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IESC palestra - aula 4 22/08/23 Sâmia Carneiro - 6° período
OBESIDADE
CONCEITO
Segundo a OMS (2000), a obesidade pode ser
compreendida como um agravo de caráter
multifatorial decorrente de balanço energético
positivo que favorece o acúmulo de gordura e está
associada a complicações metabólicas, como
aumento da PA, dos níveis de colesterol,
triglicérides e resistência a insulina
Balanço energético
● é a diferença entre a ingestão de
alimentos e o gasto de energia
● é composto pela taxa metabólica basal
(energia gasta em repouso para manter os
órgãos funcionando) + o gasto energético
na metabolização do alimento + o gasto
com a atividade física (associado ou não
ao exercício físico)
● se a energia da ingestão é inferior ao
gasto, a pessoa perde peso
Regulação do peso corporal
● o peso corporal é regulado por
mecanismos cerebrais com o objetivo de
manter um peso corporal constante, em
uma faixa estreita chama-se set point
● cada vez que o peso sai dessa faixa, tanto
por perda, quanto por aumento, são
ativados mecanismos compensatórios
para recuperar o peso original
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, em 2017, a carga de doença atribuída
ao excesso de peso era de cerca de 20 vezes
maior do que a produzida pela subnutrição
A prevalência da obesidade em adultos no Brasil
aumentou 72% nos últimos anos, saindo de 11,8%
em 2006, para 20,3% em 2018
Em 2019, mais de 60% dos adultos brasileiros
apresentavam excesso de peso, sendo que 30%
das mulheres e 23% dos homens apresentavam
obesidade
DIAGNÓSTICO
IMC= peso/altura²
● não é a melhor forma de avaliar a
composição corporal (massa magra e
gorda)
A associação da medida da circunferência
abdominal com o IMC pode oferecer uma forma
combinada de avaliação de risco e ajudar a diminuir
as limitações de cada uma das avaliações isoladas,
mas no rastreamento inicial (prevenção primária),
o IMC pode ser usado isoladamente.
A medida da circunferência abdominal reflete o
conteúdo de gordura visceral e também se associa
muito à gordura corporal total
Medidas de risco da circunferência abdominal
CLASSIFICAÇÃO
COMORBIDADES/COMPLICAÇÕES
DM2
HAS
Dislipidemias
● aumento de triglicérides e colesterol
Esteatose hepática
● forma do fígado de manifestar um
ambiente com resistência à insulina
● excesso de gordura no fígado
Apneia do sono
● breves paradas da respiração enquanto a
pessoa dorme
● pode ser acompanhada de ruído, o popular
ronco
Artrose
● degeneração das articulações do corpo,
deflagrando inflamações e dores crônica
Infertilidade
● paciente mulher e obesa, sempre
perguntar da presença de pelos
(hirsutismo), acne: para pensar em SOP
CA
● alguns tumores malignos estão
associados ao excesso de peso (intestino,
rins, esôfago, mama e endométrio)
Depressão e ansiedade
● frequentemente acompanhado de baixa
autoestima
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
MANEJO DAOBESIDADE
NOMUNDO IDEAL
alimentação
atividade física
medicamentos
cirurgia
equipe multiprofissional
● assistentes sociais
● médico
● educadores físicos
● psicólogos
● enfermeiros
● nutricionistas
apoio da família
NOMUNDO REAL…
● faz o que pode
● faz o que o paciente consegue
● faz o que tem no SUS
MANEJO DAOBESIDADE NA APS
Atividade física:
● O efeito do aumento isolado da atividade
física na perda de peso é modesto - em
média 1,6 kg.
● traz outros benefícios importantes, como
redução do percentual de gordura,
melhora do controle pressórico e melhora
da resistência à insulina.
● Após a perda de peso, o treinamento
físico evita a diminuição no gasto
energético
R.A.S.O. (atividade física)
● Reduzir hábitos sedentários: por exemplo,
assistir à televisão por menos tempo,
reduzir o tempo que fica sentado sem
levantar;
● Aumentar períodos regulares de atividade
física: por exemplo, fazer compras a pé,
caminhar diariamente, descer do
transporte público regularmente antes do
destino e caminhar o restante do trajeto,
dançar, jogar bola, fazer atividades
esportivas;
● Substituir atividades sedentárias por
atividades físicas: por exemplo, fazer o
churrasco de domingo em parques para
fazer atividades esportivas associadas;
● Observar: facilitadores, barreiras,
alternativas possíveis.
Recomenda-se lazer mais ativo, como
caminhadas progressivas em grupos, passeios em
parques, danças, jogo de bola, e trabalho mais
ativo, como subir pela escada em vez de usar o
elevador, levantar-se a cada 30 minutos para
quem trabalha sentado.
Para a fase de manutenção, a maioria das
pessoas necessita de pelo menos 60 minutos
por dia de exercício de intensidade moderada; ou
30 minutos de atividade vigorosa por dia durante
5 dias da semana.
