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TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA AULA 1- Segurança e Eficácia ● Etapa pré clínica ● Ensaios clínicos - dividido em estudo de fase 1,2 e 3 (grandes – n grande -) ● Registro ● Primeira bula ● Tratamento > inicia-se efeitos colaterais ou não > medicamento fica ou não ENSAIOS CLÍNICOS ● Os ensaios clínicos são aqueles estudos conduzidos em seres humanos com objetivo de comprovar que um medicamento, vacina, produto para saúde, cosmético ou alimento, sujeitos ao controle sanitário, é seguro e funciona ● Hipóteses definidas ● Seleção de população homogênea - que a hipótese vai ser testada ● Definição de controles - nem sempre toma placebo ● Índices que se transformem em dados - o desfecho deve ser mensurado ● Conclusões válidas ● Observações empíricas - contato com o paciente clinicamente FASES ENSAIO CLÍNICO ● O ensaio clínico se divide em quatro fases: ● Fase 1 – primeiro estudo com seres humanos, em pequenos grupos de pessoas voluntárias, em geral sadias. Estabelece segurança, perfil farmacocinético e farmacodinâmico (estudos de farmacologia humana). ● Fase 2 – visando estabelecer a segurança em curto prazo e as relações doses-resposta, são realizados em número limitado de pessoas (estudos terapêuticos ou profiláticos de exploração). ● Fase 3 – é o estudo realizado em grandes e variados grupos de pacientes. Determinam risco/benefício a curto e longo prazo, valor terapêutico relativo, exploram as reações adversas mais frequentes (estudos terapêuticos ou profiláticos confirmatórios) ● Fase 4 – pesquisa realizada pós-comercialização. Estabelecem o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e estratégia de tratamento (ensaios pós- comercialização) - é de iniciativa também da indústria > deve saber se realmente funciona, a percepção do paciente em relação ao uso, efeitos adversos que não foram identificados anteriormente PRESCRIÇÃO OFF LABEL = ● Uso de medicamentos de maneira diferente daquela descrita em bula aprovada pela agência regulatória ou o uso de produtos não aprovados pela agência regulatória; não está escrito na bula (pois não houve um ensaio pela agência para aquela finalidade) > não é errado AGÊNCIAS REGULADORAS ● No Brasil = ANVISA ● Para fazer qualquer alteração de bula (nova indicação terapêutica, nova via de administração, nova concentração,etc.) > deve haver um novo ensaio (não preciso voltar exatamente na fase I, depende do que queremos mudar no registro, assim, podemos entrar na fase II ou III diretamente) ENSAIO CLÍNICO IDEAL ● Seria = randomizado, duplo-cego e controlado por placebo = diminuem o risco de viés ● Randomizado - aleatório ● Duplo-cego - não se sabe qual é o medicamento e qual é o placebo - por isso, reduz viés ● Controlado por placebo ● Como avaliar = desfechos (end-points) específicos vs marcadores ou desfechos intermediários ou substitutos DECISÃO BASEADA EM EVIDÊNCIAS ● Buscam contribuir para a fundamentação de uma decisão clinica ou de saíde pública NÍVEIS DE EVIDÊNCIA ● Associados ao grau de recomendação 1A = vários ensaios clínicos randomizados, controlados; há um grande volume de estudos e dados que dão confiabilidade a informação - extremamente recomendado ● GRADE = diferentes associações, grupos, especialistas etc. reunidos para chegar em uma forma única de estratificação das informações acerca de informações científicas = classifica todos os trabalhos em relação ao seu nível de evidência e gera um grau de recomendação ● Observar que decresce de acordo com o tipo de estudo, risco de viés, etc. existem os fatores que reduzem a qualidade da evidência: ● Inconsistência = o estudo usou metodologias distintas ● Evidência indireta = testou em um grupo x e falamos que serve para o grupo y também, sem termos testado ● Viés de publicação ● Ainda, há fatores que aumentam o nível de evidência: ● Fatores de confusão residual = fatores que subestimam o desfecho, viés de aferição ● Gradiente dose-resposta = quanto mais, melhor o desfecho (ex: quanto mais insulina, maior a diminuição dos níveis glicêmicos) FORÇA DE RECOMENDAÇÃO ● Ênfase para que uma conduta terapêutica seja adotada ou não, considera vantagens e desvantagens ● Vantagens = efeitos benéficos na qualidade de vida, aumento da sobrevida e redução de custos ● Desvantagens = riscos de oferta, efeitos adversos, carga psicológica e custos PICO ● P = população que entrou no estudo clínico; características do paciente que entrou no estudo ● I = Intervenção/Exposição; ex: dose do medicamento que foi usado ● C = comparação; com o que aquela população está sendo comparada ● O = desfecho; o que está sendo avaliado DESFECHOS ● Desfechos (end-points) específicos (mortalidade por exemplo) vs marcadores ou desfechos intermediários ou substitutos; muitas vezes os especificos são substituídos pela impossibilidade de conclusão >> ● Acurácia do diagnóstico; ● Dose dos medicamentos; ● Efeito placebo; ● Adesão do paciente; ● Tamanho da amostra DIRETRIZES AULA 2 - Prescrição de Medicamentos INDICAÇÃO TERAPÊUTICA ● Os medicamentos aprovados pela ANVISA são testados quanto a sua segurança, eficácia e qualidade por meio de estudos clínicos > a partir do momento em que são aprovados, eles podem ter uma ou mais indicações, que constam em bulas e são respaldadas pela agência OFF LABEL ● Trata-se da indicação da medicação para tratar algo que não conste em bula, algo distinto daquilo que foi aprovado pela autoridade, como visto acima, pela ANVISA ● Não é uma prática errada/ilícita, mas não tem amparo legal visto que não está na bula, requer segurança e experiência médica O que é ilegal = Prescrever um medicamento que é contraindicado (vai acarretar em efeitos nocivos graves à saúde) para determinada população (ex: criança), ai sim é errado e não uma prescrição off-label uma vez que foi testado que essa população não pode receber esse fármaco, é erro médico/ prescrição inadequada ● Costuma ser mais utilizada em casos de pacientes com condições médicas terminais, risco de vida, com alternativas limitadas ou inexistentes, crianças e idosos ● Assim, essa prescrição não licenciada é diferente de uma prescrição inadequada ● Essas prescrições ocorrem por exemplo: medicamento quimioterápico aprovado para um câncer X, mas usado em Y; medicação administrada em crianças mas sem indicação pediátrica na bula; administração em dose diferente ou em forma de administração diferente (na bula = cápsula e ser administrado em solução); geralmente o maior número de prescrições nesse estilo são de dose, idade e frequência MEDICAMENTOS GENÉRICOS E MEDICAMENTOS SIMILARES ● Regularização pela DCB ou DCI (denominação comum Brasileira ou denominação comum Internacional) > denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovada pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária ou denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo recomendada pela Organização Mundial de Saúde ● Medicamento genérico X similar X de referência Medicamento Similar – aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca - pode não ter relatório de bioequivalência, assim, torna-se não intercambiável, mas, se tiver, é chamado de Similar Intercambiável Medicamento Genérico – medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI; - possui a mesma curva farmacocinética que o de referência, mas não foitestado em outras fases Medicamento de Referência – produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro > é o primeiro a ser registrado ● O medicamento genérico, para ser considerado como tal, deve apresentar à ANVISA um relatório de bioequivalência, ao passo que o medicamento similar pode ou não apresentar esse relatório > se for o Similar, não precisa, mas caso seja, o Similar Intercambiável, ou seja, que pode substituir o genérico ou o de referência ele deve ter esse relatório ● Exemplo: AMITRIPTILINA Indicação terapêutica: depressão e enurese noturna Genérico: Cloridrato de amitriptilina Similar: Amytril Referência: Tryptanol PRESCRIÇÃO ● Trata-se de um documento com valor legal de responsabilidade perante o paciente e sociedade de quem prescreve, dispensa ou administra um medicamento ● REGULARIZAÇÃO DO RECEITUÁRIO Deve ser escrito de maneira legível, sem abreviações, com nomenclatura e sistema de peso e medidas oficiais Deve conter o nome e endereço do paciente, como usar a medicação, assinatura do profissional de saúde, endereço da sua residência ou consultória e o número do registro no seu conselho profissional Tem validade em todo território nacional - assim, a compra de medicamentos com receita em qualquer estado ou no DF pode ser realizada independentemente do local aonde ela foi emitida Receituário eletrônico = só são válidos se conter assinatura digital do profissional e se atender aos requisitos da ANVISA e Ministério da Saúde ➔ Para prescrever medicamentos via receitas digitais, os médicos devem ter um certificado digital emitido pela ICP Brasil, utilizado para assinar as prescrições e comprovar a autenticidade do documento digital. O Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma parceria com três empresas que emitem o certificado digital, com condições especiais para os médicos contratarem o serviço ● Na prescrição deve-se ter o nome, forma farmacêutica, concentração do fármaco, quantidade total de medicamentos de acordo com a dose e duração do tratamento, via de administração, doses, dose máxima por dia e duração do tratamento; nome do prescritor, telefone e data da prescrição MEDICAMENTOS ● MEDICAMENTO ANTROPOSÓFICO: homeopatia. ● MEDICAMENTO ESPECÍFICO: todo medicamento que a ANVISA não consegue agrupar nas demais categorias em razão da impossibilidade de realizar bioequivalência. EX: vitaminas e hormônios (produção endógena), etc. ● MEDICAMENTO FITOTERÁPICO: não precisa apresentar bioequivalência, exclusivamente matéria prima de princípios ativos vegetais ● MEDICAMENTO BIOLÓGICO: moléculas complexas de alto peso molecular (protéicas) obtidas por biotecnologia ou extraída de tecido animal. EX: insulina ● MEDICAMENTO BIOSSIMILAR: fora da patente MEDICAMENTOS DE VENDA LIVRE OU MIP ● Também chamados de MIP (medicamentos isentos de prescrição) ● São eles: antiacneicos tópicos e adstringentes; antiácidos e antieméticos; antidiarréicos; antiespasmódicos; anti histamínicos; anti seborréicos; anti-sépticos orais, oculares, nasais, de pele e mucosas, urinários e vaginais tópicos; aminoácidos, vitaminas e minerais; antiinflamatórios não esteroidais TIPOS DE RECEITUÁRIOS ● Simples, de controle especial (precisam de duas vias, uma para a farmácia e outra para o paciente), notificações de receita A (amarela); notificações de receita B (azul) e notificações de receita especial (branca) RECEITA SIMPLES ● Uma única via, mas deve ser completo, como todo receituário ● Utilizada para MIP’s ou para medicamentos com faixa vermelha escrita (venda sob prescrição médica) RECEITUÁRIO ESPECIAL ● Aquele que necessita de duas vias, uma para farmácia e outra para o paciente ● Medicamentos com a tarja vermelha aonde está escrito venda sob prescrição médica e “só pode ser vendido com a retenção de receita” ● Para medicamentos como retinóides de uso tópico, anti retrovirais, anabolizantes e antidepressivos; da lista C1; C4 (anti retrovirais) e C5 (anabolizantes), além de antimicrobianos (antibióticos), antiparkinsonianos e anticonvulsivantes (os quais podem ser prescritos para até 6 meses) ● Validade máxima = 30 dias, sendo que para antimicrobianos = 10 dias ● Medicamentos contendo substâncias das listas C1 e C5 podem ser dispensados em quantidade de até cinco ampolas (no caso de formulações injetáveis) ou quantidades suficientes para até 60 dias de tratamento (no caso de outras formas farmacêuticas, incluindo as formas líquidas) RECEITA DE NOTIFICAÇÃO ESPECIAL A ● Cor amarela, impressas e numeradas e controlada pela vigilância sanitária ● Lista A (entorpecentes e psicotrópicos): opióides e derivados anfetamínicos A1 = entorpecentes A2 = entorpecentes permitidos apenas em concentrações especiais A3 = psicotrópicos ● A quantidade máxima a ser prescrita corresponde a 30 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de medicamento para uso injetável ● Validade = 30 dias ● Observação = para comprar em outra UF que não seja a emitida, faz-se necessário uma receita médica com justificativa do uso RECEITA DE NOTIFICAÇÃO ESPECIAL B ● Cor azul, pode ser impressa por sistema informatizado de uso pessoal, devendo, neste caso, constar no rodapé de cada folha do talonário, o CPF do profissional prescritor e a numeração inicial e final concedidas para confecção do talonário de Notificação de B. ● Lista B : psicotrópicos e substâncias anorexígenas (basicamente é a sibutramina) ● A quantidade máxima a ser prescrita corresponde a 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de medicamento para uso injetável ● Ainda, no caso dos anorexígenos deve haver: “Termo de Responsabilidade do Prescritor para Uso de Medicamento Contendo as Substâncias Anfepramona, Femproporex, Mazindol” “Termo de Responsabilidade do Prescritor para Uso de Medicamento Contendo a Substância Sibutramina” Devem ser preenchidos em três vias, sendo uma arquivada no prontuário do paciente, uma arquivada na farmácia e uma devolvida ao paciente. Portanto, na farmácia devem chegar duas vias do termo, sendo uma arquivada e outra devolvida ao paciente RECEITA DE NOTIFICAÇÃO ESPECIAL PARA RETINÓIDES SISTÊMICOS ● Lista C2 - retinoides RETINÓIDES: podem ser administrados, por via oral ou aplicados na pele, para o tratamento de várias patologias do foro dermatológico, como o acne e psoríase; ● Validade = 7 dias ● Quantidade máxima/receita: 5 ampolas por medicamento injetável. 30 dias de tratamento. ● Deve vir acompanhada do termo de conhecimento de risco e consentimento pós-informação ● A receita especial branca também serve para medicamentos relacionados na lista C3 (imunossupressoras) > talidomida e lenalidomida Validade: 20 dias, validade nacional Quantidade máxima/ receita: 30 ampolas por medicamento injetável. 30 dias de tratamento Deve vir acompanhada do termo de esclarecimento para usuário de talidomida, bem como do termo de responsabilidade. RECEITA RENOVÁVEL ● Modelo criado para a comodidade dos pacientes, sendo particularmente útil para os doentes crônicos ● Intenciona evitar que o paciente tenha que se deslocar com frequência aos centros de saúde e hospitais para a obtenção exclusiva de receitas TIPOS DE PRESCRIÇÃO ● Urgência/emergência: quando indica a necessidade do início imediato de tratamento. Geralmente possui dose única ● Pro re nata ou caso necessário: quando o tratamento prescrito deve ser administrado de acordo com uma necessidade específica do paciente, considerando-se o tempo mínimo entre as administrações e a dose máxima ● Baseada em protocolos: quando são preestabelecidas com critérios de início do uso, decurso e conclusão, sendo muito comum em quimioterapia antineoplásica; ● Padrão: aquela que inicia um tratamento até que o prescritor o interrompa; ● Padrão com data de fechamento: quando indica oinício e fim do tratamento, sendo amplamente usada para prescrição de antimicrobianos em meio ambulatorial ● Verbal: utilizada em situações de emergência, sendo escrita posteriormente, em decorrência, possui elevado risco de erros e deverá ser restrita às situações para as quais é prevista AULA 3 - Erros de medicação DEFINIÇÃO ● São eventos evitáveis que podem levar o paciente a ter um efeito pior frente a ter recebido uma medicação > ou seja, a medicação piora o seu quadro > decorrente de uma prescrição inadequada FLUXOGRAMA ● Erros potenciais – toda possibilidade de erro dentro de um determinado serviço de saúde ● A ideia é trabalhar de modo a criar mecanismos para que esses erros possam ser interceptados > assim, esse erro (a medicação errada), não chega ao paciente (quase acidente, visto que a zona de erro foi corrigida) Pode ser identificada, por exemplo, pelo farmacêutico ● Ainda há a possibilidade do erro ocorrer, não ser interceptado, mas não haver reações adversas > passa despercebido no serviço de saúde Isso geralmente ocorre em fármacos que tem uma larga janela terapêutica Ex: penicilina (talvez o dobro da sua dose não cause efeitos muito graves, mas se for prescrito, por exemplo, para um paciente alérgico, podemos ter uma reação anafilática – é um erro se o paciente já tinha um histórico de alergias, se ele não tinha não é chamado de erro) ● Por fim, há os não interceptados que causam reações adversas TIPOS DE ERRO ● Erros de prescrição ● Erros de dispensação - farmacêutico ● Erros de administração – pode ser cometido pela equipe de enfermagem e pelo próprio paciente (se ele teve uma prescrição e dispensação