Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

LÍNGUA 
PORTUGUESA I
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; CALICCHIO, Fátima Christina. 
 
 Língua Portuguesa I. Fátima Christina Calicchio. 
 Reimpresso em 2020.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 304 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Língua. 2. Portuguesa. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0753-4
CDD - 22 ed. 469
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação 
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Fabiane Carniel
Design Educacional
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Melina Belusse Ramos
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Helen Braga do Prado
Ilustração
Bruno Pardinho
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar, mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois, conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, dessa forma, possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
A
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
Mestra em Letras na área de Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de 
Maringá (2014). Especialista em Língua Portuguesa pelo Instituto Paranaense 
de Ensino e Faculdades Maringá (2010). Graduada em Letras, com habilitações 
Português/Inglês e respectivas literaturas, pela Universidade Estadual de Maringá 
(2009); Professora mediadora do curso de Letras (Unicesumar), nesta Instituição 
desenvolve trabalhos, também, como professora conteudista e formadora. 
Tutora a distância no curso de Letras Português/Inglês da Universidade Estadual 
de Maringá (UEM) e professora de língua inglesa no ensino fundamental I, 
pela rede municipal de ensino em Maringá, PR. Tem experiência na área de 
Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de produção 
textual e análise linguística. Tem interesse em estudos da língua pelo viés da 
Sociolinguística Educacional e pela perspectiva Funcionalista. 
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir:
<http://lattes.cnpq.br/2351396382686006>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a), à disciplina de Língua Portuguesa I. Este é 
um material dirigido, primariamente, a você, estudante de graduação. Procuro transmi-
tir aqui um conjunto de conhecimentos que um acadêmico(a) e futuro professor(a) do 
curso de Letras deve adquirir, inicialmente, pois eles lhe servirão como ponto de partida 
para os estudos da Sintaxe e da Semântica presentes nas disciplinas de Língua Portu-
guesa II e III, relevantes para a sua futura prática docente.
Diante disso, os objetivos básicos deste material consistem em oferecer-lhe estudos e 
reflexões sobre propriedades do formalismo linguístico do nosso idioma. Para isso, este 
material configura-se como uma introdução à gramática. Nesse sentido, importa aler-
tá-lo(a) que, durante o percurso gramatical que faremos aqui, você perceberá que as 
discussões e exemplos foram simplificados, e isso foi inevitável ao considerarmos um 
estudo de natureza introdutória como este. Para tanto, o arcabouço teórico deste ma-
terial orienta-se por modelos de bases mais específicas derivadas, principalmente, da 
influência da corrente denominada estruturalista, a fim de darmos conta de refletirmos 
sobre as regras gramaticais da Língua Portuguesa I. 
As propostas deste material de estudos são, portanto, fundamentadas em muitos pon-
tos teóricos, de natureza estruturalista, de aceitação geral. Nesse domínio, para possibi-
litar uma interlocução dialógica sobre uma introdução ao rigor gramatical, o conteúdo 
programático que elaborei para esta disciplina está compartimentado em cinco unida-
des, subdivididas em relaçãoà temática e seus eixos. A saber:
Na Unidade I, proponho uma discussão com foco nos estudos dos sons (Fonética). Esse 
eixo temático está centrado nos estudos nas ciências da fonética e da fonologia. Poste-
riormente, nos ocuparemos dos estudos da representação e produção dos fonemas, da 
classificação dos fonemas, da estrutura e classificação da sílaba, bem como a dos vocá-
bulos quanto à posição da sílaba tônica; nos dedicaremos, também, aos estudos da Or-
tofonia, Ortoépia e Prosódia e sua relevância; nos ocuparemos, ainda, dos estudos sobre 
o nosso sistema ortográfico (escrita) e alfabeto para compreendermos a importância de 
uma escrita e entonação corretas das palavras e algumas orientações ortográficas quan-
to aos usos das letras, com o objetivo de prover informações sobre algumas questões 
notacionais da Língua Portuguesa. Ainda, nessa unidade, referente ao eixo temático, 
–Morfologia- preocupei-me em trazer à baila, a você, acadêmico(a), um estudo da clas-
sificação, da flexão e da derivação das palavras, bem como sobre as classes de palavras. 
Na Unidade II, convido-o(a) a refletir sobre os verbos e, para isso, conceituo a termino-
logia do “verbo” e o reconhecimento de suas conjugações e sua estrutura; proponho, 
também, uma discussão sobre as categorias verbais de pessoa e número, de tempo, 
de modo; das vozes e do aspecto verbal. Para fechar esse eixo temático sobre o “verbo”, 
apresento a você, acadêmico(a), um estudo sobre a classificação e a conjugação.
APRESENTAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA I
No que tange aos conteúdos das Unidades III e IV, nos ocuparemos do estudo dos 
nomes: Substantivos, Artigos e Pronomes; Adjetivos e Advérbios. Dessa forma, pro-
curei conceituar esses saberes para que você possa reconhecer essas classificações, 
flexões, características e os empregos, para entender a flexão desses nomes, bem 
como de suas locuções.
Por fim, acerca do conteúdo da unidade V, focaremos o nosso olhar para os estudos 
com relação aos eixos temáticos das Preposições, Conjunções, Numerais e Interjei-
ções. Nesta, pretendi trazer suporte esclarecedor sobre a classificação e flexão des-
sas classes e de suas locuções.
Este livro, como você poderá observar, aluno (a), traz ao final de cada unidade as 
referências bibliográficas e eletrônicas, indicação de livros e endereços de sites que 
poderão enriquecer o seu processo de aprendizagem. Espero que este trabalho 
possa contribuir para o aprofundamento sobre os aspectos que considerar necessá-
rios a sua trajetória acadêmica e a sua futura prática pedagógica.
Bons estudos!
Professora Fátima Christina Calicchio 
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
15 Introdução
16 Fonética E Fonologia 
54 Estrutura Dos Vocábulos 
61 Processo De Formação Dos Vocábulos 
64 Considerações Finais 
72 Referências 
74 Gabarito 
UNIDADE II
VERBOS
77 Introdução
78 Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais 
96 Classificação Do Verbo 
106 Formação Dos Tempos Verbais 
129 Considerações Finais 
139 Referências 
141 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
145 Introdução
146 Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões 
164 Artigo - Conceito, Classificação E Flexões 
173 Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes 
199 Considerações Finais 
208 Referências 
209 Gabarito 
UNIDADE IV
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
213 Introdução
214 Adjetivo: Conceito 
228 Advérbios: Conceito 
240 Considerações Finais 
247 Referências 
248 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E 
INTERJEIÇÕES
251 Introdução
252 Preposições - Conceito 
254 Classificação Das Preposições 
268 Conjunções - Conceito 
276 Numerais 
285 Interjeições 
289 Considerações Finais 
299 Referências 
300 Gabarito 
301 CONCLUSÃO 
302 ANEXO 
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
FONÉTICA, FONOLOGIA E 
MORFOLOGIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar as ciências da fonética e da fonologia.
 ■ Prover informações sobre o aparelho fonador.
 ■ Reconhecer e classificar os fonemas em vogal, semivogal e 
consoante.
 ■ Reconhecer a estrutura silábica e compreender a classificação dos 
vocábulos.
 ■ Prover informações sobre a correta pronúncia, entonação e 
acentuação dos fonemas.
 ■ Prover informações sobre a escrita correta dos vocábulos.
 ■ Reconhecer a estrutura sobre a formação desses vocábulos, bem o 
processo de formação dos vocábulos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Fonética e Fonologia
 ■ Estrutura dos Vocábulos
 ■ Processo de Formação dos Vocábulos
INTRODUÇÃO
Ao chegar à universidade, você, aluno(a), tenta articular os pedaços de muitos 
saberes com os quais teve contato durante a sua trajetória nos ensinos funda-
mental e médio. No que tange às questões sobre a língua, essa articulação não é 
diferente! Portanto, proponho, a partir desta Unidade I, uma tentativa de siste-
matização dos saberes sobre a língua com os quais você teve contato pela ocasião 
de seu percurso educacional no ensino básico. 
Se considerarmos a língua como um mecanismo de comunicação, podemos 
compreender a responsabilidade desse instrumento, afinal é por meio dela, não 
exclusiva, mas, preponderantemente, que o homem age no e com o mundo que o 
cerca. Partilha dessa ideia esta passagem de (CÂMARA JR., 2008, p. 23), segundo 
a qual “, […] a função fundamental da língua é a comunicação entre os homens”. 
Em vista disso, caro(a) aluno(a), podemos compreender que o compor-
tamento da língua, que é complexo, não pode ser “atribuído a um meio de 
comunicação simplório,” como argumenta (ZANOTTO, 2001, p. 15). Essa com-
plexidade da língua permite, portanto, o estudo dela a partir de muitos ângulos. 
Assim, com o objetivo de atender a finalidades didáticas desta disciplina, proje-
tei as discussões deste material de estudos pelo viés da Teoria Estruturalista (a 
esse respeito, leia a seção leitura complementar deste material), bem como da 
gramática normativa em seus aspectos prescritivos e descritivos.
Nesse sentido, do ponto de vista estruturalista, para compreendermos a língua 
em sua organização interna, precisamos considerá-la a partir de segmentações 
que podem direcionar-nos a muitas ciências que explicam as partes no todo da 
língua como a Fonética, a Fonologia, a Morfologia, etc. 
Por esses domínios, percorreremos na Unidade I, o estudo dessas ciências, 
de maneira compartimentada, a fim de melhor explicar-lhe a funcionalidade da 
língua, contudo sem deixar de lado o princípio, essencial, de que ela - a língua - 
funciona como meio de interação do homem no mundo. 
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
FONÉTICA E FONOLOGIA
Caro(a) aluno(a), como vimos na introdução, iniciaremos os estudos desta 
Unidade I pelas ciências da Fonética e da Fonologia. Para isso, vamos refletir 
sobre este enunciado?
Texto 1
1 [...]Desejo por fim que você sendo homem,
2 Tenha uma boa mulher,
3 E que sendo mulher,
4 Tenha um bom homem
5 E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
6 E quando estiverem exaustos e sorridentes,
7 Ainda haja amor para recomeçar.
8 E se tudo isso acontecer,
9 Não tenho mais nada a te desejar.
Fonte: Victor Hugo ([2017], grifo da autora, on-line)1
Ao ler o enunciado, do excerto do poema de Victor Hugo, aluno(a), você pôde 
observar que o som /z/, da palavra “exaustos” na linha “6”, ora está representado 
pela letra “ x ”, ora está representado pela letra “ z ”. Assim, a letra “ x” pode repre-
sentar vários sons da fala que a linguística denomina de fones. A esses sons, quando 
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
roib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
constituem uma palavra ao serem pronunciados, a linguística chama de fonemas. 
Diante dessa reflexão, podemos compreender que Fonética e da Fonologia possuem 
uma conexão, pois essas ciências (para este estudo, as palavras “ ciência” e “ disci-
plina” são usadas de forma intercambiável) são áreas da linguística que se ocupam 
do mesmo objeto de estudo (os sons da fala humana), logo elas são interdependen-
tes, porém, essas disciplinas têm maneiras particulares em suas investigações sobre 
os sons da fala. A esse respeito, optamos por abordar essas ciências de maneira cor-
relata, por considerarmos as suas peculiaridades com relação ao funcionamento 
da língua, contudo, para um melhor entendimento e precisão dessas abordagens, 
importa conceituar cada uma delas. 
FONÉTICA
Benites (2011) explica que muitas são as aplicações dos estudos da Fonética, 
dentre elas, essa autora destaca a possibilidade dessa ciência subsidiar aprendi-
zes de uma língua estrangeira para que eles possam pronunciar os sons dessa 
língua, de maneira similar às pronúncias dos falantes nativos, também, forne-
cer informações acerca dos sons de determinada língua, a fim de que atender 
às demandas dos profissionais de fonoaudiologia, por exemplo. Nesse sentido, 
podemos entender a importância dos estudos da Fonética para quem tem a lín-
gua como ponto de partida para a ciência linguística.
Segundo Benites (2011), o objetivo da Fonética é descrever as particulari-
dades acústicas e auditivas dos sons da fala. Para Cristófaro Silva (2003), essa 
área da linguística fornece métodos para a descrição, a classificação e a trans-
crição dos sons da fala.
Pelas palavras dessas autoras, de uma maneira bem ampla, podemos com-
preender, aluno(a), que o principal objetivo da Fonética recai na descrição dos 
sons da fala, isto é, ela tem caráter descritivo. Desta forma, a Fonética pode reco-
nhecer as diferentes variações de sons para o /z/ da palavra “exaustos” a exemplo 
do enunciado do texto 1. Diante disso, podemos evidenciar que a unidade básica 
de estudo para a Fonética é o som da fala, ou fone. 
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
A Fonética se ocupa dos estudos dos sons da fala humana, particularmente, 
fora do sistema linguístico, pois é objetivo dela descrever os sons fônicos de uma 
determinada língua, no nosso caso o Português Brasileiro (de agora em diante 
PB). Com base nesse objetivo da Fonética, Cagliari & Cagliari (2012) explicam 
que, em sua intersecção com a linguística, essa disciplina pode ser abordada a 
partir de três pontos vista:
a. da maneira como os sons são produzidos (ou seja, mostrando que movi-
mentos do aparelho fonador estão envolvidos na produção dos sons da 
fala) - Fonética articulatória.
b. da maneira como os sons são transmitidos (isto é, a partir das proprieda-
des físicas- acústicas - dos sons que se propagam através do ar) - Fonética 
Acústica.
c. da maneira como os sons são percebidos pelo ouvinte - Fonética Auditiva.
Segundo Cagliari & Cagliari (2012), os estudos da Fonética Articulatória fazem 
parte uma área de investigação tradicional dentro da ciência linguística, por essa 
razão, cabe destacar a você, aluno(a), que a esse ponto de vista, daremos enfo-
que no tópico que segue.
A Fonética Articulatória e o Aparelho Fonador
A linguagem humana é um sistema organizado por símbolos a serviço da comu-
nicação. Esse sistema é amplo, como já disse na introdução deste estudo, é um 
sistema complexo e possui peculiaridades que possibilitam a estruturação das 
informações que favorecem a interação humana. A linguagem é o que nos dife-
rencia dos outros animais. A esse respeito, para Callou e Leite (2001), a interação 
pela linguagem, isto é, a fala é, essencialmente:
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
[...] falar é tão natural para os seres humanos, como o são o olfato, a 
visão e o paladar, que só nós detemos para examinar seu funcionamen-
to nos casos de deficiência ou privação. No entanto, é essa capacidade 
de falar do modo como fazemos que singulariza o homem de todos os 
outros animais (CALLOU & LEITE, 2001, p.13).
Callou e Leite (2001) explicam que a fala (neste contexto, aluno(a), tomei os ter-
mos fala humana e linguagem de forma intercambiável) diferencia-se de outros 
sistemas simbólicos por ser segmentável em unidades menores e pela possibili-
dade de combinar essas unidades em diferentes significados. Sobre o fator que 
difere os sons da fala humana de outros sistemas simbólicos de comunicação, 
vejamos esta explicação:
[...] o contínuo sonoro pode, pois, ser escondido em segmentos line-
armente dispostos cuja presença ou ausência, assim, como sua ordem, 
tem uma função distintiva, isto é, ocasiona mudança no significado 
de uma palavra. Assim, distinguimos “parte” de “arte” porque na pri-
meira palavra há um segmento p inexistente na segunda. Já em ’Roma 
‘ e ‘amor’ é a ordem dos segmentos que diferencia os dois vocábulos 
(CALLOU & LEITE, 2001, p.13).
De acordo com Callou & Leite (2001), esse contínuo fônico da linguagem é rea-
lizado por um sistema que tem uma função secundária, a qual é desempenhada 
por vários órgãos que possuem outras funções diferentes que nada têm a ver com 
a produção dos sons humanos, como argumenta (Antonio, 2011). 
Em outros termos, podemos entender que não existe uma parte do corpo 
humano cuja função esteja somente relacionada com a produção da fala, pois os 
sons são produzidos por outras partes do nosso corpo que têm outras funções 
que são primárias, como mastigar, engolir, respirar, cheirar. Essas partes consti-
tuem um mecanismo fisiológico denominado de Aparelho Fonador cuja função 
é produzir a articulação dos sons, como expõe a Figura 1.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Figura 1: Aparelho Fonador 
Fonte: adaptada de Senda (2005, on-line)2. 
Por meio da Figura 1, caro(a) aluno(a), podemos observar uma representação 
simplificada do aparelho fonador. Na parte inferior, localizam-se os órgãos do 
sistema respiratório, como pulmões, brônquios, traquéia. Dessa forma, na pro-
dução da fala, o ar expelido pelos pulmões passa pela traqueia até chegar ao 
sistema fonatório que é a laringe onde se situam a glote e as cordas vocais. Na 
parte superior, está o sistema articulatório como a faringe (constituída pela lín-
gua, pela cavidade nasal, pelo palato e os lábios). Diante dos elementos expostos 
nesta figura, podemos constatar quais são os elementos responsáveis pela pro-
dução da fala humana.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
Vozeamento: Fonemas surdos e sonoros
Neste subtópico denominado de Vozeamento, nos ocuparemos dos tipos de sons 
que o nosso aparelho fonador pode produzir. Vale ressaltar que esse estudo ao 
qual nos dedicaremos, aluno(a), centra-se no PB. 
Vimos no estudo anterior que a produção da fala humana ocorre pela passa-
gem do ar que vem dos pulmões até chegar ao sistema fonatório, onde se localiza 
a glote. Segundo Cristófaro Silva (2003), esse órgão é constituído de músculos 
(cordas vocais) que podem ou não, obstruir a passagem da corrente do ar dos 
pulmões para a laringe. Essa autora estabeleceu que o estado da glote é vozeado 
ou sonoro quando a cordas vocais vibrarem pela ocasião da produção de um som. 
Sobre a produção de sons vozeados, Cristófaro Silva (2003), assim, se expressa:
[...] quando as cordas vocais estiverem vibrando durante a produção de 
um determinado som. Em outras palavras, durantea produção de um 
som vozeado os músculos que formam a glote aproximam-se e devido 
a passagem da corrente de ar e da ação dos músculos ocorre vibração 
(CRISTÓFARO SILVA, 2003, 27).
Pela explicação dessa autora, podemos compreender que, quando os músculos 
que formam a glote estiverem aproximados, provocando a vibração das cordas 
vocais, produzem-se os fonemas sonoros ou vozeados, como podemos obser-
var na imagem ao lado esquerdo da Figura 2. De acordo com Bechara (2009), 
no PB, os fonemas vozeados são todas as vogais e certas consoantes como: /z/, 
/v/,/j/,/d/,/g/ etc.
Por outro lado, Cristófaro Silva (2003) defende que o estado da glote é des-
vozeado ou surdo, quando não há vibração das cordas vocais, como bem explica 
essa autora:
Quais são as características da linguagem humana que nos diferem de ou-
tros sistemas de símbolos os quais, também, funcionam como forma de co-
municação? 
Fonte: adaptada de Dinah Callou & Yonne Leite (2001).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
[...] denominamos o estado da glote de desvozeado (ou surdo) quan-
do não houver vibração das cordas vocais. Não há vibração das cordas 
vocais nem ocorre ruído durante a produção de um segmento desvoze-
ado. Isto se dá porque os músculos que formam a glote encontram-se 
completamente separados de maneira que o ar passa livremente (CRIS-
TÓFARO SILVA, 2003, p. 27).
Pela exposição acima, aluno(a), podemos compreender que, se os músculos 
que formam a glote estiverem afastados, deixando esse órgão aberto, o ar passa 
livremente. Assim, as cordas vocais produzirão sons desvozeados, como ilustra 
a imagem ao lado direito da Figura 2. Segundo Bechara (2009), no PB, os fone-
mas que nessas circunstâncias se produzem são: /s/, /f/, /x/,/t/,/k/ etc. 
Pelo exposto acima, podemos evidenciar que, dependendo do grau maior 
ou menor de fechamento da glote, os fonemas podem ser classificados em sur-
dos (desvozeados) ou sonoros (vozeados). Para um melhor entendimento sobre 
os estados da glote, proposto por Cristófaro Silva (2003), atente-se a Figura 2.
Figura 2: Estado da glote na produção dos sons
Fonte: Imagem extraída de Cristófaro Silva (2003).
Para que você possa perceber a diferença entre os sons vozeados e desvozea-
dos, vamos fazer uma atividade prática? Para isso, observe a vibração, ou não, 
das cordas vocais na produção dos sons /f/ e /v/ e, em seguida, posicione uma 
de suas mãos na região da faringe (região masculina, comumente, conhecida 
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
como “pomo de adão”) e pronuncie, ininterruptamente, os sons [f] e [v]. Com 
esse exercício, aluno(a), você observará que o som produzido por [f] não vibra 
em sua mão. Dessa forma, temos a produção de um som desvozeado, mas essa 
vibração ocorre ao pronunciarmos o som de [v]. Assim, observamos a produ-
ção de um som vozeado.
Por convenção linguística, os sons da fala são transcritos entre colchetes [ ]. 
Os símbolos representativos desses sons pertencem ao Alfabeto Fonético 
Internacional como explica (ANTONIO, 2011).
Fonte: Juliano Desiderato Antonio (2011, p. 17).
Você já produziu fonemas como os cliques e o muxoxo? Possivelmente, sim! 
Para um esclarecimento sobre esses tipos de fonemas, leiamos esta explica-
ção do filólogo Bechara (2009): [...] Produzimos cliques quando fazemos os 
movimentos bucais, acompanhados da sucção de ar na boca, para o beijo, o 
muxoxo e certos estalidos como o que serve para animar a caminhada dos 
cavalos, mas não os utilizamos como sons da fala em português.
Fonte: Evanildo Bechara (2009, p. 59).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
Sons consonantais e sons vocálicos
Depois de passar pela glote, o ar que vem dos pulmões pode encontrar, ou não, 
alguma obstrução em sua passagem, como bem explica Antonio (2011):
[...] após passar pela glote, o ar pode passar livremente pelo trato vocal 
superior ou pode sofrer alguma obstrução em sua passagem. No pri-
meiro caso, os articuladores não se aproximam o suficiente, e a corren-
te de ar pode passar livremente[...] Tem-se, dessa forma, a produção 
de sons vocálicos. Por outro lado, quando os articuladores produzem 
alguma obstrução à passagem da corrente de ar, tem-se a produção dos 
sons consonantais [...] (ANTONIO, 2011, p.18).
Para entendermos como produzimos esses fonemas, aluno(a), reproduza os sons 
dos enunciados que seguem e observe como o ar sai pela boca quando eles são 
pronunciados.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
Figura 3: Pronúncia dos sons vocálicos e consonantais
Fonte: adaptada de João Domingues Maia (2003, p. 47).
Pelo exemplo do enunciado da Figura 3, à esquerda, podemos observar, na ver-
dade, sentir que o ar não encontrou na cavidade bucal nenhum obstáculo na 
sua passagem. Assim, reproduzimos um som vocálico. No enunciado à direita, 
note, aluno(a), que os lábios, a língua e os dentes constituem um obstáculo na 
passagem do ar. Nessa circunstância, reproduzimos um som consonantal. Pela 
realização da atividade acima, podemos compreender que os sons do PB podem 
ser classificados em vogais e em consoantes. A esse respeito, discutiremos no 
tópico que segue, iniciando pelos sons consonantais.
Articulação dos sons consonantais
Como vimos anteriormente, na produção dos fonemas consonantais, a cor-
rente de ar vinda dos pulmões encontra obstáculo como os articuladores: língua, 
dentes, lábios. Segundo Antonio (2011), os sons consonânticos podem ser clas-
sificados por dois critérios: 
a. o lugar de articulação: relacionado aos articuladores que produzem a 
obstrução à passagem do ar.
b. a maneira de articulação: trata-se do tipo de obstrução que os articula-
dores produzem.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
Lugar de articulação
Cristófaro Silva (2003) apresenta uma lista de categorias referentes aos princi-
pais lugares de articulação relevantes para a descrição do PB. Para essa autora, 
as consoantes podem ser as seguintes:
 ■ Bilabial: Os articuladores são os lábios inferior e lábio superior. Exemplo: 
[p] (como em pá, [m] como em má).
 ■ Labiodental: Os articuladores desse lugar são os lábios inferior e os den-
tes incisivos superiores. Exemplo: [f] (como em faca e [v] como em vá).
 ■ Dental: Os articuladores são o ápice ou lâmina da língua e os dentes inci-
sivos superiores. Exemplos: [d] (como em data), [s] (como em sapa), [z] 
(como em Zapata), [n] (como em nada) e [l] como em lata).
 ■ Alveopalatal (ou pós-alveolares): Os articuladores são a parte anterior 
da língua e a parte medial do palato duro. Exemplos: [t ] (como em tia, 
[ ] (como em cha).
 ■ Palatal: Os articuladores são a parte média da língua e a parte final do 
palato duro. Exemplos: [ ] (como em amanhã) e [ ] (como em palha).
 ■ Velar: Os articuladores são a parte posterior da língua e o véu palatino ou 
palato mole. Exemplos: [k] (como em casa) e [g] (como em gata).
 ■ Glotal: Os músculos da glote exercem a função de articuladores. Exemplos 
[h] (como em rata e carro) na pronúncia típica do dialeto de Belo Horizonte.
Maneiras de articulação 
Conforme Antonio (2011), a maneira de articulação refere-se ao tipo de obs-
trução que a corrente de ar que vem dos pulmões pode encontrar. Assim, o ar 
pode encontrar uma obstrução total, parcial ou, ainda, uma obstrução muito 
rápida. Cristófaro Silva (2003) apresenta uma lista de maneiras de articulação 
relevantes do PB. Vejamos:
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Códi
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
 ■ Oclusiva: Os articuladores produzem uma obstrução total da passagem 
da corrente de ar pela boca. O véu palatino se levanta e obstrui o ar que 
vem dos pulmões para a cavidade oral, produzindo, portanto, as conso-
antes orais. As consoantes oclusivas do PB são: [p] (como em pato), [t] 
(como em tá), [k] (como em casa), [b] (como em bar), [d] (como em dá) 
e [g] (como em gato).
 ■ Nasal: Os articuladores produzem uma obstrução parcial da passagem da 
corrente de ar pela boca. Nessa circunstância, o véu palatino encontra-se 
abaixado e o ar que vem dos pulmões passa livremente pelas cavidades 
nasal e oral. As consoantes nasais no PB são: [m] (como em má), [n] (como 
em número), [b] (como em banho) e [ ] (como em manhã).
 ■ Fricativa: Os articuladores se aproximam, contudo, não a ponto de obs-
truirem de forma total a passagem do ar, produzindo uma fricção. As 
consoantes fricativas que ocorrem no PB são: [f] (como em fé), [v] (como 
em válvula), [s] (como em sarja), [z] (como em casa), [ ] (como em chá 
e caixa), [ ] (como em japão, jaula, mágica), [x] (como em rata, carro) - 
considere a pronúncia típica do sudeste do Brasil.
 ■ Africada: Essa maneira de articulação, pode-se, por assim dizer, envolver 
a maneira oclusiva e a maneira fricativa, pois inicialmente os articuladores 
produzem uma obstrução total da passagem da corrente de ar pela boca. 
Posteriormente, os articuladores afastam-se um pouco, permitindo que 
o ar saia, parcialmente, produzindo uma fricção. As consoantes africa-
das em PB são: [t ] (como em leite, tia), [d ] (como em dia) - considere 
a pronúncia típica do sudeste do Brasil.
 ■ Tepe: Nessa maneira de articulação, ocorre uma rápida obstrução da 
passagem da corrente de ar pela boca por um breve toque entre os arti-
culadores. Exemplos: [ ] (como em cara, brava e arara).
 ■ Vibrante: Os articuladores tocam-se algumas vezes provocando uma 
vibração. Como explica Cristófaro Silva (2003), em alguns dialetos do PB, 
ocorre esta variante em pronúncias [ř] (como em carro, rato).
 ■ Retroflexa: A ponta da língua é o articulador. Assim, ela levanta-se e 
dobra-se em direção ao palato duro. No PB, o som retroflexo é chamado 
de ‘r’ do dialeto “caipira” e no sotaque de norte americanos falando o PB 
com em palavras: [ ] (como em amor).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
 ■ Lateral: Os articuladores tocam-se e obstruem a corrente de ar pela boca 
no centro da cavidade oral. Dessa forma, a corrente de ar passa pelas late-
rais. As consoantes laterais no PB são: [l] (como em lateral e sal) neste 
último exemplo, -considere a maneira que “sal” é pronunciada no sul do 
Brasil-, [ ] (como em palha, malha).
Cristófaro Silva (2003) desenvolveu um quadro com sons consonantais relevan-
tes do PB, conforme ilustra o Quadro 1.
Quadro 1: Sons consonantais do PB
Fonte: adaptada de Cristófaro Silva (2003).
Encontro consonantal
Segundo Bechara (2009), chama-se encontro consonantal o segmento imediato 
de duas ou mais consoantes equivalentes a dois fonemas em uma mesma palavra. 
No PB há encontros consonânticos pertencentes a uma sílaba ou pertencentes 
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
a sílabas diferentes. Quando o encontro consonântico pertence a mesma sílaba, 
comumente, terminam em l ou r como em: “blu-sa”; “li-vro”. (Exemplos retira-
dos de Bechara, 2009, p.72). 
Os casos de encontros consonânticos, em sílabas diferentes, no PB, sempre, 
ocorrem no interior da palavra. Como em: “sec-ção”, “ap-to”. (Exemplos retira-
dos de Bechara, 2009, p.72).
Dígrafo
No subtópico anterior, vimos que encontro consonantal caracteriza-se quando 
duas consoantes equivalem a dois fonemas; diferentemente desse fenômeno, 
o dígrafo corresponde ao encontro de duas letras que equivalem a um único 
fonema, como explica (BECHARA, 2009).
Segundo Bechara (2009), há dígrafos para representar consoantes e para 
representar vogais nasais. Vejamos:
 ■ dígrafo consonantal: ch (como em chá), nh (como em manhã), lh (como 
em pilha), rr (como em carro), ss (como em passo), gu (como em açou-
gue), qu (como em queijo), sc (como em nascer), sç (como em cresça), 
xc (como em excelência), xc (como em exceto).
 ■ dígrafo vocálico: am ou an (como em campo, canto), em ou en (como:-
tempo, tentação), im ou in (como em limpeza, linda), om ou on (como 
em ombro, onda), um ou un (como em jejum, junto).
Você já ouviu falar em Dífono? Bueno (2014) esclarece-nos que dífono é a 
denominação para a combinação de dois fonemas representados apenas 
por uma letra. No PB, o Dífono ocorre com a letra x. Exemplos: tóxico, fixo, 
táxi, assim a letra x representa dois fonemas distintos: /k/, /s/. 
Fonte: Francisco da Silveira Bueno (2014 p. 26).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
Articulação dos sons vocálicos
Já mencionamos, anteriormente, que a vogal é um fonema produzido por uma 
corrente, sem que o ar encontre, na cavidade bucal, qualquer obstáculo na sua 
passagem.
Segundo a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), as vogais são clas-
sificadas sob quatro critérios: a) quanto à zona de articulação, b) quanto à 
intensidade; c) quanto ao timbre; d) quanto ao papel das cavidades bucal e 
nasal. Abordaremos cada um desses critérios a seguir.
a. Quanto à zona de articulação, as vogais podem ser médias, anteriores e 
posteriores. 
A altura da língua ocupada durante este segmento vocálico encontra-se quase 
em repouso e a boca ligeiramente aberta, constituindo a vogal média, como o 
fonema /a/, /ã/ (como em gata, maçã). 
Quando a ponta da língua se eleva, de forma gradativa, em direção ao palato 
duro, nessa circunstância, produz-se as vogais anteriores, como /e/, /é, /ê/ e /i/ 
(como em mesa, pele, pêra,rio).
Quando o dorso da língua se eleva em direção ao véu palatino, provocando 
um arredondamento dos lábios, produz-se, nessa circunstância, as vogais pos-
teriores: /ó/, /o/, /õ/, /u/, /ũ/, como em (roda, avô, milhões, bula, mundo).
b. Quanto à intensidade, as vogais podem ser tônicas ou átonas. A vogal 
tônica é pronunciada com maior intensidade. Em outras palavras, é nessa 
vogal que recai o acento tônico. Para ilustrar essa tonicidade, vejamos: 
Figura 4: Tonicidade das vogais
Fonte:João Domingues Maia (2003, p. 48).
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
A vogal átona é inacentuada, nos termos de Bechara (2009), isto é, pronunciada 
com menor intensidade. As vogais átonas podem estar antes das tônicas-pretô-
nicas - (como em avó, pagar), ou depois - postônicas - (como em tímido).
c. quanto ao timbre, as vogais podem ser abertas e fechadas. Bechara (2009) 
explica-nos que timbre é a categoria que diz respeito ao efeito acústico 
como resultado da distância entre o dorso da língua e o véu palatino. 
Grosso modo, sobre o timbre, podemos compreender que ele exerce o 
papel de uma caixa de sons. Assim, o timbre funciona como um traço 
distintivo das vogais. Para um melhor esclarecimento sobre esse critério, 
vamos ao Quadro 2.
Bechara (2009) explica-nos que existe a vogal subtônica , pronunciada com 
intensidade secundária, além da tônica. Normalmente ela aparece em vo-
cábulos derivados e nos verbos seguidos de pronomes átonos, como em 
polidamente, somente, cafezinho, louvar-te-ei.
Fonte: Evanildo Bechara (2009, p. 63).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
Quadro 2: Timbre das vogais
ABERTAS
Na vogal de timbre aberto, a língua se encontrabaixa, isto é, a 
vogal é pronunciada com a cavidade bucal mais aberta como 
em /a/, /é/,/ó/. Exemplos no PB: cada, café e Chicó.
FECHADAS
Na vogal de timbre fechado, a língua se eleva e a vogal é 
pronunciada com a cavidade bucal mais fechada. Exemplos: 
/e/,/o/,/i/,/u/ e todas as nasais. Exemplos no PB: meta, calo, hino, 
uva, mente ontem.
Fonte: a autora.
d. quanto ao papel das cavidades bucal e nasal. Segundo Bechara (2009), 
os fonemas vocálicos podem ser orais ou nasais. Vejamos o Quadro 3, 
para um melhor entendimento quanto a esses fonemas.
Aluno(a), você já observou que existem algumas palavras que têm acento 
gráfico e outras não? Cereja e Magalhães (2013) explicam que esse fenôme-
no ocorre porque ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a ou-
tra. Isso significa que as palavras do PB têm dois tipos de acentos: o tônico 
representado pela sílaba tônica que pronunciamos com maior intensidade 
e o acento gráfico que diz respeito ao sinal que usamos para marcar a sílaba 
tônica de algumas palavras. 
Fonte: adaptada de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães 
(2013).
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
33
Quadro 3: Fonemas Vocálicos Orais e Nasais
LETRAS
CORRESPONDENTES
FONEMAS 
VOCÁLICOS 
ORAIS
/a/, / /, /e/, /i/, / /, /o/, /u/
Exemplos: /a/ (como em lata), /
/ (como em credo), /e/ (como 
em perigo), /i/ (como em pia), /
/ (como em loja), /o/ (como em 
fogo), /u/ (como em luva).
a, é, e, i, ó, o, u
FONEMAS 
VOCÁLICOS 
NASAIS
/ã/, /ẽ/, /ĩ/, /õ/, /ũ/
Exemplos: /ã/ (como em canto), 
/ẽ/ (como em vento), /ĩ/ (como 
em lindo), /õ/ (como em ponte), 
/ũ/ (como em junta).
ã, ẽ, ĩ, õ, ũ, am, an, em, en, 
im, in, om, on, um, un
Fonte: adaptado de Francisco da Silveira Bueno (2014).
Semivogais
As semivogais são “ i” e “u”, fonemas átonos que aparecem apoiadas em uma 
vogal. Vejamos o exemplo abaixo, para ilustrar a atuação desses fonemas.
 ■ Na palavra “pai”, temos o fonema vocálico /a/ e o semivocálico /i/. 
 ■ Na palavra “mau”, temos o fonema vocálico /a/ e o semivocálico /u/.
Conforme Bechara (2009), esses encontros vocálicos dão origem aos ditongos, 
tritongos e hiatos. A esse respeito, daremos ênfase no tópico que segue.
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
http://www.guaraniportugues.blogspot.com/
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E34
Ditongos, tritongos e hiatos
Aluno(a), você se lembra o que significa e qual é função de um ditongo, de 
um tritongo e de um hiato? Caso não, neste subtópico, falaremos sobre esse 
conteúdo, se sim, você terá uma oportunidade de relembrar que a junção de 
uma vogal com uma semivogal dá origem a um encontro vocálico. Assim, 
iniciaremos pelo Ditongo.
Ditongo
Bechara (2009) explica-nos que o ditongo forma-se pela junção de uma vogal 
+ semivogal ou semivogal + vogal em uma mesma sílaba como em mãe, pai.
A vogal é a base da sílaba, isto é, o segmento vocálico é o som que, no 
ditongo, mais se destaca, por assim dizer. De acordo com a posição da vogal, 
um ditongo pode ser:
 ■ crescente: quando a semivogal vem antes da vogal como em: cárie, 
ambíguo, neurose, frequente, sou, ruivo.
 ■ decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal como em: pai, 
jeito, cacau, mão, tem, leu.
 ■ oral: quando é formado por uma vogal oral como em: pai, céu.
 ■ nasal: quando é formado por uma vogal nasal como em: lição, bem.
Tritongo
Conforme Bechara (2009), o tritongo forma-se com a junção de uma semi-
vogal + vogal + semivogal em uma mesma sílaba. Os tritongos podem ser:
 ■ oral: quando os sons vocálicos saem totalmente pela cavidade bucal 
como /way/ (como em: paraguai).
 ■ nasal: quando o ar sai totalmente pela cavidade nasal como /wõy/ 
saguões.
Hiato
Para Bechara (2009), o hiato forma-se pelo encontro de duas vogais 
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
35
pertencentes a sílabas diferentes pela sua natureza fonética. Esse fenômeno 
se dá porque a passagem de ar ocorre com interrupção da voz. (BECHARA, 
2009, p. 68) Vejamos estes exemplos: sa-ú-de, sa-í-da.
FONOLOGIA
A ciência da Fonologia tem o objetivo de estudar a estruturação e as particulari-
dades dos sons dentro do sistema linguístico (BENITES, 2011, p. 11). Em outros 
termos, podemos compreender que a Fonologia se ocupa dos estudos dos sons 
da fala humana pelas suas diferenças, pelas suas combinações fônicas. Isso sig-
nifica que a Fonologia tem um caráter funcional. 
Câmara Jr. (1974) nos explica que o princípio básico dos estudos fonológi-
cos recaem no conceito de oposição linguística. A esse respeito, vejamos:
[...] o princípio primordial da gramática[...] é a oposição linguística, ou 
seja, a circunstância de que cada elemento linguístico tem valor e indi-
vidualidade na medida em que se opõe a outro elemento. (CÂMARA 
JR., 1974, p.43)
Como podemos evidenciar, pelas palavras de Câmara Jr. (1974), as oposições lin-
guísticas definem-se pela maneira como os fonemas se relacionam com os outros 
elementos e pela função que exercem dentro do sistema linguístico. Por exemplo, a 
Importa destacar a você, estudante da língua portuguesa e futuro professor 
(a) dessa língua, algumas particularidades dos estudos linguísticos sobre as 
transcrições fonológicas. Segundo o linguista Câmara Jr. (2008), as transcrições 
fonológicas são representadas entre barras (//), e as transcrições fonéticas são 
representadas por colchetes ([…]). Assim, atente-se ao exemplo da palavra 
Leve: Para transcrevemos fonologicamente essa palavra, devemos proceder 
desta maneira: /l/, /e/, /v/, /e/. Para transcrevemos a palavra Leve em sua 
atuação fonológica, devemos colocá-la entre colchetes como: [Lévi].
Fonte: Exemplo extraído e adaptado de Francisco da Silveira Bueno (2014. p. 
16).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E36
fonologia pode reconhecer as diferentes articulações do /t/ e o /p/ como em pato, bato, 
tato, dato, cato, gato. Assim, podemos entender que o fonema /p/ é diferente de /b/, 
de /t/, de /d/, de /k/ e de /g/, como explica (CARDOSO, 2009), visto que a reunião 
de traços que distinguem um fonema de outro permite-nos a comunicação linguís-
tica. Para um melhor entendimento desse princípio da fonologia, vejamos o Texto 2. 
Texto 2
Vejo Miro
Fonte: Arnaldo Antunes (2002, on-line)3.
O poema de Arnaldo Antunes chama a atenção por ser construído pelas opo-
sição entre fonemas como /v/ e /b/ e /m/ e /t/, criando signos diferentes como 
“vejo”, “beijo”, “miro”, “tiro”. Em um desses pares comutáveis, podemos desta-
car outro traço que distingue significado, pela semivogal anterior /i/ presente 
no ditongo da primeira sílaba do vocábulo “beijo” e ausente em “vejo”, que 
não há encontro vocálico. Diante da observação deste enunciado, podemos 
evidenciar o papel essencial dos fonemas ao distinguirem significados pelas 
oposições linguísticas.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
37
Fonema
Segundo Bechara (2009), “chamam-se fonemas os sons elementares e distin-
tivos que o homem produz quando, pela voz, exprime seus pensamentos e 
emoções“ (BECHARA, 2009, p.57, grifo da autora).
