Prévia do material em texto
Patologia especial veterinária Sistema hemolinfopoiético 03 Prof. MSc.: Matheus Sousa 1 Componentes ● Coração ● Sistema vascular ○ segmento arterial ○ segmento capilar ○ segmento venoso ○ segmento linfático 2 Respostas a agressão ● Adaptações ○ atrofia e hipertrofia ● agressões subletais ou degenerações ○ degeneração gordurosa, lipofucciose(atrofia parda), degeneração vacuolar e miocitólise (degeneração miofibrilar) ● agressões letais ○ necrose ● regeneração ○ rara 3 Fisiopatologia cardíaca ● função cardíaca ○ homeostasia ● reserva funcional ○ 3 a 5 vezes sua capacidade ● mecanismos compensatórios ○ dilatação cardíaca, hipertrofia, aumento de frequência cardíaca, aumento de resistência periférica, aumento de volume sanguíneo e redistribuição de fluxo 4 Síndromes da insuficiência cardíaca ou descompensação ● Síncope cardíaca ○ Colapso, perda de consciência e alterações extremas na frequência cardíaca e na pressão sanguínea. ○ Necrose miocárdica massiva, fibrilação ventricular, bloqueio cardíaco, arritmias e inibição do reflexo cardíaco. 5 Síndromes da insuficiência cardíaca ou descompensação ● Insuficiência cardíaca congestiva ○ Perda gradual da eficiência de bombeamento, associada à sobrecarga de pressão ou de volume ou à lesão miocárdica. ○ Redução do fluxo => renina => aldosterona => acúmulo de líquido; ○ Hipóxia => eritropoese (policitemia) => aumento de viscosidade; ○ Sobrecarga = descompensação = morte 6 Síndromes da insuficiência cardíaca ou descompensação ● Insuficiência cardíaca congestiva ● Insuficiência do coração esquerdo: ○ Congestão pulmonar e edema. ○ Causas: perda de contratilidade do miocárdio, disfunção de válvulas mitral e aórtica; doenças congênitas 7 ICC 8 9 Síndromes da insuficiência cardíaca ou descompensação ● Insuficiência cardíaca congestiva ● Insuficiência do coração direito: ○ Congestão hepática e retenção de sódio e água mais acentuada. Edema de tecido subcutâneo ventral em equinos e ruminantes, ascite em cães e hidrotórax em gatos. ○ Causas: hipertensão pulmonar, miocardiopatia e lesões de válvulas tricúspide e pulmonar. 10 11 Diagnóstico ● Exame físico, ● Radiografia, ● Eletrocardiograma, ● Angiocardiografia , ● Cateterização cardíaca. ● Aumento de creatina fosfoquinase, lactato desidrogenase, aspartato aminotransferase. 12 Anomalias congênitas •Anomalias graves, intermediárias e leves. •Pouca tolerância ao exercício, cianose e crescimento tardio. •Exposição de animais prenhes a várias substâncias químicas e drogas. 13 Anomalias devido a falhas no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais ● Persistência do ducto arterioso ○ Canal entre artéria aorta e pulmonar (após nascimento vira ligamento arterioso. ○ Comum em cães Poodle, Collie, Chihuahua e Maltês ○ Sangue desviado do ventrículo esquerdo para o direito (hipertensão pulmonar) 14 15 16 Anomalias devido a falhas no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais ● Defeito do septo ventricular ○ Falha de desenvolvimento completo do septo ventricular, ○ várias espécies ● 17 Anomalias devido a falhas no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais ● Tetralogia de Fallot ● Quatro lesões: ○ Primárias: defeito do septo ventricular (1), obstrução da via de saída do ventrículo direito (estenose pulmonar) (2) e dextroposição da aorta(3); ○ Secundária: hipertrofia do miocárdio do ventrículo direito (4); ○ Hereditária em raça Keeshond; ○ Cianose. 18 19 Anomalias devido a falhas no desenvolvimento valvular normal ● Estenose de válvula pulmonar ○ Hereditária em Beagles, Buldogues ingleses e Chihuahuas ○ Formação de faixa de tecido fibroso e/ou muscular proximal à válvula ou malformação da válvula; ○ Hipertrofia concêntrica acentuada do ventrículo direito. 