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EPILEPSIA ANATOMIA OBJETIVOS . A função principal de cada lobo e dos principais giros (tem no roteiro os giros. Quero é que vocês falem a função simplificada mesmo, sem precisar detalhar) https://www.youtube.com/watch?v=Ls9 ruzo TmI https://www.youtube.com/watch?v=mG com KWf JXs https://www.youtube.com/watch?v=o4J tsipras https://www.youtube.com/watch?v=Dji6nw2x59Q O córtex cerebral é dividido em seis lobos: os lobos frontal, temporal, parietal, occipital, insular e límbico. memória, recompensa, emoção hipocampo - fórnix - corpo mamilar - núcleo anterior do tálamo- giro do cíngulo - córtex entorrinal - hipocampo amígdala -hipotálamo - ACTH - cortisol hipocampo - medo e ansiedade sistema mesolímbico - núcleo accumbens - aferencias dopaminérgicaS - área tegmentar ventral - núcleos habenulares SISTEMA LÍMBICO . lobo límbico (limbo = contorno) - face medial de cada hemisfério cerebral observa-se um anel cortical contínuo , constituído pelo giro do cíngulo, giro parahipocampal e hipocampo - conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com emoção e memória https://www.youtube.com/watch?v=LNs9ruzoTmI https://www.youtube.com/watch?v=mGxomKWfJXs https://www.youtube.com/watch?v=o4JbIotpras https://www.youtube.com/watch?v=Dji6nw2x59Q https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-frontal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-temporal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-parietal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-occipital Hipocampo → Fórnix → Corpo mamilar → Núcleo Anterior do tálamo → Cíngulo → Córtex entorrinal → Hipocampo CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR ○ Apenas a parte anterior do giro do cíngulo relaciona-se com o processamento das emoções ○ Participação em emoções de tristeza e quadros depressivos CÓRTEX INSULAR ANTERIOR CÓRTEX PRÉ FRONTAL ORBITOFRONTAL ○ somente a área orbitofrontal está envolvida no processamento das emoções ○ conexões com o corpo estriado e com o núcleo dorsomedial do tálamo HIPOTÁLAMO ○ papel preponderante como coordenador das manifestações periféricas das emoções através de suas conexões com o sistema nervoso autônomo ○ associado a respostas emocionais complexas, como raiva e medo ÁREA SEPTAL ○ situa-se abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à comissura anterior ○ formada pelos núcleos septais ○ tem conexões amplas e complexas ○ através do feixe prosencefálico medial recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema de recompensa ○ é um dos centros de prazer do cérebro e sua estimulação provoca euforia NÚCLEO ACCUMBENS ○ situado entre a cabeça no núcleo caudado e o putamen ○ é o componente mais importante do sistema mesolímbico (ou sistema de recompensa) ○ recebe aferências dopaminérgicas principalmente através da área tegmentar ventral do mesencéfalo e projeta referências para a parte orbitofrontal da área temporal HABÊNULA ○ situa-se no trígono das habênulas, no epitálamo, abaixo e lateralmente à glândula pineal ○ é constituída pelos núcleos habenulares medial e lateral ○ participa da regulação dos níveis de dopamina no sistema mesolímbico ○ a estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema dopaminérgico mesolímbico e sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa ○ na depressão pode haver uma ação inibitória exagerada do sistema mesolímbico - alguns sintomas depressivos (como anedonia e tristeza) podem ser explicados pela queda da atividade dopaminérgica na via mesolímbica (especialmente no núcleo accumbens) AMÍGDALA ○ em grego significa amêndoa ○ é o componente mais importante do sistema límbico, sendo a principal responsável pelo processamento das emoções ○ tem 12 núcleos (complexo amigdalóide) ○ é a estrutura subcortical com maior número de projeções do sistema nervoso ○ contém a maior concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC (sua lesão provoca hipersexualidade) ○ a principal e mais conhecida função da amígdala é o processamento do medo ○ associa-se ao reconhecimento de faces com expressões emocionais SISTEMA DE RECOMPENSA NO ENCÉFALO: ● formado por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do mesencéfalo passam pelo feixe prosencefálico medial terminando nos núcleos septais e núcleo accumbens, os quais, por sua vez, projetam-se para o córtex pré frontal orbitofrontal. Há também projeções diretas da área tegmental ventral para a área pré frontal e projeções de retroalimentação entre esta área e a tegmentar ventral correlações clínicas: ○ sensações de prazer tanto em situações cotidianas como em situações importantes para sobrevivência ○ drogas de abuso - endência por estimulação exagerada dos neurônios do sistema de recompensa, com gradual diminuição da sensibilidade dos receptores, necessitando-se de doses cada vez maiores para se obter o mesmo prazer ANSIEDADE E ESTRESSE ● a ansiedade é a expressão inapropriada do medo ● no transtorno da ansiedade o motivo pode não estar presente e, mesmo assim, resultar na ativação da amígdala ● os neurônios hipotalâmicos em resposta à ativação da amígdala promovem a liberação de ACTH que por sua vez induz a liberação de cortisol pela adrenal ● o hipocampo exerce efeito inibitório no eixo hipotálamo hipófise adrenal, sendo que a exposição crônica ao cortisol pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA ● o conjunto de memórias de um indivíduo é a parte mais importante de sua personalidade ● podemos classificar a memória em relação à natureza e ao tempo de retenção: - natureza: ■ declarativa ● ex: memorizar os núcleos do tálamo ■ não declarativa (ou de procedimento) ● ex: andar de bicicleta - tempo: ■ memória operacional (ou de trabalho) ● ex: déficit na doença de alzheimer: não sabe onde colocou o objeto depois de colocá-lo em algum lugar ● é organizada pelo córtex pré frontal e não deixa arquivos ● a área pré frontal funciona como gerenciadora da memória, definindo o que permanece e o que é esquecido ■ memória de curta duração ●Permite a retenção da informação por algumas horas (3 a 6 horas?) ■ memória de longa duração ● tanto a memória de curta como a de longa duração dependem do hipocampo, mas de longa é consolidada por meio da atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas de associação de acordo com seu conteúdo ÁREAS TELENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA ● HIPOCAMPO ○ situado no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral ○ através do córtex entorrinal recebe aferências de grande número de áreas neocorticais e através do fórnix projeta-se aos corpos mamilares do hipotálamo ○ recebe também fibras da amígdala, que reforça eventos associados a situações emocionais ○ também tem conexões com a área tegmental ventral e com o núcleo accumbens, o que explica reforço da memória associados a eventos de prazer ○ indispensável para consolidação das memórias de curta e longa duração, mas o armazenamento não é feito no hipocampo ○ o grau de consolidação da memória pelo hipocampo é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala e esta consolidação é maior quando a informação a ser memorizada está associada a um episódio de grande impacto emocional (positivo, como exemplo a vitória de um time, e negativo, como a morte de um parente). ○ o hipocampo é também responsável pela memória espacial ou topográfica ○ na doença de Alzheimer há grande comprometimento do hipocampo ● GIRO DENTEADO ○ responsável pela dimensão temporal da memória ○ situado entre a área entorrinal e o hipocampo ● CÓRTEX ENTORRINAL ○ funciona como um portão de entrada para o hipocampo ○ é geralmente a primeira área comprometida na doença de alzheimer ● CÓRTEX PARA HIPOCAMPAL ○ é ativado pela visão de cenários novos, especialmente os mais complexos ● CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR ○ lesões no cíngulo posterior ou nos núcleos anteriores do tálamo resultam em amnésia ○ o córtex cingular posterior também está relacionado à memória topográfica ● ÁREA PRÉ FRONTAL DORSOLATERAL ○ tem várias funções,dentre elas o processamento da memória operacional ● ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX ○ armazenamento das memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA: ● corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências pelo fórnix e que através do trato mamilo talâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo, que projetam-se para o córtex cingular posterior CORRELAÇÕES CLÍNICAS ● SÍNDROME DE KORSAKOFF: ○ resulta da degeneração dos corpos mamilares e dos núcleos anteriores do tálamo ○ em geral é consequência do alcoolismo crônico e os principais sintomas são amnésia anterógrada e retrógrada ● DOENÇA DE ALZHEIMER ○ de modo geral a doença se inicia com uma degeneração progressiva dos neurônios da área entorrinal, que constitui a porta de entrada das vias que, do neocórtex, se dirigem ao hipocampo ○ as lesões gradualmente levam a um isolamento do hipocampo ○ há também perda dos neurônios colinérgicos do núcleo basal de meynert, o que leva à perda das projeções modulatórias colinérgicas de praticamente todo o córtex cerebral ○ as áreas motoras são as últimas a serem afetadas lobo frontal controle do movimento voluntário, envolvido na atenção, memória de curto-prazo, motivação, planejamento e fala Se encontra separado do lobo parietal, posteriormente, pelo sulco central, e do lobo temporal, póstero-inferiormente, pelo sulco lateral (fissura de Sylvius). A parte mais anterior do lobo frontal é conhecida como pólo frontal. giros frontais superior giros frontais médio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-parietal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/lobo-temporal giros frontais inferior O giro frontal inferior é dividido em três partes: a parte opercular, a parte triangular e a parte orbital.Funcionalmente, as partes opercular e triangular no hemisfério dominante são chamadas de área de Broca (áreas 44 e 45 de Brodmann). A área de Broca é responsável pela produção do componente motor da fala, o que inclui a fluência verbal, o processamento fonológico, o processamento gramatical e a atenção durante a fala. giro pré-central O córtex motor corresponde ao giro pré-central do lobo frontal. O giro pré-central contém o córtex motor primário (área 4 de Brodmann), que é responsável por integrar sinais de diferentes regiões do cérebro para modular a função motora. O córtex motor primário é onde se origina o trato corticoespinal. giro reto giros orbitais A porção mais frontal do córtex frontal é conhecida como córtex pré-frontal, englobando os giros frontais superior, médio e inferior do lobo frontal. Esta região desempenha um papel crucial no processamento de informação intelectual e emocional, incluindo a agressão, e permite o julgamento e a tomada de decisão. lobo temporal decodificar as os sinais sensitivas aferentes (visuais e auditivos) em derivados com significado para a retenção de memória visual e a compreensão da linguagem giros temporais inferior giros temporais médio giros temporais superior lobo parietal integra os estímulos proprioceptivos e mecanoceptores, envolvido no processamento da linguagem Giro pós-central - conhecida como córtex somatossensorial primário (áreas 1, 2 e 3 de Brodmann). Essa região recebe informações sensoriais de todos os receptores sensitivos que veiculam informações relacionadas à temperatura, dor (trato espinotalâmico), vibração, propriocepção e toque fino (via da coluna dorsal giro inferior lóbulos parietais superior lóbulos parietais inferior lobo occipital centro de processamento visual giros occipitais superior giros occipitais médio giros occipitais inferior giro lingual giro cúneo lobo insular processamento e integração das sensações gustatórias, sensações viscerais e dolorosas, e funções vestibulares giros longos giro curtos lobo límbico modulação de emoções, modulação de funções viscerais e autonômicas, aprendizagem, memória giro paraterminal giro do cíngulo giro parahipocampal sistema límbico - emoção - amígdala: medo e ansiedade - hipocampo: memória - giro para-hipocampal: memória - córtex cingulado: emoção e memória - núcleos septais: prazer, recompensa e reforço - corpos mamilares: memória, - fórnix: - hipotálamo: controla hormônios - EXAME DE IMAGEM . TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: ○ fontes múltiplas de raio X, capazes de produzir feixes muito estreitos e paralelos, que percorrem ponto a ponto ● RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ○ não utiliza raio X ○ é baseada no teor de água dos tecidos e emissão de sinais de radiofrequência quando colocados em campos magnéticos adequados (o tecido ósseo, por exemplo, que praticamente não contém água livre, não produz imagem) ○ apresenta uma resolução muito maior se comparada à tomografia e ao raio X ○ distingue-se, facilmente, a substância branca da cinzenta e até mesmo pequenas massas de substância cinzenta, como a do núcleo rubro ou da substância negra. ○ Pode-se identificar pequenos grupos de neurônios ectópicos, frequentemente associados a epilepsias de difícil controle ○ a angiografia por ressonância permite o estudo detalhado dos vasos sanguíneos T1 - água fica escura - subs bar nca fica branca - substância cinza fica cinza - T1, T2, flair e depois contraste e repete T1 = tem T1 com e sem contraste - contraste = quando tem quebra da barreira hematoencefálica, o contraste escapa do vaso e vai para o parênquima - T1 com FAT + SAT = gordura apaga quebra da barreira hematoencefálica T2 - água brilha - hipersinal - branca Núcleos anteriores do tálamo e mamilares são componentes subcorticais e o giro do cíngulo componente cortical do sistema límbico. as vias mesolímbica e mesocortical partem da área tegmentar ventral do mesencéfalo. ESTUDAR VIAS https://blog.jaleko.com.br/dopamina-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ O circuito de Papez é o circuito interno básico do sistema límbico. O sistema límbico é constituído por estruturas corticais e subcorticais. Os tumores gliais de baixo grau apresentam maior probabilidade de manifestação de crises epilépticas. Entretanto, gliomas de alto grau e, menos frequentemente, metástases em SNC também podem ser possíveis causas dessa doença. ão várias as causas de epilepsia, incluindo infecções, traumas, neoplasias e distúrbios vasculares. Entretanto, nem sempre é possível estabelecer uma causa específica, sendo classificada como idiopática. Os tumores gliais de baixo grau apresentam maior probabilidade de manifestação de crises epilépticas. Entretanto, gliomas de alto grau e, menos frequentemente, metástases em SNC também podem ser possíveis causas dessa doença. Qual lobo mais frequentemente apresenta focos epileptogênicos? temporal A DEFINIÇÃO DE EPLEPSIA REQUER A OCORENCIA DE PELO MENOS UMA CRISE TUTORIA PERGUNTAS 1. Classifique as síndromes epilépticas Nas crianças, e às vezes nos adultos, a epilepsia pode ser parte de uma síndrome com tipos específicos de crises, padrões eletroencefalográficos próprios e anormalidades neurológicas associadas https://blog.jaleko.com.br/dopamina-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ 2. Diferencie a epilepsia de crise convulsiva Epilepsia é um transtorno neurológico crônico em que o paciente apresenta crises epilépticas recorrentes sem a pronta identificação de fatores causais como febre, distúrbios hidroeletrolíticos, intoxicações, AVC, TCE, meningite e anoxia. Nessas situações, o paciente pode apresentar uma crise epiléptica reativa, o que não significa que tenha ou que vá desenvolver epilepsia. 