área. Já no país em pauta podemos destacar o NeuroAu6 , proje- to nacional que procura promover e avançar o conhecimento da neuroarquitetura e suas diversas formas de aplicação. Algumas alternativas que serão utilizadas no projeto e que proporcionarão um ambiente sensorial são: emprego da psico- logia das cores, da iluminação natural, do layout, da altura dos ambientes e dos materiais nele presentes, texturas, o equilíbrio entre o som e sua ausência e até mesmo cheiros presentes nos espaços podem estimular o campo cerebral das crianças. Além desses fatores, há uma preocupação com a ergonomia e com a acessibilidade tornando o espaço inclusivo para todos. A escolha para a inserção da proposta na cidade de João Pessoa se deu através da constatação do Censo demográfico de 2010 realizado pelo IBGE no qual os resultados apontam que o Nordeste é a região que possui a maior taxa de prevalência de pessoas com pelo menos uma das deficiências (visual, auditiva, motora e mental ou intelectual) com 26,63%, sendo os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba os de maior incidência com taxas de 27,76% e 27,58% respectivamente. 22 23INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Figura 3: Pessoas com deficiência no Brasil Figura 5: Procedimentos metodológicos Tabela 1: Tabela de autores para embasamento teórico Figura 4: Objetivos Fonte: Censo IBGE, 2010 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Pesquisa Bibliográfica Autor Publicação/Ano Tema MONTESSORI, Maria Livro Mente Absorvente / 1949 Personalidade e desenvolvimento da criança MEDINA, Vilma 10 conselhos para estimular crianças com autismo / 14 de agosto de 2018 Como estimular crianças com autismo KOWALTOWSKI, Doris Livro arquitetura escolar o projeto do ambiente de ensino / 2011 Projeto arquitetônico e conforto ambiental para a qualidade do ambiente escolar TEIXEIRA, Gustavo Livro desatentos e hiperativos/ 2017 TDAH: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade SILVA, A.B.B. Livros Mentes Inquietas/ 2014 TDAH: Desatenção hiperatividade e impulsividade STONER, Dupaul Livro TDAH nas escolas/ 2007 TDAH: Estratégias de avaliação e intervenção Dessa forma, mediante os benefícios da neuroarquitetura, seu avanço e sua limitada exploração nas escolas do país, as- sim como a pretensão por um sistema de ensino adequado e que abranja todas as crianças, de diversas idades e limitações, foi proposto um anteprojeto de uma escola com salas interativas e sensoriais na cidade de João Pessoa - PB visando unir os con- ceitos da estratégia citada anteriormente. Desenvolver o anteprojeto de uma escola sensorial inclu- siva para o aperfeiçoamento do ensino das crianças em João Pessoa – PB aplicando metodologias da neuroarquitetura. No presente trabalho será necessária uma pesquisa docu- mental no acervodo IBGE, censo de 2010, com o intuito de iden- tificar em qual região do país abrange uma maior quantidade de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência. Outra fonte importante são os estudos da pedagoga infan- til, Maria Montessori que em 1949 publica o livro ‘Mente Absor- vente’ que analisa a mente das crianças em suas diversas fases de crescimento, a partir da influência do ambiente. Além desses, outro artigo bibliográfico importante que será utilizado é o estudo da Jornalista, Mestre em Necessidades e Di- reitos da Criança e do Adolescente e diretora do site guiainfantil. com Vilma Medina, onde foi publicado o mesmo em 14 de agos- • Compreender o emprego da neuroarquitetura visando a execução de ambientes estimuladores; • Realizar estudos sobre o desenvolvimento e as necessi- dades das crianças neurodivergentes; • Conceber espaços que adotam princípios das neuroar- quitetura com ênfase em estímulos dos campos sensoriais, cog- nitivos e comportamentais. 1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA 1.3.1 OBJETIVOS GERAIS 1.4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS to de 2018 que se expõe 10 conselhos para estimular crianças com autismo. Por fim, é de extrema importância a pesquisa documental na prefeitura de João Pessoa com o propósito de coletar dados como bases cartográficas digitais, perfis topográficos, legislação urbanística via plano diretor e código de obras para melhor com- preensão da área onde a escola será inserida. 24 25INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Tabela 2: Tabela de documentos utilizados Tabela 3: Tabela de dias e horários das observações de campo Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Pesquisa Documental Instituição Publicação/Ano Tema IBGE CENSO / 2010 Número de pessoas com alguma deficiência por região PMJP Código de urbanismo Leis da cidade de João Pessoa NBR 16636-2 Norma técnica Elaboração de projeto de arquitetura Idas a campo para observação Dia Turno Horário 29/05/2023 Manhã 9h00 31/05/2023 Tarde 14h00 01/06/2023 Noite 18h00 É imprescindível conhecer bem o local em que acontece- rá o projeto. Para isso é de suma importância a realização de visitas na área de estudo que fica localizada no bairro Paratibe na cidade de João Pessoa PB, para observações das condicio- nantes locais, além da análise através de imagens de satélite e dados fornecidos pela prefeitura. Para um melhor resultado da coleta de dados e realização do anteprojeto, foram utilizados diversos instrumentos como, registros fotográficos e uso de imagens de satélite para com- preensão das condicionantes, leitura do lugar para mapear os resultados e o uso de instrumentos topográficos para verificar medidas e desníveis presentes no terreno. Após a coleta, com as informações obtidas, foram realiza- dos mapas temáticos, gráficos, textos e diagramas através de softwares como autocad, sketchup, illustrator, photoshop, entre outros, contribuindo assim para uma melhor concepção do local. 1.4.2 PESQUISA DE CAMPO 1.4.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA, SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 2. REFERENCIAL TEÓRICO 28 29REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO A arquitetura é, fundamentalmente, uma forma de lingua- gem. Uma edificação está em constante diálogo com os seus usuários mesmo que de forma inconsciente. A interação comuni- cativa da mesma não é apenas do tipo estético, ou seja, do tipo “belo” ou “feio”, nem apenas funcional ou cultural – que reflete a cultura de um povo –, mas também para aquilo que as pessoas sentem, fazem e são. A neurociência possui diversos métodos que buscam com- preender como o ambiente físico impacta os indivíduos, isto é, sobre seu comportamento e saúde. O arquiteto norte americano e um dos maiores especialistas mundiais em arquitetura com- portamental John Zeisel cita alguns meios práticos fornecidos pela neurociência que a arquitetura pode dispor: A neuroarquitetura presume que o ambiente tem influência direta nos padrões mais primitivos de funcionamento do cérebro. Essa atividade cerebral e a percepção individual contribui para o trabalho dos arquitetos, pois, com isso, permite-se projetar ambientes que suprem não somente a necessidade física dos indivíduos, mas, sobretudo, necessidades psicológicas e emo- cionais. Ao estudar os sentidos do corpo humano e compreender que o nosso cérebro foi programado para viver na natureza, que é extremamente rica em estímulos, entende-se a importância da arquitetura ser uma extensão disso. É essencial o arquite- to perceber quais sensações o ambiente irá provocar em seus usuários para então projetar aplicando a neuroarquitetura para os sentidos. (…) o conhecimento de que em UTIs neonatais de vem ser evitadas luzes fortes e sons intensos, que pode danificar a sequência genética programada do desenvol- vimento do pavilhão auditivo e do córtex cerebral dos be- bês. [...] Já em centros de tratamento de portadores de Alzheimer os corredores devem ser planejados de forma a mostrarem um destino claro, que conduza o paciente a andar com objetivo, e não vagar, ação comum em quem é atingido pela doença. ” (Zeisel, 2010 apud Oliveira, 2012). As percepções do espaço não consistem apenas no que podemos ver, mas também no que ouvimos, sen- timos, e até mesmo no que cheiramos. Desta maneira a arquitetura é capaz de mostrar o invisível, aquilo que não podemos ver, mas podemos sentir, despertando associa- ções de que não tínhamos consciência antes. ” (Hertzber- ger,1999. pg. 230). A luz é, assim, a grande intermediária entre a natu- reza e o homem. Ela apresenta todos os detalhes à per- cepção do ser humano numa multivariada gama de sen- sações visuais coloridas ou não. ” (Farina, 2006, p. 27). 