Em outras palavras, aluno(a), podemos compreender que o fonema é 
uma unidade linguística mínima e indivisível que não tem significado em si 
mesmo, contudo ele possibilita diferenças de significados nas palavras emuma situação comunicativa, como vimos no tópico anterior. 
Segundo Callou & Leite (2003), além da função opositiva, o fonema apre-
senta outras dentro da cadeia fônica, como a tonicidade dos monossílabos 
em tônicos e átonos, a variabilidade da sílaba em última, penúltima e ante-
penúltima que determina o valor fonêmico do acento tônico, por exemplo, 
e os traços de entonação, pronúncia e acentuação dos vocábulos. A seguir, 
mostraremos, particularmente, esses valores fônicos.
Segundo Antonio (2011), o alfabeto Internacional (IPI - INTERNATIONAL 
PHONETIC ASSOCIATION) constitui um conjunto de símbolos criado 
pela associação Fonética Internacional com o objetivo de representar 
o maior número possível de sons das línguas do mundo. O IPI pode 
ser utilizado para padronizar os símbolos nas transcrições fonéticas, 
além de indicar as pronúncias em dicionários. Importa a você, aluno(a), 
a leitura deste alfabeto em face de algumas transcrições que são 
apresentadas nesta unidade. 
Para saber mais acesse: <http://westonruter.github.io/ipa-chart/
keyboard/>. (on-line)4.
Fonte: a autora
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E38
A Sílaba
Segundo Câmara Jr. (2001), a sílaba diz respeito a todas as emissões de ar quando 
se fala. A esse respeito, vejamos:
[...] a realização da sílaba se inicia com uma ascensão na força de emis-
são de ar, culminando no ápice, que é seguido por um declínio nessa 
força de emissão do ar. (CÂMARA JR. 1980, p.71, citado por ANTO-
NIO, 2011, p. 27)
Para um melhor entendimento sobre a realização da sílaba, vejamos a Figura 5.
Figura 5: Sílaba
Fonte: adaptada de Juliano Desiderato Antonio (2011).
Pela exposição da Figura 5, o fonema consonantal [p] está no aclive da força 
silábica, o som vocálico [a] encontra-se no ápice e, por fim, o som de [ ] encon-
tra-se no declive silábico. Conforme Cristófaro Silva (2003), o ápice silábico é 
obrigatório e preenchido por uma vogal. Em outros termos, podemos entender 
que a sílaba constitui-se por fonemas ou grupos de fonemas falados por uma só 
Distinção entre os termos: Fonema e Letra
Caro(a) aluno(a), convém não confundir os termos “Fonema” e “Letra”. O 
primeiro diz respeito ao som produzido pelo aparelho fonador, ou seja, é a 
menor unidade sonora de um vocábulo capaz de construir significados. Já o 
segundo termo “Letra” denomina o sinal gráfico que representa um fonema. 
Fonte: a autora
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
39
emissão de voz. No PB, o elemento essencial para a sílaba é a vogal.
Segundo Bechara (2009), dependendo do número de sílabas, os vocábulos 
(entenda como palavras) dividem-se em monossílabos, dissílabos, trissílabos 
e polissílabos.
 ■ monossílabos: são vocábulos que têm apenas uma sílaba, como em: é, 
há,sol, pó, trem, de, quem.
 ■ dissílabos: são vocábulos que têm duas sílabas, como em: ca-sa, li-vro, 
bo-lo, lu-a, ca-fé.
 ■ trissílabos: são vocábulos que têm três sílabas, como em: ca-ne-ta, rá-pi-
-do, mo-chi-la.
 ■ polissílabos: são vocábulos que têm quatro ou mais sílabas, como em 
gra-má-ti-ca, fo-né-ti-ca, o-bri-ga-tó-rio.
Acentuação
Segundo Bechara (2009), acentuação diz respeito à maneira de enunciar um 
fonema ou um grupo de fonemas com mais relevo que outros. Esse autor explica 
que esse relevo denomina-se acento.
Diz-se que o acento é de intensidade (acento de força, acento dinâmico, 
acento expiratório ou icto), quando o relevo consiste no maior esforço 
expiratório. Diz-se que o acento é musical(acento de altura ou tom), 
quando o relevo consiste na elevação ou maior altura da voz. (BECHA-
RA, 2009, p.86)
Pela explicação de Bechara (2009), podemos compreender que acento é o fonema 
que proferimos com maior ou menor intensidade sonora. Assim, de acordo com 
o modo que as sílabas são pronunciadas, classificam-se em tônicas (pronuncia-
das com maior intensidade) ou átonas (pronunciadas com menor intensidade), 
vejamos este exemplo, na Figura 6:
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E40
Figura 6: vogal átona e vogal tônica
Fonte: a autora.
Como destaquei anteriormente, no PB, existem dois tipos de acentos: o gráfico 
que usamos como sinal para indicar a sílaba tônica de algumas palavras como 
no exemplo em “café” e o acento tônico que representa a sílaba que pronuncia-
mos com maior intensidade, como expõe a Figura 7.
Figura 7: Vogais tônica e átona
Fonte: a autora.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos classificam-se em oxíto-
nos, paroxítonos ou proparoxítonos. A seguir, vejamos cada um deles.
 ■ oxítonos: o acento tónico recai na última sílaba, como em: sabiá; material.
 ■ paroxítonos: o acento recai na penúltima sílaba, como em: fácil, espelho.
 ■ proparoxítonos: o acento tônico é na antepenúltima sílaba, como em: 
rápido, felicíssimo.
Como você, certamente, já aprendeu regras de acentuação na educação básica, 
convém, portanto, retomarmos essas regras com base no novo acordo ortográfico. 
Os vocábulos oxítonos terminados em vogal tônica “e” permitem a pronúncia 
aberta ou fechada, por isso admitem tanto o acento circunflexo como o agudo. 
O VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) registra a dupla gra-
fia desses vocábulos. Vejamos estes exemplos:
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
41
Quadro 6: Oxítonos terminados em vogal tônica
bebê. bebé. matinê. matiné.
canapê. canapé. purê. puré.
Fonte: a autora.
Atenção! Se o vocábulo for oxítono e o “i” ou o “u” estiverem em posição 
final (seguido ou não de “s”), o acento permanece como em “Tuiuiú”, “Piauí”.
Com o novo acordo ortográfico, os vocábulos paroxítonos sofreram algu-
mas mudanças. Por exemplo, não se usa mais o acento nos ditongos abertos 
“ei” e “oi” dos paroxítonos, conforme expõe o Quadro 7.
Quadro 7: Vocábulos paroxítonos
COMO ERA ANTES COMO FICOU
apóia(verbo apoiar). apoia.
apóio (verbo apoiar). apoio.
estréia. estreia.
idéia. ideia.
heróico. heroico.
jóia. joia.
Fonte: a autora.
Atenção! Nos vocábulos paroxítonos, não se usa mais o acento no “i” e no 
“u” tônicos quando vierem depois de um ditongo, como expõe o Quadro 8.
Quadro 8: Paroxítonos terminados em “u”
COMO ERA COMO FICOU
baiúca. baiuca.
feiúra. feiura.
Fonte: a autora.
Atenção! Essa regra não se aplica aos vocábulos proparoxítonos, como em: 
maiúsculo.
Não se usa mais o acento nos encontros vocálicos “eem” e "oo(s)", vejamos:
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E42
Quadro 9: Encontros vocálicos como: “eem” e “oo(s)”
COMO ERA COMO FICOU
abençôo. abençoo.
vôos. voo.
crêem(verbo crer). creem.
dêem (verbo dar). deem.
Fonte: a autora.
Alguns vocábulos paroxítonos, quando no plural, passam a proparoxítonos. 
Atente-se ao Quadro 10.
Quadro 10: Formas dos vocábulos paroxítonos no plural
SINGULAR (PAROXÍTONO) PLURAL (PROPAROXÍTONO)
açúcar. açúcares.
âmbar. âmbares.
cônsul. cônsules.
Fonte: a autora.
Atenção! Os vocábulos paroxítonos terminados em ditongo nasal representados 
por “em” ou “ens” não recebem acento como em: item, hifens.
O novo acordo ortográfico, aluno(a), provocou algumas mudanças em rela-
ção aos acentos de alguns vocábulos. Assim, atente-se ao Quadro 11.
Quadro 11: Acento diferencial
COMO ERA COMO FICOU
pára (verbo). para (preposição). para.
pêlo (substantivo). pelo (preposição). pelo.
pólo (substantivo). polo (preposição). polo.
Fonte: a autora.
Atenção! Permanece o acento diferencial em: 
 ■ Pôde (verbo no pretérito perfeito do indicativo - 3ª pessoa do singular).
 ■ Pode (verbo no presente do indicativo- 3ª pessoa do singular).
 ■ Pôr (infinitivo pessoal - 1ª e 3ª pessoas do singular).
 ■ Por (preposição).
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
43
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” 
e “vir” e seus derivados como: manter, deter, conter, convir, intervir, advir. A 
esse respeito, atente-se ao Quadro 12.
Quadro 12: Acento diferencial em verbos como “ter”e “vir”
SINGULAR (3ª PESSOA, PRESENTE DO 
INDICATIVO)
PLURAL (3ª PESSOA, PRESENTE DO 
INDICATIVO)
tem. têm.
vem. vêm.
mantém. mantêm.
convém. convêm.
Fonte: autora.
O uso do trema presente no “u” dos grupos “gu” e “ qu” antes de “e” ou “i” foi 
suprimido dos vocábulos em português ou aportuguesados. Vejamos alguns 
exemplos destacados no Quadro 13.
Quadro 13: Uso do trema
aguentar. frequência. sequela.
arguição. linguista. sequestro.
bilíngue. liquidação. sociolinguística.
cinquenta. pinguim. subsequente.
consequência. sanguíneo. tranquilizar.
equidistância. seriguela. tranquilo.
Fonte: a autora.
Atenção! Permanece o uso do trema em nomes próprios como em “Müller”, 
“Bündchen”, por exemplo.
Monossílabos átonos e tônicos
Conforme a intensidade com que os vocábulos são pronunciados em um enun-
ciado, denominam-se átonos ou tônicos.
O monossílabo átono é aquele que não tem acento próprio, assim ele neces-
sita apoiar-se na palavra que vem antes ou depois. Sua pronúncia é fraca. Segundo 
Bueno (2014), os monossílabos átonos no PB são: 
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E44
 ■ artigos: o(s), a(s), um, uns, uma, umas.
 ■ pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o , a, os, as, lhe, lhes, nos, vos.
 ■ pronomes relativos: que, qual.
 ■ preposições: a, com, de, em, por, sem, sob.
 ■ conjunções: e, ou, que, se, mas, nem.
Bueno (2014) explica que os monossílabos tônicos têm acento próprio, isto é, 
eles têm autonomia fonética no enunciado. Vejamos:
 ■ substantivos ou adjetivos como: lar, fé, bom, etc.
 ■ pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, nós, vós.
 ■ pronomes possessivos: meu, teu, seu.
 ■ advérbios: não, tão.
 ■ formas verbais: é, há, põe.
Ortoépia e Prosódia 
Conforme o contexto de uso, muito variável é a pronúncia das palavras. Por 
exemplo, como você, aluno(a), pronuncia a vogal inicial nas palavras “ossos” e 
“ovos”? Com o som de /ó/ aberto ou com som de /ô/ fechado? Como você pro-
nuncia o vocábulo [nobel]? Seria com mais ênfase à sílaba [no] ou à sílaba [bel]? 
(CEREJA & MAGALHÃES, 2013, p.59). Os estudos da fonética e da fonologia 
Bueno(2014) argumenta que, independentemente, ou não, de sua 
autonomia fonética, o monossílabo pode aparecer como tônico ou átono, 
conforme o contexto de uso. Vejamos este exemplo: Você pensou em quê? 
(tônico); Que é isso? (átono). 
Fonte: adaptada de Francisco da Silveira Bueno (2014, p.34).
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
45
denominam esses fenômenos de ortoépia e prosódia.
 ■ Ortoépia: diz respeito à pronúncia adequada dos fonemas e das palavras, 
conforme o modelo padrão do PB.
 ■ Prosódia: preocupa-se com a acentuação e entonação adequada dos vocá-
bulos, conforme o modelo padrão do PB.
Ortoépia
Para dar conta de explicar esses desideratos fonéticos, dentre tantos outros, 
vejamos algumas palavras que podem oferecer dúvida quanto à pronúncia dos 
fonemas ou vocábulos (ortoépia), conforme a norma-padrão do PB. Bueno 
(2014) apresenta uma lista com os desvios de ortoépia mais comuns em relação 
ao modelo padrão do PB. 
Um dos desvios de ortoépia destacados por Bueno (2014) diz respeito à 
vogal tônica “e” que tem um timbre fechado /ê/ em vocábulos como “almejo” 
(v), “bocejo”, “farejo” (v), “festejo” (v), “manejo” (v), etc.
O timbre da vogal tônica “o” é fechado /ô/ em palavras como - “bodas”, 
“controle”, “crosta”, “desporto”, “filantropo”, “torpe”. O timbre do “o” é aberto /ó/ 
como em “inodoro”, “moda”, “poda”, etc.
Bueno (2014) explica-nos que há situações em que a supressão de fonemas 
é adequada, ou não, assim, convém esclarecer-lhe essas situações. 
 ■ uso adequado: cabeleireiro, mesmo, meteorologia, problema, reivindi-
car, superstição, tireoide.
 ■ uso inadequado: “cabelereiro”, “memo”, “meterologia”, “poblema”, “revin-
dicar”, “supertição”, “tiroide”.
Quanto ao acréscimo de fonemas, Bueno (2014) adverte-nos que é inadequado 
o uso de palavras como:
 ■ “abissurdo” em oposição à “absurdo”, “beneficiência” em oposição à “bene-
ficência”, “carangueijo” em oposição à caranguejo, opitar em oposição a 
optar, etc.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E46
Acerca da substituição de fonemas, Bueno (2014) explica-nos que é adequado 
o uso de “abóbada” e não “abóboda”, “bueiro” e não “boeiro”, “eletricista” e não 
“eletrecista”, “privilégio” e não “previlégio” “tóxico” e não “tochico”.
No que diz respeito à troca de posição de fonemas, Bueno (2014) esclarece-
-nos que é inadequado o uso da palavra “cardeneta” em oposição à “caderneta”, 
“largato” em oposição a “lagarto”, “metereologia” em oposição à “meteorologia”.
Quanto à “banalização” dos fonemas, Bueno (2014) explica-nos que é ade-
quado a pronúncia como “bugiganga” e não “buginganga”, “mendigo” e não 
“mendingo”, “sobrancelha” e não “sombrancelha”.
Importa destacar algumas particularidades em relação ao plural metafô-
nico das palavras. A esse respeito, Bueno (2014) esclarece-nos que palavras do 
gênero masculino, quando no singular, são pronunciadas com o fonema /o/ com 
timbre fechado (ô), contudo, ao flexionar essas palavras para o plural, esse tim-
bre será aberto (ó). Vejamos estes exemplos!
 ■ Singular(ô): aeroporto, corpo, fogo, forno, osso, socorro, tijolo.
 ■ Plural(ó): aeroportos, corpos, fogos, fornos, ossos, socorros, tijolos.
Bueno (2013, p.38) explica-nos “que os adjetivos terminados em oso, também, 
apresentam plural metafônico.”
Exemplo: (Singular) gostoso com timbre fechado da vogal (ô) e timbre 
aberto da vogal (ó) no plural. 
Palavras femininas mantêm o mesmo timbre vocálico tanto no singular 
quanto no plural.
Exemplo: singular /plural: folha(ô). 
O plural metafônico não aparece em nomes próprios.
Exemplo: singular/plural: Veloso(ô).
Até aqui, neste estudo, preocupei-me em oferecer-lhe particularidades em rela-
ção às pronúncias adequadas de alguns vocábulos, conforme o modelo padrão 
do PB, isto é, preocupei-me com os estudos da ortoépia. Na sequência, aborda-
remos os estudos da prosódia.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
47
Prosódia
Callou & Leite (2003) explicam-nos que há um conjunto de fonemas dos quais 
derivam tipos de acentos, padrões entoacionais que são estudados sob o rótulo 
da prosódia. Essas autoras argumentam que o acento de intensidade (tônico), por 
exemplo, tem uma função distintiva em vocábulos como: “sábia”, “sabia”, “sabiá”. 
Quanto aos padrões entoacionais, têm um papel distintivos no PB, ao distinguir 
uma frase declarativa de uma interrogativa (CALLOU & LEITE, 2003, p.32).
Bueno (2014) argumenta que falantes não familiarizados com a norma-pa-
drão do PB podem cometer desvio de prosódia:
[...] transformar uma palavra oxítona em paroxítona ou paroxítona em 
proparoxítona acarreta esse tipo de desvio. Essa inadequação da acen-
tuação tônica em uma palavra recebe o nome de silabada. (BUENO, 
2014, p.38)
A esse respeito, Bechara (2009) explica que prosódia é a parte da fonética que 
diz respeito à correta acentuação e entonação dos fonemas, conforme a norma-
-padrão da língua. 
Com base nessas acepções sobrea prosódia, abordaremos essa função fonê-
mica a partir de estudos, especificamente, de uma relação apresentada por Bueno 
(2014), de alguns vocábulos que oferecem dúvida quanto à acentuação adequada, 
isto é, quanto à posição da sílaba tônica.
Diante disso, aluno(a), importa destacar a você a necessidade de voltar aos 
conceitos sobre o vocábulos oxítonos, paroxítonos e proparoxítonos, a fim de 
que saiba um pouco mais sobre a prosódia.
 ■ São oxítonos os vocábulos como: cateter, condor, hangar, mister, Nobel, 
recém, refém, ruim (BUENO, 2014, p.38).
 ■ São paroxítonos os vocábulos: austero, avaro, barbárie, batavo, caracteres, 
clímax, decano, estalido, estratégia, filantropo, fluido, fórceps, fortuito, 
gratuito, ímpio, index, meteorito, necropsia, ônix, pudico, recorde, 
rubrica, sótão, táctil, têxtil. (BUENO, 2014, p.39)
 ■ São proparoxítonos os vocábulos: ágape, alcoólatra, álibi, antídoto, 
bígamo, êxodo, idólatra, leucócito, munícipe, ômega, pégaso, protótipo. 
(BUENO, 2014, p.39)
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E48
ORTOGRAFIA 
A parte da fonologia que se ocupa de questões notacionais da língua é a orto-
grafia. A esse respeito, leiamos esta definição de Bueno (2014):
[...] do gregro orthos- correto e graphia-escrita, a ortografia é a parte da 
gramática que trata da escrita correta das palavras e que define normas 
para que os sinais diacríticos (São os sinais gráficos) e de pontuação 
sejam empregados em sua escrita. (BUENO, 2014, p.44, grifo do texto 
original)
Pela exposição do autor acima (ressalto que o comentário entre parênteses foi 
de minha autoria, a fim de facilitar-lhe a leitura), podemos compreender que 
a ortografia diz respeito a um conjunto de regras da gramática normativa que 
estabelece a escrita adequada dos vocábulos. Neste tópico, nos ocuparemos de 
algumas orientações ortográficas do PB, mas, antes, importa retomarmos algu-
mas informações sobre o alfabeto do Português Brasileiro.
Segundo Bechara (2009), o alfabeto da língua portuguesa é composto por 
vinte e seis letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. 
Essas letras que representam graficamente os sons, sejam sozinhas ou combina-
das com outras letras, formam outros fonemas e palavras.
Bueno (2014) explica-nos que os fonemas são responsáveis pela formação 
das palavras as quais comportam diferentes sinais gráficos os quais possibilitam 
a grafia e a pronúncia adequada dos vocábulos.
A pronúncia e a grafia do nosso sistema ortográfico nem sempre se equivalem 
e, essa não equivalência, pode gerar dúvidas em relação ao momento da escrita. 
Por essa razão, com o objetivo de auxiliar-lhe e instrumentalizar-lhe quanto ao 
plano da escrita, convém conhecer ou revisar algumas regras ortográficas, con-
forme o modelo padrão do PB. 
Alertamos que este estudo não tem a pretensão de abarcar todo o complexo 
ortográfico do nosso PB, mas sim de servir-lhe como ponto de partida para os 
estudos sobre a organização fonológica na expressão escrita. Nesse sentido, suge-
rimos que você vá além e pesquise em gramáticas normativas um pouco mais 
sobre as questões notacionais da língua.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
49
Orientações ortográficas
Casos especiais
Segundo Bechara (2009), a letra H não é uma consoante legítima, mas sim um 
símbolo, uma vez que sua origem tem explicações etimológicas e tradicionais da 
língua. Assim, essa letra não representa um fonema quando aparece no início ou 
fim dos vocábulos. (BUENO, 2014, p. 44) Vejamos alguns empregos da letra H:
 ■ Emprego do H no início dos vocábulos. Exemplos: Hoje (do latim hodie), 
herói (do grego héros).
 ■ O emprego do H é usado no fim ou no começo de algumas interjeições 
como : ah!, ih!, hein!, hum!, etc.
Emprego das letras O, U e E ou I.
Bueno (2014) alerta-nos que a distinção entre os segmentos vocálicos O, U, 
E e I não possui nitidez na pronúncia, e esse fator pode gerar dúvidas em rela-
ção ao plano da escrita. Esse autor apresenta uma relação de alguns vocábulos 
que oferecem dúvida em suas grafias. Vejamos!
 ■ Escrevem-se com a vogal O, vocábulos como: abolir, amêndoa, bússola, 
chover, engolir, explodir, focinho, goela, lombriga, mágoa, mochila, névoa, 
nódoa, polenta, polir, topete, tossir, zoada (BUENO, 2014, p. 45).
 ■ Escrevem-se com a vogal U, vocábulos como: acudir, bueiro, cúpula,-
cutucar,embutir, entupir, jabuticaba, lóbulo, louco, pirulito rebuliço, 
regurgitar, tábua, urticária (BUENO, 2014, p. 45).
 ■ Escrevem-se com E, vocábulos como: aéreo, área, arrepiar, beneficente, 
cadeado, catecismo, confete, desperdiçar, destilar, embutir,engolir, 
estrear, mexerica, náusea, paletó, periquito, recreativo, seringa, umede-
cer. (BUENO, 2014, p. 46)
 ■ Escrevem-se com I, vocábulos como: ansiar, artimanha, cerimônia, cor-
rimão, crânio, crioulo, dilatar, disfarce, escárnio, esquisito, incinerar, 
pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, vizinho (BUENO, 2014, p. 46).
Muito possivelmente, você já ouviu falar em palavras parônimas. Bueno (2014) 
explica-nos que essas palavras têm uma grafia e pronúncia que são parecidas, 
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E50
contudo com significados diferentes! Para não ficar dúvidas quanto à escrita das 
parônimas, atente-se a estes exemplos: 
 ■ comprimento(extensão) em oposição a cumprimento(saudação).
 ■ soar (emitir som) em oposição a suar (transpirar).
 ■ delatar (denunciar) em oposição a dilatar ( aumentar).
 ■ descrição (ato de escrever sobre algo ou alguém) em oposição à discri-
ção (modéstia).
 ■ despensa (ambiente para guardar provisões) em oposição à dispensa 
(desobrigação).
 ■ emigrante (aquele(a) que saiu do seu país de origem) em oposição a imi-
grante (aquele(a) que entra em um país diferente do seu de origem).
 ■ Emprego das letras C, Ç, S, SS, SC, (SÇ), XC, X.
Bueno (2014) esclarece-nos que o fonema/s/ pode ser representado pelas letras: 
C, Ç, S, SS, SC, (SÇ), XC, X. Diante disso, é comum surgirem dúvidas nos vocá-
bulos que utilizam essas letras. Esse autor apresenta alguns casos como:
1. Empregam-se as letras C, Ç:
 ■ em vocábulos de origem Tupi e africana como: açaí, Araçá,caçula, cacimba, 
miçanga,Iguaçu, Piracicaba.
 ■ após ditongos como: calabouço, coice, feição, louça, refeição.
2. Emprega-se a letra S:
 ■ Em substantivos derivados de verbos com as terminações nder, ndir e pelir 
como: pretender (de pretensão), expandir (de expansão), dentre outros.
 ■ nas formas verbais de pôr e seus compostos e a forma verbal querer como: 
pus, compus e quis.
 ■ nos sufixos ês e ense como: camponês, palmeirense.
3. Empregam-se as letras SS:
 ■ nos substantivos derivados de verbos terminados em eder e edir como: 
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
51
concessão (de conceder), progresso (de progredir).
 ■ em vocábulos com prefixo terminados em vogal com a palavra seguinte 
iniciada por /s/ como: a + segurar= assegurar, de + semelhança= desse-
melhante, pré + supor= pressupor.
4. Empregam-se as letras SC, (SÇ), XC:
 ■ entre vogais de alguns vocábulos por razão etimológica como: disciplina, 
crescer, fascinar, exceção, excelente, dentre outros.
5. emprega-se o X:
 ■ em alguns vocábulos por razão etimológica como: auxílio, próximo, texto, 
trouxe, dentre outros.
 ■ S, Z e X, quando empregá-las?
Segundo Bueno (2014), o fonema /z/ pode ser representado pelas letras s, z e x. 
Vejamos alguns exemplos levantados por esse autor.
1. Emprega-se a letra S:
 ■ nos adjetivos com sufixo oso e osa, como: ansioso, delicioso etc.
 ■ em derivações de palavras primitivascom s, como: atrás, atrasado, cor-
tesia pesquisa etc. (exceto catequizar).
 ■ em nomes que terminam em ês (gênero masculino) esa (gênero femi-
nino), como: freguês, freguesa, camponês, camponesa etc.
 ■ em adjetivos que indicam títulos de nobreza, profissão ou origem como: 
duquesa, poetisa, japonesa.
 ■ em verbos terminados pelo sufixo isar derivados de vocábulos primitivos 
com s, como: paralisar (de paralisia), alisar (de liso) etc.
 ■ após ditongos, como: aplauso, coisa etc.
 ■ em diminutivos com sufixo inho de vocábulos primitivos com s, como: 
casinha (de casa), rosinha (de rosa) etc.
 ■ nas formas verbais de pôr e compostos e a forma verbal querer, como: 
pusemos, compusemos, quisemos etc.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E52
2. Emprego da letra Z:
 ■ em derivações primitivas escritas com z, como em: ajuizado (de juiz) 
esvaziar (de vazio).
 ■ nos sufixos ez e eza que formam adjetivos e substantivos abstratos, como: 
beleza (de belo) maciez (de macio) etc.
 ■ em verbos formados com o sufixo izar por substantivo ou adjetivo se 
o vocábulo primitivo não apresentar s: canaliza(de canal), atualizar(de 
atual), realizar(de real).
 ■ nos diminutivos com o sufixo zinho, se o vocábulo primitivo não apre-
sentar s: pezinho(de pé), pãozinho(de pão) etc.
 ■ em verbos terminados em uzir, como: conduzo(de conduzir), deduzi-
mos(de deduzir) etc.
3. Emprega-se a letra X:
 ■ em vocábulos que iniciam com a letra e derivados, como: exemplar(de 
exemplo), exatamente(de exato) etc.
Quando empregar o X e CH?
Bueno (2014) explica-nos que o fonema /ch/ é representado pelas letras x e ch. 
Vejamos alguns casos, conforme levantados por esse autor.
1. Emprega-se a letra x:
 ■ após ditongo, como: caixa.
 ■ após a sílaba com inicial en, como: enxaqueca, enxoval etc. (exceção para 
encharcar, encher e derivados).
 ■ em palavras de origem africana, ou indígena como: abacaxi, faxina, orixá, 
xará etc. 
 ■ outros casos por convenção ou razão etimológica, como: xampu, lixo, 
faxina etc.
2. Emprega-se o dígrafo /ch/:
 ■ em alguns casos por razão etimológica, como: chuchu, flecha etc.
Fonética E Fonologia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
53
Emprego das letras CC, CÇ e X do fonema /ks/, conforme Bueno (2014):
 ■ empregam-se as letras cc em vocábulos como: confeccionar, friccionar.
 ■ empregam-se as cç em vocábulos como: confecção, fricção, convicção etc.
 ■ emprega-se a letra x em vocábulos como: anexo, conexão, léxico etc.
Quando usar o G ou J ?
Conforme Bueno (2014), o fonema /j/ pode ser representado pelas letras 
“g” e “j”. Esse autor esclarece-nos que os vocábulos podem ser escritos com uma 
dessas duas letras de acordo com a sua origem. Vejamos alguns exemplos levan-
tados por Bueno.
1. emprego da letra g:
 ■ em vocábulos derivados de outras já escritas com g, como: agiota (de 
ágio), engessar (de gesso) etc.
 ■ em vocábulos terminados com ágio, égio, ígio, ógio, úgio, como: pedá-
gio, colégio, prodígio, refúgio.
 ■ em substantivos terminados em agem, igem e ugem, como: garagem, ori-
gem, ferrugem.
2. emprego da letra j:
 ■ em vocábulos derivados de outros já escritos com j, como: ajeitar (de 
jeito), varejista (de varejo).
 ■ em vocábulos de origem Tupi, como: jerimum, jiboia, jiló, pajé.
 ■ Emprego das Letras K,W e Y:
 ■ De acordo com Bueno (2014), empregam-se em abreviaturas, símbolos 
de uso internacional como: kg para quilograma; km para quilômetro; w 
para watt e y para o símbolo da incógnita em matemática.
 ■ Empregam-se em vocábulos estrangeiros não aportuguesados como 
smoking, marketing, show, hobby, dentre outros.
 ■ em nomes próprios não aportuguesados como: Shakespeare, Darwin, 
Mickey, dentre outros.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E54
Caro aluno(a), até aqui, neste tópico, nos ocupamos de algumas orientações 
relacionadas ao sistema ortográfico do PB. Para isso, lancei mão da gramática 
normativa em seus aspectos prescritivos como regras, a partir de parâmetros 
da norma-padrão. No tópico que segue, além da gramática estrutural, os pró-
ximos assuntos terão, também, como base, a gramática normativa, contudo em 
seu aspecto descritivo, a fim de oferecer-lhe conhecimentos sobre a ciência da 
Morfologia.
ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS
Antes de iniciar o nosso percurso pela estrutura interna dos vocábulos, vamos 
refletir sobre este pensamento: “[...] se, porém, ao homem comum é suficiente 
dominar a língua para comunicar-se, ao estudioso dessa língua satisfaz dissecar 
o objeto (língua, termo inserido pela autora) e desvendar o segredo de sua fun-
cionalidade”. (ZANOTTO, 2001, p. 16)
Pois bem, pelas palavras desse autor, destaco, aqui, a importância de sua apro-
ximação frente à ciência da Morfologia, não apenas na condição de estudante da 
língua portuguesa, mas também, na condição de futuro professor dessa língua.
Importa destacar a você, aluno(a), algumas observações sobre as letras ‘k’, ‘y’ 
e ‘w’ incorporadas ao nosso alfabeto com a reforma ortográfica de 2009. A 
esse respeito, vejamos esta explicação de Cereja e Magalhães (2013):
A letra k equivale sempre ao fonema /k/. Já as letras y e w podem represen-
tar diferentes fonemas. A letra y desempenha a função de fonema vocálico 
/i/, em palavras como whisky ou hobby, de fonema semivocálico /y/, em pa-
lavras como motoboy; e de ditongo /ay/, em palavras como Byron. A letra w, 
por sua vez, desempenha a função de fonema consonantal /v/, em palavras 
como Wagner, de vogal /u/, em palavras como William; e de semivogal /w/, 
em palavras como windsurf ou download.
Fonte: William Roberto Cereja & Thereza Cochar Magalhães. (2013, p. 55)
Estrutura Dos Vocábulos
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
55
ELEMENTOS MÓRFICOS
Os elementos mórficos ou morfemas constituem o vocábulo, no “âmbito” da 
Morfologia. Os morfemas são unidades menores indivisíveis que, obrigato-
riamente, possuem significado e funções. Por exemplo, a palavra “língua” é 
constituída por unidades menores que portam significado, contudo, se isolarmos 
parte dessa palavra como: /l/, /i/, /n/, /g/, /u/, /a/ ou em sílabas como: lín- gua, 
em uma ou outra forma de segmentação, essas unidades não são portadoras de 
significação (Os termos “significado” e “significação” são tomados neste contexto 
de forma intercambiável). Sobre o conceito de morfema, leiamos esta explica-
ção de Bueno (2014):
[...] o morfema é a menor unidade linguística significativa que forma 
uma palavra. [...] O morfema pode ser constituído por uma única pala-
vra, que é indivisível em unidades menores de significado, como fé, lã, 
rã, pó, luz, mar,etc. [...] No entanto, é preciso atenção para não confun-
dir morfema com palavra . O morfema não ocorre sozinho, ele é parte 
de uma palavra; já a palavra sozinha, pode constituir um enunciado. 
(BUENO, 2014, p.78)
Pelo exposto acima, podemos compreender que morfema é uma unidade mór-
fica a qual pode coincidir, mas não confundir com uma palavra, nem com uma 
sílaba, nem com um fonema. Do ponto de vista do significado, Zanotto (2001, 
p. 29) propõe a divisão dos morfemas em:
1. Morfemas lexicais: São portadores da significação básica dos vocá-
bulos. Essa significação está contida na raiz do vocábulo, ou seja, man-
tém o seu traço semântico em todas as estruturas que ocorrem como: 
norma, normal, anormal.
2. Morfemas gramaticais: Dizem respeito às funções gramaticais dos 
vocábulos. Zanotto (2001) explica-nos que, conforme as funções desses 
morfemas, subdividem-se em:
a. morfemas derivacionais: cumprem a função de formar novas palavras 
como os afixos, subdivididos em prefixos e sufixos.
b. morfemasflexionais: são responsáveis pelas flexões de tempo, de 
modo, de número, de pessoa nos verbos e de gênero e número nos no-
mes (Conforme Câmara Jr. (2008) denomina-se “nomes” os substanti-
vos e adjetivos).
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E56
c. morfemas classificatórios: são responsáveis pela divisão dos vocábu-
los em categorias como: vogal temática, seja para os elementos verbais, 
seja para os nominais.
Como podemos evidenciar, para estudarmos a estrutura interna dos vocábu-
los, nos ocupamos, basicamente, dos elementos mórficos com: raiz/ radical, 
vogal temática, tema, afixo (prefixo e sufixo), desinência (nominal e verbal). 
Examinaremos, a seguir, com mais profundidade, cada um desses elementos, 
iniciando pela caracterização da raiz / radical. 
Raiz/Radical
Segundo Saussure (1972, p. 255), citado por Zanotto (2001), “chama-se raiz o ele-
mento irredutível e comum a todas as palavras duma família”. Em outros termos, 
podemos entender que raiz é a parte nuclear de significado de uma palavra que 
se repete em todas as estruturas que ocorre como em: Letra, Letrado, Letreiro, 
por exemplo. Assim, segundo Saussure, do ponto de vista histórico (diacrônico), 
o elemento irredutível (entenda o elemento que encerra a significação funda-
mental de todo o conjunto lexical) e comum é “Letr”, portanto, raiz, desse grupo 
lexical, pois, para os estudos diacrônicos, o significado e a forma são essenciais 
no conceito de raiz.
Zanotto (2001) esclarece-nos que, do ponto de vista sincrônico, a raiz e o radi-
cal se equivalem, por exemplo, “LIVR” é a raiz ou radical de LIVRo, LIVReiro, 
LIVRaria e das demais palavras cognatas, ou seja, da mesma família morfoló-
gica. Vejamos a série de cognatos, abaixo, para exemplificação desse morfema.
1. TRISTe, TRISTeza, enTRISTecer.
2. TERRa, TERRinha, enTERRar.
Pela série acima, podemos acrescentar à raiz ou radical (representados por letras 
em caixa alta) sucessivos sufixos (como: “eza” e “ecer” e ou prefixos (como: “en”), 
por exemplo. Ao acrescentarmos um afixo, o radical será secundário, se acres-
centarmos dois, terciário, se três, quaternário. Para um melhor entendimento a 
esse respeito, observe o Quadro 14.
Estrutura Dos Vocábulos
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
57
Quadro 14: Graus da Raiz/Radical
VOCÁBULO
RAIZ/ RADICAL 
PRIMÁRIOS
RAIZ/RADICAL 
SECUNDÁRIOS
RAIZ/RADICAL 
TERCIÁRIOS
RAIZ/RADICAL 
QUATERNÁRIOS
infelicitar FELIC- inFELIC- inFELICit- InFELICitar
nacionaliza-
ção
NACIO- NACIOnal- NACIOnaliz- NACIOnaliza-
ção
Fonte: adaptada de Normelio Zanotto (2001).
Como podemos observar, aluno(a), chega-se à raiz/Radical eliminando os afi-
xos (prefixos e sufixos), as desinências e a vogal temática. Diante do exposto, 
podemos entender que Raiz/Radical diz respeito ao morfema comum a todas as 
palavras cognatas, ou seja, da mesma família lexical. 
Ressaltamos que, neste estudo sobre os morfemas raiz e radical, tomamos o 
ponto de vista sincrônico, para que você possa descobrir a estrutura formal e os 
constituintes de cada palavra, por acreditarmos que, para entendermos o fun-
cionamento da estrutura linguística, partimos do radical e não da determinação 
da raiz, como argumenta Rocha Lima (2003). Passaremos a seguir ao estudo da 
vogal temática.
Vogal temática
Segundo Macambira (1991), vogal temática diz respeito ao morfema que tem a 
função de preparar o radical de uma palavra para que ela possa receber outros 
elementos mórficos. Vamos analisar a palavra “Livros” para exemplificar a fun-
ção desse morfema, conforme a Figura 8.
Figura 8: Vogal temática
Fonte: a autora.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E58
Pelo exemplo acima, na palavra “livros’, a vogal temática “o”, cumpre a função de 
preparar o radical “Livr-” para receber, por exemplo, a desinência “s” que indica 
o plural. Diante do exposto, aluno(a), podemos compreender que a vogal temá-
tica, ao lado do radical, será, no PB, o elemento indicador do tema, permitindo 
ao radical a inserção de elementos derivacionais e flexionais.
Em verbos, a vogal temática agrupa-se, indicando-lhes a qual conjugação 
pertencem:
 ■ verbos de vogal temática, “a” indica a primeira conjugação como em: 1ª 
conjugação como em começamos (começar).
 ■ verbos de vogal temática “e”, indica a 2ª conjugação como em comemos 
(comer).
 ■ verbos de vogal temática ”i” , indica a 3ª conjugação como em coloríssi-
mos (colorir).
Em nomes, há três vogais temáticas. Vejamos:
 ■ a como em casa, folha.
 ■ e como em presente, alegre.
 ■ o como em carro, alto.
Bueno (2014) esclarece-nos que há nomes que não possuem vogal 
temática, consequentemente, nem tema. Assim, são denominados de 
atemáticos. São atemáticos os oxítonos terminados em vogal ô,ó,ê,é,á,ã,i. 
Exemplos: capô, paletó, dendê, jacaré, alvará, irmã, bisturi, bauru. As 
consoantes terminadas em “l” e ”r” não apresentam vogal temática, como 
mal/males, mar, mares, vez, vezes etc. 
Fonte: Francisco da Silveira Bueno. (2014, p. 42)
Estrutura Dos Vocábulos
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
59
Tema
Como vimos no tópico anterior, o radical e a vogal temática, juntos, formam o 
tema, cuja função será servir de base para o acréscimo das desinências. Exemplo: 
sent (radical) + a (vogal temática) = senta (tema).
Afixos
Afixos são elementos mórficos que se agregam ao radical, alterando-lhe o sentido 
e formando novas palavras. Henriques (2007) explica-nos que no PB os prefixos 
são colocados antes do radical e sufixos, após o radical. Veja na Figura 9, a seguir:
Figura 9: Afixos
Fonte: a autora.
Atenção! Os afixos podem mudar a classificação de uma palavra como feliz 
(adjetivo), felicidade (substantivo), bem como mudar o sentido de uma palavra 
como feliz para infeliz ou, ainda, os afixos podem acrescentar uma ideia como 
em lugar para lugarejo (BUENO, 2014, p. 81).
Desinências
São os elementos mórficos que se agregam ao radical para indicarem as flexões 
das palavras. As desinências podem ser:
 ■ nominais: indicam o gênero (masculino e feminino) e o número (singu-
lar e plural) dos nomes (substantivos e adjetivos). Vamos aos exemplos, 
na Figura 10.
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E60
Figura 10: Desinências nominais
Fonte: a autora.
 ■ verbais: indicam o tempo (presente, passado e futuro), o modo (indica-
tivo, imperativo, subjuntivo), a pessoa (eu, tu, ele, nós, vós, eles, você, a 
gente dos verbos). Observe estes exemplos, na Figura 11:
Figura 11: Desinências verbais
Fonte: a autora.
Vogais e consoantes de ligação: existem?
