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291 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 291 Na semana passada, no entanto, nenhum cientista desconfiava seriamente que ele pudesse ter falsificado dados e que Dolly fosse uma fraude. “O procedimento descrito por Wilmut é tão brilhante e convincente que, no fundo, nem precisaríamos da experiência de Dolly para saber que ele fez a coisa certa”, diz Curtis Young, professor de ciências animais da Universidade de Iowa, um dos centros de excelência da embriologia experimental dos Estados Unidos. Desconhecido do grande público, Wilmut é há muito uma das maiores estrelas de sua especialidade. Os geneticistas que analisaram o artigo de Wilmut publicado pela revista Nature, e que colocaram Dolly na capa da edição da semana passada, consideram a abordagem dele genial. Talvez seja a mais engenhosa intervenção humana no processo de reprodução do DNA. O DNA é uma molécula orgânica capaz de duplicar a si mesma produzindo cópias idênticas de seus componentes. O que abriu caminho para o sucesso da experiência foi o fato de Wilmut ter descoberto qual a fase correta em que o DNA deve ser enxertado na célula. “Se você enxerta o DNA na fase errada, ele mata a célula ou gera um monstro”, explica Wilmut. “O que consegui foi acertar meu relógio com o da natureza.” Revista VEJA, 5 de março, 1997. A técnica de clonagem por transferência nuclear A técnica de clonagem pode ser resumida da seguinte maneira: (1) Remove-se um núcleo de célula somática de um indivíduo que se quer clonar (no procedimento original para a obtenção da ovelha Dolly, foi removida uma célula de glândula mamária); por ser somática, a célula apresentará todo um conjunto cromossômico diploide para originar um indivíduo idêntico ao doador. (2) Remove-se o núcleo de um óvulo da mesma espécie, obtendo- se um óvulo anucleado (ou seja, obtendo-se o citoplasma isolado do óvulo). (3) Insere-se o núcleo somático (2n) no óvulo anucleado; através de descargas elétricas, estimula-se a fusão das duas estruturas e formação de uma nova célula, basicamente o óvulo com o núcleo somático; este prontamente começa a se dividir mitoticamente, como um zigoto. (4) Ao atingir a fase de blastocisto, implanta-se o embrião numa barriga de aluguel. Este embrião é um clone do doador da célula somática. Os dois primeiros experimentos que tiveram sucesso em produzir proles vivas da transferência nuclear de células somáticas adultas foram o de Wilmut e seus colaboradores, publicado em 1997, com ovelhas e o de Wakayama e colaboradores, publicado em 1998, com camundongos. Os dois procedimentos diferem consideravelmente em detalhes nos vários passos descritos acima. Wilmut e sua equipe usaram culturas de células de glândulas mamárias como doadoras de núcleo. Essas células vieram de ovelhas Finn Dorset, enquanto os ovócitos foram obtidos de ovelhas do tipo Scottish Blackface. Esquema simplificado mostrando com Dolly foi criada Um passo-chave parece ter sido a interrupção da divisão celular nas células das glândulas mamárias mantidas em meio de cultura. Essa interrupção foi provocada por restrição de nutrientes, e as células entraram em quiescência, ou seja, na fase G0 do ciclo celular. Os pesquisadores acreditam que o sucesso da clonagem somente pode ser obtido a partir de células quiescentes. Para a clonagem, as células doadoras têm de estar em G0 ou G1 isto é, antes da duplicação do DNA. Em seguida a célula doadora foi colocada no espaço perivitelino do ovócito sem núcleo, e tanto a fusão da célula doadora ao ovócito sem núcleo quanto a ativação do ovócito foram induzidas por corrente elétrica. Esse procedimento resultou no ovócito tendo um genoma nuclear da célula doadora, mas um genoma quimérico do DNA mitocondrial de citoplasmas fundidos. Dolly foi a única ovelha nascida de 277 embriões originados pela técnica da transferência nuclear de células mamárias adultas para ovócitos, o que representa um rendimento de 0,4%. Desses 277 embriões, 29 se desenvolveram em mórulas ou em blastocistos e foram transferidos para 13 "mães de aluguel", resultando em um único parto a termo. Atualmente, dados de quatro laboratórios diferentes indicam que a taxa de sucesso total do procedimento de transferência nuclear é relativamente baixa, da ordem 1-2%, quando os resultados são expressos em nascimentos vivos. O