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AULA 3 DE FISIOLOGIA - MÓDULO DE NEUROFISIOLOGIA - SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES A- SINAPSE E NEUROTRANSMISSORES Abaixo, observa-se os componentes de uma sinapse química. O botão terminal do axônio do neurônio 1 tem uma série de vesículas sinápticas repletas de neurotransmisores. Há a fenda fenda sináptica, espaço entre os dois neurônios. E abaixo há o neurônio 2 com os receptores pós-sináptico para o neurotransmissor liberado, que pode ou não gerar potencial de ação de acordo com a interação entre os neurotransmissores e os seus receptores. As células da glia, como os astrócitos, têm um papel muito fundamental nas sinapses. Tanto que o conceito moderno de sinapse inclui o terminal do axônio 1, a membrana pós-sináptica do neurônio 2 e as células da glia. Estas células têm como uma das funções a captação de neurotransmissores em excesso, além de participação na síntese de neurotransmissores e neuromoduladores. Na imagem acima, observa-se um potencial de ação chegando a porção terminal, de modo que nas regiões vermelhas há propagação da onda de potencial de ação (inversão de polaridade com entrada de sódio), que promove a abertura de canais de cálcio voltagem dependentes. A entrada de cálcio mobiliza as vesículas pré-sinápticas, participando do ancoramento da membrana destas vesículas à membrana pré-sináptica, promovendo a liberação do neurotransmissor, que interage com seu receptor específico na membrana pós-sináptica. Alguns destinos do neurotransmissor após sua liberação: (a) alterações de voltagem na membrana pós-sináptica após interagir com o receptor específico; (b) cair na corrente sanguínea, servindo como neuro-hormônio; (c) degradação por alguma enzima (ex. acetilcolina degradada pela acetilcolinesterase, que está presente nas fendas sinápticas; (d) ser captado pelas células da glia quando em excesso; (e) sofrer receptação pelo neurônio 1, podendo ser ressintetizado ou armazenado em vesículas sinápticas para nova liberação. B- RECEPTORES PÓS-SINÁPTICOS: OS IONOTRÓPICOS E OS METABOTRÓPICOS No caso dos receptores ionotrópicos, o neurotransmissor interage com seu receptor específico-seletivo no próprio canal iônico, possibilitando a abertura do canal. Se for um canal que permite entrada de carga positiva, como íons sódio, haverá um fluxo de cargas positivas gerador de despolarização. Se for um canal que permite entrada de carga negativa, como íons cloreto, haverá um fluxo de cargas negativas gerador de hiperpolarização (célula mais negativa). Cada molécula de neurotransmissor interage diretamente com o receptor para promover a abertura do canal. No caso dos receptores metabotrópicos, há um receptor para o neurotransmissor que não está no canal iônico, de modo que a interação do neurotransmissor com o receptor promove uma série de segundos mensageiros, como o cAMP, que promovem a abertura ou fechamento do canal iônico. Ação mais modulada. Diferenças: 1- receptores ionotrópicos apresentam uma transmissão mais rápida, já que a interação molécula-receptor desencadeia diretamente a despolarização ou polarização. 2- cada ação dos receptores metabotrópicos é amplificada pela geração de centenas de segundos mensageiros, ativando centenas de canais iônicos. 3- os segundos mensageiros também podem mudar a fisiologia da célula ao atuar no núcleo celular e mudar os processos de transcrição e tradução. Acima, como exemplo, há um receptor beta da adrenalina e da noradrenalina, que interage com esta última, ativando a proteína G, que ativa a enzima adenilciclase, que transforma ATP em cAMP, um segundo mensageiro que ativa outras moléculas ativadoras de canais iônicos, como as proteínas quinases. Um processo indireto e mais demorado. Acima, resumo das ações dos neurotransmissores nos seus neurotransmissores e as possíveis consequências intracelulares. Um neurotransmissor liberado na fenda sináptica pode interagir ou com receptores ionotrópicos ou metabotrópicos. Quando a interação ocorre no receptor ionotrópico, há sempre uma abertura de canal, que dependendo do íon, gera um potencial excitatório pós-sináptico (despolarização - entrada de sódio) ou potencial inibitório pós-sináptico (hiperpolarização - saída de potássio ou entrada de cloreto). Quando o neurotransmissor interage com o receptor metabotrópico, uma cascata de segundos mensageiros podem fazer: (a) abrir os canais iônicos (o mesmo cenário de receptores ionotrópicos); ou (b) fechamento de canais que estavam abertos. O fechamento dos canais que deixavam entrar sódio gera hiperpolarização (potencial inibitório pós-sináptico), já o fechamento dos canais que deixavam sair potássio gera despolarização (potencial excitatório pós-sináptico). C- CONCEITO