Bueno (2014) explica-nos que as vogais e consoantes de ligação, eventual-
mente, denominadas de infixos aparecem no interior dos vocábulos com 
função de facilitar-lhes a pronúncia. Dessa forma, não constituem morfe-
mas, porque são desprovidas de significação. 
Existe vogal de ligação em: paris + i + ense = parisiense.
Há consoante de ligação em: mamadeira, chaleira, cafeteira.
Fonte: adaptada de Francisco da Silveira Bueno. (2014)
Processo De Formação Dos Vocábulos
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
61
PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS VOCÁBULOS
Conforme Henriques (2007), são dois os principais processos de formação dos vocá-
bulos no PB, como a Derivação e a Composição.
1. Derivação: diz respeito ao processo pelo qual novas palavras são formadas 
a partir de outras já existentes. O processo de derivação pode ser:
 ■ derivação prefixal ou prefixação: ocorre quandohá o acréscimo como em: 
contra (prefixo) + por (radical) = contrapor.
 ■ derivação sufixal ou sufixação: ocorre quando há o acréscimo de um sufixo 
ao radical como em: carro (radical) + oça (sufixo) = carroça.
 ■ derivação parassintética ou parassíntese: ocorre quando há o acréscimo 
de um prefixo e um sufixo, simultaneamente, a um radical como em: a (pre-
fixo) + noit (radical) + cer (sufixo) = anoitecer.
 Aluno(a), importa destacar, que se os acréscimos dos afixos não ocorrem ao mesmo 
tempo, não caracteriza a parassíntese, pois esse processo requer o acréscimo da 
prefixação e sufixação ao radical, simultaneamente, uma vez que, se eliminarmos, 
por exemplo, qualquer um dos afixos da palavra em pobre (radical) + cer (sufixo) 
= pobrecer, teríamos uma palavra inexistente no PB como explica (CEREJA & 
MAGALHÃES, 2013, p.103).
 ■ derivação regressiva: ocorre quando há a redução de elementos (sufixos, 
desinências) da palavra primitiva como em: combater para combate ou 
estudar para estudo.
 ■ derivação imprópria: ocorre quando há mudança na classe gramatical da 
palavra, sem que sua forma se altere. Exemplo: “O jantar está servido”, jan-
tar é verbo e torna-se substantivo sem alteração de sua forma.
2. Composição: nesse processo, as palavras são formadas a partir da junção 
de dois ou mais radicais. A composição pode ser:
 ■ Justaposição: ocorre quando há a união de dois ou mais radicais sem altera-
ção em sua estrutura como em: couve-flor (couve + flor), pernalonga (perna 
+ longa), girassol (gira + sol).
 ■ Aglutinação: ocorre quando há perda ou adaptação fonética em algum dos 
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E62
radicais que se unem como em: alvinegro (alvo + negro), ocorreu a muta-
ção vocálica.
 ■ Hibridismo: ocorre quando há formação de palavras por meio de elementos 
de línguas diferentes como em: crono (radical grego) + metro (radical grego) 
+ cronômetro, automóvel (grego + francês), burocracia (francês + grego).
 ■ Onomatopeia: formação de palavras pela tentativa da imitação de sons ou 
vozes dos seres como em: tique-taque, blá, blá, blá, fom, fom etc.
Casos especiais 
1. Abreviação: ocorre quando há a redução de um vocábulo, geralmente longo, 
por comodidade expressiva como: moto(motocicleta), “preju”(prejuízo), “fla-
gra”(flagrante), foto(fotografia), cine(cinema) etc.
2. Siglas: a partir das siglas, outras palavras podem ser formadas como: IBOPE 
(Instituto Brasileiro de Opinião Pública), siglas estrangeiras, também podem 
dar origem a novas palavras como: CD (compact disc), AIDS (acquired immu-
nological deficiency syndrome).
3. Estrangeirismo: é o emprego de palavras, expressões ou construções alheias 
ao idioma, tomadas por empréstimos de outra língua como em: leasing, 
marketing, shopping, delivery etc.
Há, também, o processo de formação de uma palavra por prefixação e sufi-
xação. Nesse processo, note, aluno(a), que a simultaneidade não é condição 
para a formação de uma nova palavra. Observe, por exemplo, que na palavra 
“deslealdade” os acréscimos dos afixos (des) ou (dade) ao radical leal não 
precisam ser acrescidos à palavra base ao mesmo tempo, pois, se eliminar-
mos, por exemplo, o prefixo (des), teríamos “lealdade”, palavra existente no 
PB, de igual maneira, se eliminarmos o sufixo (dade), teríamos “leal”, tam-
bém, uma palavra existente no nosso idioma.
Fonte: a autora.
Processo De Formação Dos Vocábulos
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
63
4. Neologismo: são palavras novas, não dicionarizadas ou recém dicionari-
zadas, tomando como referência o léxico oficial da língua. Assim, sempre 
que o falante considerar necessário, palavras podem nascer como: “macha-
diar” (refere-se ao ato de ler Machado de Assis), “camoniar” (ler Camões), 
“bebemorar” (ato de beber + comemorar), “facebookear” (ato de navegar 
pela plataforma de relacionamento do facebook, tuiteiro (do microblog twit-
ter) dentre tantos outros neologismos.
Convém destacar, aluno(a), que mesmo que baseados em nomes estrangeiros, as 
novas palavras obedecem às regras do PB. No caso de "tuiteiro", o processo foi o 
de acrescentar o sufixo “eiro”, próprio para formar termos que designam uma fun-
ção, uma profissão.
Norma culta, Norma- padrão: há diferença?
Faraco (2008) explica-nos que há uma confusão recorrente, não só no dis-
curso universitário, mas também no discurso da mídia sobre os conceitos 
de norma culta e norma-padrão. As esferas envolvidas nessa discussão acre-
ditam que os dois vocábulos referem-se, simplesmente, a duas maneiras de 
tratar o mesmo assunto, entretanto, há diferenças importantes entre esses 
dois conceitos. Assim, cabe aqui, destacá-las: a distinção entre as noções de 
norma culta e norma-padrão entrecruzam-se em uma linha bastante tênue, 
contudo podemos compreender que a primeira, a norma culta, se relaciona 
a uma modalidade linguística considera por Coseriu, (1967, [1951]) como 
“normal”, “comum”, voltada para o uso, contudo é uma língua idealizada, 
tida como usual ou medida para comunidades letradas.
Na segunda, a noção de norma-padrão pode ser entendida como modelo, 
também, idealizado que determina como a língua deve ser falada. 
Fonte: a autora.
Você se considera um falante letrado? Segundo Faraco (2008), falantes letra-
dos são aqueles que concluíram pelo menos o ensino médio. 
FONÉTICA, FONOLOGIA E MORFOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E64
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim da Unidade I. Parabéns, pois, como vimos, o conteúdo é 
extenso, contudo relevante para a sua formação acadêmica e sua futura atua-
ção profissional. Assim, nosso percurso pela Unidade I iniciou-se com questões 
gerais voltadas às ciências da Fonética e da Fonologia. Diante disso, meu objetivo 
com relação à Fonética foi descrever os sons da fala humana e sua importân-
cia para estudantes e professores de línguas estrangeiras, para profissionais no 
âmbito da fonoaudiologia. Na sequência, com a ciência da Fonologia, objetivei 
apresentar-lhe a importância dessa ciência ao evidenciar o valor dos sons para a 
comunicação linguística, enfim, preocupei-me em prover-lhe recursos para um 
melhor entendimento sobre o nosso sistema ortográfico. 
Nesse sentido, você observou que, nesta unidade, preocupei-me, em apre-
sentar-lhe algumas orientações ortográficas, a fim de explicar-lhe os recursos 
que a língua disponibiliza para criar significações para que você se sirva deles 
com maior consciência e domínio, seja na condição de estudante seja na condi-
ção de futuro professor, ou ainda, pesquisador da língua.
Por fim, pela ciência da Morfologia, objetivei oferecer-lhe tanto conceitos 
básicos, contudo, necessários sobre a estrutura dos vocábulos, como também 
descrever e apresentar a classificação sobre o processo de formação desses vocá-
bulos. Por essa via, você observou que, primeiramente, busquei, apresentar-lhe 
a descrição da estrutura das palavras em português. Em um segundo momento, 
o foco de nossos estudos, centrou-se na classificação e no processo de forma-
ção das palavras.
Espero que você tenha apreendido os aspectos sobre os sons e o léxico do 
PB e que esse estudo, apesar de longo, nesta unidade, não se esgote nessas linhas, 
mas continuem como ponto de partida para que você reflita e busque mais lei-
turas sobre a estrutura e funcionamento da nossa língua. 
65 
A TEORIA ESTRUTURALISTA SEGUNDO STEFFLER (2014)
Os estudos da língua sob o rótulo da gramática estrutural (Estruturalismo) desenvolveu-
-se sob a influência das ideias de Ferdinand de Saussure, considerado o pai da linguística 
moderna, ao conceder aos estudos sobre a língua um caráter científico. Diante disso, 
destaco a importância de você, estudante da língua, a leitura do texto abaixo, para fa-
cilitaro entendimento sobre a língua como sistema. A esse respeito você estudará, de 
maneira particular, na disciplina de Linguística I, deste curso, por ora, leiamos o texto 
sobre a Teoria Estruturalista!
O Estruturalismo surgiu como uma reação aos movimentos teóricos anteriores, a saber, 
a gramática histórico-comparativa e a neogramática. Ele tem origem na obra Curso de 
linguística geral, obra póstuma do linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), 
publicada postumamente, no ano de 1916. Nela, Saussure procurou analisar a língua 
como um sistema estático de unidades interconectadas. É conhecido como o pai da 
linguística moderna, por dividir os estudos sobre a linguagem em diacrônicos, em que 
se considera a dimensão histórica da língua e as transformações nela ocorridas, e em sin-
crônicos, que procuram se ater a um período bastante específico da história de uma lín-
gua, considerando-a, portanto, um sistema estático. Saussure introduziu também várias 
noções de análise semiótica, importantes até os dias de hoje, tais como as associações 
sintagmáticas e paradigmáticas. 
O objetivo da linguística estrutural é, portanto, coletar um conjunto de elocuções e ten-
tar classificar todos os elementos nele presentes em diferentes níveis linguísticos. Um 
dos principais métodos de Saussure era a análise sintagmática e paradigmática, que de-
fine as unidades linguísticas sintática e lexicalmente, respectivamente, de acordo com 
o contraste com outras unidades no sistema. [...] a linguística estrutural se originou com 
a publicação póstuma de Ferdinand de Saussure, intitulada Curso de linguística geral, 
em 1916. 
Essa obra foi compilada por dois de seus alunos, Charles Bally e Albert Sechehaye, a partir 
de três cursos que ministrara entre 1907 e 1911 na Universidade de Genebra. Essa obra 
contém os conceitos teóricos fundamentais do Estruturalismo: a língua era considerada 
um sistema articulado e interconectado entre si. Essa obra representa um verdadeiro 
marco para a linguística moderna, pois conferiu a ela um tratamento científico, sendo 
considerado por muitos teóricos o seu momento inicial (STEFFLER, 2014, p. 101-102).
Fonte: Steffler (2014). 
66 
1. Nesta unidade abordamos os conceitos das ciências da Fonética e da Fonologia. 
Vimos que essas ciências possuem uma conexão, uma vez que elas têm como 
objeto de estudo, a língua. Por esses domínios, leia as assertivas que seguem e 
assinale com V para verdadeiro e F para falso.
( ) A Fonética estuda os sons da fala humana, de acordo com a sua articulação.
( ) A Fonologia estuda os sons conforme os seus valores distintivos em um 
sistema linguístico.
( ) A Fonética estuda os sons de maneira isolada do sistema linguístico e a 
Fonologia estuda os sons vinculados ao sistema linguístico .
( ) De igual maneira, a Fonética e a Fonologia estudam as particularidades ar-
ticulatórias, acústicas ou auditivas dos sons.
( ) Para a Fonologia, o que menos importa é a pronuncia efetiva dos sons e 
seus efeitos acústicos.
Está correta a alternativa:
a) F,F,V,F,V.
b) V,V,V,F,F.
c) V,V,F,V,V.
d) V,V,V,F,V.
e) V,F,F,V,V.
2. Pelo domínio da Fonética, vimos que o fonema vocálico é produzido pela pas-
sagem livre da corrente do ar que vem dos pulmões. Vimos, também, que as 
vogais são classificadas pela NGB sob quatro critérios como: a) quanto à zona 
de articulação, b) quanto à intensidade; c) quanto ao timbre; d) quanto ao papel 
das cavidades bucal e nasal. Considere o critério quanto à “zona de articulação”, 
leia as assertivas abaixo sobre os fonemas vocálicos e, em seguida, assinale a 
alternativa correta.
I. Os fonemas vocálicos podem ser médios, anteriores e posteriores.
II. O fonema vocálico médio é formado quando a língua encontra-se em repou-
so e a boca ligeiramente aberta. Exemplo: /a/ (como em nata).
III. O fonema vocálico anterior é produzido quando a ponta da língua levanta-se 
gradativamente em direção ao palato duro. Exemplo /i/ (como em livro).
IV. O fonema vocálico posterior /ũ/ (como em mundo) é produzido quando o 
dorso da língua levanta-se em direção ao véu palatino, provocando um arre-
dondamento dos lábios.
67 
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.
3. Existe no PB, muitos vocábulos que são pronunciados com a vogal (o) com som 
aberto /ô/, quando no masculino singular e vocábulos que são pronunciados 
com a vogal (o) com som aberto /ó/, quando no plural. Em outros termos, refi-
ro-me ao plural metafônico dos vocábulos. A esse respeito, leia os vocábulos na 
forma que estão (masculino singular) e na outra, leia-os, considerando o plural e 
assinale qual das sequências todas as palavras são pronunciadas com o timbre 
fechado /ô/, seja no singular, seja no plural.
a) Acordo, bolo, cachorro.
b) Miolo, povo, forro.
c) Contorno, desporto, fogo.
d) Bolo, precioso, engodo.
e) Transtorno, olho, bolo.
4. Leia o poema de Manuel Bandeira e analise as assertivas que seguem:
Neologismo
“Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras Que traduzem a ternura 
mais funda E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo Teadorar. Intransitivo: 
Teadoro, Teodora.”
Fonte: Bandeira (2002).
I. A palavra “Teadorar” no poema de Bandeira consiste na criação de uma nova 
palavra, logo, há um caso de neologismo.
II. “Teadorar” é uma palavra que consiste no empréstimo de palavras como “Te-
odora” e “adorar”, logo, há um caso de estrangeirismo.
68 
III. “Teadorar” consiste no processo de formação “prefixal”, uma vez que Bandeira 
uniu ao radical “adoro” o sufixo “Te”.
IV. “Teadorar” consiste no processo de formação por justaposição, já que Bandei-
ra uniu dois radicais como: “adoro” e “Teodora” sem a alteração dos radicais.
É correta afirmar que:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma está correta.
5. Nesta unidade, falamos sobre o objetivo das ciências da Fonética e da Fonologia. 
Diante disso, reflita e discorra sobre qual é o papel da Fonética e da Fonologia 
para a sua futura prática pedagógica.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Dicionário de Fonética e Fonologia
Thais Cristófaro Silva
Editora: Contexto
Sinopse: Este dicionário de fonética e fonologia 
apresenta uma lista nada menos de 730 verbetes 
elaborado por Thaís Cristófaro (pós-doutora 
em Linguística pela Universidade de Londres e 
professora titular da Universidade Federal de Minas 
Gerais), e realizado por uma pequena equipe sob sua 
direção, este dicionário apresenta definições simples 
e objetivas, ao alcance de todos os interessados. Para 
torná-lo mais fácil de ser consultado, cada termo técnico da obra, apresentado em português, traz 
também o seu correspondente em inglês. Dessa forma, o leitor pode pesquisar de modo mais rico e 
abrangente, evitando equívocos e trabalho extra. Outra característica relevante, pouco presente em 
trabalhos equivalentes, é o uso de figuras vinculadas a alguns verbetes. A consulta fica muito mais 
fácil, as descrições ficam mais compreensíveis. Além de alunos e professores na área de Letras e 
Fonoaudiologia, o Dicionário de fonética e fonologia passa a dotar pesquisadores e profissionais de 
Psicolinguística, Pedagogia, Música e Tecnologia da Fala de um instrumento indispensável. 
Fonte: Texto adaptado pela autora de <http://editoracontexto.com.br/dicionario-de-fonetica-e-
fonologia.html>. Acesso em 19 out. 2016. (on-line)4
Neologia em português
Margarita Correia; Gladis Maria de Barcellos 
Almeida.
Editora: Parábola
Sinopse: esta obra oferece leituras com relação 
às possibilidades de renovação do sistema 
linguístico, isto é o NEOLOGISMO, além de 
apresentar atividades sobre esse saber que 
poderão subsidiar a sua futura prática docente.
http://www.travessa.com.br/Margarita_Correia/autor/3e3afb7c-9f10-4b28-97d0-3ba78f2927d3http://www.travessa.com.br/Gladis_Maria_de_Barcellos_Almeida/autor/5e4cae7c-80b6-4ccd-b6bb-0c2c280091ee
http://www.travessa.com.br/Gladis_Maria_de_Barcellos_Almeida/autor/5e4cae7c-80b6-4ccd-b6bb-0c2c280091ee
MATERIAL COMPLEMENTAR
Acento em português - abordagens fonológicas
Gabriel Antunes de Araújo(org.)
Editora: Parábola
Sinopse: o objetivo desse volume é oferecer uma 
introdução à problemática do acento em português, 
sob o ponto de vista de várias correntes fonológicas. No 
entanto ele não se limita somente ao acento primário: 
apresentamos, aqui, textos que oferecem uma discussão a 
respeito de pontos específicos da questão do acento. 
Nomenclatura Gramatical Brasileira: 50 anos 
depois
Claudio Cezar Henriques
Editora: Parábola
Sinopse: a leitura deste livro retoma a história do 
documento estabelecido em 1959 com atualizações e 
reformulações, servindo de instrumento facilitador para a 
compreensão dos fatos sobre a língua. 
Curso de Linguística Geral
Ferdinand de Saussure
Editora: Cultrix
Sinopse: curso de Linguística Geral Ferdinand de 
Saussure Editora: Cultrix Sinopse: Essa obra póstuma 
do linguista suíço é tida como o marco inaugural da 
Linguística Moderna - com a fase estruturalista dos 
estudos da linguagem. O livro traz os pressupostos 
teórico-metodológicos dessa escola, que terminaram por 
influenciar outras ciências humanas.
https://www.linkedin.com/redir/redirect?url=http%3A%2F%2Fwww%2Eparabolaeditorial%2Ecom%2Ebr%2Fwebsite%2Findex%2Ephp%3Fpage%3Dshop%2Eproduct_details%26flypage%3Dflypage%2Etpl%26product_id%3D116%26category_id%3D91%26option%3Dcom_virtuemart%26Itemid%3D79&urlhash=oKwI&trk=prof-publication-title-link
https://www.estantevirtual.com.br/autor/Gabriel%20Antunes%20de%20Ara%C3%BAjo
https://www.linkedin.com/redir/redirect?url=http%3A%2F%2Fwww%2Eparabolaeditorial%2Ecom%2Ebr%2Fwebsite%2Findex%2Ephp%3Fpage%3Dshop%2Eproduct_details%26flypage%3Dflypage%2Etpl%26product_id%3D116%26category_id%3D91%26option%3Dcom_virtuemart%26Itemid%3D79&urlhash=oKwI&trk=prof-publication-title-link
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
No link, abaixo, você pode complementar os seus conhecimentos sobre a constituição do Aparelho 
Fonador de uma maneira bem interativa. Acesse-o: <http://www.fonologia.org/aparelho_fonador.
php>. 
Gostaria de saber como são os sons das consoantes do Português Brasileiro? Acesse este link e 
confira: <https://www.cefala.org/fonologia/fonetica_consoantes.php>.
De uma maneira interativa você poderá observar como são os sons vocálicos no Português Brasileiro. 
Acesse: <https://www.cefala.org/fonologia/fonetica_vogais.php Acesso em 22/10/2016>. 
Você sabia que há sons que o aparelho fonador produz, contudo, não são considerados como 
fonemas da língua? Estes são alguns desses sons: o espirro, a tosse, o engasgo. Acesse o link, abaixo, e 
escute uma amostra sonora de cada um desses sons: <https://www.cefala.org/fonologia/sons_nao_
utilizados_1.php#engasgo>.
Caso você consulte o dicionário e ainda fique com dúvidas quanto à grafia de determinada palavra. 
Você pode consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela 
Academia Brasileira de Letras pela internet, acesse: <http://www.academia.org.br/>. 
A Língua das coisas
Sinopse: em um sítio, distante de tudo, vivem o menino 
Lucas e seu avô. O avô só sabe a língua do rio, dos bichos 
e das plantas. Lucas está cansado da rotina de pescar e 
das histórias inventadas pelo avô, que diz pescá-las no rio: 
palavra por palavra. Um dia, a mãe de Lucas vem buscá-lo 
para morar na cidade. Mesmo contrariado, o avô o encoraja 
a ir para aprender a falar língua de gente. Na escola, a nova 
língua não entra na sua cabeça. Não cabe. E pra piorar, ele 
começa a escrever uma língua inventada, só dele. Todos 
pensam que ele tem um parafuso a menos. Em seguida, sua 
mãe recebe a notícia da morte do avô. De volta ao sítio, Lucas corre em desespero na esperança de 
encontrá-lo, na ilusão daquela notícia ser uma história inventada. Mas não é. Desolado, ele se senta à 
margem do rio, e sem se dar conta, dezenas de palavras são trazidas pela correnteza.
Comentários: além da relação entre avô e neto, este curta metragem pode ser uma ótima oportunidade 
de reflexão sobre a língua (gem) para você, estudante e futuro professor da língua Portuguesa. 
https://www.cefala.org/fonologia/fonetica_vogais.php%20Acesso%20em%2022/10/2016
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ANTONIO, J. D. et al. Fonética e fonologia. Maringá: Eduem, 2011. v. 14.
ANTUNES, Arnaldo. PALAVRA DESORDEM. São Paulo: Iluminuras, 2002.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. – 37. ed. rev. ampl. e atual conforme 
o novo Acordo Ortográfico. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BENITES, S. A. L. Fonética e Fonologia. In: ANTONIO, J. D. et al. Fonética e fonologia. 
Maringá: Eduem, 2011. v. 14.
BUENO, F. da S. Gramática de Silveira Bueno. 20 ed. Ver. São Paulo: Global, 2014.
CALLOU, D. & LEITE, Y. Iniciação à Fonética e à Fonologia. 9. ed. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 2001. 
CAGLIARI, G. M. & CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. (Org). Intro-
dução à linguística: domínios e fronteiras. 9. ed. rev. - São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
CÂMARA JR, J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. 41. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 
2008.
______. Princípios de Linguística Geral: como introdução aos estudos superio-
res da Língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro: Livraria acadêmica, 1974.
CARDOSO, D. P. Fonologia da Língua Portuguesa. São Cristóvão: Universidade Fe-
deral de Sergipe, CESAD, 2009.
CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva: texto, semântica e intera-
ção. 4 ed. reform. São Paulo: Atual, 2013.
CRISTÓFARO, T. S. Fonética e fonologia do português : roteiro de estudos e guia 
de exercícios. 7. ed. São Paulo : Contexto, 2003.
FARACO, C. A. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2008.
HENRIQUES, C. C. Morfologia: estudos lexicais em perspectiva sincrônica. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2007.
MACAMBIRA, J. R. Português Estrutural. Fortaleza: Imprensa Universitária da Uni-
versidade Federal do Ceará, 1991.
MAIA, J. D. Português - Série novo ensino médio. SP, São Paulo: Editora Atica, 2003.
ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática normativa da língua portuguesa. 43. ed. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 2003.
STEFFLER, A. Linguística I. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Maringá: Núcleo 
de Educação a Distância, 2014.
ZANOTTO, N. Estrutura mórfica da língua portuguesa. 4. ed. Caxias do Sul: EDU-
CS, 2001.
72
REFERÊNCIAS
73
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <http://www.luisrobertobarroso.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Dese-
jo_Victor-Hugo2.pdf>. Acesso em: 06 mar. 2017.
2 Em: <http://professor.ufabc.edu.br/marcio.eisencraft/Artigos/TGISenda.pdf>. 
Acesso em: 06 mar. 2017.
3 Em: <http://frasespoesiaseafins.tumblr.com/post/78326114779/vejo-miro-arnal-
do-antunes>. Acesso em: 06 mar. 2017.
⁴ Em: <http://westonruter.github.io/ipa-chart/keyboard/>. Acesso em: 06 mar. 
2017.
GABARITO
1) D.
2) E.
3) A.
4) C.
5) Possível resposta: Com base nos conceitos sobre as ciências da Fonética e da 
Fonologia, podemos entender que ambas ciências são relevantes para o enten-
dimento do funcionamento da língua. Pode-se destacar a possibilidade desses 
estudos fornecerem subsídios pelo domínio da Fonética, por exemplo, com re-
lação às pronúncias mais próximas das usadas pelos nativos da língua-alvo; for-
necer subsídios aos profissionais de fonoaudiologia nos casos de pessoas com 
distúrbios na fala. Os estudos dessas ciências, também, ajudam a entender o sis-
tema ortográfico e linguístico das línguas.
GABARITO
U
N
ID
A
D
E II
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
VERBOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar o que vem a ser o termo “verbo” , sua estrutura e 
reconhecer os três grupos das conjugações verbais.
 ■ Prover informações sobre como se estrutura o verbo.
 ■ Apresentar as categorias de número e pessoa, de tempo, de modo 
verbal;apresentar as categorias das vozes e do aspecto verbal, formas 
nominais dos verbos.
 ■ Apresentar a classificação dos verbos em: regulares, irregulares, 
defectivos, abundantes; verbos principais e auxiliares.
 ■ Apresentar as formações dos tempos verbais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Conceituação; conjugações e categorias verbais
 ■ Classificação do verbo
 ■ Formação dos tempos verbais
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
77
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, iniciaremos os nossos estudos sobre as classes 
de palavras como: Substantivos, Artigos, Adjetivo, Pronome, Numeral, Advérbio, 
Preposições, Conjunções, Interjeições e Verbo, com o objetivo de prover infor-
mações, de maneira preliminar, sobre a estrutura e o funcionamento verbal, a fim 
de lhe conscientizar acerca do papel que esse elemento desempenha na sentença, 
no discurso e na construção das mais diferentes realidades e na comunicação, 
seja oral, seja escrita. 
Por esses domínios, as nomenclaturas gramaticais estarão presentes nesta 
unidade como atividade metalinguística que são. Ao considerarmos que é tarefa 
da Instituição letrada o ensino da variedade padrão da língua, cuja variedade 
precisa ser dominada por você, futuro(a) professor(a), para que possa atender 
a situações de avaliação interna, externa, seja no âmbito acadêmico ou de tra-
balho. Assim, tomei o cuidado de evitar o estudo dessa variedade com um fim 
em si mesmo.
Diante disso, a unidade se inicia com a conceituação da natureza do verbo, 
bem como a apresentação da estrutura verbal. Na sequência, preocupei-me com 
a exposição dos três grupos a que os verbos são distribuídos como: a primeira 
conjugação pela terminação em “ar”, segunda conjugação, terminação em “er” 
e a terceira conjugação com a terminação em “ir” e sua relevância dentro dos 
estudos sobre a língua.
Posteriormente, apresentarei as categorias de número e pessoa, de tempo, de 
modo verbal; nos ocuparemos dos estudos das categorias das vozes e do aspecto 
verbal e suas formas nominais, bem como dos estudos da classificação dos verbos 
como regulares, irregulares, defectivos, abundantes; verbos principais e auxilia-
res e suas formas rizotônicas e arrizotônicas, considerando as formas que eles 
manifestam quando são conjugados.
A unidade é encerrada com a apresentação da formação dos tempos verbais. 
Essa exposição levará em consideração os aspectos descritivos e prescritivos da 
Gramática Normativa, de agora em diante (GT). Na seção intitulada “anexos”, 
você encontrará um modelo das conjugações verbais. Bons estudos!
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E78
CONCEITUAÇÃO, CONJUGAÇÕES E CATEGORIAS 
VERBAIS
Caro(a) aluno(a), a partir de agora e nos próximos tópicos, nos ocuparemos dos 
estudos da natureza verbal. Para começar, leiamos o poema do poeta cubano 
David Cherician, abaixo:
Texto 1 
Lição de Gramática
“Eu estou, você está , e ela está, e ele também; e todos os que estavam, estive-
ram e estão muito bem. Estamos, estaremos nós; ela e ele estarão lado a lado, e eu, 
que estive, estarei. E, se acaso estivesse alguém que não tenha estado naquela vez, 
Bem-vindo! 
Porque estar é o que importa - e que todos estejam”. 
Fonte: CHERICIAN (2011, on-line)1.
Ao ler o poema “Lição de gramática” de David Cherician, acima, facilmente, 
podemos perceber, aluno(a), a variação das unidades verbais. É possível obser-
var, por exemplo, que há unidades de significações verbais que ocorrem no 
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
79
presente como “Eu estou, você está , e ela está [...]”, há unidades de significação 
com remissões ao passado como em “ [...] e todos os que estavam, estiveram [..] 
e unidades de significação que fazem alusões ao futuro:”[...] estaremos nós; ela 
e ele estarão lado a lado[...]”.
Essas unidades de significações que permitem remissões ao tempo passado, 
ao presente e ao futuro, dentre outras flexões, como a de número, de pessoa, de 
modo, de voz e aspecto são denominadas pela tradição gramatical de verbos.
Câmara Jr. (2008) explica que o verbo é um vocábulo que se flexiona por 
excelência, uma vez que carrega uma gama de complexidade e multiplicidade em 
suas flexões. Isso significa que o verbo é um vocábulo variável, como vimos pelo 
poema de David Cherician. Essa unidade de significado categorial, nos termos de 
Bechara (2009), se caracteriza pela sua organização em categorias como número, 
pessoa, tempo, modo, voz e aspecto. Sobre as categorias verbais, trataremos no 
tópico que segue, antes, porém, relevante é a apresentação da estrutura do verbo.
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO
Câmara Jr. (2008), em “Estrutura da língua portuguesa”, propõe que há noções 
gramaticais de tempo e modo e de pessoa e número indicadas pela forma verbal 
como as desinências de sufixo modo-temporal (SMT) e sufixo número-pessoal 
(SNP) que se unem ao sufixo flexional (SF) que se associam ao tema do verbo 
(T) e ao radical , que em português, é uma parte invariável (R) seguido pela vogal 
temática (VT), segundo a conjugação a que pertence. Assim, pela proposta de 
Câmara Jr. (2008), compõem a estrutura verbal os seguintes elementos:
Figura 1 - Estrutura do verbo
Fonte: adaptada de Joaquim Mattoso Câmara Jr. (2008).
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E80
Segundo essa fórmula, a vogal temática (VT) tem a função de preparar o radical 
(R) para receber outros elementos, como sufixo modo-temporal (SMT) e sufixo 
número-pessoal (SNP). Para melhor entendermos essa fórmula, tomemos como 
exemplo a forma verbal “estaremos”, constituída pelos seguintes morfemas:
Figura 2 -Estrutura mórfica do verbo
Fonte: a autora.
Como vimos na Unidade I, deste material, a vogal temática se agrupa aos verbos 
para indicar-lhes a conjugação a que pertencem. Os verbos do PB pertencem a 
três conjugações, como veremos no tópico a seguir.
CONJUGAÇÕES VERBAIS
Conjugar uma forma verbal é flexioná-la em seus modos, tempos, pessoas, núme-
ros e vozes. Esse conjunto de flexões se organiza em 3 grupos:
 ■ 1ª conjugação: formas verbais terminadas em ar (com em: estar).
 ■ 2ª conjugação: formas verbais terminadas em er ( como em: escrever).
 ■ 3ª conjugação: formas verbais terminadas em ir (como em excluir).
Para que serve o verbo?
O verbo está diretamente relacionado com a existência e com a ação do 
homem no mundo. Por exemplo, toda vez que queremos dizer que alguém 
fez alguma coisa ou alguém é, empregamos verbos. Assim, juntamente com 
o nome, o verbo é a base da linguagem verbal. 
Fonte: William Roberto Cereja & Thereza Cochar Magalhães. (2013, p.177)
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
81
Como já mencionado, na Unidade I, a vogal temática indica a qual dessas três 
conjugações pertence o verbo. Nesse sentido, “a vogal temática sempre apontará 
a conjugação do verbo [...]”, como argumenta (HENRIQUES, 2009, pp. 31-32).
CATEGORIA VERBAL DE NÚMERO E PESSOA
Caro(a) aluno(a), lembra-se que o verbo é um vocábulo flexional por excelên-
cia? Por essa característica própria do verbo, vamos estudar as suas variações, 
começando pelas categorias de número e pessoa.
Segundo Bechara (2009, p. 212), “a categoria de número se refere aos partici-
pantes no acontecimento comunicado e daí adquire capacidade quantificadora”. 
Em outros termos, podemos compreender que essa categoria afeta diretamente o 
número de participantes dentro de um contexto de comunicação.Assim, é pró-
prio da natureza verbal as flexões no singular e no plural. Ainda segundo esse 
autor, “a categoria de pessoa determina a relação dos participantes no ato de fala”.
Segundo Cereja e Magalhães (2013), com exceção do verbo “pôr” e seus 
derivados como “propor”, “compor”, “recompor”, “repor”, “supor”, “antepor”, 
dentre outros exemplos, por motivos históricos esses verbos perderam a vo-
gal temática “e” pela evolução da forma latina de “ponere” > “poer” > “pôr”, 
todos os demais verbos da língua portuguesa pertencem às três conjuga-
ções, acima, mencionadas.
Fonte: adaptada de William Roberto Cereja & Thereza Cochar 
Magalhães. (2013)
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E82
Por meio das palavras de Bechara (2009), podemos compreender que a cate-
goria de pessoa é, essencialmente, dêitica, responsável pela função de identificar 
os participantes com base em seus papéis no momento da enunciação (entenda 
como o ato de dizer algo a alguém em um determinado contexto comunica-
tivo). Pela tradição gramatical, a categoria de pessoa divide-se em três grupos:
 ■ Primeira pessoa: quando é usada por um falante que exerce o papel de 
locutor para falar de si. A autorreferência é uma característica essencial 
da primeira pessoa.
 ■ Segunda pessoa: é usada para fazer referência ao alocutário de um deter-
minado contexto de comunicação (com quem se fala).
 ■ Terceira pessoa: é usada para indicar os participantes que não são nem 
o locutor e nem o alocutário de um determinado contexto de comunica-
ção (de quem ou de que se fala).
Para um melhor entendimento sobre as categorias de número e pessoa, tomarei, 
como exemplo, novamente, o poema de David Cherician. Vejamos!
Lição de Gramática
Eu estou, você está , e ela está, e ele também; e todos os que estavam, estiveram[...] 
Estamos, estaremos nós[...] 
Fonte: CHERICIAN (2011, on-line)1.
Observe, aluno(a), as variações de número e pessoa do verbo “estar” em destaque 
no excerto do poema: “Eu” (elemento dêitico que atua como locutor, 1ª pessoa, 
aquele que fala), “estou” (marca da flexão de número singular), “você” (outro 
elemento dêitico, 2ª pessoa, que cumpre a função de identificar/fazer referên-
cia ao alocutário), “está” (flexão de número singular), “ela” (mais um elemento 
dêitico, 3ª pessoa, diz respeito a alguém que está fora do contexto de comuni-
cação.), “estavam, estiveram (formas verbais que marcam a flexão de número 
plural) “Estamos, estaremos”( formas verbais que indicam, também, a flexão de 
número plural), ”nós” (elemento dêitico que indica a 1ª pessoa do número plu-
ral e que faz referência aos alocutários deste contexto comunicativo).
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
83
Pelo exposto acima, aluno(a), convém destacar que, ao falarmos da categoria 
de pessoa, por exemplo, sempre, remetemos ao aqui e agora em um determi-
nado contexto de comunicação em curso, por isso, essa categoria é chamada de 
dêitica. (Elemento linguístico que tem como função indicar uma “entidade” no 
tempo, no espaço). A fim de facilitar-lhe a leitura com relação às categorias de 
número e pessoa, atente-se, ao Quadro 1.
Quadro 1 - Categorias de número e pessoa do verbo
CATEGORIA DE PESSOA CATEGORIA DE NÚMERO
1ª pessoa do singular (eu). estou.
2 ª pessoa do singular (tu/você). estás/está.
3ª pessoa do singular (ele/ela). está.
1ª pessoa do plural(nós). estamos.
2ª pessoa do plural(vós/vocês). estais/estão.
3ª pessoa do plural (eles/elas). estão.
Fonte: a autora.
Pela exposição do quadro acima, podemos compreender que as categorias de 
número e pessoa indicam as três pessoas do discurso, seja para o singular, seja 
para o plural.
Você sabia que as formas da 2ª pessoa no singular (tu) e plural (vós) estão 
passando por um processo de evolução? Os estudos linguísticos denomi-
nam esse processo de variação diacrônica. Assim, está ocorrendo a substi-
tuição do pronome (você) no lugar do pronome (tu) e (vocês) em lugar do 
pronome (vós). Os pronomes (tu) e (vós) são raramente empregados. Eles 
aparecem, por exemplo, em contextos clássicos, em discursos mais monito-
rados, isto é, planejados.
Fonte: a autora.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E84
Ao voltarmos o nosso olhar para as informações que o verbo transmite em suas 
flexões, podemos encontrar informações que fazem referência ao tempo. É disso 
que nos ocuparemos no próximo assunto.
CATEGORIA DO TEMPO VERBAL
Conforme Bechara (2009), a categoria do tempo verbal marca a relação de tempo 
entre o acontecimento comunicado com o ato de fala. Assim, para esse autor, 
o presente assinala o momento do ato de fala, o passado é anterior ao ato de 
fala e o futuro ocorrerá, posteriormente, a esse ato de fala. A título de exempli-
ficação sobre o que acabamos de refletir, vejamos as formas verbais de tempo 
destacadas no Texto 2.
Texto 2
1[...] Anoitecerá
2 Na estrada o farol de quem se foi
3 Já não ilumina quando te beijar
4 Parece que a vida inteira esperei para te mostrar
5 Que na rua um dia desses me perdi
6 Esqueci completamente de vencer
7 Mas o vento lá da areia trouxe infinita paz
8 No nosso livro a nossa história é faz de conta ou é faz acontecer? 
9 Acontecerá 
Fonte: O Teatro Mágico ([2017], grifos da autora, on-line)2.
Observe, aluno(a), que cada uma da formas verbais destacadas, no Texto 2, assi-
nalam uma noção temporal diferente. Nas linhas 2, 4, 5, 6 e 7, as formas verbais 
como “foi”, “esperei”, “perdi”, “esqueci” e “trouxe” referem-se a fatos que ocorre-
ram em circunstâncias anteriores ao momento do ato de fala, isto é, ao tempo 
passado ou pretérito. Na linha 3, a forma verbal ”ilumina” e na linha 8, a forma 
verbal “é” referem-se a fatos que ocorrem no momento da fala, ou seja, o tempo 
presente. Nas linhas 1 e 9, as formas verbais “Anoitecerá” e “Acontecerá” refe-
rem-se a circunstâncias que ainda vão acontecer em um momento posterior ao 
ato de fala, ou seja, a um tempo no futuro. 
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
85
A leitura do Texto 2 evidenciou-nos as flexões a que os verbos expressam 
como de tempo passado, tempo presente e tempo futuro. Vejamos, a seguir, cada 
um desses tempos:
1. Tempo presente: faz referência a fatos que acontecem no momento que 
falamos. Exemplo: eu escrevo.
2. Tempo passado ou Pretérito: faz referência a fatos que ocorreram ante-
riormente ao momento que falamos. Esse tempo verbal subdivide-se em:
2.1 Pretérito perfeito: expressa a ideia de uma ação concluída como: eu 
fui ao cinema ontem.
2.2 Pretérito imperfeito: expressa um fato ocorrido, contudo, não con-
cluído como: eu voltava do cinema quando a chuva chegou.
2.3 Pretérito mais- que -perfeito: expressa a ideia de uma ação concluída, 
anteriormente, a outra já ocorrida como: meu filho estivera pronto, 
quando eu saí para trabalhar.
3. Tempo futuro subdivide-se em:
3.1 Futuro do presente: expressa uma ideia de um fato que vai ocorrer 
como em: Precisarei de mais tempo para entregar um bom trabalho.
3.2 Futuro do pretérito: expressa uma ideia de um fato que ocorrerá 
em relação a um momento passado que depende de uma condição 
para que tivesse ocorrido como: eu iria ao cinema, se não tivesse cho-
vendo muito.
Tempos verbais simples e composto
Bueno (2014) explica-nos que, ao considerarmos a forma dos tempos ver-
bais, eles podem ser a) simples: quando formado somente por um verbo 
como em: meu esposo fez um delicioso almoço de domingo, b) compos-
to: quando formado por um verbo auxiliar + o particípio do verbo principal 
como: meu esposo havia feito um delicioso almoço de domingo.