20 Hipertrofia do ventrículo direito em cavalo com bronquiolite obliterante. O ventrículo direito excede a dimensão do ventrículo esquerdo, que mantém a dimensão normal e está localizado à direita da superfície de corte. 21 Anomalias devido a falhas no desenvolvimento valvular normal ● Estenose subaórtica ○ Suínos e cães (Newfoundland, Boxer e Pastor alemão); ○ Zona espessada de tecido endocárdico fibroso que rodeia o trajeto do ventrículo esquerdo por sob a válvula (metaplasia cartilaginosa); ○ Lesões secundárias: hipertrofia de ventrículo esquerdo, focos disseminados de fibrose e necrose do miocárdio da parte interna da parede ventricular, espessamento de artérias intramiocárdicas 22 figuras Forma anormal do coração de um cachorro de 7 meses, num caso de estenose do ponto de emergência da aorta. A acentuada hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo conferiu ao coração um formato alongado. Na foto da direita, pode ver-se, ao corte, o grau de espessamento ventricular. Em baixo, pormenor da zona de estenose, indicada pela cânula. 23 24 25 26 Hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo. Observar as dimensões aumentadas da cavidade ventricular, assim como a diminuição na espessura da parede do ventrículo. 27 Anomalias devido ao mau posicionamento dos grandes vasos ● Persistência do arco aórtico direito ○ Cães Pastores alemães e Irish setters ○ O quarto arco aórtico direito desenvolve-se e eleva-se do lado direito da linha média. Ligamento arterioso forma um anel sobre o esôfago e a traquéia (obstrução esofágica e dilatação da parte proximal do esôfago). 28 29 Persistência do canal arterial em canídeo. Os Canudos estão inseridas em ventrículos diferentes e juntam-se na artéria aorta. 30 Patologia do pericárdio ● Acúmulos de líquidos não inflamatórios no saco pericárdico ● Hidropericárdio: ○ Líquido aquoso, transparente ou amarelo-claro. ○ Doenças com edema generalizado, ascite e hidrotórax; ○ Insuficiência cardíaca congestiva; ○ Miocardiopatia com dilatação em cães e gatos; ○ Síndrome ascítica das aves; ○ Hipertensão pulmonar, insuficiência renal, hipoproteinemia 31 hidropericardio 32 ● Hemopericárdio: ○ Acúmulo de sangue no saco pericárdico. ○ O sangramento no saco pericárdico pode resultar da ruptura atrial espontânea em cães, da ruptura de hemangiossarcomas, ruptura da aorta em eqüinos. 33 34 Pericardite sero-hemorrágica, num caso de doença do coração. Presença de sangue no saco pericárdico a as aderências, que entretanto se formaram entre os dois folhetos da serosa. O miocárdio apresenta-se congestionado. 35 Alterações metabólicas do pericárdio ● Atrofia serosa da gordura: ○ Aspecto gelatinoso e acizentado dos depósitos epicárdicos de gordura do epicárdio. Consequência de anorexia, inanição ou caquexia. ● Mineralização epicárdica (calcinose cardíaca): ○ Calcificação distrófica. Ocorre em camundongos (hereditária). ● Depósitos de urato no pericárdio: ○ Aves e cobras. 36 37 A gota visceral deve-se ao depósito de uratos (sais insolúveis (cristalinos) de ácido úrico) em vários órgãos. Neste caso, observar a deposição dos ditos sais no pericárdio. 38 Inflamação do pericárdio ● Pericardite supurativa ○ Bovinos com reticulopericardite traumática; ○ Morte por insuficiência cardíaca congestiva e septicemia; ○ Macro.: superfícies pericárdicas bastante espessadas por tecido conjuntivo fibroso, branco, muitas vezes rugoso, aparência felpuda; ○ Micro.: acúmulo de exsudato purulento, branco-acizentado, viscoso e com mau cheiro. 39 Pericardite supurada em suíno. O pericárdio apresenta espessura anormal, podendo observar-se, à direita, material purulento que se libertou a partir do saco pericárdico. 