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 A ARQUITETURA E A NEUROCIÊNCIA Uma das formas de manifestação sensorial na arquitetura é o uso das cores. A neuroarquitetura, juntamente com cientistas e psicólogos buscam compreender os impactos gerados pelas cores nos usuários. “Percebemos que as cores assumem polari- 7 Ritmo circadiano ou ciclo circadiano (do latim circa cerca de + diem dia) designa o período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite. zações de sentidos. Em determinado contexto, estão carregadas de sensações positivas e, em outro, podem assumir sensações absolutamente negativas. ” (FARINA, 2006, p. 2). A escolha de uma cor para a aplicação em um projeto vai muito além da estética. A identificação das cores está diretamen- te ligada a sobrevivência da nossa espécie, por isso, nosso or- ganismo evoluiu de forma a gerar respostas padronizadas para algumas cores. Conforme nós passamos a viver em sociedades com culturas próprias, significados foram sendo atribuídos as cores: vermelho é a cor da paixão; preto é a cor do luto, sendo capaz dessa interpretação mudar de cultura para cultura. Outro ponto que pode gerar um grande impacto aos usu- ários é a iluminação. A arquitetura dispõe de elementos do es- paço para captar, refletir e até mesmo emitir a luz. Contudo, a iluminação natural é de extrema importância para os espaços vivenciados de uma obra arquitetônica, pois ela permite a sin- cronização do ritmo circadiano7 com os períodos de dia e noite do ambiente, ou seja, é através da luz que nosso cérebro sincro- niza grande parte do seu funcionamento com o mundo exterior. Para criar ambientes mais humanos e que respeitem o rit- mo biológico, os projetos devem incorporar as percepções da neuroarquitetura, principalmente em espaços de longa perma- nência. No interior de um recinto, se bem empregada, a luz na- tural pode melhorar a obtenção de qualidade, diminuindo consi- deravelmente os índices térmicos e evitando problemas como ofuscamento e contraste. Essa estratégia propicia o bem-estar, além de melhorqualidade de vida aos usuários. Diversos métodos são aplicados ao projeto com objetivo de promover estímulos positivos nos usuários, alguns deles são: o método Montessori, abordagem Reggio Emilia e a pedagogia Waldorf. No início do séc. XX, Maria Montessori começou a desen- volver um método com o objetivo de promover uma educação que contribua positivamente ao desenvolvimento do cérebro da criança. De acordo com Montessori, o ponto mais importante do método é a possibilidade de libertar a verdadeira natureza dos indivíduos para que então possa ser observada e compreendi- da, e para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança. 30 31REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO Diante disso, é de extrema importância dar a criança con- dições de movimentar-se com liberdade de escolha, ou seja, diante de suas necessidades sem a interferência de um adulto. Algumas características essenciais de uma escola Montesso- ri incluem: um conjunto completo de materiais montessorianos para cada sala e grupo etário; liberdade concedida aos alunos para que escolham em que, onde e por quanto tempo trabalhar; mesas e cadeiras dimensionadas a escala da criança, o uso de materiais que elas possam manipular, entre outros. No período pós guerra mundial, por iniciativa de mães vi- úvas e sob a coordenação do pedagogo e jornalista Loris Mala- O material sensorial é constituído por uma série de objetos, agrupados segundo uma determinada quali- dade física dos corpos, tais como: cor, forma, dimensão, som, grau de aspereza, peso, temperatura... Assim, por exemplo, um grupo de campainhas musicais reproduz os tons musicais; um conjunto de tabuinhas de cores dife- rentes, em gradação; um conjunto de sólidos que tem a mesma forma e dimensões graduadas; e outros que, ao contrário, se diferenciam entre si pela forma geométrica; objetos de diferentes pesos e de tamanho igual, etc. Cada um desses conjuntos possui a mesma qualidade, porem em graus diferentes: trata-se, pois, de uma graduação na qual a diferença de objeto para objeto varia regulamen- te e, quando possível, é matematicamente estabelecida. (apud Moraes, 2009, pg. 73) O sistema de Reggio pode ser descrito sucinta- mente da seguinte maneira: ele é uma coleção de escolas para crianças pequenas, nas quais o potencial intelectual, emocional, social e moral de cada criança é cuidadosa- mente cultivado e orientado. (Edwards; Gandini; Forman, 1999, prefácio) Se prepararmos um ambiente em casa que seja adequado às dimensões da criança, às suas forças, às suas faculdades psíquicas, se as deixarmos viver com liberdade, teremos dado um passo imenso rumo à solu- ção do problema educativo em geral, pois teremos dado à criança o seu ambiente. (Montessori, 1929, p. 65) 8 Régio da Emília (em italiano: Reggio Emilia) é uma comuna italiana da região da Emília-Romanha, província de Régio da Emília, com cerca de 169.223 habitantes. guzzi foi criada a pedagogia de Reggio Emilia8. Em uma época de reconstrução das cidades, a preocupação do grupo era em relação as novas escolas, onde desejavam criar um ambiente tranquilo, acolhedor e alegre, com uma atmosfera de lar, onde as crianças pudessem ficar enquanto as mães trabalhavam. Para que uma escola, seguindo os modelos Reggio Emilia seja construída ou reformada, é imprescindível que o contexto urbano do local onde será inserida seja considerado e analisado. Além disso, há alguns parâmetros que devem ser seguidos. São os seguintes: Elementos arquitetônicos são entendidos como parte do material didático das aulas; Iluminação natural é apro- veitada para criar efeitos de luz e cores que estimulam a curiosi- dade e a criatividade; Ambientes mais aconchegantes que visam a sensação de acolhimento; Flexibilidade dos interiores que, de preferência não tenha elementos fixos, para assegurarem rapi- dez e segurança na modificação proposta pelas próprias crian- ças; Paredes de vidro com função de conectar jardins internos e externos; Praças centrais promovendo espaços de encontro; Espaço de recolhimento, que são menores e estrategicamen- te posicionados para proporcionar refúgio para as crianças que sentirem essa necessidade emocional; entre outros. Assim, mediante o que foi exposto, é possível concluir que essas metodologias podem e devem ser utilizadas para tornar a ação humana mais efetiva e, acima de tudo, para criar espaços mais saudáveis no curto e no longo prazo. Além disso, são capa- zes de tornar o aprendizado das crianças mais didático, tornan- do-as mais preparadas para serem adultos e cidadãos melhores. O ambiente escolar é o local do desenvolvimento do pro- cesso de ensino e aprendizagem. O edifício escolar deve ser analisado como resultado da expressão cultural de uma comu- nidade, por refletir e expressar aspectos que vão além da sua materialidade. A discussão sobre a arquitetura escolar exige re- flexões sobre a história e a evolução da sua linguagem formal e das avaliações do ambiente, que incluem o conforto dos aspec- tos térmico, acústico, de iluminação e funcionalidade. 2.2 A ARQUITETURA ESCOLAR O arquiteto, ao definir os espaços e usos da instituição escolar pode influenciar a definição do conceito de ensino da escola. Por essa razão, é importante ter o conhecimento dos aspectos pedagógicos, uma vez que eles refletem o tipo de ati- vidade que as escolas vão desenvolver e auxilia a definição do programa de necessidades de cada edificação escolar. A escola, como instituição de ensino atualmente conheci- da, é resultado de um longo processo histórico, e a educação é considerada como a transmissão de valores e o acúmulo de conhecimento de uma sociedade. O primeiro programa de es- colarização universal foi criado por Comenius (Jan Amos Ko- mensky), que propôs uma escola a qual todos – ricos, pobres, homens e mulheres - teriam acesso. Ele pregava a necessidade de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e eco- lógico, capaz de favorecer a aprendizagem que se iniciava pelos sentidos. O educador de maior destaque no período do século XIX foi Friedrich Froebel, cuja principal contribuição é atribuída ao brinquedo e a essência de sua pedagogia tem por base a ativi- dade e a liberdade. Em 1837 abriu o primeiro jardim de infância e dedicou sua vida ao ensino pré-escolar, a formação de pro- fessores e a elaboração de métodos e equipamentos para as instalações. 32 33REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO Nas escolas de Froebel, trabalhava-se com diferentes ti- pos de materiais e expressavam grande valor as histórias, pois enquanto os brinquedos davam força e poder ao corpo, as his- tórias desenvolviam a mente. Os blocos de construções cha- mados “Froebel blocks” eram usados pelas crianças nas suas atividades criativas e exerceram papel fundamental no desen- volvimento das habilidades espaciais e tridimensionais, inclusive na infância do arquiteto Frank Lloyd Wright. Os aspectos físicos do ambiente escolar impactam sobre os níveis de aprendizagem dos alunos e na produtividade dos professores ao transmitir conhecimentos, pois pelo menos 20% Figura 6: Blocos de Froebel Fonte: A arquitetura escola, Kowaltowski, 2011 da população passam grande parte do dia nas escolas. Sendo assim, deve existir a certeza que o ambiente físico contribua po- sitivamente para uma produção acadêmica expressiva. Deste modo, cabe ao arquiteto buscar formas e elementos que estimu- lem a relação homem/ambiente, pois o espaço projetado pode trazer a sensação de conforto, segurança, ou passar uma carac- terística de ambiente social e coletivo ou individual e íntimo. Para o autor Robert Sommer (1974), a organização e a es- trutura funcional das escolas impactam no grau de participação dos usuários desses ambientes. A rigidez da organização espa- cial cria uma imagem de arquitetura inflexível que ele chama de “pseudoespaços fixos”, como por exemplo locaisconfigurados com sucessivas fileiras de carteiras que, mesmo sendo móveis, raramente tem sua disposição modificada, gerando assim uma falta de estimulo a interação com o ambiente. A escola surge na Europa, no século XIX, como disciplina- dora da ordem social (Kowaltowski, 2011), e é considerada um suporte, pela pontualidade e pela organização do tempo imposto pela indústria. A educação é apresentada como forma de domi- nação política e social, e discute-se a preocupação com o espa- ço de ensino, para que as normas sejam corretamente seguidas. A organização espacial da escola apresentava configura- ções que mostravam a importância dada a ordenação, antes mesmo do aparecimento da indústria. No século XVIII, Michel Foucault, apresentou a teoria da arquitetura panóptica9, desen- volvida com o objetivo de controlar todos os movimentos de uma determinada sociedade, através da ordenação por fileiras, defi- nindo o espaço serial, organizando os lugares, os espaços de circulação, imprimindo os valores de obediência para transfor- mar a escola em um espaço de vigilância. No Brasil, as primeiras construções possuíam projetos-ti- pos (padronização em planta) e eram construídos em diversos pontos de São Paulo. Sendo erguidos de modo mais rápido, em maior quantidade e com custo reduzido, contratavam-se arqui- tetos apenas para desenharem fachadas distintas, para que as edificações fossem distinguidas umas das outras. Atualmente, a disposição espacial da maioria das escolas no Brasil ainda segue os modelos tradicionais e um projeto pa- drão. Entretanto, essa padronização nem sempre leva em conta especificidades do local resultando em ambientes desfavoráveis. Devemos ainda nos admirar que a prisão se pareça com as fabricas, com as escolas, com os quarteis, com os hospitais, e todas se pareçam com prisões? (Foucault, 1987, p. 250). 