motivo para essa alta ineficiência é desconhecido. Há uma perda fetal de 50% e uma taxa total de morte de ovelhas, no nascimento, de 20%. Uma observação peculiar é o elevado peso ao nascer de ovelhas criadas por transferência nuclear. Esse 292 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 292 fenômeno, que pode estar relacionado com os mecanismos de imprinting gênico, não foi verificado em camundongos clonados pela transferência nuclear. Um procedimento diferente foi usado pelo grupo de Yanagimachi, em Honolulu, para clonar camundongos. Para realizar a clonagem eles usaram células somáticas que já estavam em estado de quiescência, obtendo sucesso com as células de cúmulo ovariano. Yanagimachi e seus colegas não fundiram a célula doadora com o ovócito, mas, ao invés disso, microinjetaram o núcleo da célula de cúmulo em ovócitos anucleados de camundongos. Eles esperaram 6 horas para dar uma chance ao ovócito de reprogramar o DNA da célula de cúmulo e depois, quimicamente, ativaram o ovócito para começar a divisão. Não usaram corrente elétrica nesse processo. Dessa forma produziram 22 camundongos, nascidos vivos, clonados por transferência nuclear de célula de cúmulo ovariano. Por isso, a primeira sobrevivente nascida foi chamada Cumulina. Embora diversas séries de experimentos levemente diferentes tenham sido realizados, a produção de camundongos recém-nascidos clonados de embriões transferidos foi da ordem de 2-3%, não significativamente diferente da produção em ovelhas. Em bovinos, Kato e sua equipe no Japão conseguiram o nascimento de oito bezerras clonadas de células somáticas, mas quatro morreram no parto ou logo após o nascimento. Entretanto, em 1999, na Nova Zelândia, Wells e seus colaboradores conseguiram melhores resultados. Eles obtiveram dez bezerras clonadas por transferência de células somáticas de uma vaca adulta de alta qualidade. A eficiência dessa clonagem foi de 10% e todas as bezerras sobreviveram. Importante!!! Na verdade, o clone produzido pela técnica descrita não é uma cópia perfeita do doador da célula somática, uma vez que mitocôndrias também têm DNA e todas as mitocôndrias de um indivíduo vêm do óvulo de sua mãe. Neste caso, os núcleos das células do clone serão cópias perfeitas do núcleo doador, mas o DNA mitocondrial será idêntico ao da doadora do óvulo. Isto influenciará no descendente? Talvez sim, uma vez que certas doenças, com a neuropatia óptica de Leber são condicionadas não por alterações no DNA nuclear, mas por genes localizados nas mitocôndrias. (Perceba então que a distrofia óptica de Leber é sempre herdada da mãe nunca do pai, uma vez que as mitocôndrias têm sempre origem materna; assim, uma mãe doente sempre terá filhos doentes, e uma mãe normal sempre terá filhos normais, não importando como é o pai.) Clonagem reprodutiva Os objetivos da clonagem consistem em se obter animais de alta qualidade pela clonagem de touros reprodutores ou de vacas de alta produtividade de leite, por exemplo. Há expectativas de que haja a clonagem de animais em vias de extinção para recuperar as populações da espécie. Ou mesmo se fala em clonagem de humanos para fins reprodutivos. Esta último objetivo da clonagem, ou seja, a clonagem reprodutiva, tem sido seriamente questionado. Além de a técnica levar ao descarte de muitos embriões, há riscos envolvidos. Clones apresentam defeitos circulatórios, respiratórios e imunológicos, muitas vezes, além de apresentarem envelhecimento precoce.A Dolly morreu em 2003 aos 6 anos de idade, mas aparentava ter 12 anos (idade bastante avançada para uma ovelha). A causa da morte foi relacionada a doenças respiratórias típicas de ovelhas idosas, senis. Talvez por esses motivos seja precipitação a tentativa de clonar humanos para fins reprodutivos, apesar de alguns grupos de pesquisa de reputação bastante duvidosa terem afirmado, sem provas, que conseguiram clonar humanos. Em todo mundo, governos e sociedade civil tentam uma suspensão de pesquisas com clonagem humana, que está proibida em vários países. Os objetivos principais da técnica de clonagem humana atualmente é a clonagem com fins terapêuticos, para a obtenção de embriões e a remoção, a partir deles, de células tronco embrionárias usadas em pesquisas que procuram a cura de vários males em tecidos de difícil regeneração como cérebro e coração. O próprio Ian