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Tecnologias Educacionais e Linguagem Educação a Distância, as Tecnologias e o Mercado do Trabalho Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • conceituar a educação a distância; • conhecer quais as legislações que regulamentam a educação a distância; • identificar as ferramentas mais utilizadas na educação a distância e em outros ambientes educacionais; • reconhecer a qualidade dos cursos ofertados a distância; • conscientizar-se sobre a importância da qualificação profissional continuada. Caros(a) alunos(a), Chegamos à nossa quarta aula. Nela, abordaremos mais um pouco sobre a Educação a distância, os conceitos e a Legislação que a regulamenta. Também reforçaremos a importância da tecnologia até mesmo quando se busca uma vaga no mercado de trabalho. Vamos em frente? Começaremos, assim, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Boa aula! Bons estudos! 4º Aula 35 1 - Conceitos atuais de educação a distância 2 - Definições de EAD na Legislação Brasileira 3 - Recursos tecnológicos presentes no ambiente educacional 4 – Educação a distância e o aluno preparado para o mercado do trabalho 1 - Conceitos Atuais de Educação a Distância A educação a distância atualmente é a expressão das novas tendências no uso do computador, pois hoje os vários modelos de educação a distância utilizam o computador como ferramenta essencial. O computador é utilizado para inúmeras atividades diárias, como comunicação, trabalho, compras, pesquisas, estudos, lazer, etc. Ou seja, as novas tendências no uso do computador são muito amplas e essa tecnologia, além de fazer parte do cotidiano da maioria das pessoas, revolucionou o modo de vida das pessoas e a maneira de estudar. Nesse sentido, essa revolução expressa o crescimento da educação a distância. Isso ocorreu de tal forma que alguns intelectuais acham até difícil conceituar a educação a distância. Para Moran, a educação a distância é uma prática importante e não pode ser considerada como um “fast-food”. Educação a distância não é um “fast-food” em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderão fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, ideias (MORAN, 2010, p. 4). Conforme Moore (1990), apud Belloni (2003), existe uma concepção que afirma que educação a distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediatizar essa comunicação. Educação a distância seria um subconjunto de todos os programas educacionais caracterizados por grande estrutura, baixo diálogo e grande distância transacional. E esse tipo de educação incluiria também a aprendizagem. Seções de estudo A comunicação também é um elemento central em outra definição, que apresenta o aspecto bidirecional da comunicação, possibilitado pela mediação tecnológica: o ensino a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser de massa e que substitui a interação pessoal entre professor e aluno na sala de aula, como meio preferencial do ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes (ARETIO, apud IBÁNEZ, 1996, p. 10). Segundo Cropley e Kahl: [...] o aspecto não presencial ou a separação física dos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem também é destacado na definição a seguir: Educação a distância é uma espécie de educação baseada em procedimentos que permitem o estabelecimento de processos de ensino e aprendizagem mesmo onde não existe contato face a face entre professores e aprendentes – ela permite um alto grau de aprendizagem individualizada (CROPLEY & KAHL, 1983 apud BELLONI, 2003, p. 26). Para Moran (1994), no Brasil, mais recentemente, começou a se trabalhar e elaborar alguns conceitos de EaD, em um esforço teórico de preencher lacunas nas pesquisas e publicações da área acadêmico-científica, da educação a distância. O autor apresenta uma definição para educação a distância a partir de uma distinção em relação ao “ensino a distância”: [...] educação a distância é o processo de ensino- aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. Apesar de não estarem juntos, de maneira presencial, eles podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Na expressão “ensino a distância” a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que ensina a distância). Preferimos a palavra “educação”, que é mais abrangente, embora nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada. Hoje, temos a educação presencial, semipresencial (parte presencial/parte virtual ou a distância) e educação a distância (ou virtual). A presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, nos quais professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional (MORAN, 1994, p. 1). 