Fonte: a autora.VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E86
Essas flexões verbais apresentam-se em três modos. É sobre a categoria do modo 
verbal que trataremos no tópico a seguir.
CATEGORIA DO MODO VERBAL
Caro(a) aluno(a), ao observarmos as desinências verbais, é possível levantarmos 
informações de natureza modal. Isso significa que, ao falarmos/enunciarmos, 
podemos, por meio das escolhas verbais, marcar o nosso discurso de maneira 
mais comprometida, ou não, ou ainda, podemos, sugerir, aconselhar, ordenar, 
isto é, marcar o nosso discurso no campo da certeza, da possibilidade; pode-
mos, ainda, em nossos discursos, dar comandos. Assim, atente-se ao Texto 3, 
para facilitar-lhe a compreensão sobre essa categoria verbal.
Texto 3
1[...]Olhe bem no fundo dos meus olhos
2 E sinta a emoção que nascerá [...]
3 Mas talvez, você não entenda[...]
4 Que meu amor, não será passageiro
5 Te amarei de janeiro a janeiro[...]
Fonte: Roberta Campos e Nando Reis ([2017], Grifos da autora, on-line)3.
As formas verbais em destaque no Texto 3, representam bem o papel que a 
categoria do modo verbal pode imprimir em nossos discursos. Por exemplo, 
as formas verbais nas linhas 1 e 2, como “olhe” e “sinta”, indicam a ação de um 
falante dirigindo-se a um determinado interlocutor, a fim de solicitar-lhe uma 
ordem ou algo assim.
Nas linhas 2, 4 e 5, pelas formas verbais: “nascerá”, “ será “, “amarei“, expri-
mem estados/ações que envolvem uma realidade, isto é, um sentimento que é 
certo que ocorrerá em um momento futuro ao ato de fala do falante com rela-
ção ao seu interlocutor. 
Na linha 3, do trecho da música, podemos observar que a forma verbal 
“entenda” exprime uma incerteza, uma dúvida do falante em relação à atitude 
do seu interlocutor.
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
87
Diante da leitura do Texto 3, aluno(a), temos uma demonstração clara de 
que, conforme os verbos são usados, podem indicar ações, processos, estados, 
comandos, constituindo as marcas modais. A GT explica essas marcas modais 
sob o rótulo da categoria dos modos verbais. A esse respeito, Bechara (2009) 
argumenta que o modo verbal:
[...] assinala a posição do falante com respeito à relação entre a ação 
verbal e seu agente ou fim, isto é, o que o falante pensa dessa relação. 
O falante pode considerar a ação como algo feito, como verossímil-co-
mo um fato incerto-, como condicionada, como desejada pelo agente, 
como um ato, que se exige do agente, etc., e assim se originam os mo-
dos[...] (BECHARA, 2009, p.213)
Para Bechara, como para nós, o modo verbal é usado para indicar circunstâncias: 
certas, incertas ou comandos que formam os modos: indicativo, subjuntivo e 
imperativo. Vejamos cada um desses modos.
 ■ Modo indicativo: é o modo da certeza, ele expressa a ideia de uma ação, 
de um fato que certamente acontece, aconteceu ou acontecerá. Exemplo: 
eu faço leituras diariamente.
 ■ Modo subjuntivo: é o modo que expressa dúvida, expressa incerteza, 
possibilidades. Exemplo: os professores querem que os alunos leiam 
todos os dias.
 ■ Modo Imperativo: é o modo que exprime comandos, sugestões, pedi-
dos, conselhos, etc. Exemplo: leiam todos os dias, mesmo que seja um 
pequeno texto!
CATEGORIA DAS VOZES VERBAIS
Neste tópico, aluno(a), vamos falar das vozes verbais! A categoria da voz verbal 
determina a relação entre os participantes de um evento comunicativo, como 
bem explica Bechara: 
[...] o primeiro participante lógico, o sujeito, pode ser agente do acon-
tecimento (voz ativa) ou objeto do acontecer (voz passiva), ou agente 
e objeto ao mesmo tempo (voz reflexiva) (BECHARA, 2009, p. 213).
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E88
Pelas palavras desse autor, podemos compreender, aluno(a), que a voz do verbo 
indica a relação que o sujeito mantém com o verbo, isto é, a voz verbal rse rela-
ciona com a possibilidade de colocar em evidência os participantes (agente ou 
paciente) do processo expresso pelo verbo. Essa relação é estudada, segundo 
Bechara (2009), a partir destas categorias:
1. Voz ativa: é a forma em que o verbo se apresenta para indicar que a pes-
soa a que se refere é o agente da ação. Vejamos o exemplo do Texto 4, 
para um melhor entendimento dessa forma verbal.
Texto 4
“Jovem de 16 anos dá lição de política e põe em foco o papel da imprensa”. 
Fonte: Folha de S. Paulo (2017, grifos da autora, on-line)⁴.
No Texto 4, o título “Jovem de 16 anos dá lição de política e põe em foco o papel 
da imprensa.”, o sujeito “jovem de 16 anos” é agente, pois exerce a ação expressa 
pelas formas verbais “dá” e “põe “. Quando a oração apresenta um sujeito agente, 
o verbo está na voz ativa.
2. Voz Passiva: essa forma verbal indica que a pessoa é o objeto da ação 
verbal, isto é, na voz passiva, a ação é praticada pelo agente da passiva, 
que corresponde ao sujeito da voz ativa. A voz passiva divide-se em: ana-
lítica e sintética.
2.1 A voz analítica: é formada por uma das formas verbais como: “ser”, 
“estar”, “ficar” seguida de particípio do verbo principal. A fim de propor-
cionar-lhe a construção desse conceito, fiz uma adaptação do enunciado 
do Texto 4. Vejamos!
Texto 5
“ O papel da imprensa é posto em foco por jovem de 16 anos que dá lição 
de política”. 
(sujeito paciente) + (verbo ser + particípio)
Fonte: Folha de S. Paulo (2017, grifos da autora, on-line)⁴.
Pela paráfrase do Texto 5, o sujeito “O papel da imprensa” recebe a ação verbal, 
por isso, é chamado de paciente ou sujeito paciente, caracterizando o verbo na 
voz passiva “é posto”.
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
89
2.2 A voz sintética: é formada pelo verbo principal, conjugado na 3ª 
pessoa do singular ou plural e, a ele, acrescenta-se o pronome apas-
sivador (se), geralmente, em contextos nos quais o verbo precede ao 
sujeito paciente, como podemos constatar por meio deste exemplo:
Alugam-se bicicletas para os momentos de lazer.
3. Voz reflexiva: essa forma verbal indica que a ação do verbo se reverte 
ao próprio agente, isto é, nessa voz, o sujeito pratica e recebe a ação ver-
bal. Vejamos este exemplo!
O cachorro feriu-se com um objeto descartado.
(Sujeito agente) (pronome reflexivo)
e paciente)
Bueno (2014) explica que, se o verbo estiver no plural, a voz reflexiva expressa 
a reciprocidade da ação verbal, como podemos observar no exemplo que segue.
Os amigos abraçam-se após uma longa data.
(um amigo abraça o outro)
Para que servem as vozes verbais?
As vozes verbais estão relacionadas à intencionalidade discursiva. Se dese-
jarmos enfatizar o sujeito da ação, empregamos a voz ativa; se desejamos 
ressaltar a ideia de passividade, empregamos a voz passiva.
 (William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães)
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E90
CATEGORIA DO ASPECTO VERBAL
Caro(a) aluno(a), neste estudo, falaremos do aspecto verbal. Para iniciarmos, 
observe o exemplo do Texto 6.
Texto 6
Fonte: Itaú (2016, on-line)⁵.
Campanhas publicitárias como esta do Texto 6, de caráter educativo, se valem de 
recursos linguísticos/gramaticais para despertar a consciência do seu interlocu-
tor, a fim de provocar-lhe algum tipo de atitude, por assim dizer! Nesse contexto, 
esse recurso linguístico é caracterizado pelo aspecto verbal. 
Aluno(a), deve-se empregar a voz passiva analítica ou a sintética? A esse res-
peito, relevante é esta explicação de Cereja e Magalhães. (2013)
A voz passiva sintética, geralmente, é empregada em situações em que se 
exige maior formalidade no discurso. Além disso,ela exige atenção redobra-
da na concordância verbal e na colocação pronominal. Já a passiva analítica 
se aproxima mais da linguagem escrita coloquial e da linguagem oral; por 
isso pode ser a forma mais adequada quando se busca uma comunicação 
direta e espontânea [...]
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
91
Tomemos como exemplo o enunciado do Texto 6: “Eu leio para uma criança”. 
O recurso linguístico, isto é, a forma verbal “leio”, no tempo presente do modo 
indicativo, expressa uma ideia de certeza, que um falante lê para uma criança 
no momento em que enuncia seu discurso (entenda como o ato de falar/ dizer 
algo a alguém em um contexto comunicativo). Agora, aluno(a), proponho um 
exercício que consiste em perguntar: o que mudaria no texto se, em vez do verbo 
em destaque, no presente do indicativo (já visto em tópico anterior), utilizásse-
mos estas paráfrases?
a. “Eu li para uma criança”.
b. “Eu lia para uma criança”.
Você notou a diferença, aluno(a)? Se considerarmos a paráfrase em (a) com a 
forma verbal no pretérito perfeito do modo indicativo, podemos compreender, 
pelo valor do verbo na forma que se apresenta “li” que o processo de leitura se 
trata de um episódio fechado, concluído, certo? Por outro lado, ao considerarmos 
a paráfrase em (b), segundo o valor verbal “lia”, como se apresenta no imperfeito, 
fica mais, provavelmente, caracterizada uma situação em que o processo de leitura 
se repetia, se perdurava no momento em que o locutor enuncia o seu discurso.
Essas observações, leitor(a), evidenciam que, é possível representarmos fatos 
de maneiras diferentes, mantendo itens lexicais com valores semânticos diferen-
tes como vimos pelas paráfrases em (a) e (b). Por essa via, podemos compreender 
que o aspecto verbal diz respeito à possibilidade de mudança desse item grama-
tical, no caso, a escolha do verbo que nos permitiu elaborar valores semânticos 
diferentes para os mesmos sentidos sobre o ato de “ler para uma criança”, con-
tudo, colocando-os sob perspectivas bem diferentes pela aplicação de recursos 
gramaticais diferentes. É a essa possibilidade de perspectivas verbais que os estu-
dos linguísticos (tome essa expressão como sinônima de estudos gramaticais) 
denomina de aspecto verbal.
Segundo Bueno (2014), a categoria do aspecto verbal corresponde às etapas 
do desenvolvimento do processo verbal, a partir de sua duração como o seu iní-
cio, o seu curso e o seu fim. Atente-se ao esquema representado pela Figura 3, 
para um melhor entendimento sobre a categoria do aspecto do verbo.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E92
Figura 3 - Fases da categoria do aspecto verbal
Fonte: a autora.
Com ilustra a Figura 3, o aspecto do verbo evidencia uma ação/episódio como 
incoativa (fase inicial), como durativa (em curso) e conclusa (fase concluída).
Para Bueno (2014), o aspecto verbal pode ser representado de algumas 
maneiras como:
1. A partir da significação do verbo. Veja!
“Eu começo a ler para uma criança, logo pela manhã”. (aspecto incoativo, 
que inicia a ação/episódio, isto é, fase inicial do aspecto verbal).
2. Pelo emprego/escolha do tempo verbal que sinaliza a ideia de conti-
nuidade, sinaliza o aspecto habitual da ação/episódio, como:
“Entardecia, enquanto eu lia para uma criança.” (aspecto habitual, expressa 
a fase em curso do verbo).
3. No emprego de verbos auxiliares que marcam uma circunstância tem-
poral referente à ação/episódio. Observe!
“Acabei de ler para uma criança”. ( Aspecto conclusivo, fase concluída).
Bueno (2014) apresenta uma lista de alguns verbos que expressam o aspecto do 
verbo como expõe o Quadro 2.
Quadro 2 - valores expressos pelo aspecto do verbo
aspecto incoativo, inicial. começar, iniciar, amanhecer, nascer, etc.
aspecto frequentativo, habitual. chuviscar, folhear, etc.
aspecto conclusivo. acabar, terminar, fechar, parar, concluir, etc.
aspecto cursivo, progressivo. continuar, prolongar, etc.
aspecto imitativo. engatinhar (como o gato), patinar (como o pato) etc.
aspecto aumentativo ou diminuti-
vo(pelo uso de prefixos e ou sufixos.
remarcar, reprogramar, adocicar, etc.
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
93
No próximo tópico, nosso foco será nas formas nominais dos verbos.
FORMAS NOMINAIS DO VERBO
Aluno(a), você sabe por que algumas formas verbais recebem o nome de formas 
nominais? Bechara (2009) explica que algumas formas verbais desempenham, 
além do seu valor verbal, funções de nomes como substantivos, adjetivos ou 
advérbios. Essas formas são: o infinitivo, o gerúndio e o particípio.
O infinito não faz referência às pessoas do discurso, isto é, não apresenta 
sujeito de forma específica; caracteriza-se pela terminação em “r” como pode-
mos observar pela forma verbal “ter” no enunciado do Texto 7.
Texto 7
Fonte: Facebook - Unicesumar ([2016], on-line)⁶.
Além dessa função de “indicar” referentes de maneira impessoal a forma ver-
bal do infinitivo pode atuar como substantivo como evidencia a forma verbal, 
em destaque, no Texto 8.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E94
Texto 8
Ler é um prazer.
Observe, aluno(a), que a forma nominal “ Ler” aproxima-se do valor de um 
substantivo, o que nos permitiria esta paráfrase: “ A leitura é um prazer”.
Fonte: Cereja e Magalhães. (2013, p. 168, grifo da autora)
O gerúndio indica ações em andamento, além da ideia de momentaneidade; 
caracteriza-se pela terminação em “ndo”, como em “lendo”, “escrevendo”, “via-
jando” etc. Observe este exemplo!
Texto 9
“Só se aprende a ler, lendo” 
Fonte: Gazeta digital (2010, grifo da autora, on-line)⁷.
Merece destaque a atuação da forma verbal “lendo” que, além da ideia de anda-
mento/continuidade do processo de leitura no contexto do Texto 9, também, 
atua com valor de substantivo, equivalente ao nome “leitura”. Tal atuação nos 
permite a seguinte paráfrase: “ Só se aprende a ler, com a leitura”.
A forma nominal do particípio expressa ações já concluídas e pode ser 
empregada com o sem o verbo auxiliar, como em: ” lido” /“tivesse lido”, “escrito/
tivesse escrito”, “viajado/tivesse viajado”.
Atente-se às formas verbais em destaque na letra da música da banda Titãs 
e note, aluno(a), que elas expressam a ideia de que o processo da ação verbal 
chegou ao fim.
Texto 10
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer [...]
Fonte: Titãs-Epitáfio (2016, grifos da autora, on-line)⁸.
Conceituação, Conjugações E Categorias Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
95
Relevante é, também, a atuação da forma nominal do particípio que pode assu-
mir uma função de adjetivo como:
Texto 11
A jovem não escolhera, foi escolhida. 
Fonte: Cereja e Magalhães (2013, p. 168, grifo da autora).
Aluno(a), você sabe distinguir formas rizotônicas de arrizotônicas? Lembra 
que o radical é o elemento significativo do verbo? Geralmente, ele é invari-
ável, como vimos em aulas anteriores. Na conjugação verbal, essa invariabi-
lidade do verbo apresenta uma diferença em relação à acentuação. Assim, 
na forma rizotônica os acentos tônicos recaem nos radicais dos verbos como 
em: “falo, falas, fala, falam.” Já na forma arrizotônica, os acentos tônicos re-
caem fora do radical como:”falamos, falais, falou, falará, falava”. ( FARACO & 
MOURA, 2005, p.332
Fonte: a autora.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereirode 1998.
IIU N I D A D E96
CLASSIFICAÇÃO DO VERBO
Ao considerarmos as variações que as formas verbais apresentam quando são con-
jugadas, podemos classificá-las quanto à formação, à flexão e à função. Vamos 
iniciar pela formação do verbo.
FORMAÇÃO
Pelo critério da formação, os verbos podem ser:
 ■ Primitivos: verbos que dão origem a outros verbos como em: amar, fazer, 
partir etc.
 ■ Derivados: verbos que têm origem a partir do radical dos verbos primi-
tivos como em: desamar, desfazer etc.
 ■ Simples: verbos formados por um único radical como em: ler.
 ■ Compostos: verbos formados por mais que um radical como em: 
televisionar.
Classificação Do Verbo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
97
FLEXÃO
Quanto à flexão, os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, 
defectivos e abundantes. A seguir, veremos cada uma dessas classificações.
Verbos regulares e irregulares
A respeito dos verbos regulares, (BECHARA, 2009, p.225) explica que “são aque-
les que se apresentam conforme o modelo de sua conjugação”. Para facilitar-lhe 
a compreensão sobre esse “modelo”, atente-se ao Texto 12!
Texto 12
Fonte: Unicesumar ([2017], on-line)⁹.
Aluno(a), considere o verbo “Estudar” na sua forma infinitiva (1ª conjugação em 
“ar”), no enunciado do Texto 12. Se conjugarmos esse verbo seja no presente, no 
pretérito perfeito ou no futuro do modo indicativo, observamos que o seu radi-
cal não apresenta alterações e as desinências variam conforme um paradigma. 
Assim, o verbo “Estudar” e todos os outros se irmanam, isto é, esses verbos, ao 
serem flexionados não passam por alterações nos seus radicais e suas desinên-
cias variam conforme um modelo chamado pela gramática estrutural de verbos 
regulares. Observe estes exemplos, no Quadro 3, com destaque para os radicais:
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E98
Quadro 3 – Verbos regulares
Presente Pretérito Perfeito Futuro
Eu estudo. Eu estudei. Eu estudarei.
Fonte: a autora.
Caro(a) aluno(a), sobre os verbos regulares, podemos compreender que são aque-
les que apresentam uma regularidade, ou seja, um mesmo modelo no presente, 
no pretérito perfeito e futuro do modo indicativo. Veja o modelo de conjugação 
dos verbos regulares na seção “anexos” deste livro de estudos!
Para (BECHARA, 2009, p.225), diz-se irregular: “o verbo que, em algumas 
formas, apresenta modificação no radical ou na flexão, afastando-se do modelo 
da conjugação a que pertence.” Para compreendermos a conjugação dos verbos 
irregulares, observe, aluno (a) o Texto 13!
Texto 13
Fonte: Unicesumar ([2016], on-line)⁹.
No enunciado deste texto, aparece a forma verbal “Fazer” no infinitivo (2ª con-
jugação). Se conjugarmos esse verbo com as mesmas pessoas do discurso e os 
mesmos tempos verbais como fizemos com o verbo “Estudar”, observamos que 
ele passa por alterações em seus radicais. Dessa forma, afastam-se do modelo de 
conjugação verbal ao qual pertencem, como explica Bechara (2009). Compare, 
por exemplo, o verbo “Fazer” no Quadro 4.
Quadro 4 – Verbos irregulares
Presente Pretérito perfeito Futuro
Eu faço administração. Eu fiz administração. Eu farei administração.
Fonte: a autora.
Classificação Do Verbo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
99
A respeito dos verbos irregulares, aluno(a), podemos compreender que “são os 
que sofrem modificações no radical ou na flexão, com diferenças em relação aos 
verbos que pertencem a mesma conjugação [...]”, como argumenta (BUENO, 
2014, p.194). Assim, um verbo irregular apresenta uma variação quanto:
a. O seu radical em comparação com o infinitivo como em: ouvir –ouço; 
dizer- digo; perder-perco. (exemplos extraídos de Bechara, 2009, P. 225
b. Na flexão, em relação ao seu paradigma de conjugação como em: dar- 
dou, dás; cantar- canto-cantas.
Veja o modelo de conjugação dos verbos irregulares na seção “anexos” deste 
material!
Verbos anômalos
Bechara (2009) apresenta uma definição bastante clara para os verbos anôma-
los: [...] é o verbo irregular que apresenta, na sua conjugação, radicais primários 
diferentes. [...]Isso significa que esses verbos, quando conjugados, apresentam 
alterações, “extraordinariamente irregulares [...]” (BUENO, 2014, p.194) em 
seus radicais. 
Pelas definições desses autores, podemos compreender que os verbos anô-
malos apresentam significativas irregularidades em seus radicais e em suas 
desinências. Vejamos os verbos “ser” e “vir”, como ilustra o Quadro 5.
Celso Cunha & Lindley Cintra (2014) explicam que a NGB (Nomenclatura 
Gramatical Brasileira) considera “verbos anômalos” aqueles que não se en-
quadram em classificação alguma em virtude de apresentarem profundas 
irregularidades em seus radicais. Esses verbos são, além de “ser” e “vir”, os 
verbos, “ter”, “haver”, “estar”, “ir” e “pôr”.
Fonte: Cunha e Cintra. (2013)
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E100
 
Quadro 5 - Verbos anômalos
Verbo sersou.fui.era.
Verbo irvou.fui.ia.
Fonte: adaptado de BUENO (2014, p.194).
Verbos defectivos
Verbos defectivos "são aqueles que não são conjugados em todos os tempos, 
modos e pessoas [...]" (FARACO e MOURA, 2005, p.333). Isso significa que 
esses verbos não apresentam uma conjugação completa como acontece com os 
regulares e irregulares, por exemplo. 
Faraco e Moura (2005) explicam que, na conjugação dos verbos defectivos, 
algumas flexões foram eliminadas pelo desuso. Isso se dá por questão de eufonia 
ou pela significação, como acontece com a 1ª pessoa do presente do indicativo do 
verbo “abolir” que, teoricamente, seria “abulo”, mas, por soar estranho aos ouvidos 
dos sujeitos falantes, essa forma verbal caiu em desuso. De igual maneira, ine-
xiste a 1ª pessoa do verbo “falir”, como em “eu falo”, uma vez que existe a forma 
“eu falo” do verbo “falar”. Veja estes exemplos de alguns verbos que apresen-
tam defectividade verbal: abolir, falir, demolir, banir, colorir, reaver, precaver etc. 
Dentre os verbos defectivos, há de se falar dos verbos impessoais, conjuga-
dos apenas na 3ª pessoa do singular e que não apresentam sujeito, geralmente, 
indicando fenômenos da natureza como: ventar, trovejar, relampejar, nevar, cho-
ver, gear, amanhecer, entardecer, anoitecer etc. 
Também, é impessoal o verbo “haver” no sentido de existir, como mostra o 
verbo em destaque no Texto 14.
Texto 14
Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Classificação Do Verbo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
101
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu
Agora eu vejo,
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim [...]
Fonte: RPM ([2016], grifo da autora, on-line)10.
E o verbo “fazer” no sentido de tempo decorrido. Observe:
Faz vários minutos que o filme começou!
Verbos Abundantes
“Abundantes são os verbos que possuem duas ou mais formas equivalentes. De 
regra, essa abundância ocorre no particípio.” (CUNHA e CINTRA, 2014, p. 400). 
Em outros termos, podemos compreender que a abundância verbal apresenta 
mais de uma forma com o mesmo valor. Normalmente, os verbos abundantes 
aparecem na forma do particípio. Vejamos uma lista dos principais verbos abun-
dantes que apresentam duas formas no particípio pelo Quadro 6.
Caro(a) aluno(a), você sabia que os verbos reaver e precaver(-se) só têm 
no presente do modo indicativo a 1ª e 2ª pessoas do plural? Isso se deve à 
defectividade verbal. Veja! [...] Nós reavemos, vós reaveis, nós precavemos, 
vós precaveis. Quando necessário, suprimos a ausência das outras pessoas 
empregando um sinônimo -eu recupero (para reaver)[...] Esses verbos apre-
sentam o imperativo: reavei vós, precaveis vós; faltam-lhes, entretanto, o im-
perativo negativo e o presente do subjuntivo não [...]. Nos demais tempos 
verbais, conjugam-se normalmente: reouve, reaverei, reouvesse, etc.
Fonte: Cereja e Magalhães (2013).
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E102
Quadro 6 -Verbos abundantes no particípio
INFINITO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
aceitar. aceitado. aceito.
acender. acendido. aceso.
anexar. anexado. anexo.
benzer. benzido. bento.
corrigir. corrigido. correto.
dispensar. dispensado. dispenso.
eleger. elegido. eleito.
entregar. entregado. entregue.
fritar. fritado. frito.
ganhar. ganhado. ganho.
imprimir. imprimido. impresso.
limpar. limpado. limpo.
morrer. morrido. morto.
ocultar. ocultado. oculto.
pagar. pagado. pago.
salvar. salvado. salvo.
Fonte: adaptada de Faraco & Moura. (2005, p.334)
Como você pode observar, aluno(a), as formas duplas para os verbos abundan-
tes pelo particípio apresentam uma forma regular com final (-do), empregada 
com os verbos auxiliares “ter” e “haver”, e a outra forma irregular. Essa forma, 
geralmente, é empregada em tempos compostos com os verbos auxiliares “ser” 
e “estar”. Veja estes exemplos:
O curso de Letras tem formado competentes professores.
 
(verbo auxiliar “ter” + “formado” (particípio regular com terminação em “-do”. 
As aulas foram suspensas por causa das ocupações.
 
Verbo auxiliar “ser” conjugado na 3ª pessoa do plural do modo indicativo + 
particípio irregular do verbo “suspender”.
Classificação Do Verbo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
103
FUNÇÃO
Quanto à função, o verbo pode ser principal ou auxiliar. A expressão verbal for-
mada por um verbo principal e um verbo auxiliar se denomina locução verbal. 
Em locuções verbais, o verbo principal se apresenta como uma das formas 
nominais e traz a significação básica da locução. Por sua vez, o verbo auxiliar 
apresenta as flexões do verbo, isto é, a conjugação verbal em modo, número, 
pessoa e tempo. (MESQUITA, 2002. p.278). Atente-se às formas verbais em des-
taque no texto que segue.
Texto 15
1 Não quero lhe falar
2 Meu grande amor
3 Das coisas que aprendi
4 Nos discos
5 Quero lhe contar como eu vivi
6 E tudo o que aconteceu comigo[...]
Fonte: Belchior ([2016], grifos da autora, on-line)11.
As formas verbais em destaque no Texto 15 formam uma locução verbal, cons-
tituída pelo verbo auxiliar “quero” (linhas 1 e 5), conjugado na 1ª pessoa do 
presente do modo indicativo, assim, ele pode ser flexionado, conforme o con-
texto comunicativo. Já as formas verbais “ falar” (linha 1) e “contar” (linha 5) 
se apresentam na sua forma infinitiva e imprimem a significação elementar da 
locução verbal. A seguir, destacamos cada uma dessas formas.
Verbo principal
Como vimos, o verbo principal possui uma “significação plena, nuclear de uma 
oração [...]”, conforme explicam Cunha e Cintra (2014, p. 401). O verbo princi-
pal apresenta-se no infinitivo, gerúndio ou particípio. Observe!
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E104
Texto 16
Fonte: Unicesumar ([2016], on-line)9.
Note, aluno(a), que no enunciado “ [...] O nosso mundo você faz do seu jeito,” a 
forma verbal “faz” do verbo “fazer” apresenta-se conjugada na 3ª pessoa do pre-
sente do indicativo, logo, constitui a significação núcleo desse enunciado, uma 
vez que ela não necessita de uma forma auxiliar para apresentar a sua signifi-
cação plena.
Verbo auxiliar
Para Cunha e Cintra (2014, p. 401), um verbo auxiliar “[...] é aquele que, des-
provido total ou parcialmente da acepção própria, se junta a formas nominais 
de um verbo principal, constituindo com elas locuções que apresentam matizes 
especiais.” Isso significa que um verbo auxiliar é aquele que, na locução verbal 
em que é empregado, não possui sentido próprio e auxilia na conjugação de um 
verbo nominal. Veja!
Classificação Do Verbo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
105
Texto 17
Fonte: Unicesumar ([2016], on-line)⁹.
Como podemos observar, aluno(a), o enunciado “Venha estudar” é formado 
por um verbo auxiliar “venha”, conjugado no imperativo, que sozinho, nesse 
contexto, é vazio de sentido. Esse auxiliar se junta à forma nominal do verbo no 
infinitivo “estudar”, para cumprir a função de atribuir, com essa forma, o signi-
ficado desse enunciado.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E106
FORMAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS
Neste tópico, você vai (re)aprender que há tempos verbais primitivos e tempos 
verbais derivados. Bueno (2014) explica que a partir dos tempos primitivos como 
o Presente do Indicativo, Pretérito Perfeito do Indicativo e a Forma nomi-
nal no Infinitivo Impessoal, originam-se todos os outros tempos derivados. 
Os tempos verbais formados por um único verbo são simples, e os forma-
dos por dois verbos são compostos, como o verbo auxiliar “ter” e “haver” + o 
particípio do verbo principal. Por esse raciocínio, no próximo tópico, o foco será 
sobre a formação dos tempos verbais simples e compostos.
FORMAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS SIMPLES
Segundo Bueno (2014), os tempos simples constituídos de único verbo são:
 ■ Modo Indicativo: Presente, Pretérito perfeito, Pretérito Imperfeito, 
Pretérito- mais -que- Perfeito, Futuro do Presente e Futuro de Pretérito.
 ■ Modo Subjuntivo: Presente, Pretérito Imperfeito e Futuro.
Os tempos compostos formados de dois verbos como auxiliar “ter” ou, mesmo, 
raramente, “haver” e o particípio do verbo principal são:
 ■ Modo Indicativo: Pretérito Perfeito, Pretérito-mais-que-Perfeito, Futuro 
do Presente e Futuro do Pretérito.
 ■ Modo Subjuntivo: Pretérito Perfeito, Pretérito mais-que-Perfeito.
O presente do indicativo 
 O presente do indicativo serve de base para a formação de três tempos deriva-
dos: a) o presente do subjuntivo, b) o imperativo afirmativo e o imperativo 
negativo.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
107
a. O Presente do Subjuntivo é formado a partir da 1ª pessoa do singular do 
presente do indicativo. Na 1ª conjugação, troca-se a vogal final do presente 
do indicativo “o” por “e”, acrescenta-se a essa forma resultante as desinên-
cias de número e pessoa para a formação de outras pessoas. Assim, na 
2ª e na 3ª conjugações, troca-se a vogal final da 1ª pessoa do presente do 
indicativo por “a”. Para facilitar-lhe a compreensão sobre a formação do 
subjuntivo, veja o Quadro 7.
Quadro 7 - Formação do Presente do Subjuntivo
1ª CONJUGAÇÃO (AR) 2ª CONJUGAÇÃO (ER) 3ª CONJUGAÇÃO (IR)
PRESENTE DO 
INDICATIVO
PRESENTE DO 
SUBJUNTIVO
PRESENTE DO 
INDICATIVO
PRESENTE DO 
SUBJUNTIVO
PRESENTE DO 
INDICATIVO
PRESENTE DO 
SUBJUNTIVO
penso. pense. vendo. venda. parto. parta.
pensa. pense. vende. venda. parte. parta.
pensamos. pensemos. vendemos. vendamos. partimos. partamos.
pensais. penseis. vendeis. vendais. partis. partais.
pensam. pensem. vendem. vendam. partem. partam.
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães. (2014, p. 173)
b. Imperativo afirmativo e Imperativo negativo. Conforme Cereja e Maga-
lhães (2013), do presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo 
originam-se o Imperativo afirmativo e o Imperativo negativo. Na forma-
ção desses Imperativos, não existe a 1ª pessoa do singular. No Imperativo 
afirmativo. As 2ª pessoas do singular e plural (tu e vós) perdem o (-s) final 
e as demais pessoas são as mesmas do Presente do Subjuntivo. No Impera-
tivo Negativo, todas as formas correspondem ao Presente do Subjuntivo.Atente-se, aluno(a), ao Quadro 8 para um melhor entendimento da formação 
dos Imperativos nas três conjugações.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E108
Quadro 8 - Formação dos Tempos Imperativo Afirmativo e negativo
I M P E R A T I V O 
NEGATIVO
PRESENTE DO 
SUBJUNTIVO
I M P E R A T I V O 
AFIRMATIVO
PRESENTE DO 
INDICATIVO
eu diga.eu digo.
não digas tu.tu digas dize tu.tu dizes 
não diga você. ele diga diga você.ele diz.
não digamos nós.nós digamos digamos nós.nós dizemos.
não digais vós.vós digais dizei vós.vós dizeis 
não digam vocês. eles digam digam vocês.eles dizem.
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães. (2014, p.173)
Formação dos tempos do Pretérito Perfeito do Indicativo
De acordo com Cunha e Cintra (2013), do tema do Pretérito Perfeito formam-
-se os seguintes tempos simples: 1) o Mais-que-perfeito do indicativo, 2) o 
Imperfeito do Subjuntivo, 3) o Futuro do Subjuntivo. 
Assim, caro(a) aluno(a), para formar esses tempos verbais, deve-se con-
siderar o tema (radical + a vogal temática) da 3ª pessoa do plural do Pretérito 
Perfeito do Indicativo, como evidencia o esquema da Figura 4.
Figura 4 - Esquema para encontrar os tempos derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Fonte: adaptada de Mesquita (2002, p. 292).
1. Na formação do Pretérito mais- que- perfeito do indicativo, juntam as ter-
minações como o sufixo temporal: (-ra) + as desinências pessoais: (-ra, ras, 
ramos, reis, ram) ao tema da forma verbal. A esse respeito, observe a conju-
gação dos verbos “cantar”, “vender” e “partir”, no Quadro 9.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
109
Quadro 9 - Formação do Pretérito Mais-Que- Perfeito
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃORADICAL DO 
PERFEITO 
+ VOGAL 
TEMÁTICA
parti-vende-canta-
parti -ra.vende -ra.canta -ra.
PRETÉRITO 
MAIS- QUE- 
PERFEITO
parti -ras.vende -ras.canta -ras.
parti -ra.vende -ra.cantá -ra.
partí -ramos.vendê -ramos.cantá -ramos.
partí -reis.vendê -reis.cantá -reis.
parti -ram.vende -ram.canta -ram.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p.405)
2. Ao Imperfeito do Subjuntivo, juntam-se as terminações do sufixo tem-
poral como (sse) + as desinências pessoais: (-sse, -sses, -sse, -ssemos,-sseis, 
-ssem) ao tema do verbo, como expõe o Quadro 10. Considere as mesmas 
formas verbais do quadro anterior.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E110
Quadro 10 - Formação do Imperfeito do Subjuntivo
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-vende -canta -RADICAL DO 
PERFEITO + 
VOGAL TEMÁTICA
parti-sse.vende-sse.canta-sse.
PRETÉRITO 
IMPERFEITO DO 
SUBJUNTIVO
parti-sses.vende-sses.canta-sses.
parti-sse.vende-sse.canta-sse.
partí-ssemos.vendê-ssemos.cantá-ssemos.
partí-sseis.vendê-sseis.cantá-sseis.
parti-ssem.vendê-ssem.canta-ssem.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra (2014, p.405).
3. Para a formação do Futuro do Subjuntivo, juntam as terminações do sufixo 
temporal(-r) + as desinências pessoais como (-r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem), 
como modelo, observe a formação desse tempo verbal dos verbos “cantar”, 
“vender” e “partir” no Quadro 11.
4. 
Quadro 11 - Formação do Futuro do Subjuntivo
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-vende -canta -RADICAL DO 
PERFEITO + VOGAL 
TEMÁTICA
parti-r.vende-r.Quando eu canta-r.
FUTURO DO 
SUBJUNTIVO
parti-res.vende-res.Quando tu canta-res.
parti-r.vende-r.Quando canta-r.
parti-rmos.vende-rmos.Quando canta-rmos.
parti-rdes.vende-rdes.Quando canta-rdes.
parti-rem.vende-rem.Quando canta-rem.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra (2014, p.405).
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
111
Derivados do Infinitivo Impessoal 
Cunha e Cintra (2013) explicam que a partir do Infinitivo Impessoal formam-se 
dois futuros simples do modo Indicativo como: 1) Futuro do Presente, 2) Futuro 
do Pretérito e 3) três formas nominais do verbo: infinitivo pessoal, gerúndio e 
particípio. Neste subtópico, aluno(a), cabe aqui, destacá-las.
1. Na formação do Futuro de Presente acrescentam as terminações: (-ei, 
-ás, -á, -emos, -eis, -ão). Veja o modelo para a formação desse tempo 
dos verbos “cantar”, “vender” e “partir”, no Quadro 12.
Quadro 12 -Formação do Futuro do Presente
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
partirvendercantarINFINITIVO IMPESSOAL
partir-ei.vender-ei. cantar-ei.
FUTURO DO PRESENTE 
DO INDICATIVO
partir-ás.vender-ás.cantar-ás.
partir-á.vender-á. cantar-á.
partir-emos.vender-emos. cantar-emos.
partir-eis.vender-eis. cantar-eis.
parti-rão.vende-rão.cantar-ão.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra (2014, p.407).
Talvez você não se lembre da formação do Infinitivo Impessoal. Assim, leia 
esta explicação de Mesquita (2002). Vale lembrar que o infinitivo impessoal:
 radical + vogal temática + desinência -r
1ª conjugação cant- -a -r
2ª conjugação dev- -e -r
3ª conjugação part- -i -r
Fonte: extraída de Mesquita (2002).
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E112
2. A formação do Futuro do Pretérito se dá pelo acréscimo das desinên-
cias (-ia, -ias, -ia,-íamos, -íeis,-iam) ao tema do Infinitivo Impessoal.
Veja o modelo!
Quadro 13 - Formação do Futuro do Pretérito
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
partirvendercantarINFINITIVO 
IMPESSOAL
partir-ia.vender-ia. cantar-ia.
FUTURO DO 
PRETÉRITO DO 
INDICATIVO
partir-ias.vender-ias. cantar-ias.
partir-ia.vender-ia. cantar-ia.
partir-íamos.vender-íamos. cantar-íamos.
partir-íeis.vender-íeis. cantar-íeis.
partir-iam.vender-iam. cantar-iam.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p.407)
3. Formas nominais do verbo: a. Infinitivo Pessoal, b. Gerúndio e c. Par-
ticípio.
a. O Infinitivo Pessoal forma-se com o acréscimo das desinências pesso-
ais: (-es para a 2ª pessoa do singular, -mos, -des, -em). Veja o modelo 
da formação do Infinitivo Pessoal pelo Quadro 14.
Quadro 14 - Formação do Infinitivo Pessoal
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
partirvendercantar
INFINITIVO 
IMPESSOAL
partir.vender. cantar.
FUTURO 
PESSOAL
partir-es.vender-es. cantar-es.
partir.vender. cantar.
partir-mos.vender-mos. cantar-mos.
partir-des.vender-des. cantar-des.
partir-em.vender-em. cantar-em.
Fonte: Cunha e Cintra. (2014, p. 408)
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
113
b. A forma nominal do Gerúndio forma-se pela substituição do sufixo (-r) 
do Infinitivo Impessoal pelo (-ndo) nas três conjugações. Vale lembrar, 
aluno(a), que essa forma nominal não possui flexões número-pessoais. 
Atente-se às conjugações dos verbos cantar, vender e partir do Gerún-
dio, como mostra o Quadro 15.
Quadro 15 - Formação do Gerúndio
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-r.vende-r.canta-r.
INFINITIVO 
IMPESSOAL
parti-ndo.vende-ndo.canta-ndo.GERÚNDIO
Fonte: Cunha e Cintra. (2014, p. 408)
c. O Particípio forma-se com o acréscimo do sufixo (-do) ao sufixo (-r) 
do Infinitivo Impessoal. Para a 2ª e 3ª conjugações, deve-se acrescentar 
a terminação (-ido) ao radical do verbo. Veja o modelo da formação 
do Particípio pelo Quadro 16.
Quadro 16 -Formação do Particípio
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-r.vende-r.canta-r.
INFINITIVO 
IMPESSOAL
parti-do.vendi-do. canta-do.PARTICÍPIO
Fonte: Cunha e Cintra. (2014, p. 408)
A seguir, trataremos da formação dos tempos verbais.
Formação dos tempos verbaiscompostos
Cunha e Cintra (2013) destacam os tempos compostos dos verbos da voz ativa às 
formas dos verbo “ter” ou “haver” (auxiliares) mais o particípio do verbo princi-
pal. Como já estudamos em aulas anteriores, nos tempos compostos, conjuga-se 
somente o verbo auxiliar. (Veja modelo de conjugação na seção anexos deste 
livro de estudos). Assim, neste estudo, daremos ênfase aos modos Indicativo, 
Subjuntivo e às Formas nominais. A saber:
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E114
Modo Indicativo 
1. Pretérito Perfeito Composto: é formado pelo presente do indicativo do 
verbo auxiliar “ter” + o particípio do verbo principal. Observe o modelo 
desse tempo composto pelo quadro abaixo.
Quadro 17 -Formação do Pretérito Perfeito Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
tenho partido. tenho vendido.cantado.tenho. 
tens partido. tens vendido.cantado.tens.
tem partido.tem vendido.cantado.tem.
temos partido.temos vendido.cantado.temos. 
tendes partido.tendes vendido.cantado.tendes. 
têm partido.têm vendido.cantado.têm.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 416)
2. A formação do Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto é formado com 
o pretérito imperfeito do Indicativo do verbo auxiliar “ter” ou “haver” + 
o particípio do verbo principal. Veja!
