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10 23 - Lista Extra [Acentuação gráfica]

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Rebeca Balos

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

No que concerne a aspectos gramaticais do texto “Dizer o que se pensa não é sempre uma qualidade”, é incorreto o que se afirma em:
A construção “assisti boquiaberta, poucos meses depois, a uma parcela significativa da nação eleger uma figura no mínimo controversa” (ref. 3) seria, por muitas pessoas, escrita da seguinte forma: “assisti boquiaberta, poucos meses depois, uma parcela significativa da nação eleger uma figura no mínimo controversa”. Isso, no entanto, representaria um erro, uma vez que, nesse contexto, o verbo assistir é transitivo indireto.
No fragmento “Da mesma forma, num ambiente em que racismo, homofobia e liberdades tomadas com a vida dos outros ainda imperam” (ref. 10), a expressão “em que” poderia ser substituída por “no qual” sem que o sentido do texto e sua correção gramatical fossem prejudicados.
Para garantir a correção gramatical, o fragmento “Mas a grande maioria para no pensamento” (ref. 17) deveria ser escrito da seguinte forma: “Mas a grande maioria para no pensamento”, uma vez que o acento agudo diferencial é necessário em razão de se tratar de uma palavra homógrafa.
No trecho “horrorizada pela consequência que suas ações mentais teriam na vida real se executadas ou ditas” (ref. 18), há uma elipse de um verbo conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo.
Para garantir a correção gramatical, a oração “Pensamentos terríveis têm essa utilidade:” (ref. 19) deveria ser escrita com a forma pronominal “esta”, assim: “Pensamentos terríveis têm esta utilidade:”, uma vez que se tem, aqui, uma relação catafórica.

Por vezes barateamos o sentido do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”.
a) a expressão Por vezes pode ser substituída por “As vezes” sem que haja prejuízo da correção gramatical, pois nada justificaria o emprego do acento indicativo da crase.
b) os dois-pontos introduzem não um esclarecimento do que foi dito antes, mas uma enumeração; no caso, enumeração dos passatempos.
c) a sequência e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas poderia ter a ordem dos complementos verbais alterada sem prejuízo do sentido original.
d) a forma queixamo-nos é gramaticalmente correta, assim como o é a destacada em “Ele me fez uma gentileza, é hora de retribui-lo”.
e) o emprego das aspas, nas três ocorrências, é indicativo de palavra e expressões típicas da linguagem coloquial.

11. (UEM/PR - 2016) Assinale o que for correto. 01) Nos vocábulos “sejam” (referência 7), “vivem” (referência 17), “contam” (referência 30) e “constem” (referência 40), a nasalização produz ditongos cuja semivogal não é apresentada na escrita. Nos vocábulos acima, “em” e “am” representam ditongos nasais decrescentes porque aparecem na última sílaba das palavras. 02) Nos vocábulos “serão” (referência 14) e “farão” (referência 25), a sequência de vogais “ão” corresponde a um encontro consonantal denominado hiato. 04) No vocábulo “baixadas” (referência 8), a primeira sílaba apresenta um ditongo decrescente “ai”. No vocábulo “banheiros” (referência 9), a segunda sílaba apresenta um ditongo decrescente. Na fala, em virtude de ocorrências de variação linguística, a pronúncia desses dois vocábulos pode variar para “baxadas” e “banheros”, respectivamente. 08) Em “hábitos” (referência 18), “públicos” (referência 19) e “câmeras” (referência 20), temos três palavras paroxítonas acentuadas porque são terminadas por “s”. 16) No vocábulo “milhares” (referência 24) e no vocábulo “escolha” (referência 27), temos o dígrafo “lh”, pois as duas consoantes juntas representam um único fonema. Este fonema pode ser realizado de forma diferente da convencional, caracterizando assim a variação linguística. Nesse caso, em decorrência de fatores regionais ou de hábitos linguísticos, a pronúncia pode ser “miiares” e “escoia”.

1: [D] 2: [A] 3: [A] 4: [C] 5: [B] 6: [C] 7: [B] 8: [A] 9: [C] 10: [E] 11: 01 + 04 + 16 = 21.

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Questões resolvidas

No que concerne a aspectos gramaticais do texto “Dizer o que se pensa não é sempre uma qualidade”, é incorreto o que se afirma em:
A construção “assisti boquiaberta, poucos meses depois, a uma parcela significativa da nação eleger uma figura no mínimo controversa” (ref. 3) seria, por muitas pessoas, escrita da seguinte forma: “assisti boquiaberta, poucos meses depois, uma parcela significativa da nação eleger uma figura no mínimo controversa”. Isso, no entanto, representaria um erro, uma vez que, nesse contexto, o verbo assistir é transitivo indireto.
No fragmento “Da mesma forma, num ambiente em que racismo, homofobia e liberdades tomadas com a vida dos outros ainda imperam” (ref. 10), a expressão “em que” poderia ser substituída por “no qual” sem que o sentido do texto e sua correção gramatical fossem prejudicados.
Para garantir a correção gramatical, o fragmento “Mas a grande maioria para no pensamento” (ref. 17) deveria ser escrito da seguinte forma: “Mas a grande maioria para no pensamento”, uma vez que o acento agudo diferencial é necessário em razão de se tratar de uma palavra homógrafa.
No trecho “horrorizada pela consequência que suas ações mentais teriam na vida real se executadas ou ditas” (ref. 18), há uma elipse de um verbo conjugado na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo.
Para garantir a correção gramatical, a oração “Pensamentos terríveis têm essa utilidade:” (ref. 19) deveria ser escrita com a forma pronominal “esta”, assim: “Pensamentos terríveis têm esta utilidade:”, uma vez que se tem, aqui, uma relação catafórica.

