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INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL INTRODUÇÃO O corrimento vaginal é uma queixa comum, que ocorre principalmente na idade reprodutiva. Esse é o principal sintoma referido pelas mulheres atendidas nos casos de IST. A vulvovaginite e a vaginose representam as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico, sendo responsáveis por inúmeras consultas. São afecções do epitélio estratificado da vulva e/ou vagina. Entre as causas não infecciosas do corrimento vaginal, incluem-se: ● Drenagem material mucóide fisiológico em excesso; ● Vaginite inflamatória descamativa; ● Vaginite atrófica (em mulhers na pós-menopausa); ● Corpo estranho. Entre as causas infecciosas endógenas: ● Candidíase vulvovaginal; ● Vaginose bacteriana. Entre as causas de infecções iatrogênicas: ● Infecções pós-aborto; ● Infecções pós-parto. Entre as causas de IST ● Tricomoníase; ● C. trachomatis; ● N. gonorrhoeae. A infecção vaginal pode ser caracterizada por corrimento e/ou prurido e/ou alteração de odor. Por isso, devemos sempre buscar na anamnese informações sobre: 1. Características do corrimento: consistência, cor e alterações no odor; 2. Presença de prurido; 3. Irritação local. Além disso, devemos fazer uma investigação minuciosa, abrangendo informações sobre: 1. Comportamentos e práticas sexuais; 2. Data da última menstruação; 3. Práticas de higiene vaginal e uso de medicamentos tópicos/sistêmicos; 4. Possíveis agentes irritantes locais. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Candida albicans é o agente etiológico da candidíase vulvovaginal em 80% a 92% dos casos. Durante a vida reprodutiva, 10% a 20% das mulheres serão colonizadas por Candida spp., de forma assintomática, sem requerer tratamento Entre os fatores que predispõem à candidíase vulvovaginal, temos: ● Gravidez; ● Obesidade; ● DM descompensada; ● Uso de corticoides; ● Uso de antibióticos; ● Uso de contraceptivos orais; ● Uso de imunossupressores, quimioterapia ou radioterapia; ● Imunodeficiências; ● Hábitos de higiene e vestuários que aumentam a umidade e o calor local; ● Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes; ● Infecção pelo HIV. A candidíase vulvovaginal divide-se em CVV não complicada e CVV complicada. Candidíase vulvogenital não complicada Todos os critérios abaixo Candidíase vulvovaginal complicada Pelo menos um dos critérios abaixo Sintomas leves/moderados Sintomas intensos Frequência esporádica Frequência recorrente (4 ou mais episódios/ano) Agente etiológico C. albicans Agente etiológico: não albicans Ausência de comorbidades Presença de comorbidades ou gestação ➔ Diagnóstico da candidíase vulvovaginal 1. Sinais e sintomas: - Prurido; - Ardência; - Corrimento geralmente grumoso; - Sem odor; - Dispareunia de intróito vaginal; - Disúria externa; - Eritema e fissuras vulvares. 2. Citologia a fresco - KOH 10%: visualizar hifas e/ou esporos dos fungos; - pH vaginal normal (< 4,5); - Diante de citologia a fresco negativa, realizar cultura em meio de Sabouraud. VAGINOSE BACTERIANA A vaginose bacteriana é a desordem mais frequente do trato genital inferior entre mulheres em idade reprodutiva (gestantes ou não) e a causa mais prevalente de corrimento vaginal com odor fétido. Está associada à perda de lactobacilos e ao crescimento de inúmeras bactérias, com predomínio de Gardnerella vaginalis. Sem lactobacilos, o pH aumenta e a Gardnerella vaginalis produz aminoácidos, os quais são quebrados pelas bactérias anaeróbicas da VB em aminas voláteis, levando ao odor desagradável, particularmente após o coito e a menstruação. A VB aumenta o risco de aquisição de IST (incluindo o HIV), e pode trazer complicações às cirurgias ginecológicas e à gravidez. ➔ Diagnóstico da vaginose bacteriana 1. Se microscopia disponível: Critérios de Amsel - pelo menos 3 - Corrimento vaginal homogêneo; - pH > 4,5; - Clue cells (células guia) no exame da lâmina a fresco; - Teste de Whiff + (odor fétido com adição de KOH 10%). 