Quadro 18 -Formação do Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª 
CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª 
CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO AUXILIAR
tinha partido. tinha vendido.cantado.tinha.
tinhas partido. tinhas vendi-
do.
cantado.tinhas.
tinha partido.tinha vendido.cantado.tinha.
tínhamos partido.tínhamos ven-
dido.
cantado.tínhamos.
tínheis partido.tínheis vendi-
do.
cantado.tínheis.
tinham partido.tinham vendi-
do.
cantado.tinham.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 417)
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
115
3. O Futuro do Presente Composto forma-se pelo futuro simples do verbo 
auxiliar “ter” ou “haver” + o particípio do verbo principal, como eviden-
cia o Quadro 19.
Quadro 19 -Formação do Futuro do Presente Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
terei partido. terei vendido.cantado.terei.
terás partido. terás vendido.cantado.terás.
terá partido.terá vendido.cantado.terá.
teremos partido.teremos vendido.cantado.teremos.
tereis partido.tereis vendido.cantado.tereis.
terão partido.terão vendido.cantado.terão.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 417)
4. O Futuro do Pretérito Composto é formado pelo futuro do pretérito sim-
ples do verbo auxiliar “ter” ou “haver” + o particípio do verbo principal. 
Observe o Quadro 20, para conferir a formação desse tempo composto.
Quadro 20 -Formação do Futuro do Pretérito Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª 
CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
teria partido. teria vendido.cantado.teria.
terias partido. terias vendido.cantado.terias.
teria partido.teria vendido.cantado.teria.
teríamos partido.teríamos vendido.cantado.teríamos.
teríeis partido.teríeis vendido.cantado.teríeis.
teriam partido.teriam vendido.cantado.teriam.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra (2014, p. 417).
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E116
Modo Subjuntivo
1. O Pretérito Perfeito do modo Subjuntivo Composto é formado pelo 
presente do subjuntivo do verbo auxiliar “ter” ou “haver” + o particípio 
do verbo principal. Observe o Quadro 22.
Quadro 21 - Formação do Pretérito Perfeito do Subjuntivo Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
tenha partido. tenha vendido.cantado.tenha.
tenhas partido. tenhas vendido.cantado.tenhas.
tenha partido.tenha vendido.cantado.tenha.
tenhamos partido.tenhamos vendido.cantado.tenhamos.
tenhais partido.tenhais vendido.cantado.tenhais.
tenham partido.tenham vendido.cantado.tenham.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 417)
2. A formação do Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo Composto é 
formado pelo Imperfeito do Subjuntivo do verbo auxiliar “ter” ou “haver” 
+ o particípio do verbo principal, como mostra o Quadro 22.
Quadro 22 - Formação do Pretérito Mais-que -Perfeito Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
tivesse partido. tivesse vendido.cantado.tivesse.
tivesses partido. tivesses vendido.cantado.tivesses.
tivesse partido.tivesse vendido.cantado.tivesse.
tivéssemos partido.tivéssemos vendido.cantado.tivéssemos.
tivésseis partido.tivésseis vendido.cantado.tivésseis.
tivessem partido.tivessem vendido.cantado.tivessem.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 418)
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
117
3. O Futuro Composto forma-se pelo Futuro do Subjuntivo do verbo auxi-
liar “ter” ou “haver” + o particípio do verbo principal. Atente-se ao Quadro 
23 para uma melhor compreensão desse tempo composto.
Quadro 23 - Formação do Futuro Composto
3ª CONJUGAÇÃO 
-PARTIR
2ª CONJUGAÇÃO 
-VENDER
1ª CONJUGAÇÃO- 
CANTAR
VERBO 
AUXILIAR
tiver partido. tiver vendido.cantado.tiver. 
tiveres partido. tiveres vendido.cantado.tiveres.
tiver partido.tiver vendido.cantado.tiver.
tivermos partido.tivermos vendido.cantado.tivermos .
tiverdes partido.tiverdes vendido.cantado.tiverdes. 
tiverem partido.tiverem vendido.cantado.tiverem.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 418)
Formas Nominais dos tempos Compostos
a. A formação do Infinitivo Impessoal Composto é formada pelo Infini-
tivo Impessoal do verbo “ter” ou “haver” + o particípio do verbo principal. 
Observe o Quadro 25 quanto à formação dessa forma nominal composta.
Quadro 24 - Infinitivo Impessoal
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-r.vende-r.canta-r.INFINITIVO 
IMPESSOAL 
COMPOSTO ter partido. ter vendido. ter cantado.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 418)
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E118
b. O Infinitivo Pessoal Composto forma-se pelo Infinitivo pessoal do 
verbo auxiliar “ter” ou “haver” + o particípio do verbo principal. Veja o 
Quadro 25.
Quadro 25 - Infinitivo Pessoal Composto
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
INFINITIVO 
PESSOAL
COMPOSTO
parti-rvende-rcanta-r
ter partido.ter vendido. ter cantado.
teres partido.teres vendido.teres cantado.
ter vendido.ter vendido.ter cantado.
termos vendido.termos vendido.termos cantado.
terdes vendido.terdes vendido.terdes cantado.
terem vendido.terem vendido.terem cantado.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 418)
c. O Gerúndio Composto forma-se pelo gerúndio do verbo auxiliar “ter” 
ou “haver” + do particípio do verbo principal. Observe o Quadro 26 para 
um melhor entendimento da formação desse tempo.
Quadro 26 - Gerúndio Composto
3ª CONJUGAÇÃO2ª CONJUGAÇÃO1ª CONJUGAÇÃO
parti-rvende-rcanta-r
GERÚNDIO 
COMPOSTO tendo partido. tendo vendido. tendo cantado.
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 418)
Emprego dos modos e tempos verbais
Como já vimos em tópicos anteriores, de forma geral, tem-se que o modo indi-
cativo expressa uma ação que é certa, o modo subjuntivo insinua a ação e a deixa 
na dependência de uma circunstância e o modo imperativo evidencia uma ação 
definida. 
No subtópico que segue, veremos as principais situações de empregos dos 
modos e tempos verbais.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
119
Modo indicativo
O Presente do indicativo,geralmente, é empregado para:
a. expressar um fato que ocorre no momento da fala como em:
Os professores estão em férias.
b. expressar uma verdade científica ou aquilo que tem validade permanente:
A) Terra gira em torno do sol. (exemplo extraído de Bueno, 2014)
c. Expressar uma ação frequente, um fato habitual . Esse tempo é denomi-
nado de presente habitual. Veja:
Não como frituras.
d. Expressar um fato passado como se fosse atual. É denominado de pre-
sente histórico. Observe:
Os membros da Acadêmia Brasileira de Letras são Imortais, porém não 
imorríveis.
e. Expressar um fato que ocorrerá em um futuro próximo como em:
O resultado do processo seletivo acontece logo mais.
O Pretérito Imperfeito do indicativo pode expressar:
a. Um fato passado, contudo não finalizado. Expressa uma ideia de conti-
nuidade(aspecto cursivo). Veja este exemplo:
Chovia muito no momento em que a professora encontrou o gatinho 
abandonado.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E120
b. Um fato/ação habitual no tempo passado. É denominado de pretérito fre-
quentativo como em:
Eu não gostava de dormir com todas as luzes apagadas. Tinha a sensação 
de estar cega. 
c. Um tempo narrativo para situar um fato em um momento impreciso, 
vago. Normalmente, emprega-se o verbo ser. Veja:
“[...] era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, inde-
pendente e cheia de auto-estima” (Veríssimo, 2017, grifo da autora, on-line)12.
d. Substituir o presente para expressar polidez e respeito como em:
Queria um café passado na hora.
 Emprega-se o Pretérito Perfeito para expressar:
a. Uma ação concluída no momento da fala. Observe:
Entregou os capítulos da tese pela manhã, na quarta-feira. 
b. A forma composta do pretérito perfeito expressa, geralmente, a repetição 
de ação ou a sua continuidade até o momento da fala. Veja:
Texto 18
“Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão 
constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renun-
ciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. 
[...]” (Só história, 2017, grifo da autora, on-line)13.
O Pretérito mais-que -perfeito expressa:
a. uma ação que aconteceu antes de outra já terminada como em:
Voltei para casa porque o filme tornara-se tedioso.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
121
b. Pode substituir o futuro de pretérito em construções mais literários como 
em:
Texto 19
[...] Quisera encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim sem saudade,
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito,
Mais vale o que será [...]
Fonte: Elis Regina (2017, grifos da autora, on-line)14.
Pretérito mais-que-perfeito podem expressar:
a. O pretérito mais-que-perfeito composto, comum tanto na linguagem 
formal quanto coloquial pode expressar uma ideia de uma ação que con-
tinua do passado até o momento da fala:
Já tinha começado a queima dos fogos, antes da meia noite.
O Futuro do presente pode expressar:
a. Ações certas ou prováveis de acontecer, posteriormente, ao momento da 
fala. Veja:
As aulas começarão em fevereiro. (ideia de certeza)
Se tudo der certo, as aulas começarão em fevereiro. (ideia de possibilidade)
O Futuro do presente composto pode expressar:
a. Uma ação que acontecerá em um futuro próximo em relação ao momento 
da falar como em:
Na próxima segunda, o resultado já terá saído.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E122
O Futuro do pretérito expressa:
a. Uma ideia hipotética, dependente de um determinado acontecimento que 
pode ou não acontecer, como em:
Se tivesse chegado antes, teria entrado para realizar a prova.
b. Uma ideia que pode atenuar uma expressão de ordem como em:
Poderia fazer as atividades extras?
c. Uma surpresa ou incerteza em frases interrogativas ou exclamativas. 
Exemplo:
Teria coragem de aparecer no evento depois do horário determinado?
Dificilmente falaria de forma impolida com alguém.
O Futuro do Pretérito composto pode ser empregado para:
a. expressar dúvida referente a uma ação já ocorrida. Veja:
Aonde teriam ido naquela manhã?
No tópico seguinte, o nosso foco será sobre o modo subjuntivo.
Bueno (2014) explica que, na linguagem informal, o futuro do presente qua-
se não é empregado porque denota um tom mais formal: “Ele é frequente-
mente substituído por locuções verbais formadas pelos auxiliares ter, haver 
ou ir, no presente do indicativo mais o infinitivo do verbo principal”. (p. 210) 
Exemplo:
Vou trabalhar menos no próximo ano! Em vez de:
 verbo principal
verbo aux.
Trabalharei menos no próximo ano!
Fonte: a autora.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
123
Modo Subjuntivo
O Presente pode expressar:
a. Uma possibilidade, uma dúvida em orações dependentes (subordina-
das), como em:
Talvez eles cheguem em tempo para a primeira sessão do filme. (possibilidade)
Será que eles chegam em tempo para a primeira sessão do filme? (dúvida)
b. Um pedido ou um desejo:
Desejo que todos aproveitem bem esta disciplina.
O Pretérito Imperfeito é empregado para:
a. expressar uma condição ou uma hipótese, como em:
Se conseguisse a bolsa, daria prioridade aos estudos.
O Pretérito Perfeito Composto é empregado para:
a. expressar uma ação já finalizada no passado. Observe:
Acredito que a dedicação nos estudos tenha feito diferença!
b. expressar uma suposta conclusão em relação a outro acontecimento no 
futuro:
Espero que a dedicação nos estudos já tenha feito diferença quando o pro-
cesso acontecer.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E124
O Pretérito mais-que-perfeito é empregado para:
a. uma ação que já deveria ter ocorrido antes de outra ação anterior, tam-
bém a um tempo passado. Veja:
Se tivesse se dedicado mais aos estudos, teria conseguido um desempenho 
mais satisfatório.
Emprega-se o Futuro do Subjuntivo para:
b. expressar uma ação que pode acontecer ou não, pode expressar uma ação 
hipotética, eventual relacionada com outra ação, como em:
Quando você voltar, avise-me!
Se puder, leia mais!
O Futuro composto é empregado para:
a. expressar uma ação futura em relação a outra também no futuro. Veja:
Quando tiver terminado o trabalho, passearei mais.
A seguir, nos ocuparemos dos estudos sobre o modo imperativo.
Modo Imperativo
Afirmativo ou negativo pode expressar:
a. uma ordem, um pedido, uma súplica, uma sugestão, um conselho, como 
em:
Bata antes de entrar!
Não faça barulho!
Caiam muitas bênçãos sobre você!
b. Emprega-se para substituir diferentes formas de expressão:
Silêncio! Avante!
No próximo tópico, aluno(a) estudaremos sobre a formas nominais do verbo.
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
125
Formas Nominais
 Emprega-se o Infinitivo Impessoal em:
a. locuções verbais:
Os alunos vão estudar mais sobre as categorias gramaticais.
b. para substituir os adjetivos, normalmente, precedidos de preposição. Veja:
As questões sobre o preconceito linguístico ainda não são fáceis de resolver.
(resolvíveis) 
c. para substituir o gerúndio em construções com as preposições “a” ou “de”, 
em verbos como: “estar”, “entrar”, “começar”, “continuar”, “acabar”, den-
tre outras. Exemplo:
Começou a estudar logo pela manhã.
Estava a conversar com os alunos pelo chat.
d. para expressar uma ideia geral que não se refere ao um sujeito específico, 
em particular, como em:
Caminhar faz bem para a saúde.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E126
O Infinitivo pessoal emprega-se quando:
a. o sujeito está expresso na oração, contudo não explícito como em:
Seria interessante vocês estudarem mais, alunos!
 sujeito
b. a forma composta do infinitivo pessoal indica uma ação que foi conclu-
ída e que possibilitou que outra fosse executada, Observe:
Por ter feito bem o trabalho, foi convidada a participar novamente da banca.
O Gerúndio indica uma ação em processo e é empregado quando:
a. assume o valor de um advérbio, como em:
Ela chegou correndo.
b. assume um valor de adjetivo, quando acompanha um substantivo como em:
Gosto de tomar sorvete gelando a boca.
 (subst.) (valor de adjetivo)
Bueno (2014) explica que as construções com o infinitivo impessoal com 
verbos precedidos pelas preposições “a” e “de” são mais comuns no portu-
guês de Portugal, mas não comumente empregadas no Brasil, assim são 
substituídas pelo gerúndio como em: 
Eles estavam a estudar com os colegas pelo chat.
 (Construção comum no português de Portugal)
Eles estavam estudando com os colegas pelo chat.
 ( Construção comum no Brasil)
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Formação Dos Tempos Verbais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
127
c. para substituir a forma imperativa como em:
Entregando o fórum dentro do prazo de até 100% da nota.
 (Entreguem o fórum dentro do prazo de até 100% da nota.)
Neste subtópico, nos ocuparemos sobre o estudo da forma nominal do particípio.
O Particípio indica uma ação verbal já finalizada, concluída referente a um 
passado mais distante ao momento da fala. Pode ser empregado com ou sem o 
auxílio da preposição para:
a. formar os tempos compostos com as formas verbais “ter” e muito rara-
mente “haver” na voz ativa, como em:
Terminado a escrita do trabalho, pude dormir mais.
 (particípio sem auxílio da preposição)
Bueno (2014) esclarece que a forma nominal do Gerúndio tem sido empre-
gada de forma inadequada como em: 
a. Vou estar respondendo as atividades com até 100% da nota.
b. Estarei transferindo a sua ligação em instantes. 
Esses tipos de expressões são denominadas de gerundismo e devem ser evi-
tadas. Assim, recomenda-se dizer ou escrever: 
a. Responderei às atividades com até 100% da nota. (indica uma ação fu-
tura)
b. Estou transferindo a sua ligação em instantes. (indica uma ação que 
está acontecendo).
Fonte: a autora.
VERBOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E128
Texto 20
Queria ter aceitado → (verbo aux. “ter”+ particípio)
A vida como ela é[...]
Fonte: Titãs (2017, grifos da autora, on-line)15.
Eu já havia assistido ao filme.
 (verbo aux. haver + particípio) 
b. para formar a voz passiva com os verbos auxiliares “ser” e “estar”. Observe:
Foram publicadas notícias sobre racismo naquela manhã de dezembro.
 (verbo aux. “ser” + particípio)
Ela estava entristecida pela triste notícia.
 (verbo aux. “estar” + particípio)
c. o particípio pode desempenhar a função de um adjetivo, como em:
A professora encontrou o gato cansado, assustado.
 os adjetivos “cansado” e “assustado” 
funcionam como adjetivos do substantivo o gato.
Aluno(a), chegamos ao fim deste estudo. Você pôde observar que há formas que 
derivam de outras e, com base em três tempos, é possível fazer as conjugações 
completas dos verbos. Portanto, espero que a sua aproximação com esse con-
teúdo lhe proporcione conhecimentos, mesmo que de maneira introdutória, 
necessários para a sua formação e futura prática pedagógica.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
129
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade! Nosso objetivo nesta 
unidade II foi instrumentalizar-lhe, mesmo que introdutoriamente, no que diz 
respeito ao estudo da natureza verbal para que você possa, como estudante e 
futuro professor(a), exercitar a capacidade de compreensão, de análise e refle-
xão sobre o verbo! Assim, preocupei-me em, sempre que o conteúdo permitiu, 
introduzir as discussões por enunciados, como elemento motivador para o iní-
cio do nosso percurso gramatical pelo estudo do verbo.
Nesse sentido, por meio de reflexões, inferências examinamos os conceitos, 
as regras e o emprego dos verbos e, muito possivelmente, você deve ter notado 
que esse elemento está diretamente ligado com a nossa existência, com a nossa 
realidade, isto é, com a ação do homem no e com o mundo, uma vez que o verbo 
é um elemento basilar da linguagem, da comunicação.
Você observou que, inicialmente, conceituamos a natureza verbal, bem como 
a sua estrutura, a fim de preparar-lhe para a compreensão sobre as três conju-
gações verbais e o reconhecimento das categorias gramaticais do verbo, com o 
objetivo de compreender em que medida esse estudo é responsável pela cons-
trução dos sentidos da nossa realidade.
Posteriormente, busquei oferecer conhecimentos sobre a classificação dos 
verbos quanto à formação, à flexão e à função dentro dos estudos sobre a lín-
gua. Dessa forma, tomei as terminologias gramaticais como meio para que você 
pudesse entender, reitero, como estudante e como professor(a), as coerções que 
essas terminologias implicam em nossas atividades linguísticas.
Diante disso, espero contribuir para os seus estudos sobre o verbo. Espero, 
ainda, que você tome esses estudos como ponto de partida para a busca de mais 
leitura sobre a natureza verbal. Vale lembrar, prezado(a) aluno(a), que na seção 
“anexos”, deste livro, introdutório de estudos, você encontrará um material de 
apoio sobre as conjugações verbais. Boa leitura! Bons estudos!
130 
1. Vimos na unidade II que as formas nominais dos verbos têm esse nome porque 
podem exercer a função de um adjetivo, de um substantivo ou advérbio. Consi-
dere o conceito das formas nominais dos verbos, leia o excerto, abaixo, e assinale 
a alternativa que corresponde ao valor expresso pela forma verbal em destaque.
Lutar com palavras
parece sem fruto.
Não tem carne e sangue
Entretanto, luto.
Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate [...]
Fonte: Carlos Drummond de Andrade - Lutar com as palavras (grifo da autora, on-li-
ne)16.
a) A forma verbal em destaque cumpre a função de tempo não definido, impessoal.
b) A forma nominal do verbo “Lutar” tem a função de substantivo, fato que nos 
permite esta paráfrase: “A luta com as palavras”.
c) A forma verbal “Lutar” tem a função que se aproxima de um adjetivo.
d) A forma verbal em “Lutar” expressa uma ideia de habitualidade.
e) A forma verbal em “Lutar” expressa uma ideia que se aproxima de um advérbio.
2. Nesta unidade, estudamos sobre a categoria das vozes verbais. Vimos, por exem-
plo, que essa categoria determina a relação entre os participantes de uma situa-
ção de comunicação. Assim, segundo Bechara (2009), quando o sujeito é o agen-
te do acontecimento/da situação comunicativa, a voz do verbo é ativa e quando 
o sujeito é o objeto do acontecimento, a voz é passiva. Considere nossos estudos 
sobre as vozes do verbo e imagine que você precisa elaborar um título de uma 
notícia como exigência de uma atividade para postar no fórum desta disciplina. 
Para isso, leia o texto, a seguir, e faça o que se pede.
131 
“Polícia Civil informou que cerca de 20 homens participaram de explosões a ban-
cos em uma cidade no interior do Paraná.” 
Texto adaptado de G1 (2016, on-line)17.
Considere o título dessa notícia e apresente duas situações que contemple:
a. Um texto que privilegie oagente da ação; outro, o agente da passiva.
b. Após essa atividade, explique que informação foi privilegiada em cada uma 
dessas situações?
3. Nos grupos de frases a seguir, você encontrará tempos e modos verbais diferen-
tes, contudo, com indicação de ideias semelhantes. Considere os estudos sobre 
os tempos e modos verbais, leia as assertivas e assinale a alternativa correta refe-
rente ao tempo e modo que cada frase corresponde.
I. Farei isso amanhã. A forma verbal em destaque indica o futuro do modo indi-
cativo e expressa uma ação provável de acontecer porque ainda não aconteceu 
no momento da fala.
II. Faço isso amanhã. A forma verbal em destaque indica o tempo presente do 
modo indicativo e expressa empenho do falante em realizar determinada ta-
refa no dia de amanhã. Isso significa que a forma verbal “faço” expressa um 
processo habitual do falante em realizar algo, contudo, ficará, certamente, para 
amanhã.
III. É possível que todos aceitem o convite. A forma verbal indica o presente do 
modo subjuntivo porque expressa uma ideia hipotética.
IV. É possível que todos tenham aceitado o convite. A forma do verbo auxiliar 
“ter” + o particípio em destaque indica o pretérito perfeito do subjuntivo por-
que expressa uma ação tida como concluída em relação a outra no passado.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
132 
4. Nas locuções verbais, vimos que somente o verbo auxiliar é flexionado, ou seja, 
é o verbo auxiliar que varia em número (singular e plural), em pessoa (1ª, 2ª ou 
3ª) e tempo (presente, pretérito e futuro). Assim, considere as locuções verbais 
em destaque, leia as assertivas que seguem e assinale com V para (verdadeiro) 
ou F para (Falso):
( ) Eu estava lendo o livro que ganhei , quando Teodoro acordou. A locução ver-
bal em destaque poderia ser substituída por uma única forma verbal como: “Eu 
lia o livro que ganhei, quando Teodoro acordou.”
( ) Ele tinha saído da sacada para brincar com a gata Minerva, quando Teodo-
ro chegou. A locução verbal em destaque poderia ser substituída pela forma 
verbal “Ele saíra” que também indica uma ação finalizada em relação a outra, já 
concluída no passado.
( ) Ele estava rindo enquanto brincava com o gato. A forma verbal em destaque 
poderia ser substituída sem prejuízo semântico pela forma verbal “ria”.
( ) O aluno havia escrito um ótimo texto. Tem perfeito cabimento a substituição 
da locução verbal em destaque pela forma verbal “escreveu “ que expressa a 
mesma ideia de uma ação já concluída no momento da fala.
( ) Eu vou fazer o jantar hoje, disse meu esposo. A locução verbal “vou fazer” é 
constituída pelo verbo auxiliar “ir” + o infinitivo do verbo principal e poderia ser 
substituída pelo verbo “farei” (futuro de presente) que expressa a mesma ideia 
de uma ação certa ou provável de acontecer posteriormente ao momento da 
fala.
Assinale a alternativa correta:
a) V-V-V-V-F.
b) V-V-V-V-V.
c) V-V-V-F-V.
d) F-V-V-F-V.
e) V-F-F-V-V.
133 
5. Infinitivo, gerúndio e particípio são chamados de formas nominais do verbo por-
que podem desempenhar funções de nomes, como substantivos, adjetivos e ad-
vérbios. Considere os estudos sobre as formas nominais e assinale a alternativa 
correta.
I. O gerúndio tem a terminação em “ado” e pode indicar uma ação em proces-
so.
II. Trabalhar não mata ninguém. A forma verbal “trabalhar” indica o infinitivo.
III. Feito o relatório, entreguei-o ao professor. A forma verbal “feito” indica o 
particípio que, neste caso, foi empregado sem o auxílio da preposição, assim, 
essa forma de emprego está inadequada.
IV. O brincar é trabalho de criança. A palavra “brincar” está no infinitivo e tem 
um valor de substantivo porque equivale a “brincadeira”.
 
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I está correta.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
134 
Você se lembra de como se faz a mudança da voz ativa para a voz passiva? Em con-
texto de aulas de língua portuguesa é comum surgir dúvidas com relação à conver-
são do verbo da voz ativa para a voz passiva. Como essa situação, muito provavel-
mente, fará parte de sua futura prática pedagógica, relevante é, a esse respeito, a 
explicação dos autores Cereja e Magalhães. (2013) Vejamos!
TRANSFORMAÇÕES NA MUDANÇA DA VOZ ATIVA PARA A VOZ PASSIVA
Você deve ter observado que:
 ■ O objeto direto da voz ativa passa a sujeito da voz passiva analítica;
 ■ O tempo do verbo principal (no caso conserta, presente do indicativo) é 
transferido para o verbo auxiliar ser (são), ao passo que o principal vai para o 
particípio (consertados);
 ■ O verbo no particípio concorda com o sujeito em gênero e número;
 ■ A preposição por (ou per) se junta ao sujeito da voz ativa para formar o agen-
te da passiva;
 ■ O verbo, na voz passiva sintética, nunca há agente da passiva;
 ■ Na voz passiva sintética, nunca há agente da passiva;
 ■ Para admitir flexão de voz, é necessário que o verbo seja transitivo direto ou 
transitivo indireto, uma vez que o objeto direto da voz ativa transforma-se em 
sujeito da voz passiva.
Fonte: texto extraído de Cereja e Magalhães (2013, grifo da autora).
Acrescento à explicação dos autores, acima, que os verbos intransitivos, transitivos 
indiretos e verbos de ligação não admitem a voz passiva! Assim, esses verbos per-
manecem na 3ª pessoa do singular. 
Caro (a) aluno (a), pelos exemplos e pela explicação de Cereja e Magalhães (2013), 
podemos compreender que a transformação do verbo da voz ativa para a voz passi-
va só é possível se não alterar o sentido da oração, muito embora, ocorra a mudança 
de lugar dos elementos, o sentido da oração se mantém. Veja:
135 
 As crianças soltaram os balões. (voz ativa).
 sujeito agente quem sofre a ação
Os balões foram soltos pelas crianças.
 sujeito paciente agente da voz passiva
Você pôde observar que os elementos mudaram de lugar, contudo, o sentido da oração 
permanece.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Moderna Gramática Portuguesa
Evanildo Bechara
Editora: Nova Fronteira
Sinopse: Com a evolução dos estudos linguísticos e 
das pesquisas em língua portuguesa, há muito não 
tínhamos uma gramática completa que pudesse dar 
conta deste progresso. Pensando nisso, a Moderna 
Gramática Portuguesa em sua 37ª edição, atualizada 
pelo novo Acordo Ortográfico, é hoje a mais completa 
da língua portuguesa. 
Reconhecido no Brasil e no exterior desde a sua primeira edição, a Moderna Gramática Portuguesa tem 
como autor o professor e gramático Evanildo Bechara, o único representante da Academia Brasileira de 
Letras no novo Acordo Ortográfico.
Referência mais indicada para estudantes a partir do ensino médio ou para quem vai prestar concursos, 
a edição põe nas mãos dos professores, alunos e estudiosos a mais completa soma de fatos e soluções 
de dúvidas em língua portuguesa. ( Grifos do texto original.
Disponível em < http://www.submarino.com.br/produto/122856974/livro-moderna-gramatica-
portuguesa>.
Origens do Português Brasileiro
Maria Luiza Monteiro Sales Corôa
Editora: Parábola
Sinopse: Uma nova perspectiva para o tratamento de um 
velho problema: o da interpretação semântica dos tempos 
verbais. Concentrando-se nos tempos do indicativo, a 
autora identifica a presença de três noções em interação 
na significação temporal: a própria noção de tempo, a 
noção de aspecto e a dicotomia “descrição estrutural” vs. 
“descrição comportamental”.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
O Tempo nos Verbos do Português
Maria Luiza Monteiro Sales Corôa
Editora: Parábola
Sinopse: Uma nova perspectiva para o tratamento 
de um velho problema: o da interpretação semântica 
dos tempos verbais. Concentrando-se nos tempos do 
indicativo, a autoraidentifica a presença de três noções 
em interação na significação temporal: a própria noção 
de tempo, a noção de aspecto e a dicotomia “descrição 
estrutural” vs. “descrição comportamental”.
Línguas – Vidas em Português
Este filme mostra que há no mundo aproximadamente 
2700 línguas e 7 mil dialetos. As três línguas com maior 
número de falantes são o mandarim, falado na China, 
o hindi, falado na Índia, e o inglês, falado nos Estados 
Unidos, na Inglaterra e em várias partes do mundo. O 
Português ocupa o 7º lugar e é falado por cerca de 200 
milhões de pessoas em quatro continentes, e, no Brasil, 
estão quase 90% dos seus falantes. O documentário 
Língua – Vidas em Português (2001), de Victor Lopes, 
mostra como se dá o uso da língua portuguesa em várias 
partes do mundo.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Relevante é a você, futuro professor(a), conhecer os encaminhamentos para o ensino da língua 
portuguesa. Para isso, você pode consultar os PCNs para o ensino fundamental II, na íntegra. 
Acesse: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>.
 É relevante, também, a você, futuro professor(a), conhecer os encaminhamentos para o ensino da 
língua portuguesa para o ensino médio. Para isso, consulte, na íntegra, os PCNs. Acesse: <http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf>.
 Como os estudos contemplados, neste livro, tem por base a Gramática Estrutural, sugiro a você 
aluno(a) que assista ao vídeo, abaixo, que aborda a história do “pai da Linguística Moderna”, isto 
é, o Estruturalismo Linguístico de Ferdinand de Saussure. Não deixe de ver! Acesse: <https://www.
youtube.com/watch?v=JCZHz9n8JBU>. 
REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. – 37. Ed. rev. ampl. e atual conforme 
o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BUENO, F. da S. Gramática de Silveira Bueno. 20 ed. São Paulo: Global, 2014.
CÂMARA JÚNIOR, J. R. Estrutura da Língua Portuguesa.- 41 ed. Petrópolis, RJ: Vo-
zes, 2008.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6 ed. Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2014.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. 
4 ed. reform. São Paulo: Atual, 2013.
FARACO, C. E.; MOURA, F. M. Gramática. 19 edição. São Paulo: Ática, 2005.
HENRIQUES, C. C. Morfologia: estudos lexicais em perspectiva sincrônica. 2 reim-
pressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
MESQUITA, R. M. Gramática da Língua Portuguesa. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
SOARES, R. M. R. Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2012.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <http://coligacaopoetica.blogspot.com.br/2011/12/licao-de-gramatica-eu-
-estou-voce-esta-e.html>. Acesso em: 06 mar. 2017.
2 Em: <http://www.letras.com.br/o-teatro-magico/nosso-pequeno-castelo>. Aces-
so em: 06 mar. 2017.
3 Em: <https://www.letras.mus.br/roberta-campos/1281492/>. Acesso em: 06 mar. 
2017.
⁴ Em: <http://www1.folha.uol.com.br/ombudsman/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
⁵ Em: <https://www.itau.com.br/crianca/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
⁶ Em: <https://scontent.fcwb1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.
0-9/15036561_1329268373772793_2167880917319937138_n.jpg?oh=-
9853065765d990788f238698981dd9a0&oe=58BE8F03>. Acesso em: 07 mar. 2017.
⁷ Em: <http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/60/mate-
ria/252603/t/so-se-aprende-a-ler-lendo->. Acesso em: 07 mar. 2017.
⁸ Em: <https://www.letras.mus.br/titas/48968/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
⁹ Em: <https://www.unicesumar.edu.br/ead/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
139
REFERÊNCIAS
10 Em: <https://www.letras.mus.br/rpm/63968/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
11 Em: <https://www.letras.mus.br/belchior/44451/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
12 Em: <https://pensador.uol.com.br/autor/luis_fernando_verissimo/>. Acesso em: 
07 mar. 2017.
13 Em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/getulio/p1.php>. Acesso em: 07 mar. 
2017.
14 Em: <https://www.letras.mus.br/elis-regina/112694/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
15 Em: <https://www.letras.mus.br/titas/48968/>. Acesso em: 07 mar. 2017.
16 Em: <https://lusografias.wordpress.com/2007/12/15/lutar-com-palavras/>. Aces-
so em: 07 mar. 2017.
17 Em: <http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2016/08/ladroes-explo-
dem-quatro-bancos-de-terra-rica-em-acoes-simultaneas.html>. Acesso em: 07 
mar. 2017.
GABARITO
141
GABARITO
1) A forma nominal do verbo “Lutar” tem a função de substantivo, fato que nos 
permite esta paráfrase: “A luta com as palavras”.
2) Expectativa de resposta da proposta 2.a
1. Ladrões explodem quatro bancos em cidade do interior do Paraná, que cau-
saram grandes prejuízos à população.
2. Prejuízos foram causados à população por ladrões que explodiram quatro 
bancos em cidade do interior do Paraná.
Expectativa de resposta da proposta 2.b
Na primeira situação, o destaque é dado à ação dos ladrões que, neste contex-
to, exercem a ação expressa pela forma verbal “explodir”. Assim, a construção: 
“Ladrões” apresenta-se como o agente da ação verbal, logo, a voz do verbo é 
ativa. 
Na segunda situação, o destaque é dado aos prejuízos sofridos pelas ações dos 
ladrões, pois a construção verbal “foram causados” é objeto da ação verbal, 
uma vez que, a ação é praticada pelo agente da passiva que corresponde ao 
agente da voz ativa como o termo “Ladrões”.
3) Está correta a alternativa “e”.
4) Está correta a alternativa “b”.
5) Está correta a alternativa “c”.
U
N
ID
A
D
E III
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
ESTUDO DOS 
SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E 
PRONOMES
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Reconhecer a classificação e flexão do substantivo. 
 ■ Refletir sobre o emprego dos substantivos.
 ■ Reconhecer a classificação, flexão e características dos artigos.
 ■ Refletir sobre o emprego dos artigos.
 ■ Reconhecer a classificação e prover a reflexão sobre o emprego dos 
pronomes.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Substantivo -Conceito; classificação e flexões
 ■ Artigo - Conceito, classificação e flexões
 ■ Pronomes - Conceito e classificação dos pronomes
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), bem-vindo(a) à terceira unidade deste livro! Nesta unidade, 
o nosso foco será sobre o estudo das categorias gramaticais como: Substantivos, 
Artigos e os Pronomes. O contato com esses saberes compreende o conhecimento 
sobre as regras, exceções que os caracterizam, bem como as possibilidades de 
empregos dessas classes gramaticais.
Por essa via, ao considerarmos que você, aluno(a) em formação no curso de 
Letras irá provavelmente atuar como docente, é relevante um estudo que privi-
legie os aspectos prescritivos e descritivos dos nomes. Isso significa que a cada 
estudo de uma classe gramatical, apresentarei uma situação problema como ele-
mento motivador para o início do estudo. 
Para isso, faremos comparações, análises, inferências e, por fim, examina-
remos os empregos das categorias que nos propomos a trabalhar nesta unidade, 
a fim de oferecer-lhe instrumentos para que você possa chegar à construção do 
conceito sobre essas classes gramaticais.
Iniciamos esta unidade com os estudos sobre os substantivos. Para tanto, 
proponho a construção do conceito dessa classe gramatical por meio da leitura 
e análise do trecho de uma música, na sequência, detenho-me na explicitação 
da classificação e regras sobre os substantivos.
Para iniciarmos o nosso percurso sobre a classe gramatical dos artigos, tam-
bém, proponho a leitura, análise e reflexão do texto intitulado "A Verdade, a 
Mentira, o Fogo e a Água", para você, aluno(a), compreender o conceito, a fun-
ção e o emprego dos determinantes dos substantivos.
Fecharemos esta Unidade III, com o estudo sobre os pronomes e, de igual 
maneira, os estudos dos substantivos e dos artigos. Iniciaremos este último 
conteúdo com a apresentação de um texto para que você possa compreender o 
conceito, classificação, função e empregos dos pronomes.
Espero que este estudo seja bastante produtivo na sua condição de estudante 
e, futuramente, docente da língua portuguesa. Bons estudos!
IntroduçãoRe
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
145
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E146
SUBSTANTIVO - CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E 
FLEXÕES
Prezado aluno(a), você pôde observar que iniciamos nossos estudos sobre as 
classes de palavras, na unidade anterior, com foco na categorial verbal. Nesta 
unidade, daremos continuidade a esses estudos, mas com foco nos Substantivos. 
Para tanto, leiamos este enunciado!
Texto 1
[…]
Reumatismo, raquitismo
Cistite, disritmia
Hérnia, pediculose
Tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifoide
Arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie
Cãibra, lepra, afasia...
O pulso ainda pulsa
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
147
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco[...]
Fonte: Titãs ([2017], on-line)1
Pelo excerto do Texto 1, podemos observar que os compositores da canção citam 
nomes de doenças e, para isso, utilizam, apenas, palavras-chave. Assim, o Texto 1 
é construído sem orações desenvolvidas, isto é, esse texto é construído por meio 
de nomes que, por si , vão mostrando uma exposição sobre algumas doenças.
Pense: se acrescentássemos determinantes (como artigos definidos, adjeti-
vos, por exemplo) a cada nome (substantivo), eles determinariam o gênero e o 
número desses nomes? Por exemplo, ao nome “Reumatismo”, “Raquitismo”, se 
acrescentássemos um determinante, como um artigo definido “o” (sobre essa 
classe gramatical abordaremos mais adiante), relacionaríamos palavras no mas-
culino singular. Se resolvêssemos construir orações no excerto desta canção com 
os mesmos substantivos, estes teriam determinadas funções, como a de sujeito, 
objeto, complemento nominal, aposto etc. (a esse respeito, você estudará nas dis-
ciplinas de Língua Portuguesa II e III). 
Assim, caro(a) aluno(a), podemos compreender que o Substantivo cumpre 
o papel de identificar seres, nomear objetos, lugares. Sobre o papel dos subs-
tantivos dentro da língua portuguesa, daremos realce neste estudo. Para tanto, 
necessário se faz tratarmos da classificação dessa classe gramatical.
CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra (2014), substantivo diz respeito à pala-
vra que designa ou nomeia os seres em geral. Para Bueno, “[…] tudo o que se 
vê, se ouve, se sente ou imagina tem um nome, e esse nome é classificado como 
substantivo”. (BUENO, 2014, p. 108)
Bueno (2014) apresenta uma classificação para o substantivo como: 1) quanto 
ao significado: o substantivo pode ser próprio ou comum; concreto ou abstrato. 
2) quanto à formação: o substantivo pode ser simples ou composto; primitivo ou 
derivado. 3) quanto à formação e ao significado: o substantivo pode ser coletivo. 
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E148
Substantivo próprio ou comum
 “Os substantivos podem designar a totalidade dos seres de uma espécie 
(DESIGNAÇÃO GENÉRICA) ou designar os seres de uma determinada espécie 
(DESIGNAÇÃO ESPECÍFICA)”, como explicam Cunha e Cintra. (2014, p. 192)
a. Substantivo próprio: nomeia, de forma específica, um determinado indi-
víduo ou coisa de uma espécie. Grafam-se com a letra inicial maiúscula. 
Exemplo: Unicesumar, Letras, Maringá, Paraná, Brasil, são substantivos 
próprios, porque referem-se, de modo particular, aos seres de uma espé-
cie, de um grupo.
b. Substantivo comum: nomeia, de forma genérica, todos os seres de uma 
espécie ou uma abstração. Geralmente, são grafados com a letra inicial 
minúscula. Exemplos: cidade, país, criança etc.
Substantivo concreto e abstrato
a. Os substantivos concretos, para (Bueno, 2014, p. 108), “ nomeiam seres 
reais ou não, independentes de outros seres [...]”, o que significa que esses 
substantivos nomeiam seres com existência própria, ou seja, aqueles que 
não dependem da existência de outros para existirem. Exemplos: homem, 
mulher, gato etc.
b. Substantivo abstrato, segundo Bueno (2014, p. 109), “nomeia ação, qua-
lidade, sentimento ou emoção e só existe na dependência de outros seres 
[...]”. Pela explicação desse autor, podemos compreender que a dependên-
cia de outro ser é condição para a existência dos substantivos abstratos. 
Esses substantivos nomeiam ações, qualidades, estados, sentimentos. 
Exemplos: beleza, riqueza etc.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
149
Substantivo simples e composto
a. Conforme explica Faraco (2005), substantivo simples é aquele que apre-
senta somente um radical em sua estrutura como: cartão, flor, amor etc.
b. Substantivo composto, segundo Faraco (2005), é formado por mais de 
um radical ou mais de uma palavra como: cartão-postal, flor-de-lis, amor-
-perfeito etc.