correta) ERRO DE PRESCRIÇÃO ● Quando ocorre um erro de decisão (qualitativo – você escolhe o fármaco errado, por ex. quando temos uma contraindicação e escolhemos dar aquele remédio) ou um erro de redação (erro de dose, forma farmacêutica, instruções de uso), não intencional, que pode reduzir a probabilidade de sucesso do tratamento e aumenta o risco de lesão no paciente quando comparado com as práticas clínicas estabelecidas e aceitas, ou seja, aquelas sem erro FATORES ● Falta de capacitação dos prescritores ● Pouca importância ao ato de prescrever – torna-se rotineiro e não se dá a devida importância ● Baixa consciência dos erros – prescritor nem sabe que errou ● Prescrições múltiplas de medicamentos – polifarmácia > dificuldade na interação entre os medicamentos e a doença de base – principalmente em idosos ● Falta de fluxo e de ambiente de cuidados específico – fluxo entre os diferentes atendimentos (prescrições distintas nos serviços primários, secundários, multidisciplinares) TIPOS DE ERROS ● Medicamento não apropriado para a condição clinica ● História prévia de alergia ou reação adversa similar que não foi levada em consideração ● Medicamento inadequado para o paciente – decorrência de idade (idosos, pediatras), pacientes grávidas,etc. ● Contraindicação explicita daquele medicamento para o paciente ● Interação entre medicamentos ● Interação com alimentos ● Duplicidade terapêutica – falta de fluxo/informação entre as diferentes equipes/ambulatórios dentro do mesmo serviço – medicamento pode estar tomando dois medicamentos iguais (as vezes o paciente não consegue perceber) ● Medicação desnecessária – por ex: tratamento já acabou ● Erro de dose, de via e posologia errada ● Quando o médico não prescreve algo que o paciente precisa ou o faz de modo a provocar seu subuso - subutilização de medicamentos indicados/adequados GRUPOS VULNERÁVEIS ● Idosos = por polifarmácia ● Gestantes = necessário saber as contraindicações na gestação (IECA e BRA para hipertensão não devem ser administradas para as gestantes) ● Crianças = normalmente a população dos estudos clínicos são adultos, faz com que faltem evidências de segurança, eficácia e também as formulações para esse público CLASSIFICAÇÃO DE ERROS – outra forma ● Erros de omissão – falta informações na prescrição ● Erros de execução – como adicionar um fármaco que não serve para o paciente ● Erro de dose ● Erro de frequência ● Erro de forma farmacêutica ● Erro de substituição - um fármaco de uma classe é substituído por outro fármaco da mesma classe não usado previamente ● Erro de duplicação – duplicidade terapêutica MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS OU DE ALTA VIGILÂNCIA ● São aqueles que apresentam grande risco de provocar danos significativo aos pacientes em decorrência de falhas no processo de sua utilização ● São aqueles que têm um maior número de reações adversas – maior potencial de dano desses medicamentos ● A partir da identificação desses medicamentos, diminui-se a possibilidade de erros com o uso desses – têm alertas sobre esses fármacos (atentar-se) ● Criou-se sistemas de alerta para esses medicamentos ● Aqui entram anticoagulantes, insulina e hipoglicemiantes, sedativos, etc. MEDICAMENTOS PRIORITÁRIOS ● São medicações que devemos tomar cuidados = antimicrobianos + MPP’s (cloreto de potássio e outros eletrólitos, insulina, opioides e outros sedativos, agentes antineoplásicos, heparina e outros anticoagulantes) AÇÕES 1) Implantar barreiras que dificultem ou eliminem a ocorrência de erros – protocolos sem erros, bem executados, usar procedimentos de dupla-checagem (o farmacêutico certificar) 2) Adotar protocolos, elaborando documentos claros e detalhados para utilização de medicamentos potencialmente perigosos, que apresentem múltiplas barreiras para erros ao longo do sistema de utilização de medicamentos 3) Revisar continuamente a padronização de medicamentos potencialmente perigosos e reduzir o número de alternativas terapêuticas 4) Usar procedimentos de dupla checagem dos medicamentos 5) Incorporar alertas automáticos nos sistemas informatizados 6) Fornecer e melhorar o acesso à informação por profissionais de saúde e pacientes 7) Estabelecer protocolos com o objetivo de minimizar as consequências dos erros 8) Monitorar o desempenho das estratégias de prevenção de erros. AÇÕES PRIORITÁRIAS ● Cuidados na polifarmácia – empoderar esse paciente (falar sobre esses medicamentos para que ele tenha condição de saber sobre); revisão periódica de prescrições (revisar essa polifarmácia, para ver se não há duplicidade, se podemos interromper algo); padronização de protocolos ● Transição do cuidado – conciliação medicamentosa entre os diversos prescritores do paciente ● Situações de alto risco - compreensão dessas situações; atenção aos MPP’s e uso de tecnologias LEGIBILIDADE ● Problemas na legibilidade da prescrição podem comprometer a comunicação entre o prescritor e paciente e entre prescritor e demais profissionais, acarretando em erros ● A prescrição digitada e eletrônicas são mais recomendadas - sem o uso do verso da folha ● Atenção a medicamentos com nomes parecidos. ▸ Exemplo: DOPAmina e DOBUtamina; – ClorproPAMIDA e ClorproMAZINA; – VimBLASTina e VinCRIStina ● Quando for prescrever dose ou for números fracionados, usar vírgula para deixar bem marcado ● Para definir a concentração de um medicamento, o uso do zero antes da vírgula ou ponto deve ser evitado, pois pode gerar confusão e erro de 10 vezes na dose prescrita. Exemplo: recomenda-se prescrever “500mg” em vez de “0,5g”, pois a prescrição de “0,5g” pode ser confundida com “5g”. CLASSIFICAÇÃO DE PRESCRIÇÃO QUANTO AO TIPO ● prescrição manuscrita: escrita totalmente à mão ● prescrição pré-digitada: redigida em computador e impressa, com espaços em branco para preenchimento, além da assinatura à mão pelo prescritor; ● prescrição digitada: redigida em computador e impressa, sendo somente assinada à mão pelo prescritor; ● prescrição eletrônica: totalmente elaborada dentro de um sistema informatizado Totalmente elaborada dentro de um sistema informatizado computadorizado, que pode conter um conjunto de módulos integrados, incluindo, além da prescrição de medicamentos, exames laboratoriais e de imagens. O sistema deprescrição eletrônica, frequentemente, possui algum nível de suporte à decisão clínica para elaboração da prescrição, podendo também estar integrado ao sistema informatizado da farmácia, no qual funcionários validam as prescrições. Cabe ressaltar que o grau de sofisticação tecnológica desse suporte pode variar entre alertas básicos (ex.: alergias a medicamentos, prescrições duplicadas e interações medicamentosas) a algoritmos complexos baseados em dados específicos do paciente. Esses algoritmos ou ferramentas avançadas de suporte podem contemplar, por exemplo, orientações sobre ajustes de dose (ex.: disfunção renal ou hepática, faixa etária), para solicitação de testes laboratoriais relacionados aos medicamentos e verificação de contraindicações (ex.: gravidez); PRESCRIÇÃO ELETRÔNICA – PRÓS E CONTRAS ● Seleção incorreta do medicamento ou do paciente na aba de preenchimento automático após digitação das primeiras letras (menu suspenso ou drop-down); ● Erros de digitação; ● Automatização do processo de prescrição, permitindo a cópia da prescrição de dias anteriores; ● Visualização da prescrição fragmentada em mais de uma tela no sistema; ● Configurações padronizadas excessivamente restritivas; ● Alertas e requisitos do sistema parametrizados de forma inadequada. OS CERTOS DA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA ● Paciente certo – identificar o paciente – sempre perguntar ● Medicamento certo – conferir prescrição, verificar interações, verificar histórico do paciente ● Via certa – verificar via (oral, IV, IM), diluente, velocidade de infusão ● Hora certa ● Dose certa ● Registro certo – registrar no prontuário, os efeitos adversos, etc. ● Orientação correta – orientar esse paciente ● Forma certa – ver se a forma farmacêutica está certa e disponível no serviço ● Resposta certa – verificar se a escolha terapêutica teve eficácia NA ATENÇÃO PRIMÁRIA ● De modo geral, parece que a proporção de erros de medicação graves na atenção primária é razoavelmente baixa. No entanto, dado o grande número de prescrições feitas na atenção primária, ainda existe o potencial de causar danos consideráveis em termos absolutos ● Mais comum: § Reações adversas § Interação § Falta de eficácia § Baixa adesão do paciente § Prescrição desnecessária ou duplicidade OPÇÕES PARA O ´PROBLEMA ● Promover ações educativas sobre prescrição prudente aos prescritores; ● Incorporar sistemas informatizados de alertas na prática clínica; ● Implementar o uso de instrumentos para orientar a prescrição farmacológica (Critérios de Beer, Medication Appropriateness Index, etc); ● Incentivar o cuidado do paciente por equipe multidisciplinar, com a participação de farmacêutico; CRITÉRIOS DE BEER ● Baseados em um consenso de peritos na área dos cuidados geriátricos + farmacologia clínica e psicofarmacologia criou-se um documento com alertas para a prescrição geriátrica – não são contraindicações, mas sim, alertas ÍNDICE DE MAI ● Sequência de 10 perguntas antes de iniciar a prescrição ● O medicamento é adequado? Efetivo? ... > visa chamar a atenção do prescritor e aumentar a identificação de erros AULA 4- Reações adversas ● Na maioria das vezes o erro de prescrição leva à reações adversas RAM ● Termo Reação Adversa ao Medicamento – descreve uma resposta prejudicial, indesejada, não intencional a um medicamento que ocorre nas doses usualmente empregadas no homem para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para modificação de funções fisiológicas ● Toda reação adversa ao medicamento é um evento adverso, mas o contrário não é verdadeiro, o evento adverso se refere a quaisquer outras intervenções mesmo que não haja uma relação causal Ex: criança recebe uma vacina de rotina e 3 dias depois tem um convulsão – não necessariamente foi por causa da vacina, mas é um evento adverso Evento adverso é mais amplo e envolve a RAM ● Outro termo – efeito colateral – fica dentro das RAM’s, mas ele nem sempre é negativo, (pode ainda ser positivo ou neutro), enquanto a RAM lida com os efeitos negativos, respostas indesejadas Ex: metformina pode provocar perda de peso – é um efeito colateral, mas não necessariamente negativo, pode até dar ao fármaco uma outra utilização clínica EVENTO ADVERSO ● Casos em que há uma suspeita de que o dano sofrido pelo paciente tenha ocorrido após a utilização do medicamento > nem sempre tem uma relação causal envolvida ● Pode ser classificado como grave: Resulta em morte Ameaça a vida Requer hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização Resulta em incapacidade persistente Pode resultar em anomalias congênitas e malformações ao nascimento Efeitos clinicamente importantes – é de julgamento médico – ele classifica a intensidade desse evento adverso ● Evento adverso inesperado Evento adverso cuja natureza ou severidade não são coerentes com as informações constantes na bula do medicamento ou no processo do registro sanitário no país, ou que seja inesperada de acordo com as características do medicamento – ou seja, não está na bula ou a intensidade é muito diferente da esperada CLASSIFICAÇÃO ● Relacionada com a dose (previsíveis) ● Não-relacionada com a dose (imprevisíveis) ● Efeito a longo prazo ou de suspensão ● Efeitos tardios CLASSIFICAÇÃO de Rawlins e Thompson ● Tipo A = são resultado de uma ação farmacológica exagerada de um fármaco utilizado nas suas doses terapêuticas; são previsíveis pois fazem parte do escopo do medicamento, dependem da dose e podem ser tratadas ou previstas pelo ajuste da dose ● Tipo B = mais incomum; é um evento inesperado; não pode ser previsto, não depende da dose, deve-se suspender o medicamento e tratar a sintomatologia que ocorre REAÇÕES ADVERSAS RELACIONADAS À DOSE ● Cerca de 80% ● Podem ser previstas e evitadas ● Ocorre em decorrência de interações ou anormalidade farmacocinética ou farmacodinâmica – excesso do efeito farmacológico da droga - ou seja, administramos a droga nas suas doses usuais e algumas dessas alterações acima fazem com que no paciente ela tenha uma resposta exagerada Exemplo: hipoglicemia decorrente da administração de insulina ● Quando não há uma outra opção de escolha – rever a dose ● Fármacos com alto índice terapêutico tem poucas chances de gerar esse tipo de erro – ex: antimicrobianos como penicilinas ● Fármacos com baixo índice terapêutico como anticoagulantes, hipoglicemiantes, estão bastante relacionados com essas reações adversas ● Variação farmacêutica Alterações na biodisponibilidade do fármaco podem ocorrer por alterações na sua formulação Contaminação de formulações intravenosas com pirógenos Prazo de validade – produtos de degradação ● Variações farmacocinéticas - variações genéticas Metabolismo lento ou ausente de fármacos Temos os metabolizadores rápidos ou lentos Não é uma contraindicação, mas deve-se acompanhar o efeito terapêutico do remédio nesse paciente ● Variações farmacocinéticas alteradas por patologias Hepatopatias – fármacos que dependem de metabolismo hepático específico (gera contraindicação ou alerta de dose) ou fármacos hepatotóxicos que por si só provocam lesão ➔ Hepatite grave ou cirrose avançada pode reduzir depuração da fenitoína, teofilina, varfarina ➔ Hipertensão portal associada a cirrose reduz a depuração de analgésicos opióides, propranolol, clorpromazina ➔ Redução do fluxo sanguíneo hepático devido a insuficiência cardíaca, reduz a depuração de drogas que são altamente metabolizadas pelo fígado, como lidocaína, morfina, propranolol ➔ Produção diminuída de proteínas plasmáticas (albumina) pelo fígado na cirrose pode resultar em ligação reduzida dos fármacos às proteínas ➔ Fármacos hepatotóxicos podem causar depuração reduzida de outro fármaco mesmo em indivíduos saudáveis Doença renal – fármacos com excreção por filtração glomerular ou secreção tubular vão gerar toxicidade; deve-se usar calculadoras específicas ➔ Dose de ataque geralmente não deve ser alterada ➔ Dose de manutenção deve ser reduzida(tamanho ou freqüência) ➔ Albuminúria/deslocamento de fármacos – redução da ligação de drogas a proteínas plasmáticas Cardiopatias – a má perfusão tecidual pode comprometer absorção, função renal, volume de distribuição e metabolismo hepático; na ICC, por exemplo: ➔ Absorção comprometida por edema da mucosa intestinal e de circulação esplâncnica deficiente ➔ Congestão hepática e redução do fluxo sanguíneo hepático pode comprometer metabolismo ➔ Perfusão renal deficiente pode comprometer eliminação renal ➔ Reduções nos volumes de distribuição causam reduções nas necessidades de doses de ataque de alguns fármaco Tireóide – hipertireoidismo ou hipo aumentando ou diminuindo o metabolismo dos fármacos ● Variações farmacodinâmicas Ex: um fármaco que visa reduzir a coagulação sanguínea mas como efeito farmacodinâmico, a depender da dose, também podem comprometer a coagulação e predispor ao sangramento gástrico REAÇÕES NÃO RELACIONADAS A DOSE – TIPO B ● Deve-se suspender o medicamento ● Alergias ou reações de hipersensibilidade Reações do tipo I (anafilaxia, hipersensibilidade imediata) ➔ IgE e mastócitos (penicilinas, anestésicos locais e contrastes radiológicos) Reações do tipo IV (hipersensibilidade tardia ou mediada por células) ➔ Sensibilização de linfócitos T com subsequente resposta inflamatória (sensibilização a creme anestésicos ou agentes tópicos ● Não há relação com o efeito farmacológico da droga e não há relação dose-resposta ● Intervalo entre primeira exposição e reação ● Deve-se seguir protocolos para lidar com a sintomatologia decorrente do medicamento ● São comuns – manifestações urticárias, anafilaxia, angioedema e exantema ● Reações a penicilina, dipirona, etc; são chamadas muitas vezes de reações pseudo alérgicas ● Efeitos a longo prazo e de suspensão: Alterações adaptativas ➔ Tolerância a analgésicos opióides ➔ Aparecimento da discinesia tardia por neurolépticos Rebote e suspensão ➔ Álcool = delirium tremens ➔ Benzodiazepínicos = insônia ➔ Anti-hipertensivos = hipertensão de rebote ➔ Antagonistas -adrenérgicos = taquicardia de rebote ➔ Corticosteróides = Síndrome de Insuficiência da supra-renal ● Efeitos tardios Carcinogênese - hormonal, por toxicidade genética ou supressão da resposta imune Reações relacionadas à reprodução - comprometimento da fertilidade e teratogênese CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FREQUÊNCIA ● Frequência com que aquela reação aparece ● Muito comuns = mais de 10% que tomam apresentam a reação; não necessariamente é grave ● Comum (frequente) - 1/100 e < 1/10 ● Incomum - 1/1000 e < 1/100 ● Rara – frequência menor que 1 em cada 1000 usuárias do fármaco ou até 10000; pode ser uma reação adversa grave ● Muito rara – frequência menor que 1/10000 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE ● Leve = não necessita de tratamentos específicos ou antídotos e não é necessário suspensão do medicamento ● Moderada: requer modificação terapêutica, porém o medicamento agressor não precisa ser suspenso. Pode ser necessário prolongar o tempo de hospitalização e a utilização de tratamento específico; ● Grave: é potencialmente letal e exige interrupção da administração do medicamento e adoção de tratamento específico para a reação adversa. É motivo de hospitalização ou prolongamento do tempo de internação; ● Letal: contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente. FATORES DE RISCO PARA RAM ● Extremos de idade – neonatal, pediatria e geriatria ● Mulheres ● Gestantes ● Pessoas com comorbidades ● Hipersensibilidades ● Variabilidade genética ● Polifarmácia FARMACOVIGILÂNCIA ● Trata-se da ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos” (Anvisa) ● Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios sejam maiores que os riscos ● Identificar eventos adversos causados por desvios da qualidade de medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro (off-label), uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas ● Notificação de RAM = trata-se de um sistema informatizado para que haja o compartilhamento de uma suspeita de RAM após o uso de medicamentos, produtos para a saúde, cosméticos, etc. AULA 5- Terapêutica ● O paciente deve ser sempre individualizado, assim deve haver tanto a escolha correta, quanto um ajuste de dose adequado para o paciente ● A partir do momento que não houve erro de medicação: Fármaco correto > posologia correta > paciente vai fazer o uso adequado? vai haver adesão > a partir disso, visamos que a dose administrada chegue em uma determinada concentração nos locais de ação e que haja os efeitos farmacológicos esperados > assim, sucesso terapêutico ● Mas no meio desse caminho podemos ter alguns obstáculos que podem variar as concentrações desse fármaco na circulação sanguínea (absorção, distribuição, metabolismo e depuração) Taxa e amplitude de absorção Metabolismo comprometido Excreção comprometida PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS ALTERAÇÕES HEPÁTICAS Ex: cirrose avançada, Hipertensão portal, Redução fluxo sanguíneo hepático, Redução da síntese de proteínas plasmáticas, Fármacos hepatotóxicos, Shunts portossistêmicos,... Alterações na PK dos fármacos administrados em hepatopatas dependem do fármaco, tipo e da gravidade da doença. De modo geral podemos ter alteração na biodisponibilidade, volume de distribuição e clearance hepático. Como lidar com essas condições = devemos estratificar esse paciente e saber o quão sua condição compromete o efeito terapêutico; além disso, saber quais fármacos mudam com essa patologia ou não A taxa de extração hepática depende do fluxo sanguíneo hepático, da fração da droga não ligada a proteínas e do clearance intrínseco hepático = é a perda no metabolismo de primeira passagem (no qual a concentração do fármaco é significantemente reduzida (e inativada) pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica.) Assim, podemos classificar os fármacos em: ➔ Para fármacos com baixa taxa de extração hepática (EH ), o metabolismo de primeira passagem será baixo ➔ Para fármacos com alta taxa de extração hepática (EH ), o metabolismo de primeira passagem será alto Em fármacos com baixa extração hepática, se administrarmos x teremos um valor próximo de x; para fármacos com alta EH , uma redução na atividade das enzimas hepáticas levará a aumentos significativos na biodisponibilidade - na doença hepática, nesses casos de alta excreção hepática deve-se diminuir a dose; já naqueles com baixa extração não é necessário se preocupar com alterações na dose Esses fármacos com baixa EH podem ser administrados por via oral tranquilamente; Não há algoritmos disponíveis ou recomendações validadas para as hepatopatias Ajuste de dose baseado na classificação de Child - Pugh - aqui é estratificado o paciente com alterações hepáticas ➔ Classificar o paciente nessa tabela e ver se há necessidade de ajuste (vamos ter essa informação na bula) Ajustes posológicos: ➔ Atenção às medicações potencialmente hepatotóxicas em pacientes portadores de doença hepática crônica ➔ Deve-se seguir recomendações OMS, bulas, base micromedex ➔ Deve haver um acompanhamento clínico ➔ Sobre o paracetamol e hepatite medicamentosa - no metabolismo gera-se um intermediário metabolizado pelo fígado - deve haver uma substância para conjugação (glutationa), que é limitada = na dose segura, esse mecanismo ocorre, mas em doses maiores e nos hepatopatas, há comprometimento ALTERAÇÕES RENAIS ● Antes de tudo, em todos os casos, deve-se estratificar o paciente em relação a sua perda de função renal; classifica-se pelo clearance de creatinina A creatinina sérica isoladamente não é uma medida real do clearance de creatinina,porque esta é uma função da filtração glomerular e da massa muscular A creatinina sérica pode ser normal em pacientes idosos, mesmo na presença de insuficiência renal - isso é devido ao fato da baixa massa muscular (sarcopenia) Alguns fármacos como cefalosporinas, trimetoprima e cimetidina são medicamentos que competem com a creatinina por mecanismos secretórios no túbulo contornado proximal do rim ou produzem alterações nos métodos analíticos de determinação da creatinina, podendo causar um aumento na creatinina sérica, sem que haja uma mudança na taxa de filtração glomerular - ou seja, temos alteração da creatinina e não temos alteração na função renal ● A absorção pode ser alterada pela presença de edema de parede intestinal que pode comprometer a absorção do fármaco, modificando a biodisponibilidade ● Volume de distribuição: a volemia alterada no doente renal crônico mexe diretamente no Vd. Isso pq vamos ter edema e maior acúmulo de líquidos no espaço extracelular (os tecidos vão estar com mais líquido). O que seria fisiológico = fármacos com alto Vd tem uma alta distribuição tecidual e são mais lipofílicos, ao passo que fármacos com Vd baixo ficam confinados na vasculatura e são mais hidrofílicos. Logo, para um fármaco com alta ligação tecidual, muito pouco do fármaco permanece na circulação; assim, a concentração plasmática é baixa e o volume de distribuição é alto. Fármacos que permanecem na circulação tendem a ter baixo volume de distribuição. O que ocorre na doença renal = temos mais água no tecido, logo, aumenta a retenção de fármacos hidrofílicos, aumentando o Vd desses fármacos e diminuindo sua concentração sérica; isso ocorre principalmente com os aminoglicosídeos ● A insuficiência renal tende a diminuir a ligação proteica da maioria dos agentes pois os resíduos orgânicos circulantes se ligam às proteínas transportadoras e deslocam o agente farmacológico ● Excreção de fármacos inalterados e metabólitos ativos, visto que o clearance renal é determinado pela filtração + secreção ativa – reabsorção do fármaco ● A dose é ajustada de acordo com a redução da função renal e a proporção da droga que é excretada de forma inalterada (fe) pelos rins Dose inicial não precisa de ajuste; dose de manutenção é ajustada com a redução da dose ou aumento do intervalo entre as doses ou ambos - em pacientes com alteração renal, a dose de ataque (utilizada em casos de antibioticoterapia, AIE’s, protocolos hospitalares, de sedação,etc. ) não se altera - ou seja, a primeira é normal, nas doses subsequentes devemos pensar em alterações nessa dose, já que a primeira não foi depurada na forma usual ● Fármacos com índice terapêutico estreito podem exigir monitoramento de níveis plasmáticos. Acompanhamento clínico é o mais adequado ● Também, devemos nos atentar às medicações potencialmente nefrotóxicas em pacientes portadores de doença renal crônica ALTERAÇÕES - CARDIOPATIA ● Esvaziamento gástrico mais lento (ativação simpática ou outras comorbidades), congestão intestinal = modificam absorção ● Redução perfusão sanguínea no músculo = modificam absorção ● Redução do metabolismo hepático pela redução de fluxo = afeta fármacos com EH alto ● Redução da perfusão renal ● Redução do Vd e do Clearance ● Não tem fórmulas, nem algoritmos e nem calculadora ALTERAÇÕES - OBESOS ● A administração de medicamentos em pacientes obesos é difícil porque as doses recomendadas são baseadas em dados farmacocinéticos obtidos de indivíduos com peso normal Esse paciente tem mais tecido adiposo e o volume sanguíneo não é proporcional Assim, posologias baseadas em peso corporal nesses casos é um problema Para fármacos hidrofílicos (Vd baixo), por exemplo, não podemos fazer o ajuste de acordo com o peso > já nos fármacos lipofílicos, essa associação pode ser feito, porque o tecido adiposo é maior - mas podemos ter trabalho na sedação, por esse “roubo” pelo tecido adiposo ➔ Os medicamentos hidrofílicos (beta- -lactâmicos, glicopéptidos, aminoglicosídeos, lítio, aciclovir, heparinas de baixo peso molecular ou ranitidina) têm, geralmente, uma alta concentração plasmática relativamente à dose e um menor Vd. A sua distribuição não deve ser significativamente influenciada pelo excesso de tecido adiposo. Dosear de acordo com o PT pode levar a picos plasmáticos elevados, aumentando a toxicidade em doentes obesos. > assim, dosar de acordo com o seu peso ideal ➔ Já nos lipofílicos, podemos seguir a dosagem de acordo com o peso ● A obesidade não parece ter impacto na ligação do medicamento à albumina; no entanto, os dados relativos à ligação à glicoproteína ácida α1 têm sido contraditórios ● Um número limitado de estudos mostrou diferenças significativas nos parâmetros PK, como Vd, CL, t 1/2, Tmax, Cmax e AUC de drogas (por exemplo, antimicrobianos, quimioterápicos, anestésicos, agentes do SNC) em obesos e pacientes magros ● Não há um descritor universal para os ajustes DIFERENÇAS ENTRE ADULTOS E CRIANÇAS ● Temos muitos parâmetros diferentes, assim, não é sempre que só o ajuste da medicação de acordo com o peso funciona. Desse modo, formulações pediátricas são adaptadas e as bulas trazem informações importantes. Assim, sempre dar prioridade para formulações pediátricas Os processos PK em lactentes são alterados de forma significativa no primeiro ano de vida, particularmente nos primeiros meses ➔ Em razão das diferenças na PK observadas em lactentes e crianças, a simples redução proporcional da dose aplicada a adultos talvez não seja adequada para determinar a posologia segura e efetiva para a população pediátrica Alterações gastrointestinais: a composição dos fluidos intestinais e a permeabilidade do intestino variam durante a infância. A absorção de medicamentos administrados por via oral é afetada por mudanças no pH gástrico, que diminui durante a infância para atingir os valores de adulto por volta dos dois anos de idade. O tempo de esvaziamento gástrico é maior no primeiro dia de vida - se aproxima dos valores dos adultos a partir dos primeiros 6-8 meses de vida ➔ Têm-se até 2 anos de idade para formação completa, por isso essa permeabilidade Os bebês apresentam maior risco de toxicidade por meio da absorção pela pele devido a uma área de superfície maior para a relação de Vd e devido ao seu estrato córneo mais fino Barreira Hematoencefálica ainda incompleta Composição corporal também é bem diferente, assim, albumina e proteínas totais é reduzida em neonatos, atingindo níveis de adultos entre 10-12 meses O metabolismo hepático de xenobióticos é especialmente reduzido durante o primeiro mês de vida (a concentração de hepatócitos em neonatos corresponde a menos de 20% da dos adultos) Fluxo sanguíneo hepático pode ser alto, afetando metabolismo de primeira passagem de fármacos com alto EH Em prematuros, a nefrogênese incompleta compromete as funções tubulares e glomerulares dos rins. Depois do nascimento, a função renal alcança o padrão observado em adultos no primeiro ano de vida QUANDO NÃO TEM FORMULAÇÃO PEDIÁTRICA ● A dose deve ser ajustada de acordo com cálculos especificos IDOSOS ● Nos idosos também ocorrem alterações na PK e PD; ● Alterações de comportamento e estilo de vida em idosos devem ser consideradas ● Fatores adicionais: 1) o aumento progressivo do número de idosos em todo o mundo; 2) a elevada prevalência de múltiplas doenças crônicas concomitantes; 3) o uso frequente e simultâneo de vários medicamentos; ● Idoso tem menos água = reajuste de doses para fármacos hidrofilicos ● Idoso tem mais sarcopenia = podemos ter obesidade sarcopenica (no lugar da massa magra temos tecido adiposo) = cuidado com os medicamentos lipofílicos ● MIP’s para idosos Evitar o uso de MPI para idosos é uma importante pois otimiza a postura de prescrição apropriada e reduz os desfechos negativos relacionados à farmacoterapia nessa população, como RAM preveníveis, hospitalizações, incapacidades e morte A classificação de um fármaco comoMPI não configura uma contraindicação absoluta para o uso em idosos GESTANTES ● A grande preocupação é com a teratogenicidade ● Teratogenicidade: geralmente ocorrem no início da gestação (entre a 2ª e 8ª semana pós-concepção), causando alteração no desenvolvimento e malformação cardíaca, do tubo neural, ou do palato, por exemplo: Talidomida; metotrexato; isotretinoína; lítio; valproato; tetraciclina; inibidores da enzima conversora de angiotensina; antifúngicos azólicos ● Efeitos adversos fetais: disfunções de órgãos e tecidos fetais após sua formação Fluoxetina no 3º trimestre - síndrome de descontinuação e hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido ● Impactos durante e após o parto: risco de complicações durante o parto; prolongamento do tempo de trabalho de parto; risco de baixo peso ao nascer; risco de morte neonatal; impacto no crescimento e desenvolvimento da criança ● Classificação de A-X = o A é seguro, testado, o uso não causa danos na gestação, ao passo que o X é extremamente teratogênico como os retinoides e a talidomida AULA 6 - Terapêutica medicamentosa dos distúrbios CV HIPERTENSÃO ● Hipertensão arterial = é definida como uma doença crônica não transmissível, de caráter multifatorial, com determinantes genéticos, ambientais e sociais, caracterizado pela elevação sustentada dos níveis pressóricos para valores acima de 140x90 mmHg - deve haver pelo menos duas medidas, em momentos distintos, com o paciente sem o paciente estar usando medicação e com técnica adequada ● Frequentemente se relaciona com distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo ● Níveis ótimos da pressão – menor que 120 x 80 mmHg ● Normal mas não ótimo – 120 a 129 e 80 a 84 ● Pré- hipertensão – 130 a 139 e 84-89 ● Hipertensão I – 140 a 159 e 90 a 99 ● Hipertensão II – 160 a 179 e 100 a 109 ● Hipertensão III – maior ou igual a 180 X 110 HIPERTENSÃO - FATORES DE RISCO ● Sobrepeso e obesidade ● Ingestão dietética de sódio ● Ingestão de álcool ● Sedentarismo HIPERTENSÃO - DIAGNÓSTICO ● Medição de PA no consultório ● MAPA ou MRPA Vantagens e desvantagens do uso de MAPA e MRPA Definição de hipertensão de acordo com PA no consultório, MAPA ou MRPA ● Como é feita a triagem: 1) PA ótima (menor que 120/80) = ok, repetir medidas anualmente 2) PA normal (entre 120 e 129/ entre 80 e 84) = ok, repetir medidas anualmente 3) Pré-hipertensão = devemos considerar hipertensão mascarada, assim, realizar MAPA ou MRPA; se MAPA e MRPA normais = normotensão verdadeira ou hipertensão do avental branco, deve-se repetir medidas anualmente; se anormais, diagnóstico de hipertensão mascarada ou hipertensão sustentada e iniciar tratamento 4) Hipertensão estágios 1 e 2 - considerar hipertensão do avental branco (MAPA ou MRPA) = mesmas medidas do tópico 3 5) Hipertensão estágio 3 - Diagnóstico feito e iniciar o tratamento AVALIAÇÃO CLÍNICA ● Confirmar a elevação da pressão arterial ● Avaliar lesões de órgãos-alvo Hipertrofia ventricular esquerda – diagnosticado por ECG + exames de imagem Doença arterial obstrutiva periférica – solicitar ITB, VOP carótido-femoral (velocidade da onda de pulso) Lesão renal – urina I, urina de 24 horas, creatinina, microalbuminúria e TFG – são esses os exames laboratoriais pedidos para avaliação renal – o que justifica: paciente com HAS tem grandes chances de desenvolver doença renal, assim deve-se avaliar seu risco renal ● Identificar fatores de risco para doenças cardiovasculares - são os fatores de risco que aumentam o risco do indivíduo hipertenso sofrer evento cardiovascular: ● Pesquisa da presença de outras doenças associadas - devemos avaliar o paciente em relação com patologias já instaladas – como doença cardiovascular e renal estabelecida, pois eles têm fatores de risco adicionais quando hipertenso, e devem ser analisados, entre eles: ● Estratificação do risco CV global - tudo que foi avaliado acima, vai ser usado para estratificar o risco do paciente HAS de acordo com: fatores de risco adicionais para eventos cardiovasculares, LOA e ainda, doença CV e renal já preexistente ● Avaliação de indícios para a suspeita de HA secundária - avaliar se ele tem características de Síndrome de Cushing, Coarctação da aorta,etc. INÍCIO DO TRATAMENTO ● Todos devem ser orientados em relação a MEV ● Pré-hipertensos com doença cardiovascular preexistente ou alto risco cardiovascular e hipertensos estágio 1 e risco cardiovascular baixo > aguardar 3 meses pelo efeito das intervenções e no estilo de vida ● Hipertensão estágio 2,3 e 1 com fatores de risco adicionais - medicação ao diagnóstico ● Em pacientes idosos a meta pressórica muda um pouco: nos hígidos, considerar acima de 140 e em idosos frágeis, acima de 160 ● Em indivíduos com pré-hipertensão sem DCV preexistente e RCV baixo ou moderado - não há recomendação de tratamento ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR ● Nutrição: DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), (GR: I; NE: A), dietas do Mediterrâneo e Vegetariana (GR: IIa; NE: B); - as maiores evidências mostram que a maior abordagem dietética é essa DASH - alto consumo de frutas, legumes e verduras e baixo consumo de carne vermelha (priorizando carne branca), baixo consumo de gorduras saturadas, redução do consumo de açúcar simples, aumento do consumo de fibras (vem de cereais integrais) - não é uma dieta restritiva; as dietas do mediterraneo e vegetarianas são benéficas, mas caem Redução da ingestão dietética de sódio (GR: IIa; NE: B); Redução da ingestão de álcool (GR: I; NE: B); Aumento do consumo de fibras e consumo de oleaginosas, consumo de laticínios, consumo de alho, consumo moderado de café e chá; chocolate amargo (GR: IIb; NE: B); ● Cessação do tabagismo ● Redução do estresse ● Atividade física ● Respiração lenta ● Espiritualidade e religiosidade FISIOPATOLOGIA DA HIPERTENSÃO ● A pressão arterial é determinada por DC X RVP. Em todos os indivíduos há uma variação do DC com respostas concomitantes da RVP para um determinado nível de PA. A contratilidade e o relaxamento do miocárdio, o volume sanguíneo circulante, o retorno venoso e a frequência cardíaca podem influenciar o DC. Assim como, a RVP é determinada por vários mecanismos vasoconstritores e vasodilatadores como o sistema nervoso simpático, o sistema renina angiotensina e a modulação endotelial. A RVP depende também da espessura da parede das artérias, existindo uma potencialização ao estímulo vasoconstritor nos vasos nos quais há espessamento de suas paredes. A principal característica dos pacientes com HA essencial é a combinação do aumento do DC e da RVP. Geralmente, esse perfil hemodinâmico têm associação com a idade, enquanto os jovens apresentam DC elevado, um grande número de pacientes idosos com HA apresenta DC reduzido, correspondendo a maior parte da população hipertensa ● A acentuada vasoconstrição que esses pacientes apresentam é mediada pelo aumento da atividade do sistema nervoso simpático (SNS), do sistema renina angiotensina e pode depender, em parte, da falência do endotélio em promover vasodilatação compensatória ● Ativação simpática - o inadequado funcionamento do SNS induz aumento do DC e RVP inapropriadamente elevada - aumento da FC ● Aumento da RVP ● Aumento volêmico - mais sal - maior retenção ou ativação inadequada do SRAA (a própria ativação do simpático pode repercutir no SRAA) TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA Pacientes com indicação inicial para terapêutica: ● Pré-hipertensão e risco alto, estágio I de risco baixo, muito idosos e/ou frágeis = diagnosticou > iniciar monoterapia OS BB em monoterapia não reduzem tanto a morbimortalidade em relação as outras 4 classes de escolha inicial - acabam ficando para pacientes que já tiveram doença cardiovascular (infarto), tem IC ou início de IC ● Estágio 1 e risco moderado/alto ou estágio 2 e 3 = diagnosticou, iniciar combinação de dois fármacos (IECA ou BRA + BBC ou DIU) ● Conforme as metas não forem sendoalcançadas deve-se ir associando mais medicamentos - o quarto fármaco é a espironolactona > meta não alcançada > adiciona-se mais fármacos, entre BB, simpatolíticos centrais, alfabloqueadores e vasodilatadores Possibilidades: ● Diuréticos (GR: I; NE: A) ● Agonistas alfa-2 centrais (GR: IIb; NE: C) ● Bloqueadores beta-adrenérgicos (GR: I; NE: A) ● Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos (GR: IIb; NE: C) ● Vasodilatadores diretos (GR: IIb; NE: C) ● Bloqueadores de Canais de Cálcio (GR: I; NE: A) ● Inibidores de ECA (GR: I; NE: A) ● Bloqueadores de receptores AT1 (GR: I; NE: A) ● Inibidor direto da renina (GR: IIb; NE: C) Terapias combinadas: ● Combinou 2 fármacos (preferencialmente IECA ou BRA com DIU ou BBC) > não alcançou a meta? Somar mais um = IECA ou BRA + BCC + DIU > Não alcançou? Adicionar espironolactona (vai ser o quarto fármaco) > Não alcançou? Adicionar mais um ● Combinações não recomendadas = BRA + IECA Características que o medicamento deve ter (independente da classe): ● Levar em consideração que não interessa o fármaco mas ele deve conseguir reduzir os níveis pressóricos: o Capacidade de o agente escolhido reduzir a morbimortalidade CV (mesmo que umas classes mais que outras) o Devem ser administrados por via oral e serem bem tolerados (poucos efeitos adversos ou manejáveis) o Podem ser usados em associações - mas essas devem ser manejadas o Poder ser usado no menor número de tomadas por dia; o Ter controle de qualidade em sua produção o Podem ser utilizadas por um período mínimo de 4 semanas antes de ser modificado, caso necessário Monoterapia: Individualizada Como visto, vai ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HA estágio 1 com risco CV baixo ou com pré-hipertensão e risco CV alto ou ainda, para indivíduos frágeis e/ou idosos Classes preferenciais para o início na monoterapia o Diuréticos tiazídicos o IECA o BCC o BRA Terapia combinada Combinação não recomendada = IECA e BRA – agem no mesmo mecanismo de forma importante podendo acarretar em efeitos colaterais significativos O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos, sendo exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio Caso a meta pressórica não seja alcançada, ajustes de doses e/ou a combinação tripla de fármacos estarão indicados. Na sequência, mais fármacos deverão ser acrescentados até ser alcançado o controle da PA A associação de fármacos deve ocorrer com fármacos que atuam em mecanismos fisiopatológicos distintos conjuntamente e que inibam a ativação de mecanismos compensatórios As combinações em doses fixas e em comprimido único são preferenciais por se associarem a maior adesão ao tratamento e, por consequência, melhores resultados clínicos METAS ● Variam em função das características do paciente ● Metas gerais: Em pacientes com RCV baixo ou moderado ( menor que 140 X 90) Naqueles com RCV alto (menor que 120 a 129 e de 70 a 79) ● Muda para alguns indivíduos: ESCOLHA ● Mecanismo fisiopatológico principal que deve ser manejado ● Características individuais - por ex. mulher em idade fertil - IECA e BRA não são interessantes ● Doenças associadas ● Condições socioeconômicas - ex. paciente trabalha em locais sem condições de ir no banheiro - alguns diuréticos vão ser um problema? DIURÉTICOS ● Possuem efeito anti-hipertensivo sozinhos e quando em associação ajudam a potencializar os outros medicamentos ● São divididos em diuréticos tiazídicos, de alça e os poupadores de potássio ● Os de alça, que são os diuréticos mais fortes - furosemida - ficam para pacientes com perda renal crônica - isso porque a alta eficácia dos diuréticos de alça na produção de natriurese rápida e profunda pode ser prejudicial no tratamento da hipertensão. Quando um diurético de alça é administrado 2 vezes/dia, a diurese aguda pode ser excessiva e provocar mais efeitos colaterais do que os que ocorrem com o diurético tiazídico, que é mais suave e de ação mais lenta. Os diuréticos de alça podem ser particularmente úteis em pacientes com azotemia ou edema grave associados a um vasodilatador, como minoxidil DIURÉTICOS TIAZÍDICOS ● Clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida Em doses baixas Clortalidona se inicia com a metade da dose da HCTZ uma vez que possui maior potência e período de ação mais prolongado que a HCTZ São os diuréticos tiazídicos Quando usados como monoterapia, a dose diária máxima de diuréticos da classe das tiazidas não deve exceder 25 mg de hidroclorotiazida ou clortalidona (ou equivalente) – só é adequado usar doses maiores quando o tratamento com as combinações adequadas e doses de três ou mais fármacos não obtêm o controle adequado da pressão arterial; ou ainda, nesses casos, usar diuréticos mais potentes, como os de alça � Doses mais elevadas desse medicamento aumentam o efeito diurético sem adicionar ação hipertensiva � Mecanismo de ação: atuam no túbulo contorcido distal, aumentando a excreção de sódio e de potássio por simporte; lembrar que todo sódio filtrado no glomérulo chega na alça e ali continua entrando > assim, a excreção de sódio que alcançamos atuando no distal é menor pois a alça já fez seu papel na absorção de sódio (por isso que o efeito do tiazídico em relação ao de alça é menor) > o que resta é mexer com a porcentagem de sódio que seria absorvida no túbulo distal; o transportador nesse local é sódio /cloro A perda de K + pela urina pode ser um problema com as tiazidas. Os IECA e os BRA atenuarão em alguma extensão a perda de K+ induzida pelos diuréticos e, caso haja a necessidade, um segundo fármaco para alcançar a redução da pressão arterial além da obtida somente com o diurético Diuréticos de força moderada ● Ficha de medicamento: Classe/subclasse/fármaco = tiazídicos, hidroclorotiazida e clortalidona Faixa posológica habitual (mg/dia) = Hctz (25-50mg/dia) e clortalidona (12,2 - 25 mg/dia) - o primeiro valor é o de entrada, ou seja, o de primeira prescrição Frequência diária = 1 vez ao dia Efeitos adversos - também é apresentado no de alça ➔ Hiperglicemia ➔ Hiperlipidemia ➔ Hipopotassemia ➔ Hiponatremia e hipovolemia ➔ Disfunção erétil - vasoconstrição maior na musculatura do corpo cavernoso ➔ Esses desbalanços metabólicos podem estar relacionados ao desbalanço de potássio ➔ Podemos ter sintomas como vertigem, dor de cabeça, fraqueza, náuseas e vômitos, cólicas, diarréia, prisão de ventre, colecistite, pancreatite e alterações dermatológicas Não é potencialmente perigoso ou potencialmente inapropriado para idosos Contraindicados para gestantes Prescrição em receituário é do tipo simples INIBIDORES DE ECA ● Inibe a conversão da angiotensina I em angiotensina II (e III) ● Aumentam os níveis de bradicinina - é um potente vasodilatador, apesar de gerar como efeito colateral a tosse ● Aumentam os níveis de Ac-SDKP e ANG(1-7) - um peptídeo com efeitos antiinflamatórios e vasodilatadores ● Aumentam a liberação de renina - temos um inibidor de renina para atuar aqui - o Alisquireno IECA - FÁRMACOS DISPONÍVEIS ● Essas doses são bioequivalentes, assim, 5 mg de enalapril = 25 mg de captopril ● Podemos fazer a escolha dentro do número de tomadas, ou seja, a frequência, o que aumenta a adesão do paciente IECA - MECANISMO DE AÇÃO ● Produção diária de angiotensinogênio hepático liberado na corrente sanguínea > esse angiotensinogênio é convertido pela renina em angiotensina I > ECA é uma enzima que fica na membrana plasmática do endotélio parcialmente com seus receptores – sítio ativo- voltado para o meio externo – onde tem bastante endotélio tem bastante ECA, como nos pulmões ECA converte angiotensina I em angiotensina II - com a inibição da ECA temos inibição da angiotensina II A quantidade de renina liberada é a principal determinante da taxa de produção de ANG II. A renina é sintetizada, armazenada e secretada na circulação arterial renal pelas células justaglomerularessituadas nas paredes das arteríolas aferentes dos néfrons ● Ações da angiotensina II que justifica a relevância da sua inibição: É agonista de receptores At1 fazendo vasoconstrição arteriolar de músculos lisos � Causa aumento direto e indireto da pressão arterial podendo aumentar o volume circulatório estimulando a sede e a secreção de vasopressina (ADH) e de aldosterona � O volume circulatório aumentado associado a um maior estímulo simpático proporciona a elevação do débito cardíaco que, acrescido da ação vasoconstritora provocada pela ANG II elevam a PA � ANG II tem efeitos diretos e indiretos sobre o coração, os quais afetam a frequência cardíaca, a contratilidade e o crescimento celular. Induz à resposta inotrópica positiva, independente do sistema β-adrenérgico em várias espécie. Essa ação inotrópica é dose-dependente e mediada por receptores de angiotensina O simpático ativado recruta o SRAA = norepinefrina e epinefrina atuam nas células justaglomerulares em receptores beta-1 provocando a liberação de renina e também atua nos vasos, provocando vasoconstrição - assim, a ação da norepinefrina e da angiotensina II nos receptores dos vasos ocorrem concomitantemente Angiotensina II ainda libera aldosterona > provoca retenção de água e excreção de potássio Efeitos hipertróficos e proliferativos sobre os cardiomiócitos e fibroblastos ● Dessa forma, os IECA reduzem o nível circulante de Ang ll, diminuindo, portanto, seus efeitos deletérios. Por conseguinte, os IECA não apenas atuam como vasodilatadores, como também reduzem os níveis de aldosterona e, portanto, atuam como diurético indireto, exercem efeitos diretos contra a remodelagem do coração e produzem efeitos simpaticolíticos (moderando, assim, a redução da pressão arterial e a taquicardia reflexa que acompanha a vasodilatação) ● Os IECA deslocam o equilíbrio do tônus do músculo liso vascular para a vasodilatação, aumentando, assim, o fluxo sanguíneo renal - outro motivo para seus efeitos protetores crônicos sobre o rim. ● Inibe renina > evita a ativação do SRAA > diminui atividade simpática, diminui reabsorção de sódio e a retenção de água – único é o Alisquireno IECA - FICHA ● Classe /Subclasse /Fármaco: inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA)/-/captopril ● Faixa posológica habitual (mg/dia): 50 mg/dia ● Frequência diária: 1x ou 2x ao dia (25 ou 50 mg por comprimido). ● Mecanismo de ação: Bloqueio de ação da enzima ECA, com menor formação de angiotensina II, que é um potente vasoconstritor e estimulador da aldosterona. ● Reações adversas: Hipotensão Tosse seca Reações cutâneas Hiperpotassemia Insuficiência renal aguda (em casos de estenose de artéria renal, insuficiência cardíaca ou hipovolemia) Toxicidade fetal ● Indicar: em casos de hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e nefropatia diabética ● Contraindicado para gestantes - quando usado na gravidez pode causar danos ao desenvolvimento e morte fetal ● Prescrição em receituários simples ● De modo geral, não indicado para mulheres em idade fértil por grande risco de malformações fetais e complicações gestacionais; contraindicada em associação a outros inibidores do sistema renina-angiotensina- aldosterona com exceção da espironolactona na ICC; tomar cuidado com o risco de hiperpotassemia em paciente com insuficiência renal ou que esteja recebendo suplementação de potássio Aldosterona é depletora de potássio > se inibimos essa depleção > pode-se tender a hipercalemia pelo acúmulo de potássio Como isso ocorre: a diminuição dos níveis de aldosterona induzida por IECA provoca redução na expressão do de um transportador dependente de aldosterona no túbulo distal. Esse alvo dos diuréticos poupadores de K + normalmente medeia a reabsorção de Na + e a excreção de K +. Os níveis mais baixos de transportador levam a uma menor absorção de Na + e menor excreção de K +. Portanto, os IECA favorecem a hiperpotassemia, o que pode ser prejudicial para pacientes com insuficiência renal, mas normalmente é benéfica para pacientes com frequente hipopotassemia CONTRA INDICAÇÃO DIRETA DO IECA - ● Paciente que tem estreitamento de arteríola – os IECA têm efeitos renais importantes BLOQUEADORES DE RECEPTOR AT (BRA) ● BRA = bloqueia-se o receptor At1 onde a angiotensina II se liga – ainda há produção, mas não há ligação no receptor , assim, inibe: Vasoconstrição Resposta pressórica Sede Liberação de ADH Secreção da aldosterona Liberação de adrenalina Alterações da função renal Hipertrofia e remodelagem cardíaca ● Efeitos adicionais dos BRA’s = as respostas mediadas pelo receptor de