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ISU TC LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES MÓDULO 2 - TRANSPORTE LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES Dentro da logística, a actividade de transporte é a mais visível e possui uma relevância muito grande, pois sem ela não haveria o deslocamento das cargas de um ponto ao outro. O transporte é um indutor primordial do desenvolvimento de qualquer região de qualquer país. Não existe a possibilidade de desenvolvimento sem um sistema de transporte eficiente. Como comparação, pode-se apresentar o Brasil com aproximadamente 28.000 km de ferrovias e os Estados Unidos com aproximadamente 300.000 km de ferrovia. Assim pode-se entender um dos motivos do desenvolvimento dos Estados Unidos em comparação com o Brasil. Países desenvolvidos possuem sistemas de transportes altamente desenvolvidos. 2 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES O sistema de transporte é o elemento mais importante para o crescimento de cidades, indústrias, geração de renda, emprego e estabilidade económica do país, pois permite que o país seja competitivo e possa exportar captando divisas estrangeiras e competindo no mercado global. Pode-se analisar o caso da EFVM - Estrada de Ferro Vitória a Minas. O interior do Estado do Espírito Santo e o oeste do Estado de Minas Gerais eram mata nativa sem colonização. Na medida em que a EFVM foi avançando ao longo do Rio Doce, ela foi criando cidades, lavouras, lavras e desenvolvimento. Pode-se dizer que a EFVM foi no início do século XX o maior indutor de desenvolvimento para o Espírito Santo e para Minas Gerais. 3 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES Um sistema de transporte eficiente proporciona as seguintes vantagens para as regiões atendidas: 1. Aumento da área de actuação no mercado (hinterland); 2. Redução dos preços; 3. Acesso a matérias primas com custo mais baixo; 4. Desenvolvimento. 4 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES O hinterland é definido como a área económica na qual o modo de transporte consegue ser atractivo como opção de transporte para os clientes instalados nesta área. É muito importante conhecer o hinterland de um modo de transporte, pois só assim se pode dimensionar o volume de carga possível de ser atraída e, por conseguinte, saber o potencial de receita do modal que está sendo construído. O hinterland é definido como a área económica na qual o modo de transporte consegue ser atractivo como opção de transporte para os clientes nesta área. É muito importante conhecer o hinterland de um modo de transporte, pois só assim se pode dimensionar o volume de carga possível de ser atraída e, por conseguinte, saber o potencial de receita do modo que está sendo construído. Como exemplo, tem-se na Figura do slide seguinte a área de influência da Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFVM e da Ferrovia Centro Atlântico – FCA representada pela grande seta preta. 5 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES 6 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES De posse de um sistema de transporte eficiente a indústria instalada em uma região pode alcançar distâncias maiores a custos aceitáveis, permitindo, assim, que ela possa disputar novos mercados aumentando sua carteira de clientes. Apesar de ser uma vantagem, pode-se tornar uma desvantagem, pois outros concorrentes podem disputar o mercado local com a indústria da região. No entanto, esta situação é benéfica, também, pois estimula a indústria a se desenvolver e melhorar para competir. Como exemplo, têm-se a ArcelorMittal Tubarão, siderúrgica instalada no Espírito Santo que foi criada com vistas, somente, ao mercado externo. Actualmente, produz para o mercado interno. Estima-se que aproximadamente 25% do preço final dos produtos no mercado nacional sejam oriundos do transporte. No comércio internacional, este número é estimado em 40%. 7 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES A redução nos custos de transporte pela melhoria de sua eficiência impacta significativamente os preços finais dos produtos com consequente aumento de competitividade do produto. Um exemplo real é a Vale que consegue ser competitiva no mercado asiático em relação aos australianos apesar da distância geográfica ser muito maior. Isto só é conseguido pela extrema eficiência da Vale em transportar das minas via ferrovia, embarcar em navios nos seus próprios portos e entregar o minério no destino final. Convém ressaltar, que não é só mérito da logística, mas, também, da qualidade do minério da VALE. Assim como permite a indústria vender seus produtos em regiões distantes, um sistema eficiente de transporte permite a mesma indústria comprar suas matérias primas de países distantes. 