Por vezes barateamos o sentido do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”.
a) a expressão Por vezes pode ser substituída por “As vezes” sem que haja prejuízo da correção gramatical, pois nada justificaria o emprego do acento indicativo da crase.
b) os dois-pontos introduzem não um esclarecimento do que foi dito antes, mas uma enumeração; no caso, enumeração dos passatempos.
c) a sequência e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas poderia ter a ordem dos complementos verbais alterada sem prejuízo do sentido original.
d) a forma queixamo-nos é gramaticalmente correta, assim como o é a destacada em “Ele me fez uma gentileza, é hora de retribui-lo”.
e) o emprego das aspas, nas três ocorrências, é indicativo de palavra e expressões típicas da linguagem coloquial.

11. (UEM/PR - 2016) Assinale o que for correto. 01) Nos vocábulos “sejam” (referência 7), “vivem” (referência 17), “contam” (referência 30) e “constem” (referência 40), a nasalização produz ditongos cuja semivogal não é apresentada na escrita. Nos vocábulos acima, “em” e “am” representam ditongos nasais decrescentes porque aparecem na última sílaba das palavras. 02) Nos vocábulos “serão” (referência 14) e “farão” (referência 25), a sequência de vogais “ão” corresponde a um encontro consonantal denominado hiato. 04) No vocábulo “baixadas” (referência 8), a primeira sílaba apresenta um ditongo decrescente “ai”. No vocábulo “banheiros” (referência 9), a segunda sílaba apresenta um ditongo decrescente. Na fala, em virtude de ocorrências de variação linguística, a pronúncia desses dois vocábulos pode variar para “baxadas” e “banheros”, respectivamente. 08) Em “hábitos” (referência 18), “públicos” (referência 19) e “câmeras” (referência 20), temos três palavras paroxítonas acentuadas porque são terminadas por “s”. 16) No vocábulo “milhares” (referência 24) e no vocábulo “escolha” (referência 27), temos o dígrafo “lh”, pois as duas consoantes juntas representam um único fonema. Este fonema pode ser realizado de forma diferente da convencional, caracterizando assim a variação linguística. Nesse caso, em decorrência de fatores regionais ou de hábitos linguísticos, a pronúncia pode ser “miiares” e “escoia”.

1: [D] 2: [A] 3: [A] 4: [C] 5: [B] 6: [C] 7: [B] 8: [A] 9: [C] 10: [E] 11: 01 + 04 + 16 = 21.

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Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 1 de 7 
EXERCÍCIOS EXTRAS – ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
 
1. (UNICAMP/SP - 2019) Há dois tipos de palavras: as 
proparoxítonas e o resto. As proparoxítonas são o ápice da 
cadeia alimentar do léxico. 
As palavras mais pernósticas são sempre 
proparoxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar 
com ímpeto - e, despóticas, ainda exigem acento na sílaba 
tônica! Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais 
crédito. É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o 
vândalo. Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. Ser 
artesão não é nada, perto de ser artífice. 
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice. 
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o 
resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.) 
 
 Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que 
a) garantem sua pronúncia graças à exigência de uma sílaba 
tônica. 
b) conferem nobreza ao léxico da língua graças à facilidade 
de sua pronúncia. 
c) revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e de 
sua dupla acentuação. 
d) exibem sempre sua prepotência, além de imporem a 
obrigatoriedade da acentuação. 
 
2. (ESPCEX (AMAN) 2019) Assinale a alternativa em que 
todos os vocábulos do enunciado são acentuados pela 
mesma regra. 
a) Uma sólida política de saneamento tem que levar em conta 
os problemas econômicos da população. 
b) Há um sistema acessível, mas também regulatório. 
c) Pressente-se um crônico sentimento de impotência, 
resíduo da própria história. 
d) Os termos de privacidade do sistema construído pelos 
estagiários são inaceitáveis. 
e) As audiências públicas são realizadas em caráter 
extraordinário. 
 
(IME/RJ - 2019) Leia o texto e responda à questão a seguir. 
TEXTO I 
 
Becos de Goiás 
Beco da minha terra... 
Amo tua paisagem triste, ausente e suja. 
Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. 
Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. 
E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, 
e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, 
calçando de ouro a sandália velha, 
jogada no teu monturo. 
Amo a prantina silenciosa do teu fio de água, 
descendo de quintais escusos 
sem pressa, 
e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. 
Amo a avenca delicada que renasce 
na frincha de teus muros empenados, 
e a plantinha desvalida, de caule mole 
que se defende, viceja e floresce 
no agasalho de tua sombra úmida e calada. 
 
Amo esses burros-de-lenha 
que passam pelos becos antigos. Burrinhos dos morros, 
secos, lanzudos, malzelados, cansados, pisados. 
Arrochados na sua carga, sabidos, procurando a sombra, 
no range-range das cangalhas. 
 
E aquele menino, lenheiro ele, salvo seja. 
Sem infância, sem idade. 
Franzino, maltrapilho, 
pequeno para ser homem, 
forte para ser criança. 
Ser indefeso, indefinido, que só se vê na minha cidade. 
 
Amo e canto com ternura 
todo o errado da minha terra. 
Becos da minha terra, 
discriminados e humildes, 
lembrando passadas eras... 
 
Beco do Cisco. 
Beco do Cotovelo. 
Beco do Antônio Gomes. 
Beco das Taquaras. 
Beco do Seminário. 
Bequinho da Escola. 
Beco do Ouro Fino. 
Beco da Cachoeira Grande. 
Beco da Calabrote. 
Beco do Mingu. 
Beco da Vila Rica... 
 