angiotensina e que levam a remodelação cardíaca são diminuídas aqui - assim, é interessante para os pacientes com IC BRA- EFEITOS ADVERSOS ● Hipotensão ● Hiperpotassemia ● Exantema (raramente observado) ● Toxicidade fetal BRA- FÁRMACOS DISPONÍVEIS ● As recomendações são as mesmas que pro IECA BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO ● Bloqueiam Canais de Cálcio nas células do músculo liso arteriolar = vasodilatação que reduz RPV ● 2 tipos: dihidropiridínicos e os não dihidropiridínicos (avanço da classe - aqui está o Verapamil e o Diltiazem ● Para regular a PA = deve-se mexer em contração muscular – principalmente musculatura lisa – que não ocorre sem cálcio > por isso um bloqueador de cálcio faz sentido. Assim, bloquear canal de cálcio é uma das maneiras de controlar o tônus muscular tanto em relação ao débito cardíaco, tanto em relação a contração das artérias. Desse modo, o BCC mexe com débito cardíaco e RVP dependendo do tipo de canal e do local que o fármaco consegue alcançar > é o que diferencia os dois grupos o Os diidropiridínicos não mexem diretamente na ação cardíaca, mexe apenas na periferia e coronárias. Assim, têm maior efeito vasodilatador e menor efeito da FC. Entretanto, aumentam a FC por efeito rebote da diminuição da RVP. Esse aumento da FC pode provocar taquicardia – assim, não se utiliza mais nifedipina sublingual em emergências hipertensivas em pronto-socorro (mas ainda é usado para tratamento crônico, bem regulado) > decorrente disso, surge a outra classe o Os não dihidropiridínicos mexem tanto no coração, quanto nas artérias, alteram condução AV, diminuem a contratilidade miocárdica e diminuem a frequência cardíaca > assim, eles fazem dilatação sistêmica e coronariana, mas sem o efeito rebote de aumentar a FC ● Efeitos adversos: Obstipação intestinal GERD - pioram GERD (refluxo gastroesofágico) Edema (por vasodilatação) Vermelhidão facial ● Efeitos adversos - VERAPAMIL E DILTIAZEM Agravamento da IC Bradicardia Bloqueio atrioventricular Obstipação intestinal é observada com verapamil Verapamil não deve ser usado com betabloqueador – poderia causar uma bradicardia muito importante BCC - FÁRMACOS ● Dihidropiridínicos - evitar o uso em pacientes com ICFEr - pode provocar edema de membros inferiores relacionado com a dose utilizada ● Não Diidropiridínicos - evitar o uso em pacientes com ICFEr e evitar a associação com BB em pacientes com bradicardia BETABLOQUEADORES ● Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas ● Eles podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade para ligação aos receptores adrenérgicos: 1) Não seletivos – bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente no miocárdio, quanto os beta-2, encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos (propranolol, nadolol e pindolol, este último apresentando atividade simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia); 2) Cardiosseletivos – bloqueiam preferencialmente os receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol, que é o mais cardiosseletivo); 3) Com ação vasodilatadora – manifesta-se por antagonismo aoreceptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol) BB - EFEITOS ADVERSOS ● Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão, astenia e disfunção sexual ● Fadiga, insônia e pesadelos, depressão ● Indução de diabetes, dislipidemias (3ª geração parecem não desencadear efeitos metabólicos) ● Os BB são contraindicados em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus BB- Medicamentos disponíveis OUTROS MEDICAMENTOS - DIURÉTICOS DE ALÇA ● Furosemida e Bumetanida ● Mecanismo de ação: O alvo do fármaco é uma proteína transportadora que vai tanto do interstício para dentro do túbulo quanto ao contrário> para que haja um aumento de volemia o sódio deve ir para o interstício puxando água > esse sódio e água atingem os capilares peritubulares fazendo com que a volemia cresça > na HAS queremos o mecanismos contrário, ou seja, impedir que o sódio após filtrado volte para os capilares > assim, utiliza-se o transportador em um local em que a recaptação de sódio é importante (a essa altura da alça de Henle) > os diuréticos de alça então são moléculas inibidoras de transporte, inibindo o transportador de sódio, cloreto e potássio > logo, evitando que o sódio entre, também evita-se que o cloreto e o potássio também entrem (pois estão em cotransporte) > néfron passa a ficar mais concentrado; esse diurético é bem potente pq o local que ele age é estratégico no transporte de sódio ● Importante lembrar que deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos (hidroclorotiazida) ou similares (clortalidona e indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação, reservando-se os DIU de alça (furosemida e bumetanida) às condições clínicas com retenção de sódio e água, como a insuficiência renal e situações de edema (IC, síndrome nefrítica) DIURÉTICOS DE ALÇA - EFEITOS ADVERSOS ● Hiperuricemia (uso crônico) – por redução volêmica e/ou competição transportadores pelo ácido úrico/diurético no túbulo proximal ● Hiperglicemia ● Anormalidades do equilíbrio eletrolítico Hiponatremia Hipopotassemia Hipomagnesemia Hipocalcemia DIURÉTICOS DE ALÇA - FÁRMACOS DISPONÍVEIS OUTROS MEDICAMENTOS – DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO ● Espironolactona ● Amilorida ● Esses dois diuréticos têm mecanismos de ação diferente, apesar de clinicamente serem chamados de poupadores de potássio ● A espironolactona é antagonista de aldosterona - impede que haja a troca de sódio e potássio nos túbulos coletores - poupa potássio ● A amilorida inibe um transportador de sódio e potássio no túbulo (é o transportador de aldosterona) ● Atividade diurética de ambos é muito baixa - assim, dificilmente são usados para o fim de diurese de modo isolado - são interessantes para serem agregados em um tratamento com outro diurético (os outros dois depletam potássio) > pois poupam potássio e geram um pouco de diurese ● Principal risco = hiperpotassemia, principalmente em pacientes com IRC associada a inibidores de IECA ou BRA e efeitos no TGI (é contraindicado em pacientes com úlceras pépticas) ● A amilorida vem disponível unicamente associada a um tiazídico ou clortalidona OUTROS MEDICAMENTOS - ALFA AGONISTAS ● Não são primeira escolha e não estão dentro das associações mais comuns ● Metildopa, clonidina e ranitidina - lembrar que a metildopa é primeira escolha para gestantes hipertensas e muito utilizada nos tratamentos de pré-eclâmpsia ● Mecanismo de ação: os alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios ● Eles realizam inibição simpática por fazerem um bloqueio central - assim, reduz informação simpática vindo do SNC – alguns atuam nos receptores alfa-2 pré-sinápticos, que impedem a liberação de norepinefrina - inibe-se as ações da noradrenalina (induz bradicardia ao inibir taquicardia e gera vasodilatação) ● Os principais efeitos são: diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, o que contribui para a bradicardia relativa e a hipotensão notada na posição ortostática; discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina; e retenção de fluidos. ● A retirada abrupta da clonidina pode provocar hipertensão rebote (crise hipertensiva) de catecolaminas na terminação sináptica Porque = a clonidina age nos receptores alfa-2 pré sinápticos, que impedem a liberação de norepinefrina. Esta se acumula na terminação nervosa e, ao ser interrompida abruptamente, pode provocar crise adrenérgica pela liberação descontrolada ● Efeitos adversos e tóxicos = ressecamento da boca, sedação, dermatite de contato e reações de abstinência OUTROS MEDICAMENTOS - Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos ● Os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos dos receptores alfa-1 pós-sinápticos, reduzindo a RVP sem mudanças no débito cardíaco. Promovem maior redução pressórica quando na posição ortostática e na taquicardia reflexa. Por isso, é comum a hipotensão postural, comumente descrita na primeira dose. ● Inibe vasoconstrição por catecolaminas endógenas → vasodilatação → PA ● Doxazosina, prazosina ● Efeito adverso: hipotensão postural e síncope (dosagem inicial) ● Uma ação coadjuvante benéfica dos bloqueadores alfa1 é o relaxamento da musculatura do assoalho prostático, a qual favorece o esvaziamento da bexiga nos pacientes com hiperplasia prostática benigna (HPB). Por isso, alguns alfabloqueadores são também utilizados em homens com HPB, em particular a doxazosina, a tansulosina, a alfuzosina e a silodosina BLOQUEADORES ALFA-1 - FÁRMACOS DISPONÍVEIS OUTROS MEDICAMENTOS - Vasodilatadores arteriais ● Os medicamentos dessa classe, ativos por via oral, são a hidralazina e o minoxidil. Atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando à redução da RVP ● Efeitos adversos = Os efeitos colaterais da hidralazina são cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lupus-like (dose-dependente). Seu uso pode também acarretar anorexia, náusea, vômito e diarreia. Os vasodilatadores podem provocar retenção de sódio e água, com o aumento do volume circulante e da taquicardia reflexa. Um efeito colateral frequente do minoxidil é o hirsutismo OUTROS MEDICAMENTOS - Inibidores de renina ● O alisquireno, único representante da classe disponíve, promove a inibição direta da ação da renina com a consequente diminuição da formação de angiotensina ● Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua ação anti-hipertensiva, em monoterapia e em associação, de intensidade semelhante aos demais bloqueadores do SRAA e com aparente benefício adicional de redução da proteinúria em indivíduos com doença renal ● Mesmas recomendações feitas ao BRA e IECA - é contraindicado para gestantes HIPERTENSÃO E OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS - Diabetes ● Meta PA < 130/80 mmHg ● Associação de dois ou mais fármacos pelo alto RCV ● O tratamento não medicamentoso rigoroso impõe-se para todos os hipertensos diabéticos. Uma PA de consultório ≥ 140/90 mmHg indica a necessidade de tratamento medicamentoso. Todos os medicamentos utilizados na redução da PA podem ser usados em pacientes diabéticos. Evidências suportam o uso preferencial dos bloqueadores do SRAA, em particular em pacientes com lesões de órgãos-alvo (LOA). O controle da PA frequentemente requer múltipla terapia, e um bloqueador dos canais de cálcio (BCC) e/ou um diurético (DIU) são classes recomendadas na associação aos bloqueadores do SRAA ● Se nefropatia, uso SRAA é preferencial ● BB aumenta glicemia mas são úteis em pacientes com IC e DAC. HIPERTENSÃO E OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS - Síndrome metabólica ● A presença da elevação da pressão arterial (PA) na SM eleva o risco CV global por ativar mecanismos que se associam a estados pró-trombótico e pró-inflamatório ● A escolha dos medicamentos anti hipertensivosdeve priorizar as classes terapêuticas que possam melhorar ou, ao menos, não agravar a resistência insulínica, como os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA) e os BCC. DIU e betabloqueadores (BB), com exceção dos vasodilatadores de ação direta, podem ser indicados como medicamentos adicionais HIPERTENSÃO E OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS - Doença coronária ● BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirina HIPERTENSÃO E OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS - AVE ● Meta < 130/80 mmHg; ● Desde que se obtenha a redução da PA, qualquer medicamento anti-hipertensivo HIPERTENSÃO E OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS - DRC ● Meta < 130/80 mmHg; ● Os DIU tiazídicos continuam recomendados, por serem eficazes nos estágios 1, 2 e 3 da DRC, enquanto os DIU de alça são preconizados para os estágios 4 e 5 ● IECA ou BRA são fármacos largamente utilizados; ● Os BCC são eficazes, em especial combinado com IECA ou BRA ● Outras opções incluem BB, inibidores adrenérgicos de ação central e, eventualmente, vasodilatadores de ação direta, como minoxidil e hidralazina ● Paciente em hemodiálise, individualização levando em consideração outras comorbidades HIPERTENSÃO E IDOSOS ● Em idosos, sugere-se iniciar o tratamento com metade da menor dose recomendada e aumentar lentamente até atingir a dose terapêutica ● Nos idosos os bloqueadores alfa-1 podem gerar alto risco de hipotensão ortostática, assim, não são recomendados como tratamento de rotina ● Os alfa-agonistas de ação central geram alto risco de efeitos adversos no SNC nesse caso, além de bradicardia e a hipotensão ortostática ● Nifedipino - potencial para hipotensão e risco de isquemia miocárdica HIPERTENSÃO E GESTANTES ● Define-se hipertensão na gestação quando há pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg ● O tratamento não medicamentoso isoladamente não deve ser utilizado em situações de PAS acima de 160 mmHg persistente por mais de 15 minutos ● A conduta expectante não é recomendada a partir de 37 semanas de gestação em mulheres com hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia ● O tratamento medicamentoso urgente é indicado em caso de hipertensão grave e na presença de sinais premonitórios. Não existe consenso com relação ao valor de PA para indicar quando o tratamento medicamentoso deve ser iniciado. Sugere-se iniciar o tratamento medicamentoso quando a PA estiver acima de 150-160/100-110 mmHgcom o objetivo de manter a PA entre 120-160/80-100 mmHg ● O uso de IECA, BRA e IDR é contraindicado na gestação e atenolol e prazosin devem ser evitados se possível ● utilizam o ponto de corte de 160 mmHg. O início de medicação para gestantes com hipertensão abaixo de 160/110 mmHg é ainda controverso, exceto em gestantes com lesão de órgão-alvo (LOA) ● A terapia medicamentosa deve ser iniciada como monoterapia pelos medicamentos considerados de primeira linha (metildopa, nifedipina de ação prolongada ou betabloqueadores – exceto atenolol). Caso não ocorra o controle adequado, associar outro medicamento de primeira linha ou de segunda linha (diurético tiazídico, clonidina e hidralazina) Evitar também o uso de diuréticos em pacientes com PE, pela possibilidade de piorar a depleção do volume intravascular ● O tratamento para emergência hipertensiva na gestante pode ser feito tanto com nifedipina (10 mg) por via oral quanto com hidralazina IV AULA 7 - Doença coronariana DEFINIÇÃO ● Obstrução das artérias coronárias ● Aterosclerose ● Principal forma de apresentação da doença cardiovascular DOENÇA CORONARIANA ● Paciente com diagnóstico de DAC, uso medicação e é estável (chama-se angina estável) ● O que mais preocupa é a síndrome coronariana aguda - paciente procura o serviço de saúde com quadro clínico de dor torácica > nesse momento deve-se saber se o paciente está infartando (há uma isquemia suficiente para gerar dano ao miocárdio) ● Divide-se a síndrome aguda naqueles pacientes com troponina positiva mas sem alterações no ECG e aqueles com troponina positiva e com alterações no ECG ou, ainda, sem alterações em marcadores e no ECG ● Divisão: Doença arterial coronariana A doença se divide em … FISIOPATOLOGIA ● Acúmulo de lipídios modificados (são lipídios alterados que predispõem ao acúmulo) > a medida em que isso ocorre as células do endotélio são ativadas (é uma ativação inflamatória > migração e ativação das células inflamatórias (macrófagos passam a viver nesse ambiente inflamatório - macrófagos espumosos) > maior produção de matriz extracelular, recrutamento de células musculares lisas e formação de uma capa fibrosa (angina estável - a placa está protegida por essa capa fibrosa) > quando há a desestabilização dessa capa fibrosa há a ruptura da placa > agregação plaquetária > poode haver a formação de um trombo > o grau de obstrução é o que vai falar sobre o quão isquemico o miocárdio vai ficar ● A medicação atua na dislipidemia e também na inflamação (estatina também tem ação anti-inflamatória) ANGINA ● “Síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto em tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores; ● Se desencadeada ou agravada com atividade física ou estresse emocional, com duração de 30” a 15’ = angina estável ou típica; - responde de modo adequado ao uso de vasodilatadores Existem quadros que não é a placa que está presente e sim uma contração inadequada que causa sintomatologia parecida ● Se desencadeada abruptamente = instável ou ● Variante (vasoespasmo); ● Prevalência: 12 a 14% dos homens e 10 a 12% das mulheres com idades entre 65 a 84 anos. TIPOS DE ANGINA ● Angina estável - tipo mais comum; ocorre quando o coração está trabalhando mais forte do que o usual; há um padrão regular, o qual depois de alguns epidódios permite que o iindivíduo perceba a própria crise; dor geralmente