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Proteção pulpar · Dentina: formada por túbulos; · De acordo com a profundidade o diâmetro e o tamanho dos túbulos variam; · Quanto mais próxima da cavidade está a polpa, maior o diâmetro dos túbulos e, portanto, maior a sensibilidade. Por isso, o material a ser usado é escolhido dependendo da profundidade da cavidade. Principais causas das injurias pulpares: · Lesão cariosa; · Procedimento restaurador; · Preparo cavitário; · Trauma oclusal (ex: restauração sem ajuste oclusal). Lesões cariosas: · Estímulos inflamatórios provenientes do processo carioso difundem-se até a polpa, através dos canalículos dentinários; · A carie ativa é um processo dinâmico, com zonas distintas. *Dentina terciária é formado como uma forma de proteção a polpa frente a um agente agressor. · Camada de odontoblastos regride como forma de defesa da polpa; · O melhor agente de proteção pulpar é a dentina. Por isso, sempre ser o mais conservador possível; · Quando é utilizado resina composta (aderência química) não é necessário desgastes de dentina sadia diferentemente do amalgama. Como minimizar o trauma do preparo cavitário: · Utilizar instrumentos rotatórios novos; · Refrigeração abundante (rotação eleva temperatura); · Aplicar menor pressão de corte; · Realizar corte intermitente; · Hidratação constante da cavidade (relacionada a refrigeração); · Minimizar a secagem com ar. Proteção do complexo dentinho-pulpar: Preservar a vitalidade do CDP de: · Injurias causadas pelo preparo e/ou pelos materiais restauradores · Agentes externos: · Agentes físicos: condutibilidade térmica (restaurações metálicas); · Agentes químicos: toxidade do material restaurador; · Agentes biológicos: microrganismos cariogênicos. · Secagem: · Pode causar sensibilidade pré-operatória; · Evitar aplicação direta e excessiva de jatos de ar sobre a dentina; · Efeitos: esgotamento do fluido dentinário para a dentina superficial, desidratação e aspiração dos odontoblastos para dentro dos túbulos. · A secagem deve permitir certo umedecimento, para que não haja colapso das fibras colágenas expostas, obtendo de uma boa camada hibrida e evitar sensibilidade pós-operatória Fatores que orientam as estratégias de proteção do CDP: 1. Profundidade da cavidade (média, rasa...) 2. Idade do paciente (idoso, jovem...) 3. Qualidade e tipo de dentina remanescente 4. Condição pulpar 5. Material restaurador de eleição Profundidade cavitária · Rasa · Média · Profunda · Profunda com exposição pulpar PEQUENA Preparo em cada cavidade: · Rasa - amalgama: o adesivo pode ser substituído pelo verniz cavitário; · Quando há menos de 0,5mm de dentina sobre a polpa, tomar cuidado para não desgastar dentina sadia e expor polpa. · Polpa do paciente jovem é mais volumosa e o corno pulpar mais saliente que a do paciente idoso. · Câmara pulpar do idoso fica atrófica devido à continua deposição de dentina secundária ao longo da vida. Qualidade e tipo de dentina remanescente: Dentina esclerosada -> substrato menos permeável, com túbulos dentinários parcialmente ou totalmente obliterados; Condição pulpar · Anamneses (dor) · Localização · Frequência · Intensidade · Duração · Exame clínico · Inspeção · Exploração · Palpação · Precursão · Testes objetivos de diagnostico · Térmicos: frio e calor · Elétrico · Outros testes · Exame radiográfico Polpa Vital: · Teste de vitalidade pulpar positivo; · Testes de percussão horizontal e vertical negativos · Tratamento restaurador com proteção pulpar quando necessário. Materiais Protetores do CDP 1) Hidróxido de cálcio · Estimula a formação de barreira de tecido mineralizado · Biocompativel · Atividade mineralizadora · Ph alcalino · Propriedade hidroscópica · Hidrolise do LPS bacteriano utilizado em cavidades mais profundas · Água de cal – partículas de hidróxido de cálcio que promove hemostasia (sessa o sangramento em cavidades de profundidades muito grandes com pequena exposição pulpar) · Hidróxido de cálcio PA · Cimento – neutraliza ácidos que migram para a polpa e induz a formação da dentina secundária. · Manipulação: · Placa de vidro · aplicador de hidróxido de cálcio. · Pastas do mesmo tamanho. 