Substantivo primitivo e derivado
a. Sobre o Substantivo primitivo, Faraco (2005, p. 211) explica que este 
“não deriva de nenhuma outra palavra dentro da própria língua [...]”, ou 
seja, é formado por um radical que pode dar origem a outros como: pedra 
(pode dar origem a pedreira), flor (floricultura, flor-de-lis).
b. Conforme Faraco (2005, p. 211), o Substantivo derivado “é aquele que 
se origina de outra palavra da língua, por um dos processos de deriva-
ção”. Isso significa que esse substantivo possui um único radical a que se 
acresce sufixos para a formação de outras palavras, como: florista, inso-
lação, diário etc.
Substantivo coletivo
Sobre o substantivo coletivo, Faraco explica que: “é o substantivo comum que, 
no singular, designa um conjunto de seres”. (FARACO, 2005, p. 213). Em outras 
palavras, o substantivo coletivo apresenta-se no singular e cumpre o papel de 
nomear um conjunto de seres da mesma espécie. Faraco (2005) apresenta uma 
lista de substantivos coletivos que empregamos com maior frequência. Sobre 
isso, veja o Quadro 1.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E150
Quadro 1 - Substantivos coletivos
multidão (de pessoas)constelação (de estrelas)armada (de navios de 
guerra)
nuvem (de insetos)cordilheira (de monta-
nhas)
arquipélago (de ilhas)
plateia (de espectado-
res)
enxame (de abelhas)banca (de examinadores)
quadrilha (de salteado-
res)
esquadra (de navios de 
guerra)
banda (de músicos)
ramalhete (de flores)esquadrilhas (de aviões)bando (de aves, de crian-
ças, de ciganos etc)
rebanho (de gado, de 
ovelhas)
exército (de soldados)batalhão (de soldados)
resma (de folhas de 
papel)
frota(de navios, de ‘ôni-
bus)
cacho (de bananas, de 
uvas etc)
turma (de estudantes, 
de trabalhadores. de 
jovens etc.)
legião (de soldados, de 
demônios etc.)
caravana (de viajantes)
vocabulário (de pala-
vras)
manada (de bois, elefante 
etc.)
cardume (de peixes)
vozeiro (de muitas 
vozes juntas)
molho (de chaves, de 
verduras)
chusma(de pessoas)
Fonte: adaptada de Faraco. (2005)
Aluno(a), neste tópico, preocupei-me em lhe apresentar a classificação do subs-
tantivo, no próximo, continuaremos com o estudos sobre essa classe gramatical, 
contudo, a ênfase será sobre a sua flexão.
Flexão do substantivo
Segundo a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), o substantivo é a pala-
vra que pode variar em número, gênero e grau. Neste subtópico, veremos cada 
uma dessas flexões.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
151
Flexão de Número
A flexão denúmero é a particularidade que os substantivos possuem de indica-
rem um ou mais seres animados ou não. Quanto a essa flexão, os substantivos 
apresentam-se no singular ou no plural.
c. Singular: quando o substantivo designa um ser único ou um conjunto 
de seres. Como em: estudante, curso e gato.
d. Plural: quando o substantivo indica mais de um ser ou grupo de seres. 
Como em: estudantes, cursos, gatos.
Formação do plural
Pela regra geral, forma-se o plural dos substantivos terminados em vogal ou 
ditongo com o acréscimo desinência -s. Observe o Quadro 2.
Quadro 2- Substantivos terminados em vogal ou ditongo
PLURALSINGULARPLURALSINGULAR
paispaimesasmesa
pauspauestantesestante
leisleitinteirostinteiro
chapéuschapéubonésboné
mãesmãecipóscipó
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 195)
Conforme Cunha e Cintra (2014), os substantivos terminados em vogal nasal, 
como /e/, /i/, /o/ e /u/, quando em posição final, são representados graficamente 
por -m, assim, muda-se o -m por -ns, como expõe o Quadro 3.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E152
Quadro 3 - Substantivos terminados em vogal nasal
SINGULAR PLURAL
bem bens
flautim flautins
som sons
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 195)
Celso Cunha e Cintra (2014) explicam que há regras especiais quanto ao plural 
dos substantivos terminados em -ão. Esses autores propõem três maneiras de 
pluralizar esses substantivos. Assim, atente-se ao Quadro 4.
Quadro 4 - Substantivos terminados em -ão
TERMINAÇÃO DE -ÃO 
PARA -ÕES
TERMINAÇÃO DE -ÃO 
PARA -ÃES
TERMINAÇÃO 
EM OXÍTONOS E 
PAROXÍTONOS 
ACRESCENTA-SE -S
balão - balões alemão -alemães cidadão -cidadãos
canção - canções cão - cães cristão -cristãos
casarão -casarões escrivão -escrivães irmão -irmãos
dramalhão - drama-
lhões
pão - pães bênção -bênçãos
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 195-196)
Os substantivos terminados em -r, -z e -n formam o plural pelo acréscimo do 
-es à forma singular. Veja: açúcar-açúcares, vez -vezes, abdômen -abdômenes. 
Bueno (2014) esclarece que também pode ser "abdomens".
Quanto aos substantivos terminados em -s, formam o plural com o acréscimo 
da desinência -es quando oxítonos ou monossílabos tônicos, como: cós-coses, 
gás, gases, deus- deuses, português- portugueses.
Note, aluno(a), se paroxítonos e proparoxítonos, esses grupos apresentam-se 
como invariáveis. Observe o Quadro 5.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
153
Quadro 5 -Terminação em -s (invariáveis)
PLURALSINGULAR
Os piresO pires
Os tênisO tênis
Os lápisO lápis
Os ônibusO ônibus
Fonte: a autora.
Segundo Faraco (2005), os substantivos com terminação em -x, são invariáveis. 
Observe o Quadro 6.
Quadro 6 - Terminação em -x (invariáveis)
PLURALSINGULAR
os tóraxo tórax
os xeroxo xerox
os clímaxo clímax
Fonte: adaptada de Faraco. (2005, p. 224)
Quando os substantivos apresentam terminação em -l, fazem, geralmente, o plu-
ral trocando-se o “l” por “is”. Observe estes exemplos:
jornal- jornais, canal-canais, papel-papéis.
Nos substantivos diminutivos, forma-se o plural com o acréscimo do sufixo plu-
ral -zinho à palavra primitiva e troca-se o s pelo z. Veja:
pão > pães > pãezinhos.
animal > animais > animaizinhos. 
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E154
Como vimos na Unidade I, deste livro de estudos, alguns substantivos apresen-
tam alteração no timbre da vogal tônica. Lembra disso, aluno(a)? Refiro-me ao 
plural metafônico dos substantivos. Assim, no plural, esses substantivos rece-
bem a desinência -s e mudam o som do /o/ fechado para aberto / /. Sobre isso, 
observe o Quadro 7.
Quadro 7 -Plural metafônico de alguns substantivos
socorro-soc rrosesforço - esf rçosolho- lhosabrolho - abr lhos
fogo -f gosovo - vososso - ssoscaroço -car ços
corpo -c rposporto -p rtosporco-p rcosp ço -poços
jogo -j gospovo -p vosimposto -imp stosposto-p stos
tijolo -tij losreforço -ref rços
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. ( 2014, p. 197-198)
Importa destacar, aluno(a), que alguns substantivos, ao pluralizarem-se, man-
têm o som fechado da forma singular do /o/, ou seja, não acontece a mudança 
de timbre da vogal tônica. Sobre isso, observe o Quadro 8.
Quadro 8 - Substantivos que mantêm o timbre da vogal tônica no plural
rosto(s)piloto(s)lobo(s)encosto(s)acordo(s)
rolo(s)potro(s)logro(s)engodo(s)adorno(s)
sopro(s)reboco(s)moço(s)estojo(s)bojo(s)
suborno(s)restolho(s)morro(s)globo(s)bolo(s)
topo(s)repolho(s)namoro(s)gosto(s)cachorro(s)
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 198)
Você sabia que alguns substantivos apresentam mudança de sentido quan-
do flexionados no plural? Veja estes exemplos, segundo Bueno (2014).
O substantivo “bem”, quando no singular significa virtude, quando no plu-
ral, “bens” o sentido muda para propriedade. De igual maneira, acontece 
com o substantivo “costa”, no singular significa “litoral”, quanto no plural, 
esse substantivo passa a significar parte do corpo humano “costas”. 
Fonte: a autora.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
155
Plural dos substantivos compostos
Na formação do plural dos substantivos compostos, flexionam-se as palavras 
variáveis, como os substantivos e adjetivos, exceto as invariáveis como os verbos, 
advérbios e as interjeições. Essas classes de palavras compõem os substantivos 
compostos. Existem algumas normas quanto à formação desses substantivos, 
assim, neste subtópico, cabe aqui, destacá-las.
a. Quando os termos que compõem o substantivo composto não se ligarem 
por hífen, forma-se o plural como se fosse um substantivo simples como 
em: aguardente(s), pontapé(s), ferrovia(s) etc.
b. Quando os termos componentes unirem-se por hífen, pluralizam-se os 
elementos variáveis. Observe:
Figura 1 - Plural dos substantivos com hífen
Fonte: adaptada de Faraco. (2005)
Aluno(a), nomes próprios, letras e números pluralizam-se? O professor Fa-
raco (2005) esclarece-nos que se forma o plural dos nomes próprios, letras 
e números com o acréscimo da desinência -s no final desses substantivos 
como em: “os Pereiras”, “os Batistas”, “os esses”, “os erres”, “os cincos”, “os setes”.
Fonte: adaptada de Faraco (2005).
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E156
c. Note, aluno(a), se, porém, o primeiro termo do substantivo composto 
for uma palavra invariável e a outra uma variável, só esta última plurali-
za-se. Observe a Figura 2.
Figura 2 - Plural dos substantivos compostos com termo invariável
Fonte: adaptada de Faraco. (2005)
Quando os termos que compõem os compostos se unem por preposição, ape-
nas o primeiro elemento varia. Observe:
Quadro 9 - Plural dos substantivos compostos com preposição
PLURALSINGULAR
chapéus de solchapéu de sol
pães de lópão de ló
pés de cabrapé de cabra
mulas sem cabeçamula sem cabeça
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 202)
Cumpre advertir-lhe que, no composto, apenas o primeiro elemento forma o 
plural quando o segundo termo da composição é um substantivo que funciona 
como determinante específico. A esse respeito, atente-se ao Quadro 10.
Quadro 10- Plural dos composto com determinante especificador
SINGULARPLURALSINGULARPLURAL
navio-escolanavios-escolabanana-pratabananas-prata
salário-famíliasalários- famíliaescola-modeloescolas-modelo
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 202)
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
157
Cunha e Cintra (2014) explicam que, geralmente, os dois termos que compõem 
um composto tomam a forma de plural, ou seja, quando o composto é formado 
por dois elementos variáveis, como dois substantivos ou um substantivo e um 
adjetivo, ambos, pluralizam-se, como podemos observar no Quadro 11.
Quadro 11 - Substantivo composto formado por dois elementos variáveis
SINGULARPLURALSINGULARPLURAL
carta-bilhetecartas-bilhetesgentil-homemgentis-homens
tenente-coroneltenentes- coro-
néis
água-marinhaáguas-mari-
nhas
amor-perfeitoamores-perfeitosvitória-régiavitórias-régias
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 202)
Quando o composto é formado por palavras repetidas ou onomatopaicas, ape-
nas o último elemento toma a forma de plural. Veja:
Figura 3 - Substantivos compostos de palavras repetidas ou onomatopaicas
Fonte: adaptada de Faraco. (2005)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E158
Flexão de gênero
Caro(a) aluno(a), neste tópico, nos ocuparemos dos estudos sobre a flexão de 
gênero dos substantivos. Segundo pesquisadores, na língua portuguesa, há dois 
gêneros: o masculino e o feminino, além dos substantivos, outras classes de 
palavras apresentam a flexão de gênero, como o adjetivo, o artigo, o numeral 
e o pronome. Nos ocuparemos, também, sobre o gênero dessas classes, neste 
material de estudos, contudo, neste momento, o nosso foco recai no gênero dos 
substantivos.
Segundo Cunha e Cintra (2014), são considerados masculinos todos os 
substantivos a que se pode antepor o artigo “o”, como em: o aluno, o poema, o 
livro, o computador etc. Ao gênero feminino pertencem todos os substantivos a 
que se pode antepor o artigo “a”, como em: a aluna, a poesia, a revista, a agenda.
O gênero, de forma geral, relaciona-se ao sexo dos seres animados como o 
garoto, a garota. Nos seres inanimados, a diferença é apenas por convenção lin-
guística, isto é, essa distinção tem como base o uso da norma. Por exemplo, os 
objetos “lápis”, “caneta”, “carteira” não têm sexo, contudo podem ser caracteriza-
dos como substantivos masculinos ou femininos, se antepormos a eles os artigos 
“o” ou “a”, como explica Bueno (2014). 
Assim, os substantivos que apresentam apenas uma forma para indicar o 
gênero são denominados de uniformes, como “a vítima”, “a criança”, “a pessoa” 
etc. Aos que apresentam duas formas são denominados de biformes como: pro-
fessor/professora, aluno/aluna etc. Iniciaremos o próximo subtópico com os 
substantivos biformes.
Aluno(a), pelo seu conhecimento sobre a língua, imagino que você tem ci-
ência de que a nossa língua portuguesa é permeada de regras e exceções. 
Uma dessas exceções corresponde aos compostos que são formados por 
dois verbos. Nesse caso, ambos, tomam a forma de plural como em: corre-
-corre (singular )→ corres-corres (plural).
Fonte: a autora.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
159
Substantivos Biformes
Formação dos substantivos femininos
A formação dos substantivos femininos pode acontecer de algumas maneiras:
a. A partir de morfemas, como as desinências e sufixos. Assim, troca-se a ter-
minação “o” por “a”, como em: “garoto/garota”, “advogado/advogada” etc.
b. Aos substantivos com terminação em “ês”, “or”, “l” e “z”, acrescenta-se o 
morfema “a” como em francês/francesa, escritor/escritora, general/gene-
rala, juíz/juíza etc.
c. Em substantivos com a terminação em “ão”, troca-se esse sufixo por 
“ã”, “oa“, “ona”, como em: irmão/irmã, patrão/patroa, folião/foliona etc.
d. Troca-se a terminação “or” por “eira” ou “triz”. Veja: namorador/namo-
radeira, ator/atriz etc.
e. Em substantivos com a terminação em “e” e “a” para “essa” e “esa” ou 
“isa”, como em: conde/condessa, príncipe/princesa, sacerdote/sacerdo-
tisa etc.
Atenção! Segundo Bueno (2014), a palavra “poeta” aceita os femininos tanto 
“poeta” como “poetisa”.
f. Alguns substantivos apresentam terminações variadas como: “czar/cza-
rina”, “herói/heroína”, “maestro/maestrina”, “réu/ré”, “monge/monja” etc.
g. A formação do plural de alguns substantivos pode ocorrer por alteração 
no radical. Os substantivos femininos que se originam dessa formação 
são denominados de heterônimos. Veja:
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E160
Quadro 12 - Substantivos heterônimos
genro- norahomem-mulhercarneiro-ovelha
zangão -abelhapadre-madrebode-cabra
boi-vacacavaleiro-amazonarei-rainha
cavalo-éguacavalheiro-damapadrasto-madrasta
Fonte: adaptada de Mesquita. (2002)
Substantivos uniformes
Aluno(a), neste subtópico, daremos ênfase aos substantivos uniformes. Como 
já mencionei no início de discussão anterior, esses substantivos possuem ape-
nas uma forma para indicar o masculino e o feminino. Nesse sentido, há três 
tipos de substantivos uniformes: o sobrecomum, o comum de dois e o epiceno. 
Vamos iniciar pelo tipo sobrecomum.
Aluno(a), para você, há diferença entre sexo e gênero dos substantivos? 
A esse respeito, importante é este esclarecimento de Cereja e Magalhães 
(2013):
“O gênero diz respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se re-
firam a seres animais providos de sexo, quer designem apenas “coisas”: o 
gato/a gata; o banco, a casa. 
Mesmo substantivos referentes a animais ou pessoas apresentam, muitas 
vezes, discrepância entre gênero e sexo: cobra é sempre feminino; cônjuge 
é sempre masculino.
O gênero dos substantivos é um princípio puramente linguístico, conven-
cional.”
Caro(a) aluno(a), isso significa que não devemos confundir o gênero da pa-
lavra com o sexo do ser!
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães. (2013, p. 116)
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
161
Substantivos sobrecomuns
Esses substantivos apresentam apenas um gênero para indicar o masculino e o 
feminino. Observe a Figura 4.
Figura 4- Substantivos sobrecomuns
o sujeito a pessoa
o indivíduo a testemunha
o cônjuge a criança
o guia a vítima
o animal a criatura
o membro a presa
o ser
Fonte: adaptada de Mesquita. (2002)
Substantivos comum de dois
Os substantivos do tipo comum de dois apresentam uma única forma para o 
masculino e feminino. Nesse sentido, a indicação de gênero é feita pelo auxí-
lio de um artigo, de numeral, adjetivo, ou ainda, pelo pronome adjetivo que o 
acompanha, como podemos observar no Quadro 13.
Quadro 13 - Substantivos comum de dois
o artista/a artistao imigrante/a imi-
grante
aquele jovem/aquela/
jovem
o colega/a colegao dentista/ a den-
tista
este estudante/esta 
estudante
o cliente/a clienteo fã ardoroso/a fã 
ardorosa
um motorista/uma 
motorista
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E162
Substantivos epicenos
Denominam-se substantivos epicenos os nomes que apresentam apenas uma 
forma para indicar os dois gêneros gramaticais de animais ou insetos. Assim, a 
identificação do sexo do ser é possível pelo contexto de uso da língua ou pelo 
auxílio dos adjetivos como “macho” e “fêmea”. Vamos ao Quadro 14, para con-
ferirmos esse tipo de substantivo.
Quadro 14 -Substantivos epicenos
 a águia a mosca o besouro o polvo
 a baleia a onçao condoro rouxinol
 a borboleta a pulga o crocodiloo tatu
a cobra a sardinhao gavião a tartaruga
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 209)
Flexão de Grau
A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) defende que os substantivosse 
flexionam, quanto a sua significação, em dois graus como aumentativo e dimi-
nutivo, isto é, a NGB defende que a ideia de aumento e diminuição ocorre por 
meio da flexão dos substantivos. De maneira contrária, alguns teóricos, linguis-
tas como Câmara Jr., por exemplo, consideram que aumentativos e diminutivos 
são processos de derivação e não de flexão.
A par do posicionamento de Câmara Jr., convém destacar as considerações 
do gramático Bechara (2009, p. 140): “os substantivos apresentam-se com a sua 
significação aumentada e diminuída, auxiliados por sufixos derivacionais [...].”
Em outras palavras, podemos entender que esses teóricos divergem da NGB 
ao defenderem que o grau dos substantivos apresentam-se por um processo deri-
vacional e não flexional. Por exemplo, o substantivo “homem” apresenta uma 
relação de tamanho diminuído se acrescentarmos a essa palavra o sufixo deri-
vacional -zinho, assim teríamos um grau que expressa uma relação de grandeza 
diminuída formada por um processo derivacional e não flexional.
Diante do exposto, aluno(a), vamos considerar que os substantivos apresen-
tam uma ideia de aumento ou diminuição a partir dos sufixos derivacionais ou, 
ainda, pelo auxílio de adjetivos. Nesse sentido, iniciaremos este estudo com a 
indicação do grau dos substantivos pelas formas análitica e sintética.
Substantivo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
163
Forma análitica e sintética dos substantivos
a. Segundo Bechara (2009, p. 140), a forma análitica dos substantivos “con-
siste no emprego de aumento ou diminuição (grande, enorme, pequeno 
etc.) junto ao substantivo [...]”. Isso significa que a indicação do aumenta-
tivo ou diminutivo ocorre com o auxílio de um adjetivo como em: “criança 
pequena”, “criança grande”.
b. A forma sintética dos substantivos, segundo Bechara (2009), “consiste no 
acréscimo de um final especial chamado sufixo derivacional aumentativo 
ou diminutivo [...]”. Em outras palavras, a indicação de aumentativo ou 
diminutivo se dá pelo acréscimo de sufixos como em: casarão, casebre etc.
Sobre a forma sintética dos substantivos, Bueno (2014) apresenta uma relação 
de sufixos que formam o aumentativo e o diminutivo mais comuns dos subs-
tantivos. Observe o Quadro 15.
Quadro 15 - sufixos aumentativos e diminutivos
SUFIXOS AUMENTATIVOS SUFIXOS DIMINUTIVOS
aça > barcaça arra > bocarra acho > riacho im > camarim
aço > balaço ázio > copázio ebre > casebre inha > janelinha
alhão > drama-
lhão
eirão > vozeirão ejo > lugarejo inho > banquinho
ão > buracão ona > mãezona ela > ruela isco > chuvisco
arão > casarão orra > cabeçorra eta > saleta ito > mosquito
aréu > povaréu uça > dentuça eto > folheto zinho/zinha > irmão-
zinho/irmãzinha
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E164
Caríssimo(a) aluno(a), você pôde perceber que, até aqui, nos ocupamos, particu-
larmente, dos estudos das palavras que nomeiam os seres de uma maneira geral, 
isto é, os substantivos. No tópico que seguirá, nos ocuparemos do estudo das 
palavras que acompanham esses substantivos, ora para particularizá-los, espe-
cificá-los, ora para generalizá-los. Refiro-me à classe de palavras dos Artigos.
ARTIGO - CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO E FLEXÕES
Neste tópico, aluno(a), daremos ênfase aos estudos dos artigos, antes, para tanto, 
leiamos este texto.
Texto 2
O Menino que mentia (Esopo) 
O modo mais rápido de perder o caráter é deixar de ser honesto.
Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu 
pregar uma peça nos vizinhos.
Conforme o contexto em que são empregados, os substantivos podem ofe-
recer mudança de significado. Vejamos o exemplo, abaixo, que provoca a 
mudança de sentido com relação ao gênero, como bem explica Bechara:
• a cabeça (parte do corpo) > o cabeça(o chefe).
• a capital(cidade principal) > o capital(dinheiro, bens).
• a língua(órgão muscular, idioma) > o língua(intérprete).
• a moral(moral de fato, conclusão) > o moral( conjunto de nossas faculda-
des morais, ânimo).
• a rádio(estação) > o rádio(aparelho).
Fonte: adaptada de Bechara. (2009)
Artigo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
165
- Um lobo! Um lobo! 
Socorro! Ele vai comer 
minhas ovelhas!
Os vizinhos largaram o 
trabalho e saíram correndo 
para o campo para socorrer 
o menino. Mas encontra-
ram-no às gargalhadas. Não 
havia lobo nenhum.
Ainda outra vez ele fez a 
mesma brincadeira e todos 
vieram ajudar. E ele caçoou de todos. Mas um dia o lobo apareceu de fato, e 
começou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o menino saiu correndo.
- Um lobo! Um lobo! Socorro!
Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada. Ninguém socorreu e 
o pastor perdeu todo o rebanho. Ninguém acredita quando o mentiroso fala a 
verdade.
Fonte: Bernnet (1997, p. 100).
Aluno(a), você deve ter observado como o narrador desta fábula faz referência 
às palavras “pastor” e “lobo”, em destaque no Texto 2. Essa referência chama-
-nos a atenção porque os substantivos “pastor” e “lobo” ora são precedidos pelo 
artigo “um”, ora pelo artigo “o”. 
Note que, quando o narrador emprega essas palavras pela primeira vez, 
neste contexto, faz uso da construção: “um pastor”, “um lobo” em destaque no 
texto, pois esses termos ainda não são conhecidos pelo leitor(a). Na segunda ocor-
rência, também em destaque no texto, note que aos vocábulos “pastor” e “lobo” 
antecede o artigo “o”, pois, nesta ocorrência, não se trata mais de “um pastor” e 
“um lobo” quaisquer, mas nomes específicos, que levam ao leitor(a) o conheci-
mento sobre os personagens dessa fábula.
Pela reflexão sobre essa fábula, aluno(a), podemos compreender que as pala-
vras que antecedem os substantivos, como “um” em “um pastor”, “um lobo” e “o” 
em “o pastor”, “o lobo”, podem modificar-lhes o sentido definindo-os ou indefi-
nindo-os. Assim, estamos diante da classe de palavras denominada de artigos.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E166
CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS
Como vimos, o artigo é a palavra que pode definir ou indefinir o substantivo. 
Segundo Bueno (2014), o artigo pode variar em gênero e número, assim, ele 
pode determinar o gênero e o número dos nomes a que antecedem. Do ponto 
de vista sintático, o artigo exerce a função de adjunto adnominal (sobre esse 
ponto de vista, você estudará na disciplinas de Língua Portuguesa II e III). Essa 
categoria de palavras é classificada em definidos e indefinidos, assim, vejamos, 
neste estudo, cada uma delas.
Artigos definidos e indefinidos
Os artigos classificam-se em definidos quando definem o substantivo para indicar 
que se trata de um ser específico, isto é, já mencionado antes em um determinado 
contexto “ou que é objeto de um conhecimento ou experiência [...]”, conforme 
explicam (CEREJA e MAGALHÃES, 2013, p. 135). 
O artigo indefinido, como o nome já evidencia, cumpre a função de inde-
finir o nome a que antecede “[...] indicando um ser qualquer entre vários da 
mesma espécie e ao qual ainda não se fez menção [...]”, assim esclarecem Cereja 
e Magalhães, 2013, p. 135. Para um melhor entendimento sobre a classificação 
dos artigos, observe o Quadro 16.
Artigo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
167
Quadro 16 - Artigos definidos e indefinidos
ARTIGO INDEFINIDOARTIGO DEFINIDO
SingularPluralMasculinoSingularPlural
umunsoos
Femininoa umaumasas
Fonte: adaptada de Cunhae Cintra. (2014, p. 220)
Conforme expõe o Quadro 16, os artigos definidos são as palavras o, a e suas 
variações os e as. Os artigos indefinidos são as palavras um, uma e suas varia-
ções uns e umas que se antepõem aos substantivos para defini-los ou indefini-los, 
como em: 
a. Um gatinho foi abandonado em uma escola da rede municipal de Maringá.
 
artigo indefinido
b. O gatinho abandonado em uma escola da rede municipal de Maringá 
 foi adotado. 
 
artigo definido
 ■ O artigo, também, distingue, identifica o gênero e número dos substan-
tivos que acompanham, como ilustra a Figura 5.
Figura 5 -Artigo na distinção e identificação do gênero e número das palavras
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E168
 ■ O artigo pode substantivar palavras a que ele antecede como em: “o sim”, “o 
não”, “um não sei o quê”, “o porquê” (exemplos extraídos de Faraco, 2005).
 ■ Os artigos podem combinarem ou se contrairem com algumas preposições: 
a, de, em e por, na formação de novas palavras. Quanto à combinação, 
veja o Quadro 17.
Quadro 17 - Combinação dos artigos com as preposições 
PREPOSIÇÕES
ARTIGO DEFINIDO PREPOSIÇÕES ARTIGO INDEFINIDO
O A OS AS UM UMA UNS UMAS
a ao à aos às
de do da dos das de dum duma duns du-
mas
em no na nos nas em num numa nuns nu-
mas
por (per) pelo pela pe-
los
pe-
las
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Observe, aluno(a), que os artigos não sofrem alterações, mas as preposições 
podem ser alteradas, como mostra o quadro acima.
Na contração, o artigo definido feminino “a” e a preposição “a” se juntam e 
a essa união dá-se o nome de crase, representada, na escrita, pelo acento grave 
sobre a vogal (à). Veja: 
Artigo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
169
 ■ Vou a + a Instituição uma vez por mês, para a realização da prova presencial. 
 ■ Vou à Instituição uma vez por mês, para a realização da prova presencial.
Emprego dos artigos
Como já mencionei em discussões anteriores, emprega-se o artigo definido 
para especificar, definir um ser dentre um grupo, uma espécie; para situar um 
ser que já é conhecido, ou seja, quando a informação já foi dada em determi-
nado contexto. O artigo indefinido, também, como já mencionei, é empregado 
para indicar seres, objetos ainda desconhecidos, isto é, diz respeito a uma infor-
mação (termo) não dado no contexto. Para um melhor entendimento sobre o 
emprego dos artigos, vejamos:
1. O emprego do artigo definido é obrigatório:
a. Antes de nomes de países, regiões, continentes, como em: o Brasil, o Sul, 
a Europa. Exceto, alguns nomes de países e regiões que não admitem o 
artigo como: Portugal, Angola, Cabo Verde, São Salvador, etc.
Como você pôde observar, aluno(a), o conhecimento sobre o uso do artigo 
definido na forma feminina é muito importante para o emprego adequado 
da crase. A esse respeito, importa a leitura desta explicação de Cunha e Cin-
tra (2014):
“[...] tal conhecimento torna-se mesmo imprescindível no caso dos falantes 
do português do Brasil, que não distinguem, pela pronúncia, a vogal singela 
a (do artigo ou da preposição) daquela proveniente da crase. Convém, por 
isso, atentar-se sempre na construção de determinada palavra com outras 
preposições para se saber se ela exige ou dispensa o artigo”.
Fonte: a autora.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E170
b. Entre o numeral “ambos” e o substantivo a que faz referência como em: 
Os alunos cumprimentaram ambos os professores.
c. Com o superlativo relativo como em: as notas são publicadas o mais 
rápido possível na EaD.
d. Para evitar a repetição do substantivo anteriormente mencionado como 
em: Comprei ingressos para o show da Trupe OTM e o dos Titãs.
 
 refere-se ao show
e. Após as palavras como todo/todos, toda/todas, desde que implícita a 
ideia de totalidade. Veja estes exemplos: 
Todos os fãs da Trupe OTM e da banda Titãs aguardavam ansiosamente a apre-
sentação dos artistas.
Todo o grupo de alunos da disciplina de Língua Portuguesa I obtiveram um 
desempenho satisfatório na prova dessa disciplina.
Atente-se, aluno(a), à existência da exceção em relação ao emprego do artigo 
após palavras como todos e todas. Assim, convém, aqui, destacá-las:
“Se todos e todas vierem seguidos de numeral e este não vier seguido de 
substantivo, não se deve usar o artigo.” (BUENO, 2014, p. 133) Como: Todos mil 
contemplavam o show. Todas cinco se apresentaram naquele final de semana.
“Se o artigo depois das palavras todo e toda for omitido, elas passam a ter o 
significado de qualquer.” (BUENO, 2014, p. 133) Observe este exemplo: “[...] de 
Gênio e Louco todo mundo tem um pouco”, título de um dos livros do escritor 
Augusto Cury. (grifo da autora).
2. O emprego dos artigos é facultativo:
a. Diante de pronomes adjetivos possessivos como em: 
a.1. Emprestei meu livro de linguística a um aluno.
a.2. Emprestei o meu livro de linguística a um aluno.
Artigo - Conceito, Classificação E Flexões
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
171
b. O uso do artigo antes do pronome indefinido “certo” é facultativo.
b.1. Não gosto de "certos" filmes.
b.2. Uma “certa” pessoa indicou-me a clínica veterinária que eu poderia 
levar o gatinho.
c. Antes de nome próprio de pessoa na forma singular. Assim, estas duas 
possibilidades de uso do artigo são adequadas: 
c.1. O Carlos é meu colega querido.
c.2. Carlos é meu colega querido.
Exceto, aluno(a), quando a utilização do artigo definido indicar um tom de fami-
liaridade, emprega-se o artigo, obrigatoriamente, veja: 
c.3. O Carlos, meu amigo, é um concurseiro nato!
4. O emprego do artigo definido é proibido
a. Depois do pronome relativo cujo e suas variações, veja estas possibilidades:
a.1. Este é o livro cujo autor é sociolinguista.
a.2. Este é o livro cujo o autor é sociolinguista.
 uso inadequado do artigo
b. Antes de pronome de tratamento, assim, compare estas situações:
b.1. Vossa excelência, o presidente, optou por não pronunciar-se com rela-
ção às manifestações naquele ano.
b.2. A vossa excelência, o presidente, optou por não pronunciar-se com 
relação às manifestações naquele ano (uso do artigo é inadequado 
nesse contexto). 
c. Antes de substantivos que possuem um sentido geral como: 
c.1. Aquele aluno exercia influência sobre os demais.
c.2. Aquele aluno exercia a influência sobre os demais.
 uso inadequado
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E172
d. Se não estiverem especificadas as palavra casa e terra, não admitem o 
artigo. Observe!
d.1. Tenho o hábito de ficar em casa nos feriados.
d.2. Finais de semana tenho o hábito de ir à casa de minha família.
 (especifica
 o termo casa)
e. Antes de datas, quando não se usa a palavra dia. Veja:
e.1. Nasceu em 25 de dezembro. 
e.2. Nasceu no dia 25 de dezembro.
4. Emprego do artigo indefinido é obrigatório.
a. Antes de numerais para evidenciar noção geral ou próxima.
a.1. O gatinho encontrado em umaescola municipal de Maringá parece 
ter uns 60 dias.
a.2. O gatinho permaneceu na clínica veterinária por umas duas horas 
para a realização de exames e o banho medicinal.
b. Antes de expressões que indiquem características de pessoas ou objetos.
b.1. Teodoro é um gatinho dócil.
b.2. A linguística de Saussure é uma imprescindível leitura para todo 
estudante de Letras.
Aluno(a), como se observa, neste subtópico, falamos sobre as palavras que acom-
panham os substantivos para particularizá-los e ou generalizá-los. No próximo 
assunto, nos ocuparemos das palavras que não só acompanham os substantivos, 
mas que também os substituem. Essas palavras são denominadas de pronomes.
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
173
PRONOMES - CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS 
PRONOMES
Pronome é a pala-
vra que pode variar 
em gênero, número e 
pessoa. Os pronomes 
podem substituir ou 
acompanhar o subs-
tantivo: “indicando 
o vínculo existente 
entre os seres e as 
pessoas do discurso”. 
(BUENO, 2014. p. 163) 
Isso significa que os pronomes são empregados conforme a relação que se quer 
estabelecer entre os seres e as pessoas gramaticais. Para iniciarmos os nossos 
estudos sobre a classe de palavras dos pronomes, leia o texto a seguir:
Texto 3
Fonte: Facebook - Unicesumar ([2017], on-line)2.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E174
No texto lido, aluno(a), podemos observar que há referência às três pessoas do 
discurso (ou pessoas gramaticais). Vejamos:
 ■ 1 ª pessoa quem fala, o locutor.
 ■ 2ª pessoa: com quem se fala, o locutário ou interlocutor.
 ■ 3ª pessoa: de quem ou de quem se fala, pode ser o assunto ou o referente.
Assim, o produtor desta campanha, o qual podemos denominar de “marketing”, 
exerce o papel de locutor (1ª pessoa), e, você, eu, enfim, os leitores desta cam-
panha, somos os locutários ou interlocutores (2ª pessoa); o assunto ou referente 
é o ato de doar sangue (3ª pessoa). As palavras “você”, “seu”, neste texto (cam-
panha), são denominadas de pronomes porque indicam pessoas do discurso, 
isto é, indicam pessoas que participam de um ato de comunicação. Do que foi 
discutido, podemos falar em três pessoas do discurso as quais podem ser apre-
sentadas no singular ou no plural. Veja:
Figura 6 - Pessoas do discurso
Fonte: adaptada de Mesquita. (2002)
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
175
Os pronomes que substituem os substantivos são chamados de pronomes substan-
tivos. Na prática, aparecem isolados na frase. Os que acompanham os substantivos 
são chamados de pronomes adjetivos, que são empregados, sempre, junto ao 
nome, como ilustra esta paráfrase: 
 ■ Doe seu sangue, você pode salvar muitas vidas.
 pronome substantivo 
pronome adjetivo 
Note, aluno(a), que o pronome com valor de adjetivo, o qual acompanha o subs-
tantivo “sangue”, concorda em gênero e número com esse nome e, por isso, tem 
um valor de adjetivo. Já o pronome substantivo “você” tem um valor de subs-
tantivo, porque indica com quem se fala, 2ª pessoa.
Os pronomes são classificados em 7 tipos: pessoais, tratamento, posses-
sivos, demonstrativos, indefinidos e relativos. É sobre os pronomes e a sua 
classificação que daremos relevo a seguir.
O que significa mesmo pessoas gramaticais?
“As pessoas do discurso são as que participam da situação comunicativa, 
ou seja, todo ato comunicativo envolve a pessoa que fala (eu), a pessoa 
com quem se fala (tu) e a pessoa de quem se fala (ou o objeto de que se 
fala) (ele).” 
Fonte: BUENO (2014, p.163).
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E176
PRONOMES PESSOAIS
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem os substantivos e indicam 
as três pessoas do discurso. Conforme a função que desempenham na oração, 
os pronomes classificam-se em retos e oblíquos. Segundo Cereja e Magalhães 
(2014), os pronomes retos exercem a função de sujeito ou predicativo do sujeito 
e os oblíquos exercem o papel de complementos. Veja:
Texto 4
1 Teus sinais me confundem da cabeça aos pés 
2 Mas por dentro eu te devoro 
3 Teu olhar não me diz exato quem tu és 
4 Mesmo assim eu te devoro [...]
Fonte: Djavan ([2017], Grifo da autora, on-line)3.
Aluno(a), evidentemente, este excerto da música do cantor alagoano apresenta 
mais que duas ocorrências de pronomes, contudo, as palavras nas linhas 2 e 4, 
representam bem o tipo de pronome sobre os quais estamos discutindo: os pro-
nomes do caso reto e oblíquo. A esse respeito, veja que nas linhas 2 e 4 temos o 
pronome “eu” do caso reto porque exerce o papel de sujeito, neste contexto, a 
palavra “te” representa o pronome oblíquo átono. Para um melhor entendimento 
sobre os pronomes retos e oblíquos, observe o quadro abaixo.
Quadro 18 - Pronomes pessoais
PRONOMES PESSOAIS
PESSOAS DO DISCURSO
PRONOMES 
RETOS
PRONOMES OBLÍQUOS
ÁTONOS TÔNICOS
1ª pessoa do singular eu me mim, comigo
2ª pessoa do singular tu te ti,contigo
3ª pessoa do singular ele/ela o,a,se,lhe ele,ela,si, consigo
1ª pessoa do plural nós nos nós, conosco
2ª pessoa do plural vós vos vós,convosco
3ª pessoa do plural eles/elas os, as, se, lhes eles,elas,si, consigo
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
177
Importa destacar, aluno(a), que os pronomes oblíquos podem ser átonos, quando 
pronunciados com menor intensidade e empregados sem preposição. Os tônicos 
são pronunciados com maior intensidade e há o emprego deles com o auxílio da 
preposição. Veja estes exemplos:
 ■ O professor me emprestou o livro de Saussure.
 pronome oblíquo átono
 ■ O professor emprestou o livro de Saussure para mim.
 pronome oblíquo tônico
Aluno(a), você sabe a diferença entre um pronome e um artigo?
Sobre essa diferença importa a leitura desta explicação de Bueno (2014):
“É preciso diferenciar pronome e artigo, no caso dos monossílabos: o, a, 
os, as.
São pronomes oblíquos átonos quando substituem os substantivos.
Encontrei meu irmão na festa, mas perdi-o de vista em seguida. (O substan-
tivo irmão é substituído pelo pronome oblíquo o.)
São artigos definidos quando acompanham e determinam o substantivo.
O meu irmão saiu da festa sem ninguém perceber. (O artigo o refere-se ao 
substantivo irmão).
Fonte: Bueno (2014, p. 165, grifos do texto original).
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E178
Emprego dos pronomes pessoais
Os pronomes pessoais são empregados:
a. na função de sujeito como em:
Texto 5
[...] Entre no meu carro
Nós vamos rodar
Seremos passageiros à noite
E veremos a cidade em trapos [...]
Fonte: Capital Inicial ([2017], grifos da autora, on-line)4.
Aluno(a), em muitas situações de comunicação, nós omitimos o pronome pes-
soal reto, uma vez que as desinências verbais indicam a pessoa gramatical, como 
ocorreu em “Seremos” e “veremos” nas linhas 3 e 4 do texto 5, note, aluno(a), 
que os pronomes pessoais do tipo reto foram omitidos, contudo as desinências 
verbais -emos indicam que se trata do pronome pessoal nós.
b. Na função de predicativo do sujeito como em:
Texto 6
[...]E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara sou eu[...]
Fonte: Roberto Carlos,Esse cara sou eu 
(grifo da autora).
O uso do pronome vós é bem raro na linguagem coloquial do Brasil. É utili-
zado normalmente em discursos cerimoniosos e em textos religiosos. 
Fonte: Bueno (2014, p. 165).
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
179
c. Bueno (2014) explica que os pronomes “eu” e “tu” não se apresentam pre-
cedidos de preposição e são substituídos pelo correspondentes “mim” e 
“ti”. Observe:
 ■ Aqueles documentos pertencem a mim ou a ti?
Se, no entanto, o pronome exerce a função de sujeito da oração, será legítimo o 
uso da formas eu e tu, como:
 ■ O compromisso que assumi junto com a diretora é para eu cumprir.
d. Podem contrair-se os pronomes retos da 3ª pessoa com as preposições 
“de” ou “em”: 
 ■ de + ele/ela = dele/dela e seus plurais como em : O gatinho, Teodoro, é 
dela.
