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ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS GLOBALIZAÇÃO E MUDANÇAS (Aula 1) Introdução Nesta aula veremos como a invenção da escrita contribuiu para o acúmulo de conhecimento, e assim promoveu o desenvolvimento social e tecnológico da humanidade. Veremos também como o advento da indústria gráfica potencializou este processo, e ao mesmo tempo democratizou o conhecimento e a informação. E ao final abordaremos de maneira superficial o estudo dos tipos, ou seja, a tipografia. 1. Ambiente das organizações em uma sociedade contemporânea. O padrão de vida e qualidade de vida dependem dos esforços conjuntos das empresas, do governo e das organizações sem fins lucrativos. Essas organizações devem sua existência a espíritos empreendedores, que pensaram no bem-estar da comunidade. Uma empresa é uma iniciativa que tem o objetivo de fornecer produtos e serviços para atender as necessidades de pessoas e obter o lucro. Para tal o empreendedor precisa adquirir recursos, estruturar um sistema de operações e assumir um compromisso com a satisfação do cliente. Toda empresa é uma organização, mas nem toda organização é uma empresa. As organizações podem ser com fins lucrativos (Empresas) ou sem fins lucrativos. 2. Agora vamos aprender as diferenças entre empresa e organização · Organizações Formalmente constituída, possui normas e regulamentos, hierarquia, cultura organizacional, recursos, pessoas ocupando cargos e etc. As organizações não possuem, necessariamente, objetivo de lucro. No entanto, necessitam obter receita para fazer o pagamento das suas despesas, assim como qualquer organização. · Empresas As empresas têm todas as características de quaisquer organizações, mas com um grande detalhe: sua finalidade é lucrativa. O que diferencia empresas de outras organizações? Toda organização precisa de dinheiro para fazer o pagamento de suas despesas. Da receita são descontadas as despesas como aluguel, tributos, água, luz, pessoal etc. Quando o resultado é positivo*, nas empresas é chamado de lucro, que será distribuído aos sócios.” *positivo: superávit “Já nas organizações não empresariais, o superávit deve ser revertido na própria organização (Art.12, § 3º da Lei nº 9.532/97). Tanto em uma como na outra, a qualidade da administração será um fator determinante para o sucesso.” Exemplos de empresas = Indústrias, bancos, financeiras, supermercados, seguradoras, shopping centers etc. Exemplos de organizações = templos religiosos, fundações, cooperativas, condomínios, organizações não governamentais, associações, etc. As ONGs, organizações sem fins lucrativos (conhecidas como organizações do Terceiro Setor) trabalham junto com as empresas privadas e o governo para tornar a sociedade mais orientada para as necessidades das pessoas. Portanto, elas não são excludentes; é frequente e desejável que as pessoas tenham atividades nas diferentes organizações. AMBIENTES DAS ORGANIZAÇÕES Organizações não existem no vácuo; elas estão inseridas em ambientes; Ambiente é o universo que envolve a organização; Por não estarem isoladas e não serem autossuficientes, elas precisam trocar com os elementos do ambiente em que estão inseridas (sistemas abertos); Como as organizações não podem compreender, tampouco dominar todos os elementos dos ambientes, elas selecionam os ambientes em que desejam operar; Esse reducionismo permite compreender uma amostra do ambiente, capaz de ser interpretada pela organização; As organizações delimitam o seu nicho de atuação. AMBIENTE EXTERNO DAS ORGANIZAÇÕES Uma empresa é um sistema aberto, isto é, recebe influências do ambiente ao mesmo tempo em que o influencia. Desta forma, para que a empresa possa sobreviver e se desenvolver, ela precisa monitorar o ambiente constantemente e se antecipar aos acontecimentos, utilizando um processo de previsão do futuro. Os resultados de uma organização destinam-se não apenas ao consumidor, mas a muitas partes interessadas, chamadas de stakeholders. Ou seja, todas as pessoas ou entidades que, de alguma forma, têm interesse ou são afetadas pela ação e desempenho da empresa. Do lado de dentro da empresa, os principais interessados são os colaboradores, administradores e acionistas. Do lado de fora há os consumidores, fornecedores, investidores, governo, concorrentes, comunidade etc. Ambiente Direto / Específico / Imediato ou de Tarefa: O mais próximo no qual a organização realiza suas operações diárias. Diz respeito às organizações que concorrem no mesmo setor de atividade. É composto por forças próximas à empresa que afetam sua habilidade de servir os clientes, seus canais de marketing e todos os públicos relacionados a ela. Sua análise é sempre feita considerando-se a empresa como centro e o que os diversos públicos esperam dela. De acordo com o público considerado, as expectativas são divididas em externas* e internas*. *externas: Produtos substitutos, comunidade, concorrentes, clientes e fornecedores. *internas: acionistas, alta direção e colaboradores. Exemplos: · CLIENTES: volúveis, esporádicos, fiéis, sazonais; · CONCORRENTES: diretos, alternativos ou substitutos; · FORNECEDORES: exclusivos, diversificados, de serviços, etc. · Grupos regulamentadores: sindicatos, conselhos profissionais, associações profissionais ou patronais, etc. Ambiente Geral ou Indireto ou Maior ou Macro-ambiente: É o ambiente mais distante. Exerce influência sobre as organizações, mas é pouco influenciado por elas. Afeta todas as organizações, independente do setor de atuação. É composto de forças que a empresa não pode controlar diretamente, como as variáveis econômicas, sociais, sindicais, demográficas, políticas, tecnológicas, legais, ecológicas, culturais e mercadológicas. Estas variáveis atuam de uma maneira integrada, sendo que a variação de uma delas pode influenciar bastante ou quase nada as outras. Por exemplo: a estabilidade econômica, uma variável política, pode reduzir a inflação, aumentando o poder aquisitivo da população. Esta, por sua vez, é uma variável econômica, que influencia a demanda de mercado. Exemplos: - Econômico – PIB, Despesas públicas, Juros, Balança Comercial. - Social – Distribuição de renda, Redução da jornada de trabalho e Lideranças sociais. - Sindical – Dispensa de trabalhadores, Liberdade dos sindicatos e Comissões de fábricas. · Demográfico – aumento do número de idosos, maior urbanização e Crescimento das favelas. · Político – Coligações partidárias, Descentralização do poder e Entidades representativas. · Tecnológico – Estímulo a P&D e Dependência do Brasil de tecnologias avançadas. · Legal – Reformulação da CLT, Leis de segurança e Medicina do trabalho. · Cultural – Novas casas de espetáculos, Salas de cinema e Produção do cinema nacional. · Ecológico – Reciclar, Grupos ambientais e Pressão da sociedade. · Mercadológico – Menor vida média dos produtos, Internet e Aumento da exigência de qualidade. Você tem medo da mudança? Mudança é bom ou ruim? · Peter Drucker - “Estamos viajando por um território desconhecido, onde os velhos mapas e bússolas são inadequados e possivelmente perigosos”. (Peter Drucker) · Albert Einstein - “O princípio da insanidade é fazer as coisas sempre da mesma maneira e esperar obter resultados diferentes”. (Albert Einstein) · John Naisbitt - “Saber quais são as megatendências e acompanhá-las de perto é hoje um requisito essencial a todos aqueles que buscam excelência de resultados e não somente sobrevivência”. (John Naisbitt) 3. O ambiente em constante mudança · O mundo sempre esteve em mudança; · A mudança é a única coisa constante no mundo; · A mudança faz parte da vida das organizações; · Resistir às mudanças é uma atitude frequente; · Cooperar com as mudanças ou ser agente de mudanças é o mais sensato a se fazer. Como exemplos de produtos bons do passado, porém que ficaram um tanto esquecido por não mudarem, adaptando-se às novas realidades temos: · Personagens de desenhos animados, apresentadores de programas infantis, brinquedos, entre outros. · Palhaço Bozo, etc. · Brinquedo Pogobol, Gênius, etc. · Desenho Capitão Caverna,Formiga Atômica, etc. Como exemplos de empresas/produtos que mudaram com o tempo, adaptando-se aos clientes e ao mercado, continuando com o sucesso. · Algumas marcas de calçado como Havaianas; · Brinquedos como bicicleta, jogos de tabuleiro, etc; · Aparelhos de telefone, em especial os móveis, que hoje possuem como forte aliada a tecnologia, etc. · Aparelhos para músicas, que evoluíram para atender a demanda de tecnologia atual. 4. Fatores provocadores ou facilitadores das mudanças · Economia · Legislação · Tecnologia · Inovação · Comportamento dos Usuários 5. atores provocadores ou facilitadores das mudanças Exemplos de mudanças: 1- Mudanças no papel dos chefes; 2- Competitividade – eficiência x competitividade; 3- Interdependência – a economia globalizada; 4- Administração informatizada – a Tecnologia da Informação; 5- Administração empreendedora – fora e dentro das empresas; 6- Foco no cliente – ponto principal da empresa; 7- Preocupação com o meio ambiente; 8- Qualidade de vida – administração de recursos humanos; 9- Terceiro Setor – a sociedade organiza-se para cuidar de si própria. Consolidam-se as ONGs. Globalização: - Rompimento das barreiras entre países; - Permite e facilita o tráfego de mercadorias, serviços, tecnologias e cultura entre os países; - Mercados mais exigentes; - Maior diversidade de produtos e serviços; - Margens de lucros mais apertadas; - Menor espaço para erros; - Busca de diferencial competitivo; - Competição cada vez mais acirrada; - A Globalização aumenta a competição entre as organizações e surgem oportunidades e ameaças. Consumidor: - Aumento do poder de compra; - Maior variedade de bens e serviços; - Muita informação sobre tudo; - Facilidade para fazer e receber pedidos; - Facilidade de comparação; - Os clientes querem encontrar o que desejam e ser bem atendidos; - Usam o dinheiro de forma mais inteligente; - Valoriza o bom atendimento; - Tem cada vez menos tempo para comprar; - É cada vez mais sensível ao preço; - Não quer se sentir "mais um". “Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em outro lugar.” Conforme FOINA, Paulo Rogério (2006), TI é o “conjunto de hardware, software e recursos humanos habilitados, que viabilizem o funcionamento correto dos sistemas de informação, cujo papel significativo não se limita ao simples gerenciamento de uma organização, mas também como uma importante ferramenta de apoio à decisão, funcionando como uma plataforma estratégica”. · - A tecnologia é uma importante variável para a gestão empresarial. · - Dentre as frases citadas por Bill Gates, destaco esta: "A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação aplicada a uma operação eficiente aumentará a eficiência”. A segunda é que “a automação aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência”. · - Em uma sociedade cada vez mais informatizada e automatizada, qual é o papel da Tecnologia de Informação no processo de tomada de decisão? · - Tecnologia são MEIOS? Em essência, tecnologias de apoio à decisão são meios de receber e processar informação. Tecnologia não são FINS! Não funcionam por si só: dependem da informação que recebem, da infraestrutura, do meio ambiente onde estão instaladas e da utilidade da informação que processam. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS ESCOLHA DO NEGÓCIO (Aula 2) Introdução Nesta aula você entenderá sobre a escolha do negócio e o seu desenvolvimento, através da avaliação de ideias de produtos novos ou avaliação da oportunidade de comprar negócios já existentes. Desta forma, será capaz de identificar fontes de oportunidades de negócios, avaliando a necessidade dos consumidores, a viabilidade do mercado, a atuação da concorrência e tendências, para escolher com segurança o tipo de empresa a ser empreendida, identificando aspectos importantes para sua formalização. O empreendedor precisa adquirir o hábito de observar a realidade e identificar as oportunidades, lendo e acompanhando notícias nos diversos meios de comunicação, juntando informações e preferências detectadas no seu ambiente, acompanhando pesquisas, questionando processos percebidos no seu trabalho, avaliando fornecedores e clientes, bem como a leitura de revistas, filmes e, certamente, tendências acompanhadas pela internet. Compreender um ambiente é, antes de tudo, transformar a atitude distraída em curiosa e atenta, que se ocupa em ver e compreender como funciona cada sistema que está no ambiente, quais os seus pontos essenciais, quais os elementos que compõem o ambiente e como funcionam. Capturar oportunidades não é "levar vantagem", mas entender melhor os desafios e ter mais informação para decidir e compreender o que pode ser melhorado, substituído ou criado, caminhando para a criatividade e inovação. 1. Desenvolvimento de um novo negócio Muitas pessoas, ao andar pelas ruas, podem apenas ver multidões, enquanto um empreendedor percebe muito mais do que isso. Ele pode ver como um fluxo de pessoas com inúmeras motivações, compras, vendas, movimentação de bens, faixas etárias e tipos de negócios. O empreendedor enxerga oportunidades associadas à criação de valor para as pessoas, e não necessariamente com preços baixos, destacando que preço e valor são diferentes. Negócios são iniciados quando empreendedores desenvolvem ideias para novos produtos ou serviços. Não são apenas os produtos de alto conteúdo tecnológico que têm potencial para o sucesso. Na verdade, com frequência chegam ao mercado produtos e serviços sem nenhuma sofisticação tecnológica. As ideias de novos negócios nascem de muitas formas. Um empreendedor é capaz de transformar ideias em oportunidades de negócios. 2. Fontes de ideias e oportunidades Todas as fontes de ideias e oportunidades estão condicionadas pelas competências do empreendedor (conhecimentos, habilidade e limitações) e pelas possibilidades do mercado (necessidade, desejos e interesses dos consumidores). Baseado nisto são identificadas as seguintes fontes de ideias e oportunidades de negócios: Novo negócio com base em novo conceito Esta linha baseia-se em competência técnica e grande criatividade do empreendedor, bem como habilidade para prever padrões e tendências. O conceito do negócio é tão novo e revolucionário que cria um novo mercado, como a lâmpada de Thomas Edison, o Modelo T de Henry Ford, o telefone de Graham Bell, o software de Bill Gates e muitos outros. Novo negócio com base em conceito existente Há também pessoas que iniciam um empreendimento com base em velhos conceitos. A ideia não é nova e o empreendedor não criou algo inovador, mas desenvolveu um negócio onde nada existia. Portanto, também é considerado um empreendedor. Um exemplo conhecido é o da Gol Linhas Aéreas, que atua em um ramo de alta tecnologia e altos investimentos, com base em uma estratégia de baixo custo e baixo preço, conseguindo criar uma empresa de grande sucesso. No entanto, a ideia não era nova quando a Gol foi fundada em 2001, pois a Southwest Airlines em 1971 e a Ryanair em 1985 já operavam com esta estratégia. Necessidade dos consumidores O empreendedor potencial pode identificar carências e interesses das pessoas simplesmente prestando atenção em suas reclamações, hábitos e traços culturais, e em seguida interpretar esses comportamentos para desenvolver produtos ou serviços que atendam essas necessidades. Muitos produtos importantes foram desenvolvidos com a ajuda do consumidor, como aconteceu com os serviços de entrega que exploram as deficiências e limitações dos serviços oficiais dos Correios. Aperfeiçoamento do negócio Essa prática também pode originar-se da observação das necessidades e insatisfações dos consumidores, bem como da avaliação contínua do negócio atual. Pessoas observadoras e curiosas criam o hábito de buscar informações sobre como funciona cada setor, identificando os pontos onde há possibilidade de realizar melhorias. A identificação de oportunidades de aperfeiçoamento possibilita ao empreendedor adequar seus produtos e serviçosa novos formatos e padrões de qualidade, preço, distribuição etc. Um exemplo é o do autoatendimento das farmácias, que copiaram o modelo dos supermercados. Exploração de hobbies Um hobby do empreendedor pode transformar-se em oportunidade de negócio, a partir do momento em que identificar suas possibilidades comerciais em algum segmento da sociedade. Um exemplo foi a invenção do walkman, criado por Aiko Morita, que jogava golfe e queria ouvir música ao mesmo tempo. Observação de tendências Os mercados e consumidores estão em constante mudança, e a observação da realidade permite a descoberta de novos mercados. O empreendedor precisa desenvolver o hábito de observar a realidade, com o objetivo de compreender seus mecanismos de funcionamento e tendências. Um exemplo é o aumento da criminalidade em algumas regiões do Brasil, criando oportunidades para empresas de serviços de seguros, vigilância e localização de carros roubados. Derivação de ocupação Alguns empreendedores iniciam negócios com base em sua atividade. Analisando sua ocupação, e seu grau de sucesso ou insucesso, o empreendedor poderá desenvolver produtos e serviços nos quais suas experiências e seus conhecimentos são aproveitados. Por exemplo: os professores que criam escolas. Licenças - Se um empreendedor desenvolve um novo produto ou serviço, mas não tem os recursos financeiros para produzi-lo e distribuí-lo, ou não tem interesse em criar ou aumentar uma empresa, mas deseja explorar a ideia, uma boa saída são as licenças. O empreendedor pode dar a licença a outras empresas para produzir e vender o novo produto em troca de uma comissão sobre as vendas ou de um pagamento predefinido. Para garantir a propriedade do novo produto ou serviço e impedir que outros o pirateiem, o empreendedor deverá patenteá-lo* ou registrá-lo. *patenteá-lo: A patente é a emissão de uma concessão de direito legal para proteger o inventor de um novo produto. 3. Fatores para o sucesso de novos produtos O desenvolvimento de novos produtos sempre embute um alto nível de risco. Os riscos têm motivado estudos para identificar os fatores que fazem de um produto ou serviço um sucesso ou fracasso. Um estudo de novos produtos, realizado pelo Hewlett-Packard Medical Products Group, identificou alguns desses fatores. Os autores desse estudo afirmam que se apenas um fator não estiver adequado, o produto ou serviço poderá ter como resultado o fracasso. · Pesquisa adequada de marketing – é crucial para evitar que o produto fracasse. Sua desvantagem é o custo alto. · Atendimento de uma necessidade – requisito essencial do novo produto ou serviço é ser realmente necessário para os consumidores. · Grande vantagem do produto – o produto deve ser superior aos concorrentes em atributos como qualidade, aparência, tecnologia e praticidade. · Qualidade e preço adequado no lançamento – se o produto tiver pouca qualidade ou preço elevado demais quando lançado, dificilmente o consumidor irá procurá-lo novamente. · Escolha dos canais corretos de distribuição – a definição dos locais de venda e da forma de fazer o produto chegar aos clientes é determinante ao sucesso. Avaliação de ideias de produtos Ter uma ideia ou descobrir uma oportunidade não é garantia de sucesso. O fator determinante do sucesso é a estratégia, e não apenas a criatividade ou a inovação. Há muitos aspectos a serem considerados e planejados entre o surgimento de uma ideia e a criação de um negócio. No entanto, de maneira geral, uma avaliação da viabilidade e dos riscos do empreendimento é essencial. Baseado nisto, serão citados os critérios para avaliar produtos e negócios: Viabilidade de mercado – o mercado é o principal fator que o empreendedor deverá levar em consideração antes de montar um negócio. A viabilidade de uma ideia é determinada em primeiro lugar pela existência de pessoas com poder aquisitivo e vontade de comprar. Para que o sucesso de um negócio seja alcançado, algumas perguntas importantes deverão ser feitas: · Há um mercado real ou potencial para a ideia? · Quem compraria o produto ou serviço (o próprio consumidor, família, pais etc.)