40 Acúmulo de pús no saco pericárdico, denominada piopericárdio. Observar como o pericárdio exibe as marcas das costelas, tal era a pressão que o saco pericárdico, dilatado pela acumulação de pús, exercia contra a parede torácica. 41 Pericardite cronica vilosa. Observa-se a irregularidade da superfície do coração devido à organização fibrosa de exsudados. 42 Pericarditecrónica vilosa muito exuberante. Observa-se a irregularidade da parede cardíaca devido à organização dos exsudados inflamatórios. 43 Pericardite em porco-espinho. O pericárdio, muito espessado, está parcialmente cortado, deixando ver o coração, cuja vascularização superficial está muito evidente. Observa-se ainda irregularidade superficial do fígado, devido a fibrose capsular, e forte dilatação do estômago. 44 Pericardite aguda e focos de congestão do pulmão em gato adulto, cuja morte foi devida a leucemia felina. 45 Patologia do endocárdio - Degeneração ● Mineralização ○ Ingestão de quantidades excessivas de vitamina D, intoxicação por plantas calcinogênicas (Cestrum diurnum, Trisetum flavencens, Solanum malacoxylon e Solanum torvum), que contém análogos à vitamina D (Mineralização Metastática) ou por desequilíbrio de íons com algum tipo de lesão vascular ou do endocárdio (Ex.: IR crônica - Mineralização Distrófica). ○ Há a formação de várias placas grandes, brancas, rugosas e firmes de tecido fibroelástico mineralizado no endocárdio. 46 Patologia do endocárdio - Degeneração •Fibrose: pode ocorrer com ou sem mineralização, em corações cronicamente dilatados. 47 Fibrose do miocárdio em coração de gato. Observe a substituição do tecido muscular por espessas trabéculas de tecido fibroso. O felino morreu com sinais de falência cardíaca (H&E, 100x). 48 Patologia do endocárdio - Degeneração ● Endocardiose Valvar ○ –Relacionada à idade (raças miniaturas). ○ –Valva mitral. ○ –As válvulas afetadas apresentam-se encurtadas e espessas e parecem lisas e brilhantes (ao invés de rugosas e granulares como em endocardite valvular). 49 Endocardiose de grau 1 em canídeo com 11 anos. O bordo das cúspides da valva atriovetricular está ligeiramente espessado e levemente irregular. 50 51 Endocardiose de grau 4, no folheto parietal da válvula mitral de um cão de Raça Indeterminada. A escala de classificação da endocardiose compõe-se de 4 graus, de severidade crescente, sendo que nas lesões de grau 4, o folheto se encontra deformado, implicando insuficiência valvular. 52 Inflamação ● Endocardite ○ –Normalmente formam-se lesões nas válvulas (endocardite valvular) mas podem afetar as paredes (endocardite mural). ○ –As válvulas apresentam massas extensas aderidas, friáveis, amareladas a acinzentadas de fibrina. ○ –A morte é causada por IC resultante da disfunção valvular ou dos efeitos da bacteremia. ○ –Infecciosa (causa por agentes infecciosos, principalmente bactérias) ○ –Não infecciosa (causada por lesões/ulcerações na insuficiência renal). 53 54 55 56 Endocardite valvular verrugosa em cão. A lesão inicialmente vegetante adquiriu carácter crónico. As massas aderentes aos bordos das valvas são mais consistentes devido à organização fibrosa dos exsudados. 57 58 Endocardite valvular de tipo vegetante em coração de suíno. 59 Patologia do miocárdio ● Distúrbios do crescimento ● Hipertrofia do Miocárdio: ○ Resposta compensatória à carga de trabalho excessiva. 60 Hipertrofia do Miocárdio ● Hipertrofia Excêntrica (dilatação cardíaca): ○ Resulta em coração com as câmaras ventriculares aumentadas e paredes de espessura normal a levemente reduzida. ○ Ex.: insuficiências valvulares e defeitos septais 61 ● Hipertrofia Concêntrica: ○ O coração é caracterizado por câmaras ventriculares pequenas, com paredes espessas. ● Ex.: estenose valvular, hipertensão sistêmica e doença pulmonar. 