9 Panóptico é uma forma de estrutura arquitetônica projetada para cárceres e prisões. O panoptismo baseia-se em poder impor comportamentos com base na ideia de que estamos sendo observados Essa é uma pratica comum em projetos públicos de interesse social que usam programas de necessidades padronizados das atividades estipuladas pelos órgãos administrativos de equipa- mentos urbanos. O programa Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundes- cola), desenvolvido pelo atual Ministério da Educação (MEC), publicou “cadernos técnicos: subsídios para a elaboração de projetos e adequação de edificações escolares” vols. 1-4 (MEC, 2022), com diretrizes e recomendações técnicas para constru- ções e adequações de escolas públicas. Alguns pesquisadores procuraram qualificar a arquitetura com métodos de projetos menos subjetivos, como é o caso de Christopher Alexander que em sua busca metodológica de pro- jeto extrai configurações que considera holísticas e essenciais para tornar o ambiente humanizado, as quais ele denominou patterns ou parâmetros de projeto que conferem qualidade a ar- quitetura. Esses parâmetros referem-se aos problemas, subproble- mas e suas respectivas soluções no projeto. Os autores Nair e Fielding (2005) aplicaram esse conceito no projeto escolar e apresentaram vários critérios que podem enriquecer as expe- 34 35REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO riências no ambiente de ensino. Para sua aplicação no projeto escolar eles explicitam um reenquadramento das discussões entre arquitetura e educação com base em 25 parâmetros que contribuem para definir uma linguagem gráfica do projeto de ambientes educacionais saudáveis e funcionais, na figura 2 é possível identificar alguns desses preceitos. Figura 7: Diagrama de alguns parâmetros de projetos (patterns) Fonte: A arquitetura escolar, Kowaltowski, 2011. Adaptado pela autora, 2023. PARÂMETROS DE PROJETO - PATTERNS SALAS DE AULA , AMBIENTES DE ENS INO E COMUNIDADES PEQUENAS DE APRENDIZAGEM CONEXÃO ENTRE ESPAÇOS EXTERNOS E INTERNOS ACESS IB I L IDADE Os alunos podem se movimentar livremente; Os alunos podem desenvolver diversas atividades com equipamentos e objetos; Os layouts para diferentes tipos de atividades; Os professores podem transitar e interagir livremente entre os alunos A escola deve ter lugares para trilhas, circuito de corrida, horta e pomar, como extensão dos seus ambientes internos; As conexões entre interior e exterior dos ambientes da escola devem ser otimizadas ao máximo, por meio de vistas, terraços, salas de aula ao ar livre, cantos para sentar, ler, discutir, etc.; As áreas externas conectadas as salas de aula também permitem atividades diferenciadas, não adequadas a espaços internos, como as que fazem sujeira com o uso de água, terra, etc. O projeto deve considerar diversidades antropométrica ao detalhar mobiliários da edificação; O ambiente deve ter dimensões e espaços de uso, de forma a abrigar confortavelmente o usuário; A legibilidade da sinalização nos locais de circulação pública e a utilização adequada dos recursos de contrastes cromáticos em placas e letreiros TRANSPARÊNCIA Uma área administrativa aberta, em um espaço convidativo, para que os funcionários consigam monitorar a entrada; corredores com luz natural, vistas ocasionais para o exterior ao longo do percurso para evitar sensação de confinamento e monotonia; Áreas de estudo com aberturas para os corredores, permitindo a supervisão natural desses espaços CONEXÃO COM A COMUNIDADE Localização: próxima ao centro da comunidade; Relação com o comércio local e a infraestrutura social e cultural existente; Abertura para a comunidade utilizar o espaço escolar em eventos Com isso, concluímos que, a qualidade do ambiente esco- lar para a melhoria do ensino e os parâmetros que visam me- lhorar a qualidade desses ambientes dependem do processo de projeto, na busca por soluções mais criativas e adequadas ao contexto e com a participação da comunidade. Além disso, para que o novo processo de projeto escolar se concretize, é essencial os estudos voltados ao retorno do arquiteto as proble- máticas da pratica de projeto e o investimento em ferramentas de avaliação em projetos escolares a fim de que a condução do ensino atinja as metas essenciais do ambiente escolar: efici- ência energética, sustentabilidade, conforto, segurança e saúde dos usuários. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por três principais sintomas: impulsividade, hiperatividade e desatenção. De acordo com o American Psychiatric Association em 2014, esse transtorno acomete cerca de 3% a 6% da população infantil mundial, sendo considerado um dos mais comuns. Esses sintomas são responsáveis por muitos prejuízos na vida escolar dos jovens acometidos, além de problemas de rela- cionamento social e ocupacional, trazem impactos na vida dos familiares, amigos e membros da comunidade em que vivem. 2.3 TDAH E TEA Segundo Rohde, Barbosa, Tramontina e Polanczyk, normalmen- te as pessoas com TDAH tem dificuldade de prestar atenção a detalhes, erram por descuido, tem dificuldade em seguir instru- ções, são esquecidas, etc. (Rohde, et al. 2000). Outro indício marcante desse transtorno é a impulsivida- de, resultando em crianças e adolescentes muito irritados, com baixo limiar de frustração e que se envolvem constantemente em brigas com colegas, familiares e professores. Essas dificul- dades/manifestações começam a surgir com maior ênfase no âmbito escolar quando a criança é solicitada a cumprir metas, seguir rotinas e executar tarefas, sendo recompensada ou puni- da de acordo com a eficiência com que são sucedidas. Com isso, a criança e adolescente apresentarão um baixo rendimento escolar, sendo muitas vezes até reprovada intensifi- cando problemas com autoestima (principalmente se o aluno já apresentar dificuldades nos relacionamentos e interações com outras crianças), tristeza, falta de motivação e de interesse nos estudos favorecendo o aumento de suspensões,expulsões, mu- danças frequentes de colégio e até mesmo o abandono escolar. É imprescindível que os profissionais das escolas conhe- çam os procedimentos de avaliação apropriados, pois os psi- cólogos escolares têm acesso direto a fontes de informações e dados cruciais para o diagnóstico. Portanto, os psicólogos das 36 37REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO escolas devem estar em condições de conduzir uma avaliação. Muito se discute sobre a qualificação de estudantes com TDAH tornarem-se candidatos a serviços de educação especial. A provisão da ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentá- vel) tem sido o critério ais aplicado para julgar a capacitação de um aluno para tais serviços. Essa provisão afirma claramente que, se o diagnóstico da criança é limitado por TDAH crônico a ponto de prejudicar seu desempenho educacional, a criança pode necessitar de serviços de educação especial. A decisão di- fícil sobre esse assunto é se a criança realmente precisa desse programa para abordar essas dificuldades e/ou competências acadêmicas, ou se intervenções na sala de aula normal serão suficientes. Caso a criança fosse considerada elegível para a educação especial, uma equipe de profissionais elaboraria, im- plementaria e avaliaria um programa educacional individualiza- do, já se fosse considerada ilegível os profissionais da escola continuariam responsáveis por “romper barreiras” a aprendiza- gem na sala de aula. Zirkel (1992) criou uma lista de conferencia para determi- nar a elegibilidade legal para os serviços de educação especial de acordo com a seção 50410. Diversos estudos evidenciam a proeminência do uso com- binado de intervenções medicamentosas e comportamentais, porém, o uso de intermédios farmacológicos tem predominado, devido à grande diversidade de medicamentos disponíveis no mercado e o aumento no consumo destes. Apesar da eficácia evidenciada desse tratamento existem restrições ao seu uso de- vido a potenciais efeitos colaterais ou intolerância, efeitos a curto prazo e limitações de faixa etária, sendo o uso desse tratamento permitido apenas para crianças acima dos 6 anos. A intervenção comportamental tem sido apontada como estratégia alternativa ou complementar a farmacológica no con- texto escolar. Esse método busca promover quadros comporta- mentais mais adaptáveis e evitar o fracasso e a evasão escolar. Essa técnica concentra-se em intervenções acadêmicas e no uso de uma análise funcional com formulação de planejamento para tratar necessidades individuais. O conhecimento e a postu- ra dos professores para com o TDAH são cruciais. Outro critério utilizado nessa intervenção é a modificação na estrutura do ambiente, regras na sala de aula e natureza das tarefas. As adaptações conforme a seção 504 costumam ter fá- cil implementação até mesmo nas salas de aula de educação regular. Algumas das mediações são, afastar a mesa do