Conto a estória dos becos, 
dos becos da minha terra, 
suspeitos... mal afamados 
onde família de conceito não passava. 
“Lugar de gentinha” - diziam, virando a cara. 
De gente do pote d’água. 
De gente de pé no chão. 
Becos de mulher perdida. 
Becos de mulheres da vida. 
Renegadas, confinadas 
na sombra triste do beco. 
Quarto de porta e janela. 
Prostituta anemiada, 
solitária, hética, engalicada, 
tossindo, escarrando sangue 
na umidade suja do beco. 
Becos mal assombrados. 
Becos de assombração... 
Altas horas, mortas horas... 
Capitão-mor - alma penada, 
terror dos soldados, castigado nas armas. 
Capitão-mor, alma penada, 
num cavalo ferrado, 
chispando fogo, 
descendo e subindo o beco, 
comandando o quadrado - feixe de varas... 
Arrastando espada, tinindo esporas... 
 
Mulher-dama. Mulheres da vida, 
perdidas, 
começavam em boas casas, depois, 
baixavam pra o beco. 
Queriam alegria. Faziam bailaricos. 
- Baile Sifilítico - era ele assim chamado. 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 2 de 7 
O delegado-chefe de Polícia - brabeza - 
dava em cima... 
Mandava sem dó, na peia. 
No dia seguinte, coitadas, 
cabeça raspada a navalha, 
obrigadas a capinar o Largo do Chafariz, 
na frente da Cadeia. 
 
Becos da minha terra... 
Becos de assombração. 
Românticos, pecaminosos... 
Têm poesia e têm drama. 
O drama da mulher da vida, antiga, 
humilhada, malsinada. 
Meretriz venérea, 
desprezada, mesentérica, exangue. 
Cabeça raspada a navalha, 
castigada a palmatória, 
capinando o largo, 
chorando. Golfando sangue. 
 
(ÚLTIMO ATO) 
 
Um irmão vicentino comparece. 
Traz uma entrada grátis do São Pedro de Alcântara. 
Uma passagem de terceira no grande coletivo de São 
Vicente. 
Uma estação permanente de repouso - no aprazível São 
Miguel. 
 
Cai o pano. 
CORALINA, Cora. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. 21ª ed. - São Paulo: 
Global Editora, 2006. 
 
TEXTO II 
O elefante 
 
Fabrico um elefante 
de meus poucos recursos. 
Um tanto de madeira 
tirado a velhos móveis 
talvez lhe dê apoio. 
E o encho de algodão, 
de paina, de doçura. 
A cola vai fixar 
suas orelhas pensas. 
A tromba se enovela, 
é a parte mais feliz 
de sua arquitetura. 
 
Mas há também as presas, 
dessa matéria pura 
que não sei figurar. 
Tão alva essa riqueza 
a espojar-se nos circos 
sem perda ou corrupção. 
E há por fim os olhos, 
onde se deposita 
a parte do elefante 
mais fluida e permanente, 
alheia a toda fraude. 
 
Eis o meu pobre elefante 
pronto para sair 
à procura de amigos 
num mundo enfastiado 
que já não crê em bichos 
e duvida das coisas. 
Ei-lo, massa imponente 
e frágil, que se abana 
e move lentamente 
a pele costurada 
onde há flores de pano 
e nuvens, alusões 
a um mundo mais poético 
onde o amor reagrupa 
as formas naturais. 
 
Vai o meu elefante 
pela rua povoada, 
mas não o querem ver 
nem mesmo para rir 
da cauda que ameaça 
deixá-lo ir sozinho. 
 
É todo graça, embora 
as pernas não ajudem 
e seu ventre balofo 
se arrisque a desabar 
ao mais leve empurrão. 
Mostra com elegância 
sua mínima vida, 
e não há cidade 
alma que se disponha 
a recolher em si 
desse corpo sensível 
a fugitiva imagem, 
o passo desastrado 
mas faminto e tocante. 
Mas faminto de seres 
e situações patéticas, 
de encontros ao luar 
no mais profundo oceano, 
sob a raiz das árvores 
ou no seio das conchas, 
de luzes que não cegam 
e brilham através 
dos troncos mais espessos. 
Esse passo que vai 
sem esmagar as plantas 
no campo de batalha, 
à procura de sítios, 
segredos, episódios 
não contados em livro, 
de que apenas o vento, 
as folhas, a formiga 
reconhecem o talhe, 
mas que os homens ignoram, 
pois só ousam mostrar-se 
sob a paz das cortinas 
à pálpebra cerrada. 
 
E já tarde da noite 
volta meu elefante, 
mas volta fatigado, 
as patas vacilantes 
se desmancham no pó. 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 3 de 7 
Ele não encontrou 
o de que carecia, 
o de que carecemos, 
eu e meu elefante, 
em que amo disfarçar-me. 
Exausto de pesquisa, 
caiu-lhe o vasto engenho 
como simples papel. 
A cola se dissolve 
e todo o seu conteúdo 
de perdão, de carícia, 
de pluma, de algodão, 
jorra sobre o tapete, 
qual mito desmontado. 
Amanhã recomeço. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. O ElefanteO. 9ª ed. - São Paulo: Editora 
Record, 1983. 
 