62 63 Hipertrofia ● Macroscopia: na hipertrofia concêntrica o coração apresenta-se mais pontudo, com consistência mais firme e na hipertrofia excêntrica (dilatação) o coração apresenta-se mais redondo (globoso) e mais flácido. ● *Síndrome choque, tétano, epilepsia: coração parece hipertrófico porque houve um trabalho acima da sua carga. 64 Cardiomiopatias ● Cardiomiopatia Secundária: ○ Também denominada de doença muscular cardíaca específica. São doenças generalizadas do miocárdio de causa desconhecida. ○ Ex.: hereditárias, deficiências nutricionais, tóxicas, lesões físicas e choque, distúrbios endócrinos (hipertireoidismo, hipotireoidismo, diabetes), infecções, infiltração neoplásica. 65 Doenças degenerativas ● Infiltração Gordurosa: ○ É a presença de numerosos lipócitos interpostos entre as fibras miocárdicas. A lesão está associada à obesidade. 66 Doenças degenerativas ● Degeneração ○ Gordurosa: é o acúmulo de gotículas lipídicas no sarcoplasma de miócitos. Macroscopicamente o miocárdio apresenta-se pálido e flácido. Ocorre em distúrbios sistêmicos (Ex.: anemia grave, toxemia, deficiência de cobre) ○ –Hidrópica: está associada à administração crônica das antraciclinas (drogas antineoplásicas). ○ –Lipofuscinose: ou atrofia parda do miocárdio, ocorre em animais idosos e naqueles com caquexia grave. Os corações afetados apresentam-se pardos. 67 As lipofuscinas são pigmentos intracelulares ricos em lipídios que representam o acúmulo de resíduos não digeridos de membranas da célula em vacúolos de autofagia. Ocorrem normalmente com a idade, em diversos tipos de células, e são abundantes no coração e fígado de animais idosos ou no decurso de doenças caquéticas, conferindo aos órgãos atingidos uma coloração castanha, que muitas das vezes se encontra associada a uma atrofia dos mesmos (atrofia castanha do miocárdio e atrofia castanha do fígado). Ao microscópio, as lipofuscinas observam-se sob a forma de granulações citoplasmáticas de cor acastanhada que, no caso do coração, se dispõem principalmente junto aos polos dos núcleos dos miócitos (H&E, 400x). Bovino. 68 Inflamação - Miocardite ● Miocardite: ○ Em geral resulta de infecções disseminadas, por via hematógena ao miocárdio. Raramente o coração é a localização primária. 69 Tipos de miocardites ● Purulenta: ○ Resulta da presença de bactérias piogênicas. Geralmente de origem na endocardite valvular. Macroscopicamente apresenta-se com presença de infartos sépticos com lesões brancas. ● Necrótica: ○ Lesão frequente da toxoplasmose. 70 Tipos de miocardites ● Hemorrágica: ○ Ocorre junto com a inflamação hemorrágica, tipicamente observada na musculatura esquelética de bovinos com carbúnculo sintomático (Clostridium chauvoei) e deficiência de vitamina E e selênio. ● Linfocitária: ○ É uma lesão causada por vírus (Ex.: parvovirose e febre aftosa). O coração revela-se pálido e flácido com infiltrações linfocíticas. ● Eosinofílica: ● Resulta de infecção parasitária, como a sarcocistose. 71 Criptococose em Labrador com 5 anos de idade. Foram diversos os órgãos afectados. observam-se os pequenos nódulos de cor clara na parede cardíaca, correspondentes a granulomas de criptococose. 72 apresentam-se os granulomas renais. 73 lesões linguais 74 invasão do tecido retrobulbar direito por inflamação granulomatosa por Cryptococcus. Na mesma imagem, à esquerda, o olho esquerdo está normal. 75 infarto do miocárdio 76 ● Hemangiossarcoma: ○ Pode se originar no coração (primário) ou por metástases (secundário), ocorrendo mais em cães. São massas protuberantes, vermelhas que contém sangue. ● Quemodectoma: ○ Tumor de quimiorreceptores e apresenta-se como massas grandes, esbranquiçadas, firmes, que circundam e comprimem os grandes vasos e os átrios. Ocorre geralmente em raças braquicefálicos de cães. 77 ● Rabdomioma: ○ São raros em animais e forma nódulos acizentados no miocárdio. 