Wilmut, pesquisador escocês responsável pela produção, em 1997, do primeiro mamífero clonado a partir de um animal adulto, a famosíssima ovelha Dolly, hoje trabalha com experimentos envolvendo a possibilidade de reprogramação genética. Essa abordagem, demonstrada pela primeira vez em 2006 por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, devolve células adultas a um estado semelhante ao embrionário, totipotência (ou pluripotência), denominadas células tronco de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês), no qual readquirem a capacidade de se transformar em qualquer célula. Se bem sucedida, essa abordagem possibilitará a obtenção de células-tronco para tratamentos, sem riscos de rejeição, e sem a necessidade de sacrifícios de embriões, o que representaria o fim de uma grande polêmica. Envelhecimento precoce em clones: o papel dos telômeros A senilidade precoce em clones parece estar relacionada a problemas com estruturas denominadas telômeros. Os telômeros são trechos de DNA não codificante que consistem de até 3.300 repetições da sequência TTAGGG, estando localizados na extremidade dos cromossomos, com papel de proteger essas extremidades de serem confundidos com pedaços partidos de DNA, que de outra forma seriam consertadas pelo mecanismo de reparo celular. A enzima DNA polimerase, principal responsável pela síntese do DNA, não consegue iniciar a replicação, uma vez que só consegue adicionar novos nucleotídeos a uma cadeia de nucleotídeos pré-existente. Assim, a enzima DNA primase inicia essa síntese pela adição de um primer de RNA, que é depois removido e substituído por nucleotídeos de DNA. Entretanto, como as duas fitas de DNA são antiparalelas, sendo uma disposta em orientação 3’5’ e outra na orientação 5’3’, uma das fitas teria que ter seu primer substituído por nucleotídeos de DNA adicionados no sentido 3’5’, o que não pode ser feito, uma vez que a enzima DNA polimerase apenas pode adicionar novos nucleotídeos na extremidade 3’ de uma cadeia de polinucleotídeos, fazendo-a se alongar no sentido 5’3’. Assim, a cada replicação, trechos do telômero equivalentes àqueles que se pareiam com o primer de RNA 293 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 293 deixam de ser replicados, sendo então perdidos. A princípio, isso não implica em prejuízo algum à célula, uma vez que o telômero consiste apenas de segmentos de DNA não codificante. Em células indiferenciadas, uma enzima denominada telomerase é então necessária para garantir a replicação completa dos telômeros, o que é possível porque ela consegue adicionar novos nucleotídeos na extremidade 5’ de uma cadeia de polinucleotídeos, fazendo-a se alongar no sentido 3’5’. Assim, as células-filhas, após a divisão celular terão telômeros de comprimento normal. Células com esse comportamento podem se dividir de modo ilimitado. Em células diferenciadas, entretanto, a enzimas telomerase é menos ativa, e não ocorre a completa replicação dos telômeros. Assim, como parte deles deixa de ser replicada a cada ciclo celular, ocorre encurtamento dos telômeros (e consequentemente dos cromossomos) a cada ciclo celular. Como mencionado, isso não implica em nenhum prejuízo à célula, pelo menos de início. Ao fim de um determinado número de divisões, cerca de 50, com os cromossomos progressivamente mais curtos, trechos de DNA codificante (genes) deixam de ser replicados nos ciclos celulares subseqüentes, de modo que as células acumulam defeitos genéticos, não podendo mais se dividir, e morrem. A morte celular envelhece o indivíduo. Por exemplo, fibroblastos removidos de um feto humano e colocados em meio de cultura conseguem realizar cerca de 50 divisões e morrem. Células semelhantes removidas de um indivíduo de 40 anos conseguem cerca de 40 divisões. Por fim, células semelhantes removidas de um indivíduo de 80 anos conseguem cerca de 30 divisões somente. Um clone fabricado de acordo com a técnica de transferência nuclear é feito a partir de uma célula adulta diferenciada, com telômeros mais curtos, pois já passou por uma série de ciclos celulares até atingir essa idade. Assim, o clone tendo telômeros a menos em seus cromossomos, tem menos divisões celulares a fazerem suas células, tendo, pois, uma morte celular precoce, e um consequente envelhecimento acelerado. Uma vez que a telomerase evita o encurtamento dos