3. (IME/RJ - 2019) Assinale a alternativa em que os 
vocábulos são acentuados de acordo com as mesmas regras 
de acentuação gráfica das palavras abaixo transcritas, 
respectivamente: 
 
sandália (verso 7, texto 1); úmida (verso 17, texto 1); só 
(verso 28, texto 1); sensível (verso 55, texto 2); conteúdo 
(verso 95, texto 2). 
 
a) réstia, sifilítico, vê, grátis, baú 
b) água, família, há, revólver, frágil 
c) infância, matéria, à, móveis, saúva 
d) estória, poético, têm,viúva, maiúscula 
e) solitária, fáceis, deixá-lo, médio, carícia 
 
(UPF/RS - 2019) A questão refere-se ao texto “Dizer o que se 
pensa não é sempre uma qualidade” 
 
Dizer o que se pensa não é sempre uma qualidade - 
Suzana Herculano-Houzel 
 
1Donald Trump fala o que muitos pensam e não têm 
coragem de dizer, 2segundo seus eleitores. 
Cheguei aos EUA em 2016 com Obama na Casa 
Branca e 3assisti 4boquiaberta, poucos meses depois, a uma 
parcela significativa da nação eleger uma figura no mínimo 
controversa. Trump parecia imune aos próprios atentados 
contra os valores americanos. A razão, louvada por tantos de 
seus eleitores? “Ele fala o que muitos pensam e não têm 
coragem de dizer.” 
5E 6ainda faz escola. Já ouvi o mesmo argumento de 
vários que apoiam presidenciáveis brasileiros. 7Como se 
dizer o que se pensa fosse, de fato, sempre algo louvável. 
Mas não é. 
Pensar besteira todo mundo faz, de chegar na 
mureta do mirante e ponderar que “é 8só passar a perna por 
cima e me jogar” ou olhar para o vizinho e pensar que “se eu 
o empurrasse, ele teria morte certa”. 9Evocar associações 
comuns, como mureta e suicídio, é apenas natural para o 
cérebro, consequência inevitável do seu aprendizado por 
repetição. 
10Da mesma forma, 11num 12ambiente em que 
racismo, homofobia e liberdades tomadas com a vida dos 
outros ainda imperam, 13onde se cresce ouvindo que negros 
e índios são isso, gays são aquilo, e 14onde todo útero grávido 
é propriedade coletiva, 15insultar é o impulso mental fácil, 
mesmo que por repetição, e não por crença. 
16Pensamentos também são testes de ações mentais 
e suas consequências possíveis. Mentalmente, todo mundo 
um dia xinga a mãe, esbofeteia o vizinho, esfaqueia o marido 
ou profere insultos racistas e homofóbicos. 
17Mas a grande maioria para no pensamento, 
18horrorizada pela consequência que suas ações mentais 
teriam na vida real se executadas ou ditas. 19Pensamentos 
terríveis têm essa utilidade: 20primatas que somos, com um 
córtex pré-frontal expressivo, capaz de reconhecer 21más 
ideias e impedi-22las de vir à tona, não precisamos chegar às 
vias de fato para aprender a não fazer besteira. 
23Dizer o que “todo mundo pensa mas não ousa 
dizer”, portanto, não é sinal de coragem, nem de 
honestidade, mas apenas de falta de controle pré-frontal – ou 
de mau caráter mesmo. 
(Herculano-Houzel, Suzana [bióloga e neurocientista da Universidade 
Vanderbilt (EUA)]. Dizer o que se pensa não é sempre uma qualidade. 
Folha de São Paulo, 14/08/2010. Adaptado. Disponível em: 
http://www.brasilagro.com.br/conteudo/dizer-o-que-se-pensa-nao-e-
sempre-uma-qualidade.html. Acesso em 11 ago. 2018) 
 
4. (UPF/RS - 2019) No que concerne a aspectos gramaticais 
do texto “Dizer o que se pensa não é sempre uma qualidade”, 
é incorreto o que se afirma em: 
a) A construção “assisti boquiaberta, poucos meses depois, 
a uma parcela significativa da nação eleger uma figura no 
mínimo controversa” (ref. 3) seria, por muitas pessoas, 
escrita da seguinte forma: “assisti boquiaberta, poucos 
meses depois, uma parcela significativa da nação eleger 
uma figura no mínimo controversa”. Isso, no entanto, 
representaria um erro, uma vez que, nesse contexto, o 
verbo assistir é transitivo indireto. 
b) No fragmento “Da mesma forma, num ambiente em que 
racismo, homofobia e liberdades tomadas com a vida dos 
outros ainda imperam” (ref. 10), a expressão “em que” 
poderia ser substituída por “no qual” sem que o sentido do 
texto e sua correção gramatical fossem prejudicados. 
c) Para garantir a correção gramatical, o fragmento “Mas a 
grande maioria para no pensamento” (ref. 17) deveria ser 
escrito da seguinte forma: “Mas a grande maioria para no 
pensamento”, uma vez que o acento agudo diferencial é 
necessário em razão de se tratar de uma palavra 
homógrafa. 
d) No trecho “horrorizada pela consequência que suas ações 
mentais teriam na vida real se executadas ou ditas” (ref. 
18), há uma elipse de um verbo conjugado na terceira 
pessoa do plural do pretérito imperfeito do subjuntivo. 
e) Para garantir a correção gramatical, a oração 
“Pensamentos terríveis têm essa utilidade:” (ref. 19) 
deveria ser escrita com a forma pronominal “esta”, assim: 
“Pensamentos terríveis têm esta utilidade:”, uma vez que 
se tem, aqui, uma relação catafórica. 
 