3. Sobre a epilepsia: a) Conceito o mais comum dos distúrbios neurológicos crônicos graves extremos de idade <1 ano e >60 anos maior incidência em países com recursos limitados decorrentes de pré natais limitados, com alta taxa de prematuridade, desnutrição, infecções, principalmente parasitose como a neurocisticercose, uma das maiores causas de epilepsia adquirida no mundo para se considerada epilepsia há necessidade de predisposição persistente do cérebro a novas crises A epilepsia é considerada resolvida quando o pacienteapresenta síndrome epiléptica idade-dependente mas já não está mais na idade vulnerável, ou quando fica livre de crises nos últimos 10 anos, sem uso de medicações há 5 anos. epilepsia ativa casos com crises nos últimos 5 anos crise epiléptica anormalidade da atividade neuronal, alteração súbita e transitória de comportamento ou motricidade ou sensibilidade do SNA com ou sem comprometimento consciência distúrbio paroxístico da atividade elétrica cerebral causada por descargas súbitas, excessivas e hiper sincrônicas dos neurônios. pródromo antecedem em dias ou horas a crise, as crianças podem procurar a mãe com medo, indisposição ou cefaleia provocada ou não provocada epilepsia distúrbio neurológico caracterizado pela predisposição persistente do cérebro gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais de condições convulsão = mesma coisa de crise epileptica termo vem sendo abandonado designa crises marcadas por atividade motora involuntária, eventos não epilépticos crise reflexa quando a sua ocorrência está claramente relacionada a um estímulo externo ou a uma atividade do indivíduo. O estímulo precipitante pode ser simples, com lampejos luminoso, ou elaborado, como uma música. A atividade também pode ser simples, como um movimento, elaborada, como uma leitura ou ambas, como ler em voz alta crises não epilépticas psicogênicas eventos com abalos motores em que não há alterações de atividade elétrica cerebral concomitante crise epiléptica anormalidade da atividade neuronal, alteração súbita e transitória de comportamento ou motricidade ou sensibilidade do SNA com ou sem comprometimento consciência sintomas pródromos (auras) antecedem em dias ou horas a crise, as crianças podem procurar a mãe com medo, indisposição ou cefaleia - escotomas - luzes brilhantes - sensações epigástricas - movimentos rítmicos da face ou algum membro, - medo, - “jamais vu” (sensação subjetiva súbita de estranhamento em situações conhecidas do paciente) - "déjà vu” (sensação subjetiva súbita de familiaridade em situações não conhecidas do paciente). As crises podem ser espontâneas ou precipitadas, como por fatores emocionais, privação de sono, álcool, ciclo menstrual,suspensão ou troca de medicação e causas tóxico-metabólicas , como febre ou doença sistêmica epilepsia reflexa - crises com fatores desencadeantes identificáveis As crises de longa duração ( >5 minutos ou crises recorrentes sem retorno da consciência) que podem evoluir para estado de mal epileptico-> O Estado de Mal Epiléptico é definido como a presença de duas ou mais crises sem a completa recuperação da consciência entre elas ou uma crise com mais de 30 minutos de duração.-> emergência neurológica pela presença de uma crise duradoura, que não mostra sinais clínico de interrupção após o tempo habitual das crises, ou ainda crises recorrentes sem que a função do SNC retorne São etiologias relacionadas com esse quadro: • Má aderência ao tratamento; • Lesão estrutural; • Metabólica (hipo ou hipernatremia e hipo ou hiperglicemia); • Tóxica; • Uso ou overdose de drogas e síndromes de abstinência; • Sepse. Tratamento: • Benzodiazepínico (Diazepam EV – inicialmente com 10mg e aumenta para 20 mg se não houver melhora). • Anticonvulsivante (Fenitoína EV 15-20 mg/kg). • Sedação (Midazolam, Propofol ou Pentobarbital). anamnese da crise - qual membro se iniciou movimentos - a sequência das contrações (tônicas e clônicas) - se teve propagação - consciência - incontinência - desvio de olhar - crise de riso - gelásticas após a crise (fenômenos pós-ictais) - Esses sintomas são úteis na diferenciação de síncope com crise convulsiva. Na síncope, os abalos musculares são breves e não costuma seguir-se de confusão pós-ictal que, quando presente, não dura mais que 15 minutos - confusão pós-ictal - cefaleia - vômitos - dores generalizadas - paralisias - quando é localizada em uma região é chamado de paralisia de Todd - período confusional prolongado - sonolência - dor muscular - fadiga. diante de um episódio de alteração de consciência, algumas características aumentam a impressão de se tratar de uma crise epiléptica - língua mordida - desvio cefálico lateral - posturas não usuais - contração muscular prolongada de membros - confusão mental prolongada após a crise classificação As crises devem ser classificadas pela carcteristica proeminantte mais precoce, exceto em crises focais com parada comportamental, que deve ser a caracteristica dominante durante toda a crise crise parcial simples: início focal e com manifestações motoras (como início pelas mãos, pé ou face), sensoriais (início com dormência, formigamento), autonômicas (palidez, sudorese, palpitação) ou psíquicas (medo, transtorno transitório da compreensão da realidade), sem perda de consciência. crise parcial complexa: é a mais comum do adulto e pode ser precedida de sintomas prodrômicos (auras) ou de crise parcial simples, mas ocorre perturbação no nível da consciência. A apresentação mais usual é quando a pessoa fixa o olhar em um ponto distante e parece desperta, mas não responde a estímulos ou comandos. Pode apresentar movimentos repetitivos, chamados de automatismo, como mastigação ou movimentos manuais e após o paciente entra em estado pós-ictal (sonolência e/ou confusão mental prolongada). Ocorre amnésia de todo período de duração da crise. crise parcial secundariamente generalizada: inicia parcial e, após, generaliza. crises focais - originam em redes neuronais limitadas a um hemisfério cerebral; O EEG interictal tipicamente mostra descargas epileptiformes focais, tipo mais comum, pode se tornar generalizada - diz perceptiva/focais simples - com comprometimento do nível ou do conteúdo da consciência ➔ Podem olhar para o nada e permanecer imóveis ou se envolver em comportamentos repetitivos, chamados automatismos. ➔ Alguns pacientes podem se tornar hostis ou agressivos se contidos fisicamente ➔ Geralmente duram menos de 3 minutos ➔ Podem começar com uma fase de consciência preservada. ➔ Posteriormente entra em fase pós-ictal, caracterizada por sonolência, confusão e cefaleia por várias horas - perceptivas/focais complexas - sem comprometimento do nível da consciência ➔ Córtex occipital = luzes piscando ➔ Córtex motor = movimentos bruscos rítmicos da face, braço ou perna do lado do corpo oposto ao córtex envolvido. ➔ Córtex parietal = distorção da percepção espacial ➔ Córtex Frontal = dificuldades súbitas na fala - motoras automatismos atonicas clonicas espamaso epilepticos hipercineticas mioclonicas tonincas - não motoras autonomicas oarada/interrupção comportamenal cognitivas emocionais sensoriais - crise focal evoluindo para crise tônico-clônica bilateral SO PODE OCORER COMA APOS CRISES TONICO-CLONICAS BILATERIAS OU CRISES TONICO-CLONICAS GENERALIZADAS As crises focais motoras, nas quais uma parte do corpo pode contrair-se ou apresentar abalos musculares rítmicos, têm origem no córtex motor, no lobo frontal. Crises no lobo occipital podem produzir fenômenos visuais. Aura sintomas subjetivo ajuda a identificar a área de origem cerebral da manifestação pode indicar o início da crise geralmente em epilepsia do lobo temporal por ativação da ínsula A Epilepsia do Lobo Temporal Mesial (ELTM) é um tipo de epilepsia focal que apresenta grande relevância clínica em razão de alta incidência e gravidade. Esse tipo de epilepsia é a forma mais prevalente de epilepsia em adolescentes e adultos. As crises iniciam-se em uma região profunda do lobo temporal (amígdala, hipocampo e córtex cerebral). A esclerose hipocampal é frequentemente associada ao quadro de ELTM, caracterizada por extensa perda celular nos subcampos CA1, CA3 e hilo da formação hipocampal, gliose e dispersão de células granulares no giro denteado. Pacientes com ELTM apresentam crises focais perceptivas ou des perceptivas (simples ou complexas) que se originam em estruturas mesiais do lobo temporal, geralmente precedidas por auras que correspondem a fenômenos afetivos,sensações viscerais (ínsula), gustativas e psíquicas. Estes últimos podem incluir déjà-vu, jamais-vu (hipocampo), medo súbito (amígdala) ou alucinações. A ressonância magnética tem papel importante no diagnóstico, pois demonstra a presença de atrofia acompanhada de gliose em um dos hipocampos, achado este denominado de esclerose temporal mesial. O tratamento inicial dessas crises é