estu- dante em questão dos demais para uma área mais próxima ao 10 Faz parte da lei de reabilitação de 1973: uma lei federal que protege os indivíduos da discriminação por deficiência. De acordo com esta lei, os indivídu- os com deficiência não podem ser excluídos ou privados da oportunidade de receber benefícios e serviços de determinados programas. A Seção 504 define in- divíduo com deficiência como uma pessoa com deficiência física ou mental que limite consideravelmente uma ou mais de suas principais atividades cotidianas. Figura 8: Fluxograma para elegibilidade aos serviços de educação especial Fonte: TDAH nas escolas, George DuPaul, Zirkel, 1992. professor, permitindo assim maior monitoramento do mesmo, ter mesas separadas e individuais, para evitar perturbações entre os colegas, alterar o arranjo das cadeiras, salas de aula mais fe- chadas, com poucas esquadrias para evitar ruídos e distrações visuais. Dessa maneira, é certo que não existe uma solução sim- ples no cuidado com crianças que possuem TDAH, e que requer tempo, dedicação e persistência, tanto da família como da base escolar e de diversos profissionais que nela está inserida. Esses fatores apresentados, em conjunto, determinarão o futuro des- sas crianças rumo a uma vida menos caótica e mais feliz. O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um distúrbio de desenvolvimento cujas características principais consistem em prejuízos sociais e de comunicação, restrições de interesses, comportamentos repetitivos e estereotipadas. O TEA pode estar presente em uma a cada 100 (cem) pessoas. A etiologia do transtorno do espectro autista ainda perma- nece desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais. As interações entre esses fatores parecem estar re- lacionadas ao TEA, porém, é importante ressaltar que “risco au- mentado” não é o mesmo que causa fatores de riscos ambien- tais. Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco 38 39REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO de TEA em pessoas geneticamente predispostas. Embora ne- nhum desses fatores pareça ter forte correlação com o aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes químicos, de- ficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias (como ácido valpróico) durante a gestação, prematuridade (com idade gestacional abaixo de 35 semanas), baixo peso ao nascer (me- nor que 2500g), gestações múltiplas, infecção materna durante a gravidez e idade parental avançada são fatores contribuintes para o desenvolvimento do TEA. A maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança variando em intensidade de mais severo a mais brando, sendo alguns deles com pouco ou nenhum contato visual, riso inapropriado, dificuldade de relacionamento com ou- tras crianças, intolerância ao toque, isolamento, modos arredios, manipulação esquisita de objetos, cheirar ou lamber os brinque- dos e intensa fixação por determinados objetos, perceptível hi- peratividade ou extrema inatividade, aparente insensibilidade a dor/temperatura, descontrole emocional, surtos e agressividade. A avaliação de pessoas com suspeita do transtorno deve ser ampla e multiprofissional. Isso é necessário, pois o TEA afeta diversas áreas e, portanto, abrange a atuação profissional de especialistas de inúmeros campos da área de saúde e educa- ção. Com o objetivo de uma unificação de dados e a promoção de uma avaliação rigorosa e sistemática, sugere-se a utilização de instrumentos padronizados para a avaliação do comprometi- mento e nível funcional do indivíduo que possibilitem a formula- ção de um projeto terapêutico singular (TPS). É de responsabili- dade do profissional a escolha dos instrumentos que melhor se adequem a cada caso, no entanto, cada instrumento tem a sua especificidade, alguns são de uso restrito a algumas profissões, como psicólogos ou fonoaudiólogos, portanto é importante que haja uma consulta aos manuais de aplicação e supervisão de profissionais com vasta experiência na área Figura 9: Escalas de avaliação do TEA Fonte: Site AMA, associação de amigos do autista, ama.org.br. Adaptado pela autora, 2023. ADI-R (Autism Diagnostic Interview- Revised) Trata-se de uma entrevista diagnóstica semiestruturada concebida para ser aplicada no principal cuidador da criança com hipótese de transtorno global do desenvolvimento (TGD). Tem o objetivo de fornecer uma avaliação ao longo da vida de uma série de comportamentos relevantes para o diagnóstico diferencial de TGD em indivíduos a partir dos 5 anos até o início da idade adulta e com idade mental a partir dos 2 anos de idade. CARS (Childhood Autism Rating Scale) Trata-se de uma escala com 15 itens que auxiliam o diagnóstico e identificação de crianças com autismo, além de ser sensível na distinção entre o autismo e outros atrasos no desenvolvimento. A sua importância é baseada na capacidade de diferenciar o grau de comprometimento do autismo entre leve,moderado e severo ABC ou ICA (Autism Behavior Checklist) É uma lista de 57 comportamentos atípicos que são sintomáticos do autismo, organizados em seis áreas: sensoriais, relacionais, imagem corporal, linguagem, interação social e auto-cuidado. ASQ ou SCQ (Social Communication Questionnaire ou Autism Screening Questionnaire) Trata-se de uma seleção de 40 perguntas respondidas a partir de quatro anos. Seu diagnóstico é baseado na pontuação de comportamentos organizados em três áreas de funcionamento: interação social recíproca, linguagem e comunicação; além de padrões repetitivos e esteriotipados de comportamento. ADOS (Autism Diagnostic Observation Schedule-Generic) É uma avaliação semiestruturada da interação social, da comunicação, do brincar e do uso imaginativo de materiais para indivíduos suspeitos de terem algum transtorno do espectro do autismo (TEA). Consiste em quatro sessões ou módulos de 30 minutos, cada um concebido para ser administrado a diferentes indivíduos de acordo com seu nível de linguagem expressiva. PEP-R (perfil psicoeducacional revisado) É um instrumento de medida da idade de desenvolvimento de crianças com autismo ou com transtorno correlatados da comunicação. Este instrumento surgiu em função da necessidade de identificar padrões irregulares de aprendizagem, visando a subsequente elaboração do planejamento psicoeducacional. M-CHAT (modifield - checklist for autism in toddlers) É uma escala de rastreamento que pode ser utilizada em todas as crianças durante visitas pediátricas, com objetivo de identificar traços de autismo em crianças com idade precoce. É extremamente simples e não precisa ser administrada por médicos. A resposta aos itens da escala leva em conta as observações dos pais com relação ao comportamento da criança. 40 41REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL TEÓRICO O tratamento envolve as intervenções de médicos, psi- cólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeu- tas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação dos pais e cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um progra- ma de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com TEA é igual a outra. É possível observar na figura 7 os métodos de intervenção mais conhecidos e utilizados internacionalmente para promover o desenvolvimento social e cognitivo da pessoa com esse transtorno, além de possuírem vasta pesquisa que atesta sua eficácia. Ainda que, em muitos países a educação das crianças com TEA seja garantida por lei, ainda permanece considerável controvérsia sobre o local onde elas devem receber educação e suporte, sobre as estratégias de instrução especifica a serem adotadas e sobre o grau de intensidade de serviços e apoios educacionais e afins. Coordenar e controlar serviços para crian- ças que possuem necessidades especiais, tanto no campo da educação quanto da saúde, são tarefas complexas. A escola é um ambiente com grande potencial para ajudar a criança a melhorar suas habilidades sociais, ajudar a seguir instruções e rotinas, além de alcançar habilidades escolares bá- Figura 10: Métodos de tratamento para o TEA Fonte: Site AMA, associação de amigos do autista, ama.org.br. Adaptado pela autora, 2023. TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children) É um programa estruturado que combina diferentes materiais visuais para organizar o ambiente físico por meio de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a tornar o ambiente mais compreensível. Esse método visa a independência e o aprendizado. PECS (Picture Exchange Communication System É um método de comunicação alternativa por meio de troca de figuras. É uma ferramenta valiosa tanto na vida das pessoas com autismo que não desenvolvem a linguagem falada, quanto na vida daquelas que apresentam dificuldades ou limitações na fala. ABA (Applied Behavior Analysis) Consiste na aplicação dos princípios fundamentais da teoria do aprendizado baseado no condicionamento operante e reforçadores com o objetivo de incrementar comportamentos socialmente significativos, reduzir comportamentos indesejáveis e desenvolver habilidades. MEDICAÇÕES O uso do medicamento deve ser prescrito pelo médico especialista da área e indicado quando existe alguma comorbidade neurológica e/ou psiquiátrica e quando os sintomas trazem algum prejuízo, seja social ou ocupacional à vida cotidiana. Porém, vale ressaltar que até o momento não existe uma medicação específica para o tratamento do autismo. sicas. É importante ressaltar que crianças com TEA não apren- dem de forma fluida e, usualmente, só demonstram ter apren- dido uma habilidade em circunstancias muito especificas. Se a criança tem algumas habilidades de comunicação básicas, a es- cola regular em geral oferece o melhor ambiente para o desen- volvimento de habilidades escolares e sociais. A