2. Padrão ouro - Coloração por Gram do fluido vaginal; - Quantificar o número de bactérias e lactobacilos patogênicos - Utiliza-se o Sistema de Nugent para realizar o escore de diagnóstico - 7 ou mais: Vaginose Bacteriana; - De 4 a 6: Microbiota alterada; - De 0 a 3: Negativo. 3. Exame especular - Paredes vaginais íntegras, marrons e homogêneas ao teste de Schiller, banhadas por corrimento perolado bolhoso. ➔ Indicação de tratamento 1. Mulheres sintomáticas; 2. Grávidas sintomáticas ou assintomáticas; 3. Exames invasivos do trato genital ou cirurgias ginecológicas. ➔ Recorrência 1. Atividade sexual sem preservativo; 2. Duchas vaginais; 3. DIU; 4. Resposta imune inadequada ou resistência bacteriana aos imidazólicos; 5. Atopobium vaginae resistentes ao metronidazol. TRICOMONÍASE Vulvovaginite menos frequente nos dias atuais, a tricomoníase é causada por um protozoário flagelado unicelular, o Trichomonas vaginalis. ➔ Quadro clínico 1. Corrimento vaginal intenso; 2. Amarelo-esverdeado, por vezes acinzentado; 3. Bolhoso e espumoso; 4. Odor fétido; 5. Prurido eventual; 6. Em caso de inflamação intensa: corrimento aumentado, podendo haver sinusorragia e dispareunia; 7. Pode ocorrer edema vulvar; 8. Podem ocorrer sintomas urinários, como disúria. ➔ Exame especular 1. Microulcerações que dão ao colo uterino um aspecto de morango ou framboesa; 2. Teste de Schiller: aspecto “Tigróide” ou “Onçóide”; 3. pH > 5. ➔ Diagnóstico de tricomoníase 1. Exame a fresco: gota do conteúdo vaginal e soro fisiológico para observar o parasita ao microscópio; 2. Geralmente o teste das aminas é positivo; 3. Bacterioscopia com coloração de Gram: parasita gram-negativo, de morfologia característica MANEJO DO CORRIMENTO VAGINAL TRATAMENTO Agente 1ª opção 2ª opção Observações Candidíase Miconazol creme 2% via vaginal, 1 aplicação à noite, por 7 dias. Fluconazol 150mg, VO, dose única. Gestantes e lactantes: tratamento tópico Vaginose Metronidazol 400-500mg de 12/12h, VO por 7 dias. Metronidazol, 2g, VO, dose única. Tricomoníase Metronidazol 2g, VO, dose única; OU Metronidazol 400-500mg de 12/12h, VO, por 7 dias. Secnidazol, 2g, VO, dose única. Gestantes: Metronidazol Se candidíase complicada ou recorrente: ● Indução com Fluconazol 150mg, VO, 1x/dia, nos dias 1, 4 e 7; ● Manutenção: Fluconazol 150mg, VO, 1x/semana, por 6 meses. CERVICITE INTRODUÇÃO Os principais agentes etiológicos são: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. Fatores associados à prevalência de cervicite: ● Mulheres sexualmente ativas; ● Idade inferior a 25 anos; ● Novos ou múltiplos parceiros sexuais; ● Parcerias com IST; ● História prévia ou presença de outra IST; ● Uso irregular de preservativo. As cervicites são frequentemente assintomáticas (em torno de 70% a 80%). Nos casos sintomáticos, as principais queixas são: ● Corrimento vaginal; ● Sangramento intermenstrual ou pós-coito; ● Dispareunia; ● Disúria; ● Polaciúria; ● Dor pélvica crônica. ➔ Cervicite por C. trachomatis ou N. gonorrhoeae 1. Em 60% a 80% das vezes: - Dor à manipulação do colo - Muco cervical turvo ou amarelado - Friabilidade cervical ➔ Exame físico 1. Dor à mobilização do colo uterino; 2. Material mucopurulento no OCE; 3. Edema cervical; 4. Sangramento ao toque da espátula ou swab. ➔ Principais complicações 1. Dor pélvica; 2. DIP; 3. Gravidez ectópica; 4. Infertilidade. DIAGNÓSTICO 1. Biologia molecular PCR para casos sintomáticos e assintomáticos; 2. Cultura para gonococo em meio Thayer-Martin modificado para casos sintomáticos. MANEJO DA CERVICITE TRATAMENTO DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA - DIP INTRODUÇÃO