farmacológico, utilizando-se carbamazepina, fenitoína e oxcarbazepina. Em caso da persistência das crises, apesar do uso correto de 1 ou mais medicamentos para epilepsia de difícil controle, o paciente deve ser triado para a possibilidade de tratamento cirúrgico. crises generalizadas - originam em um ponto da rede neuronal e rapidamente envolvem e se distribuem em redes neuronais bilaterais Quando uma crise focal atinge estruturas cerebrais profundas, especificamente o tálamo, ela pode propagar-se para os 2 hemisférios cerebrais, passando a ser chamada de secundária generalizada. As crises generalizadas iniciam-se, provavelmente, a partir de estruturas profundas do cérebro e atingem os 2 hemisférios cerebrais imediatamente, sem aura inicia-se de maneira generalizada com diversas manifestações, como as crises tônico-clônicas, de ausência, tônica, mioclônica, entre outras. - não motoras/ausência: súbita parada da atividade e da percepção. ➔ geralmente na infância ➔ 5-10 min ➔ podem acontecer várias ao longo do dia ➔ O início é marcado por parada repetida do comportamento acompanhado por olhar fixo com uma expressão facial em branco e consciência prejudicada. ausencia tipica ausencia atipica ausencia mioclonica ausencia com mioclonias palpebrais - motoras: atividade motora deve ser bilateral desde o início, mioclonico-tonico-clonica mioclonico atômico espamos epilepticos tônicas com fenômenos motores, quando o corpo fica rígido clônicas quando há contrações ritmadas seguidas de relaxamento em rápida sucessão tônico-clônicas ➔ mais comum ➔ coma após crise ➔ caso ambos fenômenos estejam presentes, quando o corpo fica rígido e contrações ritmadas seguidas de relaxamento em rápida sucessão ➔ podem começar com um grito, devido ao movimento abrupto de ar através da glote por causa da contração muscular tônica súbita ➔ Paciente pode começar a parecer cianótico durante a fase tônica. ➔ Depois de aproximadamente 1 minuto, os músculos começam se contrair e por mais 1 ou 2 minutos. ➔ Durante a fase clônica, a língua pode ser mordida e escarro espumoso e sanguinolento pode ser visto saindo da boca. ➔ depois de 15-45 segundos a contração tônica e substituída por contrações clônicas rítmicas e por vezes assimétricas, se tornam lenta até que o passa e paciente se encontra apneico, comatoso e diaforético ➔ Fase pós-ictal começa assim que os movimentos de espasmo terminam: paciente está incialmente em sono profundo, respira profundamente e, gradualmente, acorda. Confusão ou agitação é comum. A crise tônico-clônica é a crise mais conhecida e, quando é generalizada desde o início, não apresenta aura e começa com uma fase tônica em que há perda de consciência e da postura, extensão das costas, pescoço e pernas, flexão dos antebraços, desvio ocular cefálico, respiração ruidosa e cianose. Segue-se a fase clínica com espasmos musculares violentos e generalizados, em que persiste a cianose e pode haver perda de esfíncteres. Após, segue-se o período pós ictal, com cefaleia, dor muscular, fadiga, sonolência e confusão mental. A crise de ausência ocorre mais frequentemente na infância e caracteriza-se por perda súbita da consciência, sem perda da postura, com a fixação do olhar e sem resposta aos estímulos. Essas crises costumam durar entre 2 a 20s e podem se repetir várias vezes durante um dia. Alguns pacientes continuam em suas atividades motoras que realizavam antes da crise. Podem ocorrer fenômenos motores breves, como piscamento e mastigação. mioclônicas caso haja contrações não ritmadas e erráticas de 1 ou de alguns grupos de músculos definidos. As mioclonias são contrações musculares muito breves, semelhantes a choques. atônicas Não haja fenômenos motores como os descritos, as crises são denominadas atônicas, que se caracterizam por perda do tônus muscular, sem rigidez do corpo, ou de ausência, que é a que apresenta perda do contato com o meio. As crises de ausência são mais comuns em crianças e podem ocorrer até centenas de vezes em um único dia e ser precipitadas pela hiperpneia. Na criança, caracterizam-se por parada comportamental, alteração de consciência, abertura ocular, olhar fixo ou desviado para cima, com elevação da frequência respiratória e mioclonias sutis dos olhos, das pálpebras e do segmento cefálico, com ou sem automatismos simples. não há sintomas de aura ou sintomas pós-ictais olhar vago fixo b) Etiologia (epilepsia de início tardio - quais são as principais etiologias?) pode ter origem em praticamente todas as doenças e distúrbios graves, como anomalias congênitas, infecções, tumores, doenças vasculares, doenças degenerativas ou de lesões estruturais. As causas podem ser estruturais, genéticas, metabólicas ou desconhecidas estrutural: anormalidade visível em um exame de imagem infecciosa: Etiologia infecciosa resulta diretamente de uma infecção conhecida, na qual as crises epilépticas são os sintomas centrais da afecção. Uma etiologia infecciosa se refere a um paciente com epilepsia e não às crises ocorrendo no contexto de uma infecção aguda como meningite ou encefalite. crise epiléptica reativa = provocada por fatores agudos e/ou potencialmente reversíveis,Para auxiliar nessa identificação, deve-se questionar sobre outros sintomas sistêmicos no momento da crise (como febre ou suspeita de focos infecciosos), comorbidades (especialmente que possam causar distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos como insuficiência renal e diabetes), medicamentos em uso, história de trauma crânio encefálico e acidente vascular cerebral (AVC) prévio. As principais causas de crise epiléptica reativa são: • febre, • abstinência de álcool ou outras drogas (cocaína, anfetamina), • acidente vascular cerebral • trauma cranioencefálico, • infecções do sistema nervoso central (como meningite) • distúrbios metabólicos/eletrólitos: hiper/hiponatremia, hipomagnesemia, hipocalcemia, hipoglicemia, hiperglicemia não-cetótica, uremia, hipóxia, hipertireoidismo, desidratação. • medicamentos como: tramadol, antibióticos, antidepressivos, antipsicóticos, broncodilatadores, metrotoxetado, atenolol, lítio c) Epidemiologia epilepsia é uma doença neurológica possui pico de incidência no ´primeiro ano de vida e depois após 70 anos homens mais d) Fatores de risco para crises - AVC - tumores cerebrais - paralisia cerebral - abuso de álcool e drogas - anomalias congênitas - problemas no parto - infecções - trauma cerebral Traumatismo craniano • Desenvolvimento neurológico precoce anormal • Deficiência intelectual • AVE • Alzheimer • Infecção intracraniana passada • Abuso de álcool e drogas • Imunossupressão • Histórico de câncer • Distúrbios reumatológicos [LES] • Distúrbios hematológicos [Anemia falciforme, Porfiria e Síndrome Antifosfolípide] • História familiar e) Fisiopatologia surtos de potências a partir de neurônios piramidais grande, do hipocampo e neocórtex +canais de cálcio e de potássio lentos permitem uma despolarização celular prolongada -> desregulação de neurotransmissores e bloqueio da ação GABA - > Durante a atividade repetitiva ictal a concentração de potássio aumenta no meio extracelular e modifica o potencial de equilíbrio desse íon, de tal forma que as correntes de saída enfraquecem e não são mais efetivas repolarização da membrana. + aumento da acetilcolina que reduz ainda mais a condutância do potássio, prolongando o efeito excitatório + Células gliais contribuem para o clearance extracelular, facilitando a recaptação dos neurotransmissores e, assim, contribuindo para reduzir o efeito epileptogênico. f) Manifestações clínicas marcha jacksoniana gelásticas - hamartomas hipotalâmicas • Automatismos:movimentos estereotipados (Ex.: mastigação); • Atônica: perda do tônus muscular; • Tônica: hipertonia muscular; • Clônica: abalos rítmicos focais; • Mioclônica: abalos focais breves e irregulares (semelhante a um susto). O paciente que tem mioclonia geralmente não a percebe; • Hipercinética: movimentos rápidos; • Espasmos epilépticos: (Ex.: flexão e extensão dos braços e flexão do tronco). Como manifestações não motoras que o paciente pode apresentar, temos: • Autonômico: palago; • Cognitivo: alteração de linguagem, sensação de dejavu, incerteza; • Emocional: ansiedade, medo extremo; • Sensitivo: parestesia, hipoestesia; • Parada comportamental: indivíduo parado com olhar vago. g) Diagnóstico 1. e uma crise epiléptica? 