78 hemangiossarcoma Hemangiossarcoma em coração de canídeo. Observa-se a alteração da cor da parede do átrio direito, que terá sido invadida por tecido tumoral. 79 tecido subcutâneo do mesmo canídeo. Repare-se na dispersão de pequenos focos de tecido tumoral, correspondendo a fase de disseminação do processo neoplásico. 80 Linfoma em fase de disseminação no coração de um canídeo adulto. Repara-se na alteração da cor da paredeexterna das câmaras direitas (à esquerda) e no espessamento da mesma, visível no corte do coração à direita da imagem. 81 Quemodectoma 82 Patologias do sistema vascular ● Aneurismas e Rupturas: ○ Aneurisma é uma dilatação ou protrusão localizada de uma porção delgada e enfraquecida de um vaso. Geralmente ocorre em artérias. ○ Ex.: deficiência de cobre (suínos), Spirocerca lupi (cães) e Strongylus vulgaris (eqüinos). ● Os aneurismas podem se romper e geralmente as consequências são rapidamente fatais. 83 Patologias do sistema vascular ● Degeneração e Necrose: ○ Arteriosclerose: é caracterizada pela fibrose da íntima de grandes artérias elásticas. Está relacionada com a idade. Ocorre o ‘endurecimento’ da artéria e estreitamento luminal. Macroscopicamente observa-se placas levemente elevadas, firmes e esbranquiçadas. ○ Aterosclerose: caracteriza-se pelos depósitos lipídicos na íntima e na média das artérias elásticas e musculares. A principal alteração é o acúmulo de lipídeos (ateroma), tecido fibroso e cálcio nas parede. ● Ex.: suínos e aves idosos e cães com hipotireoidismo. 84 Patologias do sistema vascular ● Degeneração e Necrose ○ Calcificação: é uma lesão freqüente nos animais que apresentam mineralização endocárdica concomitante. ● Ex.: toxicose por plantas calcinogênicas, vitamina D, insuficiência renal e debilitação grave (caquexia – paratuberculose em bovinos); ○ Degeneração hialina e Amiloidose: são observadas com frequência em pequenas artérias musculares do miocárdio, pulmões e baço de cães idosos. Na histologia usa-se a coloração vermelho congo. 85 Patologias do sistema vascular Corpos íntimos em artéria de cão. Repare nos focos de calcificação subendotelial distribuídos regularmente. Esta calcificação não interfere com o funcionamento das artérias. 86 Patologias do sistema vascular Calcificação das artérias em coelho. Todas as artérias deste coelho estão completamente calcificadas, transformadas em tubos rígidos de cor branca. 87 •Degeneração e Necrose –Necrose Fibrinóide: lesão endotelial e é caracterizada pela entrada e o acúmulo de proteína séricas, seguidas pela polimerização da fibrina. –Estes materiais formam um colar intensamente eosinofílico. Frequente em suínos (deficiência de vitamina E e selênio), cães (uremia e hipertensão). Na histologia usa-se a coloração de PAS. 88 Patologias do sistema vascular Trombose e Embolia ● Trombose: representa o processo de coagulação intravascular ao longo da vida. Os fatores predisponentes são: a lesão endotelial, turbulência ou estase do fluxo e estados de hipercoagulobilidade. ○ Ex.: tromboembolismo aórtico (cães e gatos com cardiomiopatia primária), trombose das artérias mesentéricas e intestinais (eqüinos com arterite verminótica), trombose das artérias pulmonares (cães com dirofilariose). 89 Patologias do sistema vascular Trombose e Embolia ● Embolia: é a oclusão arterial pelo alojamento de materiais estranhos, como fragmentos soltos de trombos (tromboembolismo – sépticos ou assépticos), células neoplásicas e bactérias. 