(UFRGS/RS - 2018) A questão está relacionada ao texto 
abaixo. 
_____1_____ me perguntam: quantas palavras uma 
pessoa sabe? Essa 1é uma pergunta importante, 
2principalmente para quem ensina línguas estrangeiras. Seria 
muito útil para quem planeja um curso de francês ou japonês 
ter uma 3estimativa de quantas palavras um nativo conhece; 
e quantas os alunos precisam aprender para usar a língua 
com certa facilidade. 4Essas informações seriam preciosas 
para quem está preparando um manual que inclua, 5entre 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
Página 4 de 7 
outras coisas, um planejamento cuidadoso da introdução 
6gradual de vocabulário. 
À parte isso, a pergunta tem seu interesse próprio. 
Uma língua não é apenas composta de palavras: ela inclui 
também regras gramaticais e um mundo de outros elementos 
que também precisam ser dominados. Mas as palavras são 
particularmente numerosas, e é notável como qualquer 
pessoa, instruída ou não, _____2_____ acesso a esse 
7acervo imenso de informação com facilidade e rapidez. 
Assim, perguntar quantas palavras uma pessoa sabe é parte 
do problema geral de o que é que uma pessoa tem em sua 
mente e que _____3_____ permite usar a língua, falando e 
entendendo. 
8Antes de mais nada, porém, o que é 9uma palavra? 
10Ora, 11alguém vai dizer, 12“todo mundo sabe o que é uma 
palavra”. Mas não é bem assim. Considere a palavra olho. É 
muito claro que isso aí é uma palavra – mas será que olhos 
é a mesma palavra (só que no plural)? Ou será outra palavra? 
13Bom, há razões para responder das duas maneiras: 
é a mesma palavra, porque significa a mesma coisa (mas 
com a ideia de plural); e é outra palavra, porque se pronuncia 
diferentemente (olhos tem um “s” final que olho não tem, além 
da 14diferença de timbre das vogais tônicas). 15Entretanto, a 
razão 16principal por que 17julgamos que olho e olhos sejam 
a mesma palavra é que a relação entre elas é extremamente 
regular; ou seja, vale não apenas para esse par, mas para 
milhares de outros pares de elementos da língua: olho/olhos, 
orelha/orelhas, gato/gatos, etc. E, semanticamente, a relação 
é a mesma em todos os pares: a forma sem “s” denota um 
objeto só, a forma com “s” denota mais de um objeto. 18Daí 
se tira uma consequência importante: não é preciso aprender 
e guardar permanentemente na memória cada caso 
individual; aprendemos uma regra geral (“19faz-se o plural 
acrescentando um “s” ao singular”), e estamos prontos. 
Adaptado de: PERINI, Mário A. Semântica lexical. ReVEL, v. 11, n. 20, 
2013. 
 
5. (UFRGS/RS - 2018) Assinale a alternativa que preenche 
corretamente as lacunas 1, 2 e 3, nessa ordem. 
a) Às vezes – têm – lhe 
b) Às vezes – tem – lhe 
c) As vezes – têm – o 
d) Às vezes – tem – o 
e) As vezes – têm – lhe 
 
6. (ESPCEX (AMAN) 2017) Assinale a alternativa cujo 
vocábulo só pode ser empregado com acento gráfico. 
a) Diálogo 
b) Até 
c) Análogo 
d) É 
e) Música 
 
7. (UFPR/PR - 2017) As duas estrofes a seguir iniciam o 
poema Y-Juca-Pyrama de Gonçalves Dias, publicado em 
1851. 
No meio das tabas de amenos verdores 
Cercadas de troncos – cobertos de flores, 
Alteião-se os tectos d’altiva nação; 
São muitos seus filhos, nos animos fortes, 
Temiveis na guerra, que em densas cohortes 
Assombrão das matas a imensa extensão 
São rudes, severos, sedentos de gloria, 
Já prelios incitão, já cantão victoria, 
Já meigos attendem a voz do cantor: 
São todos tymbiras, guerreiros valentes! 
Seu nome la vôa na bocca das gentes, 
Condão de prodigios, de gloria e terror! 
Últimos Cantos, Gonçalves Dias 
 
 Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras.Constatamos, sem dificuldades, que a ortografia da época 
era, em muitos aspectos, diferente da que usamos 
atualmente. Tendo isso em vista, considere as seguintes 
afirmativas: 
 
1. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram 
acentuadas naquela época, diferentemente de hoje. 
2. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do 
presente do indicativo, com a mesma terminação. 
3. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indicativo 
se diferencia graficamente da forma atual. 
4. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia 
contemporânea. 
 Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
 
(UCPEL/RS - 2017) Leia o texto, a seguir, atentando para 
responder à(s) questão(ões). 
Médico debocha de paciente na internet e é demitido 
Pacientes e internautas ficaram indignados com a postura do 
funcionário Um médico plantonista do hospital público Santa 
Rosa de Lima, administrado pela Santa Casa de Serra Negra, 
em São Paulo, foi afastado do trabalho após ter uma foto 
divulgada em seu Facebook em que debocha de um paciente 
que não falou corretamente as palavras “pneumonia” e “Raio-
X” em uma consulta. 
O médico em questão publicou em sua rede social a 
imagem de um receituário em que se lê: “Não existe 
peleumonia e nem raôxis”. A postagem foi comentada pelas 
funcionárias do hospital, que também foram demitidas. 
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo 
(Cremesp) informou que vai instaurar uma sindicância para 
avaliar a postura do profissional. 
O caso ganhou repercussão depois que a denúncia 
foi publicada na coluna “Comentando”, e outros pacientes e 
internautas ficaram indignados com a postura do clínico 
geral. A diretoria do Hospital Santa Rosa de Lima publicou 
uma nota em que repudia o comportamento dos ex-
funcionários. 
Texto adaptado. Disponível em: 
<http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000816630/medico-debocha-
depaciente-na-internet-e-e-demitido-de-hospital.html>. Acesso em: 07 nov. 2016. 
 
8. (UCPEL/RS - 2017) Das opções que seguem, a que está 
correta, segundo as regras de acentuação é: 
a) Funcionárias e receituário são acentuadas porque se 
enquadram na mesma regra, neste caso, as duas podem 
ser consideradas paroxítonas. 
b) Receituário é uma oxítona acentuada, pois termina com –
o, enquanto que lê é uma monossílaba tônica, por isso 
está acentuada. 
 