? · Qual a frequência de compra do produto (diário, mensal, anual ou ocasiões especiais)? · Qual o tamanho do mercado? Quantidade de clientes pessoa física ou jurídica. · Como se distribuem geograficamente os clientes? Onde estão os compradores? · Qual o preço aceito pelos clientes? · Como ajustar o negócio ao risco da sazonalidade como moda, alimentos e brinquedos?” O que diferencia empresas de outras organizações? Concorrência – o empreendedor deverá buscar informações como o número de competidores, o alcance dos canais de distribuição, suas políticas de preços e suas vantagens competitivas. As vantagens competitivas são atributos do produto ou serviço, ou das empresas que os fornecem, que motivam a preferência do mercado ou do cliente, criando diferenciais que proporcionam ganho físico ou psicológico para o consumidor, permitindo à empresa superar os competidores, estabelecer sua marca e fortalecer sua identidade. As barreiras para a entrada de competidores, como as taxas sobre produtos importados ou os subsídios para os produtos locais, constituem também uma vantagem competitiva. É importante para o empreendedor conhecer os fornecedores dos concorrentes, o que pode ajudar o empreendedor a identificar novas oportunidades e manter-se informado sobre as tendências do mercado. O empreendedor também deverá entender se o segmento ou ramo de atividades que escolheu é controlado por organizações dominadoras e que têm capacidade de definir as regras do mercado através de monopólios e cartéis. Viabilidade de produção Refere-se à capacidade efetiva de fornecer o produto ou serviço hoje e amanhã. O empreendedor precisa verificar se é possível fabricar o produto ou prestar o serviço e o que é necessário para fornecer o produto/ serviço. Outras perguntas também são importantes: • Existem os componentes e matérias-primas necessários para o produto/ serviço? • Existem máquinas, instalações ou equipamentos com esta capacidade? • Existem máquinas, instalações ou equipamentos com esta capacidade? • Existe mão de obra suficiente e preparada? Qual a necessidade de treinamentos? • Qual a necessidade de desenvolvimento e experimentação do produto? • Quanto vai custar montar a infraestrutura para fornecer o produto ou serviço? Controle governamental A intensidade do controle governamental na qual o empreendedor vai estar sujeito deve ser levada em consideração, pois nesta situação as mudanças nas regras são constantes, gerando uma inconstância no mercado. Um exemplo são as empresas importadoras e exportadoras, que têm suas ações baseadas nas ações dos governos. Investimento inicial e retorno O capital é o ponto crucial de qualquer empreendimento. O empreendedor deverá calcular o montante necessário para dar início ao negócio, conhecido como “investimento inicial”. O valor pode determinar se o empreendedor tem condições de começar o negócio ou não. E tão importante quanto é o cálculo do retorno do investimento. A análise do mercado deve revelar qual o potencial de receitas e o tempo necessário para a recuperação do investimento. Ref.: Livro Administração para empreendedores – cap. 2 – pag.28 – quadro 2.3 4. Aquisição de um negócio existente Quando se considera a possibilidade de adquirir um negócio já existente, deve-se dar atenção a três aspectos essenciais: histórico da empresa e perspectivas*; patrimônio e operações em andamento* e preço da compra*. *perspectivas: mostra o que a empresa faz e pode continuar fazendo mercado. *operações em andamento: qualificação dos funcionários, estado do maquinário e relação com clientes, fornecedores e bancos. *preço de compra: é importante identificar as razões pelas quais a empresa está sendo vendida. PONTOS A CONSIDERAR NA COMPRA DE UM NEGÓCIO EXISTENTE • Pontos a favor e vantagens · Produto, serviço e mercado definidos · Empresa em funcionamento · Equipamentos disponíveis · Clientela formada · Fornecedores operando · Experiência do proprietárioanterior · Conhecimento dos empregados • Pontos contra e risco · Herança de problemas trabalhistas ou fiscais · Problemas futuros ocultos · Mão de obra desqualificada · Imagem comprometida · Modernização necessária dispendiosa · Localização desvantajosa · Preço alto, gerando ônus sobre o lucro Ref.: Livro Administração para empreendedores – cap. 2 – pag.31 – quadro 2.4 Menos inovador, mas não menos empreendedor, é aquele que compra um negócio existente sem plano de mudar as operações correntes. Para tomar a decisão mais acertada, o empreendedor deve analisar as vantagens e desvantagens desse tipo de operação. Tipos de empresas Escolher o tipo de empresa significa definir o formato do empreendimento, que pode ser uma empresa propriamente dita ou uma alternativa. As principais possibilidades são: Empresa tradicional: É uma entidade econômico-administrativa que tem finalidade econômica, ou seja, tem o lucro como objetivo, por meio de atividades de transformação e fornecimento de bens e serviços. Empresa familiar: É uma iniciativa que tem o objetivo de melhorar a condição socioeconômica de uma família, dividindo entre os seus componentes as tarefas e os benefícios, e gerando com o passar do tempo uma série de questões mais complexas do que a simples administração de uma atividade comercial ou industrial, como a transição da gestão para os descendentes. Franquia ou franchising O franqueador é o detentor da marca e do método de trabalho licenciado de terceiros. É o agente que idealiza e formata a franquia do negócio ao franqueado. E o franqueado é a pessoa jurídica ou física que adquire o direito de uso da marca e/ou método de trabalho, por meio de um pagamento inicial ou mensal. Ao aderir à rede de franquias, o franqueado passa a operar com a marca do franqueador, seguindo todos os padrões estabelecidos e supervisionados por este. O franchising oferece algumas vantagens e desvantagens, como mostra o quadro: VANTAGENS E DESVANTAGENS DO FRANCHISING Vantagens · O empreendedor compra uma empresa pronta, sem necessidade de inventar produto, nome, embalagens etc. · A operação da empresa, o treinamento dos funcionários, os uniformes e materiais são padronizados pelo franqueador – não há necessidade de criar. · O sistema de suprimentos de matérias–primas já está montado pelo franqueador. · A marca é conhecida e o empreendedor não precisa investir na construção da imagem. · O empreendedor pode trocar experiências com outros franqueados da mesma empresa. · O valor do investimento para iniciar e manter as operações é fácil de determinar, o que torna · determinístico o planejamento financeiro. · O franqueado recebe orientação do franqueador, que está interessado em seu sucesso. · O franqueado pode ter mais de uma loja da mesma franqueadora. Desvantagens · O investimento inicial pode ser alto, dependendo do valor da marca franqueadora. · O franqueado obriga-se a um pagamento mensal ao franqueador; em geral, uma taxa sobre as receitas, o que faz o papel de um imposto a mais. · O franqueado tem que seguir todas as exigências do franqueador, até mesmo de renovação de toda a loja, independentemente do tempo de franquia. · O franqueador pode conceder várias franquias numa mesma região, ganhando no conjunto, mas prejudicando os franqueados individualmente. · O franqueado não tem liberdade para introduzir inovações nos produtos, nas instalações ou em qualquer aspecto de franquia que impacte a identidade do franqueador. · Os preços são tabelados, impedindo alterações para favorecer a competitividade. · Assim como acontece em qualquer outra modalidade de empreendedorismo, não há nenhuma garantia de sucesso. Ref.: Livro Administração para empreendedores – cap. 2 – pag.34 – quadro 2.5 Escritório doméstico ou home office É o trabalho profissional realizado em casa. É uma opção atrativa para o início de micro e pequenas empresas, já que representa considerável economia de custos em relação a outras possibilidades. Essa modalidade de negócio nasceu com terceirização dos serviços e com a ajuda dos avanços da tecnologia da informação e da globalização, e vem mudando o contexto empresarial e o perfil do emprego. Cooperativa É a sociedade de pessoas com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeita a falência e constituída para prestar serviços às pessoas que se associam a ela, precisando ter um número mínimo de 20 pessoas. É uma empresa com dupla natureza, que privilegia o lado econômico e social de quem se associa. O associado ou cooperado é ao mesmo tempo dono (administra a empresa) e usuário (utiliza dos serviços) da cooperativa. A cooperativa pode atuar em qualquer gênero de serviço, operação ou atividade. Ela tem o perfil de acordo com os seus associados, que se reúnem em torno de um ou mais objetivos específicos, como por exemplo agropecuária, habitacional, de crédito, educacional, saúde etc. FORMALIZAÇÃO DE UM NOVO NEGÓCIO Compreende todos os procedimentos burocráticos necessários para formalizar um empreendimento. O registro de uma empresa varia de acordo com a região onde ela se encontra e depende do tipo de sociedade que será constituída. Atualmente no nosso país é algo extremamente demorado, pois a lista de exigências é muito grande. NOME EMPRESARIAL (FIRMA OU DENOMINAÇÃO) A firma é o nome utilizado pelo empresário, pelas sociedades em nome coletivo, de capital e indústria. A firma só pode ter como base nomes civis dos sócios ou de apenas um sócio acrescido do termo “e Cia.”, sendo permitido, no final, a utilização de uma expressão que identifique o objeto da empresa, como por exemplo, “Andrade & Xavier Componentes Eletrônicos Ltda. A denominação é o nome utilizado pelas sociedades anônimas e cooperativas e, em caráter opcional, pelas sociedades limitadas e em comandita por ações. A denominação pode ser composta por um nome civil, sem fazer menção ao nome de algum dos sócios ou a qualquer nome civil, como por exemplo, “Tecelagem Ômega Ltda.” · Artesão Entende-se que o artesão não é propriamente um empresário, mas sim um trabalhador autônomo. De acordo com o art. 7, do Regulamento do Imposto de Produtos Industrializados, produto de artesanato é aquele proveniente de trabalho manual realizado por pessoa natural nas seguintes condições: o trabalho não conta com auxílio ou participação de terceiros assalariados e o produto é vendido ao consumidor diretamente. · Produtor rural É a pessoa física, natural, que explora a terra visando à produção vegetal e/ou animal e também à industrialização artesanal desses produtos primários – produção agroindustrial. · Sociedade simples Formada por pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística. É considerada pessoa jurídica. Um exemplo é quando dois médicos se unem e constituem um consultório médico. Sociedade empresária - é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens de serviços, constituindo elemento da empresa. É considerada pessoa jurídica e tem registro na Junta Comercial de seu respectivo Estado. · Sociedade limitada O capital social está dividido em cotas e a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. · Sociedade por ações O capital social é dividido em ações. Cada sócio responde somente pelo preço de emissão das ações que adquiriu. O conceito de “sociedades por ações” engloba tanto sociedades anônimas como as comanditas por ações. · Sociedade estrangeira Empresa constituída e organizada em conformidade com a legislação de seu país de origem, onde também mantém sua sede administrativa. No entanto, necessita de autorização do Poder Executivo. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS CONJUNTURA ECONÔMICA (Aula 3) Introdução Nesta aula você entenderá como as empresas são influenciadas pelo ambiente econômico e identificará os fatores da conjuntura econômica, do mercado e global. Demonstraremos ainda que as organizações fazem parte de um sistema complexo e dinâmicona sociedade contemporânea. Para o empreendedor ter sucesso hoje, precisa entender que a demanda pode ser definida como a quantidade de um determinado bem que os consumidores queiram e possam adquirir em determinado período de tempo, sendo influenciado por variáveis como o preço, os bens concorrentes, a renda do consumidor, a preferência do indivíduo e a sazonalidade. Os empreendedores precisarão estar motivados para atender à demanda crescente, conquistando fatias maiores de mercado e contratando, gerando com isso maior volume de renda na economia, novos impostos e, por consequência, crescimento econômico. A evolução tecnológica no século XX foi determinante para trazer todas as facilidades de comunicação entre as pessoas, base da globalização. Com isto surge uma conectividade entre mercados e pessoas de todo o mundo, gerando um cliente cada vez mais exigente em função da variedade de produtos e serviços, e uma busca incansável das empresas por novas vantagens competitivas, visando conquistar e fidelizar os clientes. 1. Ambiente econômico saudável O fator risco deve fazer parte da vida dos empreendedores, e pode ser avaliado e muitas vezes ser reduzido, contornado ou eliminado. Quando o risco se mostra muito grande e não há como atuar sobre ele, é possível que o empreendedor desista de realizar o empreendimento ou mude completamente o modo pelo qual vai viabilizá-lo, para evitar correr um risco considerado excessivo. Um ambiente econômico saudável é condição básica para estimular investimentos na criação de empresas. O ambiente econômico é saudável quando há incentivo para a iniciativa privada e os empreendedores potenciais percebem que vale a pena correr riscos, pois há uma chance razoável de recuperar seu investimento com lucro. 2. Contribuições do governo para o empreendedorismo Uma parte importante para a criação de um ambiente econômico saudável para os empreendedores são as condições criadas pelo governo. Este tem o papel de capitalizar ações que favoreçam a criação de novos empreendimentos e a percepção pelo empreendedor que possui o apoio para o sucesso de seus negócios. Vejamos algumas ações importantes: • Carga tributária justa O governo pode diminuir os riscos dos novos negócios por meio da redução da carga tributária, gerando impostos mais compatíveis com o mercado. O excesso de tributos estrangula e afugenta os empreendedores, que procuram as condições mais favoráveis para o retorno do investimento. A carga tributária muito elevada deixa pouca margem para o reinvestimento das empresas, que passam a crescer em ritmo lento e ainda deixa um retorno para os investidores que não é compatível, a exemplo de outros países. No caso do Brasil, essa carga tributária está muito alta, em torno de 40% do seu faturamento. Um exemplo são as locadoras de automóveis, que preferem estabelecer-se no Paraná pelo fato de o valor do IPVA ser menor em relação a outros estados. • Combate à corrupção Uma das contribuições mais importantes que o governo pode oferecer à sociedade é combater a corrupção no mundo dos negócios e entre os funcionários públicos, impedindo que alguém receba dinheiro para promover a ilegalidade, gerando uma concorrência desleal entre as empresas. • Estabilidade legal As constantes mudanças na legislação e o funcionamento da Justiça tornam o ambiente ameaçador para o empreendedorismo. Uma legislação clara, estável e que contemple os empreendimentos nascentes é componente essencial de um ambiente econômico favorável aos investimentos nos negócios. Em todos os países que reconhecem o empreendedorismo como gerador de empregos e de inovação, há uma proteção para as empresas nascentes, com o objetivo de dar-lhes espaço para sobreviver e depois crescer. Isso não ocorre ainda no Brasil, mas já demos um passo importante com a nova legislação para as pequenas empresas. • Atitude positiva em relação ao empreendedorismo Encarar os empreendedores de forma positiva, como promotores do desenvolvimento, é essencial para estimular novos negócios e o crescimento econômico. Assim, a cada dia, o Empreendedorismo torna-se uma ferramenta mais eficaz para a promoção do crescimento econômico, aumentando o número de empresas e empregos criados. • Facilidade de obtenção de crédito e juros baixos Não só é necessário que haja linhas de crédito para novos empreendimentos com juros mais baixos, como a burocracia não pode causar impedimentos na sua obtenção. • Burocracia inteligente A burocracia é necessária para registrar os fatos comerciais e sistematizar diversos serviços. Entretanto, ela precisa ser suficientemente inteligente para não se tornar um custo adicional da empresa ou mais uma demora em chegar ao mercado e entregar seus produtos e serviços. 3. Conceitos básicos de economia O ambiente econômico compreende basicamente três condições: conjuntura econômica, conjuntura do mercado e global. No entanto, antes de avaliar estas condições do ambiente econômico, é importante conhecer alguns conceitos da economia como mercado, concorrência, demanda e oferta. Mercado: É o mecanismo de troca entre compradores e vendedores de bens e serviços. A demanda é determinada pelos compradores e a oferta, pelos vendedores. A maioria dos mercados é competitiva, com muitos compradores e vendedores. Concorrência: Para a teoria econômica, há quatro níveis de concorrências: • Concorrência perfeita: Ocorre quando os bens oferecidos são iguais e os compradores e vendedores são numerosos a ponto de não influenciarem os preços individualmente, como os produtos agrícolas. • Concorrência monopolística: Ocorre no mercado em que existem muitos consumidores e um número reduzido de produtores ou vendedores, que oferecem produtos semelhantes. Por causa disso, os produtores ou vendedores podem determinar os preços de seus produtos, como indústrias automobilísticas. • Oligopólio: Ocorre quando há poucos vendedores que não têm intenção de concorrer entre si, como a indústria de cigarros. • Monopólio: Ocorre quando apenas um produtor ou prestador de serviços controla os preços, como as companhias de energia elétrica. Demanda: A demanda caracteriza o comportamento dos compradores. A quantidade demandada de um bem ou serviço é a quantidade que os compradores desejam e podem comprar. Os principais fatores que influenciam a demanda são: preço, renda, gosto e preço de bens relacionados. • Preço: É a variável que mais influencia a demanda, compondo o que os economistas chamam de “Lei da demanda”, que tem o princípio de que os consumidores comprarão mais se o preço diminuir e menos se o preço aumentar. • Renda: Se a renda do consumidor diminuir, a demanda pela maioria dos bens, principalmente os supérfluos, tende a diminuir também. • Gosto: É o aspecto mais importante para compor a demanda. O produto precisa agradar ao comprador potencial, senão, mesmo com um preço baixo, a demanda não aumenta. • Preço de bens relacionados: Produtos com características semelhantes que atendem ao mesmo tipo de consumidor precisam ser acompanhados, pois influenciarão na demanda. Oferta: É a quantidade que os vendedores estão dispostos e podem vender. Representa o somatório das quantidades individuais oferecidas pelos fornecedores de determinados produtos ou serviços. Os principais fatores que influenciam a oferta são: preço de venda, preço dos insumos e tecnologia. · Preço de venda: É um dos fatores determinantes da quantidade oferecida. Há formas de apurar até que ponto a fabricação é vantajosa e quando ela deixa de ser viável, sendo a melhor opção interrompê-la. A variável do preço compõe a chamada “Lei da oferta”, segundo a qual a quantidade de um bem ou serviço aumenta quando seu preço aumenta. · Preço dos insumos: Insumo representa tudo que será utilizado para a fabricação de um produto. Portanto, quando o preço de algum insumo aumenta, a oferta do produto diminui, porque a produção se torna menos lucrativa. · Tecnologia: O uso da tecnologia poderá diminuir o desperdício ou aumentar a produção, gerando uma redução de custo e aumentando a quantidade ofertada,pois o processo se torna mais lucrativo. 