 ■ em + ele/ela = nele/nela e seus plurais como em: Anjos dos Animais 
Maringá, neles ,“os peludos” encontram proteção.
Convém não contrair o pronome “ele” na função de sujeito com a preposição 
antecedente na oração, pois esse pronome é o sujeito da ação verbal e, por isso, 
não é legítimo este tipo de construção:
 ■ Sugeri aos alunos do quarto ano, antes deles saírem para o intervalo, que 
não corressem pelo corredor.
Se, no entanto, o pronome “ele”, na condição de sujeito, não estiver contraído 
com a preposição que o antecede, a construção tem perfeito cabimento:
 ■ Sugeri aos alunos do quarto ano, antes de eles saírem para o intervalo, 
que não corressem pelo corredor.
e. Bueno (2014) adverte que, para evitar um tom pretensioso, seja na fala 
ou na escrita, o pronome pessoal plural “nós” pode ser empregado para 
substituir o pronome “eu”. Esse emprego é denominado de plural majes-
tático ou plural de modéstia. Veja:
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E180
Texto 7
“Nós, falou a diretora, estamos dispostos a perdoar a indisciplina de vocês 
na tarde de hoje”. 
Fonte: Bueno (2014, p. 166).
Pela leitura do Texto 7, podemos entender, aluno(a), que a diretora fala por si, 
contudo, emprega o pronome “nós” para não parecer arrogante. Assim, o uso 
do recurso linguístico do plural de modéstia ou majestático serve para evitar 
noções de arrogância ou vaidade, individualismo.
Aluno(a), você pode notar que, na linguagem falada informal, usamos o pro-
nome “a gente” em substituição ao pronome “nós”. Veja:
Texto 8
[...] A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte[...]
Fonte: Titãs ([2017], grifos da autora, on-line)⁵.
Bueno (2014) esclarece que “é inadequado dizer eu e você, embora seja co-
mum ouvir as pessoas falarem dessa forma, pois "entre" é uma preposição. 
O correto é entre mim e você.” 
Fonte: Bueno (2014, p. 166).
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
181
Emprego do pronome pessoal oblíquo
Há de se falar em pronomes reflexivos quando se referem ao mesmo ser indicado 
pelos pronomes retos, os oblíquos funcionam como reflexivos. Segundo Bechara 
(2009, p. 165), “é o pronome oblíquo da mesma pessoa do pronome reto, signifi-
cando a mim mesmo, a ti mesmo, etc [...]”. Vejamos alguns empregos dos oblíquos:
O reflexivo apresenta-se em três formas como: se, si, consigo, aplicados tanto 
à 3ª pessoa do singular quanto do plural. Observe!
 ■ Eu me levantei rapidamente.
 ■ Nós nos levantamos rapidamente.
 ■ Eles se levantaram rapidamente.
Fonte: exemplos adaptados de Bechara (2009).
a. Há, ainda de se falar em pronome recíproco que: “[...] é representado 
pelos pronomes nos, vos e se quando traduzem a ideia de um ao outro, 
reciprocamente [...]” (Bechara, 2009, p. 165), ou seja, indicam a recipro-
cidade da ação. Veja!
 ■ “Nós nos cumprimentamos(um ao outro)” 
 ■ “Eles se abraçaram (um ao outro).”
Fonte: exemplos de Bechara. (2009)
b. Os oblíquos o, a, os, as, quando precedidos das formas verbais com final 
em r, s e z, assumem as formas: lo, la,los, las. Veja:
Vou visitar meus pais neste Natal. → Vou visitá-los (encontrar + o)
 forma verbal com termi-
nação em “r” + “o” → pronome oblíquo.
c. Os oblíquos assumem as formas verbais no, na, nos, nas, após fonemas 
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E182
nasais (am, em, õe, etc) como em:
Doaram os gatinhos filhotes rapidamente. → Doaram -nos
 forma nasal terminada 
em “am”, por isso, essa forma verbal foi substituída pelo pronome oblíquo “nos”
d. Quando o complemento verbal não vier regido por uma preposição, o 
pronome oblíquo assume a função de objeto direto. Veja:
 ■ Encontrei o gatinho Teodoro no pátio de uma escola municipal.
 ■ Encontrei-o no pátio de uma escola municipal.
e. Quando o complemento verbal se apresentar regido por uma preposição, 
os oblíquos como “lhe” e “lhes” substituem esse complemento e assumem 
a função de objeto indireto. Como podemos observar a seguir:
 ■ Emprestei um livro ao aluno do 5ª ano.
 ■ Emprestei-lhe um livro.
 ao aluno (o oblíquo “lhe”, assumiu a função de objeto indi-
reto deste contexto). 
f. Quando a intenção é enfatizar uma ideia/expressão, a repetição de um 
oblíquo é considerada legítima. Observe!
 ■ A mim, ninguém me engana! 
Fonte: exemplo extraído de Bueno. (2014, p. 168)
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
183
Pronomes de tratamento
Dentro do conceito sobre os pronomes pessoais, há de se falar em pronome de 
tratamento que, segundo Bueno (2014, p. 168), “representa a forma de trata-
mento aplicada às pessoas de maneira cerimoniosa, de acordo com cargos ou 
funções que ocupam em diversas situações sociais.”
Isso significa que eles são pessoais porque representam as pessoas do dis-
curso e, muito embora, são empregados para as pessoas com quem falamos (2ª 
pessoa), esses pronomes exigem formas verbais na 3ª pessoa. Veja!
 ■ Vossa senhoria trouxe os pareceres?
Cereja e Magalhães (2013) explicam que alguns pronomes de tratamento 
são precedidos por “sua,” quando falamos sobre a pessoa e não dela, e a forma 
“vossa”, quando falamos diretamente com o nosso interlocutor.
Os pronomes de tratamento são: senhor, senhora, senhorita, você e vocês 
entre outros. Convém, conhecer algumas formas de tratamento e as abreviatu-
ras de como são apresentados na escrita.
Quadro 19 - Pronomes de Tratamento
ABREVIATURA TRATAMENTO EMPREGO
V.A. Vossa alteza Príncipes, arquiduques, duques
V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais
V.Ex.ª Vossa Excelência No Brasil: altas autoridades do governo e 
oficiais generais das Forças Armadas;em 
Portugal: qualquer pessoa a quem se 
quer manifestar respeito.
V.Mag.ª Vossa Magnificência Reitores das Universidades
V.M. Vossa Majestade Reis, imperadores
V. Ex.ª Rev.ma Vossa Excelência 
Reverendíssima
Bispos e arcebispos
V.P. Vossa Paternidade Abades, superiores de conventos
V. Rev.ª
V. Rev.ma
Vossa Excelência ou 
Vossa Reverendíssima
Sacerdotes em geral
Fonte: adaptada de Cunha e Cintra. (2014, p. 304)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E184
Pronomes Possessivos
Aluno(a), neste subtópico falaremos sobre os pronomes possessivos. Para isso,leia o texto abaixo.
Texto 9
Fonte: Unicesumar ([2017], on-line)6.
Observe, aluno(a), que na oração “O seu querer”, a palavra “seu” se refere ao 
interlocutor deste texto, isto é, se refere à 2ª pessoa. Note que a palavra “seu” 
indica posse e concorda com a coisa possuída que, nesse contexto, é a pessoa do 
discurso, é o interlocutor do Texto 9. Assim, podemos compreender que “seu” 
é um pronome possessivo.
Segundo Bueno (2014, p. 169), “o pronome possessivo atribui a ideia de posse 
a cada uma das três pessoas do discurso. Indica ao possuidor (pessoa gramati-
cal) a posse de algo que lhe pertence”, em outros termos, podemos compreender 
que os pronomes possessivos indicam posse ou o que lhes cabem ou pertencem 
em relação às pessoas do discurso. Eis os pronomes possessivos:
Faraco e Moura (2005) explicam que o pronome “você”, atualmente, no Bra-
sil, é empregado em situações informais em substituição ao pronome tu. 
Assim, esse pronome está perdendo o seu “caráter de tratamento cerimo-
nioso”.
Fonte: Faraco e Moura. (2005, p. 287)
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
185
Quadro 20 - Pronomes possessivos
POSSESSIVOS
1ª pessoa do singular meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1ª pessoa do plural nosso, nossa, nossos, nossas
2ª pessoa do plural vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa do plural seu, sua, seus, suas
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Emprego dos pronomes possessivos
 ■ O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor do objeto, 
em causa e em gênero e número com o substantivo que designa o objeto 
possuído. Observe:
Nós trouxemos as nossas contribuições para a confraternização.
 (possuidor) (algo possuído)
 ■ Em algumas situações de comunicação, os pronomes possessivos podem 
não indicar a ideia de posse, mas sim empregados para realçar uma ideia 
afetiva, ou ainda, pejorativa como:
Meu caro aluno(a), sugiro que faça leituras diárias!
 (ideia de cortesia)
 ■ O possessivo pode indicar um cálculo aproximado.
Estava com meus 17 anos quando terminei o ensino médio.
 (indica um cálculo aproximado sobre a idade daquele que 
fala em um determinado período de tempo.)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E186
 ■ As formas seu, sua, seus, suas da 3ª pessoa, podem provocar ambigui-
dade em uma frase. Veja!
O aluno pediu à professora que guardasse sua jaqueta.
Note, aluno(a), que a ambiguidade neste contexto está no “algo possuído”, pois 
o possessivo “sua” pode indicar tanto a jaqueta de quem fala (o aluno) ou com 
quem se fala (a professora). Essa ambiguidade pode ser evitada se substituir-
mos o possessivo “sua” por “dele” ou “dela” (3ª pessoa). Observe está paráfrase 
do exemplo anterior:
O aluno pediu à professora que guardasse a jaqueta dele.
 ■ Deve-se evitar o emprego dos possessivos antes de substantivos que 
nomeiam partes do corpo como:
Estou com dor na minha lombar. 
 (emprego inadequado do possessivo)
O recomendável é:
Estou com dor na lombar.
Aluno(a), essa advertência se justifica porque só é possível sentir dor na própria 
lombar. Assim, o emprego do possessivo, nesta circunstância, torna-se redun-
dante e desnecessário.
 ■ O emprego dos possessivos pode ser reforçado por termos como: pró-
prio, própria, próprios, próprias para realçar a ideia de posse, pertença!
Alcancei meus objetivos com meu próprio esforço.
Aluno(a), até aqui, falamos dos pronomes que indicam o que cabe ou pertence 
a pessoa gramatical, no assunto que segue, falaremos dos pronomes que se apro-
ximam ou se distanciam no tempo e no espaço da pessoa gramatical. Refiro-me 
aos pronomes demonstrativos.
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
187
Pronomes demonstrativos
Para iniciarmos a nossa aula sobre os pronomes demonstrativos, leia este texto:
Texto 10
Curso oferece aprimoramento de Mediação Judicial 
Acadêmicos têm a oportunidade de se enquadrarem na nova realidade 
do Processo Civil.
A professora do curso de Direito, Andrea Lago, explica que a mudança no 
novo Processo Civil, implementa que os conflitos devem ser resolvidos de forma 
mais rápida. “Na medida do possível, as partes têm de entrar em um acordo, 
por isso é necessário aplicar algumas técnicas específicas. Com esse curso, que-
remos aprimorar as técnicas de mediação e aproximar a linguagem e o contato 
dos operadores do direito, psicólogos e assistentes sociais a essa nova realidade.”
Fonte: Unicesumar ([2017], on-line)⁷.
Observe, aluno(a), que, na terceira linha, debaixo para cima do último pará-
grafo, ao se referir aos objetivos do curso sobre “Mediação Judicial,” a autora do 
texto emprega a forma “esse”, assim essa palavra cumpre a função de fazer refe-
rência a algo que já foi mencionado anteriormente, ou seja, o curso mencionado 
na primeira linha deste texto. 
Note que a forma “essa”, empregada na última linha, também, cumpre com 
a função de retomar a informação dita anteriormente sobre a mudança no novo 
processo civil. Isso significa que essas formas têm um valor anafórico. Palavras 
como as formas “esse” e “essa,” que retomam ideias já expressas, contribuíram 
para garantir a coesão e a coerência deste texto. São chamadas de pronomes 
demonstrativos.
Os pronomes demonstrativos “situam a pessoa ou a coisa designada relativa-
mente às pessoas gramaticais. Podem situá-la no espaço e no tempo” ( CUNHA 
e CINTRA, 2014, p. 342). Pelo que foi exposto, podemos compreender que os 
demonstrativos situam as pessoas do discurso que se pode dar no tempo, no 
espaço ou no próprio texto. Eis um quadro dos pronomes demonstrativos, con-
forme as indicações da norma-padrão.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E188
Quadro 21- Pronomes demonstrativos
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
PESSOA
VARIÁVEIS
INVARIÁVEISMASCULINO FEMININO
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
1ª PESSOA este estes esta estas isto
2ª PESSOA esse esses essa essas isso
3ª PESSOA aquele aqueles aquela aquelas aquilo
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães. (2013, p. 151)
As formas variáveis dos pronomes demonstrativos como “este”, “esse”, “aquele” 
podem assumir a posição de pronomes substantivos e adjetivos como:
Este notebook é meu.
 o pronome “este” acompanha o substantivo “notebook” e, por isso, recebe 
o nome de pronome demonstrativo adjetivo.
Meu notebook é este.
 pronome demonstrativo com função de substantivo 
porque ocupa o lugar do substantivo.
Quanto às formas invariáveis “isto”, “isso” e “aquilo” são sempre demonstrativos 
substantivos. São pronomes demonstrativos, também, as formas “ o”, “a”, “os”, “as”, 
quando, na frase, equivalem a “isto”, “isso” , “aquele”, “aquela” “aqueles”, “aquelas”.
Emprego dos pronomes demonstrativos
Para o emprego dos pronomes demonstrativos, conforme a norma-padrão da 
língua portuguesa, deve-se considerar a sua posição no espaço no tempo e a sua 
posição no contexto linguístico.
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
189
1. Em relação ao espaço:
a. Os demonstrativos “ este, “esta”, “isto” indicam o que está perto da pes-
soa que fala como em:
Este livro que ganhei é do autor C.S.Lewis.
 é um pronome demonstrativo empregado para indicar que o objeto 
“livro” está próximo dapessoa que fala (1ª pessoa)
b. Os demonstrativos “esse”, “essa” e “isso” indicam o que está perto da pes-
soa com quem se fala (2ª pessoa) como em:
Poderia, por favor, pegar esse livro que está perto de você?
 o pronome demonstrativo indica que o objeto 
“livro” esta próximo da pessoa com quem se fala, isto é, a 2ª pessoa.
c. Os demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)”, “aquilo” indicam que o está 
distante tanto da pessoa que fala (1ª pessoa) como da pessoa com quem 
se fala (2ª pessoa) como em:
Aquele livro na vitrine é do linguista Mattoso Câmara Jr.
 pronome que indica que o livro da vitrine está próximo da 3ª pessoa, 
ou seja, do que se fala, distante das pessoas envolvidas na situação comunicativa.
2. Em relação ao tempo:
a. Os demonstrativos “este(s)”, “esta(s)” e "isto" indicam o tempo presente, 
isto é, um tempo próximo em relação à pessoa que fala. Veja!
Esta noite irei ao cinema.
 Note, aluno(a), que o demonstrativo, neste contexto, indica um tempo 
presente em relação ao momento da fala.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E190
b. “Esse(s)”, “essa(s)” e “isso” indicam o tempo passado, um tempo não muito 
distante em relação à pessoa que fala, como:
Essa noite fui ao cinema. 
 Observe, aluno(a), que o tempo indicado pelo demonstrativo “essa”, neste 
contexto, indica um tempo passado, mas relativamente próximo ao momento 
da fala.
c. “Aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” indicam um tempo bastante anterior 
ao momento da fala. Observe!
Aquela noite de sábado fui ao cinema.
 Note, aluno(s), que o demonstrativo, neste contexto, indica um tempo 
distante em relação ao momento da fala.
3. Em relação ao contexto linguístico
a. “Este(s)”, “esta(s)” e “isto” são empregados para fazer referência ao que 
vai ser dito. Veja:
O livro que ganhei é este: Cristianismo puro e simples de C.S. Lewis.
 O demonstrativo, neste contexto, cumpre a função 
de anunciar o livro e autor que o falante ganhou.
b. Esse(s), essa(s) e isso são empregados para fazerem referência a algo que 
já foi mencionado anteriormente, como em:
A sua aprovação na disciplina de Língua Portuguesa I, isso é o meu desejo 
para você! 
 Note, aluno(a), 
que o demonstrativo “isso” remete a algo que já foi expresso no contexto, isto é, 
remete ao desejo que o falante tem sobre a aprovação dos alunos na disciplina 
de LP I(Língua Portuguesa I).
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
191
c. “Este”, “esta”, “aquele” “aquela” são empregados para fazerem referências 
a termos já mencionados no contexto. Empregamos o demonstrativo 
“aquele” para o mencionado em primeiro lugar e “este” para o referido 
por último. Observe!
Gosto de vinho e de água durante as refeições: aquele para saborear com a 
carne; esta, com a salada. (exemplo extraído de MESQUITA, 2002, p. 245, grifo 
do texto original)
O demonstrativo “aquele” faz referência ao que foi mencionado em primeiro 
lugar, isto é, que está mais distante no texto, já o demonstrativo “esta” faz refe-
rência ao que foi mencionado em um segundo momento, isto é, ao que está mais 
próximo no texto. 
Os pronomes demonstrativos, assim como os artigos aceitam a combinação ou 
contração com as preposições a, de, em. A esse respeito, veja o quadro que segue. 
Quadro 22 - combinação dos demonstrativos com as preposições a, de e em
PREPOSIÇÃO DEMONSTRATIVO COMBINAÇÃO
a + aquele(s), aquela(s), aquilo àquele(s), àquela(s), àquilo
de + este(s),esta(s),esse(s),essa(s), 
aquele(s), aquela(s), isto, isso, 
aquilo
deste(s), desta(s),desse(s), 
dessa(s), daquele(s), daquela(s), 
disto, disso, daquilo
em + este(s),esta(s),esse(s),essa(s), 
aquele(s), aquela(s), isto, isso, 
aquilo
neste(s), nesta(s), nesse(s), 
nessa(s), naquele(s), naquela(s), 
nisto, naquilo
Fonte: adaptada de Bueno. (2014, p. 171)
No próximo subtópico, aluno(a), a ênfase será sobre os pronomes indefinidos.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E192
Pronomes indefinidos
Para começar a nossa reflexão sobre os pronomes indefinidos, leia este enunciado.
Texto 11
Os benefícios da educação a distância para quem fica em casa com os filhos.
Fonte: adaptada de Unicesumar ([2017], on-line)⁸.
Observe, aluno(a), que na parte verbal do Texto 11, a palavra “quem” se refere 
de modo genérico às pessoas na imagem. Essa palavra é denominada de pro-
nome indefinido. 
Pronome indefinido “é aquele que se refere a 3ª pessoa gramatical, tornan-
do-a vaga, indefinida, imprecisa”, explica Faraco (2005, p. 314).
Os indefinidos podem ser variáveis ou invariáveis. Isso significa que eles 
sofrem flexões de gênero e número. Veja!
https://www.unicesumar.edu.br/blog/os-beneficios-da-educacao-distancia-para-quem-fica-em-casa-com-os-filhos/
https://www.unicesumar.edu.br/blog/os-beneficios-da-educacao-distancia-para-quem-fica-em-casa-com-os-filhos/
https://www.unicesumar.edu.br/blog/os-beneficios-da-educacao-distancia-para-quem-fica-em-casa-com-os-filhos/
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
193
Quadro 23 - Pronomes indefinidos: formas variáveis e invariáveis
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguns, alguma, algumas alguém
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas ninguém
todo, todos, toda, todas tudo
outro, outros, outra, outras outrem
muito, muitas, muita, muitas nada
 pouco, poucos, pouca, poucas cada
certo, certos, certa, certas algo
tanto, tantos, tanta, tantas quem
vário, vários,vária, várias
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Como os outros pronomes, os indefinidos podem funcionar como substantivos 
e adjetivos. Observe!
Cabem todos os livros nesta caixa. Nela, cabe quase tudo.
 pron. indefinido adjetivo pron. indefinido 
substantivo
Você sabia que, quando um pronome é substituído por palavras de sentido 
indefinido, recebem o nome de locuções pronominais indefinidas. Os inde-
finidos que aparecem na forma de locução são: cada um, cada qual, qual-
quer um, seja qual for, seja quem for, todo aquele que, etc.
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães. (2013)
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E194
Pronomes interrogativos
Neste estudo, aluno(a), o foco será sobre os pronomes interrogativos. Para tanto, 
leia o Texto 12.
Texto 12
Fonte: Itaú (2016, on-line)⁹.
Observe, aluno(a), a construção “O que”, no Texto 12, se refere à página do banco 
de forma indefinida, genérica e imprecisa. Trata-se de palavras que têm a função 
de perguntar sobre o elemento a que se referem. Assim, a construção “O que”, 
neste contexto, é denominada de pronome interrogativo.
Pronomes interrogativos que, quem, qual e o que, quando empregados em 
frases interrogativas são denominados de pronomes interrogativos. Esses pro-
nomes podem aparecer em frases diretas, quando finalizadas com um ponto de 
interrogação, ou indiretas, quando finalizadas com um ponto final. Veja:
 ■ Que horas são? (frase interrogativa direta)
 pronome interrogativo 
 ■ Gostaria de saber que horas são.(frase interrogativa indireta)
 pronome interrogativo
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
efe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
195
Os pronomes interrogativos também funcionam como pronome substantivo e 
pronome adjetivo. Observe!
 ■ Qual será o motivo da ausência do aluno no dia da prova presencial?
 pronome substantivo
 ■ Que horas você prefere ir ao cinema?
 pronome adjetivo
Eis os pronomes interrogativos no quadro abaixo.
Quadro 24 - Pronomes interrogativos
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
qual, quais que
quanto, quantos, quanta, quantas quem
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Emprego dos pronomes interrogativos
a. Segundo Bueno (2014), o interrogativo “quem”, sempre, é empregado na 
função de substantivo como: Quem é você? Quem é ele/ela?
b. Bueno (2014) explica que a forma “cadê”, utilizada na linguagem falada 
(informal) tem origem na expressão “o que é de?” e significa “onde está?”
c. O pronome interrogativo “qual” e suas flexões possibilitam duas opções, 
geralmente, funcionam como pronomes interrogativos adjetivos como: 
Qual livro você prefere? 
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E196
Pronomes relativos
Caro(a) aluno(a), no subtópico que segue, a ênfase será no estudo dos prono-
mes relativos. Para iniciarmos este assunto, leia o Texto 13.
Texto 13
Cristianismo puro e Simples é um livro que recomendo.
A frase acima poderia ter também esta redação:
Cristianismo puro e Simples é um livro (1ª oração)
O livro Cristianismo puro e Simples eu recomendo (2ª oração)
Observe, aluno(a), que nessa redação o texto ficaria confuso, repetitivo; menos 
direto. Para evitar essa problemática, podemos empregar a palavra “que”. Assim, 
diante do exposto, podemos entender que essa palavra exerce duas funções no 
período:
1. Iniciar a segunda oração dependente da anterior e
2. Fazer referência a um termo já expresso.
Você sabe qual é a função sintática dos pronomes? A esse respeito, você 
estudará nas disciplinas de Língua Portuguesa II e III, contudo, importa a 
explicação de Cereja e Magalhães (2013), para facilitar-lhe a leitura a esse 
respeito:
“[...] os pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos e interro-
gativos, quando são adjetivos, desempenham na oração a função de 
adjunto adnominal; quando são substantivos, desempenham na ora-
ção as funções próprias dos substantivos, ou seja, de sujeito, objeto 
direto, indireto, etc.” (CEREJA e MAGALHÃES, 2013, p. 156).
Pronomes - Conceito E Classificação Dos Pronomes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
197
Assim, o pronome em destaque no Texto 13 é um pronome relativo. Veja o qua-
dro abaixo com os pronomes relativos.
Quadro 25 - Pronomes relativos
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
o qual, a qual, os quais, as quais que
cujo, cuja, cujos, cujas quem
 quanto, quanta, quantas, quantos onde
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Emprego dos pronomes relativos
a. Entre os pronomes relativos, o “que” é o mais empregado nas referências 
às pessoas ou coisas como em:
 ■ O livro que ganhei é relativamente extenso.
 ■ O rapaz que entrou em uma das salas do curso de Direito é meu filho.
b. O relativo pode ser precedido de preposição, como:
 ■ O documento de que preciso necessita da assinatura da coordenadora 
do curso.
c. Os relativos como “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais” permitem a 
substituição pelo pronome relativo "que" quando se referirem a pessoas, 
animais ou coisas. Veja:
 ■ O gatinho o qual adotei é muito dócil e saudável.
 ■ O gatinho que adotei é muito dócil e saudável.
d. Só é permitido o emprego do relativo “quem” para fazer referência a pes-
soas, como:
 ■ O rapaz de quem você me falou foi meu aluno.
ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS, ARTIGOS E PRONOMES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E198
e. Os relativos “cujo”, “cujos”, “cuja”, “cujas” são empregados como prono-
mes adjetivos e assumem o papel de pronomes possessivos; não permitem 
determinantes como os artigos.
 ■ Sou fã da Trupe O Teatro Mágico, cujas canções têm uma natureza 
humanista.
f. O pronome relativo “onde” indica lugar e tem o mesmo valor semântico 
que “ em que” e “no qual” . Observe!
 ■ Moçambique é a cidade onde nasceu o escritor Mia Couto. 
 ■ Moçambique é a cidade em que nasceu o escritor Mia Couto. 
 ■ Moçambique é a cidade na qual nasceu o escritor Mia Couto. 
Caro(a) aluno(a), você pôde observar que, neste último tópico, nos ocupamos 
dos estudos dos pronomes, como o seu conceito, regras, exceções e possibili-
dades de empregos em contextos comunicativos.
Aluno(a), você já observou que as palavras onde e aonde são empregadas 
de maneira intercambiáveis na linguagem coloquial no Brasil? Contudo, há 
distinção entre elas e relevante é para você, estudante e futuro professor de 
Língua Portuguesa, saber a diferença entre essas palavras. O pronome relati-
vo “onde” deve ser empregado com verbos que indicam permanência como: 
Onde está o livro de Linguística? Já o termo aonde (preposição a + onde) 
deve ser empregado com verbos que indicam ideia de movimento como: 
Aonde vamos no próximo sábado à noite? (O verbo ir indica movimento).
Fonte: a autora.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
199
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro (a) aluno (a), chegamos ao fim desta unidade. Até aqui, já vimos bastante 
conteúdo, não é mesmo? Na Unidade II o nosso foco foi sobre a categoria verbal 
e, como vimos, é uma classe variável, diferentemente, nesta unidade, continu-
amos os estudos sobre as classes de palavras, contudo, o foco recaiu sobre as 
palavras variáveis como: o Substantivo, o Artigo e o Pronome.
O estudo sobre os substantivos abriu a nossa primeira aula e, por meio 
dela, você pôde compreender para que serve essa classe gramatical. Assim, você 
observou que os substantivos são essenciais na língua, uma vez que eles são res-
ponsáveis pela nomeação dos seres, das coisas que nos rodeiam, bem como dos 
nossos sentimentos, de nossas ideias.
No estudo sobre os artigos, vimos que essa categoria gramatical não cum-
pre apenas a função de acompanhar os substantivos, uma vez que a presença ou 
ausência de um artigo é papel decisivo em relação ao sentido que se pretende 
atribuir a uma palavra, a um texto, por exemplo. Com isso é possível, porque 
os artigos podem particularizar ou generalizar o substantivo a que se referem.
A nossa última discussão contemplou os estudos sobre os pronomes. Você 
pôde notar com esse estudo, a importância do papel dessa classe gramatical nas 
nossas interações verbais, uma vez que eles indicam as pessoas do discurso. Você 
pôde perceber também, a importância dos pronomes em relação as nossas situa-
ções de comunicação, pois eles são responsáveis pelas formas de tratamento social.
Vimos que os pronomes podem substituir, acompanhar ou retomar pala-
vras ou orações já mencionadas no contexto comunicativo. Essa versatilidade 
dos pronomes podem proporcionar mais polidez, objetividade, clareza; mais 
coesão e coerência aos textos falados ou escritos. 
200 
1. Considere a flexão de número dos substantivos; indique, em qual das sequên-
cias, o plural de todos os substantivos compostos está de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa. 
a) Alto-falantes, lenga-lengas, quintas-feiras.
b) Bem-te-vis, público-alvos, corre-corres.
c) Salário-mínimos, decretos-lei, segundas-feira.
d) Vales-transportes, curtos-circuito, portas-malas.
e) Cartões-postal, cirurgiões-dentista, quebra-cabeças.
2. Os artigos não são simples acompanhantes dos substantivos, uma vez que eles 
exercem uma importante função discursiva. Assim, eles devem ser considerados 
a cada leitura. Leia as afirmativas, abaixo, sobre a função dos artigos e assinale V 
(para verdadeiro) e F (para falso).( ) O livro sumiu da mesa. Neste contexto, entende-se que haviam vários li-
vros na mesa, mas sabe-se qual deles sumiu pelo emprego do artigo antes do 
substantivo “livro”, assim, o artigo “o” cumpre a função de determinar qual livro 
sumiu.
( ) Um livro sumiu da mesa. Neste contexto, entende-se que haviam vários 
livros na mesa, mas não se sabe especificamente qual. Pelo emprego do artigo 
indefinido “um” neste contexto, podemos entender que ele se refere de manei-
ra geral aos livros que estavam sobre a mesa.
( ) Teodoro pegou os livros da mesa. Podemos entender que o emprego do 
artigo “os”, neste contexto, está determinando que Teodoro pegou todos os li-
vros.
( ) Teodoro pegou uns livros da mesa. O emprego do artigo indefinido “uns” 
indica que Teodoro pegou apenas alguns livros, outros não. Essa interpretação 
é possível porque o artigo “uns” refere-se ao substantivo "livros" indefinindo-os.
( ) Em: o amor não pode ser esquecido de uma hora para outra. Neste con-
texto, podemos entender que o artigo “o” cumpre a função de especificar que 
há apenas um amor: que é o grande amor da vida de alguém e que este leva 
algum tempo para ser esquecido, diferentemente, seria se empregássemos 
o artigo “um” em vez de “o”. Dessa forma, poderíamos entender que há vários 
amores na vida e cada um deles leva um tempo para ser esquecido.
201 
a) V-V-V-F-F.
b) V-V-V-V-V.
c) V-V-V-F-F.
d) F-F-F-F-V.
e) F-V-F-V-V.
3. Em nossos estudos, vimos que os pronomes podem acompanhar, substituir; po-
dem indicar ideia de posse e refeririam-se de maneira vaga aos substantivos a 
que se referem. Leia o texto, abaixo, e assinale a alternativa que corresponde ao 
valor semântico expresso pelos indefinidos.
Texto 1
“NO COMBATE À DENGUE, NINGUÉM PODE FICAR PARADO”.
É DEVER DE TODOS AJUDAR A COMBATER A DENGUE.” 
(texto adaptado, Prefeitura de Camanducaia, 2016, on-line)10.
a) As palavras “ninguém” e “ todos”, no texto, são pronomes indefinidos porque 
fazem referências vagas, imprecisas ao interlocutor (2ª pessoa) deste anúncio.
b) “Ninguém” e “todos” são pronomes interrogativos empregados neste contex-
to com a função de perguntar sobre o elemento a que se referem, como o 
interlocutor, por exemplo.
c) As palavras “Ninguém” e “todos” assumem a função de posse ao indicarem 
que a responsabilidade do combate à dengue é de todos, uma vez que nin-
guém pode ficar parado na luta contra o mosquito.
d) “Ninguém” e “todos” são palavras que substituem uma das pessoas do dis-
curso como o interlocutor, 2ª pessoa, isto é, aquela com quem se fala. Assim, 
essas palavras são pronomes pessoais.
e) As palavras “ninguém” e “todos” no texto fazem referências de uma maneira 
geral ao interlocutor (2ª pessoa) deste anúncio, logo, são pronomes interro-
gativos.
202 
4. Sobre a função e emprego dos pronomes, leia o texto, abaixo, considere as pala-
vras grifadas e assinale a alternativa correta.
Texto 2
O anjo mais velho
 
[...]Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
 
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só[...]
 (O Teatro Mágico, [2017], grifos da autora, on-line)11.
I. As palavras grifadas no trecho da 1ª estrofe da música indicam uma relação de 
posse. Assim, o pronome “Tua” é um possessivo porque indica que a 2ª pessoa 
gramatical é possuidora da “palavra”, “da história”, “da verdade”, da ausência”.
II. O possessivo “Tua” acompanha os substantivos “palavra”, “ história”, “ verdade”, 
“ ausência”, por isso, são possessivos adjetivos.
III. A palavra “você” na segunda estrofe do excerto da canção é empregada 
para tratar de modo familiar o interlocutor.
IV. No excerto da canção da Trupe, há referência às três pessoas do discurso: 
um locutor (o intérprete da música), ou seja, a pessoa que fala, a 2ª pessoa, in-
terlocutor que na 1ª estrofe diz respeito a alguém, especial, a quem o locutor 
se refere, já na segunda estrofe o interlocutor pode ser aquele que ouve ou lê a 
música; há o referente, o assunto que diz respeito à saudade do locutor.
203 
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
5. Em nossos estudos sobre os possessivos, vimos que o uso inadequado das for-
mas seu, sua, seus, suas podem provocar ambiguidade. Nesse sentido, explique 
o que poderia ser feito para se evitar a ambiguidade neste texto:
Texto 3
O aluno não aceitou o seu indeferimento.
(Texto adaptado de Mesquita, 2002).
204 
Mudança no emprego dos pronomes em português
Segundo estudiosos, o sistema de emprego dos pronomes em português vem sofrendo 
mudanças em virtude das pressões de uso da língua, por exemplo, as formas (tu) e (você) 
são válidas, isto é, são aceitas, muito embora, a maior parte dos falantes empreguem o 
pronome de tratamento (você) para se relacionar com o seu interlocutor, contudo, em 
regiões do sul, do norte e nordeste, muitos falantes empregam o pronome pessoal do 
caso reto (tu). Diante disso, alguns linguistas começam a descrever essa classe gramati-
cal de forma diferente. Nesse sentido, aluno (a) sugiro a leitura do texto de Cereja e Ma-
galhães (2013) para que você possa fazer um contraponto entre a gramática estrutural 
e a gramática de usos, uma vez que em nossas práticas sociais e no contexto da sala de 
aula nos deparamos com empregos das formas pronominais diferente daquela prescrita 
pela tradição gramatical. Veja:
 Pronomes demonstrativos: um sistema em mudança
A maior parte dos falantes brasileiros, incluindo os que empregam a norma culta, já não 
fazem uma distinção rigorosa entre os demonstrativos de 1ª e 2ª pessoas, principalmen-
te quando estão numa situação de fala informal.
Para alguns linguistas, isso é sinal de que o sistema ternário desses pronomes está se 
transformando em um sistema binário. Essa constatação quer dizer que na prática, os 
pronomes estão sendo utilizados do seguinte modo: de um lado, os pronomes de 1ª e 
2ª pessoa; de outro, os pronomes de 3ª pessoa.
Assim, um falante tende a dizer, indiferentemente, “Nesse momento” ou “Neste momen-
to”. O que vai determinar se ele se refere ao momento presente ou a um momento ante-
riormente enunciado no discurso é o contexto.
Apesar dessa tendência da língua, é importante conhecer o sistema ternário clássico dos 
pronomes demonstrativos e saber empregá-lo quando necessário.
(Texto extraído de Cereja e Magalhães, 2013, p. 152).
Devo alertar-lhe que nesta sugestão de leitura não há nenhuma insinuação de que uma 
determinada teoria não é necessária, o meu objetivo é oferecer-lhe conhecimentos que 
um estudante já deve adquirir de partida, antes mesmo, de ter contato com outras teorias.
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Gramática de usos do Português
Maria Helena de Moura Neves
Editora: Unesp
Sinopse: Gramática de usos do português é 
uma obra que, de maneira diversa do que se 
tradicionalmente entre nós, parte da observação 
dos usos realmente correntes no Brasil, para, 
refletindo sobre eles, oferecer uma organização 
que sistematize esses usos. O que as lições fazem, 
portanto, é organizar numa gramática da língua 
portuguesa as possibilidades de construção que 
estão sendo aproveitadas pelos usuários para a 
obtenção dos efeitos de sentido pretendidos. Os capítulos se compõem segundo a tradicional divisão 
em classes de palavras, sem ser conhecedor do assunto, poderá situar-se na busca, para chegar ao 
que quer saber. Entretanto, princípios teóricos dirigem o tratamento das questões, o que se revela 
no agrupamento dessas classes pelas quatro grandes partes da obra, organizadas segundo os 
processos que dirigem a construção dos enunciados. Emborauma gramática de usos não seja, em 
princípio, normativa, em vista de maior utilidade ao consulente comum, normas de uso são invocadas 
comparativamente, para informar sobre restrições que tradicionalmente se fazem a determinados usos 
atestados e vivos. Disponível em: <http://editoraunesp.com.br/catalogo/9788539300808,gramatica-
de-usos-do-portugues-2-edicao>.
Comentário: A sugestão da Gramática de usos do português da linguista Maria Helena de Moura Neves, 
a você aluno (a) do curso de Letras, é relevante porque apresenta sugestões de como trabalhar certos 
conteúdos gramaticais com vistas às dimensões semânticas da língua. Assim, você terá a oportunidade 
de estudar e,posteriormente, ensinar a gramática não somente do ponto de vista normativo. Boa leitura!
MATERIAL COMPLEMENTAR
Português no Ensino Médio e Formação 
do Professor
Clecio Bunzen e Márcia Mendonça(Orgs.)
Editora: Parábola Editorial
Sinopse: Discute com professores e 
pesquisadores o ensino de língua materna 
no ensino médio. Ele surgiu de inquietações, 
dúvidas, anseios de professores e/ou formadores 
de professores com quem pretendemos dialogar 
nos doze capítulos que compõem este livro. 
Além de tentar responder aos desafios postos 
pela sala de aula, uma segunda razão desta obra 
é a carência de estudos voltados especificamente 
para o ensino de língua materna no ensino médio. Se muitas pesquisas aplicadas ao ensino já 
se debruçaram sobre a realidade do ensino fundamental I e do ensino fundamental II, isso não se 
repete para a etapa posterior de escolarização. A terceira motivação vem das estatísticas oficiais, que 
apontam uma situação constrangedora - o percentual de brasileiros com idade entre 15 e 17 anos 
que efetivamente estão matriculados neste nível de ensino é de 43,1%, segundo dados de 2003. Em 
2001, dos brasileiros com idade ideal para cursar o ensino médio, 1 milhão cursava ainda o ensino 
fundamental, ou cursos profissionalizantes, e aproximadamente 5 milhões estavam fora da escola. Com 
o intuito de não só apontar os problemas relativos ao ensino de língua materna no contexto do ensino 
médio, mas de discutir alternativas de encaminhamento, este livro pretende servir como subsídio para 
a formação docente, inicial e continuada, na busca da melhoria da qualidade de ensino nesse nível 
de escolarização[...]. Disponível em: <http://www.travessa.com.br/portugues-no-ensino-medio-e-
formacao-do-professor/artigo/2d5c20a1-f987-4c47-ad3b-7bf9583072ed>.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Português, a Língua do Brasil 
O documentário apresenta depoimentos de 16 Acadêmicos, 
membros da Academia Brasileira de Letras, sobre o 
atual estado da Língua Portuguesa. A nossa realidade 
idiomática é mostrada com as cores do Brasil na experiência 
personalíssima de cada Acadêmico. O diretor escolheu como 
cenário a Casa de Machado de Assis que, simbolicamente, 
representa a Casa da Língua Portuguesa. No documentário, 
os depoimentos se sucedem, registrados sempre com a 
presença do próprio Nelson, o grande anfitrião deste 
encontro de notáveis. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=-bbT7QmdNSE>.
Sugiro a você, aluno(a) que assista à entrevista com um dos gramáticos estruturalistas mais 
conceituado da atualidade, Evanildo Bechara, cujo entrevistado dá suporte teórico a este 
livro de Língua Portuguesa I. Não deixe de Assistir! Acesse: <https://www.youtube.com/
watch?v=gLezWt2VQjA>.
Aluno(a), sugiro que veja o vídeo da linguista Maria Helena de Moura Neves, a fim de que você 
tenha conhecimento sobre o ensino da gramática pela vertente funcionalista da língua. Acesse: 
<https://www.youtube.com/watch?v=zcu-WMawmPA>.
Sugiro ainda, que veja o vídeo de “Os Barbixas”, além de muitas risadas, você terá a oportunidade 
de refletir sobre a importância que a classe gramatical dos substantivos têm ao nomear as coisas 
que nos cercam. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=6-9nWt04oSI>.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. ampl. e atual conforme 
o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BUENO, F. da S. Gramática de Silveira Bueno. 20 ed. São Paulo: Global, 2014.
BENNETT, W. O livro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1997.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6 ed.-Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2014.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. 
4 ed. São Paulo: Atual, 2013.
FARACO, C. E.; MOURA, F. M. Gramática. 19 edição. São Paulo: Ática, 2005.
