Prévia do material em texto
1 SUSTENTABILIDADE NA MATEMÁTICA 1 Sumário A SUSTENTABILIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES SOCIAIS: COMO TRATAR DESTE ASSUNTO DE MANEIRA CONSCIENTE?.............................3 SUSTENTABILIDADE NA MATEMÁTICA: EXERCITANDO O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ENSINO FUNDAMENTAL II................................................................................5 NA TRILHA DA MATEMÁTICA: DO RACIOCÍNIO AO MEIO AMBIENTE...........................................................................................................8 O CONHECIMENTO MATEMÁTICO......................................................13 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................16 A MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO........................................................................................20 A MATEMÁTICA DA SUSTENTABILIDADE...........................................22 MAS O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?.......................27 TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE...........................................................29 EXEMPLOS DE SUSTENTABILIDADE.................................................30 REFERÊNCIAS......................................................................................31 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 A SUSTENTABILIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES SOCIAIS: COMO TRATAR DESTE ASSUNTO DE MANEIRA CONSCIENTE? Muito se tem ouvido falar em sustentabilidade nas muitas formas de tornar a sociedade mais consciente de seu papel. Sabe-se que o desperdício tem sido o carro-chefe de inúmeras discussões filosóficas, sociais, intrínsecas e extrínsecas ao ser humano. Segundo pesquisas realizadas e condensadas pode-se chegar ao consenso de que sustentabilidade tenha origem no termo “desenvolvimento sustentável”, definido como aquele que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades ou indigências. Muito se têm discutido sobre isso, principalmente nos últimos vinte anos, em razão das dificuldades que os grandes centros vem encontrando em manter a Biosfera equilibrada pautando-se em boas dimensões políticas, valorizando o crescimento social e econômico sem prejudicar o meio ambiente. Diante da evidência da fragilidade humana no quadro atual de degradação e riscos provocados por estilos de vida e de produção incompatíveis com a permanência dos recursos naturais, a sustentabilidade passou a ser o principal desafio para o desenvolvimento social na compreensão e racionalização do que vem a ser, de fato, um ambiente sustentável. Este é um desafio de caráter político e técnico que deve ter como principal mecanismo de conduta o respeito a integridade do ambiente, o consumo sustentável, o respeito à diversidade humana pressupondo uma relação de equilíbrio entre homem, consumo e natureza. A sustentabilidade, portanto, diz respeito às escolhas sobre as formas de produção, consumo, habitação, comunicação, alimentação, transporte e também nos relacionamentos entre as pessoas e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos. O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda metade do século XX. De lá para cá muito se tem discutido e avaliado já que o Brasil de hoje passa por intensa crise de abastecimento de água com dificuldades na geração de energia e problemas bastante complexos a serem solucionados quando o assunto é abastecimento de agua. Há relatos de estudos de 1984 que já afirmavam que a crise poderia ser uma realidade caso governantes políticos não tomassem 4 providencias. E aí estão todos passando pela tormenta da falta de agua e da crise de abastecimento. Leila Ferreira [11] afirma O padrão de produção e consumo que caracteriza o atual estilo de desenvolvimento tende a consolidar-se no espaço das cidades e estas se tornam cada vez mais o foco principal na definição de estratégias e políticas de desenvolvimento. Sendo assim, é importante dizer, que as cidades, a economia, a política os cidadãos, precisam adaptar-se à nova realidade pressupondo que economia e sustentabilidade são palavras de ordem nos dias atuais. Sem elas é impossível fazer com que a sociedade se encontre e trabalhe para o bem comum. É preciso viver o tempo da sustentabilidade urbana, ecológica, ambiental, social, política e econômica. 5 SUSTENTABILIDADE NA MATEMÁTICA: EXERCITANDO O ENSINO DA MATEMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO ENSINO FUNDAMENTAL II O professor é responsável por planejar e organizar a gestão do conhecimento escolar na perspectiva de um ensino que mobilize o educando para reflexões e ações compatíveis com as transformações sociais que vivenciam atualmente. À medida que avançamos no novo século as preocupações com o ambiente ganham importância uma vez que abarcam um conjunto de problemas interligados, interdependentes, que contornam os limites da pobreza, do consumo, do crédito, da produção, das relações, da discriminação etc. Ao se abordar o tema Matemática para o planeta Terra, sinaliza-se para um ensino de Matemática em conformidade com tais preocupações. A amplitude do tema, todavia, não permite analisar todas as inquietações, em todos os contextos, visto que isto seria impossível. Pode permitir, então, a estimulação de uma prática pedagógica que reflita o mais amplo conjunto possível de preocupações pertinentes. A matemática consiste na ampliação das reflexões das práticas de gestão do conhecimento na sala de aula, apoiadas em Idéias Fundamentais da Matemática