8 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES Cita-se o caso dos exportadores de soja e farelo de soja que vendem seus produtos para praticamente todos os continentes e, ao mesmo tempo, compram diversos fertilizantes de diversos continentes. Ressalta-se neste caso, que o sistema de transporte usado para exportar a soja e o farelo, na maioria das vezes, é o mesmo para importar os diversos fertilizantes. Como exemplo, as ferrovias FCA e EFVM. 9 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES Quando se trata de transportes, devem-se discutir os diversos modais de transporte, ou modos de transporte. Modais de transporte é o termo mais comumente aceite na área de logística, mas modos de transportes é a forma mais correcta da língua portuguesa. Em essência, os modos de transporte são os diversos tipos de transporte disponíveis para se transportar uma carga. Com base no meio físico que o transporte é realizado, pode-se caracterizar como sendo: Aquaviário; Terrestre; Aéreo. 10 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES MODOS DE TRANSPORTE 1. Marítimo; 2. Fluvial; 3. Lacustre; 4. Ferroviário; 5. Rodoviário; 6. Dutoviário; 7. Aéreo. 11 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES O MODO MARÍTIMO é o transporte realizado por navios ou barcaças oceânicas pelos mares, oceanos, e que necessitam de portos para que seja possível o carregamento e a descarga dos produtos dos navios. O MODO FLUVIAL E O LACUSTRE são similares ao modal marítimo, porém ocorrem, respectivamente, em rios e lagoas. Além de navios, utilizam-se barcos, barcaças próprias e outras embarcações. O MODO FERROVIÁRIO é realizado por locomotivas e vagões que formam os trens trafegando sob estruturas específicas denominadas vias férreas, que possuem os carris que conduzem os comboios. Além da via onde circulam os comboios, devem existir pátios ferroviários para manobra, carga e descarga. 12 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES O MODO RODOVIÁRIO é realizado por camiões, nos mais diversos tipos, que circulam sobre rodovias. Não há necessidade de nenhuma estrutura específica para carregamento e descarga, no entanto, é usual que ela se realize em armazéns próprios para o modo rodoviário. O MODO DUTOVIÁRIO ocorre através de tubulações que podem estar localizadas em terra ou submersas em mares, oceanos, rios e lagos. O seu maior emprego é no transporte de líquidos, sobretudo, os derivados de petróleo. Existem aplicações do sistema para: óleos vegetais, álcool, sucos entre outros. 13 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES Uma rara aplicação é o transporte de sólidos misturados à água que formam uma pasta denominada SLURRY que são conduzidas da origem ao destino. Sendo em geral utilizada a gravidade para fazer a pasta se movimentar ao longo dos dutos. No Espírito Santo, mais especificamente em Ubu na empresa SAMARCO, o minério de ferro proveniente de Minas Gerais é trazido através de dutos para Ubu. Novos projetos de minerodutos estão em estudo para serem implantados em Presidente Kennedy no Espírito Santo pela empresa FERROUS. 14 LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES O modal aéreo é realizado por meio de aviões que necessitam de aeroportos para pouso, decolagem, carregamento e descarga de produtos. O transporte aéreo é caracterizado pela sua rapidez no deslocamento da carga, mas em contrapartida os seus custos são mais altos e, via de regra, as aeronaves comerciais têm capacidade volumétrica e de capacidade de peso reduzidas se comparadas com os modais marítimo e ferroviário. 15 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES 1. Custo; 2. Cobertura de mercado; 3. Comprimento médio do percurso em km; 4. Capacidadedo equipamento de transporte (tonelada); 5. Velocidade (tempo em trânsito); 6. Disponibilidade; 7. Grau de competição (número de oferta de prestadores de serviço); 8. Tráfego predominante (valor); 9. Tráfego predominante (peso por unidade transportada); 10.Confiabilidade; 11.Nível de risco; 12.Experiências passadas com a modalidade. 