36Tecnologias Educacionais e Linguagem 2 - Definições de Ead na Legislação Brasileira Vejamos agora como as definições de EaD na legislação brasileira também expressam esses avanços na forma do uso do computador. A legislação brasileira referente à educação a distância não aborda a questão da simultaneidade (interatividade) entre professor e aluno, além de não deixar claro como deveriam ser vários elementos ligados ao processo de ensino-aprendizagem. O decreto 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, ao regulamentar o artigo da LDB de 1996 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) que trata da educação a distância, apresenta uma definição para essa modalidade de ensino, por exemplo, muito centrada na autoaprendizagem e nos meios para a realização de tal atividade: Art. 1º. Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentada em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios e comunicação. Os Cursos de Educação a Distância são reconhecidos pelo MEC, no artigo 80, da LDB (lei n°9394/1996): fica definido que o Poder Público incentivará [...] o ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino [...] e ainda que a educação a distância [...] deve ser oferecida por instituições credenciadas pela União. No inciso § 2º define que a União regulamentará [...] a realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância. O decreto nº. 2.494 de 10/02/1998 foi revogado pelo decreto nº. 5.622, de 20 de dezembro de 2005. Nesse decreto, fica estabelecido um novo entendimento da educação a distância: Art. 1º- Para os fins deste Decreto, caracteriza- se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Regulamentodo artigo 80 da LDB (Decreto Nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005): §1º. Os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. (Art.3º do Decreto Nº 5.622); Art.4º. A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: I- cumprimento das atividades programadas; e II- realização de exames presenciais; Art.5. Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional. Como podemos perceber, o próprio conceito oficial da educação a distância, isto é, o conceito que está presente na legislação, expressa o atual estágio do desenvolvimento tecnológico e as novas tendências no uso do computador. A EAD está derrubando preconceitos, pois muitas universidades americanas já adotam modelos consagrados de EAD e têm reconhecimento internacional. A EAD invadiu o mercado aos poucos, com cursos de graduação, especialização, programas de mestrado e até mesmo doutorado. Em 1999, um estudo do Departamento de Educação dos EUA deu conta de que 79% de todas as universidades do país deveriam iniciar ou intensificar suas atividades em EAD, via internet, naquele ano. No Brasil, o crescimento quantitativo e qualitativo da EAD é surpreendente, com destaque para a graduação. 3 - Recursos Tecnológicos Presentes no Ambiente Educacional Para que a aprendizagem ocorra de forma eficaz, várias são as técnicas que podem ser desenvolvidas com o uso da tecnologia. Partimos do pressuposto de que a intensificação do uso de tecnologia na educação tem alterado os papéis dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem no âmbito da escolarização formal. Isto implica entendermos que, apesar da tecnologia ser importante, ela, por si só, não promove a aprendizagem e requer do professor o planejamento de suas atividades com vistas ao fim que se pretende atingir. Assim, nessa configuração, não apenas o professor e o aluno integram o universo da Educação a Distância como, também, os profissionais responsáveis pela concepção, planejamento, implementação e realização dos cursos, pelas mídias e tecnologias envolvidas nas plataformas de aprendizagem escolhidas. O trabalho, portanto, é colaborativo e