vai embora alguns minutos depois da pessoa repousar ou tomar medicamento; aumenta a probabilidade de ataque cardíaco futuro ● Angina instável - condição perigosa que requer tr ● Angina variante - também responde bem a vasodilatadores (causada por uma contratilidade alterada) DOR TORÁCICA ESTRATIFICAÇÃO POR ATIVIDADE FÍSICA ● O quanto essa angina interfere nas atividades do paciente ANGINA ESTÁVEL ● O objetivo da terapêutica é dividido em dois momentos = primeiro, prevenir, assim, naquele paciente sem angina, assintomático, é importante encontrar a dislipidemia e prevenir; no segundo, seria agir naquele paciente com doença aterosclerótica e tomar ações para que nem venha ocorrer angina, outros sintomas e a ocorrência da isquemia miocárdica TERAPÊUTICA DA DAC ● Prevenir o infarto: Agentes antiagregantes plaquetários Controle das dislipidemias Bloqueio do eixo renina angiotensina aldosterona - ● Para reduzir os sintomas Nitratos BCC BB Trimetazidina, ivabradina TERAPÊUTICA NÃO MEDICAMENTOSA ● Orientação dietética e de atividade física. ● Levar em consideração o padrão de dislipidemia que o paciente tem e levar em consideração para a dieta esse padrão ● Uso de fibras igual para todos ● Crescente de gorduras melhores = as gorduras trans são banidas, reduz ácidos graxos insaturados > melhor tendencia a polinsaturados e omega 3 AGENTES QUE DIMINUEM A DEMANDA OU AUMENTAM O SUPRIMENTO DE O2 AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS Ácido acetil salicílico ● Antiagregante plaquetário de excelência; ● O AAS faz um bloqueio irreversível da COX - 1 - como a plaqueta não tem núcleo para fazer uma nova COX, esse bloqueio dura até que haja renovação plaquetária ● Indicada a todos os pacientes, exceto com alergia, sangramento ativo, hemofilia, úlcera péptica ativa ou alto risco de sangramento gastrintestinal ou geniturinário. ● Com objetivo de proteção a longo prazo, é muito menor que a dose necessária para ação anti inflamatória - para o fim de proteção = 75-100 mg/dia Derivados tienopiridínicos ● Clopidogrel, prasugrel ● Bloqueia receptores inibindoa cascata que leva a agregação plaquetária ● São pró-drogas - necessitam de metabolismo hepático ● Na contraindicação absoluta do uso de aspirina ou associado com aspirina após intervenção com stents, por, pelo menos, 30 dias. Derivados da ciclopentil triazolopirimidina ● ticagrelor e cangrelor (iv) ● Meia-vida 12 horas ● Bloqueio reversível dos receptores P2Y12 ● Não é pró-fármaco – independe de metabolização hepática ● Efeito antiagregante plaquetário mais intenso, rápido e consistente Novos anticoagulantes ● Dabigatrana, apixabana e rivaroxabana ● Inibem o fator Xa ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO TROMBÓTICO X SANGRAMENTO DISLIPIDEMIA ● Considerar - risco cardiovascular do paciente e tipo de dislipidemia ● Diagnóstico - por exame - dosando TG, LDL, HDL ● Os valores numéricos dizem o tipo de dislipidemia e quanto tem de lipidios no sangue do paciente ● Para cada risco cardiovascular aumentado mais estreita é a meta lipemica que deve ser imposta ao paciente - daí a necessidade de estratificação DIAGNÓSTICOS ● hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dl); ● hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TGs (≥ 150 mg/dl) que reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG, como VLDL, IDL e quilomícrons ● hiperlipidemia mista: valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl) ● HDL-C baixo - também vai ser considerado uma dislipidemia: redução do HDL-C (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação a aumento de LDL-C ou de TG CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA ● Dislipidemia primária e secundária - a primária é causada por componente genético, paciente mais jovem e histórico familiar de dislipidemia; além disso, há a presença de sinais patognomônicos ● A secundária é causada por fatores como obesidade, sedentarismo, dieta inadequada, alcoolismo (mexe principalmente com o TG), diabetes mellitus, etc. Toda dislipidemia causada por fármacos também é enquadrada nessa classificação (diuréticos, beta-bloqueador, reposição hormonal, contraceptivos, retinóides e corticóides - em geral, são fármacos anabólicos) Para cada tipo de alteração temos alguns perfis esperados - ou seja, vai ter mais HDL, LDL, TG CONDUTA ● Depende dos níveis de colesterol, HDL, TG e LDL + estratificação de risco ● No eixo vertical temos valores para pacientes ainda não tratados e valores para paciente que já teve tratamento ● A partir da estratificação sabemos se o paciente deve ser tratado, orientado e qual a meta que deve ser atingida ● Tempo de reavaliação após a implantação das medidas de modificações do estilo de vida deve ser de 3 a 6 meses ALTERAÇÕES DIETÉTICAS E NÍVEIS DE EVIDÊNCIA ● Evitar gorduras trans na dieta - tem efeito significativo e alto nível de evidência ● Orientações dietéticas sobre o que ele deve comer bastante, deve moderar ou deveria excluir totalmente OMEGA-3 ● O ideal é que todos os pacientes possam consumir mais de duas porções de peixe, ricos em omega 3 por semana > impossível na dieta brasileira ● Pode-se connsiderar a suplementação como prevenção - e temos com recomendação suplementar de 2 a 4g por dia no paciente com hipertrigliceridemia grave HIPOLIPEMIANTES ● Estatinas: constituem a melhor opção terapêutica para o controle dos níveis séricos da LDL-c ● Lovastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, atorvastatina e rosuvastatina ● Bloqueia uma enzima que bloqueia a produção de colesterol nos hepatócitos REAÇÕES ADVERSAS ● Hepatotoxicidade: os estudos de vigilância iniciais após a comercialização das estatinas revelaram uma elevação dos níveis de transaminases hepáticas para valores acima do triplo do limite superior da normalidade, com incidência de até 1%; ● Miopatia. níveis de CK ultrapassaram 10 vezes o limite superior da normalidade; ● Depleção de coenzima Q10 muscular (conversão energética em ATP) ● Gestantes: não deve ser prescrita - além de teratogenicidade considerar outros desfechos ● As estatinas que são metabolizadas por CYP’s hepáticos específicos são os que mais geram interações ● Em casos mais graves = rabdomiólises; no cotidiano = dor muscular (pode diminuir a adesão) POTÊNCIA ● As estatinas são classificadas em relação a sua potência ● Alta potência = mais de 50% ● Média potência = são capazes de causar as reduções nos níveis de LDL em torno de 50% ● Baixa potência = no máximo 30% ● A escolha depende das características do paciente - quanto ele tem de LDL, qual sua meta (que varia com o risco cardiovascular) > assim, sabemos quanto queremos reduzir ● Sempre importante considerar que podemos ter uma tolerabilidade alta em relação a dose, mas a tolerância do paciente (em relação a eventos adversos) é menor - assim, devemos ver a adaptação para os diferentes medicamentos visando aumentar a adaptação do paciente ● quando não atingimos a meta com a dose máxima tolerada pelo paciente = adicionar medicamentos - a primeira escolha é ezetimiba INTERAÇÕES ● Vários fármacos vão ter interação com as estatinas em decorrência da mesma metabolização pelo citocromo P450 EZETIMIBA ● Ação - inibe a absorção intestinal de colesterol - assim, inibe principalmente o colesterol dietético ● Combinado a estatinas - primeira escolha de combinação ● Ainda, pode ser usado em monoterapia para pacientes intolerantes a estatina ● Não prescrever para gestantes RESINAS SEQUESTRADORAS DE ÁCIDOS BILIARES ● Efeitos gastrointestinais significativos - distensão, flatulência,etc. ● Tem baixa potência ● Serve para as grávidas - um dos únicos medicamentos disponíveis para essas gestantes ● Colestiramina e colestipol ● Não são prescritas juntas com estatina, por exemplo, e quando há necessidade, devem ser tomadas em momentos bem diferentes visto que pode causar a eliminação da estatina FÁRMACOS QUE ATUAM PRINCIPALMENTE NOS TG ● Quando temos hipertrigliceridemia isolada as estatinas não vão ser primeira opção - vai ser o fibrato ● Fibratos Genfibrozila*, fenofibrato e clofibrato Indicados no tratamento da hipertrigliceridemia isolada em monoterapia ou associada ao ácido nicotínico (niacina) Eles atuam por meio de um agonismo de PPAR - entrando em uma via metabólica do TG no fígado Reduz as taxas séricas de TG de 30 a 60% ● Reações adversas Não administrar genfibrozila com estatinas; Reduzir dose de anticoagulante se administrar genfibrozila; Suspender genfibrozila/clofibrato se houver formação de cálculos biliares De modo geral são compostos bem tolerados Contraindicados para gestantes NIACINA - ÁCIDO NICOTÍNICO ● Ataca diretamente a síntese de TG pelos hepatócitos ● Indicada para pacientes com hipertriglicérides isolado e que não estão atingindo as metas com os fibratos ● Assim, fibrato + niacina ● Contraindicado para gestantes ● Contraindicados para hepatopatias graves e gota ● Gera rubor e prurido ALIROCUMABE E EVOLOCUMABE ● Aprovados e fechados com patente - Praluent e Repatha, respectivamente ● mabe = monoclonal anticorpo humano ● Esses anticorpo são anti PCSK9 - inibidores dessa enzima Toda vez que os receptores de LDL internalizam LDL para dentro da célula, essa enzima degrada o receptor e é necessário uma nova produção - assim, ao descobrirem essa ação, inibiram essa enzima > logo, há maior captação de LDL devido a uma reciclagem dos receptores ● Atuam sobre hipercolesterolemia e dislipidemia mista ● Usado em combinação à estatina ou à estatina mais outras terapias hipolipemiantes em pacientes incapazes de atingir os níveis da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) com o máximo de dose de estatina tolerada, ou Isoladamente ou em combinação a outras terapias hipolipemiantes em pacientes que são intolerantes à estatina, ou para aqueles cujo a estatina é contraindicada ● Medicação de alto custo, IM ou subcutânea, não está na lista de distribuição, há outras opções METAS ● Mudam de acordo com a estratificação de risco cardiovascular GESTANTES ● Gestação gera aumento de níveisplasmáticos de lipídeos; ● Opções medicamentosas são limitadas; ● Resinas (colestiramina e colesevelam) quando há necessidade clara de manutenção de tratamento medicamentoso; ● LDL-aférese usada em casos especiais (HF homozigótica ou DAC grave) Tratamento para reduzir os sintomas e a isquemia miocárdica ● Abordagens para que o paciente não precipite e sinta as crises anginosas ● Podemos diminuir trabalho cardíaco ● Podemos melhorar a pós-carga fazendo vasodilatação ● Podemos aumentar o suprimento de oxigênio VISANDO REDUZIR TRABALHO CARDÍACO ● Primeira linha para esses pacientes que têm angina estável - beta-bloqueadores Agente de primeira linha em pacientes com angina estável sem infarto do miocárdio prévio e/oou disfunção de VE Agente de primeira linha em pacientes com angina estável com IAM prévio e/ou disfunção de VE após 2 anos Para alívio sintomático em pacientes com angina vasoespástica ● Bloqueadores de canal de cálcio Agentes de primeira linha para alívio sintomático em pacientes com angina vasoespástica Pode ser usado junto com BB (diidropiridínicos ou não dihidropiridínicos) ou quando o paciente tem contraindicação para BB ● Nitratos Temos diferentes formulações, com algumas de rápida absorção e efeito Existem sprays e comprimidos sublinguais (ação entre 1 a 3 minutos com duração de 30 a 45 minutos) Os nitratos são vasodilatadores e mexem com trabalho cardíaco por mexerem com pós carga - são doadores de NO O nitrato vai ser usado para retirar o paciente da crise anginosa - assim, usam sob demanda - primeira opção para tratar as crises anginosas e pode ter uso profilático em situações que provocam angina Não é opção de manutenção - não é possível sustentar níveis terapêuticos de vasodilatação usando nitratos Além das formulações ultra rápidas temos os nitratos de ação prolongada - esses últimos tinham a ideia de manter o paciente com níveis estáveis de nitrato - entretanto, esse uso contínuo gera tolerância nesses pacientes e não sustentam a vasodilatação O nitrato não funciona como agente de primeira linha em pacientes com angina estável; pode ser usado como agente de terceira linha em pacientes com angina estável ainda sintomáticos após o uso de outros agentes antianginosos associados (ou seja, aquele paciente que já está medicado e continua a ter crises anginosas) Tem-se outras opções antes do nitrato ● Trimetazidina A dor e desconforto pela falta de oxigênio (isquemia) é decorrente de rotas alternativas de produção de ATP - assim, há alteração metabólica das células por déficit de oxigênio > vai intoxicando com essas vias alternativas à medida que essa isquemia se prolonga A trimetazidina ajuda a célula a usar glicose como substrato energético em uma via metabólica mesmo com redução de oxigênio - ou seja, faz uma correção metabólica - ao final temos uma célula menos intoxicada - há uma proteção metabólica Pode ser prescrita para pacientes em angina sintomática em uso com BB isolado ou naqueles em que há BB + BCC ● Ranolazina Aumento do metabolismo de glicose; Reduz corrente de sódio tardia que é ativada em situações de isquemia e que facilita a entrada de cálcio no miocárdio - mexe com canais de sódio > isso facilita a entrada de cálcio no miocárdio e gera maior força cardíaca sem que haja sobrecarga metabólica ● A ranolazina e a trimetazidina não são primeira escolha, mas são de segunda linha e devem ser agregados naquele paciente que mesmo medicado ainda tem crise de angina ● Ivabradina Reduz frequência cardíaca,sem afetar os níveis pressóricos, a contratilidade miocárdica, a condução intracardíaca e a repolarização ventricular. Seu efeito ocorre ao esforço e no repouso. ● Nicorandil ● Alopurinol Fármaco antioxidante Inibição da xantina oxidase inibe geração de radicais livres. Final dos protocolos FLUXOGRAMA ● Controle dos fatores agravantes - ou seja, paciente deve identificar o que precipita a crise ● Os nitratos estão ali no começo para emergências ● Manejo crônico - optar primeiramente pelos BB ou BCC ou associação de ambos ● Ivabradina e Trimetazidina são opções iniciais de adição + outras possibilidades ● Na terceira linha - nitratos de ação prolongada ● Na quarta linha - alopurinol ALGUMAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS ● Aqui vai mudando o tratamento de acordo com subcategorias, por exemplo: Paciente com ritmo cardíaco maior que 80 = esse paciente tem menos risco de bradicardia, assim, podemos pensar em ivabradina como adição (já que ela é bradicardia) Paciente com frequência cardíaca baixa = não vamos adicionar a ivabradina, por exemplo, pois é bradicárdica SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS ● Isquemia aguda do miocárdio por desbalanço da demanda e suprimento de oxigênio ● Primeiro desafio - diagnóstico correto em relação à síndrome coronariana ● Podemos ter um paciente com as características de IAM - dor torácica; ECG alterado ● Paciente com IAM sem ECG alterado ● Paciente sem biomarcador - angina instável OBJETIVOS DA TERAPÊUTICA NA SCA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NA SCA A estratificação de risco precoce pode ser feita com base em sintomas anginosos, achados físicos e eletrocardiográficos, além de nova elevação de CK-MB ou troponina de alta sensibilidade e avaliação ecocardiográfica da função ventricular. Assim, a triagem inicial deve ser realizada com base em história clínica, exame físico, ECG de 12 derivações em até 10min e troponina. Os pacientes com IAMSSST ou angina estável devem ser estratificados, baseados em alguns escores, com o objetivo de determinar necessidade de tratamento invasivo (cateterismo). Porém, pacientes de muito alto risco devem ser submetidos ao cateterismo com menos de 2 horas, independentemente do valor da troponina ou dos escores. São eles: pacientes com instabilidade hemodinâmica, choque cardiogênico, dor torácica refratária, instabilidade elétrica (arritmias malignas ou PCR), complicações mecânicas e IC aguda. Os demais, devem ser estratificados, por meio dos escores Heart, TIMI e GRACE. Escore Heart ● O escore HEART deve ser utilizado para estratificação de risco e auxílio na decisão de alta hospitalar. Pacientes com escore HEART ≤ 3 associado à troponina negativa, ECG sem alteração isquêmica e ausência de antecedentes de doença arterial coronariana (DAC) podem ser liberados do serviço de emergência para reavaliação ambulatorial. ● Outra opção é o uso de escore EDACS e ADAPT para estratificação de risco clínico como opção ao escore HEART ● Pacientes de risco moderado a alto (> 3 pontos): Devem ser admitidos em unidades de terapia intensiva e monitorizados. ● Pacientes de muito baixo e baixo risco (≤ 3 pontos): Necessitam de uma estratificação de risco secundária, que inclui a medida a realização de métodos para avaliação de isquemia, como cintilografia, ecocardiografia ou ergometria precoce. Para pacientes com baixa probabilidade de doença coronariana, a realização de exame de imagem coronariana não-invasivo (angiotomografia de coronárias) é uma alternativa razoável aos exames de isquemia. Escore TIMI ● Os seguintes marcadores independentes de pior prognóstico em pacientes com SCASSST (“escore de risco do grupo TIMI”): idade ≥ 65 anos; elevação de marcadores bioquímicos; depressão do segmento ST ≥ 0,5mm; uso de AAS nos 7 dias prévios aos sintomas; presença de três ou mais fatores de risco tradicionais para DAC (hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes melito, tabagismo, história familiar); DAC conhecida; angina grave recente (< 24h).28 Conferindo um ponto para cada um desses itens, o paciente é classificado em baixo risco (escore de 0 a 2), risco intermediário (escore de 3 a 4) ou alto risco (escore de 5 a 7) Escore GRACE ● Permite uma estratificação mais acurada tanto na admissão quanto na alta hospitalar, graças ao seu bom poder discriminatório. Entretanto, apresenta maior complexidade, com a necessidade da utilização de computador ou aparelho digital de uso pessoal para o cálculo do risco.88 O escore GRACEoriginal fornece uma estimativa de óbito intra-hospitalar ou óbito e IAM em 6 meses após a alta e, posteriormente, o escore também foi validado para estimativa de risco de 1 e 3 anos. Neste escore, 8 variáveis prognósticas de mortalidade hospitalar foram identificadas, sendo o escore total de um determinado paciente obtido pela soma dos pontos de cada uma delas: 1) Idade em anos – variando de 0 ponto (< 30) a 100 pontos (> 90) 2) Frequência cardíaca (bpm) – variando de 0 ponto (< 50) a 46 pontos (> 200) 3) Pressão arterial sistólica (mmHg) – variando de 0 ponto (> 200) a 58 pontos (< 80) 4) Níveis de creatinina (mg/dL) – variando de 1 ponto (< 0,40) a 28 pontos (> 4,0) 5) Insuficiência cardíaca (Classe Killip) – variando de 0 ponto (classe I) a 59 pontos (classe IV) 6) Parada cardíaca na admissão – variando de 0 ponto (não) a 39 pontos (sim) 7) Desvio do segmento ST – variando de 0 ponto (não) a 28 pontos (sim). 