2. classificar o tipo de crise 3. diagnosticar e etiologia O primeiro passo, portanto, é identificar características do episódio paroxístico (sintomas prodrômicos, sinais e sintomas iniciais, alteração de consciência, sintomas pós evento) que aumentam a suspeita de crise epiléptica real e auxiliam a classificar a crise como de início parcial ou generalizada. 1° passo - Avaliar história de crise epiléptica e classificar o tipo de crise 2° passo - Identificar fatores agudos ou potencialmente reversíveis que desencadeiam uma crise epiléptica 3º passo - Reconhecer diagnósticos diferenciais de crises epilépticas 4º passo - Exames complementares para avaliação etiológica de crise epiléptica não provocada 5º passo - Encaminhar paciente para o serviço especializado Em adultos que apresentam primeiro episódio de crise epiléptica sem fatores desencadeantes aparentes, a avaliação inicial etiológica pode ser iniciada na APS e permite qualificar o encaminhamento para o serviço especializado. Na impossibilidade de realizar exame de imagem, o paciente deve ser referenciado para o serviço especializado. Sugere-se realizar os seguintes exames: • Exames laboratoriais: hemograma, plaquetas, sódio, potássio, glicemia, cálcio magnésio, creatinina, ureia, transaminases. Anti-HIV e sorologias para sífilis também devem ser consideradas, bem como outros exames conforme suspeita clínica. + ese de gravidez em mulheres ferteis + CPK - abalo muscular GLICEMIA • ELETRÓLITOS: SÓDIO, MAGNÉSIO, CÁLCIO E FÓSFORO • HEMOGRAMA • VHS E PCR • UREIA E CREATININA • TGO, TGP, AMÔNIA • GASOMETRIA • CPK • HIV E OUTRAS SOROLOGIAS • PESQUISAS DE DOENÇAS AUTOIMUNES (FAN, ANTICARDIOLIPINA, ANTICOAGULANTE LÚPICO ETC.) • TOXICOLOGIA • NÍVEL SÉRICO DE FÁRMACOS ANTICRISES (QUANDO APROPRIADO) • Eletrocardiograma, na suspeita de origem cardiogênica. • Exame de imagem: imprescindível na investigação de qualquer paciente com suspeita de epilepsia. Ressonância magnética é o exame preferencial, pois além de rastrear lesões estruturais que são identificadas pela tomografia, também detecta alterações mais sutis como displasias corticais e esclerose hipocampal. Na ausência de RMN, pode-se solicitar tomografia de crânio. • Eletroencefalograma: Pode indicar o tipo de epilepsia, a localização do foco e a etiologia. Importante ressaltar que esse exame não confirma nem exclui o diagnóstico, podendo, portanto, esperar para realização em serviço especializado. IMAGEM DO MAL EPILEPTICO Uma variedade de achados radiológicos durante e após estado de mal-epiléptico tem sido descrita como edema hemisférico. TC pós-ictais de estado de mal-epiléptico mostraram atenuação diminuída, edema, perda de diferenciação entre massa cinzenta-branco, apagamento de sulcos e realce de giros. Essas anomalias são muitas vezes vistas no córtex e no hipocampo. No entanto, outras estruturas podem ser afetadas, como as leptomeninges (realce anormal), gânglios da base, corpo caloso e tálamo. Uma grande importância do exame é na detecção de causas secundárias, como hemorragias, entre outras. Pacientes que apresentam a primeira crise não provocada devem realizar estudo eletroencefalográfico, exame de imagem do sistema nervoso central e exames laboratoriais de acordo com as condições clínicas. - o eletroencefalograma colabora na definição da epilepsia, localização da zona epileptogênica e na monitorização do tratamento - colabora na definição da epilepsia, na localização da zona epileptogênica e na monitorização do tratamento - A presença de eletroencefalograma normal não exclui a presença de epilepsia e ele está alterado em cerca de 50% dos pacientes no momento da sua primeira crise convulsiva - A incidência de anormalidades aumenta quando novos eletroencefalogramas são realizados, o paciente está em privação de sono e técnicas de ativação como hiperventilação e fotoestimulação intermitente são usadas. - Anormalidades como espículas anormais, descargas poli-espiculares e complexos ponta-onda são características específicas presentes no eletroencefalograma. - O exame de videoeletroencefalograma é particularmente útil na definição de eventos paroxísticos não epilépticos - EEG em vigília e em sono são obrigatórios para confirmação diagnóstica de epilepsia, para detecção de sinais de intoxicação medicamentosa e como auxílio à definição da síndrome epiléptica. Os exames laboratoriais podem revelar alterações metabólicas que justifiquem a crise -> hipoglicemia, hiponatremia, hipocalcemia, estados hiperosmolares, encefalopatia hepática, uremia, porfiria, abuso ou abstinência de drogas, eclâmpsia, hipertermia, encefalopatia hipertensiva e hipoperfusão cerebral. Após uma crise generalizada tônico-clônica, é comum acidose láctica, e a prolactina se eleva após as crises desse tipo e também nas crises focais a ressonância magnética é mais sensível que a tomografia de crânio para identificar lesões estruturais relacionadas à epilepsia, e está indicada em casos de crises focais e generalizadas que não se enquadram nas formas idiopáticas conhecidas (epilepsia rolândica, epilepsias occipitais idiopáticas, ausência infantil, ausência juvenil e mioclônica juvenil) pode ser feito um ECG RM do encéfalo obrigatória para pacientes com epilepsias focais refratárias, para os quais a presença de uma lesão cerebral é forte preditor de refratariedade a tratamento medicamentoso em monoterapia; Diário de registro de crises, medida importante para a determinação de refratariedade; Relatório médico, com descrição dos medicamentos e doses máximas previamente empregadas no tratamento; Teste psicométrico para casos de efeitos cognitivos negativos provocados pelo uso de medicamentos convencionais. h) manejo de uma crise A maioria das convulsões remite espontaneamente em 2 minutos e não é necessária a administração rápida de um benzodiazepínico ou medicação anticonvulsivante. Acesso intravenoso é normalmente garantido para pacientes que apresentam quadro agudo, de modo que medicamentos parenterais possam ser administrados se a convulsão for mais prolongada ou recorrente. Para pacientes com convulsões sintomáticas agudas, quaisquer distúrbios metabólicos subjacentes ou etiologias infecciosas devem ser rapidamente identificados e tratados. - Hipoglicemia deve ser tratada com Tiamina e Dextrose IV. Convulsões que duram mais de 5 a 10 minutos ou convulsões clínicas em série sem um retorno interictal à consciência basal = Estado do Mal Epiléptico. -> Manejo específico INDICAÇÕES DE HOSPITALIZAÇÃO • Pacientes que têm uma primeira convulsão associada a um estado pós-ictal prolongado • Recuperação incompleta • Lesão grave relacionada à convulsão • Estado de mal epiléptico • Presença de doença neurológica ou sistêmica • Insulto que requeira avaliação e tratamento adicionais • Questões relacionadas à adesão INDICAÇÕES DE ENCAMINHAMENTO • A maioria dos pacientes com uma primeira convulsão deve ser avaliada por um neurologista, a menos que a convulsão tenha sido obviamente provocada e os estudos iniciais não sejam dignos de nota. i) Tratamento (medicações, efeitos colaterais, indicações) Na escolha do tratamento do paciente, existem alguns importantes pilares que devem ser levados em conta, são eles: • Deve-se priorizar a qualidade de vida do paciente, o controle de crise e tentar utilizaraquele fármaco com menos efeitos adversos. • Se possível, priorizar uma monoterapia, em mínima dose efetiva até dose máxima tolerada, diminuindo assim os efeitos adversos, possíveis interações medicamentosas e facilitando a adesão terapêutica. • Se for necessário, deve ser realizada a associação de medicamentos, evitando fármacos com interações complexas, mecanismo de ação diferentes e evitar o uso de mais de três fármacos. • O que deve ser considerado na escolha do medicamento? Deve-se considerar o espectro de ação, efeitos adversos, interação com outros fármacos, teratogenicidade, custo e a opinião do paciente. O prognóstico é favorável na maioria dos indivíduos, mas