deve ser organizado com base nas conexões e relações entre os diversos setores. De acordo com Almeida, esta atuação deve ser pensada da seguinte forma: [...] o desenvolvimento do currículo na EaD mediatizada pelas TIC ou EaD online pode fortalecer os métodos instrucionais baseados na distribuição de materiais didáticos digitalizados, no reforço da lógica disciplinar e nas avaliações somativas acompanhadas de feedback automatizados. Por outro lado, as potencialidades de comunicação multidirecional e multimodal, a representação do conhecimento com o uso de distintas linguagens e o desenvolvimento de produções em colaboração com pessoas situadas em diferentes contextos, evidenciam possibilidades de superação da abordagem da EaD alicerçada em princípios da organização industrial de produção de massa, racionalização 37 e divisão do trabalho (ALMEIDA, 2010, p. 95). Partindo da premissa de que nem todos aprendem da mesma forma e que há uma pluralidade que precisa ser atendida, Palloff e Pratt sugerem a utilização de atividades colaborativas como a melhor estratégia a ser utilizada e sugerem várias técnicas instrucionais on-line. Vejamos como se estrutura essa proposta: TABELA 1 - TÉCNICAS INSTRUCIONAIS ON-LINE QUE ABORDAM ESTILOS DE APRENDIZAGEM Estilo ou preferência de aprendizagem Técnicas instrucionais Visual-verbal: prefere ler a informação. • Apresente, sob forma escrita, um sumário do material apresentado. • Use materiais escritos, como livros, textos e recursos da internet. Visual-não verbal ou visual- espacial: prefere trabalhar com gráficos ou diagramas que representam a informação. • Use material visual, tal como PowerPoint, vídeo, mapas. Diagrama e gráficos. • Use recursos de internet, especialmente aqueles com gráficos. • Use a videoconferência. Auditivo-verbal ou verbal- linguístico: prefere ouvir o material apresentado • Incentive a participação em atividades colaborativas e de grupo. • Use arquivos de áudio streaming. • Use a audioconferência. Tátil-cinestésio ou corporal- cinestésico: prefere atividades físicas e práticas. • Use simulações. • Use laboratórios virtuais. • Exija pesquisa de campo. • Exija a apresentação e a discussão de projetos. Lógico-matemático: prefere a razão, a lógica e os números. • Use estudos de caso. • Use a aprendizagem baseada em problemas. • Trabalhe com conceitos abstratos. • Use laboratórios virtuais. • Incentive a aprendizagem que tem como base o desenvolvimento de habilidades. Interpessoal-relacional: prefere trabalhar com os outros. • Incentive a participação em atividades colaborativas e de grupo. • Use o fórum de discussões. • Use estudos de caso. • Use laboratórios virtuais. • Use simulações. Intrapessoal-relacional: prefere a reflexão e o trabalho com os outros. • Incentive a participação em atividades colaborativas e de grupo. • Use o fórum de discussões. • Use estudos de caso. • Faça uso de atividades que requeiram o acompanhamento individual e de grupo. Fonte: Pallof, Rena M. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on- line, Porto Alegre: Artmed, 2004. Apesar das estratégias diferentes que podem ser adotadas em estreita relação com o perfil do aluno, há uma diversidade de fatores que contribuem para a exclusão digital de várias pessoas. Em relação à deficiência no quesito leitura, é importante salientar que, em razão de estarmos acostumados ao modelo cristalizado do ensino presencial, há a necessidade de se fazer um letramento digital, como forma de promover uma aproximação com os textos e ferramentas síncronas e assíncronas existentes na Educação a Distância, pois dessa forma, o espaço de aprendizagem virtual não causará o estranhamento presente em alunos que tomam conhecimento de sua existência e da importância desse espaço na construção da aprendizagem. Os espaços virtuais de aprendizagem ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem são também denominados de LMS, sigla da palavra Learning Management System; ou de plataformas com interfaces e ferramentas síncronas e assíncronas. Os ambientes virtuais são desenvolvidos como forma de possibilitar várias interações e interatividades, dentre elas a aprendizagem no âmbito da educação a distância. A multiplicidade de recursos existentes