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 Natalia Quintino Dias 
 
Bartholinite 
As glândulas vestibulares maiores, ou glândulas de 
Bartholin, são homólogas às glândulas 
bulbouretrais masculinas ou glândulas de Cooper. 
Elas estão em contato com os bulbos vestibulares 
e, frequentemente, estão sobrepostas por suas 
terminações posteriores. Cada glândula está 
conectada com o vestíbulo por um ducto de cerca 
de 2 cm de comprimento. 
 
As glândulas contêm células colunares que 
secretam um muco claro ou esbranquiçado, com 
propriedades lubrificantes, e são estimuladas por 
excitação sexual. A contração do bulbo cavernoso 
que cobre a superfície externa da glândula estimula 
a secreção. 
A obstrução dos ductos de Bartholin por material 
proteináceo ou por inflamação devido à infecção 
pode levar à formação de cistos de tamanhos 
variados. Um cisto infectado pode levar a um 
abscesso, que é drenado cirurgicamente, e os 
casos recorrentes ou sintomáticos podem requerer 
marsupialização ou excisão da glândula. 
Os cistos das glândulas de Bartholin medem cerca 
de 1 a 4 cm de diâmetro e são, na maioria das 
vezes, assintomáticos, mas podem causar pressão 
vaginal ou dispareunia. 
Quando há abscesso, pode ocorrer um rápido 
aumento vulvar unilateral e dor significativa. 
A forma clássica é uma massa flutuante, no introito 
(de um lado apenas), exterior ao anel himenal, e na 
região inferior da vulva. 
Os cistos ou abscessos de Bartholin resultam de 
uma obstrução na abertura do ducto, seguida da 
acumulação de muco ou de pus em seu interior. Os 
abscessos são infecções polimicrobianas causadas 
por Bacteroides, como Peptostreptococcus, 
Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis 
(menos comum). Um estudo recente mostrou que 
o patógeno mais comum é a Escherichia coli. 
Raramente, a obstrução pode ocorrer após 
cirurgias vaginais, como colporrafia posterior, ou 
após um câncer na glândula de Bartholin. 
A incisão e a drenagem isoladas podem fornecer 
um alívio imediato, porém temporário. No entanto, 
a menos que se crie um novo óstio para o ducto, as 
margens da incisão se selarão, ocorrendo novo 
acúmulo de pus ou muco. 
A resolução permanente acontece após a 
marsupialização ou com a incisão e a drenagem, 
seguidas da colocação de cateter de Word. Caso 
ocorra nova obstrução, é recomendável repetir um 
desses procedimentos, em vez de fazer a ressecção 
da glândula, pois esse procedimento tem maior 
taxa de morbidade. 
O esquema antibiótico pode ser feito com: 
• Sulfametoxazol Trimetropim. 
• Sulfametoxazol – Trimetropim + Amoxicilina-
Clavulanato. 
• Sulfametoxazol – Trimetropim + Metronidazol. 
• Doxiciclina + Amoxicilina-Clavulanato. 
• Doxiciclina + Metronidazol. 
Incisão e drenagem do ducto da glândula de 
Bartholin 
O objetivo é esvaziar a cavidade e criar um trajeto 
acessório epitelizado para a drenagem da glândula. 
● Analgesia e posicionamento: posição de 
litotomia dorsal, colocação de campos e 
antissepsia; realizada analgesia local com 
infiltração da pele com solução aquosa de lidocaína 
a 1%. 
● Drenagem: é feita uma incisão de 1 cm, com 
bisturi lâmina 11, para perfurar o cisto ou o 
abscesso. A incisão deve ser feita ao longo da 
superfície interna da massa, posicionada do lado 
externo, paralela ao hímen, em 5 ou 7h, sobre a 
superfície da vulva. Essa posição imita a anatomia 
normal de abertura do ducto da glândula e evita a 
criação de um trato fistular para a superfície 
externa do pequeno lábio. Pode-se obter a cultura 
da secreção com o auxílio de uma pinça Kelly, que 
pode ser usada para a lise de aderências ou de 
loculações. 
Pós-operatório: ATB: Doxiciclina (deve cobrir 
aeróbios e anaeróbios) + Banho de assento 2 vezes 
ao dia + Abstinência sexual. 
 