DE AGONISMO E ANTAGONISMO FARMACOLÓGICO Agonista direto: uma droga que, devido a semelhança química, promove o mesmo efeito que o neurotransmissor ao ligar-se diretamente ao seu sítio de ligação (potencialização da neurotransmissão). Antagonista direto: uma substância parecida com o neurotransmissor, mas não o suficiente para ativá-lo, impede a interação da molécula ao ligar-se diretamente ao sítio de ligação do neurotransmissor (relação direta de competição). Agonista indireto: uma droga que potencializa a ligação do neurotransmissor com seu receptor ao ligar-se ao sítio neuromodulador (ex. a droga muda a conformação do canal, tornando o receptor mais alcançável ao neurotransmissor). Antagonista indireto: uma droga que age em um sítio de modulação, mudando a estrutura conformacional do canal, dificultando a neurotransmissão. D- NEUROTRANSMISSORES Uma molécula atua como neurotransmissor clássico se: D - PARTE 1- acetilcolina, primeiro neurotransmissor descrito, possibilitou compreender que uma informação elétrica pode ser transmitida através de sinais químicos. Umas de suas principais funções são: 1- Contração da musculatura esquelética e lisa; 2- Sono e vigília; 3- Aprendizado e memória. No mal de Alzheimer, a perda de memória acontece pela degeneração de neurônios colinérgicos. No processo de degradação da acetilcolina, a colina é resgatada para ressíntese do neurotransmissor no botão terminal (região final do axônio). No botão terminal, a acetilcolina é formada a partir dos produtos acetil coenzima-A e colina e depois armazenada em vesículas e liberada. Quando liberada, além de interagir com seus receptores, a acetilcolina é degradada pela enzima acetilcolinesterase, transformando-a em acetato e colina, esta última recaptada. O bloqueio da acetilcolinesterase (potencializar a transmissão colinérgica de maneira generalizada no corpo) é fatal ao indivíduo em poucos minutos. Drogas como os organofosforados também são tóxicos ao atuar nesta via. Os principais receptores da acetilcolina são: os muscarínicos (metabotrópicos) e os nicotínicos (ionotrópicos e muito presentes nos músculos esqueléticos, como o diafragma). A atropina (alcalóide da planta Atropa belladona) e o curare são antagonistas competitivos respectivos aos receptores, enquanto a muscarina(alcalóide encontrado em cogumelos) e a nicotina são seus agonistas respectivos. O bloqueio dos receptores muscarínicos com a atropina, gera efeitos contrários aos efeitos da acetilcolina: dilatação da pupila (uso na forma de colírio) e ataque cardíaco. O bloqueio dos receptores nicotínicos com o curare gera efeitos contrários aos efeitos da acetilcolina: relaxamento da neuromusculatura (bloqueio generalizado na caça indígena por animais). Caso clínico da Miastenia gravis: há produção de anticorpos contra os próprios receptores nicotínicos, perdendo-os gradativamente (doença autoimune). Neste caso, o uso de inibidores de acetilcolinesterase, como as neostigmina e fisioestigmina, é um tratamento importante para aumentar a transmissão colinérgica pela ativação ao máximo dos receptores restantes pelo excesso de acetilcolina. Até os organofosforados, que naturalmente são venenos para o indivíduo normal, podem ser empregados. Na imagem acima, informações de como uma substância exógena, um medicamento ou uma droga poderia alterar a transmissão colinérgica. Exemplos de agonismos: 1- aumento da colina pela dieta: facilitação da transmissão colinérgica pela maior geração do neurotransmissor (agonismo indireto); 2- veneno da aranha da viúva-negra promove grande liberação de acetilcolina na fenda sináptica, podendo gerar óbito do indivíduo (agonismo indireto); 3- organofosforados (veneno) aumentam a acetilcolina na fenda sináptica ao bloquear a enzima acetilcolinesterase (agonista indireto); 4- nicotina estimula diretamente os receptores colinérgicos (agonismo direto); Exemplos de antagonismos: 1- toxinas botulínicas (usadas no botox - paralisia da musculatura) diminuem a liberação de acetilcolina; 2- curare bloqueia os receptores de acetilcolina, especificamente os nicotínicos (antagonismo direto). D - PARTE 2 - catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina), originadas da tirosina. A maioria destes neurotransmissores apresentam vias de projeção ascendentes, sobretudo a noradrenalina e adrenalina (epinefrina). No caso da noradrenalina, há neurônios que se projetam difusamente pelo encéfalo e fazem uma liberação massiva do neurotransmissor. No caso da adrenalina, estes neurônios adrenérgicos estão mais restritos. Quando o lócus ceruleus entra em potencial de ação, ele promove uma liberação muito significativa de noradrenalina, aumentando o alerta cerebral ao ativar todo o cérebro. As função das