escola especial pode ser indicada em alguns casos muito particulares. O sistema de ensino vem se adaptando as propostas de educação para todos, na perspectiva da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais em sala de aula regular. O que se espera é promover uma melhor adaptação do indivíduo ao ambiente. Dessa forma, acredita-se na manutenção do aluno com TEA em sala, de forma a se desenvolver dentro das possi- bilidades de suas limitações. É fundamental que exista um ambiente físico feito para promover a interação e acelerar o aprendizado. Com pequenas adaptações e um olhar focado em garantir conforto e oportuni- dades de aprendizagem, é possível criar um ambiente inclusivo, visando o desenvolvimento de habilidades e bem-estar das pes- soas com TEA. Essas adaptações abrangem desde aspectos fí- sicos e sensoriais até o apoio visual e a formação de uma equipe especializada e engajada. A primeira etapa para criar um ambiente inclusivo é realizar adaptações físicas no espaço garantindo que ele não crie sobre- carga sensorial ou emocional em pessoas atípicas. Isso envolve o uso de iluminação adequada, cores suaves e neutras, redução de ruídos excessivos e uso de mobiliários que possam agregar no desenvolvimento. Além disso, a organização do ambiente de forma clara e previsível, pensando em orientação espacial, com espaços segmentados para diferentes atividades, gerando uma sensação de segurança e tranquilidade, oferecer um ambiente terapêutico inclusivo para controlar estímulos que podem levar a uma crise sensorial, quadros de comunicação visual, agendas visuais e outras ferramentas que facilitem a expressão e com- preensão de informações. Oferecer um ambiente terapêutico inclusivo é de extrema importância para proporcionar o melhor suporte para pessoas neurodivergentes. Ao considerar as adaptações físicas é possí- vel criar um ambiente que promove o desenvolvimento, a auto- nomia e a inclusão de pessoas com o transtorno. Com isso, ao olhar para a individualidade de cada um é possível aumentar espaços onde as pessoas se sintam seguras, confortáveis e per- tencentes. 3. REFERENCIAL PROJETUAL 44 45REFERENCIAL PROJETUAL REFERENCIAL PROJETUAL O projeto vencedor do primeiro lugar do concurso nacio- nal de arquitetura teve como equipe Priscila Pasquarelli, Marcus Rosa, Ricardo Felipe Gonçalves, Matheus Marques Rodrigues Alves, e como responsável técnico Matheus Marques Rodrigues Alves. Está localizado no bairro de Crixá, no Distrito Federal e o terreno possui uma área de 8.000m² enquanto a construção possui 4.500m². O jardim de infância está localizado na cidade de Los Al- cázares na Espanha, possui uma área de 811m² e é assinado pelos arquitetos cor & associados. A extensão do terreno permi- te considerar a compatibilidade do uso educativo com o recre- ativo, projetando, como resultado, o centro de educação infantil dentro de um percurso arborizado ou espaço público. Esta situ- ação permite a criação de um ‘espaço sinérgico’ que beneficia duplamentetoda a população com a oferta de um novo centro público rodeado de zonas verdes. A proposta teve como premissa um único pavimento com formas retilíneas, atendendo seu objetivo de forma funcional, acessível e de fácil construção. O partido adotado baseia-se na organização do projeto ao longo do eixo longitudinal do terreno aproveitando sua extensão para organizar o programa por meio de um pavilhão central de uso coletivo onde encontram-se os pátios, auditório, sala de leitura e quadra poliesportiva. Esse pavilhão é o elemento norteador dos fluxos, no qual se conectam os blocos com diferentes funções, além disso, o pátio interno garante um aproveitamento da ventilação e da luz natural para os ambientes. Outros pontos que contribuem para a performance ambiental do projeto são a organização das salas de aula no sentido norte-sul por meio de volumes paralelos inter- calados por espaços livres proporcionando uma boa distribuição da iluminação e da ventilação cruzada aproveitando os ventos dominantes do local norte-nordeste, o emprego das esquadrias em maior dimensão na fachada sul e janelas superiores volta- das para os corredores abertos garantindo a ventilação cruzada também nesses ambientes, e a captação da água da chuva para ser aproveitada nos banheiros e para regar as vegetações da escola. 3. REFERÊNCIAL PROJETUAL 3.1 PROJETO VENCEDOR DO CONCURSO NACIONAL DE ARQUITETURA PROMOVIDO PELA CODHAB-DF PARA ESCOLA DE CLASSE 3.2 ESCOLA INFANTIL E CRECHE EM PALMERAS EM ALCÁZARES / COR & ASSOCIADOS Figura 11: Vista aérea Figura 13: Performance ambiental Figura 12: Planta baixa térreo Fonte: Site concursos de projeto, Concursosdeprojeto.org. Fonte: Site concursos de projeto, Concursosdeprojeto.org. Fonte: Site concursos de projeto, Concursosdeprojeto.org, adaptado pela autora, 2023. Figura 14: Fachada acesso principal Fonte: Site Archdaily, archdaily.com. 46 47REFERENCIAL PROJETUAL REFERENCIAL PROJETUAL O programa articula seis salas de aula, ninho, sala multiu- so, quarto, sala de jantar, e dependências necessárias parta o desenvolvimento correto das atividades a que são destinados. Interiormente, o centro se organiza em duas alas unidas por um acesso principal que articula o conjunto de espaços internos ao pátio externo, de forma que o edifício se feche à rua, e se abra interiormente ao pátio, que abraça buscando proteger a brin- cadeira das crianças e gerar uma paisagem interior única. Das duas alas, a primeira e maior, onde se organizam a maioria dos espaços docentes e de uso próprio das crianças, assim como despachos e vestiários; na segunda se localizam os serviços de alimentação, cozinha e instalações. As salas de aula são voltadas para o pátio, filtrando assim a poluição sonora, e principalmente intermediando o espaço até o exterior, podendo oferecer uma série de situações de ensino interessantes, assim como desenvolver atividades diárias ao ar livre. Para que esta situação seja mais generosa, propõe-se pro- teger o limite das salas de aula com um grande beiral capaz de proteger do sol e do tempo. A escola se baseia nos benefícios da educação fora da sala de aula como contexto de formação. O que pode ser melhor en- sinado dentro da sala de aula deve ser feito ali, e o que pode ser melhor aprendido através da experiência direta com os materiais naturais e situações fora da escola devem ser feitos assim. Além disso, proporcionar uma atenção individual as crianças. Figura 15: Planta baixa Figura 16: Corte Figura 17: Pátio interno Tabela 4: Quadro resumo dos correlatos Fonte: Site Archdaily, archdaily.com. Adaptado pela autora, 2023. Fonte: Site Archdaily, archdaily.com. Adaptado pela autora, 2023. Fonte: Site Archdaily, archdaily.com. Fonte: Autora, 2023. PROJETOS PROJETO VENCEDOR DO CONCURSO NACIONAL DE ARQUITETURA ESCOLA INFANTIL E CRECHE EM PALMERAS ALCÁZARES IDENTIDADE Pavilhão central/Pátio interno norteador dos fluxos e conector entre os blocos. Salas de aula voltadas para o pátio para desenvolvimento de atividades ao ar livre. ICONOLOGIA Promover autonomia em todas as atividades. Inserção da edificação dentro de um percurso arborizado/espaço público permitindo a criação de um espaço sinérgico. PLÁSTICA Volumetria com linhas retas e blocos dispostos de forma separada sendo conectados pelo pátio. Volume com poucas esquadrias voltadas para a parte externa e grande esquadrias voltadas para o pátio interno. MATERIAIS Uso do metal na coberta como elemento principal e em outros componentes da edificação. Predominância de placas metálicas brancas e nos brises e paleta de cores pouco explorada. SIGNIFICADO DE USO Programa distribuído em um único pavimento. Programa de necessidades simples e funcional organizado em duas alas unidas por um acesso principal. GEOMETRIA Forma geométrica retilínea, sem presença de curvas. Dois blocos retangulares conectados, sem presença de curvas. 3.3 QUADRO RESUMO DE PROJETOS CORRELATOS 4. ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS 50 51ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS O lote escolhido para a implantação do anteprojeto da es- cola sensorial inclusiva para crianças neurodivergentes está si- tuado na cidade de João Pessoa – PB, no bairro Paratibe, na zona Sul. De acordo com o senso do IBGE de 2010, o bairro possui 12.396 habitantes. A sua escolha se deu devido ao re- cente crescimento populacional e desenvolvimento dessa área e por seu uso ser predominantemente residencial. Devido ao recente desenvolvimento do bairro é possível identificar muitos lotes sem uso. Com isso, é provável que essa área se torne deserta no período da noite, causando inseguran- ça na população, sendo isso uma problemática a ser analisada e proposta uma solução no projeto. É possível identificar que seu entorno é predominantemen- te residencial, porém possui também lotes mistos, ou seja, tanto de uso residencial como comercial, lotes comerciais concentra- dos nas vias coletoras e suas proximidades e poucos lotes ins- titucionais, sendo a maioria dos que existem igrejas. Com isso, observamos que existe um déficit de escolas nessa área para o número de população residindo no local. O terreno escolhido para receber o projeto está inserido em uma quadra prevista pela prefeitura, pois atualmente ainda não existe essa demarcação como é possível ver na figura abaixo. O mesmo encontra-se entre a rua Oscar Lopes Machado, Rua José Luiz de Albuquerque e duas ruas ainda sem nome, portan- to, possui quatro frentes. É possível identificar algumas edifica- ções pré-existentes que serão realocadas em terrenos vazios nas proximidades, mantendo assim a população no mesmo bair- ro, causando o mínimo de impacto possível. A geometria do lote é retangular com dimensões de 141,07m x 48,90m, totalizando uma área de 6.891,34m², atendendo assim a todos os critérios necessários para realização do projeto. 4. ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS 4.1 LOCALIZAÇÃO 4.2 CONDICIONANTES LOCAIS Figura 18: Mapa de Localização Figura 19: Imagem via satélite Figura 20: Mapa de cheios e vazios Figura 21: Mapa de cheios e vazios Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, filipeia.joaopessoa.pb.gov.br. Adaptado pela autora, 2023. Fonte: Site Google Earth, earth.google.com. Adaptado pela autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 BRASIL PARAIBA JOÃO PESSOA ÁREA DE INTERVENÇÃO LEGENDA: BAIRRO PARATIBE LOTE DE INTERVENÇÃO RUA OSCAR LOPES MACHADO RUA JOSÉ LUIZ DE ALBUQUERQUE RUAS SEM NOME 0 100 200 300 400 500m RUA OSCAR LOPES MACHADO AV A VE NI DA J AC AR AN DÁ RU A PA U - F ER RO RUA ORELHA - DE - PAU R U A C ÁSSIA R U A AN A LU C IA D E SO U ZA SAN TO S RUA DOS CACIQUES RUA CAIÇARAS RUA PINTASSILG O RUA SEM NOME 5211 RUA DOS QUILOMBOS RUA IPÊ- AMARELO RUA DO URUCUM RUA AG ENO R FELIPE DE M O RAIS RUA DA CAIXETA RUA JEQUITIBÁ ROSA RUA JAGUATIRICA RUA SO NIA LEITECO RDEIRO RUA GUAPURUVU R U A AN TEN O R FELIPE D E M O R AIS RUA DOS TUCANOS RUA MANACÁ RU A JO SE M EN DE S LE IT E RUA IMBAÚBA RUA JOAO AMARO DE BRITO RUA RITA ALVES DA COSTA RUA JUSTINIANO DOS SANTOS RUA INDÍGENAS RUA HELENO FRANCISCO PEREIRA RUA DO MARFIM PESCADOR RUA PINHEIRO DO PARANÁ RUA FRANCISCO DO NASCIMENTO RUA DANIEL FERREIRA DA SILVA RUA SEM NO M E 6848 RUA CARLOS ANTONIO DOS SANTOS RUA ANTONIO MARQUES DE SOUZA RUA PEDRO G ABRIEL DE ARAUJO RUA DA COTOVIA RUA QUARESMEIRA RUA LIRIO JOSE DE SOUZA RUA ANTONIO JOSE DE MORAIS RUA MANACÁ DA SERRA R. OLAVO PESSOA DE AMORIM RUA EDMILSON DIAS DE ALMEIDA RUA ADALBERTO DA SILVA CASTRO RUA AMANCIO JOAO DOS SANTOS RUA MARIA DE LOURDES BEZERRA RUA PROF ANDREI FARIAS DE OLIVEIRA RUA FRANCISCO DE ASSIS SILVESTRE RUA VITORINA ANDRADE DE ARAÚJORUA WALTER PAIVA DE ALBUQUERQUE RUA ANALICE PEREIRA DO S SANTO S RUA JOAO FIGUEIREDO DE ALCANTARA RUA JOSE ROBERTO GURJAO GUEDES RUA SEM N OME 64 17 RUA MILTON FERREIRA DE SOUSA RUA M ARIA DAS NEVES ALM EIDA URTIGA RUA IRACI FELIX CORDEIRO RUA JUVENAL BELO DE SOUZA RU A SE M N O M E 52 69 RUA CLECIO RIBEIRO DE SOUSA RUA TONYS ALBINO DE MORAIS RUA ALAYDE BATISTA DE AZEVEDO RUA SEBASTIAO BERNARDO DA COSTA RUA DA G ARÇA BRANCA PEQ UENA RUA EST FELIPE CORDEIRO DE MEDEIROS RUA FU NC A LC ID ES S EVERIN O D OS S ANTO S LEGENDA: CHEIOS VAZIOS LOTE DE INTERVENÇÃO 0 100 200 300 400 500m RUA OSCAR LOPES MACHADO AV A VE NI DA J AC AR AN DÁ RU A PA U - F ER RO RUA ORELHA - DE - PAU R U A C ÁSSIA R U A AN A LU C IA D E SO U ZA SAN TO S RUA DOS CACIQUES RUA CAIÇARAS RUA PINTASSILG O RUA SEM NOME 5211 RUA DOS QUILOMBOS RUA IPÊ- AMARELO RUA DO URUCUM RUA AG ENO R FELIPE DE M O RAIS RUA DA CAIXETA RUA JEQUITIBÁ ROSA RUA JAGUATIRICA RUA SO NIA LEITE CO RDEIRO RUA GUAPURUVU R U A AN TEN O R FELIPE D E M O R AIS RUA DOS TUCANOS RUA MANACÁ RU A JO SE M EN DE S LE IT E RUA IMBAÚBA RUA JOAO AMARO DE BRITO RUA RITA ALVES DA COSTA RUA JUSTINIANO DOS SANTOS RUA INDÍGENAS RUA HELENO FRANCISCO PEREIRA RUA DO MARFIM PESCADOR RUA PINHEIRO DO PARANÁ RUA FRANCISCO DO NASCIMENTO RUA DANIEL FERREIRA DA SILVA RUA SEM NO M E 6848 RUA CARLOS ANTONIO DOS SANTOS RUA ANTONIO MARQUES DE SOUZA RUA PEDRO G ABRIEL DE ARAUJO RUA DA COTOVIA RUA QUARESMEIRA RUA LIRIO JOSE DE SOUZA RUA ANTONIO JOSE DE MORAIS RUA MANACÁ DA SERRA R. OLAVO PESSOA DE AMORIM RUA EDMILSON DIAS DE ALMEIDA RUA ADALBERTO DA SILVA CASTRO RUA AMANCIO JOAO DOS SANTOS RUA MARIA DE LOURDES BEZERRA RUA PROF ANDREI FARIAS DE OLIVEIRA RUA FRANCISCO DE ASSIS SILVESTRE RUA VITORINA ANDRADE DE ARAÚJORUA WALTER PAIVA DE ALBUQUERQUE RUA ANALICE PEREIRA DO S SANTO S RUA JOAO FIGUEIREDO DE ALCANTARA RUA JOSE ROBERTO GURJAO GUEDES RUA SEM N OME 64 17 RUA MILTON FERREIRA DE SOUSA RUA M ARIA DAS NEVES ALM EIDA URTIGA RUA IRACI FELIX CORDEIRO RUA JUVENAL BELO DE SOUZA RU A SE M N O M E 52 69 RUA CLECIO RIBEIRO DE SOUSA RUA TONYS ALBINO DE MORAIS RUA ALAYDE BATISTA DE AZEVEDO RUA SEBASTIAO BERNARDO DA COSTA RUA DA G ARÇA BRANCA PEQ UENA RUA EST FELIPE CORDEIRO DE MEDEIROS RUA FU NC A LC ID ES S EVERIN O D OS S ANTO S LEGENDA: RESIDENCIAL COMERCIAL INSTITUCIONAL USO MISTO LOTES SEM USO LOTE DE INTERVENÇÃO 0 100 200 300 400 500m 52 53ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS A partir da análise dos atributos ambientais da área, é pos- sível observar que há uma grande densidade de cobertura ve- getal nas proximidades e em boa parte do lote, devido a zona de preservação ambiental que se encontra ao lado dessa região. Isso possibilita o aproveitamento da vegetação existente no lote diminuindo assim a quantidade de novas árvores inseridas no projeto. Quanto a topografia é possível observar poucas curvas de níveis no terreno tornando-o predominantemente plano. Sen- do assim, com base nesses parâmetros, pode-se dizer que a implantação da edificação é viável e econômica. Apesar de ser um bairro mais distante dos demais da ci- dade, possui uma boa qualidade de mobilidade urbana, pois é possível identificar diversas vias que o conectam com os bair- ros vizinhos. A via arterial avenida Jacarandá, ou PB-008 e as coletoras, Rua Oscar Lopes Machado e Rua Sibipiruna são as principais, onde é possível localizar os pontos de ônibus que circulam na área. As demais ruas são classificadas como locais, pois apresentam pouco fluxo de veículos e pedestres. Figura 22: Mapa de atributos ambientais Figura 23: Mapa de mobilidade urbana Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 AV A VE NI DA J AC AR AN DÁ RU A PA U - F ER RO R U A C ÁSSIA R U A SIBIPIR U N A R U A AN A LU C IA D E SO U ZA SAN TO S RUA DOS CACIQUES RUA SEM NOME 5211 RUA AG ENO R FELIPE DE M O RAIS RUA DA CAIXETA RUA JEQUITIBÁ ROSA RUA SO NIA LEITE CO RDEIRO RUA GUAPURUVU RUA DOS TUCANOS RU A JO SE M EN DE S LE IT E RUA RITA ALVES DA COSTA RUA INDÍGENAS RUA PINHEIRO DO PARANÁ RUA CARLOS ANTONIO DOS SANTOS RUA QUARESMEIRA RUA LIRIO JOSE DE SOUZA RUA AMANCIO JOAO DOS SANTOS RUA PROF ANDREI FARIAS DE OLIVEIRA S EM N O M E 52 69 RUA OSCAR LOPES MACHADO RUA MILTON FERREIRA DE SOUSA RUA EST FELIPE CORDEIRO DE MEDEIROS RUA MARIA DE LOURDES BEZERRA RUA EDMILSON DIAS DE ALMEIDA RUA CLECIO RIBEIRO DE SOUSA RUA ALAYDE BATISTA DE AZEVEDO RUA TONYS ALBINO DE MORAIS RUA SEBASTIAO BERNARDO DA COSTA RUA JUVENAL BELO DE SOUZARUA IRACI FELIX CORDEIRO R U A AN TEN O R FELIPE D E M O R AIS RUA VITORINA ANDRADE DE ARAÚJO RUA WALTER PAIVA DE ALBUQUERQUER. OLAVO PESSOA DE AMORIM RUA DA G ARÇA BRANCA PEQ UENA RUA ORELHA - DE - PAU RUA ADALBERTO DA SILVA CASTRO RUA PINTASSILG O RUA SEM NO M E 6848 RUA PEDRO G ABRIEL DE ARAUJO RUA ANTONIO JOSE DE MORAIS RUA FRANCISCO DE ASSIS SILVESTRE RUA M ARIA DAS NEVES ALM EIDA URTIGA RUA ANALICE PEREIRA DO S SANTO S RUA DOS QUILOMBOS RUA CAIÇARAS RUA MANACÁ DA SERRA RUA DA COTOVIA RUA IMBAÚBA RUA MANACÁ RUA JOSE ROBERTO GURJAO GUEDES RUA JOAO FIGUEIREDO DE ALCANTARA RUA ANTONIO MARQUES DE SOUZA RUA DO URUCUM RUA FRANCISCO DO NASCIMENTO RUA JUSTINIANO DOS SANTOS RUA JOAO AMARO DE BRITO RUA DANIEL FERREIRA DA SILVA RUA JAGUATIRICA RUA DO MARFIM PESCADOR RUA IPÊ- AMARELO RUA HELENO FRANCISCO PEREIRA SEM N OME 64 17 RUA FU NC A LC ID ES S EVERIN O D OS S ANTO S LEGENDA: VIA ARTERIAL LOTE DE INTERVENÇÃO VIA COLETORA VIA LOCAL PONTOS DE ÔNIBUS 0 100 200 300 400 500m Sendo assim, observando as vias no entorno do lote, é possível identificar uma via de maior fluxo que é a Rua Oscar Lopes Machado, permitindo assim maior facilidade de acesso à escola, e as ruas de menor fluxo como a Rua José Luiz de Al- buquerque, que permite melhor tráfego para estacionamentos e cargas e descargas sem prejudicar o transito do local. A cidade de João Pessoa está localizada na região Nor- deste do Brasil, com latitude de 7°08’S e longitude de 34°53’O. Seu clima é quente e úmido, e possui uma temperatura média anual de 25.8°C. Analisando o gráfico 4 (p.26), é possível iden- tificar as épocas do ano que a cidade atinge maiores e menores temperaturas e o nível de precipitação. Ao analisar a carta solar e a rosa dos ventos da cidade é possível identificar predominância da incidência solar na dire- ção Oeste e da ventilação vinda principalmente do Sudeste. A fachada Sul do terreno é a mais privilegiada, pois devido a sua dimensão pode haver uma maior distribuição de ambientes que irão receber boa ventilação e pouca incidência solar. Da mesma forma se dá as fachadas Leste e Oeste, por terem menor dimen- são, poucos ambientes receberão insolação direta. Durante as épocas do ano os ventos podem variar para Leste ou para Sul, mas essas mudanças não influenciam de forma considerável a elaboração da setorização dos ambientes. 4.3 CONDICIONANTES CLIMÁTICAS Figura 24: Níveis de temperaturae precipitação durante o ano em João Pessoa Figura 25: Níveis de temperatura e precipitação durante o ano em João Pessoa Fonte: Site clima tempo, climatempo.com.br Fonte: Site projeteee, mme.gov.br/projeteee 54 55ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS Figura 26: Diagrama de insolação e ventilação Figura 27: Mapa de macrozoneamento de João Pessoa Figura 28: Mapa de macrozoneamento de João Pessoa Figura 29: Tabela de zoneamento Fonte: Autora, 2023 Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, 2021. Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa, 2021. Fonte: Código de Urbanismo de João Pessoa, 2021. No diagrama abaixo é possível identificar como a insolação e ventilação da cidade onde o projeto será inserido impactam no lote escolhido para a inserção da edificação. De acordo com o mapa de macrozoneamento da cidade de João Pessoa, o terreno está localizado na Zona não adensável (ZNA), isto é, onde a carência da infraestrutura básica da rede viária e o meio ambiente restringem a intensificação do uso e ocupação do solo. Conforme o plano diretor seu índice de apro- veitamento é básico e será igual a 1,0 (um). Já quanto ao seu uso, a área está localizada em uma Zona Residencial 2 (ZR2) e o uso definido com INST 1, ou seja, que compreende as ati- Conforme apresenta o quadro de zoneamento exibido no código de urbanismo da cidade, o uso institucional 1 (INST 1) apresenta taxa de ocupação de 50% para pavimento térreo e 40% para os demais pavimentos. Além disso, é possível cons- truir até uma altura de 5 pavimentos e o lote por possuir quatro frentes deve ter recuos de 5 metros. 4.4 LEGISLAÇÃO VIGENTE vidades que congregam as categorias institucionais na área de cultura, esporte, religião e cultos, e atividades governamentais. Para elaboração dessa etapa foram utilizados materiais bibliográficos com abordagem em arquitetura escolar e ergono- mia de ambientes. O programa de necessidades foi dividido em cinco setores, administrativo, educacional, suporte, serviço e re- creativo. Foi levado em consideração para o funcionamento da es- cola que a mesma será privada e será dividida em dois turnos, matutino e vespertino, de segunda a sexta – das 8h ás 17h, sendo disponibilizadas 150 vagas por turno distribuídas em 9 turmas de acordo com os grupos estabelecidos por faixa etária pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, 2017). 4.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES Figura 30: Divisão dos grupos por idades e quantidade de crianças por turma Fonte: Autora, 2023 56 57ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS Tabela 5: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor admi- nistrativo Tabela 6: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor educa- cional. Tabela 7: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor de suporte Tabela 8: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor de serviço Tabela 9: Programa de necessidades e pré-dimensionamento, setor recrea- tivo Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² ² 58 59ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS Após a realização do programa de necessidades e pré-dimensionamento foi elaborado um diagrama que apresenta o funciona- mento do edifício tendo em vista seus acessos e como estes irão direcionar o usuário para cada ambiente proposto 4.6 FUNCIONOGRAMA Figura 31: Funcionograma Fonte: Autora, 2023 PÁTIO INTERNO PÁTIO COBERTO ACESSO PRINCIPAL FOYER REFEITÓRIO PLAYGROUNDCOZINHADESPENSA RECEBIMENTO E HIGIENE ROUPARIA LAVANDERIA COPA VESTIÁRIOS DEPÓSITO CARGA E DESCARGA ACESSO SERVIÇO GÁS LIXO BERÇÁRIO FRALDÁRIO SOLÁRIO LACTÁRIO SALA DE AMAMENTAÇÃO WC PCD SALA GRUPO B SALA GRUPO C SALA GRUPO D WC’s SALA MULTIUSO BRINQUEDOTECA SALA DE DANÇA SALA DE MÚSICA SALA DE ARTES SALA DE CULINÁRIA RECEPÇÃO SECRETARIA DIRETORIA COORDENAÇÃO SALA DE REUNIÃO DML ALMOXARIFADO COPA WC ASSISTÊNCIA SOCIAL PSICÓLOGA TERAPEUTA ENFERMARIA ACESSO ADMINISTRATIVO 5. PROPOSTA ARQUITETÔNICA 62 63PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA IMPLANTAÇÃO A proposta tem como objetivo promover a inclusão e o in- centivo a criatividade e autonomia de todos os alunos a partir de diretrizes projetuais direcionadas a esses pontos. O conceito foi escolhido com a ideia e intenção de proporcionar sensação de acolhimento, integração, autonomia e criatividade. Sendo assim, o partido propõe um layout integrado, fluxos simples, pátio inter- no, espaços de vivência, ambientes estimuladores, entre outros. Além disso, o uso de cores suaves, mobiliários com escala ade- quada aos usuários e que incentivam a exploração do ambiente e convívio social. O terreno está localizado no bairro Paratibe, na cidade de João Pessoa, entre as ruas Oscar Lopes Machado, José Luiz de Albuquerque e duas ruas sem nome. O lote possui quatro fren- tes, sendo assim, obedece ao recuo frontal de 5 metros. Devido a sua forma mais linear, a edificação foi implantada no limite dos recuos em duas de suas frentes, permitindo assim que se executasse a ideia do pátio interno, e deixando dois lados mais recuados para inserção das vagas de estacionamento. 5. PROPOSTA ARQUITETÔNICA 5.1 CONCEITO E PARTIDO 5.3 IMPLANTAÇÃO E ACESSOS 5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS INTEGRAÇÃO ACOLHIMENTO 1 2 4 3 CRIATIVIDADE AUTONOMIA Figura 32: Conceito do projeto Fonte: Autora, 2023 Tabela 10: Diretrizes Projetuais Figura 33: Diagrama de implantação Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 DIRETRIZES PROJETUAIS CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO INTEGRAR O CONSTRUÍDO COM O NATURAL LÚDICO Através da setorização proporcionar aos ambientes, principalmente os de maior permanência, conforto térmico e acústico de acordo com as condicionantes locais, além de utilizar elementos que geram proteção da insolação e das chuvas como brises e marquises. E, o uso de grandes esquadrias nos ambientes garantindo iluminação natural e ventilação cruzada. Parte do terreno destinada a realização de um pátio interno que proporciona integração com a natureza através de um paisagismo. Além disso, a vegetação foi utilizada no entorno da edificação servindo como barreira visual, acústica e amenizando a temperatura das salas de aula. E o uso de materiais naturais como a madeira na edificação trazendo ainda mais conexão com o natural. Através da utilização de brises coloridos na fachada e brises que criam uma barreira do pátio interno com os corredores das salas de aula, ambos em tons pastéis. Um pátio interno interativo com passeio em forma de ciclovia, mesas orgânicas para atividades e refeições, brinquedos que despertam a curiosidade e uma grande árvore central com banco. As condicionantes climáticas também influenciaram a loca- ção dos ambientes no terreno. Os blocos do setor educacional, por possuírem os ambientes de maior permanência foram inse- ridos ao Sul, onde a incidência solar é menor e possui predo- minância da ventilação; O bloco de serviço, e o estacionamen- to administrativo, estão localizados mais a Oeste onde possui maior incidência solar no horário da tarde, e o volume desse setor foi posicionado de forma que serve de barreira para o pátio interno e bloco das salas de aula. O bloco com as salas recre- ativas, o setor administrativo e setor de suporte ficam a norte, de forma que recebem menor incidência solar e ainda recebem boa ventilação pois os blocos de salas de aula possuem afasta- mentos, um deles com largura considerávelonde se encontra o playground, que permite a circulação e direcionamento da ven- tilação até eles. 64 65PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA Tendo em vista que a proposta da escola é ser inclusiva para crianças com TDAH e TEA é de suma importância definir acessos e circulações simples e conexas para maior compreensão e facilidade para as crianças circularem pela edificação evitando confu- sões. A escola possui três acessos, o principal, dos alunos e do estacionamento/embarque e desembarque, pela rua sem nome 2, que por ter um fluxo menor gera menor congestionamento já que será o acesso com maior movimento de entrada e saída, o acesso administrativo que terá menor fluxo de pessoas foi inserido na rua Oscar Lopes Machado, principal e de maior movimento de veícu- los, o acesso ao estacionamento administrativo se dá pela rua José Luiz de Albuquerque pois possui menor tráfego de veículos, e o acesso de serviço se dá pela rua sem nome 1 pois também possui pouco movimento. Figura 34: Diagrama de acessos Figura 35: Diagrama de setorização Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 RUA SEM NOME 1 RUA SEM NOME 2 RUA OSCAR LOPES MACHADO RUA JOSÉ LUIZ DE ALBUQUERQUE Setor administrativo Setor educacional Setor de serviço Setor recreativo Es ta ci on am en to a dm in ist ra tiv o Es ta ci on am en to p úb lic o Se to r d e se rv iç o Se to r a dm in ist ra tiv o Se to r e du ca ci on al Pá tio in te rn o Se to r r ec re at ivo Setor administrativo Setor educacional Setor de serviço Setor recreativo SETORIZAÇÃO Se to r e du ca ci on al Pla yg ro un d Se to r e du ca ci on al So lár io O estudo de setores é realizado levando em consideração as atividades realizadas e as condicionantes do lugar. Dessa forma, os ambientes foram distribuídos todos no pavimento térreo, proporcionando funcionalidade, acessibilidade e maior conexão entre os usuários gerando mais relações interpessoais. 