 Natalia Quintino Dias 
 
Marsupialização 
Incisão na pele: vertical, de 2 a 3 cm, com bisturi 
lâmina 15. É feita no vestíbulo, próximo à margem 
medial do pequeno lábio, cerca de 1 cm lateral e 
paralelamente ao anel himenal. Deve-se atentar 
para que a incisão seja feita na pele, sem perfurar 
a parede do cisto. 
Incisão no cisto: a parede do cisto é perfurada e a 
incisão é prolongada com a tesoura. São colocadas 
pinças de Allis nas margens superior, inferior, 
medial e lateral. Cada pinça deve segurar e conter 
a pele e as margens da parede do cisto. As pinças 
são tracionadas para fora. As pontas de uma pinça 
Kelly são inseridas na cavidade drenada para a lise 
de aderências e de loculações. Lava-se a cavidade 
com SF e aspira-se a região. 
Fechamento da incisão: as margens da parede do 
cisto são suturadas na borda da pele adjacente, 
com pontos isolados, utilizando-se fio 2.0 ou 3.0 de 
absorção lenta. 
Bartolinectomia 
A remoção da glândula pode ser indicada após a 
recorrência. Além disso, cistos massivos ou 
multiloculados podem ser manejados com mais 
facilidade dessa forma. 
Muitos autores sugerem a remoção de todos os 
cistos da glândula de Bartholin em mulheres com 
mais de 40 anos para excluir casos de câncer na 
glândula, mas a morbidade pode ser alta. Uma 
opção seria apenas incisão, drenagem e biópsia da 
parede. 
Procedimento 
Incisão na pele: o assistente segura uma gaze com 
pinça, que é colocada dentro da vagina, e faz 
pressão em direção externa ao longo da parede 
posterior do cisto. Isso empurra toda a extensão do 
cisto para fora. Os dedos do cirurgião retraem o 
pequeno lábio lateralmente e expõem a superfície 
anterior do cisto. Uma incisão linear que estende o 
comprimento do cisto é feita no vestíbulo, próximo 
à margem medial do pequeno lábio, cerca de 1 cm 
lateral e paralelamente ao anel himenal. Deve-se 
cuidar para que a incisão seja feita na pele, sem 
perfurar a parede do cisto. São colocadas pinças de 
Allis nas margens mediais da pele, que são 
tracionadas para fora, em direção ao lábio 
contralateral. 
Dissecção do cisto: deve ser iniciada em sua parte 
mais inferior e ser direcionada superiormente, já 
que a principal estrutura vascular que alimenta o 
cisto está localizada em seu aspecto 
posterossuperior. A parede inferomedial sofre 
dissecção romba (cabo do bisturi) e com lâmina, 
sendo separada dos tecidos circunvizinhos. Os 
planos de dissecção devem ser mantidos próximos 
à parede do cisto para evitar sangramento do plexo 
venoso do bulbo vestibular e lesão do reto. Como 
a parte mais baixa de um cisto na glândula de 
Bartholin pode se estender até as adjacências do 
reto, ele pode ser perfurado durante a cirurgia, por 
isso fazer um toque retal eventual pode ajudar na 
orientação da relação espacial das estruturas. 
Pinças de Allis são posicionadas nas margens 
laterais da pele e tracionadas lateralmente. 
A dissecção é realizada próximo à parede 
inferolateral do cisto. 
Ligadura dos vasos: depois de dissecada a região 
superior, o principal feixe vascular é identificado e 
preso com uma pinça hemostática. O feixe é 
seccionado e ligado com sutura 3.0 de absorção 
lenta ou com sutura cromada. 
Fechamento da incisão: o restante do leito do cisto 
é fechado em camadas com sutura contínua ou 
pontos isolados e fio 3.0 de absorção lenta. 
Normalmente, são fechadas duas camadas antes 
da pele.

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