16 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Entende-se como CUSTO o valor de frete cobrado para transportar a mercadoria de um ponto de origem a um ponto de destino. O custo, ou frete pago, é altamente impactado pelo que se denomina frete de retorno. O frete de retorno é a possibilidade de um veículo realizar um transporte de uma carga de uma origem para um destino e saber que quando retornar para a origem terá carga para receber e não voltar vazio. Caso tenha uma possibilidade de retornar vazio, ele acaba cobrando o frete de ida e o frete da volta. Portanto, locais que tenham carga chegando e saindo tendem a ter fretes mais baratos, este é o caso das grandes cidades. 17 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES A COBERTURA de mercado diz respeito à possibilidade do veículo cobrir uma área de atendimento a clientes. No caso do transporte rodoviário, praticamente todos os locais podem ser atendidos por um camião. Já no caso da ferrovia, o comboio não pode circular fora da via férrea e, portanto, tem uma abrangência bem menor. 18 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O COMPRIMENTO MÉDIO DO PERCURSO em quilómetro representa a distância mínima para a qual o modal escolhido se torna economicamente viável. No entanto, para cargas de grande volume de transporte, fluxo de carga, pode-se desconsiderar esta consideração em função do alto volume. (Peso versus volume) 19 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES A CAPACIDADE DO EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE (tonelada) refere-se à capacidade de carga que cada veículo do modal escolhido pode transportar em uma viagem. No caso do modal ferroviário, (no Brasil), considera-se que a composição ferroviária para ser economicamente viável deve ser composta de no mínimo uns cinquenta vagões e para ser tecnicamente viável, tem-se atualmente um limite de 330 vagões de bitola larga utilizado pela Estrada de Ferro Carajás para transporte de minério de ferro. 20 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES A VELOCIDADE, medida pelo tempo em trânsito, mede o tempo que o veículo leva para transportar uma carga de um ponto de origem para um outro ponto de destino. Quanto maior a velocidade, menor o tempo. A DISPONIBILIDADE diz respeito a possibilidade de se conseguir o transporte via o modal específico a qualquer hora e momento. No caso do rodoviário, existem sempre opções de camião disponíveis para contratação de frete. No entanto, no ferroviário e no marítimo essa oferta é dependente da programação de trens e navios respectivamente. 21 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O GRAU DE COMPETIÇÃO (número de oferta de prestadores de serviço) diz respeito ao tipo de mercado de oferta de fretes. Num mercado com grande oferta de prestadores de serviço, a própria concorrência entre eles ajuda a regular o mercado. Como exemplo cita-se o transporte rodoviário. Caso contrário pode ocorrer à cobrança abusiva do valor do frete por parte de um transportador que domine o mercado. Para coibir estes abusos, existem as agências reguladoras dentre as quais, citam-se para o mercado brasileiro: ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) que cuida do modal rodoviário e ferroviário. ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) que cuida do modal marítimo e aquaviário. 22 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Quanto ao TRÁFEGO PREDOMINANTE analisa-se qual o perfil da carga transportada e, para uma melhor análise, separa-se a análise em Valor e em Peso. Assim, tem-se uma análise do valor agregado da carga predominante em cada modal e o peso médio transportado para cada modal. CONFIABILIDADE no âmbito de transporte diz respeito a capacidade do modal receber uma carga para transportar e entregar no destino com garantia que essa situação ocorra o maior número de vezes possível. Assim, a confiabilidade pode ser medida como a razão entre o número de transportes realizados com sucesso pelo número de transportes solicitados. 23 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O NÍVEL DE RISCO é medido pela possibilidade de extravio e avaria da carga durante o transporte realizado. Ele impacta diretamente a confiabilidade. A confiabilidade do modal rodoviário vem sendo significativamente impactada pelo risco de roubo de carga ao longo das estradas brasileiras. Por fim, deve-se sempre apurar as EXPERIÊNCIAS DA EMPRESA com algum tipo de modal e de empresas da mesma região, de preferência do mesmo segmento de mercado, a fim de avaliar como está sendo oferecido o modal na região. 