4. Condições do ambiente econômico O ambiente econômico compreende basicamente três condições: conjuntura econômica, conjuntura do mercado e conjuntura global. Há três fatores macroeconômicos que afetam o desempenho de qualquer negócio: crescimento econômico, inflação ou deflação e taxa de juros. Crescimento econômico Um dos principais fatores econômicos que influenciam o desempenho das empresas é o crescimento econômico ou a mudança no nível geral da atividade econômica. A forma mais comum de medir o crescimento da economia é o PIB*, que é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período. Uma medida alternativa que indica o crescimento econômico é a queda no nível de desemprego no país. Quando o crescimento econômico é negativo por dois trimestres consecutivos, o período é chamado de recessão. *PIB: Produto Interno Bruto. Inflação ou Deflação A inflação representa um aumento geral do nível de preços de produtos e serviços em certo período de tempo, diminuindo o poder aquisitivo dos compradores. A deflação, por outro lado, é um declínio substancial no nível geral dos preços de bens e serviços, significando que o poder aquisitivo da moeda aumentou. O empreendedor precisa estar atento a esses indicadores, pois afetarão a atividade operacional do empreendimento, os custos dos produtos, e consequentemente, aumentando os preços finais dos produtos. Taxa de juros Os empreendedores devem estar sempre atentos às taxas de juros, pois elas determinarão o quanto se pagará por um empréstimo e os rendimentos do empreendimento, sendo um fator determinante na viabilização dos negócios. No Brasil, a taxa básica de juros é a Selic, determinada pelo Banco Central brasileiro. O ambiente econômico compreende basicamente três condições: conjuntura econômica, conjuntura do mercado e conjuntura global. A Conjuntura de Mercado compõe-se de quatro fatores: demanda de produtos e serviços, competição no mercado, mercado de trabalho e regulamentação governamental. Demanda de produtos e serviços Tem influência significativa no desempenho do empreendimento. A demanda é afetada pelo ambiente macroeconômico, pela renda dos clientes e pelas preferências dos consumidores. Competição no mercado Cada empresa atua em determinado segmento ou nicho de mercado, que irá definir o seu modelo de negócio, seus padrões de qualidade e seus competidores. O nível de competitividade varia de acordo com a quantidade de empresas e suas vantagens competitivas. Quando o empreendimento enfrenta poucos concorrentes, a lucratividade tende a ser maior. O empreendedor deve conhecer os seus concorrentes para verificar suas chances reais de obter sucesso. Mercado de trabalho Algumas empresas têm características especiais em seus colaboradores. Os custos de mão de obra são maiores em setores específicos, pois requerem especialistas. A existência de sindicatos aumenta os custos da mão de obra e pode possibilitar greves. Regulamentação governamental Todas as atividades estão sujeitas a algum tipo de regulamentação. Um empreendedor deve examinar todas as regulamentações e possíveis mudanças nas normas da atividade escolhida. 5. Conjuntura global - globalização e concorrência Globalização significa aumento da competição internacional e do livre comércio entre os países, gerando uma busca das empresas pelas vantagens competitivas de alta qualidade e preço baixo. A concorrência global devastou empresas em todo o mundo, mas também trouxe grandes benefícios para quem não ficou parado. Os padrões de qualidade e eficiência tornaram-se universais, trazendo uma preocupação com a qualificação da mão de obra, melhor aproveitamento dos recursos, aprimoramento contínuo e uma busca sem fim pelo encantamento e fidelização do cliente. Uma empresa não pode ficar à margem do processo de globalização, pois com a liberação do comércio, vem a liberdade dos consumidores com acesso a bens e serviços variados, podendo escolher onde irão comprar seus produtos ou serviços. Com liberdade de escolha, o consumidor fica mais exigente, buscando o melhor no mercado, aumentando assim a concorrência das empresas por um cliente. Além disso, para uma empresa ter sucesso localmente, precisa ter atributos que a tornem competitiva em qualquer lugar do mundo. Participar do mercado internacional é uma perspectiva concreta para muitos empreendedores, mas o cenário fica ainda mais complexo. O empreendedor pode participar do mercado internacional através da importação* e da exportação*. Outras modalidades também podem ser consideradas, como parcerias com empresas estrangeiras ou compras de empresas no exterior. Para que um empreendedor entre no mercado internacional com sucesso, deverá levar em consideração as características do país como cultura, condições econômicas, taxa de câmbio, legislação e política. *importação: Aquisição de produtos e serviços estrangeiros. *exportação: Venda de produtos e serviços para compradores residentes em outros países. Cultura: O empreendedor deve aprender a cultura do país no qual pretende fazer negócios, oferecendo produtos e serviços adequados ao consumidor. Uma decisão que não considere fatores culturais pode ser determinante para o fracasso do negócio. A manifestação mais visível da cultura é a língua, gerando ajustes nas embalagens e contratação de pessoas nativas para desempenhar negociações de sucesso. Outras diferenças culturais são determinadas por hábitos, crenças e atitudes em relação aos produtos, como o Mc Donald’s, que vende hambúrguer vegetal na Índia. Condições econômicas: O empreendedor deverá estar atento às condições econômicas do país em que quer negociar, para prever a demanda por seus produtos. Os principais fatores a serem avaliados são o crescimento econômico e a inflação. Taxa cambial: Cada país tem a sua moeda, mas a moeda comercial no mundo é o dólar norte-americano. Portanto, toda moeda tem sua cotação em relação ao dólar. O empreendedor precisa fazer um acompanhamento constante, pois a variação da moeda é frequente, afetando os custos de fabricação, preço de venda e negociações. Legislação e política: Os governos podem interferir nos negócios internacionais de várias maneiras. Algumas formas legais e políticas dos governos sobre os negócios internacionais são as seguintes: · Cota - Imposição que restringe o número de produtos de certos tipos que podem ser importados para o país. É uma forma de proteger os produtos domésticos. · Embargo – Ordem de proibir a exportação ou importação de determinado(s) produto(s) de certo país, defendendo-se contra bactérias, doenças etc. · Tarifa – É a taxa de importação de produtos, aumentando diretamente os preços dos produtos importados. · Subsídio – Colaboração financeira dos governos para ajudar os empreendedores nacionais a competir com empresas estrangeiras, diminuindo os preços dos produtos nacionais em relação aos produtos similares importados. Risco Político: Representa o risco de que a situação política de um país afete os negócios do empreendedor de forma adversa. O empreendedor precisa entender como as características do governo do país em que está negociando podem afetar seus negócios. Crises políticas têm ocorrido em muitos países e governos podem impor inesperadamente taxas ou, em casos extremos, confiscar as propriedades locais de companhias estrangeiras. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA (Aula 4) Introdução Nesta aula, abordaremos o conceito de planejamento, os tipos utilizados, os níveis de planejamento e a sua importância para o sucesso das organizações. Abordaremos a elaboração, implementação e controle do planejamento estratégico, através dos conceitos de visão, missão, crenças, valores, objetivos, metas, estratégia e tática. O planejamento determina antecipadamente quais objetivos devem ser alcançados e como proceder para atingi-los. Ele busca basicamente um método para sistematizar o processo de decisões e projetar ações para enfrentar situações futuras.Faz-se necessário, na nova economia, o uso e aplicação de estratégias dinâmicas, que tenham o conhecimento advindo da informação como elemento principal do processo de formulação e implementação de estratégias. O sucesso da estratégia está na sua aplicabilidade. Estar atento a todos os fatores que permeiam as organizações é fundamental para que os gestores formulem suas estratégias, de forma a colocá-las em condições de vitória no ambiente globalizado e altamente competitivo. 1. Planejamento De acordo com Peter Drucker, a finalidade do processo de planejamento é enfrentar a incerteza do futuro. Desta forma, o processo de planejamento é uma cadeia de objetivos e meios, que interfere na realidade para atingir uma realidade desejada, dentro de um intervalo de tempo. Planejar consiste em tomar três tipos de decisões: · Definir objetivos ou resultados – qual situação deverá ser alcançada; · Definir um ou mais cursos de ação – caminhos para atingir o objetivo; · Definir meios de execução – previsão dos recursos necessários para realizar o objetivo. 2. Estratégia e planejamento estratégico Estratégico significa tudo o que é importante para a realização dos objetivos de mais alto nível da empresa. Todas as empresas (pequenos negócios informais ou grandes corporações) têm estratégia e planejamento estratégico, de forma explícita ou implícita. À medida que a empresa cresce, as práticas de planejamento estratégico evoluem, para sustentar seu desenvolvimento. Planejamento estratégico Processo contínuo de determinação da missão e objetivos da empresa no contexto de seu ambiente externo e de seus pontos fortes e fracos internos, formulação das estratégias apropriadas, implementação dessas estratégias e execução do controle para assegurar que as estratégias organizacionais sejam bem-sucedidas quanto ao alcance dos objetivos. Estratégia Do grego stratègós, que significa “arte do general”. Define o campo de atuação, o que a organização é e pretende em um meio maior. “Estratégia significa fazer escolhas claras sobre como competir. Não se pode ser tudo para todos, não importa o tamanho do negócio ou a profundidade do seu bolso” (Jack Welch*). A estratégia refere-se aos planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização. Pode-se encarar estratégia de três pontos de vantagem: · - Formulação (desenvolvimento) da estratégia; · - Implementação da estratégia (colocá-la em ação); · - Controle da estratégia (modificar a estratégia ou sua implementação). *Jack Welch: 3. Etapas do planejamento estratégico Planejamento estratégico é o processo de definir a estratégia da empresa, englobando as seguintes etapas: · Definição do negócio e missão; · Análise SWOT; · Definição de objetivos estratégicos e visão; · Vantagens competitivas; · Implementação da estratégia; · Acompanhamento e controle da estratégia; · Reinício do ciclo. 4. Definição do negócio e missão O negócio e missão é o coração da empresa e do plano estratégico. Sua definição é a base de todo o planejamento estratégico. Vamos entender as diferenças entre negócio e missão: Negócio É o que sua empresa oferece em troca do dinheiro dos consumidores. Compreende os produtos e serviços que a empresa oferece aos mercados e consumidores, sendo também conhecido como escopo. Exemplo: Editoras afirmam estar no negócio da informação e educação. Missão É o negócio definido em termos de sua utilidade, que dá aos consumidores a motivação para trocar o dinheiro pelos produtos e serviços. Portanto, identificar ou definir a missão significa entender qual necessidade do mercado a empresa irá satisfazer. Também é conhecida como proposição de valor, que engloba os benefícios que os consumidores encontram em seus produtos ou serviços. Resumindo, a missão é a razão de ser da organização, identifica o motivo pelo qual ela existe, define a sua vocação, orienta todas as atividades da organização, traz os objetivos do negócio, a forma de atingi-los e os principais valores da empresa. Exemplo: Doutores da Alegria: "Levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde, através da arte do Teatro, nutrindo esta forma de expressão como meio de enriquecimento da experiência humana.” 5. Análise SWOT ou FOFA (FORÇAS, OPORTUNIDADES, FRAQUEZAS e AMEAÇAS) Uma organização é um sistema aberto, isto é, recebe influências do ambiente ao mesmo tempo em que o influencia. Desta forma, para que a empresa possa sobreviver e se desenvolver, é preciso que monitore o ambiente constantemente e se antecipe aos acontecimentos. Os especialistas em estratégia recomendam que os empreendedores, para escolher um negócio, precisam entender o que têm de enfrentar, e ao mesmo tempo, avaliar os recursos com os quais podem contar, ou seja, precisam aplicar a análise SWOT ou FOFA. “Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno), não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas”. (Sun Tzu in: A arte da guerra) O empreendedor deve analisar o ambiente interno, identificando as forças (strenghts) e fraquezas (weaknesses); e o ambiente externo, identificando oportunidades (opportunities) e ameaças (threats). Pontos Fortes e Fracos (Análise Interna) Pontos fortes são características positivas de destaque, na instituição, que a favorecem no cumprimento do seu propósito. Exemplos: Marca conhecida e respeitada; rede de distribuição de cobertura nacional; presteza no atendimento a reclamações; recursos industriais e de logística; pessoal de excepcional competência e motivação etc. Pontos fracos são características negativas, na instituição, que a prejudicam no cumprimento do seu propósito. Exemplos: Pessoal novo e mal treinado ou desmotivado; ausência de um manual do usuário claro, do produto ou serviço; falta de local adequado para estacionamento dos clientes; ausência de recursos para pagamento via cartão de crédito; falta de integração entre os departamentos e sessões etc. Os pontos fracos e fortes de uma empresa incluem seus recursos humanos (experiência, capacidade, conhecimentos, habilidades e julgamento de todos os funcionários da empresa); organizacionais (os sistemas e processos da empresa, inclusive suas estratégias, estrutura, culturas, administração de compras, materiais, produção, operações, base financeira, marketing, sistemas de informações e controle); e físicos (instalações e equipamentos, localização geográfica, acesso a matérias- primas, rede de distribuição e tecnologia). Os itens a seguir deverão ser examinados em uma análise interna: Desempenho Financeiro: Um dos principais interesses em qualquer diagnóstico de empresa é a análise dos indicadores financeiros, como evolução da receita; percentual da receita gerado por novos produtos, serviços e clientes; receita por funcionário; investimento como percentual das vendas; e pesquisa e desenvolvimento como percentual das vendas. · Participação dos clientes no faturamento: Identificar os clientes e o volume de negócios que têm com a empresa, avaliando a contribuição de cada cliente para as receitas, suas preferências, comportamentos e os clientes mais importantes. · Exemplo: Verificar se os negócios do cliente com a empresa estão aumentando ou diminuindo. · Participação dos produtos e serviços no faturamento: Volume de vendas de cada produto ou serviço em relação ao total de suas vendas. · Exemplo: Frequência média das compras dos clientes. · Participação no mercado (market share): É a proporção ou parcela do mercado total ou do segmento de mercado que a empresa controla, sendo medida em receita de vendas ou números absolutos. Oportunidades e ameaças O que é oportunidade para uma empresa pode ser uma ameaça para outra, mas organizações bem preparadas podem transformar ameaças em oportunidades. Por exemplo: quando o governo decide investir em casas populares, surgem oportunidades para asempresas que atuam com produtos básicos para esse tipo de residência. O ambiente externo é feito de mercado, concorrência, conjuntura econômica, ação do governo, mudanças tecnológicas, fornecedores etc. · Tendências: São variações lentas ou rápidas no ambiente externo, mas persistentes que podem afetar as organizações ou a sociedade em geral. · Exemplos: Redução do emprego formal; aumento do nível de escolaridade; crescimento da ação das ONGs ambientalistas; disseminação do uso de computador para classes C e D; crescimento do papel da mulher no mercado, nos negócios, na política e na vida social. · Descontinuidades: São mudanças bruscas no ambiente externo da organização que podem afetar profundamente as atividades. · Exemplos: Aprovação de alguma lei ou norma que afete os negócios; declaração de guerra ou acordo de paz; privatização de uma grande estatal; acordos internacionais; mudanças de políticas, uma revolução, um terremoto ou o falecimento de uma pessoa muito importante. · Mercado e consumidores: O mercado é o alvo que você quer atingir. Você encontrará as oportunidades e ameaças analisando dados sobre os consumidores (quantidade, distribuição geográfica, poder aquisitivo, sazonalidade); poder dos consumidores sobre as empresas que atuam no mercado; comportamento dos consumidores (atitudes, preferências, estilos de vida, medos, tendências e hábitos); e tendências sociais. · Concorrência: Se os consumidores são o alvo, os concorrentes são os inimigos. Para identificar as ameaças e oportunidades oferecidas pela concorrência, o empreendedor deverá analisar dados sobre as empresas que atuam no mercado (participação nas vendas, volume de produção, faturamento, número de funcionários, localização etc.); linhas e características dos produtos das empresas que atuam no mercado; pontos fortes e fracos dos concorrentes (vantagens competitivas e modelos de administração); facilidade de entrada de novos concorrentes; e possibilidade de entrada de produtos ou serviços substitutos. 6. Definição de objetivos estratégicos e visão Visão Estado ou situação altamente desejável de uma realidade futura, considerada possível, descrita de forma simples e objetiva e compartilhada por todos os usuários da instituição. Baseada nas aspirações e valores fundamentais para uma organização, ela procura visualizar o que será e como estará a empresa no futuro, orientando seus colaboradores na tomada de decisão. Objetivos Estratégicos Os objetivos são resultados desejados ou estados futuros que a empresa pretende alcançar por meio da aplicação de esforços e recursos. Os objetivos estratégicos detalham as estratégias, definindo os resultados mais importantes desejados pelo empreendedor, e fornecem o roteiro para as pessoas agirem. As estratégias sempre estão associadas a objetivos estratégicos. Os objetivos estratégicos podem ser qualitativos (por ex.: investir em uma nova unidade produtiva) ou quantitativos (porcentual de retorno sobre o investimento). Nas duas formas, os objetivos transformam-se em indicadores críticos de desempenho (key performance indicators). 7. Vantagens competitivas São atributos que fazem um produto, serviço ou empresa ter a preferência dos clientes e superioridade sobre os concorrentes. A vantagem competitiva sustentada refere-se a estratégias valiosas que não podem ser plenamente copiadas pelos concorrentes. O objetivo é aproveitar-se das forças, maximizando-as, e minimizar ou eliminar as fraquezas. As principais vantagens competitivas que uma empresa pode desenvolver são: Qualidade de produto e ausência de deficiências; eficiência e baixo custo das operações e dos recursos; liderança na inovação; disponibilidade e desempenho da assistência técnica ou dos serviços pós venda etc. 8. Implementação da estratégia Os principais meios para a realização da estratégia são: · Estrutura organizacional Deve ser adaptada ao tipo de operação e aos objetivos da empresa. A organização das pessoas e dos recursos é o principal instrumento para a realização da estratégia. A estrutura desenhada no organograma, com suas unidades de negócios e áreas funcionais, é o retrato da estratégia explícita ou implícita. O organograma mostra as áreas em que a empresa está atuando e as formas de lidar com os mercados e clientes. As descrições de cargos refletem as atividades que as pessoas devem executar, orientadas pelas políticas e planos operacionais. · Planejamento nas áreas funcionais Os planos de ação que colocam em prática a estratégia corporativa são desenhados e executados pelas áreas funcionais da organização: produção ou operações, finanças, administração, recursos humanos, marketing e vendas. Dentro dessas áreas funcionais, as pessoas, com suas responsabilidades definidas pelas decisões sobre a estrutura organizacional, definem ações específicas e as realizam por meio da utilização dos recursos. · Políticas São decisões programadas que orientam outras decisões no dia a dia da administração. As políticas orientam pessoas, atividades e decisões dentro da organização, para que as estratégias possam ser realizadas. De forma geral, as políticas focalizam o comportamento das áreas funcionais e as relações da organização com seus funcionários, clientes, competidores, fornecedores etc. · Planos operacionais São instrumentos para a implementação da estratégia, utilizados para a tomada de decisões no futuro, como cronogramas, decisões, orçamentos, normas e procedimentos. Exemplo: Manuais de procedimentos. · Projetos São atividades temporárias que têm como objetivo fornecer um produto físico (nova fábrica), um conceito (novo sistema de informação), um evento (festa de lançamento de um produto) ou uma combinação destes. 