A DIP é uma síndrome clínica atribuída à ascensão de microrganismos do trato genital inferior, espontânea ou decorrente de manipulação, comprometendo o endométrio (endometrite), tubas uterinas, anexos uterinos e/ou estruturas contíguas (salpingite, miometrite, ooforite, parametrite, pelviperitonite). Constitui uma das mais importantes complicações das IST. Está associada a sequelas importantes em longo prazo, causando morbidades reprodutivas que incluem infertilidadepor fator tubário, gravidez ectópica e dor pélvica crônica. A maioria dos casos de DIP (85%) é causada por agentes patogênicos sexualmente transmitidos ou associados à vaginose bacteriana. Principais etiologias de DIP: ● Chlamydia trachomatis; ● Mycoplasma genitalium; ● Neisseria gonorrhoeae; ● Trichomonas vaginalis; ● Micoplasmas do trato genital Fatores de risco para DIP incluem: ● Condições socioeconômicas desfavoráveis; ● Atividade sexual na adolescência; ● Comportamento sexual de pessoas com maior vulnerabilidade para IST; ● Uso de método anticoncepcional. DIAGNÓSTICO ➔ Quando investigar DIP? 1. Mulher sexualmente ativa com dor abdominal baixa e/ou dor pélvica; 2. Quando DIP for diagnóstico diferencial independente da história sexual recente. ➔ Quadro clínico 1. Sangramento vaginal anormal em pouca quantidade; 2. Dispareunia; 3. Corrimento vaginal; 4. Dor pélvica; 5. Dor no abdome inferior; 6. Dor à mobilização do colo uterino. ➔ Exame físico 1. Aferição de sinais vitais; 2. Exame abdominal; 3. Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade e corrimento mucopurulento cervical; 4. Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos. ➔ Critérios diagnósticos de DIP ➔ Exames laboratoriais 1. Hemograma; 2. VHS; 3. PCR; 4. Exame bacterioscópico para vaginose bacteriana; 5. Cultura de material de endocérvice com antibiograma; 6. Detecção de clamídia e gonococo por biologia molecular; 7. Pesquisa de N. gonorrhoeae e C. trachomatis no material de endocérvice, da uretra, de laparoscopia ou de punção do fundo de saco posterior; 8. Exame qualitativo de urina e urocultura; 9. Hemocultura; 10. Teste de gravidez; 11. Exames de imagem: USG transvaginal e pélvica MANEJO DA DIP TRATAMENTO Critérios para indicação de tratamento hospitalar de DIP: ● Abscesso tubo-ovariano; ● Gravidez; ● Ausência de resposta clínica após 72h do início do TTO com ATB oral; ● Intolerância a antibióticos orais ou dificuldade de seguimento ambulatorial; ● Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre; ● Dificuldade na exclusão de emergência cirúrgica (ex.: apendicite, gravidez ectópica). INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO URETRAL INTRODUÇÃO As uretrites são caracterizadas por inflamação e corrimento uretral. Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. Fatores associados às uretrites: ● Idade jovem; ● Baixo nível socioeconômico; ● Múltiplas parcerias ou nova parceria sexual; ● Histórico de IST; ● Uso irregular de preservativos. Etiologia das uretrites ● Mais comuns ○ Neisseria gonorrhoeae; ○ Chlamydia trachomatis; ○ Trichomonas vaginalis; ○ Ureaplasma urealyticum; ○ Mycoplasma genitalium. ● Menos comuns ○ Enterobactérias; ○ Herpes simples; ○ Adenovírus; ○ Candida sp. URETRITE GONOCÓCICA É um processo infeccioso e inflamatório da mucosa uretral, causado por Neisseria gonorrhoeae. O risco de transmissão de um parceiro infectado a outro é, em média, 50% por ato sexual. ● Homens: ○ Assintomática em menos de 10% dos casos; ○ Presença de corrimento em 80% dos casos; ○ Disúria em mais de 50% dos casos. ○ Complicações: ■ Orquiepididimite; ■ Prostatite; ■ Estenose de uretra. ● Mulheres: ○ Frequentemente assintomática. URETRITE NÃO GONOCÓCICA É a uretrite sintomática em que a bacterioscopia pela coloração de Gram, cultura e detecção de material genético por biologia molecular