telômeros e possibilita a divisão da célula de modo ilimitado, estaria nela a chave para o não envelhecimento? Talvez, mas células que se dividem indefinidamente têm nome: células cancerosas... Assim como as células indiferenciadas, as células cancerosas mantêm a atividade normal de sua telomerase. Qualquer tentativa de prolongar a vida de um indivíduo através da ação da telomerase deve levar isso seriamente em conta... Clonagem terapêutica Os objetivos principais da técnica de clonagem humana atualmente é a clonagem terapêutica, para a obtenção de embriões e a remoção, a partir deles, de células tronco embrionárias usadas em pesquisas que procuram a cura de vários males em tecidos de difícil regeneração como cérebro e coração. Células-tronco de pluripotência (totipotência) induzida ou iPS As dificuldades éticas e técnicas relacionadas ao uso de células-tronco embrionárias e à obtenção de células-tronco pela técnica de clonagem reprodutiva levaram muitos pesquisadores, nos últimos anos, a tentar uma abordagem alternativa para a obtenção de células-tronco. O próprio Ian Wilmut, pesquisador escocês responsável pela produção da ovelha Dolly, hoje trabalha com experimentos envolvendo a possibilidade de reprogramação genética. Essa abordagem, demonstrada pela primeira vez em 2006 por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, devolve células adultas a um estado semelhante ao embrionário, totipotência (ou pluripotência), denominadas células tronco de pluripotência induzida (iPS, na sigla em inglês), no qual readquirem a capacidade de se transformar em qualquer célula. Se bem sucedida, essa abordagem possibilitará a obtenção de células- tronco para tratamentos, sem riscos de rejeição, e sem a necessidade de sacrifícios de embriões, o que representaria o fim de uma grande polêmica. As iPS são produzidas utilizando-se técnicas de Engenharia Genética semelhantes à Terapia Gênica, na qual se introduz na célula que se deseja modificar, através de vírus recombinantes, um conjunto de três ou quatro genes exclusivamente encontrados em células-tronco embrionárias. O efeito desses genes é promover a desdiferenciação da célula, que passa a ser uma iPS. As iPS trazem duas qualidades excepcionais, que correspondem à totipotência (ou pluripotência), ou seja, elas podem originar qualquer tipo celular do adulto, e a possibilidade de serem produzidas a partir de células adultas do próprio indivíduo, podendo ser feito implante autólogo (de um indivíduo para ele mesmo), sem risco algum de rejeição. Dois problemas que ainda ocorrem com o uso de iPS são a dificuldade de rediferenciara célula em uma nova célula adulta e a possibilidade dessas iPS resultarem em câncer. Uma vez que sejam contornados esses problemas, o uso de iPS na técnica de Engenharia de Tecidos permitirá a produção de novos órgãos “sob encomenda” a partir de células do próprio indivíduo, acabando com problemas relacionados a transplantes como filas de espera e risco de rejeição. Exercícios Questões estilo múltipla escolha 1. (ENEM) Na década de 1990, células do cordão umbilical de recém-nascidos humanos começaram a ser guardadas por crioperservação, uma vez que apresentam alto potencial terapêutico em consequência de suas características peculiares. O poder terapêutico dessas células baseia-se em sua capacidade de A) Multiplicação lenta. B) Comunicação entre células. C) Adesão a diferentes tecidos. D) Diferenciação em células especializadas. E) Reconhecimento de células semelhantes. 2. (ENEM) O estudo do comportamento dos neurônios ao longo de nossa vida pode aumentar a possibilidade de cura do autismo, uma doença genética. A ilustração do experimento mostra a 294 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 294 criação de neurônios normais a partir de células da pele de pacientes com autismo: HEIDRICH, G. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 29 ago. 2011 (adaptado). Analisando-se o experimento, a diferenciação de células-tronco em neurônios ocorre estimulada pela A) extração e utilização de células da pele de um indivíduo portador da doença. B) regressão das células epiteliais a células-tronco em um meio de cultura apropriado. C) atividade genética natural do neurônio autista num meio de cultura semelhante ao cérebro. D) aplicação de um fator de crescimento (hormônio IGF1) e do antibiótico Gentamicina no meio de cultura. E) criação de um meio de cultura de células que imita o cérebro pela utilização de vitaminas e sais minerais. 