9. Acompanhamento e controle da estratégia Depois de implementar e executar as estratégias, o empreendedor deverá monitorar e controlar se tudo funcionou conforme o planejado. Monitorar consiste em acompanhar a execução da estratégia, por meio do levantamento de dados, e controlar consiste em comparar os dados com os objetivos, para verificar se há conformidade. O monitoramento e o controle devem ser feitos com base nos indicadores de desempenho usados para definir os objetivos estratégicos da empresa (KPIs, ou seja, key performance indicators). Além disso, também é preciso fazer um acompanhamento constante das ameaças e oportunidades do ambiente interno e externo, pois as empresas estão em um ambiente de constantes mudanças. 10. Reinício do ciclo A administração estratégica é um processo contínuo, pois a qualquer momento um fato novo pode comprometer a realização dos objetivos e provocar sua redefinição. Os sistemas internos, assim como o ambiente externo, são dinâmicos e propõem desafios constantemente. A cada momento, o ciclo de planejamento pode ser reiniciado, com bases nas informações de controle. As informações recebidas na função controle serão os recursos para o início de um novo planejamento, gerando um ciclo. 11. Benefícios do planejamento estratégico · Indica os problemas que podem surgir antes que ocorram; · Ajuda os administradores a serem genuinamente mais interessados na organização; · Alerta a organização para as mudanças e permite ações de pronta-resposta; · Identifica qualquer necessidade e redefinição na natureza do negócio; · Permite que os administradores tenham uma clara visão do negócio; · Facilita a identificação e exploração de futuras oportunidades de mercado; · Oferece uma visão objetiva dos problemas de administração; · Torna mais efetiva a alocação de tempo e recursos para a identificação de oportunidades; · Permite a integração de todas as funções de marketing em um esforço combinado; · Minimiza os recursos e o tempo necessários para a tomada de decisões; · Cria uma estrutura de comunicação interna; · Permite ordenar as prioridades dentro do cronograma do plano; · Ajuda a ordenar as ações individuais, dirigindo-as para o esforço global; · Serve de base para o esclarecimento de responsabilidades individuais e contribui para a motivação; · Estimula cooperação, integração e entusiasmopara enfrentar desafios e oportunidades. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA (Aula 5) Introdução Nesta aula, abordaremos o processo de organização, destacando as funções da empresa, as estruturas organizacionais e os critérios de departamentalização. Apresentaremos também o organograma linear, a definição de responsabilidades e autoridade. Considera-se que, para executar os planos e atingir os objetivos, as atividades precisam ser adequadamente agrupadas de maneira lógica. A função de organizar consiste em: dividir o trabalho, determinar as atividades necessárias ao alcance dos objetivos planejados; agrupar as atividades em uma estrutura lógica; nomear as pessoas para sua execução; distribuir e alocar os recursos necessários; e coordenar e integrar todos os esforços. Desta forma, a definição da palavra "organização" tem dois aspectos inter-relacionados. Uma visão estática a considera uma estrutura em função de ser uma rede de relacionamento entre indivíduos, posições e tarefas. Uma visão dinâmica refere-se às funções gerenciais pelas quais as organizações são criadas, adaptadas e mudadas continuamente. Destaca-se que ambos são importantes para o desenvolvimento da empresa. Organizar é definir as responsabilidades de todos que trabalham na empresa. Para organizar a empresa, o empreendedor deve transformar a estratégia em estrutura, começando pelos objetivos ou missão da empresa, identificando suas funções, transformando as funções em departamentos, definindo as responsabilidades das pessoas e desenhando a estrutura organizacional. 1. Processo de Organização Organizar é definir as responsabilidades de todos que trabalham na organização, evitando omissões, trabalho redobrado e confusões. Para organizar a empresa, comece pelo plano estratégico, pois a estrutura segue a estratégia. Portanto, o empreendedor, começando pelos objetivos ou missão da empresa, deverá identificar as funções da empresa, transformar as funções em departamentos, definir as responsabilidades das pessoas e desenhar a estrutura organizacional. 2. Funções da empresa São as tarefas principais necessárias para realizar os objetivos da empresa, divididas em Suprimentos, Operações, Marketing e Vendas, Finanças e Recursos Humanos. A coordenação dessas funções especializadas é o papel do administrador ou gestor geral. Principais funções da organização e unidades de trabalho correspondentes Operações (Produção) O objetivo desta função é fornecer o produto ou serviço da empresa, através da transformação de matérias-primas, componentes, mão de obra e outros recursos em bens e serviços vendidos aos clientes. Cada tipo de empresa tem um sistema próprio de Operações. Todas as atividades necessárias para fazer esta transformação estão incluídas na função Operações, como identificação e contratação de fornecedores, compras, transporte de suprimentos, distribuição de produtos acabados etc. Todas estas atividades dispõem-se em uma Cadeia de Suprimentos, que vai desde as fontes de matérias-primas até o consumidor final. Marketing e Vendas O objetivo desta função é estabelecer e manter a ligação da empresa com seus clientes e abrange atividades como: · Pesquisa – identificação dos interesses, necessidades e tendências de mercado; · Desenvolvimento de produtos – criação de produtos e serviços (nomes, marcas, preços, informações) de · acordo com as necessidades dos clientes; · Vendas – oferecimento de produtos para aquisição pelos clientes; · Distribuição – desenvolvimento de canais de distribuição e gestão dos pontos de venda; · Promoção – comunicação com o público-alvo, por meio de atividades como propaganda, publicidade e promoções nos pontos de venda. Finanças O objetivo desta função é cuidar do dinheiro da empresa, para protegê-lo e promover sua utilização eficaz. Isto inclui a maximização do retorno dos investimentos e a manutenção de certo grau de liquidez, para o cumprimento das obrigações. Esta função abrange as decisões de: · Investimento – Avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos; · Financiamento – Identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos; · Controle – Acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros das operações; · Destinação dos resultados – Seleção de alternativas para utilização dos resultados financeiros da empresa. Recursos Humanos (ou Gestão de Pessoas) O objetivo desta função é encontrar, atrair e reter as pessoas de que a empresa precisa. Seus componentes são os seguintes: · Planejamento de mão de obra: Definição da quantidade de pessoas necessárias para a empresa e das · competências que elas devem ter; · Recrutamento e Seleção: Localização, busca e obtenção de pessoas com as competências apropriadas · para a empresa; · Capacitação: Aprimoramento do potencial e das competências das pessoas; · Administração ou Avaliação do Desempenho: Acompanhamento e avaliação do desempenho e · manutenção de ações que promovam a motivação e o aprimoramento do desempenho das pessoas; · Administração de Pessoal: Registro de pessoal, manutenção de arquivos e prontuários, contagem de · tempo de serviço, folhas de pagamento e administração de carreiras. 3. Estrutura organizacional – organograma Conjunto de unidades interligadas através de relações funcionais e hierárquicas, integrando os recursos para alcançar os objetivos. · Retrata a configuração dos órgãos da organização, sua interdependência e funcionamento; · É a atividade organizadora dos recursos da organização e suas interações; · Gráfico que mostra as relações funcionais, os fluxos de autoridade e responsabilidade, e as funções organizacionais da empresa; · Emprega todos os recursos disponíveis a fim de alcançar os objetivos determinados. Objetivos do organograma · Dividir o trabalho de forma eficiente; · Determinar os tipos de relações de autoridade; · Criar relações de comando; · Alinhar os níveis hierárquicos; · Coordenar o processo de tomada de decisão; · Identificar as relações funcionais. Vantagens do organograma Facilitar a identificação de: · Funções importantes que estão sendo negligenciadas; · Funções secundárias com muita importância; · Duplicação de funções; · Funções mal distribuídas. 4. Departamentalização - criação de departamentos Definidos os objetivos, e identificadas as funções, o trabalho a ser realizado é dividido em departamentos. Departamento designa uma área, setor ou divisão que concentra atividades e recursos para o desempenho de tarefas, cuja autoridade está delimitada aos seus domínios. É uma forma de agrupar as atividades em áreas delimitadas com atributos, recursos, responsabilidades e objetivos específicos. Objetivos da Departamentalização: · Diferenciar e especializar as áreas; · Surge pela necessidade de organização; · À medida que a organização cresce e fica mais complexa, necessita mais organização; · A especialização de atividades e a divisão do trabalho tornam-se essenciais para a organização. 5. Tipos de departamentalização Mesmo que as funções das empresas sejam parecidas, a forma de dividir o trabalho varia de uma para outra. Cada departamento pode ficar responsável por toda uma função, um grupo de tarefas, um tipo de cliente, um produto ou uma área geográfica. Departamentalização por Pessoas: A forma mais simples de montar uma estrutura organizacional é designar responsabilidades para as pessoas, de acordo com suas competências. A estrutura organizacional muda de acordo com o deslocamento das pessoas para a execução de tarefas. Este critério de organização é muito comum em pequenas empresas, também conhecido como humanograma, gerando uma estrutura eficaz, com uma comunicação direta. No entanto, com o crescimento, essas vantagens tornam-se desvantagens. Departamentalização por Funções (ou Funcional): Consiste em atribuir a cada departamento a responsabilidade por uma função da empresa. É apropriado tanto para empresas de pequeno porte quanto para grandes corporações, quando as operações são simples (poucos produtos ou serviços). Organizada com base nas funções exercidas,formada pelo somatório de atividades e tarefas que apresentem similaridade entre si, agrupando os especialistas sob uma única chefia e propiciando máxima utilização dos recursos e das habilidades das pessoas. Departamento funcional Departamentalização por Produtos ou Serviços: Adequada quando a empresa produz mais de um produto ou serviço, com diferenças significativas entre eles. As lojas dos supermercados são organizadas desta forma, com departamentos de alimentos, produtos de limpeza, padaria e açougue. As responsabilidades pelas tarefas são claras, e as necessidades de planejamento, fornecimento e distribuição de cada produto ou serviço são tratadas de forma altamente especializada. No entanto, como nessa estrutura as decisões são descentralizadas, há um risco de duplicação de esforços e perda de eficiência. Dep. por Produtos e Serviços Departamentalização por Clientes ou Clientela: Agrupamento de acordo com o tipo de cliente para quem o trabalho se destina, levando em consideração as necessidades e características de cada grupo de clientes. É uma forma segura de especializar, personalizar o atendimento e garantir a satisfação dos clientes. Os hospitais organizam seus serviços em função de casos infantis, adultos, emergência etc. Dep. por Clientes Departamentalização Territorial, Regional ou Geográfica: Agrupamento de acordo com o local onde será executado. Deverão ser agrupadas no melhor interesse da região de atuação. A atuação do departamento é local e, de modo geral, opera como se fosse uma empresa independente, adaptando-se ao ambiente ao qual está inserido. Dep. por localização geográfica Departamentalização por Tempo: Parcelamento das operações em componentes de tempo, proporcionando os meios para orientar as atividades numa perspectiva temporal. Dep. por Tempo 6. Unidades de negócios Uma unidade de negócio é um departamento responsável por uma área geográfica, mercado ou produto. Possui total autonomia sobre o negócio e compreende todas as funções da empresa com autonomia para cuidar do mercado no qual atua. Oferece a grande vantagem de concentrar recursos especializados para possibilitar o aproveitamento de muitas oportunidades diferentes. Vantagens Quanto mais a empresa se diversifica, mais atraente se torna este tipo de estrutura. · Maior facilidade na formulação de estratégias e prioridades para cada tipo de negócio; · Equilíbrio entre os objetivos das unidades e os objetivos globais; · Maior facilidade de análise e atuação sobre o ambiente estratégico de cada tipo de negócio; · Simplificação do processo de planejamento. Desvantagens No entanto, esse tipo de estrutura pode ser dispendioso, uma vez que há tendência a duplicar recursos nas diferentes unidades. · Possibilidade de isolamento das unidades; · Dificuldade em manter alinhados os objetivos gerais da organização e os objetivos de cada unidade; · Impossibilidade de certas unidades fazerem o uso comum dos recursos; · Risco de poder excessivo das unidades e perda de controle da administração central. 7. Centralização Concentração das decisões no topo da organização (nível institucional), com pouca ou nenhuma delegação para o nível intermediário. As ordens são emanadas de um só lugar ou de uma só pessoa, e as decisões são do tipo top down*. Os níveis intermediários e operacionais são meros repetidores de ordens, não possuindo autonomia para decisões, tampouco inovação. *top down: do topo para base – centralização 8. Descentralização O processo decisório é delegado aos níveis intermediário e operacional, dentro de suas áreas de atuação. Significa que a maioria das decisões relativas ao trabalho que está sendo executado é tomada pelos que o executam, ou com sua participação. O empowerment é um exemplo de descentralização e significa o fortalecimento das equipes no sentido de dotá-las de liberdade de atuação, participação nas decisões, plena autonomia no desempenho das tarefas, responsabilidade pela tarefa total e pelos resultados. Este tipo de gestão estimula a iniciativa dos participantes nos níveis inferiores, e é um meio de treinar e avaliar gestores por dar-lhes espaço para atuar e decidir. 9. Estruturas complexas Além das atividades contínuas, as empresas também realizam projetos, ou seja, atividades temporárias por encomenda, que envolvem diferentes departamentos permanentes em um esforço coordenado. Para lidar com projeto, tanto internos como externos, é apropriado usar alguma forma de estrutura orientada para projetos. Por outro lado, as atividades contínuas, interligadas com alto grau de coordenação entre os departamentos, exigem uma sequência de atividades interdependentes cruzando a organização permanentemente, devendo utilizar o critério da organização por processos. Organização por Projetos Projetos são atividades temporárias que têm o objetivo de entregar um produto ou serviço singular. A Organização por Projetos consiste em dividir a empresa em estruturas temporárias, cada uma delas responsável por um projeto. Esse tipo de estrutura é recomendado quando o produto ou serviço exige atendimento personalizado; envolve volume expressivo de recursos; exigem investimento no desenvolvimento da solução; tem de ser entregue dentro de restrições de tempo e custo; e precisa de recursos humanos multidisciplinares. Organização por Processos Consiste em administrar as estruturas permanentes como processos interligados, e não como conjuntos de departamentos independentes, gerando mais eficiência na realização de atividades. Um processo é um conjunto ou sequência de atividades interligadas, com começo, meio e fim. Os processos fornecem a dinâmica das organizações, mobilizando as áreas funcionais para fornecer resultados. Por meio dos processos, a organização recebe recursos do ambiente externo e os transformam em produtos, informações e serviços que serão devolvidos para o ambiente. Dep. por Processo 10. Administração de Processos A Administração de Processos consiste em administrar as funções permanentes com elos de uma corrente e não como departamentos isolados uns dos outros, gerando uma cadeia horizontal de processos. A principal finalidade da administração por processos é a orientação para a eficiência e a eficácia dos processos principais, com objetivos específicos de desempenho. As funções envolvidas em um processo são administradas em seu conjunto, por meio de uma equipe. A adoção da administração por processos também é chamada horizontalização da empresa. No modelo de administração de processos, as equipes trabalham com um propósito claro e senso de responsabilidade em relação aos objetivos mensuráveis de desempenho, sendo donos de um processo. Neste modelo o principal indicador de desempenho é a satisfação do cliente, e seus colaboradores devem ser recompensados pelas suas contribuições para o alcance dos resultados da empresa. Todas as organizações podem ser desmembradas em processos que travessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo de dois tipos: · Processos principais Estão relacionados com a transformação de insumos em produtos destinados a clientes internos ou externos. Os processos centrais são diferentes de acordo com o ramo de negócios, mas sempre orientados para os clientes. Exemplos: Desenvolvimento de produtos ou serviços e atendimento aos clientes.“ · Processos de apoio Sustentam os processos primários ou medem o seu desempenho. Exemplos: Administração financeira, Contabilidade e Recursos humanos. Definição de responsabilidades Responsabilidades são obrigações ou deveres das pessoas pela realização de tarefas ou atividades. Cargo é conjunto de tarefas que uma pessoa deve desempenhar, sendo responsável pelos resultados. Um departamento é um agregado de cargos. A relação das responsabilidades de um cargo chama-se Descrição de cargo. 11. Autoridade Autoridade formal é o direito legal que os chefes ou gerentes têm de dirigir ou comandar o comportamento dos integrantes de sua equipe, chamados subordinados, colaboradores ou funcionários. Autoridade também significa o poder de utilizarou comprometer os recursos organizacionais. A autoridade é a contrapartida da responsabilidade, pois como os gerentes têm responsabilidade pelo desempenho de outras pessoas, as organizações lhes dão autoridade sobre essas mesmas pessoas. Autoridade de Linha ou Linear Desce diretamente de cada chefe para os integrantes de sua equipe, desde o executivo principal até o nível do funcionário operacional. Autoridade de Assessoria ou LINHA-STAFF São órgãos que ficam ao lado da linha, para auxiliar os gerentes de todos os níveis na análise de problemas e tomada de decisões. É o modelo mais utilizado. O staff exerce autoridade de ideias. Autoridade Funcional É exercida pelos departamentos de apoio sobre os demais departamentos da estrutura funcional, por meio de respostas a consultas ou da formulação e aplicação de políticas e procedimentos. Comunicação entre os níveis e cargos se dá pela especialização de tarefas. Os supervisores são especialistas. Hierarquia: A autoridade divide-se verticalmente em níveis, onde as pessoas que estão em um determinado nível têm autoridade sobre as que estão no nível inferior. Inversamente, em qualquer nível, as pessoas têm responsabilidades e prestam contas para as que estão acima. Essa disposição da autoridade em níveis chama-se hierarquia ou cadeia de comando. A quantidade de níveis chama-se número de escalões hierárquicos. Amplitude de Controle ou comando: Define o número de subordinados que cada gestor poderá supervisionar. Esse número depende de diversos fatores como tecnologia, qualificação do trabalhador, tipo de trabalho, etc. O número de níveis hierárquicos depende da amplitude de controle. Muitos níveis hierárquicos significam grande quantidade de chefes e uma pequena amplitude de controle. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS MARKETING (Aula 6) Introdução Nesta aula, você compreenderá a importância do Marketing para o alcance dos objetivos da organização, destacando o seu conceito, a importância de conhecer o mercado, o consumidor ou cliente e identificando os tipos de clientes. Desta forma, o empreendedor será capaz de entender as etapas do planejamento estratégico de Marketing, os critérios de segmentação e o Marketing Mix, gerando sucesso para o seu negócio. É de extrema importância quebrar alguns mitos: Marketing não é propaganda, não é vendas e não é meramente bom senso. Ele está presente em qualquer tipo de negócio, até mesmo em organizações sem fins lucrativos, inclusive no nosso dia a dia. O Marketing é responsável por todo o trabalho que envolve o produto de uma organização, desde a elaboração do projeto de criação até a chegada ao cliente, assegurando a satisfação do cliente depois de efetivada a compra. Marketing é a ciência que estuda a capacidade de aproximar os clientes, os fornecedores e o mercado em geral aos produtos e serviços, tornando-os necessários e/ou desejados. 1. Conceito de Marketing “Marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, definição de preços, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais”. (American Marketing Association) “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros.” (Philip Kotler) “Marketing é o processo administrativo, que identifica, antecipa e entrega/fornece o que os consumidores requerem, gerando lucro.” (Institute of Marketing – Reino Unido) “Marketing é a atividade humana responsável por satisfazer as necessidades e desejos através do processo de troca.” (Cannon) Desta forma, concluímos que: Marketing é a ciência que estuda a capacidade de aproximar os clientes os fornecedores e o mercado em geral aos produtos e serviços, tornando-os necessários ou desejados. É a função dentro da atividade de uma empresa que identifica as necessidades e desejos do consumidor; determina que mercados-alvo a organização pode atender melhor; planeja produtos, serviços e programas adequados para satisfazer estes mercados e convoca a todos os que participam da organização a pensar e servir aos consumidores, superando suas expectativas para gerar sua fidelização. 2. Mercado É de extrema importância quebrar alguns mitos: Marketing não é propaganda, não é sinônimo de vendas e não é meramente bom senso. Ele está presente em qualquer tipo de negócio, até mesmo em organizações sem fins lucrativos, inclusive no nosso dia a dia. O Marketing é responsável por todo o trabalho que envolve o produto de uma organização, desde a elaboração do projeto de criação até a chegada ao cliente, assegurando a satisfação do cliente depois de efetivar a compra. É o grupo de consumidores que tem necessidades e interesses similares, poder aquisitivo e disposição para comprar. Há dois tipos principais de mercados: mercado consumidor, representado pelo consumidor final, que compra produtos para seu próprio uso, para alguém da família ou para presentear; e o mercado industrial, representado por empresas e organizações, que compram produtos e serviços para revender ou usar em suas operações. Definição de mercado Os mercados são compostos de compradores, e os compradores diferem de diversas maneiras. Eles podem divergir em seus desejos, recursos, localizações e atitudes de compra. Assim, podemos considerar o mercado jovem, feminino, idoso, adulto, masculino etc. O entendimento e o dimensionamento correto do mercado determinam a natureza e o tamanho dos investimentos que a empresa pretende fazer. A definição de mercado começa com a população total e chega até o mercado efetivamente conquistado por uma empresa. 1- População em geral: Totalidade das organizações e pessoas da sociedade. 2- Mercado potencial: Todas as pessoas e organizações que se interessam ou se interessariam por um determinado produto ou serviço. 3- Mercado Alvo: As pessoas e organizações do mercado potencial que a empresa pretende conquistar. 4- Seu mercado: Mercado conquistado - sua clientela - Os consumidores ou clientes que efetivamente compram de você. 3. Consumidores e clientes Atualmente, algumas empresas fazem distinção entre consumidores e clientes, considerando que aqueles representam as pessoas e estes, as empresas. Desta forma, para uma empresa que vende creme dental, o supermercado que compra para vender é considerado um cliente, e você, que vai ao supermercado e compra para usar, é considerado um consumidor. Os consumidores são numerosos, diversificados, informados, exigentes, detalhistas, protegidos pela legislação, difíceis de compreender e mudam de opinião. Desta forma, um dos objetivos da função de Marketing é entender o consumidor para saber exatamente o que ofertar. Lembrando que os concorrentes estão fazendo o mesmo. Tipos de clientes Uma forma interessante de entender os clientes é enquadrá-los em categorias e planejar seu esforço de Marketing para conquistá-lo. · Clientes que usam e pagam Pessoas ou organizações que utilizarão diretamente o produto ou serviço, como um empresário que compra móveis para seu escritório ou uma família que compra móveis para sua casa. · Clientes que usam e não pagam É caso das crianças, que usam os produtos comprados por seus pais. · Clientes que não usam e pagam Pessoas ou organizações que compram produtos e serviços para que outros os utilizem. 4. Processo de decisão de compra A maioria dos compradores segue um processo de decisão de compra, que começa com uma necessidade ou interesse e termina depois da compra. Primeiro, surge o problema (necessidade de algum produto ou serviço); depois é preciso criar e analisar alternativas, com base em sua experiência; com essas informações disponíveis, uma das alternativas é selecionada; por fim, a realização da compra e os resultados. 5. Avaliação das alternativas de compras A avaliação das alternativas de compras sempre é feita por meio de critérios, implícitos ou explícitos. Um critério é um indicador de importância, que permite ponderar as alternativas e colocá-lasem ordem. Os critérios referem-se a propriedades, condições, atributos, qualidade ou utilidade, refletindo os valores do consumidor. Exemplo: Compra de um carro para um casal com filhos Critérios: conforto e segurança; Para um jovem que gosta de esportes Critérios: robustez e tração 4x4; Para uma pessoa trabalhar Critérios: economia e preço. Fatores que influenciam o processo de compra dos consumidores Cultura Conjunto de valores, atitudes e crenças que influenciam no modo como as pessoas agem, reagem e interagem. Hábitos, tradições, características dos grupos sociais, religião e etnia são integrantes e determinantes da cultura. Conhecer a cultura é uma forma de garantir que os clientes se identifiquem com o produto ou serviço. Exemplo: Jovens judeus e evangélicos. Classe Social É definida pelo poder aquisitivo. Em geral, os membros de classes sociais diferentes dedicam-se a atividades diferentes, compram produtos diferentes, em locais diferentes e reagem aos meios de comunicação de formas diferentes. Desta forma, a classe social poderá determinar as marcas e preços de produtos e serviços preferidos. Autoimagem Muitas pessoas acreditam que “você é aquilo que você compra ou usa”. Por isso, muitos profissionais de Marketing investem na identificação de seus produtos e serviços com atletas, modelos, atores, músicos e celebridades. Fator Situacional Há eventos ou circunstâncias da vida que influenciam na compra. Exemplos: Feriados, aniversários, casamentos etc. Tipo de Mercado Vender para consumidores diretos é diferente de vender para o mercado industrial, e o empreendedor precisa reconhecer essas diferenças e saber traçar estratégias diferentes para atender a cada um desses mercados. Dois modos de decisão de compra Mercado Industrial · Compradores decidem com base em informações sobre desempenho dos produtos serviços. · Compram diretamente dos produtores, sem usar ou precisar de intermediários. · Quem paga ou compra nem sempre é quem tomou a decisão de comprar. · Há menos compradores, mas os volumes das compras são mais altos · Muitas vezes, os produtos ou serviços são fornecidos sob encomenda. · Os produtos ou serviços precisam de instalação e manutenção. · Preços mais sujeitos a mudanças na conjuntura. · Em certos casos há uma troca: “compre de mim e eu compro de você”. Consumidor Final · Consumidores decidem com base em propaganda, preferências, emoções aparência. · Há uma cadeia de intermediários entre o fornecedor original e consumidor final. · O vendedor tem contrato direto com o consumidor ou usuário. · Há uma cadeia de intermediários entre o fornecedor original e consumidor final. · O vendedor tem contrato direto com o consumidor ou usuário. · Há muitos compradores e o volume de compras de cada um é relativamente pequeno. · O consumidor muitas vezes adquire o que estiver disponível. · O próprio consumidor instala e faz a manutenção do que compra. · As mudanças nos preços que afetam os fabricantes às vezes demoram para chegar ao consumidor. Planejamento Estratégico de Marketing Este Planejamento baseia-se em três etapas principais: definição e análise dos segmentos de mercado; escolha do mercado-alvo; e definição do Marketing Mix (composto de Marketing). Segmentação de Mercado É o processo de dividir o mercado total de clientes em grupos homogêneos entre si, formando segmentos com as mesmas características, comportamentos e necessidades, ficando mais fácil atender o cliente. Quanto maior o conhecimento adquirido sobre os clientes, melhores serão os resultados da segmentação. 6. Critérios de segmentação do mercado consumidor Não existe uma maneira única de segmentar um mercado. Um profissional de Marketing deve experimentar diferentes variáveis de segmentação, isoladas e combinadas para encontrar a melhor maneira de visualizar a estrutura de mercado. Demográficas: Os consumidores são divididos de acordo com a idade, sexo, renda, estado civil, classe social, nacionalidade, raça, educação, religião e ocupação. Exemplo: Pacotes turísticos para idosos. Geográficas: Os consumidores são divididos segundo a localização, como continentes, países, estados, cidades, regiões e clima. Exemplo: Roupas de praia para o Rio de Janeiro. Psicográficas: Psicologia – Os consumidores são divididos de acordo com o seu comportamento, como personalidade, estilo de vida, atitudes, motivações, interesses, opinião e percepção. Exemplo: Loja de produtos esotéricos. 7. Critérios de segmentação do mercado industrial Tipo de Cliente: Os clientes são divididos de acordo com o seu tipo de negócio. Exemplos: Padarias e hospitais. Volume de Negócios: Os clientes são divididos segundo a quantidade que compram. Exemplos: Venda de calçados para os Correios e para lojistas. Localização: Os clientes são divididos de acordo com a região em que se localizam. Exemplos: Região Sudeste e Norte. Aplicação do produto: Os clientes são separados segundo o uso que fazem do produto ou serviço. Exemplos: Hospitais e oficinas mecânicas usam oxigênio de formas diferentes. 8. Identificação do mercado-alvo Após definir os seus segmentos de mercado, a empresa precisa escolher os mais atrativos para atuar, dependendo das vantagens e da quantidade de consumidores existentes em cada um. Para decidir em qual mercado atuar, o empreendedor deverá levar em consideração o tamanho e crescimento do mercado; a atratividade; e objetivos e recursos da empresa. A avaliação dos segmentos também permite descartar alguns grupos de consumidores que não oferecem interesse para o empreendimento. 9. Definição do Marketing Mix O Composto de Marketing (ou Mercadológico), ou ainda, Marketing Mix foi criado por Neil H. Borden em 1964, e representa um conjunto de estratégias usadas desde a concepção do produto até a sua colocação no mercado, para criar valor para o cliente e atingir os objetivos de Marketing na organização. Os quatro elementos básicos do composto de marketing são: produto, preço, praça e promoção. Cada um deles tem a sua responsabilidade e importância. O empreendedor deverá adaptar este composto às mudanças nos desejos e necessidades dos consumidores, fazendo com que o seu produto ou serviço tenha um diferencial no mercado. Produto De forma geral, os produtos são entidades físicas, e os serviços, tarefas que a empresa fornece para seus clientes. Entretanto, os produtos e serviços atualmente são chamados simplesmente de produtos. A maioria das empresas tem um mix de produtos que se dividem em linhas. Essa variedade serve para atender a diferentes necessidades e preferências em relação aos mesmos produtos. Exemplo: Cremes dentais diferentes na embalagem e no tamanho. 1 - Diferenciação do Produto: Esforço da empresa para distinguir seus produtos dos concorrentes, tornando-os mais desejáveis para o consumidor. Todas as empresas procuram algum tipo de vantagem competitiva, e o Marketing pode ajudar através das seguintes técnicas: - Design: Aparência dos produtos ou desenho dos serviços para agradar os consumidores. Exemplos: Design de carros e rotas de viagem para empresas aéreas. - Embalagem: Protege e apresenta o conteúdo. Pode ter papel fundamental na decisão de compra, além de permitir a confirmação da marca, das cores e dos símbolos que identificam o produto. É um ponto crucial na publicidade do produto. - Marca: É um método de escolher produtos e diferenciá-los dos concorrentes. A marca registrada é a forma de identificação legal que protege o produto, impedindo sua utilização por outras empresas. Algumas marcas são tão fortes que se tornaram referência do produto, como Bombril. 2- Qualidade: Define o tipo de público a ser atingido. O nível de qualidade e sofisticação dos produtos e serviços estabelece o segmento do mercado a ser atingido. A variação nos níveis de qualidade pode aumentar a capacidade de oferta, resguardados os cuidados com a marca. Em relação à qualidade, o empreendedor deverá levar em consideração aspectos importantes como o desempenho (características primárias de um produto); acessórios (complementos das características primárias);confiabilidade; durabilidade; estética (aparência); qualidade percebida (julgamentos subjetivos); e excelência. 3 - Ciclo de vida do produto: A maioria dos produtos tem um ciclo de vida que compreende os diferentes estágios de posicionamento do produto no ambiente. Os produtos têm um ciclo de vida com quatro fases: introdutória (é a fase inicial, em que os consumidores são informados sobre o novo produto); crescimento (período em que as vendas crescem rápido); maturidade (fase em que a competitividade é maior); e declínio (período em que as vendas caem em função da queda na demanda ou pela intensidade de competição). Preço É a soma dos valores que os consumidores estão dispostos a pagar pelo benefício de possuir ou fazer uso de produtos ou serviços. As organizações determinam suas estratégias de acordo com seus objetivos, interesses e capacidades de competitividade. Desenvolvem seus produtos de forma a atender as demandas percebidas e que possam ser supridas, sem desprezar sua própria sobrevivência. Representa o custo monetário do produto, a quantidade de dinheiro que os consumidores têm de pagar para adquiri-lo. Permite expressar o valor do produto e gerar e receita. Já para consumidor, o preço é um padrão de medida usado para julgar o valor e potencial de satisfação. No entanto, há outros custos “não monetários”, além do preço, inserido no valor do produto, como oportunidade, conveniência, percepção dos consumidores e risco. O preço deve sempre se basear em critérios de lucratividade atual e futura, custos de produção e vendas, retorno sobre o investimento, objetivos de marketing da empresa e regulamentação governamental. Vale destacar que o custo deve ser dirigido pelo preço no lugar de o preço ser definido pelo custo. Durante muitos anos, os profissionais de Marketing deram grande importância ao preço. Uma variação pode tanto inibir como estimular as vendas. Entretanto, nem sempre uma redução de preços é positiva; dependendo do caso, ela pode prejudicar a imagem e o prestígio do produto e da empresa. Desta forma, algumas estratégias podem ser traçadas para definir o preço de um produto ou serviço: - Preço de acordo com o custo de produção: Determina-se o preço por meio da estimativa do custo unitário de produção, adicionando uma margem de lucro. No entanto, os concorrentes também precisam ser levados em consideração. - Preço premium: Produto inédito ou com uma vantagem competitiva tem a possibilidade de ser vendido acima da média de mercado. - Preço de penetração: Trabalha com preços mais baixos que os concorrentes, visando conquistar uma boa participação no mercado. - Preço de desnatação: Pratica um preço alto na fase de introdução do produto ou serviço, aproveitando o ineditismo, e diminui de acordo com o aparecimento de novos concorrentes. - Preço de defesa: Ao perceber que o preço de mercado do produto está em queda, a empresa reduz o preço de seu produto, a fim de manter seus consumidores. Praça Envolve a distribuição física dos produtos e a criação de relações intermediárias que orientam e apoiam a movimentação destes até os consumidores. Essas relações são chamadas de canais de distribuição. O empreendedor deve pensar na melhor forma para que o consumidor tenha acesso aos produtos e serviços da empresa. Um produto não tem valor se não for colocado ao alcance do consumidor. No entanto, não se pode esquecer que praça também diz respeito a atividades de tempos e movimentos, envolvendo decisões como movimentação de estoques, transportes e operacionalização, conhecida como logística. Há quatro formas principais de distribuição de produtos, uma direta e três indiretas. A distribuição dual ou multicanal é o que ocorre quando uma empresa utiliza mais de um canal de distribuição. Na distribuição direta, não há intermediários entre produtor e consumidor, e acontece através de catálogos, internet e telemarketing. No entanto, a distribuição indireta pode ter intermediários como o varejista, o atacadista e o corretor. Esses intermediários têm o objetivo de fracionar, direcionar ao público-alvo, fornecer informações e transferir riscos, levando em consideração, na hora da escolha, a cobertura de mercado, o custo e o controle. Promoção Ação de informar, persuadir, lembrar e influenciar as pessoas na escolha de produtos, conceitos ou ideias. O composto promocional envolve propaganda, com os anúncios impressos (outdoors, revistas e jornais) e eletrônicos (rádio, televisão); promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal. 1- Propaganda: É a técnica de criar opinião pública favorável a um determinado produto, serviço, instituição ou ideia, visando a orientar o comportamento humano das massas num determinado sentido. Exemplos: Jornais, revistas, rádios, televisão, internet, outdoors, encartes, anúncios, catálogos etc. 2- Promoção de Vendas: Incentivos de curto prazo para encorajar a compra de um produto ou serviço. Suas características são: divulgação, incentivo e convite. Exemplos: Brindes, amostras grátis, feiras, convenções, exposições, cupons, descontos etc. 3- Relações Públicas: Comunicações e relacionamentos que uma empresa tem com suas várias audiências (clientes, acionistas, funcionários, governo, comunidade etc.), visando manter uma imagem pública favorável. Exemplos: Conferência de imprensa, relatórios anuais, eventos especiais, informativos oficiais etc. 4- Venda Pessoal: Venda efetuada por meio de uma pessoa, influenciando diretamente o consumo. Suas características são: confronto pessoal, manutenção de relacionamento e resposta rápida. Exemplos: Apresentações de vendas, convenções de vendas, programas de incentivo, amostragem de clientes, feiras e exposições. ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS OPERAÇÕES (Aula 7) Introdução Nesta aula, você será apresentado à função de Operações, destacando o seu conceito, o desenvolvimento de produtos e serviços e o projeto de sistema de transformações, através da identificação de sequências, equipamentos e insumos. Abordaremos também os conceitos de produção enxuta e cadeia de suprimentos. Com a globalização mundial, é exigido das organizações mais competência em sua administração da produção, para que possam sobreviver no mercado. Com isso, as empresas precisam utilizar ou escolher o sistema de administração da produção adequado para sair em vantagem ou, pelo menos, em condições de participar dos desafios enfrentados no dia a dia do mercado. A essência de qualquer negócio é a criação de valor por meio da transformação de insumos em produtos e serviços. É o sistema de operações da empresa que faz a transformação e cria valor para os clientes e outras partes interessadas. Uma das principais tarefas na criação de uma empresa é a montagem de seu sistema de operações, que fornece os produtos e serviços concebidos pela função de Marketing e selecionados pelas decisões estratégicas. 1. Conceito de operações Uma das principais tarefas na criação de uma empresa é a montagem de seu sistema de operações, que fornece os produtos e serviços concebidos pela função de Marketing e selecionados pelas decisões estratégicas. O sistema de operações faz a transformação e cria valor para os clientes e outras partes interessadas da empresa. 2. Tipos de transformações 1. Nas operações industriais, os insumos passam por transformação física ou estrutural. Exemplos: frigoríficos e montadoras de automóveis. 2. Em empresas de prestação de serviços, a alteração é feita no próprio cliente. Exemplos: corte de cabelo e treinamentos. No transporte, é feita uma transformação que movimenta insumos ou clientes. Exemplos: remoção de lixo e viagens de turismo. 3. Produtos e serviços Os resultados dos processos de transformação são produtos e serviços, que são comprados pelos clientes em função das suas utilidades. As operações de produção industrial e de prestação de serviços são sistemas semelhantes, com entradas, processamento e saídas. Na produção industrial, as entradas são matérias-primas, componentes, máquinas e equipamentos e mão de obra. O processamento é a transformaçãodas matérias-primas e dos componentes. As saídas são os produtos prontos. Na prestação de serviços, a entrada é a necessidade do cliente, o processamento é a prestação de serviço e a saída é a satisfação da necessidade do cliente. 4. Organização de um sistema de operações Para organizar o sistema de operações, o empreendedor deverá ficar atento para duas situações: Projeto do produto Identificar exatamente que produto ou serviço será oferecido. Sendo um produto, identificar sua montagem, e sendo um serviço, verificar como será executado. Projeto do sistema de transformação Identificar que insumos, instalações e equipamentos são necessários para fornecer o produto ou serviço, quem são os fornecedores, qual o volume de operações, que quantidade de produtos deve ser fornecida, quantos clientes devem ser atendidos, onde deve ser entregue o produto ou serviço e qual o sistema de transporte. Projeto de produto Desenhar ou projetar produtos ou serviços transforma a ideia do empreendedor em um resultado concreto. Tudo começa com ideias, que podem nascer das mais variadas maneiras, e passam por um processo de seleção. Com base nessas ideias, os produtos e serviços são desenvolvidos, e em seguida, o processo de transformação é estruturado. No desenvolvimento do produto ou serviço, os empreendedores podem usar a qualidade do projeto e a engenharia simultânea. Qualidade do produto No desenvolvimento do produto com qualidade de projeto, destaca-se que a forma segue a função. O empreendedor deverá identificar as necessidades que o produto deverá atender, pensar na utilidade do produto e depois no seu formato. Após identificar a utilidade do produto para o cliente, o empreendedor deverá fazer uma lista de especificações funcionais (ou especificações de desempenho), que traduzem as necessidades em termos de desempenho que o produto deverá apresentar. Depois de ouvir a voz do cliente e as especificações funcionais, o empreendedor precisa definir as especificações técnicas, como dimensões, pesos, temperatura etc. Observação: Desenhar um produto sem levar em consideração as especificações funcionais significa correr o risco de desenhar o produto com características que o cliente não deseja, aumentando o custo do produto sem agregar valor para o cliente. É muito provável que você conheça alguma empresa que tenha cometido este erro na fabricação de algum produto. Engenharia Simultânea Significa desenvolver o produto ou serviço consultando todas as pessoas e organizações que terão alguma participação na produção, no serviço ou na utilização do produto, como fornecedores, montadores, distribuidores, prestadores de serviços e principalmente o cliente. Além de acelerar o processo de desenvolvimento, a Engenharia Simultânea assegura a manufaturabilidade (facilidade para fabricar e montar o produto) e a facilidade de manutenção. Desenho preliminar e protótipo O desenho propriamente dito é a configuração do produto ou serviço e a produção de um protótipo. Nesta etapa, a criatividade do empreendedor é determinante para a imagem e sucesso do produto ou serviço. A primeira versão do produto é um protótipo, que pode ser um modelo físico, uma simulação de computador, uma simulação de serviço ou um primeiro exemplar real de um produto ou serviço. Exemplos: maquetes de edifícios, modelos feitos em computador, esboço de roteiro de uma peça ou filme, pratos oferecidos para degustação etc. O protótipo deve ser testado por meio de uma simulação ou desempenho real, permitindo avaliar o desempenho do produto, a confiabilidade e a reação dos usuários. Isto leva à correção dos erros e ao aprimoramento do projeto. 5. Projeto do sistema de transformação Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. •Identificar o produto ou serviço O ponto de partida para a organização do espaço físico é entender qual é o produto ou serviço e o que é necessário fazer para fornecê-lo. É preciso saber também, qual será o tipo de sistema de transformação. •Produção contínua É caracterizada pela elaboração e fornecimento de produtos padronizados de forma ininterrupta. Exemplos: gasolina, álcool, açúcar, sabonetes, medicamentos, saneamento básico, telefonia etc. •Produção seriada A linha de montagem é o método de trabalho da produção seriada, onde o produto é montado gradativamente em uma sequência de operações padronizadas, passando de um posto de trabalho para outro, no qual uma combinação de pessoas e máquinas desempenha uma tarefa especializada. Exemplos: parafusos, automóveis, panelas, sanduíches do McDonald’s etc. •Produção por encomenda Neste tipo de transformação, um produto sob medida é feito da cada vez, ou um cliente é atendido da cada vez, com um produto ou serviço personalizado. Exemplos: fábrica de móveis sob medida, oficina de veículos, escritórios de advocacia, empresas de consultoria etc. •Customização em massa É um sistema misto de transformação, que combina a produção seriada e a produção por encomenda, ou seja, um produto é fabricado em uma linha de montagem e adaptado às especificações dos clientes. Exemplos: empresas que vendem computadores pessoais, lojas de roupas prontas que disponibilizam acertos para as medidas dos clientes etc. · Operações com projetos Os projetos são um tipo especial de produção por encomenda. Um projeto é uma atividade temporária, que fornece um produto singular. Exemplos: grandes eventos, construção de edifícios etc. Observação: Todo projeto é uma encomenda, mas nem toda encomenda chega a ser um projeto. Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. Identificar e colocar em sequência as operações: Depois de definido o produto ou serviço, é preciso identificar as operações necessárias para produzi-lo e sua sequência. Para isso, desenhe um fluxograma, que mostra onde as operações começam e onde terminam. Estabeleça também os tempos padrão para cada operação. Identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações: Toda operação precisa do emprego de equipamentos e insumos. A quantidade empregada definirá sua capacidade produtiva. A definição da capacidade produtiva depende do volume planejado de operações e das perspectivas de crescimento do negócio, que dependem das informações sobre a demanda e das estratégias de competitividade. Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. Organizar o local das operações: O arranjo físico, ou arranjo do espaço, compreende três ambientes: instalações produtivas; estoques e manutenção; e departamentos de apoio. A forma como o local das operações é organizado determina o ritmo do processo, o aproveitamento do tempo e do espaço e a opinião do cliente sobre a qualidade das instalações. O espaço sempre deve ser organizado de forma lógica em relação ao fluxograma do processo, facilitando a movimentação dos funcionários, da matéria-prima e do produto em elaboração. Há diferentes formas de organizar os processos no local das operações, como por exemplo, por processo (onde os setores são organizados de acordo com o processo, por exemplo, prensa, corte...) e por produtos (onde os setores sãoorganizados de acordo com o produto, por exemplo, um modelo específico de carro dentro de uma fábrica). Junto com o desenho do produto, é preciso organizar o processo que vai fornecê-lo regularmente. Os detalhes do arranjo físico das instalações produtivas são: identificar o produto ou serviço; identificar e colocar em sequência as operações; identificar os equipamentos e insumos necessários para as operações; organizar o local das operações; e definir a aparência do local. Definir a aparência do local: O empreendedor precisa pensar na aparência das instalações, causando boas impressões nos clientes, funcionários e visitantes, levando em consideração a limpeza, facilidade de movimentação, acesso aos instrumentos de trabalho e a informações e impacto visual positivo. 6. Desempenho dos processos A capacidade de medir o desempenho é um fator crítico para o sucesso da empresa. A medição do desempenho fornece os dados para verificar até que ponto o planejamento está sendo realizado e definir novos objetivos e padrões de desempenho. O empreendedor deve ser seletivo para escolher os indicadores para sua empresa, levando em consideração o padrão de competitividade em seu ramo de negócio. Em seguida, as principais categorias de indicadores: Capacidade É a quantidade de unidades de produção (peças, clientes, refeições, estudantes etc.) que seu sistema de operações consegue fornecer em determinado período. A capacidade projetada é a taxa ideal de fornecimento de produtos ou serviços. A capacidade máxima é a quantidade de produtos e serviços que pode ser alcançada quando o potencial dos recursos é totalmente aproveitado. Produtividade É a relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos (produção). Todo processo tem um índice de produtividade, que é a quantidade de produtos ou serviços que cada unidade de recursos fornece. Exemplos: quantidade de alunos por professor e quantidade de pessoas atendidas por hora. Produtividade e qualidade combinadas A qualidade de conformidade e a contrapartida da qualidade planejada definem o conjunto das características desejadas de um produto ou serviço, que são chamadas especificações e descrevem o produto ou serviço em termos de sua utilidade, de seu desempenho ou de seus atributos. Exemplos: comprimento, peso, cor, velocidade, consumo de combustível etc. Quando se consideram produtividade e qualidade (de conformidade) simultaneamente, mede-se o desempenho não apenas da quantidade total produzida em relação aos recursos utilizados, mas também dos produtos aproveitados em relação ao total fornecido, ou seja, o índice de aproveitamento. Eficiência no uso do tempo O tempo é um recurso que deve ser usado de maneira eficiente em qualquer processo. Há três medidas principais para a eficiência no uso do tempo: produtividade do tempo; tempo de ciclo (tempo despendido entre o início e o fim de um processo); e velocidade do processo. Flexibilidade Indica sua capacidade de fornecer produtos e serviços customizados para atender a determinadas necessidades. Torna a organização mais ágil e pode garantir uma vantagem competitiva. A flexibilidade tem três variantes: a velocidade (mede com que rapidez a empresa consegue mudar seus processos para fazer produtos e serviços diferentes); capacidade de atender a grandes flutuações na demanda por produtos e serviços; e capacidade de fazer diferentes produtos simultaneamente. Produção enxuta O sistema de produção enxuta foi desenvolvido pela Toyota especificamente para a indústria automobilística, mas pode ser usada em todos os ramos de negócios. Tem como princípio a maximização da eficiência por meio da eliminação de todos os tipos de desperdícios. Quando se eliminam os desperdícios, o que sobra no processo produtivo é agregação de valor para o cliente. Eficiência é uma combinação de produtividade, qualidade de conformidade e redução de todos os tipos de desperdícios. Os sete desperdícios mortais de qualquer processo produtivo são: · Defeitos no processo produtivo ou erros na prestação de serviços, gerando custos de retrabalho e · Defeitos no processo produtivo ou erros na prestação de serviços, gerando custos de retrabalho e · problemas para os clientes; · Operações desnecessárias no processo de manufatura; · Produção acima do volume necessário ou antes do momento necessário; · Tempo de esperas desnecessárias; · Estoques e equipamentos desnecessários; · Transporte de materiais sem agregação de valor; · Movimento de pessoas sem agregação de valor. 7. Just in time É um método criado pela Toyota Motor Company, no Japão, no início da década de 50. O objetivo do sistema é melhorar continuamente o processo produtivo. Uma das formas de alcançar esse objetivo é reduzir os estoques, que muitas vezes servem de camuflagem para problemas: eles vêm sendo utilizados para evitar descontinuidades do processo produtivo, diante de problemas de produção. Esta filosofia de produzir apenas o que o mercado solicitava passou a ser adaptada pelos restantes fabricantes japoneses e, a partir dos anos 70, os veículos por eles produzidos assumiram uma posição bastante competitiva. O sistema Just in time (JIT), que em português significa “no momento exato” ou ainda, num linguajar mais corriqueiro, "em cima da hora", é um sistema de produção cuja ideia principal é fabricar produtos na quantidade necessária, no momento exato em que o item é requisitado. Isto é possível por meio da sincronização das operações com as demandas do mercado. A empresa fornece produtos e serviços apenas de acordo com as encomendas, reduzindo ao mínimo a necessidade de estoques. Observação: O Sistema Kanban é uma ferramenta para administrar o método de produção JIT, ou seja, é um sistema de informação através de cartões, para controlar as quantidades a serem manufaturadas pela empresa. 8. Produção com qualidade Baseia-se no princípio de fazer certo da primeira vez. O trabalhador é responsável pela qualidade de seu trabalho. Para esse princípio funcionar, é preciso investir na qualificação dos funcionários e implantar programas de treinamentos e incentivos. 9. Organização eficiente do espaço físico Qualquer empreendimento deve organizar seu espaço físico de maneira eficiente, levando em consideração os seguintes princípios: · Minimize o manuseio de materiais – evite o retrabalho; · Minimize o manuseio de materiais – evite o retrabalho; · Minimize as distâncias – estude o espaço físico antes de utilizá-lo; · Minimize o esforço – postos de trabalhos ergonômicos; · Combata a desordem – cada coisa em seu lugar; · Evite a ocupação desnecessária do espaço; · Procure e implemente a melhor utilização possível de todos os recursos; · Maximize a flexibilidade; · Otimize o fluxo – elimine idas, vindas e estrangulamentos do espaço físico; · Maximize a visibilidade; · Maximize a comunicação – treinamento, informação e feedback. 10. Cadeia de suprimentos Empresa -> Fornecedores Uma cadeia de suprimentos compreende os elos entre uma empresa e seus fornecedores, distribuidores e clientes. A cadeia consiste de um fluxo de suprimentos dos fornecedores para o sistema de operações da empresa e outro, da empresa para seus distribuidores e clientes. Toda empresa faz parte de uma cadeia de suprimentos que abrange todas as atividades de transformação (produção) e distribuição (logística), desde o fornecimento de insumos até a procura pelos bens e serviços, dentro da empresa e em suas interfaces. Do lado de dentro da empresa, o empreendedor deve coordenar funções como marketing, vendas, desenvolvimento de produtos, finanças e tecnologia da informação. Do lado de fora, deve buscar a colaboração com parceiros que se encontram ao longo da cadeia, como fornecedores, intermediários, prestadores de serviços e clientes. Administrar uma cadeia de suprimentos compreende as seguintes atividades: · Estabelecimento de parcerias com fornecedores e revendedores; · Coordenação do fornecimento de matérias-primas; · Planejamento da produção; · Processamento de pedidos; · Administração de estoques; · Transportee armazenamento de suprimentos e produtos acabados; · Coordenação das atividades de atendimento dos clientes. Distribuidores -> Clientes ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS GESTÃO DE PESSOAS (Aula 8) Introdução Nesta aula, compreenderemos a importância da função de Gestão de Pessoas para o alcance de resultados dentro das empresas. Abordaremos também os desafios desta área, através da gestão por competências. As empresas dependem de pessoas qualificadas, motivadas, integradas e produtivas para realizar seus objetivos. Para isso, a função de Gestão de Pessoas deve buscar a maior proximidade possível com a direção da empresa, sintonizada com o processo decisório e ligada às suas estratégias competitivas. O resultado será uma melhora no desempenho da empresa, capitalizando o potencial dos ativos humanos que dela fazem parte. Para esta nova postura estratégica, são exigidas novas habilidades dos profissionais de RH e novas maneiras de fornecer aos colaboradores motivos para que as suas ações sejam mais positivas. Portanto, a função de Gestão de Pessoas deve aparecer estrategicamente como o elo fundamental para o sucesso das empresas. 1. Visão panorâmica dos Recursos Humanos No mundo de hoje, as preocupações das organizações voltam-se para a globalização, pessoas, cliente, produtos/serviços, conhecimento, resultados e tecnologia. As mudanças e transformações na área de RH são intensas, predominando a importância do capital humano e intelectual. As empresas dependem de pessoas qualificadas, motivadas, integradas e produtivas para realizar seus objetivos. Para conseguir as pessoas certas e lidar com elas do modo mais adequado, as empresas precisam de uma função eficaz de Recursos Humanos, que compreende quatro processos básicos: · Aquisição de pessoas; · Desenvolvimento de pessoas; · Gestão do desempenho das pessoas; · Manutenção de pessoas. Os processos da função de Recursos Humanos começam antes de os colaboradores ingressarem na organização, quando são procuradas no mercado de trabalho, e prosseguem quando eles saem ou se aposentam. Há uma evolução constante nesses processos, motivada pelos desafios e oportunidades do ambiente, pelos avanços na tecnologia, pelas mudanças nas políticas e na filosofia da organização e pela qualidade e quantidade dos recursos humanos disponíveis. 