90 Trombos diversos nos ramos da artéria pulmonar em Husky Siberiano com 10 anos de idade. A seta de cima mostra um ramo calibroso da artéria pulmonar aberto, com trombo branco muito friável. A seta de baixo indica vaso de menor calibre, preenchido por trombo de cor vermelha-escura. O pulmão exibia atelectasia dos lobos afetados. 91 Trombo da artéria pulmonar em Fox Terrier com 6 anos, obstruindo totalmente o lume em zona antes da bifurcação. A morte ocorreu ao final de 6 dias de prostração progressiva. 92 Trombo, obturando quase completamente o lúmen de um ramo da artéria pulmonar de um cão. O trombo apresenta uma coloração rosada e é constituído principalmente por agregados de plaquetas aglutinadas e fibrina. Nos animais, os processos trombóticos dos ramos da artéria pulmonar têm sobretudo base inflamatória (H&E, 40x). 93 Patologias do sistema vascular ● Inflamação ● Imunomediada: ○ Ex.: lúpus, artrite reumatóide, hipersensibilidade induzida por medicamentos. ● Viral: ○ Ex.: arterite viral eqüina, febre catarral maligna, peste suína clássica, PIF, língua azul, anemia infecciosa eqüina e diarréia viral bovina. ● Bacteriana: ○ Ex.: salmonelose, erisipela (Erysipelothrix rhusiopathia) e Haemophilus spp. 94 Lesões de língua azul (Vírus Reoviridae, do gênero Orbivirus) no coração de um ovino. Observar os focos hemorrágicos de pequena dimensão na parede da aorta e na própria parede cardíaca . Pequenos focos hemorrágicos eram também visíveis na parede da artéria pulmonar 95 Linfadenite hemorrágica dos linfonodos mesentéricos, num caso de peste suína africana. Ao lado esquerdo, pode observar-se o fígado muito congestionado e, ao lado direito, em baixo, a bexiga com petequeias e focos hemorrágicos na parede. 96 Patologias do sistema vascular ● Inflamação ● Micótica: ○ Ex.: ficomicose e aspergilose ● Parasitária: ○ Ex.: estrongilose eqüina (Strongylus vulgaris), dirofilariose (Dirofilaria immitis), espirocercose (Spirocerca lupi), oncocercíase, aelurostrongilose e angiostrongilose. 97 98 Dirofilariose em cão. Observar o grande número de parasitas que ocupava o coração direito, tendo provocado embolia pulmonar mortal. 99 inflamação micótica 100 Patologia do Sistema Hematopoiético ● Medula, baço e outras regiões. ● Células-tronco hematopoiéticas pluripotentes. ● Os tipos celulares maduros têm diferentes períodos de vida, variando entre horas (neutrófilos), dias (plaquetas), meses (eritrócitos) e anos (alguns linfócitos). 101 Resposta à agressão •Atrofia •Hipertrofia •Displasia •Aplasia •Neoplasia •Mieloptises – perda de tecido hematopoiético 102 Anemia •Decréscimo no número de eritrócitos/hemoglobina por unidade de volume sanguíneo. •Classificação pela causa: –Hemorrágica, hemolítica, carenciais, aplásicas, mielotísica e citotóxica. 103 Anemia hemorrágica ● Aguda: ○ Mais grave e com grandes perdas sanguíneas ○ Ex.: traumatismo, intoxicação por varfarina e samambaia ● Crônica: ○ Há perdas contínuas em pouca quantidade ○ Ex.: Ancylostoma (intestino delgado de carnívoros), Haemonchus (abomaso de ruminantes), úlceras gástricas (suínos), ectoparasitas, e intoxicação por samambaia (hematúria enzoótica – tumorações). ● Macroscopia: ○ Palidez de mucosas 104 105 Anemia carencial •Deficiência de Ferro: geralmente em suínos •Deficiência de Cobre: em alguns estados com solos pobres neste mineral como: Paraíba, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Sul. •Deficiência de Cobalto e Vitamina B12: geralmente em ruminantes •Deficiência de ácido fólico (B9), piridoxina (B6), riboflabina (B2) e ácido ascórbico (vitamina C), vitamina E e selênio. 106 Anemia aplástica •Destruição da medula. •Deficiência de Eritropoetina: na insuficiência renal crônica; •Necrose de Medula –Ex.: parvovirose, panleucopenia felina, intoxicação por samambaia, intoxicação por cloranfenicol, furazolidona e estrógeno. 