8) Elevação dos níveis de biomarcadores de lesão cardíaca – variando de 0 ponto (não) a 14 pontos (sim) ● Quando a soma dos pontos for ≤ 108, o paciente é considerado de baixo risco para óbito hospitalar, cuja incidência é ≤ 1%. Quando se situa entre 109 e 140 (risco intermediário) a mortalidade está entre 1% e 3%; quando a soma for maior que 140 (alto risco), a mortalidade é superior a 3% CONDUTA NO PACIENTE DE ALTO E INTERMEDIÁRIO RISCO ● Alto risco - ● A estratégia invasiva emergencial está indicada em situações de muito alto risco de morte. Esse perfil de pacientes geralmente não está amplamente representado na maioria dos estudos randomizados. Nesses pacientes, está indicada a intervenção coronariana em até 2h. IAM COM SUPRA E SEM SUPRA - CONDUTA ● No paciente com supra a única alternativa é tentar recuperar a perfusão ● Fibrinólise ● Fibrinolíticos ● Contraindicações relativas X absolutas copiar da diretriz kkk INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DEFINIÇÃO ● Síndrome complexa caracterizada por falência do coração e incapacidade deste de propiciar suprimento adequado de sangue para atender às necessidades metabólicas dos tecidos na presença de pressões de enchimento normais ou fazê-lo somente com pressões de enchimento elevadas. ● Conjunto de sintomas que indicam a incapacidade do VE encher ou esvaziar ● Temos ativação significativa do eixo SRAA (lembrando que a angiotensina é um importante remodelador), há a participação da insulina (por isso o paciente com DM2 têm maior risco - a insulina é fator de crescimento - como está em excesso é desviada), ● Digitálicos - forçavam o coração a trabalhar mais - assim, aumentava o remodelamento cardíaco - assim, esses digitálicos são opções quase que de última escolha PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS ● 2 milhões de brasileiros (DataSUS, 2010); ● Má adesão à terapêutica básica e elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar; ● Controle inadequado de HA e DM além da persistência de Doença de Chagas - fatores evitáveis que poderiam evitar a IC ● Mais IC significa que as pessoas sobrevivem mais a IAM, etc. mas também signfica que há efeitos ruins desses eventos ● O maior indice de IC também mostra o envelhecimento da população CLASSIFICAÇÃO DA IC ● A IC pode ter algumas classificações o Em relação ao seu caráter = a IC pode ser subdividida em IC crônica (natureza progressiva e persistente) e aguda (alterações rápidas ou graduais) o Em relação a anormalidade sistólica ou diastólica ▪ IC sistólica = anormalidade na função sistólica; produz redução do volume sistólico ▪ IC diastólica = anormalidade na função diastólica; levando ao defeito no enchimento ventricular o Classificação de acordo com a fração de ejeção o Classificação de acordo com a gravidade dos sintomas o Classificação de acordo com a progressão da doença De acordo com a fração de ejeção (preservada, intermediária e reduzida) Baseia-se na Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), ou seja, na porcentagem de sangue do ventrículo esquerdo que é ejetada a cada batimento cardíaco Valor considerado normal (método de Ecocardiograma) acima de 50% FEVE normal (≥ 50%) denominada IC com fração de ejeção preservada (ICFEp); essa normal existe, visto que já é IC quando há aumento da pressão de enchimento de cavidade FEVE reduzida (< 40%) denominados IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr); FEVE entre 40 e 49% (antiga “zona cinzenta da fração de ejeção”) denominados IC de fração de ejeção intermediária (mid-range ou ICFEi) ● Marcador de IC - peptídeo natriurético De acordo com a gravidade dos sintomas: Baseia no grau de tolerância ao exercício e varia desde a ausência de sintomas até a presença de sintomas mesmo em repouso Permite avaliar o paciente clinicamente, auxilia no manejo terapêutico e tem relação com o prognóstico Classe funcional da NYHA III a IV apresentam condições clínicas progressivamente piores, internações hospitalares mais frequentes e maior risco de mortalidade NYHA II apresentem sintomas mais estáveis e internações menos frequentes, mas podem cursar com morte súbita De acordo com a progressão da doença Proposta pela American College of Cardiology/American Heart Association ACC/AHA Baseia-se no desenvolvimento e a progressão da doença Inclui desde o risco de desenvolver IC (importante para prevenção) até estágio avançado da doença Pacientes com IC em estágio C (doença estrutural com sintomas de IC) são portadores da Síndrome de IC No A a farmacologia envolve entrar com medicações e outras medidas para controlar os fatores de risco No B - entra o IECA - outras medidas = betabloqueadores e antagonistas mineralocorticóides (espironolactona - assim, neste protocolo temos mais uma exceção, permitindo que IECA e espironolactona sejam dados em conjunto, assim como no protocolo de HAS > isso ocorre para controlar o excesso de aldosterona presente nesse paciente com IC) No C - Considerar outros medicamentos tentando maximizar doses e fármacos disponíveis para ver se é possível controlar a patologia; considerar terapia de ressincronização tardia, tratamento cirúrgico, etc., enfim, outras abordagens PREVENÇÃO NO ESTÁGIO A FISIOPATOLOGIA ● Não temos uma perfusão adequada em decorrencia da diminuição do trabalho cardíaco > o SNS se ativa para gerar vasoconstrição e aumento da FC > coração passa a trabalhar mais > adoece mais ● A vasoconstrição simpática aumenta pós-carga - aumenta o trabalho cardíaco ● Com o DC reduzido há ativação dos barorreceptores > estimulação do SRAA visando reter sódio e aumentar volemia - aumenta também o trabalho cardíaco ● Ademais, a angiotensina e aldosterona geram remodelamento cardíaco – por isso IECA e BRA são interessantes nos protocolos para IC PREVENÇÃO EM ESTÁGIO B + TERAPÊUTICA NÃO MEDICAMENTOSA ● Temos IECA quando a etiologia é não isquêmica (por ex. Chagas) e isquêmica (por ex. IAM) > as evidências dão predileção para IECA e depois adiciona-se BB e espironolactona (principalmente pós-infarto e diabéticos) ● Bloquear o eixo SRAA é importante, seja com BRA, IECA, espironolactona ou alisquireno ALGUMAS EVIDÊNCIAS ● Vacinação contra influenza e pneumococos em todos os pacientes com IC - maior risco de sobrecarga pulmonar que podem ser pioradas com essas doenças ● A congestão pulmonar está presente em grande parte dos pacientes com IC e predispõe os mesmos às infecções respiratórias. Destaca-se a influenza pela alta prevalência na comunidade e pelas complicações na população idosa ● A vacinação contra influenza e contra pneumococo diminuiu a mortalidade global e cardiovascular em idosos, além de reduzir risco de hospitalizações por pneumonia ou morte de todas as causas ESTÁGIO C ● Usar tudo o que falamos no B (o máximo possível) ● vasodilatadores (hidralazina com dinitrato de isossorbida) ● Vasodilatar significa reduzir pré-carga, pressão de vasculatura pulmonar, diminuir pós-carga IVABRADINA ● Reduz frequência cardíaca ● Entra naquele paciente que tem FC normal ou levemente alta INRA - inibidor da neprilisina edo receptor da angiotensina ● Sacubitril- valsartana ● Sacubitril - inibe a degradação dos peptídeos natriuréticos (assim, esses pacientes que usam essa medicação perde os marcadores) DIURÉTICOS ● São uma possibilidade - mas pede-se para evitar ao máximo ● É usado principalmente para aqueles pacientes congestos; no paciente seco (não congesto), pode piorar a IC ● Usa-se a furosemida ● Pré-carga (pode piorar perfusão) ● Evitar em pacientes assintomáticos ● Alça é adequado por reduzir K+ (ALDO é alta as vezes na IC) DIGITÁLICOS ● Digoxina INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA ● A IC aguda é classificada: Síndrome clínica de apresentação (insuficiência ventricular esquerda, IC congestiva, choque cardiogênico e edema agudo de pulmão); Tempo de evolução da doença (IC aguda nova ou crônica agudizada); Tipo de disfunção ventricular (IC com ICFEp − considerada FEVE > 50%; IC com ICFEi − ou seja, com FEVE 40% e 50%; e ICFEr representada por FEVE < 40%); Modelo clínico-hemodinâmico, que avalia a presença de congestão ou baixo débito cardíaco, classificando o paciente em quatro categorias (quente-congesto, se sem baixo débito com congestão; quente-seco, se sem baixo débito ou congestão; frio-congesto, se baixo débito e congestão; e frio-seco, se com baixo débito e sem congestão) DIURÉTICOS NO PACIENTE CONGESTO ● Importante reduzir essa congestão - furosemida pode entrar no manejo crônico ● Necessário retirar líquido de forma rápida - há metas para essa retirada ● São alvos clínicos com a terapêutica diurética de descongestão: diurese ● (1 L nas primeiras 6 horas; 1,5 a 2,5 mL/kg/hora). VASODILATADORES NOS PACIENTES QUENTES E CONGESTO ● Pacientes com perfil hemodinâmico quente-congesto, na ausência de hipotensão arterial ou choque cardiogênico, hipovolemia ou comorbidades como sepse podem ser submetidos a hidralazina-isossorbida ● Reduz as pressões de enchimento ventricular esquerdo ● Controlam a hipertensão Inotrópicos, vasoconstritores e inovasodilatadores ● Pacientes com hipotensão arterial sintomática, baixo débito cardíaco com disfunção orgânica ou no choque cardiogênico ● Melhorar o débito cardíaco, a manutenção da pressão de perfusão e o fluxo adequado para os órgãos. ● Aqui a tendência é recuperar níveis pressóricos, não pode haver vasodilatadores - risco de choque ● Inovasodilatadores - levosimendana e milrinone - são inotrópicos sem fazer vasoconstrição CHOQUE CARDIOGÊNICO ● PAS ≤ 90 mmHg ● Sinais clínicos de vasoconstrição periférica (oligúria, cianose e diaforese) ● IAM é responsável por 80% dos choques cardiogênicos (seguir diretriz Síndromes coronarianas agudas) ● Outras causas: manejo clínico bastante heterogêneo ● Catecolaminas ● AULA - Obesidade DIAGNÓSTICO ● IMC - Índice de massa corporal ● Circunferência abdominal ● Relação cintura-quadril (RCQ) ● Relação cintura-estatura ● Pregas cutâneas ● Bioimpedância ● Raios X de dupla energia (DEXA) - padrão ouro que dá uma dimensão muito boa de composição corporal - tem em poucos locais DEFINIÇÃO ● Doença crônica, multifatorial, na qual o tecido adiposo e reservas de gorduras aumentam até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. É resultado do balanço energético positivo, ou seja, a ingestão alimentar é superior ao gasto energético ● Obeso saudável = tem a proporção de gordura alta mas sem as associações cardiometabólicas > é um termo discutido, pois apesar de não ter essa associação cardiometabólica há os problemas do peso mesmo, como problemas articulares CAUSAS ● Sedentarismo ● Suscetibilidade genética ● Influências culturais ● Alimentos calóricos ● Fármacos ● Padrão de sono ● Ambiente termoneutro ● Idade gestacional ● Redução do tabagismo ● Poluição ● Disruptores endócrinos ● Microbiota INTERCONEXÃO ● A obesidade é uma inflamação sistêmica de baixo grau - as citocinas pró-inflamatórias vão estar aumentadas nestes indivíduos ● Interconexão com doenças metabólicas e não–metabólicas] FATORES DE RISCO ● Copiar do slide novo TRATAMENTO DA OBESIDADE ● A mudança do estilo de vida: reeducação alimentar e atividade física; ● Terapêutica medicamentosa; ● Tratamento cirúrgico INDICAÇÃO PARA TERAPIA MEDICAMENTOSA ● Pacientes com IMC> 30 kg/m2 ou com IMC> 27 kg/m2 com comorbidades; ● Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico; ● História prévia de falha com tentativa de dieta com restrição calórica PANORAMA INTERNACIONAL ● Estados Unidos - permite a prescrição de anfetaminas (como a fentermina - isolada ou combinada com o topiramato - anticonvulsionante), orlistat, combinação de naltrexona e bupropiona, liraglutida e semaglutidaa ● Europa - ● Brasil: 4 anorexígenos fazem parte do mercado (anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina) > mas só sobrou a sibutramina pois apesar da permissão da anvisa não havia interesse em estudos clínicos sobre esses medicamentos SIBUTRAMINA ● IMC acima de 30 ● Começa com dose de 10mg 1xx ao dia durante 30 dias > avalia-se > tomar nova conduta > suspender (se entender que não houve eficácia terapeutica) ou se ele tenta uma titulação até a dose máxima de 15mg e ir avaliando CONTRAVE ● Vem do ano passado ● Contrave = naltrexona + cloridrato de bupropiona ● Pegar no slide novo ● É um adjuvante de dieta hipocalórica e atividade física - ou seja, o medicamento sozinho não é indicado ORLISTAT ● 120mg/refeição ● Análogo da lipstatina ● Diminuição de 35% na absorção do trato gastrointestinal ● Ação local ● Bloqueia a ação de lipases pancreáticas LIRAGLUTIDA ● 3 mg via subcutânea 1x/dia. ● FDA: semaglutide (Ozempic) LISDEXANFETAMINA ● Indicado para Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) ● 30 mg uma vez por dia pela manhã podendo chegar a 70 mg/dia ● Eventos adversos anfetamina: ● Cardiovascular (Palpitações, taquicardia, elevação da pressão arterial, morte súbita, infarto do miocárdio. ● Sistema Nervoso Central (Episódios psicóticos em doses recomendadas, superestimulação, inquietação, vertigem, insônia, euforia, discinesia, disforia, depressão, tremor, cefaleia, exacerbação de tiques motores e fônicos, convulsões, acidente vascular cerebral ● Gastrintestinal (Boca seca, gosto desagradável, diarreia, constipação, outros transtornos gastrintestinais). ● Alérgica (Urticária, erupções cutâneas e reações de hipersensibilidade, incluindo angioedema e anafilaxia. Reações graves de pele, incluindo síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica foram relatadas.) ● Endócrina (Impotência, alterações da libido). CONSENSO SOBRE A ABORDAGEM NUTRICIONAL NA OBESIDADE ● Aconselhar o paciente a ficar em déficit calórico ● DEPRESSÃO E ANSIEDADE GENERALIDADES ● Primeiros medicamentos para depressão, inibidores da MAO foram descobertos pelo uso da iproniazida para tuberculose ● Tradicionalmente eram divididos em antipsicóticos ou neurolépticos (transtornos obsessivos), antidepressivos (depressão), antimaníacos ou estabilizadores de humor e, ansiolíticos (ansiedade) > eram separados pelo uso clínico que eles tinham ● Atual: Ainda existe essa classificação clínica, mas houve uma modificação do olhar clínico - assim, a abordagem terapêutica da depressão e ansiedade são bem parecidos, de maneira que é difícil categorizar daquela forma clássica Logo, vários medicamentos de uma classe tratam diferentes condições: ➔ Além disso, insônia, transtornos alimentares, demência são também tratadas com esses medicamentos ➔ Outros agentes que não se encaixam nessa classificação também são empregados no