adrenalina e noradrenalina são: 1- sono e vigília (níveis de alerta); 2- funções viscerais (sistema nervoso autônomo). Como estão relacionadas ao sistema nervoso simpático, sistema de ativação visceral, há liberação massiva destes neurotransmissores em situações de luta ou fuga. Os receptores das adrenalina e noradrenalina (com exemplos de localização) são: 1- alfa1: vasos sanguíneos (geração de vasoconstrição, o que aumenta a pressão arterial pela diminuição do calibre dos vasos - elevado aporte de oxigênio e de glicose para situações luta ou fuga); 2- alfa2: autorreceptor; 3- beta1: coração (efeito de taquicardia, aumento da frequência cardíaca); 4- beta2: brônquios (geração de broncodilatação, facilitando a oxigenação do sangue); 5- beta3: tecido adiposo (promoção de lipólise para geração de energia). Estes dois neurotransmissores apresentam fenilefrina como agonista e propranolol como antagonista. O propanolol é um bloqueador do receptor beta1 usado em hipertensos para diminuição da pressão arterial por bradicardia. Por outro lado, como este antagonista não é totalmente seletivo, ele pode bloquear o receptor beta2, gerando broncoconstrição, de modo que não é indicado para asmáticos. Do mesmo modo, asmáticos que usam broncodilatadores podem apresentar taquicardia quando realizam uso da medicação pela falta de seletividade. O autorreceptor alfa2 adrenérgico é pré-sináptico, controlando a liberação do neurotransmissor. Assim, durante a liberação de norepinefrina, alguma molécula interage com o receptor de modo que este diminui a liberação de mais noradrenalina (feedback negativo). Uma substância agonista ao receptor alfa2 (faz o que a adrenalina e noradrenalina fariam) é antagonista a neurotransmissão. Por outro lado, uma substância antagonista do receptor favorece a neurotransmissão. D - PARTE 3 - A dopamina controla o humor e o comportamento, além de estar relacionada ao abuso a drogas e ao controle do movimento (degeneração dopaminérgica gera mal de Parkinson). A administração de precursores da dopamina (L-dopa), uma vez que a dopamina não ultrapassa a barreira hemato-encefálica, a indivíduos com mal de Parkinson. Muitas drogas impedem a recaptação da dopamina, de modo que o neurotransmissor fica mais tempo na fenda sináptica. Este é o caso do ecstasy e da cocaína. Assim, um indivíduo com mal de Parkinson pode apresentar melhora em seu quadro. O aumento da transmissão dopaminérgica de modo geral leva a alteração de estado de consciência, de maneira que é muito comum antagonistas dopaminérgicos, como o haloperidol, para tratar indivíduos com surto psicótico. A segunda causa do mal de Parkinson, além da questão genética, é o uso de bloqueadores dopaminérgicos para pacientes psiquiátricos. A dopamina tem pelo menos quatro receptores diferentes: D1, D2, D3 e D4. A via do prazer ou do sistema de recompensa (James Olds): A experiência ocorreu por estimulação por impulsos elétricos em diversas regiões encefálicas em ratos. Se o eletrodo estivesse colocado em uma região que promovesse um desprazer/desconforto no animal, este não apertaria a barra para receber estimulações adicionais. Por outro lado, se esta estimulação promovesse alguma recompensa ou coisa positiva para o animal, este apertaria a barra para novas estimulações. Observou-se que determinada região do cérebro, quando estimulada várias vezes, gerava um comportamento compulsivo em apertar a barra (dependência). A sensação gerada pela estimulação da via mesolímbica é de fissão, de querer mais (reforço do comportamento), não sendo necessariamente prazer. Provavelmente este circuito dopaminérgico de compulsão, representada pela área ventral tegmental e pelo núcleo accumbens, porque há certos comportamentos que precisam ser repetidos para que os seres sobrevivam, tais quais buscar comida, reprodução, autolimpeza. As drogas, lícitas e ilícitas, diminuem o limiar de ativação facilitando a ativação da via. Casos da maconha, cocaína, álcool. Existe uma discussão sobre o transtorno obsessivo-compulsivo, no qual as pessoas repetem muitas vezes as mesmas coisas, pode ser resultado da hiperatividade desta via. Drogas para emagrecer, tais quais femproporex, anfepramona e mazindol, têm uma ação no SNC de modo a causar dependência de maneira muito grande. D - PARTE 4- A serotonina é um neurotransmissor complexo com muitos receptores diferentes (receptores 5HT de 1A a !f, 5HT de 2A a C e 5HT3). Este neurotransmissor apresenta relações com o controle do comportamento emocional, em especial impulsividade e agressividade, com regulação do humor e sono, além do controleda dor. Aumentar a transmissão parece levar a uma sensação de bem estar e conforto para as pessoas. Por esta razão, alguns medicamentos antidepressivos mais