5.4 SETORIZAÇÃO E FLUXOS 66 67PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA O setor administrativo e de suporte representados em azul ficam mais próximo à entrada administrativa facilitando o acesso de funcionários e visitantes. O setor de serviço, representado pela cor salmão está posicionado mais a Oeste do terreno e tem seu acesso no lado Sul, ficando mais isolada dos demais fluxos. O setor recreativo conta com as salas de atividades dinâmicas, pátio coberto e refeitório, e foram posicionados separados, o pátio coberto que irá servir de apoio para chegada e saída dos alunos sendo também um local de espera foi implantado próximo à entrada principal, o refeitório ficou próximo a cozinha para funcionalidade dos fluxos e as salas de atividades ficaram ao lado do setor administrativo. O setor educacional está localizado na fachada sul para me- lhor ventilação e menor incidência solar, assim como o playground. Por fim, o pátio interno se encontra no centro da edificação, onde a mesma gera sombreamento, além da grande barreira vegetal. Os fluxos foram pensados para serem funcionais, de fácil entendimento e distribuídos de maneira intuitiva. A circulação pública, que será utilizada principalmente pelas crianças e professores, é em volta do pátio interno ou por passeios que cruzam o pátio pro- porcionando um fluxo mais lúdico. O fluxo do setor administrativo e de suporte se dá por um corredor interno que pode ser acessado pela recepção ou pelo pátio interno. Já no fluxo de serviço o contato limita-se ao refeitório e uma passagem externa que leva ao pátio interno. Com isso, entende-se que, o pátio é o principal norteador dos fluxos que acontecem na escola, exceto o serviço que possui pouco contato com as demais áreas da escola. Figura 36: Diagrama de fluxos Fonte: Autora, 2023 FLUXO ALUNOS FLUXO ADMINISTRATIVO FLUXO SERVIÇO FLUXO PAIS LEGENDA: FLUXOS RUA SEM NOME RUA SEM NOM E RUA OSCAR LOPES MACHADO RUA JOSÉ LUIZ DE ALBUQUERQUER 68 69PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA A edificação possui predominantemente traços retilíneos. A posição dos blocos de serviço e do berçário de forma vertical contribui para o isolamento da escola sem a necessidade de muitos muros e/ou grades, ficando necessário a utilização des- tes apenas em uma fachada, onde fica o playground e a área carga e descarga do serviço. Apesar de alguns blocos serem dispostos afastados um do outro há uma conexão feita através de criação de cobertas mais elevadas e ‘soltas’ da edificação e pelas marquises que contornam os corredores das salas em volta do pátio interno. Esses afastamentos entre os blocos, prin- cipalmente entre os blocos de salas de aula do grupo B e C, e grupo D, e o espaço entre o bloco do berçário onde se encontra o playground contribui para a ventilação cruzada. 5.5 FORMA E VOLUME Figura 37: Diagrama da volumetria Fonte: Autora, 2023 localização do volume no terreno subtração do volume para criação do pátio interno e playground e separação dos volumes por setores subtração dos volumes na fachada principal adição parcial dos volumes no bloco da fachada principal adição de cobertas mais elevadas nos acessos principais e no playground Os cheios e vazios presentes no volume através do uso de diferentes alturas e recuos trazem mais ritmo e movimento a volu- metria, pontos abordados pela metodologia utilizada, gerando campos de visão mais interessantes e instigantes. O uso de curvas se deu nos caminhos do pátio interno, tornando-o mais lúdico, e no agenciamento externo de forma mais leve, e que ainda se conecta a edificação como um todo. Figura 38: Perspectiva fachadas norte e leste Fonte: Autora, 2023 70 71PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA As soluções estruturais escolhidas para serem aplicadas ao projeto foram pensadas para vencer grandes vãos, já que era necessário a presença de ambientes amplos e abertos, por isso, foi adotado o sistema tradicional de vigas e pilares em con- creto, que podem vencer de 9 a 10 metros. Nos ambientes que possuem vãos maiores que 10 metros, como o pátio coberto e o refeitório, foi utilizado um sistema estrutural com vigas metá- licas. As paredes são de alvenaria tradicional e a coberta em telha termoacústica, que oferecem grande isolamento térmico, chegando a até 90% de redução do calor do ambiente. As co- bertas da entrada principal, da recepção e do playground, são impermeabilizadas, pois possuim uma área pequena. 5.6 MODULAÇÃO ESTRUTURAL Figura 39: Diagrama estrutural Fonte: Autora, 2023 01 01 TERRENO vigas metálicas vigas metálicas 02 VIGAS E PILARES EM CONCRETO 03 PAREDES EM ALVENARIA 04 COBERTA TERMOACÚSTICA 02 03 04 A escolha dos materiais e dos elementos que compõe o projeto foi pensada de forma a seguir os principios da metodologia Reggio Emilia, como o uso de elementos arquitetônicos pertinentes e paredes de vidro, e visar melhor aproveitamento entre am- biente e individuo levando em consideração o que cada textura e cor transmitem. Dessa forma, por se tratar de um ambiente infantil foi utilizada uma proposta com cores claras e suaves de forma que o foco das crianças não seja nos materiais, utilizando a madeira nas fachadas e um tom ainda mais claro nas salas de aula, a cor branca nas cobertas e na estrutura das esquadrias, além do uso do vidro incolor que permite a iluminação natural, e o uso de tons pastéis nos brises da fachada e os que dividem o pátio interno das demais cirurlações. 5.7 MATERIAIS E ELEMENTOS Figura 40: Materiais e elementos Fonte: Autora, 2023 CO N CR ET O COM PINTURA BRAN CA AL U M ÍN IO BRANCO E VIDRO INCO LO R MADEIRA BRISES COLORIDOS 72 73PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA Figura 41: Perspectiva fachadas norte e leste Figura 42: Fachada norte Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 74 75PROPOSTA ARQUITETÔNICA PROPOSTA ARQUITETÔNICA Figura 43: Playground Fonte: Autora, 2023 Figura 44: Pátio interno Fonte: Autora,2023 6 ESPACIALIDADES 78 79ESPACIALIDADES ESPACIALIDADES De acordo com a metodologia Reggio Emilia, um dos parâmetros utilizados no projeto arquitetônico de escolas que seguem essa filosofia é o uso de praças centrais, além da busca pelo desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos, sociais e interacio- nais. Um dos pontos utilizados no projeto foi o uso de um pátio interno interativo, onde as crianças podem percorrê-lo e encontrarem diversas atividades. O emprego de caminhos como ciclofaixas, diversos tipos de brinquedos e brincadeiras, mesas orgânicas para alimentação e outros usos, e uma grande árvore central com banco ao seu redor como um ponto de referência. 6. ESPACIALIDADES 6.1 PÁTIO INTERNO INTERATIVO Figura 45: Pátio interno Figura 46: Sala de atividades grupo B e C Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 É de suma importância a aplicação dos principios da neuroarquitetura, e principalmente da metodologia escolhida, aplicadas aos ambientes internos, tendo em vista que são eles os de maior permanência e onde ocorrem diversas atividades. A escolha dos materiais é essencial para um bom aproveitamento do espaço, pois seu uso determina as sensações que serão transmitidas, princi- palmente quando incluimos crianças com TDAH e TEA. 6.2 AMBIENTES INTERNOS 80 81ESPACIALIDADES ESPACIALIDADES Assim como nas fachadas das escola, nas salas de aula também foi utilizado a madeira nas paredes e em alguns mobili- ários, pois passa uma sensação de aconchego e tranquilidade. Os tons pastéis também foram replicados nos ambientes inter- nos, pois possuem menos brilho e são mais suaves, deixando o ambiente mais delicado e discreto. O layout foge do tradicional, proporcionando maior flexibili- dade e permitindo criar diversas áreas de atividades no mesmo ambiente. O mobiliário foi pensado de forma que preservasse a escala do usuário permitindo assim maior autonomia além do uso de mesas de atividades orgânicas garantindo maior segu- rança e evitando acidentes. O uso das esquadrias em grande escala permite a entrada da luz e ventilação naturais, e o brises garantem maior conforto e controle destes quando necessário. A esquadria que divide a sala de descanso com a sala de atividades possui material an- ti-impacto, e serve tanto para que a ventilação possa cruzar por esses ambientes como para melhor visibilidades das professo- ras nos ambientes como um todo. A esquadria voltada para o corredor permite visibilidade para o pátio interno permitindo uma integração do interno com o externo, despertando sentimentos de calma, pureza e conexão com a natureza, devido a vista para o bosque presente no pátio interno. Além disso, foi criado um ‘cantinho da calma’, espaço sen- sorial destinado as crianças neurodivergentes, que possui ele- mentos que auxiliam nas técnicas utilizadas para acalma-lás e fornecer as sensações que seus corpos precisam. Com isso, é importante destacar que esses ambientes fo- ram desenvolvidos utilizando os parâmetros mencionados na metodologia Reggio Emilia, como por exemplo o uso de paredes de vidro, espaços/ambientes de refúgio, mobiliários flexíveis, or- ganização e acessibilidade, entre outros. Figura 47: Sala de atividades grupo B e C Fonte: Autora, 2023 82 83ESPACIALIDADES ESPACIALIDADES Figura 48: Sala de atividades grupo B e C Figura 49: Cantinho da calma, sala de atividades grupo B e C Fonte: Autora, 2023 Fonte: Autora, 2023 CONSIDERAÇÕES FINAIS 87CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho se deu a partir da elaboração de um anteprojeto de uma escola infantil inclusiva para crianças com TDAH e TEA, realizando a compreensão dos traços desses usu- ários para que fossem executados ambientes estimuladores que facilitassem o processo de inclusão e desenvolvimento dessas crianças, através de decisões projetuais utilizando os princípios da neuroarquitetura e técnicas com base na metodologia reggio emilia. Sendo assim, o ambiente influencia nas relações entre os usuários e ajudam as crianças a desenvolver vínculos afetivos, responsabilidade social, autoconfiança e autonomia, ou seja, é onde começam a construir suas identidades. Compreende-se também que os objetivos expostos anteriormente propostos fo- ram atingidos e que foi de grande relevância para a formação acadêmica no curso de arquitetura e urbanismo, contribuindo assim para o futuro no mercado de trabalho, tanto para projetos na área escolar como em diversas outras áreas. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS 90 91REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO AUTISTA (SP); AGUIAR AGOSTO, Vinicius. Introdução a algumas escalas de avalia- ção relacionadas ao espectro do autismo. [S. l.], 2009. Dispo- nível em: https://www.ama.org.br/site/autismo/escalas/. Acesso em: 11 out. 2023. ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO AUTISTA (SP); CALMON DRUMMOND AMORIM, Letícia. Tratamento: TEA. [S. l.], [entre 2009 e 2023]. Disponível em: https://www.ama.org.br/site/autis- mo/tratamento/. Acesso em: 11 out. 2023. CARVALHO, Isabella Chaves. Linha Histórica da Arqui- tetura no Brasil. In: CARVALHO, Isabella Chaves. 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