2. Desafios da moderna Gestão de Pessoas · Acompanhar a evolução da tecnologia e investir continuamente na qualificação das pessoas; · Equilibrar a qualidade de vida no trabalho e o desempenho no trabalho; · Lidar com pessoas e culturas de todo o mundo; · Lidar com a crescente legislação que afeta as relações de trabalho; · Manter a motivação das pessoas em situações de redução de custos. Aquisição de pessoas: São os processos utilizados para fornecer um suprimento de novas pessoas que assegurem a continuidade das operações e da organização, compreendendo o planejamento de mão de obra, pesquisa de mercado, recrutamento, seleção e contratação de pessoas. Cargos É uma composição de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa (ocupante do cargo), que podem ser englobadas em um todo unificado e que figura em certa posição formal do organograma da empresa. O cargo é a menor unidade de trabalho da empresa, sendo uma das principais ferramentas da Gestão de Pessoas. A descrição de cargo é uma definição escrita do que o ocupante do cargo faz, como faz e por que o faz. É uma lista de responsabilidades, tarefas ou funções do ocupante. A descrição de cargo serve para: · Informar o ocupante sobre suas responsabilidades e o desempenho que dele se espera; · Recrutar novos funcionários; · Definir as competências necessárias para o desempenho satisfatório das responsabilidades do ocupante; · Definir objetivos e fazer a avaliação do desempenho. Descrição dos Cargos Além da relação de responsabilidades, uma descrição de cargo contém as seguintes informações: · Posição do cargo na hierarquia; · Qualificações obrigatórias; · Condições de trabalho; · Classe salarial ou forma de remuneração do ocupante; · Competências que o ocupante deve apresentar. 3. Gestão por competências Competências são os atributos que uma pessoa deve ter para desempenhar satisfatoriamente as responsabilidades de seu cargo. Enquanto o cargo descreve as tarefas e responsabilidades, as competências são os comportamentos que o ocupante do cargo deve apresentar como habilidades, conhecimentos, atitudes, experiências e até mesmo emoções que o cargo exige. A ideia das competências está na base das modernas práticas da Gestão de Pessoas. · Planejamento de Negócios O empreendedor deve ser capaz de estudar o negócio e definir objetivos relacionados ao início e crescimento da empresa, bem como o desenvolvimento dos produtos. O processo de planejamento exige que o empreendedor seja capaz de analisar a viabilidade de uma ideia ou oportunidade de negócio e sua implementação na empresa. · Marketing, vendas e serviços online O empreendedor deve ser capaz de preparar um plano de marketing, mostrando que conhece as necessidades e características do mercado-alvo, prevendo atividades de promoção, materiais de apoio a vendas, propaganda e uma estratégia de relações públicas para fazer as ideias chegarem ao mercado alvo. · Administração Financeira O empreendedor precisa conhecer a gestão do fluxo de caixa e dos processos da contabilidade, controlando o dinheiro e toda a parte fiscal. · Operações O empreendedor deve ser capaz de reconhecer o impacto das operações sobre as finanças, controlando as funções de compras e estoques, através de boas negociações com fornecedores. 4. Planejamento da mão de obra É o processo de analisar e atender as necessidades de recursos humanos da empresa. Consiste em saber quantas pessoas serão necessárias para atender às operações da empresa e assegurar a aquisição e o emprego dessas pessoas, para que a empresa possa realizar seus objetivos. As necessidades de mão de obra de uma empresa são determinadas pelo volume planejado de operações. 5. Recrutamento São atividades desenhadas para atrair um conjunto de candidatos qualificados para um cargo específico de uma organização. Esses candidatos serão selecionados e treinados para ocupar as posições do quadro de funcionários da empresa. A empresa, por sua vez, deve anunciar a disponibilidade do cargo no mercado e atrair candidatos qualificados para disputá-lo. O mercado no qual a organização tenta buscar os candidatos pode ser interno, externo ou uma combinação de ambos. Recrutamento interno Atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro de uma organização, para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. Vantagens do recrutamento interno: · Motivação e valorização dos empregados; · Melhor desempenho e potencial de conhecimento; · Funcionários adaptados à cultura organizacional; · Processo mais rápido e econômico; · Estímulo ao autoaperfeiçoamento. Recrutamento externo Procedimento pelo qual a empresa busca, no mercado de trabalho, profissionais capacitados para ocupar as vagas disponíveis. Os meios utilizados para essa busca variam de acordo com o tipo de empresa, podendo ser: apresentação espontânea dos candidatos, internet, indicação de funcionários da empresa, anúncios na portaria da empresa, anúncios na imprensa, agências de emprego, head hunters (especialistas em recrutamento e seleção de altos executivos) e serviços contratados ou terceirizados. Vantagens do recrutamento externo: · Experiência requerida; · Reciclagem do quadro de empregados; · Renovação de pessoal; · Aproveitamento do aperfeiçoamento do candidato. 6. Seleção É o processo de escolher o melhor candidato para o cargo. Seleção é a obtenção e uso da informação a respeito de candidatos recrutados, para escolher qual deles deverá receber a oferta de emprego. A obtenção de informações dos candidatos é o procedimento básico para selecionar pessoas, podendo acontecer através de questionários, documentos e referências de empregos anteriores. Em seguida, os candidatos podem serentrevistados através de um roteiro ou com uma conversa informal. A seleção pode ser feita por psicólogos, funcionários do departamento de Recursos Humanos, agências de emprego, chefe com quem a pessoa selecionada irá trabalhar, ou ainda, pelo próprio dono da empresa. 7. Desenvolvimento de pessoas São os processos que promovem a aquisição e o incremento de competências, compreendendo atividades e programas de capacitação, desenvolvimento de carreira e comunicação. Treinamento É o processo de ensinar aos novos empregados as habilidades básicas de que eles necessitam para desempenhar seus cargos. É o processo sistemático de alterar o comportamento dos empregados na direção do alcance dos objetivos organizacionais. Fornece aos membros da equipe as oportunidades para adquirir ou corrigir a falta de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para o desempenho dos cargos que ocupam e alcance das metas e objetivos da empresa. Levantamento de Necessidades de Treinamento O empreendedor pode fazer o Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT) através da análise da organização (estratégias, objetivos e ambientes), análise dos cargos (identificar a necessidade de competências dos funcionários) e análise das pessoas. Há muitos tipos e técnicas de treinamento que o empreendedor pode utilizar para orientar seus funcionários. Alguns programas de treinamentos podem ser mais complexos e dispendiosos, como os cursos formais, em que a empresa contrata uma consultoria para ministrar um curso in company, ou enviar seus funcionários para um curso aberto. Outros tipos podem ser mais simples, usando os funcionários mais experientes como treinadores. É muito importante que o empreendedor desenvolva ações para receber e apoiar o novo funcionário, apresentando informações como história da empresa, seus objetivos e o programa de saúde e segurança. Os novos funcionários devem ser integrados ao ambiente da empresa e às equipes de trabalho, gerando sucesso para a empresa. 8. Gestão do desempenho das pessoas São os processos utilizados para definir as atividades que as pessoas devem realizar na empresa, por meio da análise e descrição de cargos; e acompanhar e orientar o desempenho das pessoas, tendo em vista o desenvolvimento de suas carreiras e a realização dos objetivos da organização. Avaliação de desempenho É uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. É o processo de medir o desempenho do funcionário, fornecendo ao colaborador informações sobre os seus resultados, de forma que possa aprimorar o seu desempenho. Uma empresa pode combinar duas formas de fazer avaliação de desempenho: 1. Avaliação de desempenho por objetivos: É uma técnica orientada para resultados do trabalho, e não para procedimentos formalizados. Neste sistema, o gerente e cada funcionário ou equipe, em conjunto, definem objetivos de desempenho, avaliam a realização desses objetivos, definem ações para o aprimoramento do desempenho e definem novos objetivos para o próximo período. 2. Avaliação de desempenho por fatores: Consiste em definir um conjunto de fatores, relevantes e padronizados, que retratam um padrão de comportamento desejado para o cargo. Uma escala é associada aos fatores e o desempenho do funcionário recebe uma nota na escala. Principais objetivos da avaliação do desempenho · Proporcionar a adequação dos indivíduos aos cargos e à organização; · Identificar o estágio atual e as potencialidades de desenvolvimento profissional de cada funcionário; · Gerar subsídios para a estruturação de programas de treinamento e de desenvolvimento de pessoal; · Proporcionar a identificação de funcionários que apresentam desempenho diferenciado e as respectivas ações a serem tomadas. Características da avaliação de desempenho · A avaliação deve cobrir não somente o desempenho dentro do cargo ocupado, como também o alcance de metas e objetivos; · A avaliação deve enfatizar o indivíduo no cargo, e não a impressão a respeito dos hábitos pessoais observados no trabalho; · A avaliação deve ser aceita por ambas as partes: avaliador e avaliado; · A avaliação do desempenho deve ser utilizada para melhorar a produtividade do indivíduo dentro da organização, tornando-o mais bem preparado para produzir com eficácia e eficiência. 9. Manutenção de pessoas São os processos utilizados para promover a motivação e a satisfação das pessoas, por meio do atendimento de necessidades e interesses individuais e coletivos; e da criação de condições ambientais e psicológicas favoráveis para as atividades das pessoas. Compreendem programas de remuneração, recompensas, benefícios, serviços sociais, administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho. 10. Remuneração É um dos principais instrumentos para a manutenção, retenção e motivação dos funcionários. Abrange a remuneração direta (uma parte fixa e outra variável) e a remuneração indireta (benefícios, prêmios e bônus). 1- Remuneração fixa ou salário nominal: É o valor em dinheiro que os empregados recebem todo mês, de acordo com o seu cargo na empresa. 2- Remuneração variável: Depende do desempenho do funcionário ou da equipe. Este tipo de remuneração estimula o desempenho dos funcionários, facilita o controle dos custos de mão de obra, e o sistema de avaliação fica diretamente relacionado com a política salarial. · Observação: Participação nos Lucros e Resultados (PLR), ou Programa de Participação nos Resultados (PPR), é assegurada por lei e deve ser negociada entre a empresa e seus empregados. A participação não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista. 3- Benefícios: São concedidos a todos os funcionários da organização, de forma homogênea, ajudando a empresa a atrair, reter e manter pessoas, aumentando a produtividade, reduzindo a rotatividade e o absenteísmo e melhorando o clima organizacional. 11. Política salarial É um conjunto de princípios e orientações que guiam as atitudes e decisões sobre remuneração dos funcionários, definindo-a para os diferentes cargos alinhados com a missão e estratégias da organização, buscando atrair e reter os melhores empregados; motivar e aumentar o desempenho individual e da equipe; e controlar o custo com funcionários. A política salarial da organização deve conter a estrutura de cargos e salários e uma previsão para reajustes salariais, levando em consideração alguns fatores-chave: impactos legais e fiscais; pesquisa salarial (nível de remuneração da concorrência); e equidade (equilíbrio interno entre salários, cargos e responsabilidades). ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS CONTABILIDADE E FINANÇAS PARA EMPREENDEDORES (Aula 9) Introdução Nesta aula, apresentaremos a importância e objetivos da Contabilidade e Finanças para empreendedores, destacando o conceito básico de Contabilidade, os demonstrativos financeiros, o balanço patrimonial, as demonstrações de resultados do exercício e a demonstração de resultados de fluxo de caixa e a contabilidade de custos e análise das demonstrações contábeis. A tomada de decisões com implicações financeiras é uma constante na rotina de um empreendedor. Um sistema de custos não fornece um resultado de aplicação final e imediata, porém se destina a proporcionar um conjunto de dados e informações para suporte ao sistema decisório da empresa. Buscaremos oferecer o instrumental necessário para reduzir os riscos de indecisão quanto ao volume de produção e seus custos, e calcular o ponto de equilíbrio, a partir do qual a organização passa a auferir lucros. Com este conteúdo o aluno irá se familiarizar com conceitos e pressupostos básicos da Contabilidade e Finanças voltados para o processo decisório, possibilitando que adquira os conhecimentos para uma gestão de sucesso. 1. Contabilidade Conceito: Contabilidade é uma ciência que controla a situação patrimonial da organização,a sua evolução e os instrumentos usados na tomada de decisões. Desta forma, permite manter o controle permanente do patrimônio da empresa. É a coleta, registro, processamento e interpretação de informações financeiras para a tomada de decisões. Destaca-se que a tomada de decisões com implicações financeiras é uma constante na rotina de um empreendedor. Objetivo: O objetivo da Contabilidade é permitir que cada grupo de partes interessadas possa avaliar a situação econômico-financeira da empresa, em um determinado momento, bem como as tendências. Para cumprir este objetivo, a Contabilidade produz relatórios contábeis e demonstrações financeiras, com informações resumidas e ordenadas. Os usuários internos utilizam a Contabilidade com a finalidade de gestão. Exemplos: Controle, planejamento e decisão. Os usuários externos utilizam as informações contidas nos demonstrativos contábeis para a avaliação e decisão de investimentos. Exemplos: Investidores (identificam a situação econômica e financeira da empresa); fornecedores de crédito (avaliam a capacidade de pagamento da empresa); e bancos (usam esta informação para aprovação de empréstimos). Há regras de aplicação geral que orientam os procedimentos e práticas da Contabilidade. Essas regras uniformizam e orientam a produção e avaliação da qualidade dos relatórios contábeis. As regras são postulados, princípios contábeis e convenções. 2. Postulados Entidade contábil O postulado da entidade visa distinguir o patrimônio e as operações da empresa do patrimônio e das operações de seus proprietários ou sócios. Continuidade Significa que a empresa será tratada como empreendimento em andamento, sem fim determinado. Esse postulado é utilizado para a avaliação monetária dos bens da empresa. 3. Princípios contábeis 1. Denominador comum monetário Determina que os itens que formarem os relatórios contábeis serão expressos na mesma moeda. Sem esse princípio seria impossível agregar e somar o valor dos diversos itens das demonstrações contábeis. 2. Custo histórico como base de valor Os registros dos itens contábeis são efetuados com base no valor de aquisição. Esse princípio uniformiza a mensuração dos fatos contábeis. 3. Realização da receita A receita é reconhecida no período em que foi gerada, mesmo que a venda seja a prazo. 4. Confrontação da despesa Sempre que uma receita é realizada, necessariamente ocorrerá uma despesa para que ela seja possível. Essa despesa será contabilizada no mesmo período em que a receita for contabilizada. 4. Convenções Conservadorismo: Nas previsões de resultados, o contador, por precaução, sempre será conservador, evitando criar expectativas otimistas que possam não se confirmar. Esse princípio sugere que os ativos e receitas estejam contabilizados pelo menor valor, e as obrigações e despesas pelo maior valor. Consistência: Sempre será utilizado o mesmo critério e regras para contabilizar um evento, evitando distorções nas demonstrações contábeis de um período para outro. Objetividade: Os eventos contábeis serão sempre registrados da maneira mais coerente e objetiva possível, com base em documentação hábil como notas fiscais, recibos, extratos bancários etc. Materialidade: Na materialidade, as avaliações são, basicamente, de natureza quantitativa. A natureza da transação quase sempre afeta a resposta, ou seja, um item pode ser de valor insignificante no meio de transações rotineiras, mas poderá ser importante se estiver ocorrendo pela primeira vez, em circunstâncias anormais. 5. Demonstrações financeiras São relatórios que classificam e quantificam as contas de uma empresa. As mais utilizadas são o balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. 1- Balanço patrimonial Mostra a situação econômico-financeira da empresa em uma determinada data. Apresenta também a evolução do patrimônio, que é representado por bens, direitos e obrigações acumulados ao longo dos exercícios. É constituído por duas colunas: a do ativo e a do passivo e patrimônio líquido, que se dividem em outras contas. Ativo: Parte positiva composta por bens e direitos da empresa. Representa a parte esquerda do gráfico patrimonial. São itens de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente e representam benéficos presentes ou futuros para a empresa. Os bens são máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos, instalações etc. Os direitos são as contas e duplicatas a receber, ações, depósitos em contas bancárias e títulos de crédito. · As contas do ativo estão organizadas de acordo com o respectivo grau de liquidez e divididas em · As contas do ativo estão organizadas de acordo com o respectivo grau de liquidez e divididas em circulantes, de longo prazo e permanentes. · Ativo circulante: São contas constantemente em giro, sendo que a conversão em dinheiro será, no máximo, no próprio exercício social (12 meses, em geral). · Ativo realizável no longo prazo: São bens e diretos com vencimentos acima de 12 meses, ou seja, se transformarão em dinheiro no próximo exercício. · Permanente: Bens e direitos que não se destinam à venda e têm vida útil longa. São utilizados em atividades operacionais da empresa. Passivo: Parte negativa composta pelas obrigações com terceiros. É também denominado de capital de terceiros ou obrigações exigíveis. Representa a parte direita do gráfico patrimonial. Exemplos: contas a pagar, fornecedores (a prazo), impostos a pagar e empréstimos. · Passivo circulante: Obrigações assumidas para a realização de operações ou financiamentos obtidos. São obrigações exigíveis que serão liquidadas no próprio exercício social. · Passivo exigível a longo prazo: Corresponde à obrigação que não foi classificada no passivo circulante em função do seu longo prazo. Obrigações liquidadas com prazo superior a um ano. Patrimônio líquido: É a diferença entre o ativo e o passivo exigível. Essa diferença mede e avalia a situação da empresa. Corresponde aos recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o capital mais seu rendimento, lucros e reservas. O investimento inicial dos proprietários é denominado capital. Havendo outras aplicações por parte dos proprietários, será chamada de acréscimo de capital. O patrimônio líquido também é acrescido com rendimentos resultantes do capital aplicado: o lucro. 2- Demonstração de resultado do exercício (DRE) Apresenta a dinâmica dos resultados obtidos nas operações ao longo de um período, mostrando se houve lucro ou prejuízo e como se chegou a esse resultado. É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, geralmente de 12 meses. Das receitas subtraem-se as despesas e indica-se o resultado: lucro ou prejuízo. 3- Demonstração do fluxo de caixa (DFC) A DFC indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de tudo o que saiu. Evidencia os fluxos de caixa gerados pela organização e mostra os fluxos gerados nas atividades operacionais, nas atividades de financiamento e de investimento. É uma demonstração dinâmica, que evidencia a movimentação do dinheiro. Dentre as principais transações que afetam o caixa, podemos citar: · Transações que aumentam o caixa: Integralização do capital pelos sócios ou acionistas (investimentos feitos pelos proprietários em dinheiro); empréstimos bancários e financiamentos; venda à vista e recebimento de duplicatas a receber; e venda de itens de ativo permanente. · Transações que diminuem o caixa: Pagamento de dividendos aos acionistas; pagamento de juros e amortização da dívida; aquisição de item do ativo permanente; compra à vista e pagamento a fornecedores; e pagamentos de despesa/custo, contas a pagar e outros. · Transações que não afetam o caixa: Depreciação, amortização e exaustão; provisão para devedores · Transações que não afetam o caixa: Depreciação, amortização e exaustão; provisão para devedores duvidosos; e reavaliação de itens do ativo permanente. 6. Contabilidade de Custos Preocupa-se com a mensuração do valor dos estoques da empresa. Forneceao administrador a informação do custo que a empresa teve para produzir um produto ou prestar um serviço. A Contabilidade de Custos desempenha as funções de auxílio ao controle e à tomada de decisões. Auxílio de controle: Fornece dados para a elaboração de padrões e orçamentos, que poderão ser comparados com os custos e receitas a serem obtidos no futuro. Auxílio à tomada de decisões: Fornece informações para a determinação do preço de venda e escolha do fornecedor. Diferença entre custo e despesa Despesa é todo gasto, bem ou serviço consumido direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas, ou seja, os gastos relativos à administração, às vendas e aos financiamentos. Custo é todo gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, ou seja, os gastos relativos ao processo de produção. Classificação dos custos Fixos: Valores que se mantêm inalterados, dentro de certos limites, independentemente das variações da atividade ou das vendas. Independem do nível de produção e vendas. Exemplos: Salários, encargos, pró-labore, aluguel, honorários, tarifas e despesas administrativas (material de consumo, água, energia, telefone etc.). Variáveis: Valores que variam na mesma proporção das variações ocorridas no volume de produção ou outra medida de atividade. Exemplos: Consumo de matérias-primas, energia elétrica, impostos, mão-de-obra e comissões. Diretos: Podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo. Exemplo: Embalagens utilizadas. Indiretos: Custos que não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada. Exemplo: Supervisão. 7. Orçamento É um plano financeiro utilizado para a previsão de receitas e despesas, que auxilia a Administração nas funções de planejamento, execução e controle. Ele ordena e classifica os gastos previstos para um período, assim como as entradas de recursos para cobri-los. Para elaborar um orçamento, é necessário planejar atividades e uso de recursos, bem como seu custo, levando em consideração as demonstrações financeiras já descritas (balanço patrimonial, DRE ou DFC) e a confrontação entre a expectativa e o realizado em determinado período. O orçamento não é uma ferramenta que restringe as decisões do empreendedor. Se surge uma oportunidade que consumirá mais recursos, e essas ações não estiverem previstas, é melhor refazer o orçamento para avaliar o impacto dessas escolhas no resultado da empresa. 8. Análise da situação econômico-financeira da empresa Os índices ou indicadores econômico-financeiros mostram informações sobre solvência, endividamento, gestão, lucratividade e desempenho do negócio. Os principais índices que um empreendedor poderá utilizar são: Margem de lucratividade Margem bruta: Mede, em termos percentuais, quanto sobrou da receita líquida da empresa depois de incorridos os custos de venda. Margem bruta = Lucro bruto Receita líquida Margem líquida: Mede, em termos percentuais, quanto sobrou da receita líquida da empresa depois de incorridos todos os custos e despesas. Margem líquida = Lucro líquido Receita líquida Taxas de retorno Retorno sobre o investimento total: Mede, em termos percentuais, a rentabilidade obtida na utilização dos ativos da empresa. Retorno sobre o investimento total = Lucro líquido Ativo total Retorno sobre o capital próprio: Mede, em termos percentuais, a rentabilidade obtida na utilização do capital investido pelos sócios. Retorno sobre o capital próprio = Lucro líquido Patrimônio líquido Ponto de equilíbro (Break-even point) Indica a quantidade (ou receita) faturada quando a empresa não tem lucro nem prejuízo. É o ponto no qual a receita originada nas vendas equivale à soma dos custos fixos e variáveis. É muito importante para o empreendedor, que passa a enxergar em que momento seu empreendimento começa a dar lucro ou prejuízo. Ponto de equilíbrio = Custo fixo . 1 – (custo variável/receita total) 9. Pilares da boa gestão financeira Segurança: Vou receber meu dinheiro de volta? Rentabilidade: Quanto vou ganhar e quando? Liquidez: É fácil transformar meu investimento em dinheiro? Nunca esqueça: O retorno financeiro é resultante de uma ação empreendedora muito bem planejada! ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DO NEGÓCIO (Aula 10) Introdução Nesta aula, destacaremos a importância do planejamento e implantação do negócio, apresentando um guia para entender o processo de criação e identificação das etapas de implantação de um negócio de sucesso em um mercado muito competitivo. Um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso do que aquele nas mesmas condições, porém sem planejamento. O plano de negócios é parte fundamental do processo empreendedor. Os empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial. 1- Por que planejar Um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso que aquele sem planejamento, na mesma igualdade de condições. O plano de negócios é parte fundamental do processo empreendedor. Os empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial. O plano de negócios é o desenho da empresa. É um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócio que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios. O plano de negócios permite ao empreendedor traduzir o seu negócio em um documento que sintetize e explore todas as suas oportunidades, bem como os riscos inerentes a ele. É uma ferramenta para o empreendedor expor suas ideias em uma linguagem que os leitores entendam e, principalmente, mostre a viabilidade e a probabilidade de sucesso em seu mercado. É uma ferramenta dinâmica que deve ser atualizada constantemente, pois o ato de planejar é dinâmico e cíclico. 2- Vantagens da elaboração do plano de negócios · Entender e estabelecer diretrizes para o negócio; · Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas; · Monitorar o dia a dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário; · Conseguir financiamento e recursos junto a bancos, Governo, Sebrae, investidores, etc.; · Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a empresa; · Estabelecer uma comunicação eficaz na empresa, internamente e externamente. · 3- Roteiro do plano de negócios Qualquer plano de negócios deve possuir um mínimo de seções que proporcionarão um entendimento completo do negócio. Estas seções do plano de negócios são organizadas de forma a manter uma sequência lógica que permita a qualquer leitor do plano entender como a empresa é organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira. Cada seção do plano de negócios deve ser abordada sempre visando à objetividade, sem perder a essência e os aspectos mais relevantes a ela relacionados. A estrutura genérica de um plano de negócios para indústrias e/ou serviços deve ser composta de: Descrição do negócio Esta seção apresenta um breve resumo da organização da sua empresa, sua história e seu status atual. Deve-se enfatizar as características únicas do negócio e como a empresa provê soluções e benefícios ao cliente. Devem constar nesta seção: · Descrição do negócio que se pretende criar – Produto/ serviço e mercado/ cliente. · Equipe gerencial - O aspecto mais importante da descrição do negócio é mostrar que a empresa possui pessoas qualificadas e comprovadamente experientes nos níveis de comando. A equipe de gestão é o principal foco dos investidores quando analisam um plano de negócios. · Missão– Utilidade do produto ou serviço e da empresa para seus clientes · Visão do empreendimento, ou seja, como aquele empreendimento será no futuro, suas perspectivas, situação no mercado (% do mercado) ou quantidade de pessoas atendidas. · Nome da empresa e do produto. · Porte da empresa. · Localização – Proximidade com clientes, disponibilidade, meios de acesso, possibilidade de expansão etc. Análise do mercado e do ambiente A análise do mercado é considerada a parte mais importante do plano de negócios, e também a mais difícil de fazer. Esta seção deve ser a primeira a ser elaborada, pois dela dependem todas as outras. Toda estratégia de negócio depende de como a empresa abordará o seu mercado consumidor, sempre procurando se diferenciar da concorrência, agregando maior valor aos seus clientes, sempre com o intuito de conquistá-los continuamente. É extremamente importante que a empresa conheça muito bem o mercado onde atua ou pretende atuar, pois só assim conseguirá estabelecer uma estratégia de Marketing vencedora. A análise da concorrência é de suma importância em qualquer plano de negócios. A concorrência (competidores) de uma empresa não se limita aos concorrentes diretos, aqueles que produzem produtos similares ao da empresa. Devem ser considerados também os competidores indiretos, aqueles que de alguma forma desviam a atenção de seus clientes, convencendo-os a adquirir seus produtos. Ao analisar o nicho de mercado de mercado onde a empresa está inserida, o empreendedor deve mostrar como este mercado está segmentado, as tendências do setor e de seu segmento específico, as tendências de consumo, a rivalidade entre as empresas do setor, as barreiras de entrada nesse mercado, os produtos substitutos, o poder de negociação dos fornecedores e o poder de negociação dos compradores. Roteiro para análise Um roteiro para a análise das oportunidades e riscos do mercado deve seguir os seguintes tópicos: Identificar as tendências ambientais do contexto do negócio (oportunidades e ameaças) de ordem demográfica, econômica, tecnológica, política, legal, social e cultural. Esta análise permite a empresa entender como o mercado se apresenta para ela. Descrever a indústria onde a empresa está inserida: qual o tipo de negócio, tamanho do mercado atual e futuro (projetado), quais os segmentos de mercado existentes, qual o seu segmento específico e quais a tendências desse segmento, qual o perfil dos consumidores. Análise dos principais competidores: descrição de seus produtos e/ou serviços, posicionamento de mercado, suas forças e fraquezas, práticas de Marketing utilizadas (conceito do produto, política de preços, canais de distribuição e promoção), tamanho do mercado e participação deste mercado. Efetuar comparação com os competidores: mostrar quais os seus diferenciais em relação aos principais competidores. Estratégia Uma ferramenta útil para elaborar uma análise estratégica é a análise SWOT – Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A análise SWOT é extremamente útil para traçar um panorama da situação atual e prevista para o negócio. Objetivos de desempenho - Os objetivos e metas são o referencial do planejamento estratégico, o que a empresa busca atingir, e devem ser escritos de forma que possam ser medidos, comparados e avaliados. Os objetivos são anseios de ordem macro, aqueles que a empresa define de forma a cumprir sua missão de negócio, em busca de sua visão. Exemplos: volume de vendas, participação no mercado, posicionamento em relação aos concorrentes etc. Vantagens competitivas – Como a empresa pretende se distinguir da concorrência e conquistar os consumidores. Projeção do desempenho e perspectivas de crescimento dentro do ramo escolhido. Perspectivas de diversificação. Indicadores e mecanismos de controle do desempenho estratégico. Iniciativas de responsabilidade social. Marketing e vendas As estratégias de Marketing são os meios e métodos que a empresa deverá utilizar para atingir seus objetivos. Essas estratégias geralmente se referem ao composto de Marketing (Marketing Mix) agrupados nos “4 Ps”: produto, preço, praça e promoção. Produto - Deve ser posicionado, ou seja, deve estar direcionado para atender às expectativas e necessidades dos clientes-alvo localizados no segmento de mercado definido. Com isso, a empresa estabelece uma imagem do produto junto aos clientes, se diferenciando da concorrência. Exemplos: Características técnicas, composição, especificação, tamanho, design, embalagem, qualidade, desempenho, estilo, opcionais, serviços agregados etc. Preço - A estratégia de preços adotada interfere diretamente na imagem do produto. Por isso, a empresa deve estabelecer seu objetivo de mercado de forma clara e definir como irá atuar em relação à concorrência. Exemplos: Política de preços para atuação e penetração em mercados, preços especiais para segmentos específicos, descontos especiais, prazo e forma de pagamento etc. Praça (distribuição) - Os canais de distribuição envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto até o consumidor. Exemplos: Definição dos canais de distribuição e dos canais alternativos, otimização da logística etc. Promoção (comunicação) - Tem o objetivo de fazer com que a mensagem da empresa e de seu produto atinja uma audiência selecionada, com o propósito de informar, convencer e reforçar o conceito do produto junto aos consumidores. Exemplos: Definição das formas de venda, administração da equipe de vendas, política de relações públicas, definição das mídias, definição por participação em eventos (feiras, exposições) etc. Operações Descrever detalhadamente os produtos e/ou serviços e sua relação com o cliente. Descrever o desenvolvimento do produto a partir do recebimento da matéria-prima, até o produto acabado e justificando a razão de escolha (qualidade e certificação, preço e/ou preço final menor, proximidade, facilidade, tecnologia, atualidade, disponibilidade do estoque, prazo de fornecimento, único fornecedor etc.). Descrever as necessidades de matérias-primas básicas e alternativas, suas características (lote, unidade etc.), custos, fornecedores básicos e alternativos, sazonalidade etc. Descrever os equipamentos que são utilizados no processo produtivo, os custos de manutenção, os operadores necessários, forma de estoque etc. Descrever o ciclo de vida do produto: se a fase é de lançamento, de crescimento, de maturidade ou de declínio. O ciclo de vida do produto determina a estratégia de Marketing que deve ser adotada. Esta é uma informação confidencial e reservada à gerência interna ou a um plano de negócios destinado a empresas da área de Marketing. Descrever a tecnologia aplicada no produto e/ou serviço e no negócio como um todo. Descrever o processo de pesquisa e desenvolvimento que está mantendo a empresa e os seus produtos e/ou serviços tecnologicamente atualizados. Descrever o processo de produção da empresa, quais os recursos utilizados (matérias-primas, funcionários, fornecedores, máquinas, equipamentos e softwares) e a composição do custo final. Identificar o processo de distribuição dos produtos e/o serviços. Estrutura organizacional Descrição do empreendimento e das atribuições de seus principais cargos – a estrutura é representada pelo organograma da empresa, mostrando suas diretorias e departamentos e a subordinação de cada um. Exemplos: Estrutura organizacional da empresa (organograma), descrições dos cargos principais e nomes dos ocupantes dos cargos de direção. Recursos humanos Plano de mão-de-obra — lista de cargos e quantidade de ocupantes necessários. Competências desejadas dos funcionários. Processos de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento. Política salarial e benefícios. Sistema motivacional. Tecnologia da informação Infraestrutura, softwares (apoiar as operações) e site. Riscos Principais riscos do negócio - mecanismos de gestão dos riscos e prevenção de perdas. Finanças A parte financeira deve refletir em números tudo oque foi escrito até então nas outras seções do plano, incluindo investimentos, gastos com Marketing, despesas com vendas, gastos com pessoal, custos fixos e variáveis, projeção de vendas, análises de rentabilidade do negócio etc. Sua importância reside na alocação dos recursos e no monitoramento do desempenho operacional. Integra o planejamento estratégico e orienta as empresas a alcançarem uma real vantagem competitiva no mercado. Os principais demonstrativos a serem apresentados em um plano de negócios são: Orçamento de implantação e operação; Análise do ponto de equilíbrio e fluxo de caixa projetado; Balanço projetado e DRE projetado; Indicadores de desempenho. Legislação Legislação aplicável à empresa. Serviços profissionais a ser contratados – advogado, contador. 4. Colocando o plano de negócios em prática O plano de negócios é o cartão de visitas do empreendedor em busca de financiamento. Muitos empreendedores se queixam de que obter financiamento no Brasil é o principal problema enfrentado por suas empresas. De fato, o Brasil não é exemplo de como financiar a micro e pequena empresa, mas algumas atitudes por parte do empreendedor também deveriam ser tomadas com o intuito de mudar esse cenário. O empreendedor deve utilizar sua capacidade de planejamento e habilidade de negociação, bem como o seu networking, para identificar as melhores alternativas no mercado para injetar capital em seu negócio. A informação é a alma do negócio. E muitos empreendedores não conhecem as alternativas para capitalizar a sua empresa e, definitivamente, os bancos de varejo não são a melhor opção para financiamento de empreendimentos. 1. Capital próprio: É o tipo de financiamento mais comum, e que geralmente é conseguido devido a fatores pessoais e do ambiente que cerca o empreendedor. 2. Capital de terceiros: Existem opções no mercado para financiamento, inclusive através de fornecedores, clientes e funcionários que podem ser parceiros estratégicos no negócio. Além dessa opção existem os Angels Investors, que são a opção de um sócio capitalista do negócio. 3. Capital governamental: Existem diversas fontes de financiamento provenientes dos governos municipais, estaduais e federal que muitas vezes os empreendedores nunca ouviram falar por falta de iniciativa e de pesquisa. Opções de financiamento através do governo: Programa RHAE (Programa de capacitação de recursos humanos para atividades estratégicas), que é um programa do Ministério da Ciência e Tecnologia com o objetivo de dotar o país de melhores condições de competitividade no mercado mundial, por meio de capacitação de recursos humanos através ampliação e consolidação da base tecnológica. Mais informações: www.cnpq.br. Programa PIPE da FAPESP (Programa de inovação tecnológica em pequenas empresas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que financia a pesquisa para a inovação tecnológica diretamente na empresa. Programa SOFTEX (programa nacional de software para exportação). Programa PROSOFT do BNDES, que financia investimentos voltados para o desenvolvimento, localização e comercialização de software. Mais informações: www.bndes.gov.br ou www.softex.br. Programa FINEP, que financia estudos e projetos com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação no país. Mais informações: www.finep.gov.br. Projeto INOVAR, que busca estimular as empresas de base tecnológica. Mais informações: www.venturecapital.com.br. Programa SEBRAETEC e PATME do Sebrae, que é um serviço de consultoria tecnológica. Mais informações: www.sebrae.com.br. Programa Brasil empreendedor, que é um programa de capacitação empresarial e de financiamento de empreendimentos. Mais informações nas agências do Sebrae ou www.sebrae.com.br. 3. Os custos de não ter um plano de negócios · Não chegar ao objetivo: perder-se ou desanimar no caminho. · Chegar a um objetivo que não é bem o pretendido e que não satisfaz. · Chegar a uma parte do objetivo, mas que não valeu a pena. · Chegar ao objetivo a um custo muito maior que o suposto. · Chegar ao objetivo muito depois da data imaginada.