2) Cimento de ionômero de vidro · Pode ser: · R (restauração) · F (base ou forramento); · C (cimentação); · Características: · Apresenta adesividade; · Liberação de flúor; · Coeficiente de expansão térmica similar a dentina. · Hoje o CIV é preferido pois libera flúor · Manipulação: · dosador · Proporção pó/líquido 1:1 · Espátula plástica · Placa de vidro 3) Cimento de Oxido de Zinco e Eugenol · Isolante térmico · possui efeito sedativo sobre a polpa · Não pode ser utilizado em contato direto com resina composta pois modifica sua polimerização. 4) Sistemas adesivos · Sistemas disponíveis: · Condicionamento total ou técnica úmida · Autocondicionamento · Condicionamento ácido: · Esmalte 20 a 30 segundos · Dentina 15 segundos · Usar jato de ar e bolinha de algodão na cavidade para remover a humidade · Secagem em excesso: dentina colapsa, seca com ar. · Nunca fazer condicionamento ácido diretamente em material de proteção pulpar, como CIV (proteger material com algodão) Material restaurador de eleição: · Utilizar resina composta quando há necessidade de melhor estética; · Eugenol livre residual interfere na polimerização da resina composta, por isso não deve ser utilizado em contato direto. Capeamento pulpar indireto · É o procedimento que envolve dentes com lesão profundas, aproximando-se da polpa e sem histórico de dor espontânea ou outros sinais ou sintomas que indiquem inflamação pulpar · Não tem contato com a polpa Capeamento pulpar direto · Material em contato com a polpa · Recomenda se não restaurar na mesma sessão pois pode acontecer do paciente permanecer com dor; · Casos que se pode utilizar: · Exposição da polpa de forma acidental; · Pequena exposição da polpa (não necessariamente única); · Pacientes jovens (crianças e adolescentes têm resposta mais positiva ao tratamento pois tem metabolismo mais rápido) · Sangramento passível de ser controlado; · Todo o tecido infectado por carie foi removido. Técnicas: 1) Limpara a cavidade (soro ou clorexidina gel 2%) em bolinha de algodão estéril; 2) Hidróxido de cálcio pó ou MTA – aplicar acima do local da exposição; Função: promover hemostasia e estimula formação de dentina. 3) Hidróxido de cálcio cimento (forramento) – aplicar acima do pó de hidróxido de cálcio e porções profundas da cavidade. Função: estimula a formação de dentina reparadora 4) CIV (para base ou forramento) - forrar toda a cavidade evitando o contanto do material com as paredes circundantes, para não comprometer a adesão Função: protege a medicação inserida previamente que é altamente solúvel, e o CDP. 5) Dente anterior: · ácido fosfórico 37% · adesivo · resina composta · proservar de 30 a 45 dias Dente posterior: · Cimento de ionômero de vidro (restauração) – confeccionar restauração provisória e proservar de 30 a 45 dias; · Após 30 a 45 dias – caso não haja dor e a polpa continue vital, restaurar definitivo (ácido fosfórico, adesivo e resina composta). · Se houver dor, optar pelo tratamento endodôntico. Tratamento expectante Consiste na não remoção total da carie devido ao risco de exposição pulpar (remoção de tecido infectado). Desse modo, remove se a maior quantidade de tecido cariado possível (com curetas e/ou brocas em baixa rotação). Faz-se a limpeza cavitária com solução de ca(OH)2. Aplica-se o cimento de hidróxido de cálcio na parede de fundo e sela-se com uma restauração de CIV. Após um período de 45 a 60 dias, pretende-se estimular a formação de dentina reparadora, verifica-se a remineralizarão. Objetivos: · Anular agressões provenientes da lesão cariosa · Interromper o circuito metabólico proporcionado pelos fluidos bucais as bactérias do tecido cariado; · Bloquear a infiltração marginal; · Inativar bactérias por ação bacteriostática ou bactericida; · Remineralizar dentina descalcificada; · Hipermineralizar a dentina sadia subjacente; · Estimulara formação de dentina reparadora. Dentina Infectada: · Coloração: amarela ou amarela escurecida · Umedecida · Amolecida e friável · Não remineralizável Dentina afetada: · Coloração: castanho · Seca · Textura firme · Passível de remineralização. Passo a passo: 1. Remoção da dentina cariada com brocas em baixa rotação e curetas principalmente nas paredes circundantes; 2. Lavar a cavidade com solução de hidróxido de cálcio ou soro clorexidina a 2%; 3. Aplicar camada de cimento de hidróxido de cálcio; 4. Restaurar a cavidade com CIV restaurador ou cimento de oxido de zinco e eugenol; 5. Aguardar 45 a 90 dias; 6. Radiografia periapical (verificar periápice e formação de barreira dentinária mineralizada); 7. Teste de vitalidade pulpar (frio); 8. Dentro da normalidade remove-se parcialmente o material provisório e faz-se a restauração definitiva indicada.