24 PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS 25 PLANEAMENTO DA OPERAÇÃO PORTUÁRIA 2/9/2017 ISU TC 26 PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS 2/9/2017 ISU TC 27 PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS 2/9/2017 ISU TC 28 PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS 2/9/2017 ISU TC 29 PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES PORTUÁRIAS 2/9/2017 ISU TC 30 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Características Rodoviário Ferroviário Marítimo/ Aquaviário Aéreo CUSTO Moderado Baixo Baixo Alto COBERTURA DE MERCADO Ponto a ponto Terminal a terminal Terminal a terminal Terminal a terminal COMPRIMENTO MÉDIO DO PERCURSO (Km) 600 Km Acima de 600 km (1) Acima de 1000 km (2) Acima de 600 km (3) CAPACIDADE DO EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE (ton) 3,5 a 54 ton 2.500 a 23.000 ton (4) 1.000 a 300.000 ton 1 a 350 ton VELOCIDADE (tempo em trânsito) Moderada Lento (5) Lento Alta 31 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Características Rodoviário Ferroviário Marítimo/ Aquaviário Aéreo DISPONIBILIDADE Alta Baixa a moderada Baixa a moderada Moderada GRAU DE COMPETIÇÃO (número de prestadores de serviço) Muitos Poucos Médio Poucos TRÁFEGO PREDOMINANTE (valor) Todos os tipos Baixo a Moderado(6) Baixo (7) Alto TRÁFEGO PREDOMINANTE (peso unidade transportada) Baixo a moderado Moderada a alta Moderada a alta Baixo a moderado 32 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Características Rodoviário Ferroviário Marítimo/ Aquaviário Aéreo CONFIABILIDADE Média Média a alta Média a alta Alta NÍVEL DE RISCO Alto Médio Médio Baixo 33 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES 34 Observações: 1. Este número da distância do ferroviário é referência, no entanto, para cargas com grande volume de tráfego, mesmo que a distância seja menor, justifica-se o uso do ferroviário. Por exemplo, citam-se as cargas de granito em bloco, siderúrgicos, toretes de madeira entre outros. 2. No modal aéreo a distância não é o fator primordial, o que realmente define o transporte aéreo é a rapidez no deslocamento da carga de um ponto a outro. 3. No transporte marítimo doméstico (principalmente cabotagem) em face dos altos custos portuários ainda vigentes, só se justificam por distâncias maiores. No entanto, a mesma ressalva feita para o ferroviário deve ser feita para o marítimo, ou seja, cargas de grande volume de tráfego podem se valer do transporte em distâncias mais curtas. ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES 35 Observações: 4. Considerando uma composição com no mínimo 50 vagões de 50 ton cada e uma composição de minério de 240 vagões de 100 ton cada. Actualmente, a Estrada de Ferro Carajás circula com trens de 330 vagões com aproximadamente 130 ton cada. 5. Atualmente, nas ferrovias mais eficientes como a Estrada de Ferro Vitória a Minas e a Estrada de Ferro Carajás, pode-se afirmar que a velocidade comercial de seus comboios alcança as mesmas velocidades do transporte rodoviário. 6. Em função do contentor, algumas cargas de maior valor agregado estão sendo transportadas pelo modal ferroviário. 7. A mesma observação feita para a ferrovia deve ser feita para o modal marítimo, ou seja, em função do contentor, cargas de maior valor agregadoestão sendo transportadas pelo modal marítimo. ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Numa óptica mais prática, o modal pode ser avaliado pelas facilidades que ele oferece nos seus pontos de carregamento. Por vezes, um modal pode ter seu transit time menor que outro, no entanto, pela baixa eficiência do sistema de carregamento e descarga, ele pode ocasionar um tempo de operação maior impactando em toda logística. A ocorrência de perdas e danos é um item tão importante que pode justificar a utilização de um modal com frete sensivelmente superior, mesmo quando a distância é grande. Este é o caso de mamão (papaia) exportado do Brasil para a Europa e América do Norte, por via aérea. A probabilidade de ocorrência de perdas e avarias aumenta na medida em que o transporte dos produtos venha a ter a necessidade de transbordos. 