3. (ENEM) A utilização de células-tronco do próprio indivíduo (autotransplante) tem apresentado sucesso como terapia medicinal para a regeneração de tecidos e órgãos cujas células perdidas não têm capacidade de reprodução, principalmente em substituição aos transplantes, que causam muitos problemas devidos à rejeição pelos receptores. O autotransplante pode causar menos problemas de rejeição quando comparado aos transplantes tradicionais, realizados entre diferentes indivíduos. Isso porque as A) células-tronco se mantêm indiferenciadas após sua introdução no organismo do receptor. B) células provenientes de transplantes entre diferentes indivíduos envelhecem e morrem rapidamente. C) células-tronco, por serem doadas pelo próprio indivíduo receptor, apresentam material genético semelhante. D) células transplantadas entre diferentes indivíduos se diferenciam em tecidos tumorais no receptor. E) células provenientes de transplantes convencionais não se reproduzem dentro do corpo do receptor. 4. (ENEM) A sequência abaixo indica de maneira simplificada os passos seguidos por um grupo de cientistas para a clonagem de uma vaca: I. Retirou-se um óvulo da vaca Z. O núcleo foi desprezado, obtendo-se um óvulo anucleado. II. Retirou-se uma célula da glândula mamária da vaca W. O núcleo foi isolado e conservado, desprezando-se o resto da célula. III. O núcleo da célula da glândula mamária foi introduzido no óvulo anucleado. A célula reconstituída foi estimulada para entrar em divisão. IV. Após algumas divisões, o embrião foi implantado no útero de uma terceira vaca Y, mãe de aluguel. O embrião se desenvolveu e deu origem ao clone. Considerando-se que os animais Z, W e Y não têm parentesco, pode-se afirmar que o animal resultante da clonagem tem as características genéticas da vaca A) Z, apenas. B) W, apenas. C) Y, apenas. D) Z e da W, apenas. E) Z, W e Y. 5. (UNIFOR) Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou um crescimento extraordinário no número de bancos para o armazenamento de sangue do cordão umbilical. O interesse dos brasileiros em guardar o sangue do cordão umbilical de seus bebês foi em grande parte despertado pelo marketing agressivo dos bancos particulares. A estratégia publicitária é bastante simples: sugere a idéia de que aquele tantinho de sangue, coletado rapidamente, ali mesmo na sala de parto, funciona como seguro saúde sem prazo de validade. No futuro, se o recém-nascido vier a sofrer de doenças graves como leucemia, linfoma, diabetes, Alzheimer, Parkinson ou derrame, o sangue de seu cordão umbilical poderá representar a diferença entre a cura e uma vida de sofrimento – aventam os anúncios. O sangue extraído do cordão umbilical é de fato rico em células-tronco, mas em um tipo específico: as hematopoiéticas. De cerca de 500.000 células-tronco encontradas em 100 mililitros de sangue do cordão umbilical, apenas 0,1% pertence ao grupo das mesenquimais. LOPES, Adriana Dias. Um estranho mercado. In: Revista Veja, n. 42, novembro 2009 (com adaptações) Com base nas informações do texto acima, é correto afirmar que A) a estratégia publicitária está incorreta, pois é sabido que as células-tronco hematopoiéticas têm o poder de se transformar somente em células sanguíneas; B) a estratégia publicitária está incorreta, pois apenas as células- tronco embrionárias podem ser utilizadas para tratar leucemias; C) a estratégia publicitária está correta, pois as pesquisas científicas mostraram que as células-tronco hematopoiéticas têm o poder de se transformar em qualquer tipo de célula; D) a estratégia publicitária está incorreta, pois as células hematopoiéticas e as mesenquimais são incapazes de originar outros tecidos; E) a estratégia publicitária está incorreta, pois as pesquisas científicas mostraram que as células-tronco hematopoiéticas têm o poder de se transformar somente em tecido hepático. 