depende da causa subjacente. Particularmente nas crianças, a epilepsia pode entrar em remissão nas conhecidas síndromes autolimitadas, como a epilepsia rolândica e ausência infantil. Entretanto, uma proporção substancial pode mantê-la pelo resto da vida, principalmente quando há causas associadas a lesões estruturais não cirúrgicas e encefalopatia. O tratamento depende, sobretudo, da causa da epilepsia. Os efeitos colaterais, por sua vez, podem ou não ser dependentes da dose utilizada Antiepilépticos em geral são a primeira forma de tratamento realizada Os FÃs tradicionais primeiramente utilizados são fenobarbital, fenitoína, carbamazepina e valproato de sódio. Os benzodiazepínicos (diazepam, clonazepam, nitrazepam e clobazam) são drogas adjuvantes, pois, quando usados cronicamente, cursam com desenvolvimento de tolerância. São, porém, drogas importantíssimas no controle agudo das crises, como no estado de mal epiléptico. Drogas com mecanismos gabaérgicos têm maiores efeitos na função cognitiva do que drogas com efeito predominante nos canais de sódio. Para crises focais ou parciais, o fenobarbital tem efeitos colaterais mais evidentes do que a fenitoína e a carbamazepina. Em mulheres, deve-se evitar a primeira devido a hirsutismo, embrutecimento facial e hipertrofia gengival. A carbamazepina é considerada droga de escolha nas epilepsias focais pela sua eficácia e por apresentar menos efeitos colaterais quando comparada a outros antiepilépticos com a mesma eficácia. O valproato de sódio é a droga de escolha nas epilepsias generalizadas, enquanto a etossuximida é outra opção considerada também de primeira linha para crises generalizadas de ausência. O tratamento medicamentoso é iniciado, normalmente, após 2 crises não provocadas. O objetivo inicial é a monoterapia, e a dose deve ser aumentada gradualmente até o controle da crise ou a presença de sinais de toxicidade. O FAE só atingirá o seu equilíbrio metabólico após o período de, pelo menos, 4 meias-vidas. O tempo para atingir o equilíbrio sérico é de 3 dias para a carbamazepina e o valproato, 5 dias para a fenitoína e 3 semanas para o fenobarbital. Os novos fármacos apresentam como principal vantagem melhor perfil farmacocinético, com menores interações medicamentosas e efeitos colaterais, porém não são mais eficazes que os fármacos antigos. Entre eles, a lamotrigina – medicamento de escolha para idosos e gestantes –, o topiramato – útil em pacientes com migrânea – e o levetiracetam – escolha para pacientes com hepatopatia – podem ser utilizados em epilepsias focais e generalizadas. A oxcarbazepina, que tem menos efeitos colaterais que a carbamazepina, exceto hiponatremia, e a lacosamida, que causa risco de bradiarritmias, são alternativas para epilepsias focais Indicação de tratamento de epilepsia com anticonvulsivante O tratamento para prevenir a recorrência de crises epilépticas está indicado em duas situações: 1. Duas ou mais crises não provocadas (diagnóstico de epilepsia); 2. Crise única em paciente com maior risco de recorrência por: história de crise convulsiva tardia após 1 semana de episódio de TCE grave ou AVC, alterações relevantes no EEG (como descargas epileptiformes), exame de neuroimagem com lesão significativa (como malformação vascular ou tumor) anormalidade no exame neurológico que sugira lesão cerebral focal (como perda de força unilateral). Não existe evidência para usar anticonvulsivante indiscriminadamente para prevenção primária de crises epilépticas após AVC ou TCE. Pacientes que desenvolvem crise convulsiva tardia (após 1 semana do evento e geralmente até 2 anos) têm maior chance de recorrência e devem receber anticonvulsivante enquanto aguardam consulta com o neurologista. Escolha do anticonvulsivante e dose otimizada. Sumariamente, o anticonvulsivante inicialmente escolhido é de acordo com o tipo de crisis epiléptica: • crises inicialmente generalizadas – uso de ácido valpróico ou • crises de início focal – uso de carbamazepina, fenitoína ou ácido valpróico. Enquanto o paciente aguarda consulta com serviço especializado, o médico da APS pode iniciar o uso de anticonvulsivante conforme o tipo de crise epiléptica, avaliando perfil de eventos adversos, comorbidades e disponibilidade local. A maioria das crises de início na idade adulta é de início focal e respondem bem à carbamazepina, fenitoína ou ácido valpróico. O tratamento deve ser iniciado de maneira gradual (ver quadro 4). Tratamento do mal epiléptico Passo 1: estabilização clínica. Checar: a) Via aérea; b) Oxigenação; c) Pressão arterial e frequência cardíaca; de) Glicemia capilar Passo 2: Drogas para interromper estado de mal epiléptico; considerar eletroencefalograma. Opções de benzodiazepínicos: a) Diazepam (0,1 a 0,3 mg/kg): 5 mg IV em 1 ou 2 minutos, podendo repetir em 5 a 10 minutos se recorrer, máximo de 30 mg; ou b) Lorazepam (0,1 mg/kg): 2 a 4 mg IV a cada 5 minutos, máximo de 10 mg, por 12 a 24 horas; ou c) Midazolam (0,15 a 0,3 mg/kg): intramuscular ou nasal, no caso de não conseguir acesso venoso. Passo 3: se não cessarem as crises: a) Fenitoína (20 mg/kg): infusão de 50 mg/min e sobredose de 5 a 10 mg/kg; ou b) Fosfenitoína (20 mg/kg): infusão de 150 mg/min; ou c) Valproato (10 a 60 mg/kg): infusão de 3 a 6 mg/kg/min; é a mais eficaz para estado de mal de ausência e mioclônico e é considerado alternativa de primeira linha à fenitoína; d) Lacosamida e levetiracetam intravenosos são alternativas aceitas. Passo 4: fenobarbital (20 mg/kg) – infusão de 100 mg/min; Passo 5: sedação contínua. A não resposta às medicações anteriores implica a necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e sedação, de preferência com eletroencefalografia contínua: a) Midazolam: ataque de 0,3 mg/kg, manutenção de 0,05 a 0,6 mg/kg/h. Caso haja persistência, pode ser empregada lidocaína intravenosa (1 a 2 mg/kg em bolus e depois 1,5 a 3,5 mg/kg/h nos adultos); b) Propofol: ataque 2 mg/kg, manutenção de 5 a 10 mg/kg/h; ou c) Tiopental: 100 a 250 mg em 2 minutos, manutenção de 3 a 5 mg/kg/h (droga mais eficaz, porém de mais difícil manejo pelas repercussões cardiovasculares, devendo ser reservada para os casos mais graves); ou de) Pentobarbital: ataque 5 a 15 mg/kg, manutenção de 0,25 a 2 mg/kg/h. FENOBARBITAL Mecanismo de ação: gabaérgica. -> prolongamento da abertura dos canais de cloro, dos receptores GABA-A e hiperpolarização da membrana pós-sináptica meia vida longa, de 2-7 dias limitado em crianças e idosos retirada por desmame crises focais e generalizadas de pacientes de qq idade, inclusive RN Efeitos adversos: ataxia, tontura, sonolência, disartria, fadiga, cefaleia, irritabilidade, vertigem, nistagmo e depressão. Indicação: Tratamento de crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer idade, inclusive recém-nascidos. FENITOÍNA bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem -> crises epilépticas de início focal meia vida de 20h contra indicada em crise de ausência e mioclônicas limitação de uso crônico em mulheres Espectro de ação: crises focais / TCG. ACIDO VALPROICO meia vida de 15h redução na frequência de disparos dos canais de sódio, ativação da condutância do potássio Mecanismo de ação: ação gabaérgica, bloqueio do canal de cálcio tipo T e bloqueio do canal de sódio -> eleva o GABA cerebral >10 anos Espectro de ação: amplo (focais/generalizada). Efeitos adversos: náusea,cefaleia, aumento do tempo de sangramento, trombocitopenia, tremor, alopecia, astenia, sonolência, diplopia, tontura, dispepsia, zumbido, nistagmo, vômitos e diarreia. Efeitos adversos: ataxia, tontura, sonolência, disartria, nistagmo, atrofia cerebelar, bradicardia, bloqueio de condução (apenas com infusão rápida), hipertrofia gengival e anemia megaloblástica. Obs: única droga disponível por via endovenosa. Tratamento de crises TCG, focais complexas, ou combinação de ambas, em crianças, adolescentes e adultos; • Prevenção e tratamento de crises epilépticas durante ou após procedimento neurocirúrgico; • Tratamento das crises tônicas, próprias da síndrome de Lennox-Gastaut. CARBAMAZEPINA Mecanismo de ação: bloqueador do canal de sódio e discreta ação anticolinérgica. Efeitos adversos: ataxia, tontura, sonolência, náuseas e vômitos. Obs: É uma droga de baixo custo! O que pode facilitar a adesão terapêutica. Indicações: Monoterapia ou terapia adjuvante de crises focais, com ou sem generalização secundária; Crises TCG em pacientes com mais de um ano de idade. OXCARBAZEPINA Mecanismo de ação: bloqueador do canal de sódio. Espectro de ação: crises focais / TCG. Efeitos adversos: tontura, ataxia, cefaleia, náuseas, nistagmo, sonolência, altera- Ação da marcha, tremor, dor abdominal, fadiga, vertigem, anormalidades visuais. LAMOTRIGINA Mecanismo de ação: bloqueador do canal de sódio. Espectro de ação: amplo (focais e generalizadas). Efeitos adversos: tontura, diplopia, cefaléia, ataxia, turvação visual, rinite, sonolência, alergia e rash cutâneo. Monoterapia para crises focais com ou sem generalização secundária em pacientes com mais de 12 anos de idade em situações de intolerância ou refratariedade aos medicamentos de primeira linha; Monoterapia para crises primariamente generalizadas em pacientes com mais de 12 anos de idade em situações de intolerância ou refratariedade a medicamentos de primeira linha; Terapia adjuvante para crises focais em pacientes mais de 2 anos de idade; Terapia adjuvante para crises generalizadas da síndrome de Lennox-Gastaut, em pacientes com mais de 2 anos de idade. TOPIRAMATO Mecanismo de ação: bloqueador do canal de sódio, gabaérgica, antagonista do receptor de AMPA/Kinase. Espectro de ação: amplo (focais e generalizadas). Efeitos adversos: redução de bicarbonato sérico, tontura, fadiga, ataxia, nervosismo, parestesia, lentificação psicomotora, visão anormal, anorexia, confusão, alteração de memória, náuseas, alteração da fala e dificuldade de na realização de cálculos. Obs: por ser um fármaco com grande quantidade de efeitos adversos, não é tão bem tolerado! • Monoterapia para crises focais ou primariamente TCGs em pacientes mais de 10 anos de idade com intolerância ou refratariedade a outros medicamentos de primeira linha; • Terapia adjuvante para crises focais, primariamente generalizadas ou crises associadas com a síndrome de Lennox-Gastaut em pacientes com mais de dois anos de idade. 1ª geração: FENOBARBITAL (consiste no prolongamento da abertura dos canais de Cloro, dos receptores GABA-A e consequente hiperpolarização das membranas pós-sinápticas), FENITOÍNA (bloqueador do canal de sódio), carbamazepina, VALPROATO (ação gabaérgica, bloqueio do canal de cálcio tipo T e bloqueio do canal de sódio) 2ª geração: LAMOTRIGINA E TOPIRAMATO(bloqueador do canal de sódio), vigabatrina, clobazam 3ª geração: Lacosamida OBS: a 2 e 3 geração possuem menos efeitos adversos, e uma menor interação medicamentosa quando comparados a 1ª geração adultos com epilepsia focal - carbamazepina, fenitoína e ácido valproico crianças com epilepsia focal - carbamazepina idosos com epilepsia focal - lamotrigina e gabapentina QUANDO PARAR AS MEDICAÇÕES • A maioria dos pacientes apresenta bom controle das crises • Razões para interromper o tratamento: - Efeitos adversos agudos ou crônicos - Potencial efeito teratogênico - Inconveniências • Em geral a retirada dos fármacos é considerada quando o paciente permanece por 2 anos sem crises. • Os FAEs devem ser retirados de forma gradual e um de cada vez nos casos de politerapia. REGRAS GERAIS PARA O TRATAMENTO • O princípio mais importante na escolha do FAE é selecionar a medicação mais eficaz para o tipo de crise ou síndrome epiléptica em questão. • O segundo passo é considerar o perfil de efeitos adversos da medicação escolhida, devendo considerar as características individuais de cada paciente. • Por último, deve ser considerado a conveniência da medicação, com a apresentação mais adequada e o custo. Sendo a monoterapia preferida j) Complicações DIMENSÃO PSICOSSOCIAL • Perda de independência - Não poder dirigir por exemplo • Subemprego • Pior status social • Redução do tempo de lazer e de atividade física DESORDENS PSIQUIÁTRICAS • Depressão • Ansiedade • Transtornos psicóticos DESORDENS COGNITIVAS • Normalmente já há algum prejuízo cognitivo no momento do diagnóstico. Uma variedade de fatores contribui para essa disfunção, como: - Idade - Etiologia de variantes genéticas - Crises prolongadas e frequentes - Associação como desordens psiquiátricas - Efeito colateral da medicação antiepiléptica - Complicação de outras terapias, como a cirurgia • Avaliação neuropsicológica formal e a reabilitação cognitiva podem ser úteis para alguns pacientes. DESORDENS DO SONO • É importante o reconhecimento e o tratamento, uma vez que as desordens do sono podem contribuir para o mau controle das crises e a piora da qualidade de vida. • Apneia obstrutiva do sono (20-40%) • Insônia A morte súbita e inesperada nas epilepsias conhecidas por SUDEPE (Sudden unexpected death in epilepsy) é caracterizada como óbito de um paciente com epilepsia sem causa definida, excluindo trauma, afogamento, mal epiléptico e se os exames realizados após a morte não revelarem causas anatômicas ou toxicológicas para a morte. Pode ter ou não relatos de crise, exceto o mal epiléptico, sendo uma das principais causas de morte entre as pessoas com epilepsia DESORDENS CARDIOVASCULARES • Doenças cardíacas • HAS • AVE • Obesidade • IAM • Aumento do risco de morte súbita cardíaca DESORDENS ÓSSEAS • Risco aumentado para queda de densidade mineral óssea • Metabolismo da vitamina D anormal ACIDENTES E LESÕES • Alto risco de quedas, fraturas acidentes, afogamentos. Os principais fatores de risco para a ocorrência da SUDEP são crises epilépticas refratárias, principalmente as tônico-clônicas generalizadas, crises noturnas, temperatura fria, idade de início antes dos 16 anos da epilepsia, duração de mais de 15 anos de epilepsia, uso de múltiplos fármacos e mudança frequente da medicação antiepiléptica. k) Diagnóstico diferencial crises agudas, como distúrbios tóxicos, metabólicos e infecciosos a encefalite, encefalopatias hepática e urêmica e distúrbios hidroeletrolíticos, principalmente sódio e cálcio, que provocam mecanismos de superexcitação cerebral e, depois de tratados, as crises deixam de ocorrer As síncopes constituem importante diagnóstico diferencial, podendo o início do evento ser gradual ou súbito, e, quando súbito, é mais difícil diferenciar da crise epiléptica. A presença de sintomas premonitórios, como tontura, turvação visual, sensação inespecífica de fraqueza, náusea e sudorese, além da recuperação rápida da consciência, são achados sugestivos de síncope. O termo “síncope convulsiva” especifica uma variante comum de síncope que é acompanhada de atividade tônica e/ou mioclônica. As frequências relatadas de síncopes convulsivas variam de 12 a 100%. Em contraste com a epilepsia, a atividade muscular não é rítmica e raramente é sustentada por mais de meio minuto. A atividade tônica é muitas vezes ausente ou leve. Os Ataques Isquêmicos Transitórios (AITs) normalmente são diferenciados de crises epilépticas, pois geralmente se apresentam com sintomas negativos, ao contrário das crises, que manifestam sintomas positivos. Os distúrbios do sono devem ser lembrados quando os eventos se associarem ao sono. O transtorno dissociativo converso constitui importante diagnóstico diferencialde crises epilépticas, sendo a principal causa de CNEP. Podem ser confundidas com crises parciais complexas (focais diz perceptivas) ou crises tônico-clônicas generalizadas. O diagnóstico pode ser difícil, sendo fundamental uma anamnese cuidadosa, e a monitorização por videoeletroencefalograma pode ser indispensável para realizá-lo É importante destacar que crises epilépticas e crises não epilépticas psicogênicas podem coexistir em até 20% dos casos de crise não epilépticas, o que geralmente representa um desafio diagnóstico. Os principais diagnósticos diferenciais estão descritos a seguir • Síncope; narcolepsia enxaqueca amnesia global transitoria • AIT; • Ataques de pânico; • Crise não epiléptica psicogênica; • Arritmias cardíacas; • Migrânea; • Distúrbios metabólicos. Prevenção de saúde • Pessoas com epilepsia têm risco elevado de morte por causa externa (quedas, afogamento, acidentes automobilísticos). Identificar risco de acidente laboral ou recreativo. • Atentar para transtornos psiquiátricos (ansiedade e depressão são comuns nesses pacientes) e déficit cognitivos (como complicação da doença ou dos anticonvulsivantes). O risco de suicídio é 3 vezes maior que na população geral. • Aconselhar não iniciar outras medicações por conta própria, suplementos dietéticos ou plantas medicinais, pois podem afetar as concentrações séricas dos medicamentos. • Consumo de álcool em pequenas quantidades (uma a duas doses por dia) não afeta os níveis séricos dos anticonvulsivantes. Entretanto, seu uso deve ser desencorajado, pois aumenta o risco de convulsões, particularmente nos 2 primeiros dias após a ingestão. Nunca suspender o uso das medicações caso faça uso de álcool. 