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Gramática 
 
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c) Após e lê estão acentuadas, pois são paroxítona e 
monossílaba, respectivamente. 
d) Repercussão e sindicância estão acentuadas, pois são 
paroxítonas terminadas em ditongo. 
e) Médico, público e clínico estão acentuadas por serem 
proparoxítonas em que o acento agudo se apresenta sobre 
a semivogal. 
 
(PUCCAMP/SP - 2016) Leia atentamente o texto abaixo para 
responder à questão. 
 
O tempo e suas medidas 
1O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele 
preenche, mede, avalia, ama e teme. Para marcar a 
passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A 
palavra vem do latim horologium, e 2se refere a um quadrante 
do céu que os antigos aprenderam a observar para se 
orientarem no tempo e no espaço. 3Os artefatos construídos 
para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos 
séculos uma grande evolução. No início 4o Sol era a 
referência natural para a separação entre o dia e a noite, mas 
depois os relógios solares foram seguidos de outros que 
vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a 
queima de fluidos, até chegar aos dispositivos mecânicos que 
originaram as pêndulas. 5Com a eletrônica, surgiram os 
relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados 
“relógios de corda”. O mostrador digital que está no seu pulso 
ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com 
a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano 
horizontal demarcado. 6A ampulheta e a clepsidra são as 
simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até 
hoje intrigam e divertem crianças de todas as idades. 
7Mas a evolução dos maquinismos humanos 8que 
dividem e medem as horas não suprimiu nem diminuiu a 
preocupação dos homens com o Tempo, 9essa entidade 
implacável, sempre a lembrar a condição da nossa 
mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o 
senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado 
“cronológico”, 10a fluir incessantemente. No entanto, 11a 
memória e a imaginação humanas criam tempos outros: uma 
autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende 
vislumbrar o futuro. No Brasil, muito da força de um 12José 
Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava 
vem do memorialismo artisticamente trabalhado. A própria 
história nacional 13sofre os efeitos de uma intervenção no 
passado: escritores românticos, logo depois da 
Independência, sentiram necessidade de emprestar ao país 
um passado glorioso, e recorreram às idealizações do 
Indianismo. 
No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao 
tempo passado é a do filme Amarcord (“eu me recordo”, em 
dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças 
pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e 
dominava a Itália. Já um tempo futuro terrivelmente sombrio 
é projetado no filme “Blade Runner, o caçador de androides”, 
do diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole 
caótica. 
Se o relógio da História marca tempos sinistros, o 
tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo 
do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico 
de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da 
canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, 
uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, 
ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu 
envolvimento. 
São diferentes as qualidades do tempo e as 
circunstâncias de seus respectivos relógios: há o “relógio 
biológico”, que regula o ritmo do nosso corpo; há o “relógio 
de ponto”, que controla a presença do trabalhador numa 
empresa; e há a necessidade de “acertar os relógios”, para 
combinar uma ação em grupo; há o desafio de “correr contra 
o relógio”, obrigando-nos à pressa; e há quem “seja como um 
relógio”, quando extremamente pontual. 
14Por vezes barateamos o sentido do tempo, 
15tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando 
fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um 
jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras 
cruzadas. Em compensação, nas horas de grande 
expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. 
“Tempo é dinheiro” é o lema dos capitalistas e investidores e 
dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas 
olímpicos em busca de recordes. 
Nos relógios primitivos, nos cronômetros 
sofisticados, nos sinos das velhas igrejas, no pulsar do 
coração e da pressão das artérias, a expressão do tempo se 
confunde com a evidência mesma do que é vivo. No tic-tac 
da pêndula de um relógio de sala, na casa da avó, os 
netinhos ouvem inconscientemente o tempo passar. O Big 
Ben londrino marcou horas terríveis sob o bombardeio 
nazista. Na passagem de um ano para outro, contamos os 
últimos dez segundos cantando e festejando, na esperança 
de um novo tempo, de um ano melhor. 
(Péricles Alcântara, inédito) 
 
9. (PUCCAMP/SP - 2016) Por vezes barateamos o sentido 
do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é 
quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos 
para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as 
palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande 
expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. 
 
 No trecho acima transcrito, 
 
a) a expressão Por vezes pode ser substituída por “As vezes” 
sem que haja prejuízo da correção gramatical, pois nada 
justificaria o emprego do acento indicativoda crase. 
b) os dois-pontos introduzem não um esclarecimento do que 
foi dito antes, mas uma enumeração; no caso, enumeração 
dos passatempos. 
c) a sequência e apelamos para um jogo, uma brincadeira, 
um “passatempo” como as palavras cruzadas poderia ter 
a ordem dos complementos verbais alterada sem prejuízo 
do sentido original. 
d) a forma queixamo-nos é gramaticalmente correta, assim 
como o é a destacada em “Ele me fez uma gentileza, é 
hora de retribui-lo”. 
e) o emprego das aspas, nas três ocorrências, é indicativo de 
palavra e expressões típicas da linguagem coloquial. 
 