295 Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 295 6. (UNIFOR) Considere os seguintes processos usados para obtenção de organismos: I. Substituir o núcleo de um óvulo pelo núcleo de uma célula diploide do mesmo animal e implantar esse óvulo no útero do animal para que se desenvolva. II. Obter estacas de um vegetal e plantá-las para que enraízem e formem novas plantas. III. Semear os grãos de milho para obter novos pés da planta. Constitui clonagem o que se faz somente em: A) I. B) II. C) I e II. D) II e III. E) I, II e III. 7. (UNICHRISTUS) As figuras abaixo fazem alusão a um assunto muito comentado nos dias de hoje, em relação ao qual podemos afirmar que www.google.com.br A) pesquisas com células-tronco embrionárias podem ajudar a prevenir ou tratar doenças como: câncer de vários tipos diferentes, doença de Parkinson, Alzheimer, doenças cardíacas, derrame, diabetes, vários defeitos congênitos, lesões da medula espinhal e lesões de órgãos, entre outras. B) células-tronco são uma classe de células diferenciadas que são capazes de se desdiferenciar em tipos de células especializadas. Comumente, as células-tronco vêm de duas fontes principais: embriões formados durante a fase de blastocisto do desenvolvimento embrionário (células-tronco embrionárias) e tecidos adultos (células-tronco adultas). C) células-tronco adultas podem se dividir ou se autorrenovar indefinidamente, permitindo-lhes gerar uma gama de tipos de células do órgão de origem ou até mesmo regenerar o órgão inteiro original. Pensa-se que as células-tronco adultas são ilimitadas em sua capacidade de se diferenciar com base em seu tecido de origem, mas alguns indícios sugerem que elas podem se diferenciar em outros tipos celulares. D) células-tronco são categorizadas por seu potencial de se diferenciar em outros tipos de células. Células-tronco embrionárias são as menos potentes, uma vez que deve tornar-se cada tipo de célula do corpo. E) células-troncoembrionárias são consideradas oligopotentes em vez de totipotentes, porque elas não têm a capacidade de tornar- se parte das membranas extraembrionárias ou a placenta. 8. (UECE) Leia atentamente as informações a seguir: O processo de clonagem em seres como bactérias e outros organismos unicelulares que realizam sua reprodução através do processo de bipartição ou cissiparidade pode ser freqüentemente observado na natureza. No caso dos seres humanos, podemos considerar gêmeos univitelinos como clones naturais, pois esses indivíduos compartilham as mesmas características genéticas, originárias da divisão do óvulo fecundado. Porém, foi somente no ano de 1996 que a comunidade científica demonstrou ser possível produzir clones de animais em laboratório, quando o embriologista Ian Wilmut, do Instituto de Embriologia Roslin, na Escócia, conseguiu clonar uma ovelha, batizada de Dolly. Após esta experiência, vários animais, como bois, cavalos, ratos e porcos, foram clonados. É correto considerar que a clonagem artificial de animais consiste em A) introduzir, dentro do óvulo de uma fêmea de determinada espécie, um espermatozóide de um macho da mesma espécie. B) retirar e descartar o núcleo de uma célula somática de uma fêmea de determinada espécie e injetar, nesta célula anucleada, o núcleo de uma célula ovo da mesma espécie. C) retirar e descartar o núcleo do óvulo de uma fêmea de determinada espécie e injetar, neste óvulo anucleado, o núcleo de uma célula somática de um indivíduo da mesma espécie. D) introduzir o núcleo de uma célula somática retirado de uma fêmea dentro de um óvulo retirado dessa mesma fêmea. 9. (UECE) A regulamentação de pesquisas científicas, no Brasil, envolvendo células-tronco, é assunto bastante polêmico. Com relação a esse tema, é possível afirmar corretamente que: A) Células-tronco maduras apresentam o mesmo potencial de diferenciação de células-tronco embrionárias. B) Células-tronco embrionárias podem ser retiradas da medula óssea e do sangue de indivíduos adultos. C) O sangue da placenta e do cordão umbilical pode ser utilizado para a obtenção de células-tronco embrionárias. D) As células-tronco embrionárias são consideradas pluripotentes, pois podem produzir todas as células e tecidos do organismo. 10. (UECE) A obtenção de clones, recentemente conseguida em animais superiores (a ovelha “Dolly”), consagra o princípio da: A) constância do genoma em todas as células somáticas de um mesmo indivíduo. B) totipotencialidade do óvulo. C) totipotencialidade do espermatozóide. D) capacidade adaptativa das células germinais. 11. (UECE) São células mais diferenciadas e com menor capacidade de reprodução: A) neurônios. B) epiteliais de revestimento. C) hepatócitos. D) fibroblastos. 12. (FACID)