107 Anemia hemolítica •Intravascular: há hemoglobinúria com rim escuro. –Ex.: tristeza parasitária (babesiose), rangeliose, hemobartonela, intoxicação por cebola •Extravascular (no baço): há icterícia com esplenomegalia e hepatomegalia –Ex.: tristeza parasitária (anaplasmose), erlichia, rangelia e babesia (em cães), mycoplasma (em gatos), anemia infecciosa equina, trypanossoma (em eqüinos) 108 ● Leptospirose: ● Bovinos e Eqüinos: dificilmente morrem por esta causa ● Gato: não contraem leptospirose ● Cães: apresentam quadros clínicos (superagudo, agudo e urêmico) ● Macroscopia: animal anêmico (pálido) ● Microscopia: dissociação de hepatócitos ● Material para coleta: rim e fígado 109 Outros tipos de anemia ● Intoxicação por Cobre (crônica): causa hemólise aguda. ○ Em associação ao estresse, há a liberação de grande quantidade de íons cobre na corrente sanguínea, causando uma hemóliseintravascular, necrose hepática, icterícia hepática e hemoglobinúria (rim escuro). 110 Outros tipos de anemia ● Anemia Mielotísica: substituição da medula normal por tecido neoplásico. ○ Ex.:Tumores primários ou metástase. ● Anemia Citotóxica: ○ Plantas cianogênicas ○ Ex.: pessegueiro bravo, mandioca e tifton 68 111 Outros tipos de anemia ● Intoxicação por nitrato e nitrito. ○ Nitrato se transforma em nitrito no rúmen e este transforma a hemoglobina em metahemoglobina, causando hipóxia, levando a morte. ○ Ex.: aveia, azevém, quicuio, milho e girassol. ● Macrocopia: plantas cianogênicas ou tóxicas (nitrato e nitrito) presentes no interior do rúmen. 112 Patologias do baço ● Placas siderofibróticas (cães): ○ Hemorragia espontânea em bordos; ● Fraturas de baço: ○ Tem-se fragmentos implantados no mesentério; ● Infarto no baço: ○ Ex.: decorrente de endocardite ● Necrose de tecido linfóide: ○ Pontos brancos ou vermelhos (Ex.: parvovirose). 113 Focos de necrose do baço em Rotweiller com 3 anos, no decurso de disseminação de sarcoma histiocítico. Para além da necrose focal, o baço apresentava extensos depósitos de material hialino, visíveis na imagem da direita (H&E, 100x). A coloração de Vermelho do Congo identificou esta substância como sendo de natureza amiloide. 114 Focos de necrose esplênica em cão com 8 anos devido à formação de numerosos trombos. 115 torção de baço 116 117 Esplenomegalia ● Esplenomegalia Uniforme com consistência sanguinolenta: ○ Ex.: congestões (torção, eutanásia barbitúrica, anestesia), hiperemia aguda (inflamação) e anemia hemolítica aguda (babesiose, anemia infecciosa eqüina). ○ Eutanásia: macroscopicamente apresenta-se extremamente aumentado, cápsula esplênica frágil e a superfície de corte está congesta. 118 ● Esplenomegalia Uniforme com consistência firme: ○ Proliferação de células (macrófagos). ○ É uma resposta à carga de trabalho aumentada, necessidade de se fagocitar organismos em casos de bacteremias pronlongadas. ■ Ex.: bacteremias e septicemia, doenças infecciosas crônicas, anemias hemolíticas prolongadas, hiperplasia linfóide, neoplasmas (linfoma – linfossarcoma), histiocitose. ○ Macroscopia: polpa vermelha levemente pálida, baço aumentado, firme, com polpa branca visível. 119 ● Nódulos esplênicos com consistência sanguinolenta: ○ Ex.: hematomas (induzidos por nódulos hiperplásicos linfóides, por neoplasmas esplênicos vasculares), neoplasmas vasculares (hemangiossarcomas e hemangiomas). 120 Hipertrofia do baço num caso de linfoma. A consistência do órgão é particularmente friável. 121 Impregnação siderocálcica em baço de canídeo. As placas que se observam na cápsula correspondem a zonas e calcificação e impregnação por hemossiderina. Trata-se de patologia própria de animais de idade avançada e sem consequências funcionais. 