36 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O contentor tem mostrado ser uma grande solução com vistas a diminuir os riscos de perdas e danos e, sobretudo, agilizar o carregamento e descarga, facilitando, também, os eventuais transbordos necessários. O mercado tem a cada dia exigido que os transportadores ofertem ao dono da carga, embutido no preço do frete, sistemas de rastreamento (traçabilidade). Estes sistemas devem disponibilizar, a todo o momento, a posição geográfica exacta do carregamento, quer em terra ou no mar. 37 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE O preço do frete cobrado pelos modais de transporte, deve ser analisado sob três ópticas: 1. Características do Produto; 2. Características do Mercado; 3. Tipo de contrato em função da capacidade dos veículos 38 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE Alguns factores inerentes ao produto influenciam diretamente os custos. Dentre eles, citam-se: 1. Peso específico; 2. Facilidade de acomodação no veículo; 3. Facilidade de manuseio (handling). 39 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE O peso específico afeta diretamente o transporte em função, inicialmente, da configuração do veículo de transporte, ou seja, vagão, camião ou navio. Por conta do peso específico do produto, pode ocorrer a situação onde um veículo pode ter sua capacidade volumétrica ocupada, produto de baixa densidade, no entanto, sua capacidade de tracção estar subutilizada. Como exemplo cita-se o transporte de carvão em vagão do tipo GDE pela EFVM, onde a capacidade volumétrica é toda ocupada, mas a capacidade de carga do vagão fica subutilizada, aproximadamente um quarto da sua capacidade, capacidade de carga do vagão é de aproximadamente de 107 toneladas, no entanto, com a ocupação do vagão pelo carvão, ele carrega aproximadamente 28 toneladas. 40 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE Em contrapartida, pode-se ter a situação onde a capacidade de carga do veículo é totalmente ocupada, mas volumetricamente, ele fica subutilizado. Isto ocorre nos navios que transportam gusa, onde os porões são carregados até a metade da sua capacidade volumétrica, no entanto, em peso chegam no limite de carga do navio. 41 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE Na questão de facilidade de acomodação no veículo, deve-se dar destaque às questões de adequação do veículo ao tipo de carga. Existe no mercado uma variedade enorme de camiões, vagões e navios que ocorrem, não por acaso, mas para atender as diferentes necessidades dos diferentes produtos. Assim, cada vez mais, em prol da busca de eficiência, deve-se ter uma frota a mais especializada em cada segmento de mercado. Como exemplo, cita-se o exemplo, no modal ferroviário, do transporte de farelo de soja em vagões do tipo FHD, construídos especificamente para carregar carga geral, sacarias e caixas. Por conta desta escolha, o tempo médio de descarregamento do vagão tipo FHD é, em média, de 15 a 20 minutos. Em contrapartida, o tempo de descarga de um vagão do tipo HFE, apropriado para o transporte de graneis agrícolas, com a mesma carga, é de três minutos. 42 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE Quanto às questões de facilidade de manuseio (handling), busca-se facilitar o acondicionamento dos produtos dentro dos veículos de carga. Nesta óptica, as embalagens de proteção exercem papel fundamental, pois elas facilitam, em muito, a operação de acondicionamento das cargas dentro dos veículos. Como exemplos de embalagens de proteção que facilitam o manuseio da carga, citam-se as paletes, os big bags e os contentores. 43 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES FACTORES QUE IMPACTAM OS CUSTOS DO MODAL DE TRANSPORTE Quanto aos fatores relacionados ao mercado, podem ser citados: 1. Distâncias dos mercados; 2. Balanceamento do tráfego entrando e saindo dos mercados; 3. Sazonalidade dos movimentos; 4. Competição com outros transportadores ou modalidades; 5. Natureza e extensão da regulação dos transportadores; 6. Transporte doméstico ou internacional. 44 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES Os fretes são, de uma maneira geral, variáveis em relação à distância entre a origem e o destino do percurso realizado. No entanto, como muitos transportadores formam seus preços por região, o valor do frete nem sempre é impactado numa relação direta com a distância. Um factor muito importante para a formação de preços é o balanceamento do tráfego entrando e saindo dos mercados, ou seja, se existe frete de retorno para o veículo transportador. Regiões como a de São Paulo pode conseguir fretes mais baixos, pois os transportadores sabem que ao levar uma carga para lá terão, sempre, a possibilidade de retornar com o veículo carregado. No caso da ferrovia, esta preocupação existe e, assim, a FCA e EFVM realizam o transporte da soja do interior do Brasil para o Porto de Tubarão e para não voltarem com os vagões vazios transportam o fertilizante no sentido inverso na mesma frota de vagões. 