(IMED/RS - 2016) Leia atentamente o texto abaixo para 
responder à questão. 
Adiante seguiu a Justiça 
Maria Berenice Dias 
 
Durante séculos, ninguém 1titubeava em responder: 
família, só tem uma – a 2constituída pelos sagrados laços do 
 
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matrimônio. Aos noivos era imposta a obrigação de se 
multiplicarem até a morte, mesmo na tristeza, na pobreza e 
na doença. Tanto que se falava em débito conjugal. 
Esse modelito se manteve, ao menos na 3aparência, 
4_____ expensas da integridade física e psíquica das 
mulheres, que se mantinham dentro de casamentos 
5esfacelados, pois assim exigia a sociedade. Tanto que o 
casamento era indissolúvel. As pessoas até podiam se 
desquitar6, mas não podiam se casar de novo. Caso 
encontrassem um par, 7tornavam-se 8concubinos e alvos de 
punições. 
As mudanças foram muitas: vagarosas, mas 
significativas. As causas9, incontáveis. No entanto, o 
resultado foi um 10só. O conceito de família mudou, se 
esgarçou. O casamento perdeu a sacralidade e permanecer 
dentro dele deixou de ser uma imposição social e uma 
obrigação legal. 
Veio o 11divórcio. Antes, porém, o 12purgatório da 
separação, que exigia que se identificassem causas, 
13punindo-se os culpados. A liberdade total de casar e 
descasar chegou somente no ano de 2006. 
A lei regulamentava exclusivamente o casamento. 
Punia com o silêncio toda e qualquer modalidade de 
estruturas familiares que se afastasse do modelo “oficial”. 
E foi assumindo a responsabilidade de julgar que os 
14juízes começaram a alargar o conceito de família. As 
mudanças chegaram 15_____ Constituição Federal, que 
enlaçou no conceito de família, outorgando-lhes especial 
proteção, outras estruturas de convívio. Além do casamento, 
trouxe, de forma exemplificativa, a união estável entre um 
homem e uma mulher e a chamada família parental: um dos 
pais e seus filhos. 
Adiante ainda seguiu a Justiça. Reconheceu que o 
rol constitucional não é exaustivo, e continuou a reconhecer 
como família outras estruturas familiares. Assim as famílias 
anaparentais, constituídas somente pelos filhos, sem a 
presença dos pais; as famílias parentais, decorrentes do 
convívio de pessoas com vínculo de parentesco; bem como 
as famílias homoafetivas, que são as formadas por pessoas 
do mesmo sexo. 
O reconhecimento da homoafetividade como união 
estável foi levado 16_____ efeito pelo Supremo Tribunal 
Federal no ano de 2011, em decisão unânime e histórica. 
Agora esta é a realidade: 17homossexuais casam18, têm 
filhos19, ou seja20, podem constituir família. 
Ativismo judicial? Não, interpretação da Carta 
Constitucional segundo um punhado de princípios 
fundamentais. É a Justiça cumprindo o seu papel de fazer 
justiça, mesmo diante da lacuna legal. 
Da inércia, passou o Legislativo21, dominado por 
autointitulados profetas religiosos22, a reagir. 
Não foi outro o intuito do Estatuto da Família, que 
acaba de ser aprovado pela comissão especial na Câmara 
dos Deputados (PL 6.583/2013). 23Tentar limitar o conceito 
de família à união entre um homem e uma mulher, além de 
24afrontar todos os princípios fundantes do Estado, impõe um 
retrocesso social que irá retirar direitos de todos aqueles que 
não se encaixam neste conceito limitante e limitado. 
Mas 25_____ mais. Proceder ao cadastramento das 
entidades familiares e criar Conselhos da Família é das 
formas mais perversas de excluir direito à saúde, à 
assistência psicossocial, à segurança pública, que são 
asseguradas somente às entidades familiares reconhecidas 
como tal. Limitar acesso à Defensoria Pública e à tramitação 
prioritária dos processos à entidade familiar definida na lei, às 
claras tem caráter punitivo. 
O conceito de família mudou. E onde procurar a sua 
definição atual? Talvez na frase piegas de Saint-Exupéry: na 
responsabilidade decorrente do afeto. 
(Fonte: Zero Hora, Caderno PrOA, 27-09-2015 – Adaptação) 
 
10. (IMED/RS - 2016) Sobre o uso de acento gráfico em 
vocábulos do texto, analise as afirmações que seguem: 
I. Em constituída (ref. 2) e juízes (ref. 14), a letra i recebe 
acento gráfico por razões distintas. 
II. aparência (ref. 3) e purgatório (ref. 12) recebem acento 
gráfico em virtude da mesma regra. 
III. As palavras só (ref. 10) e divórcio (ref. 11) são acentuadas 
a fim de marcar a sonoridade da vogal o. 
 
 Quais estão INCORRETAS? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas I e III. 
 
Leia atentamente o texto abaixo para responder à questão. 
EXCESSO DE REGRAS 
 
João Ubaldo Ribeiro ironiza normas legais em sua 
última coluna 
19 de julho de 2014, 12h30 
 
 1O escritor João Ubaldo Ribeiro, que morreu na 
última sexta-feira (18/7) aos 73 anos, ironizou em seu 
último texto a quantidade de novas regras que vêm sendo 
2fixadas na sociedade. “Imagino que a escolha da posição 
do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois 
que um estudo científico comprovar que, se a saída do 
papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 
3.28 por cento”, afirma 3o imortal da Academia Brasileira de 
Letras na coluna que havia preparado para a edição do 
próximo domingo (20/7) do jornal O Globo. 
 
Leia a íntegra do texto: 
O correto uso do papel higiênico 
4O título acima é meio enganoso, 5porque não posso 
considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, 
nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o 
assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que 
vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do 
6Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que 
7sejam 8baixadas normas para, em 9banheiros públicos ou 
domésticos, ter 10certeza de que estamos levando em conta 
não só o que é melhor para nós 11como para a coletividade e 
o ambiente. Por exemplo, 12imagino que a escolha da posição 
do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois 
que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel 
for pelo lado de cima, 13haverá um desperdício geral de 3.28 
por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado 
e mais árvores 14serão derrubadas para fazer mais papel. E 
a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa 
ter suas regras, notadamente no caso das damas, 15segundo 
aprendi outro dia, num programa 16de tevê. 
 