equivalência, ordenação, proporcionalidade e interdependência. A elaboração de situações de aprendizagem com base na condução de uma Idéia Fundamental não limita, de forma alguma, a escolha de contextos apropriados para cada situação. É possível, por exemplo, que uma atividade seja elaborada considerando o contexto da sustentabilidade e que, simultaneamente, esteja estruturada com base na idéia da aleatoriedade de algumas ocorrências naturais. A matemática desempenha papel fundamental na formação de habilidades intelectuais e estruturação do pensamento, fazendo uso do raciocínio com o apoio de outras áreas, como as artes, ciências, ética, legislação e outros aspectos relacionados ao tema ecologia, como arquitetura, urbanismo e alimentação. Podemos fazer uso da construção do conhecimento da matemática, somando, dividindo, multiplicando, extraindo, para uma nova postura e uma prática ativa,realizando um diagnóstico sobre o meio ambiente e sua correlação com a qualidade de vida digna do cidadão. Todo o estudo deve objetivar tornar o 6 indivíduo participativo, criativo, crítico e cúmplice na solução dos problemas relacionados ao meio ambiente e à cidadania. Podemos citar pequenas ações em casa, desde a classificação e quantificação de lixo orgânico e reciclável, diminuir o desperdício de água e energia, buscarem novas fontes de alimentação e ser criterioso na escolha de materiais de consumo, procurando sempre o critério do respeito à sustentabilidade. No processo de aprendizagem, devemos mobilizar o aluno a usufruir das operações, das medidas, das formas e espaços e da organização das informações para estabelecer vínculos com os conhecimentos da sua realidade. Novamente, podemos valorizar a importância da criança/adolescente a participar de ações como: Quantificar o consumo de água da família; Pesar o lixo reciclável e buscar locais de captação; Fazer um comparativo entre as contas mensais de energia elétrica; Participar da elaboração da listagem de compras da casa e calcular o custo, podendo, inclusive, fazer pesquisas de preço. Dessa forma, a criança descobre uma nova matemática e adquiri confiança em sua própria capacidade para aprendê-la, avançando no processo de formação dos conceitos, assumindo uma nova postura frente ao desequilíbrio ecológico. OBJETIVOS Utilizar o ensino da Matemática para desenvolver hábitos sustentáveis nos alunos do ensino fundamental II. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO A metodologia utilizada neste trabalho busca como a matemática pode ser utilizada para trabalhar o assunto sustentabilidade no ensino fundamental II. RESULTADOS PRELIMINARES Planejar é uma prática cotidiana que se realiza com os mais diversos conteúdos, graus de incerteza e níveis de complexidade, a partir de um objetivo projetado no futuro. O crescimento da humanidade significa um aumento na 7 demanda por energia, maior consumo dos recursos não renováveis, mais produção de alimentos pela agricultura entre outros fatores que estão interligados a sustentabilidade. Por várias razões o modelo de desenvolvimento e as tecnologias tornam se insustentáveis surgindo à necessidade de construir um modelo sustentável, não somente em desenvolvimento material, mas intelectual, cultural, afetivo, ético, solidário e eco – Pedagógico, discursos esses que em sua grande maioria aparecem isentos de ações concretas e efetivas. 8 NA TRILHA DA MATEMÁTICA: DO RACIOCÍNIO AO MEIO AMBIENTE Caracteriza-se como uma prática capaz de ofertar aos profissionais uma oportunidade de buscar assessoramento acadêmico-científico junto às instituições de Ensino Superior, favorecendo a prática de experiências educacionais criativas e inovadoras, além de buscar oferecer as melhores condições para a construção do conhecimento e formação humana. Por meio das observações realizadas durante esse início de ano, pudemos nos convencer de que nossos alunos e seus respectivos responsáveis, ainda não desenvolveram uma real conscientização a respeito dos problemas ambientais, problemas esses que fazem parte do cotidiano de cada um e em extensão, suas famílias que compõe a comunidade local. Reconhecemos ainda, que possuem práticas de coleta e separação do lixo reciclável, sendo uma forma de subsistência, já que muitos pais vivem desta atividade, porém sem possuir a consciência do consumo exagerado pela sociedade ou do impacto causado pelo acúmulo de lixo no meio ambiente. Na busca de instrumentalizar ações permanentes concentradas em favorecer o desenvolvimento tanto da construção do conhecimento lógico- matemático quanto à formação humana para a promoção da vida através de ações sustentáveis, propusemos através do projeto focar em iniciativas para desenvolver a compreensão e interpretação do mundo. Para tanto, utilizaremos a Educação Matemática para subsidiar o trabalho, permitindo assim que o conhecimento tenha sentido em situações que os alunos se propõem a resolver para melhoria das questões sócio-ambientais. Observando o cotidiano dos alunos nas salas de aula, constatou-se que há um grande número de crianças com dificuldade no que diz respeito à construção de conceitos matemáticos e que apresentam grande desinteresse pela área de conhecimento abordada. A proposta de trabalho intitulada: “Na trilha da Matemática: do raciocínio ao meio-ambiente”, sugerimos um trabalho com conceitos básicos matemáticos inseridos nos livros de literatura infantil, realizaremos práticas e parcerias 9 proporcionando aos nossos alunos condições de desenvolvimento da autonomia intelectual necessária a todos os cidadãos a partir do compromisso posto em relação à construção de uma ética planetária e a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Questionaremos o uso racional de recursos naturais para a sustentabilidade ambiental, avaliando o impacto social, os resultados mensuráveis e as metas executáveis. A opção por tal proposta de trabalho se fundamenta na necessidade de superar os dados apresentados em diferentes avaliações internas e externas à escola, as quais tem demonstrado que os estudantes apresentam baixo desempenho em Matemática.Muitas podem ser as razões para esse fato, porém dentre elas destacam-se a dificuldade que os estudantes têm na resolução de problemas e na utilização da própria linguagem matemática, aspectos que serão contemplados no desenvolvimento do referido projeto. Pretende-se ainda, compreender a relação existente entre o desempenho dos estudantes na resolução de problemas e as maneiras pelas quais eles utilizam registros de representação, incorporando à prática pedagógica os conceitos, procedimentos e atitudes matemáticos desenvolvidos em meio às vivências dos alunos, os quais emergem em suas interações sociais e experiências pessoais que integram sua bagagem cultural. Esses conceitos, procedimentos e atitudes se constituem em suas práticas sociais com a Matemática. Assumindo nossa parte neste compromisso e em sintonia com as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal em Curitiba, encontramos neste documento a afirmação que: “Letrar-se matematicamente significa aprender a utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, estabelecendo relações significativas entre elas e mobilizando conhecimentos na solução de problemas relacionados ao mundo do trabalho, da ciência, da vida cotidiana e escolar, o que é fundamental para a participação social e efetiva de um futuro cidadão numa sociedade letrada e informatizada”. (pg.247) Cientes que, o domínio das linguagens matemáticas representa uma das condições para as aprendizagens escolares, possibilitando fazer análises quantitativas e/ou qualitativas, a Matemática possui um papel relevante de 10 investigação, interpretação e compreensão dos diferentes aspectos histórico, filosófico, social e cultural, articulando-se com todas as áreas do conhecimento, incluindo as questões socioambientais. Sendo assim, apresentaremos um projeto no sentido de oportunizar o conhecimento do mundo e domínio da natureza, com base nas linguagens matemáticas, criando-se condições de melhorar sua capacidade de agir na sociedade, assumindo ações permanentes concentradas em um desenvolvimento sustentável para a continuidade da vida na Terra. As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões e, portanto desenvolver uma ampla capacidade de lidar com a atividade matemática e seus conceitos próprios. Quando essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem poderá apresentar um melhor resultado. Aconcepção da Educação Matemática tem por objeto de estudo o ensino e a aprendizagem da matemática, propiciando a formação de cidadãos letrados matematicamente, ou seja, preparados para utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, relacionando-as e solucionando problemas. Nesse sentido, a aprendizagem em Matemática está relacionada à compreensão, ao estabelecimento de relações, ao aprender e produzir significados a partir da prática humana como relação social. Por meio do desenvolvimento do projeto será possível favorecer ainda, programas de mobilização coletiva para estímulo à reciclagem e reutilização de materiais, quantificação dos resultados das ações de voluntariado na comunidade com vistas à educação e sensibilização da população, com interferência de associações e órgãos representativos, participação em concursos internos ou locais que estimulem o debate e a conscientização individual sobre o meio ambiente e a importância da colaboração de cada um, a realização de programas parceiros no tratamento de resíduos procurando reverter o resultado em benefício da própria comunidade, promoção de "econegócios" (negócios sustentáveis), que preservam gerando ocupação e renda, o empreendedorismo, melhorando a qualidade de vida das populações. 11 As atividades desenvolvidas no decorrer do ano de 2009, junto à turmas de 2ºanos e 4ª série do Ensino Fundamental, serão abordadas numa visão global e interdisciplinar. Diante de tais encaminhamentos, realizaremos práticas que configurarão tanto a construção do conhecimento lógico-matemático quanto à formação humana para a promoção da vida. Retratando ainda, um excelente exercício de cidadania, integrando a escola e a comunidade local, percebendo-se integrantes do ambiente, compreendendo a interpelação entre seus elementos, nas dimensões ecológicas, social e política, enquanto co-participantes do processo de melhoria da qualidade de vida. Nesta proposta, afirmaremos a figura do profissional da educação como o mediador capaz de tornar cada questão discutida em um tema de trabalho, independente da área de conhecimento, aprofundando o novo paradigma de tudo com tudo, do local para o global, do cuidado necessário para com o planeta e de um novo modo sustentável de ser. Nas estratégias para a realização do projeto optaremos pelas brincadeiras, construções e jogos que possibilitam às trocas, as comparações, as descobertas que colaboram na construção de um pensamento produtivo e no raciocínio lógico. A compreensão das questões ambientais pressupôs um trabalho interdisciplinar em que a matemática está inserida, fornecendo ferramentas essenciais para a construção de conceitos e procedimentos matemáticos, como: formulações de hipóteses, realizações de cálculos, coleta, organização e interpretações de dados estatísticos, práticas de argumentação, entre outros. Este documento está estruturado na seguinte distribuição: a fundamentação teórica que sustenta a pesquisa, a metodologia da pesquisa considerando a caracterização da unidade escolar e os procedimentos adotados, a apresentação e discussão dos resultados, além das considerações conclusivas do grupo responsável pela concretização deste projeto. 12 O CONHECIMENTO MATEMÁTICO A Matemática enquanto disciplina do Ensino Fundamental retrata um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento do raciocínio lógico. Faz parte da vida das pessoas, nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. A matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização de seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente. De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal em Curitiba: “Esse ensino e essa aprendizagem da Matemática se evidenciam por seus aspectos intrínsecos (relativos à obtenção de pré-requisitos, como técnicas e conhecimentos necessários à continuidade do estudo dentro da própria Matemática); utilitários (na vida cotidiana e profissional); e formativos (representações feitas pelo indivíduo, relacionadas com o seu desenvolvimento intelectual) (RODRIGUES,1993), aspectos que se complementam na formação de cidadãos letrados.” A concepção da educação matemática tem por objeto de estudo o ensino e a aprendizagem da matemática, propiciando a formação de cidadãos letrados matematicamente, ou seja, preparados para utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, relacionando-as e solucionando problemas. Ao propor o ensino da Matemática, torna-se fundamental ter um objetivo determinado, ou seja, exige uma intencionalidade por parte do educador. Utilizando as diferentes linguagens matemáticas que compreendem: a aritmética, álgebra, geometria, probabilidade e gráfico-lógica, as quais são trabalhadas articuladas às demais áreas do conhecimento. Assumindo uma proposta pedagógica de trabalho que acredita na superação do pensar linear a respeito da organização curricular, a qual não supre as necessidades apresentadas diante da atual realidade, compartilharemos de uma organização curricular sistêmica e inter- relacional. Assim para o desenvolvimento do trabalho da escola, é necessário estar garantindo os diferentes olhares sobre um conhecimento, envolvendo a sua totalidade, com os diferentes focos oriundos das áreas do conhecimento 13 integradas, entendidos como uma rede de relações articuladas entre si, e voltada às aprendizagens, na busca de soluções para a situação apresentada. Portanto, este projeto caracteriza-se por ser interdisciplinar, possibilitando um rompimento na concepção de conhecimento linear e fragmentado, envolvendo áreas do conhecimento. Os conteúdos sistematizados nestas áreas permitem subsídios para a construção do conhecimento em rede, tornando a aprendizagem significativa e eficaz, conseqüentemente, uma real apropriação, dentro de uma visão integrada do mundo, além de contextualizar o ensino com situações próprias do cotidiano do educando. No referido projeto assumiremos a proposta de uma matemática investigativa, interpretativa que busca compreensão de diferentes aspectos, praticando metodologias de ensino que possibilitam tais práticas como: a resolução de problemas, modelagem matemática, etnomatemática, jogos matemáticos e tecnologias. A Educação Matemática sobre o enfoque aqui apresentado procura superar a visão do conhecimento matemático estanque, compartimentalizado, imutável, quantificável, com base na lógica formal, assumindo o conhecimento produzido pelos homens, com várias linguagens inter-relacionadas, mutável, aproximado, com base na lógica formal e nas lógicas não formais. Dentre os muitos objetivos do ensino de Matemática, destacaremos o de ensinar a resolver problemas, onde podemos ensinar o conteúdo por meio da resolução de problemas, ou seja, pela estratégia de resolução de problemas mostraremos ao aluno como o conhecimento é construído. E ainda, propiciar ao aluno à possibilidade de desenvolver habilidades para solucionar problemas semelhantes ou de gerar estruturas para a solução de problemas futuros; a forma como isto pode ser feito também é objeto de estudo. Nesta perspectiva a Resolução de Problemas ganha um outro enfoque na sala de aula, possibilitando o desenvolvimento de conteúdo e habilidades de soluções de problemas. No trabalho com problemas é necessário prever que podem existir algumas dificuldades com relação à leitura dos enunciados dos problemas, seja por dificuldades com a linguagem, incompreensão do vocabulário, por exemplo, seja porque as crianças ainda não dominam o código escrito, tendo no professor o mediador para esta situação. 14 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para estruturar as práticas planejadas no referido projeto,nos pautaremos na matemática, subsidiando princípios relevantes na construção da cidadania, sendo que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais o cidadão necessita se apropriar. No ensino da matemática é fundamental relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, gráficos), assim numa abordagem ambiental, pretendeu-se permitir ao aluno realizar conexões necessárias com seu cotidiano, destacando a relevância social e a contribuição para o desenvolvimento intelectual. Portanto, será dada ênfase na resolução de problemas, explorando a matemática a partir de problemas vividos no cotidiano, fortalecendo a construção do conhecimento lógico matemático. Iremos abordar os conteúdos utilizando estratégias que possam mobilizar e desenvolver, entre outras habilidades, as competências cognitivas básicas como argumentação, expressão de idéias matemáticas, organização, compreensão, planejamento, análise, síntese e memorização. Fazendo uso de recursos de jogos e desafios, possibilitaremos a realização de cálculos mentais, formulação de hipóteses, criando e elaborando estratégias para a resolução de problemas que não são aleatórios nem desvinculados de um contexto maior. Para o desenvolvimento deste projeto será necessária uma pesquisa bibliográfica, retratando informações para a interpretação e reflexão sobre as práticas sociais presentes num contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente, articulando com as produções referentes à Educação Ambiental e a Educação Matemática direcionando o trabalho para a busca de atitudes éticas em relação ao ambiente, estabelecendo assim contato com os diferentes documentos produzidos, opiniões em discussão, permitindo um referencial teórico capaz de auxiliar no plano geral da pesquisa. Na busca de pontos pertinentes no contexto em que se insere o desenvolvimento do nosso projeto, será feita uma pesquisa exploratória e descritiva com o objetivo de melhor definir a problemática abordada, proporcionando junto aos educandos observações direcionadas, descrevendo 15 comportamentos e ações mediante os fatos percebidos no próprio ambiente escolar e nos arredores da escola.Tais fatos, mediante processo de coleta de dados, serão sistematizados por meio dos procedimentos matemáticos para a interpretação, registros e elaboração de hipóteses para a transformação da atual situação. Com esta pesquisa será possível estabelecer relações constantes entre determinadas condições, comparando ação e reação, possibilitando a exploração de conteúdos matemáticos, potencializando este aprendizado. Será proposta diferentes atividades promovendo questionamentos, debates, descobertas ampliando o universo de investigação das idéias matemáticas apresentadas pelos educandos. Na coleta de dados, utilizaremos como técnicas: entrevistas com funcionários da escola e membros da comunidade, questionário em fichas de avaliação, além de formulários registrados pela professora no desenvolvimento das atividades. Com as fontes de amostragem, partiremos para o trabalho de tabulação de dados, elaborando tabelas e gráficos simples, para facilitar as interpretações e possíveis análises considerando a faixa etária envolvida no projeto. Utilizaremos ainda etapas da pesquisa de laboratório, durante a proposta de análise das diferentes amostras de materiais e seu processo de decomposição.Com base neste faremos observações diárias, anotações, verificando o processo da experimentação, que finalizará com a produção coletiva de um relatório. Iremos utilizar de contextos lúdicos para favorecer a exploração e a compreensão das idéias matemáticas, trabalhando com imagens, textos e cartazes presentes na mídia, solicitaremos que os alunos realizem descrições, explorem, levantem suas hipóteses, problematizem situações diversas, propiciando ainda, o contato com diferentes gêneros textuais contribuindo para o processo de aprimoramento da leitura e escrita. Oportunizaremos momentos de palestras e/ou oficinas para pais em parceria com instituições que realizam projetos voltados ao meio ambiente, que atuam junto à escola. Planejaremos uma exposição aberta à comunidade local, 16 apresentando as produções realizadas e resultado de pesquisas, convidando pais e comunidade local. os alunos realizarão processos de auto-avaliação em diferentes momentos, confrontando freqüentemente suas ações em relação ao meio ambiente, a limpeza, a reciclagem do lixo e a importância de preservar o ambiente, as conseqüências para sua qualidade de vida. Questionaremos ainda, a prática das palavras chaves presentes no símbolo da escola: respeito, responsabilidade e solidariedade enfatizando nosso trabalho para a formação humana, para uma ética planetária. Tal enfoque estará sempre permeando nosso projeto, num processo de ação, reflexão para nova ação, evidenciamos pontos pertinentes da realidade próxima para o exercício sistemático de pensar e refletir sobre suas ações e das pessoas de sua convivência. Numa educação para a cidadania, as questões sociais se constituem como pontos de reflexão e análise, compreendendo a realidade social e o modo de intervir nela, portanto nossa investigação será pautada nas relações com o espaço de vivência próximo aos alunos, configurado no espaço escolar e no entorno desta. Em nossa proposta de trabalho favoreceremos aos educandos apreender conceitos matemáticos para melhor compreender o mundo, os quais foram discutidos a partir da participação, do interesse, da autonomia na resolução de problemas. No desenvolvimento do projeto os alunos realizarão produções escritas como: relatórios, entrevistas, acrósticos, textos coletivos, pesquisas, desenhos, convites, cartazes para divulgação, campanhas, construção de jogos matemáticos, escrita de uma nova versão a partir do livro “A família Gorgonzola”, dentre outros, numa abordagem ambiental. 17 A MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO Hoje a humanidade vive um de seus maiores desafios ambiental: o Aquecimento Global. Mais do que isso, vive o desafio de lidar com a enorme responsabilidade de fazer parte deste processo, visto que suas atitudes colaboraram e colaboram até hoje para o aumento e a aceleração deste efeito natural. O alerta foi dado pelos cientistas há 30 anos, mas todos nós pensamos que era uma brincadeira. Doce ilusão... As conseqüências já estão sendo sofridas e as previsões não são nada animadoras. Mas nós podemos reverter este quadro se trabalhar juntos e tomarmos consciência do efeito de nossas escolhas diárias no âmbito global. Cada uma das pequenas atitudes que executamos durante nosso dia tem reflexos importantes neste processo de aquecimento do planeta. Andar de carro, gastar energia, recolher o lixo, consumir água, consumir alimentos, utilizar embalagens, são exemplos de atividades comuns e diárias em nossas vidas e que têm influências no meio ambiente. Nós, professores e educadores, temos a missão de ensinar aos nossos alunos determinados conteúdos mas muito mais importante (ao meu ver) é ensiná-los a aprender, a pensar, a analisar e criticar as atitudes da humanidade e suas conseqüências. Ensiná-los da importância da paz, do amor, da solidariedade, da ajuda o próximo e da necessidade de preservar o planeta e conviver harmoniosamente com a natureza. Não precisamos ser professores de ciências ou filosofia para isso! Todos nós, educadores, independente da área de ensino em que atuamos temos meios de realizar esta tarefa tão importante! 18 Por isso, este trabalho está sendo desenvolvido. O intuito é mostrar como a matemática pode ser utilizada como um meio de conscientizar a galerinha da necessidade de agirmos e escolhermos bem nossas atitudes. E, como tema centraldeste trabalho, está este nosso desafio: o Aquecimento Global. 19 A MATEMÁTICA DA SUSTENTABILIDADE Todos os estudos convergem no diagnóstico do que é necessário fazer para atingir a sustentabilidade do desenvolvimento, embora com focagens e ênfases diversas a nível setorial e metodológico. A matemática é a linguagem da ciência e das suas múltiplas aplicações. Foi nos séculos XVI a XVIII que os pioneiros da ciência moderna teimaram em acreditar numa natureza inteligível cujas leis fundamentais se podem exprimir na linguagem abstrata da matemática. A partir dessa época a ciência e a tecnologia, por um lado, e a matemática e a matemática computacional, por outro lado, avançam em conjunto e fortalecem- se por meio de frutuosas interações mútuas. Hoje em dia não há praticamente nenhum domínio da atividade humana que não beneficie do suporte indispensável das aplicações da matemática. As ciências sociais e humanas estão a recorrer progressivamente à estatística, à teoria das probabilidades, à teoria dos jogos, à matemática da otimização, aos sistemas dinâmicos e de um modo geral às equações diferenciais para simular o comportamento e a evolução dos sistemas socioeconômicos e socioecológicos. Foi neste contexto que surgiu recentemente um artigo de investigadores das Universidades de Maryland e Minnesota, a ser publicado na revista Ecológica Econômica, em que se desenvolve um modelo matemático, HumAn and Nature DYnamical (Handy) Model, anteriormente utilizado pela NASA, para simular aspectos essenciais da evolução futura da humanidade. O modelo incorpora a relação dinâmica entre a população e a exploração dos recursos naturais através do modelo presa-predador, construído de forma independente por Alfred Lotka e Vitto Volterra nos anos de 1925 e 1926. Esta ideia tinha sido já explorada com sucesso por J. A. Brander e M. S. Taylor em 1998 para explicar o aumento histórico e o declínio acentuado da população na ilha da Páscoa no Pacífico. A novidade do novo estudo está em terem utilizado mais duas equações diferenciais para simularem aspectos socioeconômicos e políticos, ou seja, o fato de a acumulação da riqueza resultante da exploração de recursos naturais não 20 estar distribuída uniformemente na sociedade e ser controlada por determinadas elites. Assim, uma sociedade pode estar menos estratificada, isto é, ser mais igualitária, ou estar mais estratificada e ser mais desigual. As quatro equações diferenciais relativas às quatro variáveis independentes elites, não- elites, recursos naturais e riqueza acumulada permitem estudar a evolução da tensão ecológica e da estratificação social e analisar os casos em que o sistema evolui para a sustentabilidade ou para o colapso. Apesar da sua simplicidade o modelo matemático é muito rico, pois permite estudar diferentes tipos de sociedades humanas com comportamentos e evoluções muito diversas. Uma conclusão importante destes estudos é mostrarem com grande clareza que se pode atingir a sustentabilidade, caso sejam satisfeitas simultaneamente duas condições: a taxa de utilização de recursos naturais não pode ultrapassar determinados limiares e a desigualdade na distribuição da riqueza, entre as elites e as não-elites, não pode ser superior a determinados valores. Note-se que a sustentabilidade pode ser atingida de forma relativamente suave ou por meio de grandes oscilações ou crises. Por outro lado, o colapso pode ser reversível ou irreversível. Um dos aspectos mais curiosos deste estudo foi o seu impacto imediato nos media e nas redes sociais. Paira no ar a nível mundial uma leve mas persistente suspeita de que o caminho que globalmente estamos a trilhar não é sustentável. Perante o artigo salientou-se quase exclusivamente a eventualidade do colapso inevitável e não a da sustentabilidade. Alguns interpretaram erroneamente que a NASA subscrevia a aproximação de um colapso civilizacional, postura que seria verdadeiramente escandalosa por parte de uma instituição pública. Imediatamente a NASA emitiu um comunicado a desmentir, embora reconhecendo que apoiou a construção do modelo Handy. Creio que o artigo vai originar uma nova fileira de investigação, porque permite fundamentar de forma cientificamente robusta as tentativas de prospectiva da enigmática evolução futura da sociedade humana globalizante, no contexto do atual paradigma do consumismo e de desigualdades sociais crescentes. No seu artigo os autores reconhecem algumas das limitações do 21 modelo matemático utilizado e anunciam a intenção de procurá-las ultrapassar. Há que distinguir no modelo entre recursos naturais renováveis e não renováveis, introduzir uma variável que simule a inovação tecnológica no que respeita ao acesso, eficiência de exploração e substituição de recursos, simular o efeito de políticas que modificam de forma ponderada e variável o consumo de recursos, os coeficiente de desigualdade social e de natalidade, e representar de forma acoplada as grandes regiões do mundo e as suas diferentes situações e políticas no que respeita ao consumo e comércio de commodities. Contudo, é muito improvável que as principais mensagens do modelo mudem. Sem moderar a escala global o consumo de recursos naturais e diminuir as desigualdades sociais não são possível chegar a um equilíbrio de sustentabilidade para a sociedade humana. A vantagem do modelo matemático é procurar integrar de forma dinâmica todas as variáveis superando visões parciais que não integram essa dinâmica. O que se tem feito até agora é reunir os resultados de análises setoriais que podem ser muito sofisticadas e procurar construir de forma não dinâmica uma visão da evolução do sistema global. Por esta via também se obtêm conclusões finais semelhantes do ponto de vista qualitativo. Estes estudos provêm não só de grupos de investigadores acadêmicos que se debruçam há já bastante tempo sobre estes temas, mas também de organizações nacionais e internacionais públicas e privadas. Todos estes estudos convergem no diagnóstico do que é necessário fazer para atingir a sustentabilidade do desenvolvimento, embora com focagens e ênfases diversas a nível setorial e metodológico. O problema está em passar da teoria à prática e pôr em marcha um programa global de desenvolvimento sustentável. Será isto possível de realizar? Que sucederá se não for? Um dos temas centrais da Conferência Rio+20 foi a economia verde, caracterizada por promover o bem-estar, combater as desigualdades sociais, reduzir os riscos ambientais e a escassez de recursos naturais. Recentemente os sectores mais ligados à indústria e à economia têm promovido o conceito mais restrito de “economia circular” centrado no aumento da eficiência no uso dos recursos e na reciclagem. A razão desta viragem resulta de haver uma forte 22 tendência de aumento do preço das commodities provocada por crescentes dificuldades de exploração e alguma escassez, iniciada no começo deste século. A preocupação é tal que, para animar, as grandes multinacionais afirmam que a escassez de recursos irá promover a terceira revolução industrial! Com o previsível aumento da população global até cerca de 9200 milhões em 2050, o crescimento anual da produtividade nos sectores das hard commodities (bens extraídos ou minerados), das soft commodities (bens produzidos pela agricultura), da água e da energia, terá de ser muito maior do que na atualidade, para satisfazer a procura dessa população crescente e, especialmente, de uma imensa classe média emergente nos países fora da OCDE. A McKinsey estima no relatório Resource Revolution que haverá mais 3000 milhões de consumidores da classe média em 2030. O desafio para manter o atual modelo de consumo no sector das commodities é enorme, mas no sector da energia e das suasexternalidades ambientais a problemática torna-se ainda mais complexa. À escala global cerca de 80% das fontes primárias de energia são combustíveis fósseis cuja combustão lança grandes quantidades de CO2 para a atmosfera. Para alterar esta situação seria necessário um entendimento a nível internacional, mas nenhum país quer ceder porque todos estão erroneamente convencidos de que perdem competitividade e a energia é o motor do atual paradigma de crescimento medido por meio do PIB. Mundialmente os subsídios governamentais para os combustíveis fósseis aumentaram de 311 em 2009 para 544 mil milhões de dólares em 2012. Cerca de 100 mil milhões de dólares são subsídios diretos aos produtores e o restante serve para baixar o preço de venda dos combustíveis aos consumidores, assegurando assim a “estabilidade política”, como acontece no Irão, Arábia Saudita, Rússia, Índia, China, Venezuela, entre outros países. As energias renováveis modernas representam apenas cerca de 5% das fontes primárias de energia e receberam em 2011 subsídios globais de 88 mil milhões de dólares. Elas são o caminho seguro para travar as alterações climáticas que a médio e longo prazo poderão pôr em risco a segurança alimentar (no sentido da disponibilidade de alimentos) em muitas regiões do mundo. A sustentabilidade – social, econômica e ambiental – está ao nosso alcance, mas 23 para a atingir é necessário que cada um de nós tenha informação e conhecimento sobre os grandes desafios globais, reflita sobre eles e conseqüentemente mude o seu comportamento e ação. MAS O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? Desenvolvimento sustentável refere-se ao desenvolvimento socioeconômico, político e cultural atrelado à preservação do meio ambiente. Sendo assim, as práticas capitalistas associadas ao consumo devem estar em equilíbrio com a sustentabilidade, visando aos avanços no campo social e econômico sem prejudicar a natureza. É a garantia do suprimento das necessidades da geração futura por meio da conservação dos recursos naturais. Esse termo surgiu no relatório desenvolvido pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento apresentado em 1987, conhecido como Relatório de Brundtland ou Nosso Futuro Comum. O relatório traz a definição de desenvolvimento sustentável como: “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.” Em 2015, a ONU divulgou uma agenda|1| em que consta dezessete objetivos a serem adotados pelos países até 2030 para que o desenvolvimento sustentável seja atingido. São alguns dos objetivos propostos por essa agenda: Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. Contudo, é válido ressaltar que o conceito de desenvolvimento sustentável é bastante criticado. Muitos acreditam que não há como desenvolver a economia 24 sem haver prejuízos ao meio ambiente, portanto, a ideia de promover a sustentabilidade seria frustrada, visto que o desenvolvimento socioeconômico depende da exploração cada vez maior dos recursos naturais conforme haja aumento da população e aumento do consumo. Outro aspecto relevante a ser esclarecido é que muitos utilizam sustentabilidade e desenvolvimento sustentáveis como sinônimos. No entanto, o termo sustentabilidade surgiu após a discussão acerca do desenvolvimento sustentável. 25 TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade é tratada por meio de três dimensões que indicam um equilíbrio harmonioso entre as esferas social, ambiental e econômica. Esse tripé corresponde a uma tendência das empresas que passaram a se comprometer com a sustentabilidade. As principais características das três dimensões são: → Sustentabilidade ambiental: refere-se à preservação do meio ambiente de maneira que a sociedade encontre o equilíbrio entre o suprimento de suas necessidades e o uso racional dos recursos naturais, sem prejudicar a natureza. → Sustentabilidade social: refere-se à participação ativa da população no que tange ao desenvolvimento social por meio da elaboração de propostas que visem ao bem-estar e igualdade de todos em consonância com a preservação do meio ambiente. → Sustentabilidade econômica: refere-se ao modelo de desenvolvimento econômico que visa à exploração dos recursos naturais de maneira sustentável, sem prejudicar o suprimento das necessidades da geração futura. 26 EXEMPLOS DE SUSTENTABILIDADE As ações sustentáveis não perpassam apenas por grandes projetos promovidos por países, órgãos e instituições. Essas ações começam individualmente, do local para o global. São inúmeras as práticas sustentáveis que podem ser adotadas tanto individualmente quanto coletivamente, pensando no bem-estar social associado à preservação do meio ambiente. São alguns exemplos: Economizar água e energia; Reutilizar água para outras atividades; Recolher água da chuva para atividades de limpeza; Evitar uso de materiais que não são biodegradáveis; Adotar o hábito de plantar árvores, especialmente as espécies que se encontram em risco de extinção; Aproveitar a luz solar bem como adote em suas residências, se possível, fontes de energia alternativas; Diminuir o consumo de produtos que utilizem plásticos, visto que esses demoram a se decompor na natureza; Reciclar o lixo; Optar por produtos com embalagens retornáveis; Adotar meios de transportes alternativos, como a bicicleta ou coletivos; Dar preferência ao uso de biocombustíveis. 27 REFERÊNCIAS BASSANI, P; CARVALHO, M.A.V.de. Pensando a sustentabilidade: Um olhar sobre a agenda 21. TOZETTO, Claudia. Equivalência gera ordem, ordem gera equivalência. Revista Cálculo, nº 23, ano 2, p. 29-34, dez. 2012. BARROS, Aidil de Jesus Paes de. Projeto de Pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990. BICUDO, M. A.V. e GARNICA, A. V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BRANCO Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate – São Paulo: Moderna, 1988. Coleção Polêmica. BRASIL; Parâmetros Curriculares Nacionais. BOFF, Leonardo.Virtudes para um outro mundo possível, vol. I: hospitalidade: direito e dever de todos – Petrópolis, Rj; Vozes, 2005. CAMARGO, João Paulo. Contribuições da Pedagogia de Freinet para as discussões sobre Educação Ambiental - www.educaronline.com.br CAPRA, Fritjof. Teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996. CURITIBA. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – 1992. Agenda 21.IPARDES, 1997. DALY, H.Sustentabilidade em um mundo lotado ScientificAmerican,n.41,. outubro, 2005,p.27. DANYLUK, O. Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita infantil. Porto Alegre: Sulina, 2002. DANTE, L.R. A didática da resolução de problemas. São Paulo, Ática, 1989. DIAS, Genebaldo Freire. Atividades Interdisciplinares de Educação Ambiental. São Paulo, SP: Global, 1994. 28 D. AMBRÓSIO, Ubiratan. Da realidade à ação: reflexões sobre a educação matemática. São Paulo: Summus, s/d. KAMII, Constance; DECLARK, Georgia. Reinventando a Aritmética. Trad. Elenisa Curt, Marina Dias, Maria Mendonça. 1.ed. Campinas: Papirus, 1996 LACROIX, Michel. Por uma moral planetária: contra o humanicídio – São Paulo: Paulinas, 1996. MALHADAS, Zíole Zanotto. Dupla Ação – conscientização e Educação Ambiental para a sustentabilidade: A Agenda 21 vai à escola. NINAD, Curitiba:UFPR, 2001. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. MORIN, E.; WULF, C. Planeta: a aventura desconhecida. Tradução: Pedro Goergen. São Paulo: Editora UNESP, 2003. https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.empresasga uchas.com.br%2F2014%2F07%2F03%2Fsustentabilidade- empresarial%2F&psig=AOvVaw3SOnKNrtIlZH7lVHmlUeUf&ust=1604598914823 000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOD___a66ewCFQAAAAAd AAAAABAJ