45 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O frete pode ser contratado para completar em volume e/ou peso um camião ou contentor, conhecido pela sigla FTL, full truck load, ou FCL, full container load. O FTL é usado para o modal rodoviário e o FCL para o transporte em contentor por meio de qualquer modal. Analogamente, para carregamentos que não contemplam o volume e/ou peso disponível no camião ou no contentor, tem-se duas modalidades de contratação: LTL, less than truckload, ou LCL, less than container load. O LTL é usado para o modal rodoviário e o LCL para o transporte em contentor por meio de qualquer modal. 46 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES O frete pode ser contratado para completar em volume e/ou peso um camião ou contentor, conhecido pela sigla FTL, full truck load, ou FCL, full container load. O FTL é usado para o modal rodoviário e o FCL para o transporte em contentor por meio de qualquer modal. Analogamente, para carregamentos que não contemplam o volume e/ou peso disponível no camião ou no contentor, tem-se duas modalidades de contratação: LTL, less than truckload, ou LCL, less than container load. O LTL é usado para o modal rodoviário e o LCL para o transporte em contentor por meio de qualquer modal. 47 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODOS DE TRANSPORTES A consolidação de carga vem a ser a composição de vários contratos LTL ou LCL que completem a carga de um camião ou de um contentor. Assim, através da consolidação é possível para um cliente contratar frete somente pela parte que é efectivamente usada para ele e ratear os custos de transporte com outros clientes que também não tenham volume e/ou peso para completar um caminhão ou contentor. No caso do contentor é usual o usado de tabelas denominadas W/L, Weight/Lengh, onde é apresentado um preço de frete LTL para o peso do produto, W, e outro para o volume, L. O clienteentão com base no peso e no volume do produto calcula os dois valores de frete para W e L respectivamente. O valor de frete que der maior é o valor que deve ser pago ao transportador. Usualmente o valor do frete para contratos FTL ou FCL é menor que os cobrados para contratos LTL ou LCL respectivamente. 48 IMPACTO DO MODO DE TRANSPORTE NO CUSTO DA LOGÍSTICA Cada modal impacta os custos de outras atividades logísticas: Stocks, Localização e Processamento de pedidos. Nos modais de transporte que transportam grandes volumes de mercadorias, ferroviário e aquaviário, o custo de manutenção de stocks tende a subir, pois existe a necessidade de se formar stocks para ocupação de um navio, 150.000 toneladas e um trem, 8.000 toneladas. 49 IMPACTO DO MODO DE TRANSPORTE NO CUSTO DA LOGÍSTICA O modal rodoviário, pela menor capacidade dos veículos, pode ter custos bem inferiores de manutenção de stock. Um veículo rodoviário pode carregar no máximo 74 toneladas, sendo os mais usuais as de 27,5 toneladas. No modal aéreo, a tendência que os custos de estoque sejam muito pequenos, pois pode se valer de seu baixo transit time para distribuir rapidamente os produtos. 50 IMPACTO DO MODO DE TRANSPORTE NO CUSTO DA LOGÍSTICA Parâmetros de avaliação dos modais de transporte Diversos parâmetros podem e são usados para medir a eficiência e capacidade do sistema de transporte, no entanto, dois se destacam: 1. Momento de transporte 2. Tempo em trânsito (Transit Time). 51 PARÃMETROS DE AVALIAÇÃO DO MODO DE TRANSPORTE MOMENTO DE TRANSPORTE O momento de transporte pode ser visto como a unidade padrão para quantificar o transporte realizado por um veículo de transporte ou uma frota inteira. O momento de transporte é calculado multiplicando-se a tonelada transportada pela distância percorrida pela carga. MomentoTransporte = ToneladaTranportada x Distância Percorrida Carga O resultado é medido em tonelada por quilómetro e é expresso como TKU, tonelada por quilómetro útil. 52 PARÃMETROS DE AVALIAÇÃO DO MODO DE TRANSPORTE TEMPO EM TRÂNSITO (TRANSIT TIME) Um conceito importante para se medir a eficiência de certo transporte de algum produto é o Tempo em Trânsito que diz respeito ao tempo gasto a partir do momento em que o veículo de transporte é carregado e liberado para viajar até o momento em que ele chega ao destino e se apresenta para descarregar. No entanto, este valor é pontual de cada viagem, no entanto, para se medir a incerteza do desempenho do transportador, mede-se a variabilidade do tempo em trânsito. 53