Prof. Gustavo 
Gramática 
 
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Tudo simples, como em todas as 17medidas que 
agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos 
que nos rondam, inclusive nossos próprios 18hábitos e 
preferências pessoais. Nos banheiros 19públicos, como os de 
aeroportos e rodoviárias, instalarão 20câmeras de 
monitoramento, com aplicação de 21multas imediatas aos 
infratores. Nos banheiros domésticos, 22enquanto não passa 
no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar 
uma câmera por banheiro, as 23recém-criadas Brigadas 
Sanitárias 24(milhares de novos empregos em todo o Brasil) 
25farão uma 26fiscalização por 27escolha aleatória. Nos casos 
de reincidência em delitos como 28esfregada ilegal, colocação 
imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o 
nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, 29os 
culpados serão encaminhados para um curso de educação 
sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo. 
Agora me 30contam que, 31não sei se em algum 
Estado ou no País todo, estão planejandoproibir que os 
fabricantes de gulodices para crianças ofereçam 
brinquedinhos de brinde, porque 32isso estimula o consumo 
de várias substâncias pouco sadias e 33pode levar à 
obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas 
vejo um defeito. 34Por que os 35brasileiros adultos ficam 
excluídos 36dessa proteção? O certo será, para quem, 
37insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir 
alimentos industrializados, apresentar 38atestado médico do 
SUS, comprovando que não se trata de diabético ou 
hipertenso e não tem taxas de colesterol altas. 39O mesmo 
aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de 
algum debate, em que alguns radicais terão proposto o 
Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os 
menus, 40constem, em letras vermelhas e destacadas, as 
necessárias advertências quanto a possíveis efeitos 
deletérios dos ingredientes, bem como 41fotos coloridas de 
gente passando mal, depois de exagerar em 42comidas 
excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós 
fazemos nesse terreno é um absurdo e, 43se o Estado não 
nos tomar providências, não sei onde vamos parar. 
Ainda é cedo para avaliar a 44chamada lei da 
palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas 
crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que 
eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser 
45denunciado à polícia e até preso. 46Mas, antes disso, é 
intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, 
ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não 
só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados 
de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de 
um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe 
proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e 
dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão 
modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, 
tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância 
em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que 
a tortura física, seja lá em que hedionda forma 47– chinelada, 
cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote –, 
muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. 
Que 48terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de 
cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até 
brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa 
maneira desumana, tem que ser coibido, nada de 
aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a 
ver com os problemas dos adultos, polícia neles. 
Sei que esta descrição do funcionamento da lei da 
palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer 
na prática. Mas é seu 49resultado lógico e faz parte do espírito 
50desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, 
desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo 
de coisa vem prosperando entre nós, com gente 
estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos 
balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta 
ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém 
considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria 
social. 51Não parece estar longe o dia em que a maioria das 
piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma 
espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e 
suspeitando de estranhos. 52Temos que ser protegidos até da 
leitura desavisada de livros. 53Cada livro será acompanhado 
de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que 
devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro 
deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não 
mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim 
de garantir o indispensável acesso de 54pessoas de 
vocabulário neandertaloide. 55Por enquanto, não baixaram 
normas para os relacionamentos 56sexuais, mas 57é prudente 
verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não 
58resultará 59na cassação de seus direitos de cama, 
60precatem-se. 
(Fonte: Revista Consultor Jurídico, 19 de julho de 2014, 12h30. Disponível 
em: http://www.conjur.com.br/2014-jul-19/joao-ubaldo-ribeiro-ironiza-
normas-legais-ultima-coluna. Acesso em 05/11/2015) 
 
11. (UEM/PR - 2016) Assinale o que for correto. 
01) Nos vocábulos “sejam” (referência 7), “vivem” (referência 
17), “contam” (referência 30) e “constem” (referência 40), 
a nasalização produz ditongos cuja semivogal não é 
apresentada na escrita. Nos vocábulos acima, “em” e 
“am” representam ditongos nasais decrescentes porque 
aparecem na última sílaba das palavras. 
02) Nos vocábulos “serão” (referência 14) e “farão” 
(referência 25), a sequência de vogais “ão” corresponde 
a um encontro consonantal denominado hiato. 
04) No vocábulo “baixadas” (referência 8), a primeira sílaba 
apresenta um ditongo decrescente “ai”. No vocábulo 
“banheiros” (referência 9), a segunda sílaba apresenta 
um ditongo decrescente. Na fala, em virtude de 
ocorrências de variação linguística, a pronúncia desses 
dois vocábulos pode variar para “baxadas” e “banheros”, 
respectivamente. 
08) Em “hábitos” (referência 18), “públicos” (referência 19) e 
“câmeras” (referência 20), temos três palavras 
paroxítonas acentuadas porque são terminadas por “s”. 
16) No vocábulo “milhares” (referência 24) e no vocábulo 
“escolha” (referência 27), temos o dígrafo “lh”, pois as duas 
consoantes juntas representam um único fonema. Este 
fonema pode ser realizado de forma diferente da 
convencional, caracterizando assim a variação linguística. 
Nesse caso, em decorrência de fatores regionais ou de 
hábitos linguísticos, a pronúncia pode ser “miiares” e 
“escoia”. 
 
 
GABARITO 
 
1: [D] 2: [A] 3: [A] 4: [C] 
5: [B] 6: [C] 7: [B] 8: [A] 
9: [C] 10: [E] 11: 01 + 04 + 16 = 21.

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