nas plataformas de aprendizagem concorre para que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados: [...] esses espaços virtuais de aprendizagem oferecem condições para a interação (síncrona e assíncrona) permanente entre seus usuários. A hipertextualidade – funcionando como sequências de textos articulados e interligados, entre si e com outras mídias, sons, fotos, vídeos etc. – facilita a propagação de atitudes de cooperação entre os participantes, para fins de aprendizagem. A conectividade garante o acesso rápido à informação e à comunicação interpessoal, em qualquer tempo e lugar, sustentando o desenvolvimento de projetos em colaboração e a coordenação das atividades. Essas três características – interatividade, hipertextualidade e conectividade – já garantem o diferencial dos ambientes virtuais para a aprendizagem individual e grupal (KENSKI, 2008, p. 95). Nesse sentido, os ambientes virtuais de aprendizagem precisam possuir características que promovam a aprendizagem colaborativa, as interações e o rompimento com a linearidade de textos ao se constituírem em hipertexto e hipermídia. O texto, portanto, pode permitir a interconexão com outros textos por meio de links, garantindo um entrelaçamento com 38Tecnologias Educacionais e Linguagem outrasunidades textuais, ramificados e dinâmicos. No caso da hipermídia, imagens e sons podem se associar ao mesmo texto por meio de recursos multimidiáticos, como por exemplo, o www. Entre as ferramentas mais utilizadas e que devem estar articuladas com os tipos de atividades propostas, podemos citar: Chat: O chat ou bate-papo é uma ferramenta síncrona que permite a discussão e o esclarecimento de dúvidas. Essa atividade é muito utilizada, pois permite a interação com o professor que pode aprofundar o debate. Para tanto, deve-se iniciar o chat com um texto introdutório dando as boas-vindas e com uma questão provocadora que estimulará o debate. Fórum: O fórum é uma ferramenta assíncrona que possibilita o gerenciamento do tempo pelo aluno que poderá manifestar-se sobre o tema de acordo com a disponibilidade dele. Assim como no chat, deve ter um pequeno texto ou uma pergunta, afirmação que sirva como motivação para a participação. Para tanto, o aluno precisa organizar-se para o acesso semanal e esta necessidade deve ser explicitada para ele. [...] wikis simples permitem apenas a formatação básica, enquanto os mais complexos suportam tabelas, imagens, fórmulas, ou até elementos interativos, como votações e jogos. Wikis são verdadeiras mídias hipertextuais, com estrutura de navegação não linear. Cada página geralmente contém um grande número de ligações para outras páginas. Páginas com navegação hierárquica são frequentemente usadas em grandes wikis, mas não devem ser usadas em pesquisas científicas. As ligações são criadas usando-se uma sintaxe específica, o chamado “padrão link” (WIKI-wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https:// pt.wikipedia.org. Acesso em: 11 out. 2022). Mural: O mural tem sua utilização para a postagem de comunicados a serem vistos por todos. Fica postado na plataforma de aprendizagem de acordo com o período previamente determinado. Há uma multiplicidade de recursos que podem ser direcionados para a realização de atividades conforme as especificidades do ambiente virtual de aprendizagem utilizado. O importante é compreender a ferramenta como um meio de aprendizagem, ou seja, a plataforma de aprendizagem, via de regra, estrutura-se em torno de funções que são necessárias ao ensino, como por exemplo, a distribuição da informação, a comunicação, a avaliação e os recursos. O fio condutor é o planejamento das unidades que deverão conter os recursos mais apropriados. A sua plataforma de ensino da Unigran EAD oferece a você os seguintes recursos: Chat, Fórum e Mural (sob o nome de Quadro de Avisos). Eles estão a sua disposição quando você estiver com dúvidas ou problemas em relação ao conteúdo. Não deixe de usá-los. Além das possibilidades já mencionadas, diversos recursos educacionais para tutoria, por exemplo, podem ser utilizados por meio das ferramentas informais tais como o Google Earth, Skype ou blogs. Considerando que a Web 2.0 possibilita que sejam rodados nos