usados atualmente são inibidores seletivos da recaptação de serotonina (agonistas), como a fluoxetina, conhecida como prozac, e a fenfluramina, para aumento dos efeitos da transmissão serotonérgica. Pessoas com altos níveis de impulsividade, agressividade e comportamento suicida apresentam algum tipo de deficiência na transmissão serotonérgica, seja pela liberação de serotonina ou por alguma deficiência dos seus receptores. As vias de projeção ascendente da serotonina se originam nos núcleos da rafe, que também ficam no bulbo. D - PARTE 5 - O glutamato, principal neurotransmissor excitatório, apresenta a glicose como neurotransmissor. Seus principais receptores são: AMPA, NMDA e cainato. A sua liberação excessiva pode levar as células a morte, uma vez que a ativação dos receptores glutamatérgicos levam a formação de NO por segundos mensageiros. Este gás age como um mensageiro retrógrado potencializando a liberação de mais neurotransmissor ao estimular a sinapse do neurônio (retroalimentação positiva), o que pode durar horas, dias ou nunca parar. Este potencial de longa duração, LTP, é importante porque há evidências que é essa a maneira pela qual o indivíduo memoriza as informações de longo prazo (um reforço sináptico para o aprendizado e memória). D - PARTE 6 - O GABA, ácido gama-amino-butírico, tem como precursor o glutamato, e tem como principal função a inibição do sistema nervoso, o que não exclui que sua atuação como neurotransmissor excitatório. Os principais receptores são GABA-a e GABA-b. O muscimol é um agonista direto e a bicuculina é um antagonista direto. Benzodiazepínicos (diazepam, lexotan, rivotril) e barbitúricos, de importância clínica, aumentam a afinidade do GABA ao seu receptor (agonismo indireto). O etanol e os neuroesteróides apresentam o mesmo efeito agonista indireto. O GABA, ao atuar em seu receptor, que é ionotrópico, abre o canal de cloreto, hiperpolarizando a célula (sinapse inibitória). Assim, benzodiazepínicos são utilizados para diminuir o processo de ansiedade ou a dificuldade para conciliar o sono (diminuição do alerta cerebral). Os barbitúricos, utilizados como anestésicos, também têm atividade semelhante. Neuroesteróides liberados na gestação, como a progesterona, aumentam uma ação ansiolítica observada em indivíduos gestantes por esta mesma razão. D - PARTE 7 - A morfina (opiáceo) é uma substância encontrada na papoula que dá origem ao ópio. Os indivíduos apresentam receptores para essa substância, uma vez que produz opióides endógenos. Tanto a morfina quanto estes opióides têm ações muito específicas no organismo, como analgesia. A primeira tem um efeito muito maior quanto os opióides por ser usada em quantidade muito maior do que a produzida no organismo. E ambos apresentam efeitos psicotrópicos, alterando o estado de consciência. Os opióides endógenos são conhecidos como endorfinas, encefalinas e dinorfinas. São produzidos em situações de intenso estresse, como acidente de carro, onde às vezes uma pessoa com grave fratura consegue se locomover para buscar ajuda. Do processo de se desenvolver uma droga mais analgésica do que a morfina e sem efeitos de se causar dependência química e física originou a heroína, que é pouco analgésica e que causa muita dependência. E- NEUROTRANSMISSORES MENOS CONVENCIONAIS - MACONHA E ENDOCANABINÓIDES Estes neurotransmissores não seguem as três leis dos neurotransmissores convencionais. A maconha é proveniente da planta Cannabis sativa, que apresenta os princípios tetra-hidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), e os endocanabinóides são produzidos pelo próprio organismo, havendo a anandamida como uma candidata a este grupo. O THC está mais relacionado aos efeitos psicotrópicos da droga, enquanto o canabidiol está mais relacionado aos efeitos terapêuticos, como a ação anticonvulsivante. Na imagem acima, as porções do cérebro mais alaranjadas e amareladas são as que apresentam receptores, sendo o CB1 o principal do SNC. Possibilidade do mecanismo de ação: A interação de um neurotransmissor convencional, um glutamato, com seus receptores específicos, somada a entrada de cálcio, produz os endocanabinóides. Como estes neurotransmissores são retrógrados, eles interagem com o botão pré-sináptico, diminuindo ou aumentando (questão controversa) a liberação do neurotransmissor clássico. Não estão em vesículas, não atuam em receptores pós-sinápticos e não dependem do cálcio para liberação. Analgésicos opióides (OxyContin, Vicodin, Demerol, Dilaudid, Tramal, Paco, Mytedom) estão sendo usadas de maneira muito banal pelos estadunidenses, de modo que a casos de óbitos por overdoses são muito frequentes. Um grave problema de saúde pública. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX