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NOVO CONSENSO EM MACROECONOMIA Maria Isabel Busato
BLANCHARD, 2017
Nas décadas de 1980 e 1990, as discussões entre novo-clássicos e os novo-keynesianos, eram sempre 
acaloradas. Os novo-keynesianos acusavam os novo-clássicos de confiarem em uma explicação implausível 
para as flutuações e de ignorarem imperfeições óbvias; os novo-clássicos, por sua vez, apontavam para a 
natureza arbitrária de alguns dos modelos keynesianos. A partir dos anos 2000, porém, uma síntese pareceu 
surgir. 
Metodologicamente, ela se baseia na abordagem RBC e em sua cuidadosa descrição dos problemas de 
otimização de pessoas e empresas. 
Conceitualmente, reconhece a importância potencial das mudanças no ritmo do progresso tecnológico 
enfatizadas pelo enfoque RBC.
Contempla as imperfeições enfatizadas pelos novo-keynesianos, como a importância da rigidez nominal na 
criação de um papel para a demanda agregada de forma que ela afete o produto. 
Não se abandona a HER, mas na prática, bancos centrais ao redor do mundo usam uma formulação hibrida 
de expectativas (HEA + HER) a fim de prever a inflação.
BLANCHARD, 2017
Goodfriend and King (1997) (p.27)
Recomendação de política:
“Assim, a recomendação é que a política monetária estabilize a trajetória do nível de preços para manter a 
produção em seu potencial. Esta política é “ativista” no sentido de que a autoridade deve gerenciar a 
demanda agregada para acomodar qualquer oferta – distúrbios do lado da produção”.
Snowdon e Vane (2005, p. 409) apontam que teóricos do Novo Consenso não são muito favoráveis a 
políticas discricionárias, mas veem papel ativo para a política econômica em momentos de grandes 
recessões. Inclusive para a política fiscal, caso a taxa de juros esteja muito baixa (lower bound of zero).
NOVO CONSENSO
Anos 90 desenvolveu-se então um “novo consenso” ou a chamada “Nova síntese Neoclássica’, tais 
modelos passaram a ser considerados a melhor forma – dentro do mainstream – para explicar as 
flutuações de curto prazo, bem como para discutir a condução da política econômica. 
Principais autores: Taylor, B.Bernanke, David Romer, Blinder, Gordon, Mankiw, Blanchard, 
Fischer, entre outros.
NOVO CONSENSO – PRINCÍPIOS (TAYLOR, 2000)
Com base em Taylor (2000, p.90) – um dos expoentes dessa corrente – pode-se traduzir as 
ideias do “new consensus approach”, a partir de cinco pilares centrais, a saber: 
a) a trajetória do produto potencial (de longo prazo) independe das condições de demanda, sendo 
determinado, pelas condições de oferta. Ademais, a dinâmica de crescimento da economia é explicada 
pelo modelo de crescimento de Solow estendido – uma tentativa de incorporar endogenamente a 
tecnologia – (modelo de crescimento endógeno); 
b) existe, no curto prazo, um trade-off entre inflação e desemprego, contudo, no longo prazo, as 
políticas de estimulo à demanda são neutras, o que resulta na verticalidade da curva de Phillips no 
longo prazo; 
c) a existência do trade-off entre inflação e desemprego é fruto, sobretudo, da rigidez temporária dos 
preços e salários, e implica significativamente nas flutuações do produto/emprego real em torno do 
produto potencial/natural; 
d) as expectativas inflacionárias são endógenas; 
d) as decisões de política monetária deveriam seguir regras claras, na qual a taxa de juros nominal, de 
curto prazo, é ajustada em reação aos eventos econômicos. 
NOVO CONSENSO – CARACTERÍSTICAS (ARESTIS E SAWYER)
Características do Novo Consenso Macroeconômico, segundo Arestis e Sawyer :
i. Propriedade da neutralidade da moeda, cujo valor de equilíbrio das variáveis reais é 
independente da oferta de moeda, e o processo de mitigação da inflação, realizado pela política 
monetária, em especial, pela taxa nominal de juros. 
ii. A taxa de juros é o principal instrumentos para combater a inflação e, se for o caso, lidar com as 
flutuações econômicas; 
iii. A curva de Phillips é vertical, ou seja, no longo prazo não há trade off entre inflação e 
desemprego ou entre inflação e produto. A taxa de desemprego (NAIRU) “Non Accelerating 
Inflation Rate of Unemployment” (NAIRU) no longo prazo é determinada pelas condições de 
oferta e pelas condições do mercado de trabalho negligenciando-se, portanto, fatores de demanda. 
iv. Há o anúncio de uma âncora nominal que o BC anuncia, normalmente uma meta para a 
inflação.
v. Credibilidade e transparência são reconhecidas como elementos-chave para o sucesso da âncora 
nominal, pois tais elementos inibem problemas de inconsistência dinâmica e/ou de viés 
inflacionário à semelhança de Kydland- Prescott (1977). Ou seja, importância na gestão das 
expectativas, baseadas em regras com BC independente como prescrição.
vi. A política fiscal é coadjuvante, deve buscar estabilidade relação dívida/PIB 
NOVO CONSENSO – PRINCÍPIOS (LICHA, 2015)
Em síntese, conforme Licha (2015), os princípios principais estabelecidos pelo novo consenso no 
final da década de 1990 são: 
a) A prioridade da política monetária é a estabilidade de preços; 
b) Estabilizar a taxa de inflação permite estabilizar o nível de atividade; 
c) O instrumento de política monetária deve ser a taxa de juros para empréstimos interbancários. Os 
agregados monetários são instáveis e difíceis de serem controlados e por esse motivo não podem ser 
utilizados como instrumentos de política monetária; Já as taxas de juros básicas podem ser controladas 
pelos bancos centrais; 
d) A política fiscal é coadjuvante da política monetária para estabilizar a taxa de inflação e o nível de 
atividade; 
e) A credibilidade do banco central é importante para ter uma inflação baixa; 
f) É fundamental para a política monetária ter objetivos e procedimentos transparentes para a determinação 
da taxa de juros e, em especial, regras para enfrentar os choques diversos. Cláusulas de escapes 
previsíveis. 
NOVO CONSENSO
Em termos bem amplos:
 A tendência é explicada por alguma das versões do modelo como o de Solow, com
produto Y = F(K, L, A)
 As flutuações (desvios do produto real em relação à taxa de crescimento de LP) podem
ser explicadas tanto por choques de demanda como por choques de oferta, tais como:
i) Choques de demanda (mudança nas preferências, Confiança afetando a demanda por bens de 
capital, choques tradicionais – monetário etc.);
ii) Choques de oferta (produtividades, safras etc)
iii) Choques financeiros (oferta e demanda por crédito).
Mostrar gráficos oferta x demanda agregada e Curva de Phillips.
NOVO CONSENSO – POLÍTICA ECONÔMICA
A política econômica deve abordar tendência e ciclo.
 TENDÊNCIA:
Essencialmente progresso técnico; educação melhorando a produtividade da mão de obra; políticas inovativas.
 (não são políticas de ‘administração’ do ciclo)
 CICLO ECONÔMICO:
Política monetária: em geral deveria objetivar reduzir os desvios do produto no CP em relação à seus valores de LP. A 
política monetária é a que merece maior destaque na escola Novo Consenso em macroeconômica;. Em geral pode haver 
meta para o produto, meta para inflação, uma regra reativa de juros. Função perda social do BC, etc.. A PRIORIDADE 
é a estabilidade dos preços.
 Crise: caso a economia esteja em crise, um grupo relevante de autores defende que o BC poderia lançar mão de 
instrumentos não convencionais (compra de títulos públicos e privados, como o quantitative easing).
Política Fiscal: coadjuvante da monetária durante o ciclo econômico. Deve colaborar para reduzir as flutuações com 
META para solvência da dívida, evitando trajetórias instáveis. Deve-se evitar a chamada dominância fiscal, bem como 
políticas discricionárias que abandonem a meta para o resultado primário. A política fiscal não é central.
NOVO CONSENSO – PRINCÍPIOS
Resumidamente, no longo prazo, após o ajustamento de preços e salários, prevaleceria: 
(a) a estabilidade clássica ou novo-clássica com uma taxa natural de desemprego ou Nairu; 
(b) o produto em seu nível potencial; e 
(c) a verticalidade da curva de Phillips. 
Lembrando queao invés de taxa natural de desemprego, muitos autores utilizam o conceito de 
Nairu (non-accelerating inflation rate of unemployment):
Muito próximo do conceito de taxa natural. Nairu é um conceito que busca identificar os determinantes
da taxa de desemprego agregada, incorporando variáveis institucionais que comandam a determinação 
dos salários e dos preços. O principal resultado é a concepção de uma "taxa de desemprego de 
equilíbrio", à qual a inflação se estabiliza. Mas não necessariamente seria a taxa natural de Friedman. 
Por outro lado, se o desemprego é resultado das escolhas ótimas, em que sentido ele seria involuntário?
NOVO CONSENSO: FORMALIZAÇÃO CASO GERAL
A formalização se materializa nos regimes de metas para inflação ao redor do mundo, que em seu 
arsenal contém: 
i) Uma curva IS para estimar os efeitos dos juros sobre o produto ou hiato do produto; 
ii) Curva de Phillips – utilizada para prever a inflação;
iii) uma regra reativa de juros.
Por que é importante que as expectativas sejam endógenas?
Regra de Taylor (seria uma regra reativa de juros, nesse cado foi estimada para as ações do FED):
𝑟𝑡 = 𝑟
∗ + 𝛼 𝜋𝑡 − 𝜋𝑡
𝑀 + 𝛽 𝑌𝑡 − 𝑌
∗
r e r* taxa real de juros e taxa real de juros de equilíbrio
𝜋𝑡 𝑒 𝜋𝑡
𝑀 = inflação e Meta para inflação
A RACIONALIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES DO NEW 
CONSENSUS PARA O CASO DO BRASIL: RMI
O arsenal geral sugere:
i. Anúncio da Meta de inflação. 
ii. O uso de uma curva IS que sumariza o efeito de curto prazo das políticas sobre o produto 
ou hiato do produto e sobre o emprego da economia; 
iii. O uso de uma curva de Phillips que possibilite fazer a previsão da inflação esperada que 
será comparada com a inflação Meta determinada pelo BC.
iv. Uma regra reativa de juros (implícita) como a regra do tipo Taylor, mas não 
necessariamente com metas para o produto. No Brasil não se conhece a regra reativa de juros, 
mas a ideia central é: se a inflação esperada estiver acima da meta (considerando as margens 
aceitas), o banco central ajusta a taxa de juros para cima na busca de reduzir a demanda e a 
pressão sobre os preços. Desse modo, a inflação continua sendo interpretada 
fundamentalmente como sendo excesso de demanda e a taxa de juros é o instrumento básico 
de controle da inflação.
Há certa discricionariedade nesse ponto?
A RACIONALIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES DO NEW CONSENSUS PARA O CASO DO 
BRASIL: SISTEMA DE METAS PARA A INFLAÇÃO
O “grupo” de equações/modelos estruturais representativos da nova-síntese e usado 
para identificar os mecanismos de transmissão da política monetária pode ser tão 
complicado quanto se desejar, mas, em sua essência, pode ser resumido em três 
equações básicas: 
(i) uma função IS; 
(ii) uma curva de Phillips; e
(iii) uma regra reativa de juros
Tanto no artigo do Bogdanski et.al. (2000) como do BBC (2000) há uma quarta 
equação que estabelece uma condição de paridade de juros que estabelece o 
equilíbrio financeiro no mercado cambial. Nela a taxa de juros interna seria igual à 
taxa de juros externa somada da expectativa de desvalorização cambial e do prêmio 
de risco doméstico. 
A RACIONALIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES DO NEW CONSENSUS PARA O CASO DO BRASIL: 
SISTEMA DE METAS PARA A INFLAÇÃO
A Curva IS (versão simplificada)*:
A proposta é especificar a IS de modo que expresse o gap/hiato do produto (h) em 
função das suas próprias defasagens (ht-1 e ht-2); da taxa real de juros (rt-1) e dos 
choques de demanda (et
h) (componente aleatório). Há alguma histerese?
O hiato do produto é entendido como os desvios do produto em relação ao potencial.
*Atenção: essa é uma aproximação de uma das especificações apresentadas pelo banco central no relatório (2000) 
Implementing Inflation Targeting in Brazil. Em seguida se apresentará a versão original do relatório (2000)
 
0 1 1 2 2 3 1
h
t t t t th h h r e         
A RACIONALIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES DO NEW CONSENSUS PARA O CASO DO 
BRASIL: SISTEMA DE METAS PARA A INFLAÇÃO
Como se apresenta do relatório do BC:
A RACIONALIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES DO NEW CONSENSUS PARA O CASO DO BRASIL: SISTEMA 
PARA A INFLAÇÃO
A Curva de Phillips (em uma especificação simplificada e aproximada daquela proposta para 
o Brasil):
Os coeficientes associados à inflação esperada (HEA e HER) somam 1. Logo, impõe-se que a inflação, uma vez 
atingida, não se dissipa espontaneamente. A imposição de full inertia tem uma especial implicação em termos de 
política econômica. Quando se impõe a verticalidade da C. de Phillips, dá-se uma resposta à pergunta formulada por 
Friedman sobre o que a política monetária pode e o que ela não pode. Vejam a citação apresentada no próximo 
slide.
COMPLEMENTO CURVA PHILLIPS
Como o relatório do BC trata os coeficientes associados à inflação passada e 
esperada:
CURVA DE PHILLIPS – RMI BRASIL
Curva de Phillips – como se apresenta no relatório do BC:
RMI BRASIL
Como funciona o RMI no Brasil
Se inflação esperada (estimada através da curva de Phillips) > Inflação Meta => BC atua aumentando os juros, 
independente da fonte originária da inflação.
O aumento dos juros teria o papel de reduzir o produto e tirar a pressão sobre preços.
O que os estudos sobre inflação mostram: que o principal mecanismo de transmissão é a transmissão dos juros 
para o mercado cambial. Aumento juros => entrada de capital => valorização cambial => aumenta competição 
internacional e cai a inflação.
Por fim, em termos gerais, a política monetária deve ter como objetivo central o controle da inflação. Se 
admitindo eventualmente/por alguns autores políticas monetárias não convencionais caso seja preciso políticas 
anticíclicas.
Mais informações sobre o regime de metas brasileiro:
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/metainflacao
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/metainflacao
RMI BRASIL
Como funciona o RMI no Brasil
RMI BRASIL
Fonte: elaboração própria, IPEADATA
5,97
7,67
12,53
9,30
7,60
5,69
3,14
4,46
5,90
4,31
5,91
6,50
5,84 5,91
6,41
10,67
6,29
2,95
3,75
4,31 4,52
10,06
5,79
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
IPCA - taxa de variação - (% a.a.) - IBGE/SNIPC
A VISÃO DA POLÍTICA FISCAL
Política fiscal no Novo Consenso Macroeconômico (NCM): Coadjuvante, especialmente a 
discricionária. 
Ênfase mais importante do NCM sobre a condução do lado fiscal: 
• Estabilidade da dívida pública;
• trajetória sustentável das contas públicas;
• Mobilidade internacional de Capitais x sustentabilidade das contas públicas x farol para os 
fluxos internacionais capitais 
• A crença que essa abordagem esgotara o aprendizado necessário sobre o funcionamento da 
macroeconomia e sobre a melhor forma de conduzir a política econômica era tão disseminada 
entre os anos 1980 e o período pré-crise de 2008, que Robert Lucas certa vez afirmou: “[the] 
central problem of depression prevention has been solved, for all practical purposes, and has in 
fact been solved for many decades” 
•Tradução: “[o] problema central da prevenção da depressão foi resolvido, para todos os 
propósitos práticos, e de fato foi resolvido por muitas décadas” (LUCAS, 2003, p.1). 
O NOVO CONSENSO MACRO – POLÍTICA FISCAL
As prescrições de política econômica do chamado Novo Consenso Macroeconômico (NCM) – FISCAL:
•Estabilidade da dívida pública;
•trajetória sustentável das contas públicas;
•Mobilidade internacional de Capitais x sustentabilidade das contas públicas x farol para os fluxos internacionais 
capitais 
A tese da sustentabilidade da dívida ou das “finanças saudáveis” ganha força no NCM:
i) através da tese da exogeneidade do produto potencial às condições demanda;
ii) da aceitação da Crítica de Lucas; e
iii) da aceitação da tese de inconsistência intertemporal da política, de Kydland e Prescott (1977).
Além dos fundamentos teóricos, a maior mobilidade de capitais internacionais teria feito da sustentabilidade das contas
públicas uma espécie de farol para os fluxos internacionais de recursos. (Bond vigilantes) - grandesinvestidores
internacionais que “ameaçariam” os países endividados com crises cambiais, forçando-os a ofertarem maiores prêmios
de riscos em suas dívidas. Por tais razões a busca de um orçamento equilibrado torna-se central para garantir o
crescimento e a estabilidade a longo prazo.
A grande moderação!!!!
Fim dos anos 1980 até a crise financeira 
de 2007/2008
A GRANDE MODERAÇÃO! OTIMISMO
Na visão do mainstream, a ‘nova política’, ou a política do NCM, estaria 
obtendo sucesso em manter a inflação baixa desde os anos 1980, com a 
economia mais estável e recessões brandas – o que ficou conhecido na 
literatura como ‘grande moderação’, termo cunhado em 2002 por James 
Stock e Mark Watson
https://en.wikipedia.org/wiki/James_H._Stock
https://en.wikipedia.org/wiki/Mark_Watson_(economist)
A CRENÇA NA GRANDE MODERAÇÃO – OTIMISMO.
Dados USA
A crença que essa abordagem esgotara o aprendizado necessário sobre o funcionamento da macroeconomia e sobre a 
melhor forma de conduzir a política econômica era tão disseminada entre os anos 1980 e o período pré-crise de 2008 que:
MISHKIN (2007) – Estaríamos construindo uma “ciência monetária”;
BERNANKE (2004) Entramos na era de “a grande moderação”;
ROBERT, LUCAS (2003) afirmou: “[O] problema central da prevenção da depressão foi resolvido para todos os fins 
práticos e de fato foi resolvido por muitas décadas”(LUCAS, 2003, p.1). 
Os anos de politica fiscal discricionária estabilizadora da economia eram coisa do passado (Taylor, 2000b, p. 35).
BLANCHARD, 2017
Justamente no momento em que uma nova síntese parecia estar à vista e os macroeconomistas sentiam 
que detinham as ferramentas para entender a economia e elaborar a política econômica, nos deparamos 
com a crise de 2007/08. Sabemos que a Grande Depressão levou a uma reavaliação drástica da 
macroeconomia e iniciou a revolução keynesiana. 
Pode-se perguntar se essa crise terá o mesmo efeito sobre a macroeconomia, provocando ainda outra 
revolução. É muito cedo para dizer, mas achamos que provavelmente não haverá uma revolução, mas sim, 
nada obstante, uma grande reavaliação. 
Não há dúvida de que a crise reflete um grande fracasso intelectual por parte da macroeconomia. O 
fracasso foi não perceber que uma crise de tal porte poderia acontecer, que as características da economia 
eram tais que um choque relativamente pequeno — neste caso, a queda nos preços dos imóveis 
residenciais nos Estados Unidos — poderia provocar uma grave crise global. A fonte do fracasso, por sua 
vez, foi o foco insuficiente no papel das instituições financeiras na economia. 
Nosso foco em aula de Macro II, será na mudança nos rumos do debate sobre política fiscal pós 
crise 2007/08.
A PRIMEIRA VIRADA ...CRISE 2008
Vamos ter uma aula exclusiva sobre o debate que surge sobre o papel da política 
fiscal pós crise 2008 e Covid 19. Por ora, vamos apresentar um pouco do avanço no 
debate sobre multiplicadores fiscais....
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Licha, A. Teoria da política Monetária – Uma abordagem a nível intermediário. (Mimeo, Rio de Janeiro,
2014). http://www.vitorwilher.com/wp-content/uploads/2013/08/teoria_da_politica_monetaria-licha.pdf
Licha, A. Novo Consenso. Escolas de Macroeconomia - Corecon, RJ. 2015.
Busato, M. & Cavalcanti, A. Ramalhete, R. A dinâmica inflacionária no New Consensus Economics: uma
análise crítica. Revista Análise Econômica, 2009.
Bogdanski et.al. (2000) Implementing Inflation Targeting in Brazil. BBC, 2000.
Busato M.I & Montani, N. Multiplicadores fiscais no Brasil: Entre consensos e dissensos.
https://www.ie.ufrj.br/images/IE/CATEDRA/Texto%205_Catedra%20Celso%20Furtado_Multiplicadores_vf.
pdf
http://www.vitorwilher.com/wp-content/uploads/2013/08/teoria_da_politica_monetaria-licha.pdf
https://www.ie.ufrj.br/images/IE/CATEDRA/Texto 5_Catedra Celso Furtado_Multiplicadores_vf.pdf

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