4. Diferencie epilepsia idiopática de sintomáticas Epilepsia generalizada -> Epilepsias Generalizadas genéticas (EGGs). - atividade de complexos de espícula-onda generalizados no EEG. - são representadas por quatro síndromes epilépticas bem estabelecidas: • Epilepsia Ausência da Infância; sem sintomas ictais alguns sintomas desencadeado por hiperventilação • Epilepsia Ausência Juvenil; • Epilepsia Mioclônica Juvenil; • Epilepsia com Crises Tônico-clônicas. Epilepsia - predisposição persistente de crises epilépticas, 2 em mais de 24h Fator desencadeante - não tem Crise epiléptica - ativação excessiva e síncrona do SNC - abstinência de álcool - Hipoglicemia/hiperglicemia - Drogas sintéticas - AVC - eclampsia - Luz estroboscópica TBL HIPERTENSÃO INTRACRANIANA (HIC) emergência neurológica 1. recoheecruma HIC 2. manejar parênquima encefálico: neuronios + celulas da glia sistema vascular - arterias - veias - seios da dura mater (cavidade entre os folhetos da dura) líquido cefalorraquidiano - fora do tecido encefálico: no espaço subaracnóideo (entre aracnoide e pia máter) - dentro do tecido encefálico: no sistema ventricular ventriculos laterais -> 3 ventericulo -> aqueduto cerebral -> 4 ventriculo pressão intracraniana ● PIC: relação entre o conteúdo da caixa craniana (cérebro,líquido cefalorraquidiano e sangue) x volume do crânio ● Quando há livre comunicação entre os espaços liquóricos, a pressão intracraniana (PIC) é definida como a pressão liquórica. Como esta pressão apresenta flutuações características ela pode ser definida como a pressão de um estado de eqüilíbrio em relação à atmosfera, sobre o qual se superpõe os componentes cardíaco e respiratório ● Alterações de volume = hipertensão intracraniana ● autorregulação quando ocorre desequilíbrio em um desses componentes ● autorregulação prejudicada = sintomas ● Quando um determinado volume é acrescido ao conteúdo normal da cavidade intracraniana há, de início, diminuição do espaço subaracnóideo pós encefálico seguida de redução das cavidades ventriculares por diminuição do LCR. Posteriormente, caso essa medida não seja suficiente, há uma diminuição do volume sanguíneo e, finalmente, se não for suficiente, há redução do parênquima encefálico por compressão e atrofia. Vale lembrar que o tempo de instalação deste novo volume influência na capacidade de acomodação dele, pois em situações com aumento lento, permite que os mecanismos compensatórios sejam utilizados de forma efetiva, porém nos aumentos agudos, a utilização desses mecanismos não é adequada, acarretando no desequilíbrio precoce da relação volume/pressão intracraniana. ● redução do líquido é o mecanismo de compensação mais atuante (limitado) - adultos: <10-15 mmHg - valores normais - 20-30 mmHg - leve hIC - >20-25 mmHg - requer tratamento - > 40 mmHg - grave HIC -> risco de morte Fisiologicamente, o volume do espaço intracraniano não varia e seu conteúdo é praticamente incompressível. O incremento do volume de um dos constituintes da cavidade intracraniana ou o surgimento de um processo expansivo acarreta no deslocamento dos seus componentes naturais, para que não ocorra alteração na PIC. Entretanto, quando o aumento do volume é maior do que a capacidade de deslocamento de líquido, ocorre elevação da PIC, provocando a hipertensão intracraniana. As doenças que provocam hipertensão intracraniana (HIC) o fazem por um ou mais dos seguintes mecanismos 1 - crescimento de lesões que ocupam espaço na caixa craniana; 2 - obstrução da circulação liqüórica (hidrocefalia); 3 - aumento de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular encéfalo (edema cerebral) 4 - ingurgitamento da microcirculação (aumento do volume sangüíneo intracraniano). sintomas gerais - aumento da PIC - cefaleia - confusão,mental - aumento da PA -paralisia do 6 par craniano - náusea - respiração superficial - edema de papila - convulsão - hemiparesia, afasia - postura de decorticação ou descerebração - tríade de cushing: hipertensão arterial, bradicardia, irregularidade respiratória tumores (glioma, metástase, glioblastoma) lesões infecciosas (neurocisticercose) edema hemorrágico cetoacidose diabética hidrocefalia Acúmulo de líquido cefalorraquidiano no interior da cavidade craniana (nos ventrículos ou no espaço subaracnóideo) Pode ser: • Obstrutiva: obstrução da circulação liquórica • Comunicante: fluxo mantido, com volume secretado aumentado ou dificuldade na reabsorção Causas de hidrocefalia aguda: Cisto, meningite,traumatismo craniano, tumor intracraniano, hemorragia subaracnóidea ou cerebelares, encefalite viral edema cerebral trauma, hidrocefalia, hemorragia, hematoma, AVE -funcionamento ruim entre agua e eletrolitos entre capilares e espaços extra e intracelular tratamento: estabilização hemodinâmica e sinais vitais + diurético osmótico + solução salina + corticoide + intubação orotraqueal + hiperventilação + neurocirurgia AVE hemorrágico - causa ,mais comum de HIC - cefaleia de início súbito, déficits neurológicos, vômitos em jato, perda de consciência, crise convulsiva - complicações: hidrocefalia inundação ventricular obstrução do 3 ventrículo ou do aqueduto cerebral herniação síndrome de herniação - hérnia de uncus paralisia do 3 par no tronco encefálico - midríase ipsilateral rebaixamento precoce de consciência hemiparesia contralateral ou postura patológica - hérnia central midríase bilateral rebaixamento síndrome de cushing - resposta reflexa a isquemia do tronco cerebral: tônus vagal, vasoconstrição, desregulação do centro respiratório - bradicardia, HAS, bradipneia diagnóstico HIC - edema de papila - diminuição da pulsão venosa - exame neurológico : nível de consciência, pupilas(herniações),déficits focais,fundoscopia, pares cranianos - A PIC pode ser mensurada por meio de cateter (intraparenquimatoso, ventricular, subdural, epidural e subaracnóideo). O método com maior acurácia é a ventriculostomia e apresenta outras vantagens, como a drenagem do LCR e a possibilidade de diagnóstico de infecção. consequência: isquemia, hipoperfusão, herniação tratamento Estabilização hemodinâmica e sinais vitais • Manitol (diurético osmótico) • Solução salina hipertônica 3-20% - aumento da pressão osmótica intravascular • Corticoide – edema vasogênico – tumores e abcesso • Entubação orotraqueal – sedação • Hiperventilação(PCO2 25 a 35) - vasoconstrição • Cuidado para não piorar a isquemia – monitorar • Neurocirurgia – retirada de parte da calota craniana tratamento específico Neurocisticercose (Albendazol) • Edema cerebral • Neurotoxoplasmose /Neurotuberculose (imunossuprimidos) • Quimioterapia / Radioterapia (tu) João pegou sua motocicleta e foi, em alta velocidade, a uma loja de celulares, que estava quase para encerrar suas atividades e fazia uma promoção. “Fechado” por um caminhão, caiu, batendo a região parieto-temporal direita em uma mureta de proteção. Perdeu a consciência. Foi levado a um hospital de alta complexidade. Chegou no Pronto Socorro, em coma. As pupilas estavam isocóricas e fotorreagentes. Trinta minutos depois, em reavaliação neurológica, a pupila direita estava midriática e não reagente à luz Explique a evolução do exame neurológico do paciente. Hematoma intracraniano se formou como consequência do trauma cranioencefálico. Chegou a um volume tal que aumentou a pressão intracraniana. Houve compressão do III par craniano, à direita, com midríase paralítica.