122 Hipertrofia muito acentuada do baço num caso de linfoma. O diagnóstico diferencial deverá ser feito relativamente a outros tumores esplénicos e a hematomas. 123 Linfadenopatias ● Linfonodos Diminuídos: ○ Alterações do desenvolvimento: hipoplasia e síndromes de imunodeficiência; ○ Ausência de estímulo antigênico; ○ Caquexia e má nutrição: a inanição reduz a produção de linfócitos T; ○ Idade. 124 ● Linfonodos Diminuídos: ● Infecções virais: ○ –BVD: há redução do número de linfonodos mesentéricos e necrose dos centros germinativos; ○ –Cinomose: causa necrose linfóide (causando posteriormente grave linfopenia); ○ –Leucemia felina e bovina e doença de Marek: causam neoplasias 125 ● Hiperplasia linfóide folicular (linfócito-B) e difusa (linfócito-T): ○ –Encontra-se evidente em qualquer linfonodo regional que drena áreas em que haja produtos inflamatórios ou antígenos. ○ –É caracterizada pela proliferação de folículos linfóides que apresentam centros germinativos ativos produtores de plasmócitos (para secretar anticorpos). ● Macroscopicamente observa-se aumento do linfonodo, capsula tensionada e na superfície de corte, há uma elevação volumosa tecidual. 126 ● Linfadenite aguda: ○ –É usualmente o resultado de um linfonodo regional que drena um sítio inflamatório e torna-se infectado. ○ –Ex.: linfonodos retrofaríngeos (na rinite aguda), os linfonodos traqueobronquiais (na pneumonia) e os linfonodos supramamários (na mastite). ● Linfadenite crônica: ○ –Pode ocorrer da forma de linfadenite crônica supurativa com formação de abscesso (Ex.: linfadenite caseosa ovina) 127 ● Neoplasmas primários: ○ O mais comum é o linfoma (linfossarcoma). ● Cães ○ –Multicêntrico (atinge todos linfonodos); ○ –Mediastínico (nódulos grandes no mediastino); ○ –Alimentar (atinge linfonodos dos intestinos); ○ –Cutâneo (atinge linfonodos na derme); 128 Disseminação no baço e pulmão de sarcoma histiocítico em cão. No pulmão (imagem da direita) as metástases assumem a forma de pequenos nódulos de coloração vermelha-escura. No baço (imagem da esquerda) os nódulos são de coloração e dimensão variável 129 Linfoma do mediastino em cão. Observar a massa volumosa multinodular que ocupa o mediastino anterior, limitada pelas setas. O baço encontra-se igualmente muito hipertrofiado. 130 Hipertrofia dos linfonodos traqueo-brônquicos, num caso de linfoma em um cão. 131 Acentuada hipertrofia dos linfonodos intra-abdominais, num caso de linfoma em cão. Observar os linfonodos Inguinais, localizados entre o polo caudal do rim e a bexiga. Na imagem da direita, é também patente, a hipertrofia dos linfonodos cervicais e axilares. 132 •Neoplasmas primários: •Gatos: –Multicêntricos; –Tímico; –Alimentar; –Variado; 133 Calcinosis circunscripta formando massas volumosas na região pré-escapular de um gato, num caso de alteração sistêmica do metabolismo do cálcio. 134 ● Neoplasmas primários: ● Bovinos (leucose enzoótica bovina): ○ Aumento do baço, ○ sinais clínicos no sistema entérico (diarréia), ○ aumento de linfonodos, ○ hidropericárdio, ○ infiltração no nervo óptico e na cauda eqüina. ○ Diferenciar de Leucose Bovina Esporádica (formas: tímica, juvenil e cutânea – não causadas por vírus). 135 Hipertrofia dos linfonodos submandibulares, parotídeo e pré-escapular, marcados na pele a tinta branca, num caso de leucose bovina na forma enzoótica. Na imagem da direita, a pele foi secionada, permitindo a visualização direta dos linfonodos. 136 Hipertrofia dos linfonodos renais, num caso de leucose bovina na forma enzoótica. 137 Antracose (acumulo de poeira de carvão nos pulmões) nos linfonodos do hilo do pulmão de um cão. Observar as zonas de coloração negra no linfonodo (seta). 138 Outras alterações •Onfaloflebites “mal do umbigo” –Linfangectasia –Linfangite 139... Por hoje é só! 140