R.A.S.O (para alimentação)
● Reduzir o consumo de alimentos
ultraprocessados e outros alimentos de
alta densidade energética. Reduzir as
porções alimentares;
● Aumentar o consumo de alimentos não
processados ou minimamente
processados e/ou de baixo valor
energético, aumentando o caráter
saudável da dieta;
● Substituir uma alimentação muito calórica
por alimentos mais leves
● Observar a qualidade da alimentação, o
comportamento e a forma de se
alimentar: Por exemplo, comer devagar,
mastigando bem e reconhecendo os sinais
de fome e saciedade; se está comendo
sem pensar, por exemplo, assistindo à
televisão ou verificando o telefone
celular.
MANEJO FARMACOLÓGICO
Quando usar medicamentos no tratamento da
obesidade?
● IMC > 30kg/m²
● IMC > 25 ou 27kg/m² na presença de
comorbidades
● falha em perder peso com dieta e
atividade física
O que é considerado sucesso terapêutico?
● perda de 1%/mês nos primeiros 3 meses,
atingindo pelo menos a redução de 5% do
peso corporal em 3 a 6 meses
● a melhora dos fatores de risco presentes
ao início do tratamento
MEDICAMENTOS APROVADOS NO
BRASIL
Sibutramina
● Age no SNC inibindo a recaptação da
noradrenalina e da serotonina;
● Apresenta duplo mecanismo de ação:
aumento da saciedade e aumento do gasto
energético;
● Exerce redução de peso de 3,9 kg a mais
que o placebo;
● FC e PA devem ser monitoradas durante
o tratamento
Orlistate
● Inibe as lipases gastrointestinais,
reduzindo a absorção e aumentando a
excreção fecal de gorduras consumidas na
dieta;
● Associado à mudança de estilo de vida,
promove perda média de 2,7 kg a mais que
o placebo.
● No longo prazo, seu uso é relativamente
seguro, mas muitas vezes limitado pelos
efeitos gastrintestinais;
● Quando utilizado por mais tempo,
recomenda-se suplementar vitaminas
lipossolúveis;
● Pacientes que receberam varfarina
exigem monitoramento especial de
anticoagulação
Liraglutida e Semaglutida
● A Liraglutida e a Semagiutida são
agonistas do receptor do GLP-1,
produzido pelo trato gastrointestinal.
● Atuam reduzindo o esvaziamento gástrico
e promovendo a saciedade, além disso,
agem em regiões cerebrais que regulam o
apetite e ligadas a prazer e recompensa.
● Em pacientes com DM, além de perda de
peso, as duas drogas demonstraram
outros benefícios, especialmente a
redução de eventos cardiovasculares.
Mas a Semaglutida, recentemente,
demonstrou esse benefício em pacientes
obesos mesmo sem diabetes.
Naltrexona 8mg + bupropiona 90mg
● A naltrexona, é um antagonista dos
opióides, geralmente indicado para
compulsão alimentar e até mesmo
compulsão pelo álcool.
● A bupropiona é amplamente utilizada no
tratamento de doenças psiquiátricas
como a depressão, TDAH, já era
comumente utilizada em combinação com
outras para emagrecimento.
● A combinação de naltrexona + bupropiona
atua no cérebro reduzindo o apetite,
aumentando a sensação de saciedade e
cortando o desejo intenso por comida, o
que pode levar a diminuição do consumo
de alimentos, principalmente aqueles
ricos em gordura e açúcar.
CIRURGIA BARIÁTRICA OU
METABÓLICA
Existem três tipos básicos de cirurgias
bariátricas: restritivas, mistas e disabsortivas.
Restritivas: apenas diminuem o tamanho do
estômago
● nesse caso, a perda de peso se faz pela
redução da ingestão de alimentos, e não
pela cirurgia em si
Mistas: redução do tamanho do estômago e um
desvio do trânsito intestinal.
● Ou seja, além da redução da ingestão,há
a diminuição da absorção dos alimentos.
● As cirurgias mistas podem ser
predominantemente restritivas (derivação
Gástrica com e sem anel) ou
predominantemente disabsortivas
(derivações bileopancreáticas).
A cirurgia é opção de tratamento para quem tem
obesidade grave
≥ 35kg/m²
● O resultado ≥35kg/m² no cálculo do IMC
aponta uma obesidade grave se o paciente
já desenvolveu doenças associadas ao
excesso de peso ou, como chamamos,
comorbidades. A Organização Mundial de
Saúde já listou mais de sessenta delas
≥ 40kg/m²
● Quando o cálculo do IMC dá ≥ 40kg/m²,
a obesidade é sempre classificada como
grave, mesmo que a pessoa ainda não
apresente nenhuma doença associada ou
comorbidade
Contraindicações
● Limitação intelectual.
● Significativa e ausência de suporte
familiar adequado.
● Transtorno psiquiátrico não controlado
(incluindo uso de substâncias).
● Doença cardiopulmonar grave e
descompensada.
● Doenças que predisponham o indivíduo a
sangramento digestivo.
● Síndrome de Cushing por hiperplasia
suprarrenal não tratada.
● Tumores endócrinos.
Pós-operatório
● É necessário interconsulta com equipe
especializada no pós-operatório e na
vigilância de complicações, com ênfase em
mudança comportamental para minimizar
o reganho de peso e monitoramento para
suplementação de micronutrientes
ajustados conforme o procedimento
realizado.
.

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