são negativas para o gonococo. A infecção por clamídia no homem é responsável por aproximadamente 50% dos casos de uretrite não gonocócica. A uretrite não gonocócica caracteriza-se, habitualmente, pela presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente. Podem evoluir para prostatite, epididimite, balanite, conjuntivite (por autoinoculação) e síndrome uretro-conjuntivo-sinovial ou síndrome de Reiter. DIAGNÓSTICO Métodos diagnósticos para uretrites assintomáticas Após a identificação de risco de IST e a exclusão de sinais e sintomas clínicos, o método diagnóstico de escolha é a detecção de clamídia e gonococo por biologia molecular. Métodos diagnósticos para uretrites sintomáticas Uma vez reconhecidos os sinais e sintomas clínicos de uretrite, devem-se executar os testes diagnósticos apropriados. ● Detecção de clamídia e gonococo por biologia molecular; ● Bacterioscopia: a coloração de Gram; ● Cultura de amostras de corrimento uretral em meio seletivo de Thayer-Martin ou similar: útil na identificação de Neisseria gonorrhoeae; ● O teste positivo de esterase leucocitária na urina de primeiro jato, ou exame microscópico de sedimento urinário de primeiro jato, apresentando mais de dez leucócitos polimorfonucleares (>10 PMN) por campo, sugere presença de infecção. MANEJO DO CORRIMENTO URETRAL TRATAMENTO INFECÇÕES QUE CAUSAM ÚLCERA GENITAL INTRODUÇÃO As úlceras genitais representam síndrome clínica, sendo muitas vezes causadas por IST, e se manifestam como lesões ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional. Agentes etiológicos infecciosos mais comuns são: ● Treponema pallidum (sífilis); ● HSV-1 e HSV-2 (herpes perioral e genital, respectivamente); ● Haemophilus ducreyi (cancróide); ● Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 (LGV); ● Klebsiella granulomatis (donovanose). Os aspectos clínicos das úlceras genitais são bastante variados e têm baixo poder preditivo do agente etiológico. SÍFILIS PRIMÁRIA A sífilis primária, também conhecida como “cancro duro”, ocorre após o contato sexual com o indivíduo infectado. A primeira manifestação: 1. Úlcera, geralmente única, que ocorre no local de entrada da bactéria; 2. Indolor. 3. Base endurecida; 4. Fundo limpo; 5. Rica em treponemas HERPES GENITAL Embora os HSV-1 e HSV-2 possam provocar lesões em qualquer parte do corpo, há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e do tipo 1 nas lesões periorais. As manifestações da infecção pelo HSV podem ser divididas em primoinfecção herpética e surtos recorrentes. A primoinfecção herpética é representada por uma manifestação mais severa, caracterizada pelo surgimento de lesões eritemato-papulosas de 1 a 3 mm de diâmetro, que rapidamente evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosas. ➔ Quadro clínico 1. O local da primoinfecção costuma ser bastante sintomático e, na maioria das vezes, é acompanhado de manifestações gerais, podendo cursar com: 2. Febre, mal estar, mialgia e disúria, com ou sem retenção urinária. 3. A linfadenomegalia inguinal dolorosa bilateral está presente em 50% dos casos. 4. Quando o HSV acomete o colo do útero, é comum o corrimento vaginal, que pode ser abundante. 5. Entre os homens, o acometimento da uretra pode provocar corrimento, sendo raramente acompanhado de lesões extragenitais. Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência. ➔ Recorrência ● Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e 60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação viral; ● O quadro clínico das recorrências é menos intenso que o observado na primoinfecção e pode ser precedido de sintomas prodrômicos característicos; ● A recorrência tende a ocorrer na mesma localização da lesão inicial, geralmente em zonas inervadas pelos nervos sensitivos sacrais. CANCRÓIDE O cancróide é uma afecção provocada por Haemophilus ducreyi, mais frequente nas regiões tropicais. Denomina-se também cancro mole, cancro venéreo ou cancro de Ducrey. ➔ Quadro clínico 1. As lesões são dolorosas, geralmente múltiplas devido à autoinoculação; 2. Base amolecida e fundo com exsudato purulento; 3. Bordas irregulares e contornos elevados; 4. Adenopatia associada a. Linfonodos inguino-crurais (bubão); b. Fistulização em 50% dos casos, com orifício único. ➔ Exame físico 1. A borda é irregular;2. Contornos eritemato-edematosos e fundo heterogêneo, recoberto por exsudato necrótico, amarelado; 3. Odor fétido, que, quando removido, revela tecido de granulação com sangramento fácil. LINFOGRANULOMA VENÉREO - LGV O LGV é causado por Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. ➔ Quadro clínico 1. Linfadenopatia inguinal e/ou femoral devido aos sorotipos altamente invasivos aos tecidos linfáticos. 2. Fases da doença: ● Fase de inoculação: inicia-se por pápula, pústula ou exulceração indolor; ● Fase de disseminação linfática regional: linfadenopatia inguinal, geralmente unilateral; ● Fase de sequelas: supuração e fistulização por orifícios múltiplos por comprometimento ganglionar. DONOVANOSE É uma IST crônica progressiva, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. Ocorre na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. ➔ Quadro clínico 1. Ulceração de borda plana ou hipertrófica; 2. Bem delimitada; 3. Fundo granuloso; 4. Aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil; 5. Evolui podendo tornar-se vegetante ou úlcero-vegetante; 6. Pseudobubões (granulações subcutâneas). MANEJO DA ÚLCERA GENITAL TRATAMENTO HERPES GENITAL Aciclovir 200mg, VO, 4/4h por 7 dias; OU Aciclovir 400mg, VO, 8/8h por 7 dias. CANCRÓIDE, LGV E DONOVANOSE Cancro mole 1ª opção: Azitromicina, 1g, VO, dose única; 2ª opção: Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h, por 14 dias. LGV Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h, por 14 dias a 21 dias ou até melhora clínica. Donovanose Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h, por 14 dias a 21 dias ou até melhora clínica. SÍFILIS ADQUIRIDA 1ª opção: Penicilina benzatina 2.400.000UI, IM, dose única; 2ª opção: Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 14 dias. INFECÇÕES QUE CAUSAM VERRUGAS GENITAIS INTRODUÇÃO Papilomavírus humano - HPV O HPV é um DNA-vírus de cadeia dupla, não encapsulado.. Infecta epitélios escamosos e pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas. A transmissão do HPV dá-se por qualquer tipo de atividade sexual e, excepcionalmente, durante o parto, com a formação de lesões cutaneomucosas em recém-nascidos ou papilomatose recorrente de laringe. MANIFESTAÇÕES ➔ Quadro clínico 1. As infecções são tipicamente assintomáticas; 2. Lesões polimórficas; a. Pontiagudas: condiloma acuminado; b. Únicas ou múltiplas; c. Achatadas ou papulosas. 3. Sempre papilomatosas a. Superfície fosca; b. Aveludada, semelhante a couve-flor. DIAGNÓSTICO ➔ Diagnóstico 1. Tipicamente clínico! 2. Indicação de biópsia: a. Dúvida diagnóstica, suspeita de neoplasias ou outras doenças; b. Lesões atípicas ou que não respondem adequadamente ao tratamento; c. Lesões suspeitas em pessoas com imunodeficiências PREVENÇÃO MANEJO DO HPV TRATAMENTO Dividem-se os tratamentos em domicílios (realizados pelo próprio paciente) e ambulatoriais (realizados pelos profissionais de saúde). Normas padrão de biossegurança devem ser seguidas durante o tratamento, incluindo máscaras quando dos procedimentos que gerem aerossóis e/ou fumaça, transportando partículas virais passíveis de serem inaladas. Domiciliar Ambulatorial Imiquimode 50mg/g creme Ácido tricloroacético (ATA) 80% a 90% em solução Podofilotoxina creme Podofilina 10% a 25% em solução - Eletrocauterização; Exérese cirúrgica; Crioterapia.