computadores vários aplicativos, as possibilidades são diversas. O importante é contextualizar a escolha e o uso que se fará com o desenho pedagógico do que se pretende. Assim, discute-se a necessidade de que os ambientes virtuais de aprendizagem possuam funcionalidades que permitam o gerenciamento da aprendizagem. Nas palavras de Almeida: [...] os recursos desses ambientes são basicamente os mesmos existentes na internet (correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos, mural, agenda e outras ferramentas emergentes), com a vantagem de incorporar elementos que viabilizam atividades específicas de informática, tais como gerenciamento de arquivos e manutenção de cópias de segurança, gestão de informações segundo critérios preestabelecidos de organização definidos de acordo com as características de cada software, bancos de recursos representados em diferentes mídias e interligados por meio de conexões (links internos ou externos ao sistema), elementos para a administração acadêmica de cursos, avaliações e relatórios quantitativos (ALMEIDA, 2010, p. 92). Assim, a escolha do recurso deve integrar a convergência de mídias e tecnologias que deverão atender ao objetivo proposto, materializado em um sistema de EaD. Tal sistema de gerenciamento de aprendizagem eletrônica, também denominado de LMS (Learning Management System) é um instrumento de gerenciamento da aprendizagem eletrônica com foco no aprendiz, nas atividades de aprendizagem, no processo de avaliação da aprendizagem eletrônica e no mapeamento de competências da organização do ensino (VAZ, 2009). Portanto, todo recurso deve ser pensado de forma que sua utilização no LMS garanta a efetividade da aprendizagem, pois os recursos são eficazes se referidos a um contexto de aprendizagem. Uma classe de ferramentas muito importante são os aplicativos de videochamadas. Com eles, podemos fazer chamadas de vídeo (o popular cara a cara) com alguém que pode estar em qualquer lugar do mundo (desde que tenha internet e o mesmo aplicativo). Essa categoria é muito útil para a educação a distância, pois podemos utilizar para interação com colegas de estudo. Existem diversos programas que fazem isso. Aqui, vamos mostrar os principais programas desse ramo na atualidade. Skype: Comprado pela Microsoft, substituindo o antigo MSN Messenger, um serviço de mensagens bastante utilizado na década de 2000. Ele permite a realização de videochamadas em grupo, bastando apenas a instalação do programa no celular ou no computador. Se a pessoa não tiver um webcam a sua disposição, ele pode fazer chamadas de áudio com outros membros do programa. O Skype é disponível de graça para o uso em vídeochamadas, chamadas e mensagens instantâneas. Seu site oficial é: https://www.skype.com/pt-br/. 39 FIGURA 1- SKYPE Fonte: Disponível em: https://secure.skypeassets.com/content/dam/scom/ images/skype-meetings/animation-tablet.png. Acesso em: 03 dez. 2018. Hangouts: Criado pelo Google, possui quase as mesmas funções principais do Skype, mas com uma diferença: Não é necessário fazer a instalação de um programa, caso esteja em um computador. Basta usar um navegador de internet mais atualizado (como Google Chrome ou Mozilla Firefox) e entrar no site, usando uma conta do Google. Para usar em smartphones, o usuário deve baixar o aplicativo do Hangouts na sua loja de aplicativos correspondente. Seu site oficial é: https://hangouts.google.com/. FIGURA 2- GOOGLE HANGOUTS Fonte: Disponível em: https://hangouts.google.com/. Acesso em: 03 dez. 2018. Até aqui vimos que temos várias ferramentas e que podemos fazer uso delas no nosso dia a dia. A seguir, vamos conhecer as possibilidades para ter sucesso ao exercer sua profissão, qualquer que seja, com as habilidades adquiridas ao realizar o Curso na Educação a Distância. 