tratamento (ex: propranolol, verapamil, etc); - ex: propranolol naqueles pacientes que tem transtorno de ansiedade social - retira os sintomas desse transtorno como taquicardia, sudorese,etc. ➔ Os termos se sobrepõem na psicofarmacologia (sedativos-hipnóticos-ansiolíticos). ● Importante = não se sabe exatamente a farmacologia dessas doenças - logo, são aplicados fármacos sem saber exatamente como é a atuaçãoDEPRESSÃO ● Mais frequente em mulheres - pode ter relação hormonal ● Predisposição genética, ambiente estressor, características de personalidade e temperamento. ● Diagnóstico: queixa do paciente e busca ativa de sintomas - assim, é puramente clínico DEPRESSÃO - FATORES DE RISCO ● Histórico familiar; ● Transtornos psiquiátricos correlatos; ● Estresse crônico; ● Ansiedade crônica; ● Disfunções hormonais; ● Dependência de álcool e drogas ilícitas; ● Traumas psicológicos ● Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras; ● Conflitos conjugais; ● Mudança brusca de condições financeiras e desemprego DEPRESSÃO - CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS FASES DA DEPRESSÃO ● Paciente na normalidade (ausência dos 9 critérios) > desenvolvimento de pelo menos 2 obrigatórios (humor deprimido e perda de interesse + pelo menos 3 daquela lista) > paciente vai somando sintomas entrando na síndrome propriamente dita (conjunto de pelo menos 5 daqueles sintomas para que haja o diagnóstico mais preciso de depressão) > diagnóstico > imposição do tratamento > 6-12 semanas tem-se a fase aguda da doença, espera-se que com o tratamento ele vá saindo desses sintomas > no meio desse período há a possibilidade de retorno de um sintoma ou outro > se algo retomar o quadro anterior dentro dessas 12 semanas considera-se uma recaída (é a mesma depressão que ocorreu no começo) ● Ao longo do tratamento se espera a remissão completa > a partir de 4 a 9 meses, se houver o retorno de sintomas ou para a síndrome, também se considera recaída - nesse período de 4 a 9 meses não se reduz a medicação, pois isso aumenta o número de recaídas - logo, até 12 semanas, se aquela dose foi eficaz, deixa o remédio nessa dose até 9 meses ● A partir de um ano de tratamento, se houver o retorno para a síndrome, pode-se considerar que é uma recorrência, uma nova depressão, um novo ciclo, que pode ser encarado do zero, sendo necessário ajuste da terapêutica ● Em síntese = entre 4 e 9 meses, se houver o retorno dos sintomas = recaída; a partir de um ano, se houve retorno = nova depressão ● Assim, os objetivos nas diferentes fases são: Objetivo da fase aguda: induzir remissão dos sintomas e devolver o paciente ao seu nível basal (voltar a ser o que era antes desse período de doença) de funcionamento Fase de continuação: manutenção da melhoria obtida. Fase de manutenção: evitar novos episódios. PACIENTE E SINTOMAS ● Alguns pontos que devem ser considerados para instaurar um tratamento - prescrição inicial: ● Uso anterior: saber se o paciente ou familiar já fez uso de um antidepressivo anteriormente, tendo ocorrido boa tolerância - a ideia é entender a percepção do paciente em relação aquele medicamento ● Gravidade / Presença de sintomas psicóticos: Casos leves podem ser manejados com abordagens psicoterapêuticas Casos graves é necessário avaliar se há ideação suicida (é um dos critérios que devem ser bem pontuados) ou outros riscos envolvidos, assim como a necessidade de internação ou a presença do suporte familiar ao paciente. ● Comorbidades e idade: doenças podem ser agravadas/beneficiadas por efeitos colaterais inerentes a determinados fármacos. Já a idade influencia muito na dose inicial da medicação e no tempo de resposta a mesma. Idosos podem levar mais tempo até a remissão dos sintomas; assim como certos fármacos não são indicados na infância - sempre pensar nas questões de interação ● Outras questões: ex - paroxetina faz a pessoa engordar e a obesidade é um fator para o paciente, não tem pq prescrever esse fármaco TRANSTORNOS DEPRESSIVOS ● Transtorno depressivo maior ● Transtorno depressivo persistente (distimia) ● Transtorno disruptivo de desregulação do humor ● Transtorno afetivo sazonal ● Depressão pós-parto ● Desordem disfórica menstrual ● Transtorno bipolar ● Depressão psicótica ● Depressão induzida por medicamentos ou outras condições médicas FARMACOTERAPIA ● Antidepressivos tricíclicos: maprotilina, amitriptilina. ● ISRS: fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram e escitalopram ● INSR: venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina ● Outros: bupropiona, nefazodona, trazodona e mirtazapina - são classificados como outros pq não se sabe o mecanismo de ação ● iMAO: fenelzina, tranilcipromina, isocarboxazida e selegilina (transdermal) ● Os fármacos em vermelho são fármacos bons para serem usados como pontos de partida, pois é comprovado que funcionam na maioria dos casos - os outros são utilizados quando não há resposta clínica a esses, pacientes com sintomas muito severos e que não tiveram resposta; ● É evitado associações desses fármacos - aumenta muito o risco de efeitos adversos - assim, para subir a potência, tenta-se passar dos vermelhos para os antidepressivos tricíclicos e os iMAO’s são a última possibilidade (para pacientes muito severos) ● Quando não há efeito podemos tentar trocar primeiro para outro medicamento da mesma classe (apesar de ter o mesmo mecanismo de ação podem ter algumas características farmacocinéticas distintas) INIBIÇÃO DE ENZIMAS DO CITOCROMO ● É bem grande por esses medicamentos - assim, é importante olhar as interações, pois podem aumentar ou diminuir o efeito de outros medicamentos INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA ● Fármacos: Fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram e escitalopram. ● São os mais tolerados, gerando menos efeitos adversos ● Mecanismo de ação: Mecanismo de ação: bloqueio da recaptação de serotonina pelas terminações nervosas pré-sinápticas, com pouco efeito sobre a noradrenalina e quase nenhum sobre a dopamina; essencialmente isentos de atividades agonistas ou antagonistas sobre qualquer receptor de neurotransmissor (o que provoca menos efeitos adversos) ➔ Lembrar que o neurotransmissor é produzido > guardado em vesículas > despolarização dependente de cálcio > vesículas vão até a extremidade e há a exocitose dos neurotransmissores na fenda sináptica > uma vez liberado a ação depende da quantidade de neurotransmissor que sai e o tempo de contato entre eles e os seus receptores pós-sinápticos > recaptação para estoque > impede a necessidade de nova síntese (economiza tempo, energia e substrato) > assim, quando recaptamos guardamos o mesmo que foi liberado ➔ Os inibidores inibem uma proteína transportadora para que a fenda sináptica fique com uma concentração maior de neurotransmissores, visto que a ação é dose-dependente - precisamos de uma quantidade certa de neurotransmissores para que ocorra o efeito > na hipótese bioquímica supõe-se que está faltando neurotransmissores > assim, inibe a recaptação para acumular fármaco na fenda sináptica para alterar mais vezes os receptores pós sinápticos gerando um determinado efeito ➔ Esses conseguem a seletividade para um tipo só de recaptação - para a serotonina > isso reduz drasticamente o número de reações adversas, os outros medicamentos não seletivos (tricíclicos), alteravam também a noradrenalina, por exemplo, o que diminuía as respostas autônomas ● Efeitos adversos: Sintomas GI: náuseas, vômitos e diarreia - tende a desaparecer Agitação e insônia pode ser exacerbada Pode exacerbar cefaléias e enxaquecas Perda da ereção e ejaculação, perda da libido e anorgasmia (paroxetina) ● Pacientes idosos (Parkinson) podem exacerbar efeitos extrapiramidais ● Paroxetina (ganho de peso) e fluoxetina (perda de peso) ● Risco de quedas INIBIDORES DE RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA E SEROTONINA ● São não seletivos ● Fármacos: venlafaxina, desvenlafaxina (principal metabolito da venlafaxina), e duloxetina. ● Mecanismo de ação: mesmo mecanismo de ação que os inibidores seletivos, mas aqui adiciona-se também efeitos na noradrenalina - aumenta-se o componente adrenérgico na fenda, adicionando alguns efeitos adversos ● Efeitos adversos = mesmos dos seletivos + aqueles decorrentes do componente adrenérgico = aumento da PA, boca seca, dilatação pupilar, sudorese excessivae constipação ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS ● Não são seletivos ● Fármacos: amitriptilina e nortriptilina ● Mecanismo de ação: bloqueio da recaptação de noradrenalina e serotonina (pouco efeito sobre a dopamina) pelas terminações nervosas pré-sinápticas através da competição pelo sítio de ligação do transportador das aminas; também são antagonistas competitivos dos receptores colinérgicos muscarínicos, adrenérgicos α1e α2 e receptores H1 de histamina - faz várias coisas ao mesmo tempo - isso na farmaco é chamado de mecanismo sujo ● Amitriptilina - é a que mais tem interação com diversos receptores (não só com receptores de serotonina); interage com receptores muscarínicos e alfa-1 - assim, se comporta como um anticolinérgico (gera boca seca, vista curta, retenção urinária, taquicardia, constipação, ganho de peso, etc.) > são esses efeitos adversos que fazem o paciente passar de um medicamento a outro ● Efeitos adversos: EA: arritmias e efeitos cardiovasculares; Efeitos anticolinérgicos: boca seca, visão borrada, constipação, retenção urinária, taquicardia, disfunção sexual. Efeitos anti-histaminérgicos: Sedação e ganho de peso. Efeitos neurológicos: tremores (efeitos extrapiramidais). Risco de quedas OUTROS - TEM MECANISMOS POUCO OU NÃO DESCONHECIDOS ● Bupropiona: fraco efeito como ADT e mecanismo de ação desconhecido. EA: dor de cabeça, tremores e convulsões. Agitação. ● Mirtazapina: não atua como inibidor de recaptação EA: boca seca, sedação e ganho de peso. ● Trazodona: fraco efeito como IRNS + Antag 1 e H1 EA: sedação, arritmias e disfunção sexual. INIBIDORES DA MAO ● Fármacos: fenelzina, Tranilcipromina, Isocarboxazida (irreversível e não-seletivo), Moclobemida (irreversível e seletivo MAO-A), Selegilina (irreversível e seletivo MAO-B). ● Mecanismo de ação: A MAO degrada o neurotransmissor recaptado ao invés de haver um novo armazenamento O que era desejado era que houvesse recaptação > novo estoque - a MAO deve estar ali para que haja um equilíbrio nesses estoques (haveria um excesso de serotonina - poderia predispor a quadros maníacos, hiper excitatórios) > levando em conta que o depressivo tem estoques menores, inibir a MAO é interessante para aumentar esses estoques ● Classificação Não seletivos Seletivos para a MAO - A - preferencia pela serotonina Seletivos para a MAO - B - preferencia pela feniletilamina - bastante presente em vias dopaminérgicas - assim, os medicamentos seletivos para ela (principalmente a selegilina), são mais destinadas ao tratamento de Parkinson ● Efeitos adversos: EA: crises hipertensivas ➔ Principal problema de inibir a MAO = interação alimentar; o que acontece é que a MAO é presente em vários outros locais, principalmente no TGI sendo responsável por metabolizar a tiramina (presente em vários alimentos) > essa tiramina com os IMAOS vai começar a ser muito absorvida e captada nas estruturas neuronais no lugar do precursor para dopamina (que é a tirosina) > assim, aumenta a quantidade de alguns neurotransmissores na fenda - pode gerar crise hipertensiva por excesso ➔ Alimentos com altos níveis de tiramina = queijo, enlatados, etc. Síndrome serotoninérgica: dores, diarreia, rubor, sudorese, hipertermia, letargia, alterações do estado mental, tremor e mioclonia, rabdomiólise, insuficiência renal, choque cardiovascular e possivelmente morte ➔ Pode ser desenvolvida quando se usa esse medicamento com medicações que aumentam a neurotransmissão como o tramadol , ISRS, IRSN, sibutramina, triptofano ➔ Cuidado na troca da medicação - ex: paciente usando um ISRS e vai passar para um IMAO - é necessário que haja um período de Washout - deve-se esperar o fim da meia-vida do medicamento anterior para entrar com o próximo para que o efeito residual do medicamento anterior não se some ao novo ● Os IMAO’s são a última opção DOSES ● Dose de entrada e limite que se mostram mais eficiente ● Todos por via oral e uma única tomada diária TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR E DISTIMIA ● É um fluxograma mas não é uma orientação clínica estrita ● Prescrever um em vermelho, considerando os fatores familiares, tolerância, etc. com uma dose de entrada > aumento da dose > trocar o medicamento na classe > trocar a classe > aumentar a dose ou combinação > iMAO como última opção EFEITOS ADVERSOS E COMO MANEJÁ-LOS ● Porque é importante saber manejar = primeiro para situações emergenciais e também para saber como manejar os efeitos em um paciente cujo o único medicamento que funciona é aquele WASHOUT ● Maior tempo de Washout é o da fluoxetina por ter uma meia vida-longa Paciente tomando fluoxetina e vai trocar para iMAO = pelo menos 6 semanas de Washout ● Se vai sair de iMAO para o restante também deve haver Washout ORIENTAÇÕES GERAIS ● A maioria dos antidepressivos usualmente envolve uma única tomada diária. ● Se há risco de tentativa de suicídio, o fornecimento de antidepressivos (principalmente tricíclicos) deve ser feito em pequenas quantidades ou ficar em posse de um cuidador. ● Em idosos, iniciar com doses menores (cerca de ⅓ recomendado naquela tabela acima), aumentar a dose mais lentamente e usar doses mais baixas. Os tricíclicos têm perfil de efeitos colaterais desfavoráveis nessa faixa etária. Se não houver melhor opção, porém, optar pela nortriptilina (menor risco de efeitos anticolinérgicos e hipotensão postural) IDOSOS ● Trabalhos mais recentes mostram que os inibidores de recaptação seletiva são muito semelhantes no efeito dos antidepressivos tricíclicos = assim, são melhores para idosos, pois pede-se para que eles sejam evitados ● Assim como a dose, a resposta (efeito clínico) no idoso é mais baixo - mais lento ● Outras síndromes associadas atrapalham a verificação da eficácia dos depressivos nos idosos ● Ausência de resposta ao quadro depressivo em idosos com demência ANSIEDADE ● Objetivo - reduzir ao máximo os sintomas e não deixar sintomas residuais - pois maiores as chances de novos episódios TRANSTORNOS DE ANSIEDADE - SÍNDROME DO PÂNICO/AGORAFOBIA ● Evento mais abrupto e intenso mas que tem uma durabilidade menor ● Associado a determinadas situações ou contextos TRANSTORNOS DE ANSIEDADE - BENZODIAZEPÍNICOS ● Fármacos: clonazepam e alprazolam ● Mecanismo de ação: Membrana plasmática com um canal de cloreto (coordenada endogenamente pelo GABA - aumenta a entrada de cloreto no neurônio potencializando uma via inibitória - que inibe despolarização; cloreto entra e leva carga negativa para dentro, para ocorrer impulso nervoso essa carga deveria estar fora, por isso há inibição) GABA sai de neurônios inibitórios O benzodiazepínico atua em outro local do mesmo canal (assim como o zolpidem - em outro canal) > altera o canal de cloreto > gera hiperpolarização > diminui a capacidade de excitação do canal ● Efeitos adversos: Sedação, sonolência, comprometimento da memória, disartria, tontura e cefaleia; Constipação e boca seca; (Menos comum) Diminuição do apetite, Depressão, Estado de confusão, desorientação, diminuição da libido, ansiedade, insônia ● Não é uma opção boa para uso crônico - de manutenção - é usado mais em episódios agudos; assim, para manutenção são terceira opção ● Midazolam - benzodiazepínico de ação rápida e meia vida-curta - efeito passa logo ; assim, ele não entra nessas indicações, é mais como sedativo em endoscopias, por exemplo. TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL BETABLOQUEADORES ● Propranolol ▸ 80 a 160 mg ● Atenolol, bisoprolol ▸ 10 a 80 mg (30 a 90 minutos antes) TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO ● Aqui surge a possibilidade de tratamento combinado com antipsi ANTIPSICÓTICOS ● Os fármacos em destaque são os mais usados nas combinações ● São divididos em relação a potencia > conforme essa potencia aumenta, aumenta também os efeitos adversos ● A ação desses antipsicóticos é no bloqueio de receptores dopaminérgicos, serotoninérgicos, adrenérgicos, etc. > o mecanismo de ação é sujo EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIPSICÓTICOSTRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA ● Fluxograma ● Outros fármacos - há novos estudos associando esses dois medicamentos abaixo quando os pacientes não respondem ao tratamento em monoterapia + psicoterapia Pregabalina – anticonvulsivante análogo de GABA Gabapentia – modula síntese de GABA e interage com canais de Ca2+