3 - Educação a Distância e o Aluno Preparado para o Mercado do Trabalho FIGURA 3- CURSOS EAD E O MERCADO DE TRABALHO Fonte: Disponível em: plataformaead.net. Acesso em: 11 nov. 2022. Muitas pessoas pensam que a EAD nasceu com a internet. No Brasil, ela se iniciou por volta de 1900, como já vimos, com cursos por correspondência. Depois, contou com evoluções, adotou os programas de TV, até que chegou à forma como a conhecemos hoje. A procura por cursos a distância tem crescido porque essa modalidade proporciona muitas vantagens, que se refletem na prática profissional. A melhora da relação entre o aumento do conceito de EAD no mercado de trabalho tem, inclusive, alguns empregadores a dar preferência a pessoas que se formam nessa modalidade. Muitas vezes, os profissionais formados em cursos de EAD obtêm mais rapidamente um emprego pelo simples fato de já dominarem habilidades valorizadas pelas empreses, como facilidade para lidar com ferramentas tecnológicas. As novas formas de produção do conhecimento, a globalização e o avanço tecnológico, exigem um novo profissional, muito mais preparado para lidar com as multimídias, com aspessoas, com os novos formatos que as empresas têm se tornado, muitas vezes sendo trabalho em home office, que tenha conhecimentos, atitudes, habilidades e comportamentos inovadores. Para Minarelli (1995) empregabilidade é a “[...] capacidade de prestar serviço e obter trabalho”. O desempenho em uma profissão requer que o indivíduo invista em seu desenvolvimento profissional e busque adquirir conhecimento especial, mesmo que em uma preparação longa e intensiva. Essa preparação, geralmente oferecida pela formação acadêmica, tanto em cursos de graduação quanto em cursos de pós-graduação, contribui para que se desenvolvam habilidades que possibilitam alcançar um nível de profissionalismo que seja compatível com a função pretendida (Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2013/trabalhos/380. pdf . Acesso em: 10 nov. 2022). No princípio, os profissionais formados em Ead eram vistos com certa desconfiança, pois tudo que é novo assusta. Porém, o Ministério da Educação regulamentou essa modalidade de ensino. Desde então, as universidades passaram a oferecer o mesmo programa tanto para os cursos presenciais quanto os virtuais. Além disso, o MEC exige que as instituições sigam o Referencial de Qualidade para EAD, que especifica carga horária semanal e total, oferta de tutoria, infraestrutura de apoio e todo o aporte necessário ao estudante. Depois destas mudanças, os profissionais passaram a ser vistos de outra maneira, pois possuem todas as competências necessárias para produzirem os resultados esperados no mercado de trabalho. E, ainda, possuem qualidades muito especiais, dentre as quais podemos citar: • Proatividade: Pela metodologia e dinâmica dos estudos, demonstram iniciativa, responsabilidade e capacidade de autogestão; • Vontade de aprender: Buscam atualizar-se para acompanhar as mudanças que ocorrem nos produtos e serviços oferecidos. • Disciplina e organização: Como esteve comprometido com os horários de estudos, distribuiu seu tempo, fez um planejamento para entregar projetos e trabalhos, entre outras demandas 40Tecnologias Educacionais e Linguagem de um curso, ele leva estas características para a vida profissional. • Domínio da tecnologia: Para acessar o conteúdo dos cursos em Ead, foi preciso aprender a lidar com a tecnologia, baixando arquivos, acessando vídeos, ouvindo e produzindo podcasts, formulando e desenvolvendo pesquisas, interagindo em chats e fóruns, fazendo upload de materiais e outros recursos. Assim, saberá utilizar também nas atividades profissionais. • Gestão do tempo: Conseguiu administrar seu tempo de forma eficiente durante o curso. Ele está acostumado a conciliar um expediente não tão convencional, o estudo e outras obrigações do dia a dia. Também aprendeu a se programar com antecedência para não deixar suas provas e trabalhos para a última hora. Em seu trabalho, utiliza essa capacidade de gestão para fazer seu dia render mais e ser um colaborador altamente produtivo. Como você percebeu, a relação entre a Educação a distância e o mercado de trabalho tem se mostrado muito promissora e cada vez melhor. Os profissionais formados nesta modalidade de ensino são qualificados e têm suas características valorizadas. O MEC está presente nas universidades que oferecem esta modalidade, fazendo avaliação periódica dos cursos ofertados, por isso, o mercado de trabalho reconhece e tem no seu quadro de colaboradores, profissionais capacitados para o exercício da profissão, qualquer que seja ela. O uso das tecnologias tem a cada dia aprimorado as tarefas, as experiências e os resultados. Até mesmo para entrevistas de emprego, elas estão presentes. Os currículos, raras vezes, são entregues pessoalmente. Hoje, é comum fazer uso de chatbots, que permitem que os candidatos a um emprego usem os serviços de um assistente virtual durante a inscrição para a vaga e tirem dúvidas, agilizando o processo sem o uso de ligações telefônicas ou e-mails. As entrevistas são feitas por vídeo; há os testes online e os trabalhos remotos. A tecnologia é uma grande aliada, pois permite o compartilhamento rápido e organizado de informações, o gerenciamento de atendimentos e tarefas, do tempo destinado a cada operação e o controle de produtividade dos colaboradores. Por tudo isso, percebe-se a importância do conhecimento das tecnologias para ser um profissional desejado no mercado de trabalho. Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre Educação a distância, as tecnologias e o mercado de trabalho. Vamos, então, recordar? Retomando a aula 1 – Conceitos atuais de educação a distância Nesta seção, vimos que a educação a distância atualmente é a expressão das novas tendências no uso do computador, pois hoje os vários modelos de educação a distância utilizam o computador como ferramenta essencial. Também vimos que, por outro lado, conceituar Educação a Distância é cada vez mais complicado, visto que as constantes mudanças e inovações tecnológicas e suas implicações interferem na dinâmica dos processos educacionais e os conceitos dessa modalidade de educação também se tornam dinâmicos. 2 - Definições de EAD na Legislação Brasileira Nesta seção, estudamos que as definições de EaD na legislação brasileira também expressam avanços na forma do uso do computador. Entretanto, essa legislação ainda possui lacunas, pois não aborda a questão da simultaneidade (interatividade) entre professor e aluno, além de não deixar claro como deveriam ser vários elementos ligados ao processo de ensino-aprendizagem na educação a distância. 3 - Recursos tecnológicos presentes no ambiente educacional Nesta seção, estudamos que os espaços virtuais de aprendizagem ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem são também denominados de LMS sigla da palavra Learning Management System; ou de plataformas com interfaces e ferramentas síncronas e assíncronas. Os ambientes virtuais são desenvolvidos como forma de possibilitar várias interações e interatividades, dentre elas a aprendizagem no âmbito da educação a distância. 4 – Educação a distância e o aluno preparado para o mercado do trabalho Nesta última seção, vimos que a educação a distância no seu ainda curto tempo de existência mais massiva já conseguiu reconhecimento como formadora de mão de obra para o mercado de trabalho. O aluno da EAD desenvolve habilidades e competências solicitadas pelo mercado de trabalho. Desenvolve habilidade no uso de novas tecnologias, autonomia intelectual, criatividade, etc. O Ministério de educação implementou referenciais mínimos de qualidade para a educação a distância, o que contribui ainda mais com o reconhecimento do mercado. BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. São Paulo: Autores Associados, 2003. GRINSPUN, Mírian P. S. Zippin (ORG.). Educação Tecnológica desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2009. KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2004. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: O Futuro do Pensamento na Era da Informática, tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1993. Vale a pena ler Vale a pena 41 LÉVY, Pierre; NEVES, Paulo (Trad.). O que é virtual? São Paulo: Editora 34, 1999. MINARELLI, J. A. Empregabilidade: o caminho das pedras. 21. ed. São Paulo: Gente, 1995. MORAN, J, MASETTO, M. BEHRENS, M.A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 2012. PALLOFF, Rena M; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004. VALENTE, José Armando. Educação a distância via internet. São Paulo: Avercamp, 2005. A educação a distância. Desafios para a qualidade. Disponível em: http://www.abed.org.br/arquivos/ Educacao_a_distancia_desafios_para_a_qualidade.pdf. Acesso em: 03 dez. 2018. Ensino Superior. 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