MESQUITA, R. M. Gramática da Língua Portuguesa. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_discografia_sel.php?id=201>. 
Acesso em: 08 mer. 2017.
2 Em: <https://www.facebook.com/UniCesumar/photos
/a.147498298616479.24394.137058479660461/1352213101478320/?type=3&the-
ater>. Acesso em: 08 mer. 2017.
3 Em: <http://www.letras.com.br/djavan/eu-te-devoro>. Acesso em: 08 mer. 2017.
4 Em: <https://www.letras.mus.br/capital-inicial/6795/>. Acesso em: 08 mer. 2017.
5 Em: <http://www.letras.com.br/titas/comida>. Acesso em: 08 mer. 2017.
6 Em: <https://www.facebook.com/UniCesumar/photos/
pb.137058479660461.-2207520000.1482105881./1365660633466900/?type=3&-
theater>. Acesso em: 08 mer. 2017.
7 Em: <https://www.unicesumar.edu.br/curso-oferece-aprimoramento-de-media-
cao-judicial/>. Acesso em: 08 mer. 2017.
8 Em: <https://www.unicesumar.edu.br/blog/category/dicas-ead/>. Acesso em: 08 
mer. 2017.
9 Em: <https://www.itau.com.br/#>. Acesso em: 08 mer. 2017.
10 Em: <http://www.camanducaia.mg.gov.br/prevencao-prefeitura-de-camandu-
caia-no-combate-contra-a-dengue/>. Acesso em: 08 mer. 2017.
11 Em: <https://letrasweb.com.br/o-teatro-magico/o-anjo-mais-velho.html>. Aces-
so em: 08 mer. 2017.
208
https://www.unicesumar.edu.br/curso-oferece-aprimoramento-de-mediacao-judicial/
https://www.unicesumar.edu.br/curso-oferece-aprimoramento-de-mediacao-judicial/
REFERÊNCIAS
209
GABARITO
1) Está correta a alternativa “a”.
2) Está correta a alternativa “b”.
3) Está correta a alternativa “a”.
4) Está correta a alternativa “e”.
5) Resposta possível:
Como estudamos, as formas seu, sua, seus, suas referem-se à 3ª pessoa do discur-
so, seja no singular, seja no plural. Diante disso, a forma “seu” neste contexto, pode 
indicar tanto a reprovação da pessoa de quem se fala (3ª pessoa) ou a reprovação 
da pessoa com quem se fala (2ª pessoa). Para evitar essa ambiguidade, tem perfeito 
cabimento estas redações:
a. O aluno não aceitou o indeferimento dele. (3ª pessoa).
 ou
b. O aluno não aceitou o teu indeferimento. (2ª pessoa).
Note, que tanto as redações “a” como “b” o emprego dos possessivos deixam claro 
de quem é o problema sobre o indeferimento.
U
N
ID
A
D
E IV
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
ESTUDO DOS ADJETIVOS E 
ADVÉRBIOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conceituar e reconhecer os adjetivos.
 ■ Apresentar a classificação e flexões dos adjetivos.
 ■ Apresentar as locuções adjetivas.
 ■ Conceituar e reconhecer os advérbios.
 ■ Apresentar a classificação dos advérbios.
 ■ Apresentar as locuções adverbiais quanto as suas classificações e 
flexões.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ ADJETIVO - Conceito
 ■ ADVÉRBIOS - Conceito
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade IV do seu livro de estudos. Até 
então, estudamos, nas duas primeiras unidades, o que a ciência da Morfologia 
denomina de classes de palavras. Assim, estudamos sobre o verbo, sobre os subs-
tantivos, artigos; pronomes. Nesta unidade, manteremos o nosso olhar sobre as 
classes gramaticais, especificamente, sobre os adjetivos e os advérbios.
Nesse sentido, iniciaremos os nossos estudos, nesta unidade, com a classe 
gramatical denominada pela NGB de Adjetivos. Para tanto, apresentarei um texto, 
a fim de suscitar-lhe reflexões sobre a importânciadesses nomes, bem como ofe-
recer-lhe instrumentos para que você possa compreender o conceito e a estreita 
relação entre os adjetivos e os substantivos.
A seguir, apresentarei a classificação dos adjetivos quanto ao conteúdo e à fun-
ção que esse aspecto permite aos adjetivos; quanto à forma, apresentarei a flexão 
dessa categoria em gênero e número; quanto à formação, mostrarei que os adjeti-
vos podem ser classificados em primitivos ou derivados, simples ou compostos. 
Para fechar a nossa discussão sobre essa classe, preocupei-me em apresentar-lhe 
a categoria do grau dos adjetivos, com o objetivo de fornecer-lhe informações 
sobre as noções de quantidade e intensidade expressas por esses nomes.
Ainda, nesta unidade, apresento-lhe, também, outra classe de palavras, a 
denominada pela NGB de advérbios. Para isso, trago um texto, com a intenção 
de mostrar-lhe o papel que essa categoria desempenha no plano da linguagem.
Na sequência, destaco os valores semânticos que essa classe gramatical pode 
expressar como a ideia de lugar, tempo, modo, causa, etc. De igual maneira, apre-
sento os valores semânticos das locuções adverbiais.
Para fechar a Unidade IV, me preocupei em fornecer-lhe um estudo referente 
aos advérbios interrogativos e a ideia que eles podem expressar. Preocupei-me, 
também, em trazer-lhe um estudo da flexão e emprego dos advérbios e, por fim, 
apresento um breve estudo sobre as palavras denotativas. Boa leitura!
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
213
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E214
ADJETIVO: CONCEITO
Caro(a) aluno(a), no primeiro tópico da Unidade III, vimos que a classe dos subs-
tantivos desempenham a função de nomear os seres, neste tópico, o nosso foco 
será sobre a classe de palavras, também variável, dos nomes que caracterizam 
os seres nomeados pelos substantivos. Para isso, leia o texto abaixo.
Texto 1
1 A sociedade de consumo pode tentar convencer você
2 que existem produtos milagrosos,
3 que prometem só a beleza perfeita.
4 Vamos ser honestos,
5 todo mundo sabe que a beleza não é perfeita e única.
6 Existem várias, milhares e imperfeitas.
7 A beleza é linda porque muda o tempo todo.
8 Viver sua beleza é acompanhar seus tempos e momentos
9 do jeito que você é, do jeito que você quiser ser.
10 Viva sua verdade.
11 Viva sua essência.
Fonte: Natura ([2017], grifos da autora, on-line)1.
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
215
No texto acima, o(a) autor(a) utiliza-se de palavras como “milagrosos”, na linha 
2 que caracteriza o substantivo “produtos”, “perfeita”, na linha 3, e as palavras 
“várias”, “milhares” e “imperfeitas”, na linha 6, que caracterizam o substantivo 
“beleza”. A essas palavras que podem caracterizar, modificar um substantivo a 
NGB denomina de Adjetivos. 
Como você pôde observar, aluno(a), os substantivos e os adjetivos são classes 
de palavras muito próximas: a primeira nomeia os seres e a segunda os caracte-
riza. Em função dessa estreita relação entre o substantivo (termo determinado) 
e o adjetivo ( termo determinante) existe uma única forma para essas duas clas-
ses e, nessa situação, a diferença entre ambas só será possível pelo contexto. 
Compare, por exemplo, estas orações:
 ■ A nuvem cinzenta no céu indica chuva.
 ■ O cinzento no céu indica chuva.
Note, aluno(a), que na primeira oração o termo “cinzenta” é adjetivo porque 
exerce a função de qualificar o substantivo “nuvem”. Na segunda, o mesmo termo, 
assume o valor de substantivo, pois é a palavra- núcleo da oração. Diante dessa 
reflexão, aluno(a), podemos compreender que a distinção entre substantivos e 
adjetivos obedece a um critério sintático, funcional.
CLASSIFICAÇÃO DO ADJETIVO
Segundo Faraco (2005, p. 236), “adjetivo é a palavra que modifica substantivos, 
atribuindo uma característica aos seres nomeados por eles”. Pelas palavras de 
Faraco, podemos compreender que, quanto ao conteúdo, o adjetivo é essencial-
mente um modificador dos substantivos, indicando-lhes estados passageiros, 
permanentes, indicando-lhes características e particularidades. Quanto à forma, 
os adjetivos referem-se aos substantivos de maneira explícita ou de maneira 
subentendida na frase e concordam em gênero e número com essa categoria. 
Isso significa que o adjetivo sofre variações em função do nome a que se refere.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E216
Na sintaxe, os adjetivos desempenham a função sintática de predicativo do 
sujeito e de adjunto adnominal. (Sobre isso, você estudará, particularmente, 
nas disciplinas de Língua Portuguesa II e III.) Quanto à formação, os adjetivos 
podem ser primitivos ou derivados, simples ou compostos. Vejamos:
Adjetivos: Primitivo e derivado; simples e composto
a. Adjetivos primitivos: são aqueles que não se formam por derivação de 
nenhuma outra palavra e dão origem a outras. Exemplo: Azul, pequeno, 
grande etc.
b. Adjetivos derivados: São aqueles que se originam de outras palavras 
como: azulado (de azul), esverdeado (de verde) etc.
Como vimos, na aula sobre o processo de formação das palavras, na Unidade I, 
uma palavra derivada é formada de uma primitiva. No caso dos adjetivos, a deri-
vação pode ocorrer a partir de substantivos, de verbos e de outros adjetivos. Veja:
Quadro 1 -Derivação dos adjetivos
ADJETIVO PRIMITIVO ADJETIVO DERIVADO
barulho (substantivo) barulhento
contribuir (verbo) contribuinte
verde (adjetivo) esverdeado
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
c. Adjetivos simples: São aqueles formados por apenas um radical como 
em: gato esperto, nuvem escura.
d. Adjetivos compostos: são aqueles formados por mais de um radical. 
Exemplo: Revista científica-literária, azul-marinho.
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
217
Adjetivos pátrios
A partir dos adjetivos derivados de substantivos, aluno(a), destacam-se os adje-
tivos pátrios que “indicam a nacionalidade, a pátria, o lugar, a procedência dos 
seres em geral.” (MESQUITA, 2002, p. 192). Esses adjetivos também são deno-
minados de gentílicos, quando se referem a um grupo étnico ou à raça. Bueno 
(2014) apresenta uma lista dos adjetivos pátrios, como expõe o Quadro 2.
Quadro 2 - Adjetivos pátrios
ÁFRICA africano INGLATERRA inglês
ALEMANHA alemão IRÃ iraniano
AMAZONAS amazonense ISRAEL israelense/israelita
AMÉRICA americano JAPÃO japonês
ANGOLA angolano LISBOA lisboeta
ÁSIA asiático LONDRES londrino
ÁUSTRIA austríaco MADRI madrileno/madrilense
BAHIA baiano MANAUS manauense
BELO HORIZONTE belo-horizontino MARANHÃO maranhense
BRASIL brasileiro MINAS GERAIS mineiro
BUENO AIRES portenho MOSCOU moscovita
CAIRO cairota NÁPOLES napolitano
CEARÁ cearense OCEANIA oceânico
CURITIBA curitibano PEQUIM pequinês
EL SALVADOR salvadorenho PORTO ALEGRE porto-alegrense
Aluno(a), você sabe como é conhecido quem nasce em Três Corações (MG)? 
E quem nasce em São Luís do Maranhão (MA), Salvador (BA)? Faça leituras, 
sobre os adjetivos pátrios e gentílicos, organize uma lista com os principais 
deles. Qualquer dúvida, é só recorrer ao Quadro 2.
Fonte: a autora.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E218
ESTADOS UNIDOS
norte-america-
no/ianque/esta-
dunidense
RIO GRANDE DO 
SUL
gaúcho/ 
rio-grandense-do-sul
FLORIANÓPOLIS florianopolitano RIO DE JANEIRO fluminense (referente ao estado)
GUATEMALA guatemalteco SUÍÇA suíço
HONDURAS hondurenho TIBETE tibetanoÍNDIA indiano VENEZA veneziano
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Em alguns casos, na indicação de adjetivos pátrios, formam-se adjetivos com-
postos. Para tanto, o primeiro termo assume uma forma reduzida + adjetivo 
na forma normal. Como: franco-italiano e não francês-italiano. Sobre a forma-
ção dos adjetivos pátrios compostos, veja esta lista proposta por Bueno (2014).
Quadro 3 - Adjetivos pátrios compostos
FORMA REDUZIDA +ADJETIVO ADJETIVO PÁTRIO COMPOSTO
afro (africano) cultura afro-brasileira
anglo (inglês) escola anglo-americana
euro (europeu) contrato euro-americano
franco (francês) comércio franco-brasileiro
grego (grego) cultura greco-romana
hispano (espanhol) tratado hispano-americano
ítalo (italiano) contrato ítalo-brasileiro
luso (portuguesa/lusitana) comércio luso-brasileiro
nipo (japonês/nipônico) cultura nipo-brasileira
sino (chinês) comércio sino-americano
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
219
Locução adjetiva
Neste tópico, o foco será sobre a locução adjetiva. Aluno(a), você se lembra o 
que isso significa? Muitas vezes, para caracterizar um substantivo, fazemos uso 
de expressões com mais de uma palavra que equivalem a um adjetivo. Essa 
expressão é denominada de locução adjetiva. Bueno explica que uma locução 
adjetiva “é a expressão que equivale a um adjetivo, e que caracteriza o substan-
tivo por meio de mais de uma palavra.” (BUENO, 2014, p. 140).
A formação da locução adjetiva se dá por:
 ■ preposição (de) + substantivo. Veja:
 amor de mãe → correspondente à amor materno ou maternal
 ■ preposição (de) + advérbio. Observe:
 jornal da tarde → Jornal vespertino
Você sabia que o adjetivo e a locução adjetiva podem exercer, na oração, as 
funções sintáticas de adjunto adnominal e adjunto adverbial? Sobre isso, 
relevante é esta explicação de Cereja e Magalhães (2013). Antes, atente-se 
aos exemplos 1 e 2 citados pelos autores.
Exemplo 1: “Foi recebido na estação por um homem forte e barbado.”
 adj. adn.
Neste exemplo, temos os adjetivos “forte e barbado”, exercendo a função de 
adjuntos adnominais.
Segundo Cereja e Magalhães (2013), o adjetivo pode assumir um valor de 
advérbio e exercer, na oração, a função de adjunto adverbial. Observe:
Exemplo 2: “sorrir amarelo”, “falar alto”, “falar baixo”, “comprar barato”, 
“vender caro”, nesses casos, mantém-se invariável o elemento mascu-
lino singular.
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães (2013).
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E220
Na maioria da vezes, há um adjetivo correspondente à locução adjetiva. Veja a lista 
das locuções adjetivas e adjetivos correspondentes proposta por Bueno (2014).
Quadro 4- Locuções adjetivas e adjetivos correspondentes
de abdômen abdominal de boca bucal, oral
de açúcar sacarino de boi bovino
de aluno discente de cabeça capital/cefálico
de anjo angelical de cabelo capilar
de ano anual de cão canino
de astro sideral de caos caótico
de cavalo equino/hípico de gato felino
de céu celeste de guerra bélico
de chumbo plúmbeo de homem humano/viril
de chuva pluvial de idade etário
de cidade citadino/urbano de dinheiro pecuniário
de macaco simiesco de embriaguês ébrio
de madeira lígneo de erva herbáceo
de fábrica fabril de fogo ígneo
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Convém destacar, aluno(a), que nem sempre a locução adjetiva encontra um 
adjetivo correspondente como em: “artigo de primeira”, “meninos de rua”, “a 
janela de cima” (MESQUITA, 2002, p. 194).
No próximo tópico, aluno(a), a nossa ênfase será sobre a flexão dos adje-
tivos. De igual maneira aos substantivos, os adjetivos se flexionam em gênero 
(masculino e feminino), em número (singular e plural) e em grau (comparativo 
e superlativo). Vamos começar pela flexão de gênero.
Flexão de gênero
O adjetivo assume o gênero do substantivo a que se refere. Assim, os adjetivos 
formam o feminino do mesmo modo que os substantivos, ou seja, a formação 
se dá pela troca da vogal “o” pela vogal “a” ou pelo acréscimo do “a” no final 
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
221
da palavra como em: Homem magro, Mulher magra.
Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser uniformes e biformes:
a. Adjetivos uniformes são aqueles que têm uma só forma para o mascu-
lino e feminino como em atividade fácil, exercício fácil, campo verde, 
mata verde, homem feliz, mulher feliz, entre outros.
Geralmente, são adjetivos uniformes aqueles terminados em “a”, “ense” (pátrios), 
“e”, “l”, “z” e “m”. Veja alguns adjetivos uniformes no Quadro 5.
Quadro 5- Adjetivos uniformes
azul gentil inferior regular ruim posterior
cruel comum incolor verde difícil otimista
fiel cortês simples veloz anterior nômade
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
b. Adjetivos biformes: são aqueles que apresentam duas formas: uma para 
o masculino e outra para o feminino como em: garoto esperto → garota 
esperta, aluno inglês, aluna inglesa.
O processo de formação dos adjetivos femininos é o mesmo que forma os subs-
tantivos. Observe o Quadro 6.
Quadro 6- Formação dos adjetivos femininos
terminação em o troca-se por a Exemplo: belo → bela
terminação em u, ês, e or acrescenta-se a Exemplo: cru → crua, 
inglês → inglesa, 
ganhador → ganhadora
terminação em eu troca-se por eia Exemplo: europeu → 
europeia
terminação em éu troca-se por oa Exemplo: ilhéu → ilhoa
terminação em ão troca-se por ã ou ona Exemplo: cristão → cris-
tã, chorão → chorona
Fonte: adaptada de Mesquita. (2002)
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E222
Flexão de número 
Os adjetivos concordam em número, singular ou plural, com os substantivos a 
que se referem. Veja!
a. Aluno estudioso → alunos estudiosos.
b. Alimento saudável → alimentos saudáveis.
No plural dos adjetivos compostos, apenas o último elemento assume a forma 
no plural. Observe!
a. Tratado luso-brasileiro → tratados luso-brasileiros.
b. Contrato euro-americano → contratos- euro-americanos.
Em relação ao plural de alguns adjetivos compostos, excetuam-se:
a. Surdo-mudo que se faz: surdos-mudos. (Apesar de as gramáticas apre-
sentarem esta forma, em Libras existe outra denominação. Assim, a esse 
respeito sugiro que veja a seção “Leitura complementar”, desta unidade).
Em alguns adjetivos referentes a cores, quando o segundo elemento da compo-
sição é substantivo, os dois elementos permanecem invariáveis. Veja:
b. calças verde-oliva.
c. saias azul-marinho.
d. blusas vermelho-carne.
e. canários amarelo-ouro. 
Quando o adjetivo composto é constituído por (adjetivo + substantivo), os dois 
elementos da composição permanecem invariáveis como em:
a. Jaqueta marrom-café → jaquetas marrom-café.
b. Toalha amarelo-ouro → toalhas amarelo-ouro.
Se a locução adjetiva é formada pela expressão cor + de + substantivo, não sofre 
variação. Observe!
a. Biquini cor de laranja → biquínis cor-de-laranja.
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
223
Flexão de grau
Neste subtópico, nos ocuparemos dos estudos do grau dos adjetivos. Essa classe de 
palavras pode variar em grau para comparar, intensificar ou diminuir característi-
cas dos substantivos. Assim, podemos falar em grau Comparativo e Superlativo.
a. Grau comparativo
Para comparar uma qualidade entre dois seres expressos por adjetivos, usa-
-se o grau comparativo. Esse grau pode ser!
 ■De igualdade- quando se compara qualidades com a mesma intensidade. 
Para isso, usa-se as estruturas: tão + adjetivo +quanto ou como!
Teodoro é tão esperto quanto Minerva.
 subs. adj. subs.
É possível, também, estabelecer uma comparação entre as características de um 
mesmo ser ou objeto. Veja!
Teodoro é tão esperto quanto dócil.
 ■ De superioridade- Nesse grau, a qualidade expressa pelo adjetivo recai 
com maior intensidade no primeiro elemento da comparação. Para isso, 
usa-se as estruturas: mais + adjetivo +(do) que. Observe:
Teodoro é mais dócil do que Minerva.
 subs. adj. subs.
Você se lembra do plural metafônico de alguns substantivos? Esse plural 
também acontece em alguns adjetivos. Veja: 
“[...] o plural metafônico acontece em alguns adjetivos terminados em oso. 
No plural, a colocação do “s” final transforma a vogal tônica fechada o (ô) em 
aberta(ó): doce gostoso/doces gostosos [...]”.
Fonte: adaptada de Bueno. (2014, p. 144)
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E224
De inferioridade- Nesse grau, a qualidade expressa pelo adjetivo recai com 
menor intensidade no primeiro elemento da comparação. Para isso, usa-se as 
estruturas: menos + adjetivo + (do) que. Veja:
Minerva é menos dócil do que Teodoro.
 subs. adj. subs.
b. Grau superlativo
Segundo Bueno, “as qualidades expressas pelo adjetivo, em grau muito alto ou 
grau máximo, estão no superlativo relativo ou absoluto”. (BUENO, 2014, p. 
146). Em outros termos, podemos compreender que o grau superlativo cum-
pre a função de destacar determinada característica em relação a uma pessoa ou 
grupo. Para uma melhor compreensão desse conceito, leiamos estes exemplos!
a. Teodoro é o mais dócil dos gatos da casa.
b. Teodoro é o menos dócil dos gatos da casa.
c. Teodoro é um gato muito esperto.
d. Teodoro é um gato espertíssimo.
Bueno explica que algumas expressões adverbiais como: “muito pouco” ou 
“bem mal” funcionam como intensificadoras dos graus de superioridade e 
inferioridade. Observe estes exemplos citado por Bueno (2014, p. 145): 
“[...] o aluno novo estava se saindo bem mal nas provas.” 
“Aquele senhor parecia muito menos cansado do que a senhora ao lado dele.”
Como se observa, aluno(a), ao fazermos uma comparação seja de inferio-
ridade ou superioridade, podemos reforçá-la com o auxílio dessas expres-
sões adverbiais.
Fonte: a autora.
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
225
Note que, nos exemplos em “a” e “b”, a característica “dócil” apresenta-se no 
grau mais intenso (superioridade e inferioridade, respectivamente, em relação 
a outros gatos da casa). No exemplo em “c”, intensificou-se a qualidade expressa 
pelo adjetivo “esperto” pelo auxílio do advérbio “muito” e, no exemplo em “d”, 
ao adjetivo “esperto”, acrescentou-se o sufixo “-issimo” para apresentá-lo no seu 
grau mais intenso. Assim, o grau superlativo pode ser classificado em:
 ■ Superlativo relativo- A qualidade expressa pelo superlativo evidencia 
um ser ou objeto em relação a outros do mesmo grupo. Essa relação 
pode ser de:
 ■ Inferioridade- expressa a qualidade em grau inferior mais intenso como 
em:
A gata Minerva é a menos antissocial dentre os gatos da casa.
 ■ Superioridade- expressa a qualidade em grau superior mais intenso 
como em:
A gata Minerva é a mais antissocial dentre os gatos da casa.
Superlativo absoluto- a qualidade expressa pelo adjetivo é intensificada sem 
compará-la a de qualquer outro ser ou objeto. Divide-se em forma análitica ou 
sintética.
 ■ Forma análitica- Nessa forma, a qualidade expressa pelo adjetivo é 
intensificado pelo auxílio de um advérbio como muito, extremamente, 
demasiadamente, etc. Observe!
Teodoro é um gato muito dinâmico. ou Teodoro é um gato extremamente 
dócil. 
 advérbio adjetivo advérbio 
adjetivo 
Observe, aluno(a), que os adjetivos “dinâmico” e “ dócil” foram modificados 
pelo advérbio “muito”.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E226
 ■ Forma sintética- Na forma sintética, a qualidade expressa pelo adjetivo 
é intensificado pelo acréscimo de um sufixo. Veja!
Minerva é uma gata tranquilíssima.
 sufixo
Importa destacar, aluno(a), que há algumas maneiras de formar os adjetivos 
absolutos sintéticos. Normalmente, esses adjetivos formam-se pelo acréscimo 
dos sufixos -íssimo, -imo, -érrimo, entre outros. Vejamos!
a. Adjetivos que não se apresentarem flexionados, acrescenta-se o sufixo 
“-íssimo” como em:
 ■ atual → atualíssimo. 
 ■ normal → normalíssimo.
 ■ frágil → fragilíssimo.
b. Adjetivos terminados em vogal “e” e “o”, assumem a terminação “-íssimo” 
como:
 ■ alto → altíssimo.
 ■ baixo → baixíssimo.
 ■ leve → levíssimo.
c. Adjetivos com terminação em “-vel” serão substituídos pela forma -”bilís-
simo”:
 ■ agradável → agradabilíssimo.
 ■ notável → notabilíssimo.
 ■ respeitável → respeitabilíssimo.
 ■ sensível → sensibilíssimo.
 ■ visível → visibilíssimo.
Adjetivo: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
227
d. A terminação -”císsimo” substitui os adjetivos terminados em “z”:
 ■ atroz → atrocíssimo.
 ■ eficaz → eficacíssimo.
 ■ feliz → felicíssimo.
 ■ voraz → voracíssimo.
e. Aos adjetivos finalizados em -il, acrescenta-se a terminação -”imo”:
 ■ ágil → agilíssimo.
 ■ dócil → docílimo.
 ■ fácil → facílimo.
f. Nos adjetivos terminados com finalização em “m”, acrescenta-se a termi-
nação em -níssimo.
Bueno (2014) explica que há uma forma chamada erudita ou literária na forma-
ção do superlativo absoluto. Essa formação se dá a partir da raiz latina à palavra 
em português e é pouco utilizada na linguagem coloquial, contudo merece aten-
ção na linguagem-padrão. Sobre isso, veja esta lista apresentada por Bueno.
Quadro 7- Alguns superlativos absolutos eruditos ou literários
acre acérrimo atroz atrocíssimo ágil agílimo
amigo amicíssimo bélico belicíssimo alto supremo
célebre celebérrimo cristão cristianíssimo cruel crudelíssimo
doce dulcíssimo pessoal personalíssimo fiel fidelíssimo
frio frigidíssimo pudico pudicíssimo geral generalíssimo
grande máximo sábio sapientíssimo humilde humílimo
incrível incredibilís-
simo
são saníssimo íntegro integérrimo
livre libérrimo magro macérrimo mau péssimo
negro nigérrimo nobre nobilíssimo volúvel volubilíssimo
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E228
ADVÉRBIOS: CONCEITO
Prezado aluno(a), neste tópico nos ocuparemos dos estudos da classe de pala-
vras que acompanha os verbos, mas antes, para isso, leia o Texto 2.
Texto 2
Fonte: Facebook - Unicesumar (2017, on-line)2.
Aluno(a), você considera adequado o emprego das formas “mais bom”, 
“mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”? A esse respeito, relevante é 
este esclarecimento de Cereja e Magalhães:
“[...] as formas análiticas mais bom, mais mau e mais grande correspondentes, 
respectivamente, aos adjetivos bom, mau e grande, podem ser empregados 
quando se confrontam qualidades do mesmo ser” (CEREJA & MAGALHÃES, 
2013, p. 130), veja este exemplo citado pelos autores:
“[...] pedro é bom e atencioso: mais bom doque atencioso.”
Esses autores explicam que tem perfeito cabimento o uso das formas “mais 
pequeno” em vez de “menor” que corresponde ao superlativo do adjetivo 
“pequeno”. Cereja e Magalhães argumentam que essa forma é evitada no 
Brasil, mas normalmente usada em Portugal.
Fonte: adaptada de Cereja e Magalhães (2013).
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
229
Aluno(a), observe que a linguagem verbal deste texto é construída, também, 
com palavras que indicam ordens negativas de um falante, locutor (1ª pessoa) 
para um alguém (2ª pessoa), ou seja, com quem se fala. Observe que as palavras 
“não” em “ Não deixe as pessoas minarem os seus sonhos”, “não vai dar certo”, 
“não vai dar em nada”, “não vai conseguir” e “muito” em “É muito difícil” indi-
cam circunstâncias de negação e intensidade aos verbos que elas acompanham, 
respectivamente.
Note, por exemplo, que a palavra “não”, neste contexto, modifica o verbo “dei-
xar”, bem como as locuções verbais “vai dar” e “vai conseguir” indicando-lhes 
circunstâncias de negação e a palavra “muito” intensifica o significado do verbo 
“ser”. Palavras como essas do Texto 2, que se referem, principalmente, aos ver-
bos ou às locuções verbais atribuindo-lhes ideias de lugar, tempo, modo, causa, 
negação, dentre outras circunstâncias, são chamadas de advérbios ou locuções 
adverbiais. Diante disso, podemos compreender que o advérbio:
“[...] é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo ou o próprio 
advérbio. Exerce a função de indicar as circunstâncias (tempo, modo, 
lugar, dúvida, causa, etc) em que ocorrem as ações verbais. (BUENO, 
2014, p. 259)
Os advérbios, também, podem incidir sobre um adjetivo para modificar uma 
qualidade, como argumentam Celso Cunha e Lindley Cintra: “[...] advérbios 
são palavras que se juntam a verbos, para exprimir circunstâncias em que se 
desenvolve o processo verbal e a adjetivos para intensificar uma qualidade [...]” 
(CUNHA e CINTRA, 2014, p. 555), ou seja, além do advérbio modificar um 
verbo, ele pode, também, reforçar o sentido de um:
a. Adjetivo, como ilustra o exemplo abaixo. 
Os alunos da disciplina de Língua Portuguesa I obtiveram um desempenho 
muito produtivo.
 adv. adj.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E230
b. Do próprio advérbio como em:
Em noites quentes de verão durmo bem mal!→
 adv. com a função de reforçar o valor 
semântico de outro advérbio, “mal”.
c. Importa destacar que o advérbio pode modificar uma oração inteira. 
Observe o advérbio no Texto 3.
Texto 3
Fonte: Facebook - Unicesumar ([2017], on-line)3.
Observe que o advérbio “emocionalmente” modifica a oração inteira, isto é, o 
falante deste enunciado manifesta os sentimentos dele em relação ao que diz 
por meio desse advérbio. Esse tipo de advérbio é chamado de advérbios termi-
nados em -mente.
Quando um conjunto de palavras exerce a função de um advérbio em um 
determinado contexto, são chamadas de locuções adverbiais. Observe!
Os alunos da disciplina de Língua Portuguesa I, em geral, atingem um bom 
desempenho na disciplina. locução adv. 
As locuções adverbiais são formadas por uma preposição + substantivo ou 
por adjetivo, ou ainda, um advérbio como:
Sem dúvida de novo de longe
Prep. + subst. prep. + adj. prep. + advérbio
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
231
CLASSIFICAÇÃO 
Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados conforme um critério 
semântico, ou seja, de acordo com o sentido que apresentam ou a circunstân-
cia que indicam. Observe alguns valores semânticos dos advérbios e locuções 
adverbiais, no Quadro 8.
Quadro 8 - Valores semânticos dos advérbios e das locuções adverbiais.
VALOR SEMÂNTICO/
CIRCUNSTÂNCIA
ADVÉRBIO LOCUÇÃO ADVERBIAL
Afirmação sim, realmente, certa-
mente, efetivamente, 
decerto, indubitavelmen-
te etc.
com certeza, sem dúvida, 
por certo, de fato etc.
Dúvida talvez, acaso, porventura, 
quiçá, provavelmente, 
possivelmente etc.
quem sabe etc.
Intensidade bastante, muito, demais, 
mais, menos, quase, tão, 
quanto, tanto, pouco, 
apenas, demasiadamente 
etc.
em excesso, em demasia, 
por completo, de muito, 
de todo, por completo, 
tão só, tão somente.
Aluno(a), você sabe a diferença entre uma locução prepositiva e uma lo-
cução adverbial? Sobre isso, importa a leitura desta explicação de Bueno 
(2014).
“É preciso atentar para a diferenciação entre locução adverbial e locução 
prepositiva. A última palavra da locução prepositiva é sempre uma prepo-
sição.” (BUENO, 2014, p. 260). Para melhor entendimento sobre essa diferen-
ça, veja estes exemplos citados por Bueno.
Ela estava perto de mim. (locução prepositiva).
Fique por perto, por favor. (locução adverbial).
Fonte: a autora.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E232
Lugar abaixo, acima, lá, ali, aqui, 
dentro, fora, perto, longe, 
cá, atrás, detrás, através, 
diante etc.
à direita, à esquerda, por 
ali, ao lado, de perto, de 
longe, por dentro, de 
fora, em volta etc.
Modo assim, mal, bem, devagar, 
depressa, pior e muitos 
outros formados com o 
sufixo mente.
à vontade, a pé, às pres-
sas, em vão, em geral, de 
cor, lado a lado, passo 
a passo, frente a frente, 
às pressas, às claras, às 
cegas, às escondidas, à 
toa, aos poucos, desse 
jeito, desse modo, dessa 
maneira, em geral, em 
vão etc.
Negação não, tampouco, absoluta-
mente etc.
de jeito nenhum, de 
modo algum, de forma 
nenhuma etc.
Tempo hoje, amanhã, ontem, 
antes, depois, já, agora, 
sempre, tarde, cedo, 
longe, nunca, breve, 
outrora,ainda, raramente, 
diariamente, presente-
mente, anteriormente, 
posteriormente etc.
de repente, às vezes, à 
tarde, à noite, de vez 
em quando, em breve, 
hoje em dia, a qualquer 
momento, de quando em 
quando, de tempos em 
tempos, de súbito, em 
breve etc.
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
Quando os advérbios são empregados em frases interrogativas diretas e ou indi-
retas, recebem o nome de interrogativos que são as palavras: onde, como, aonde, 
quando e por que. Veja estes exemplos:
Texto 4
1 Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
2 Quem já conseguiu dominar o amor?
3 Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa? [...]
Fonte: O Teatro Mágico ([2017], grifo da autora, on-line)4.
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
233
Observe, aluno(a), que o advérbio interrogativo “onde” na linha 1 indica uma 
ideia de lugar. Na linha 3, o advérbio interrogativo “Por que” indica uma cir-
cunstância de causa. Agora, observe o Texto 5 que segue. Veja que o advérbio 
interrogativo “como” em “Como funciona” indica uma circunstância de modo.
Texto 5
Fonte: Unicesumar (2017, on-line)5.
No excerto da letra da música da banda Os Paralamas do Sucesso, o advérbio 
interrogativo “aonde” exprime uma ideia de lugar, mas em movimento. Veja:
Texto 6
[...] Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar [...]
Fonte: Os Paralamas do sucesso ([2017], grifo da autora, on-line)6.
No Texto 7, o advérbio interrogativo “quando” indica uma circunstância de 
tempo.Veja!
Texto 7
Quando inicia e termina as aulas da disciplina de Língua Portuguesa I?
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.IVU N I D A D E234
FLEXÃO DE GRAU
Neste subtópico, aluno(a), o nosso foco será sobre a flexão dos advérbios. Para 
tanto, leiamos estas redações!
a. O gato Teodoro dorme perto da gata Minerva.
b. O gato Teodoro dorme mais perto da tutora dele que a gata Minerva.
c. O gato Teodoro dorme pertíssimo da tutora dele.
Observe, aluno(a), que nas três redações temos o advérbio “perto” que expressa 
circunstância de lugar, contudo, nas redações em “a” e “b”, note que ele vem 
modificado.
Essa classe gramatical varia em grau, contudo é invariável quanto ao gênero 
e ao número como em “mais perto” e “pertíssimo”, ou seja, nessas redações, o 
advérbio foi modificado para exprimir grau. Essa mudança ocorre em redações 
Aluno(a), devemos empregar “meio” ou “meia”?
Segundo Cereja e Magalhães, as duas formas estão corretas e a distinção 
entre uma e outra está no contexto. Por exemplo: “Meio” é um numeral que 
significa “metade de um” e é uma forma variável. Isso significa que ela aceita 
flexão em gênero. Veja este exemplo dos autores acima citados:
a. “[...] tomei meio copo de refrigerante, e ela, meia xícara de leite”. (CERE-
JA e MAGALHÃES, 2013, p. 185).
b. “Suas aulas iniciam-se meio-dia e meia.” (meia hora). (CEREJA e MAGA-
LHÃES, 2013, p. 185).
Quanto ao advérbio “meio” equivale a um tanto, quase, é invariável, portan-
to, não admite flexão. Observe este exemplo citados por Cereja e Magalhães:
“[...] maria está meio aborrecida hoje.”
Pelo exposto, aluno(a), o emprego dessas formas estão condicionados ao 
conhecimento sobre qual delas aceita, ou não, flexões de gênero e número.
Fonte: a autora.
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
235
que apresentam as palavras “mais”, “menos”, “tão”, “tanto” etc. Os advérbios são 
apresentados nos graus comparativo e superlativo.
Grau comparativo
O grau comparativo pode ser de:
 ■ Igualdade - esse grau é expresso por meio das estruturas: tão + advér-
bio quanto. Veja!
O gato Teodoro anda tão rápido quanto a gata Minerva.
 adv. 
 ■ Superioridade- esse grau é expresso por meio de palavras ou expressões 
como mais + advérbio + que (ou do que). Observe!
A gata Minerva é mais devagar do que o gato Teodoro.
 adv.
 ■ Inferioridade- esse grau é expresso por palavras como: menos + advér-
bio + que (ou do que) como em!
O gato Teodoro anda menos devagar do que a gata Minerva.
 adv.
Grau superlativo 
Os advérbios apresentam o grau superlativo absoluto do tipo!
 ■ Analítico- expresso por meio do emprego dos advérbios de intensidade 
como muito, pouco, demais, tão, como em:
Os alunos da EaD estão pouco ou muito distantes uns dos outros.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E236
 ■ Sintético- esse grau é formado pelo acréscimo do sufixo –íssimo aos 
advérbios. Veja:
Meu tom de voz é baixíssimo.
Emprego do advérbio 
Neste subtópico, aluno(a), nos ocuparemos do emprego dos advérbios.
a. Segundo Bueno (2014), quando há uma sequência de dois ou mais advér-
bios terminados em “–mente”, emprega-se esse sufixo apenas no último 
deles. Observe!
Minha professora da educação básica falava clara e pausadamente.
b. Bueno (2014) explica que as formas “melhor” e “pior” dos advérbios 
comparativos de superioridade não devem ser empregadas antes do par-
ticípio. Assim, essas formas permitem o emprego com a forma analítica 
do advérbio como em:
As atividades dos alunos da disciplina de Língua Portuguesa I estão mais 
bem elaboradas que de outras disciplinas. 
particípio forma analítica do adv.
Assim, não é adequado este emprego!
As atividades dos alunos da disciplina de Língua Portuguesa I estão melhor 
elaboradas que de outras disciplinas. adv. 
particípio 
c. A palavra “primeiro” pode ser empregada com valor de advérbio se modi-
ficar o verbo que acompanha. Veja:
Teodoro sempre chega primeiro para comer.
 advérbio que modifica o verbo chegar
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
237
d. Em determinados contextos, alguns adjetivos assumem o valor de um 
advérbio. Observe:
A tutora dos gatos Teodoro e Minerva pagou bem caro pelas vacinas e exames de 
rotina dos felinos. adj. com valor de advérbio 
e. Quando a palavra “só” equivale a “somente”, “apenas” assume o valor de 
advérbio, contudo quando “só” for sinônimo de sozinha, será um adje-
tivo como em:
 ■ Os gatos Teodoro e Minerva só gostam de dormir em cima de livros.
 adv.
 ■ Os gatos Teodoro e Minerva não gostam de ficar sós.
 adj. aceita flexão
Aluno(a), vimos que a ciência da Morfologia classifica as palavras da nossa lín-
gua em dez classes gramaticais como: verbo, advérbio, substantivo, adjetivo, 
artigos, numeral, pronome, preposição, conjunção e interjeição. Dentre essas 
palavras, já estudamos a maior parte delas, outras estudaremos na unidade V, 
contudo, “algumas palavras e locuções , que eram consideradas advérbios [...],” 
conforme explica (FARACO e MOURA, 2005, p. 400), não se enquadram em 
nenhuma dessas classes. A NGB denomina essas palavras de denotativas. Essas 
palavras podem exprimir:
1. Designação como em:
Eis as palavras que compõem as classes de palavras:
2. Inclusão como: também, até, inclusive, mesmo, ademais etc. Veja:
Eu também gostaria de assistir ao filme.
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E238
3. Exclusão: São palavras como exceto, salvo, menos, apenas, senão, sequer, 
como em:
Todos foram ao cinema, exceto eu.
4. Realce: palavras como é que, lá, ainda, apenas, mas.
Você é que não entendeu o meu ponto de vista!
Note que a construção “é que” pode ser retirada deste contexto sem preju-
ízo semântico, por isso, funciona como realce.
5. Explicação: aliás, ou melhor, ou seja, isto é etc. como em:
Ela poderia ter ido ao cinema, aliás , ela deveria ter ido ao cinema naquele dia.
6. Situação, pelas palavras então, afinal etc. Observe:
 ■ Então, vamos iniciar a aula?
 ■ Afinal, vamos ou não iniciar a aula?
Advérbios: Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
239
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final de mais um tópico. Até aqui nos ocu-
pamos dos estudos das palavras que qualificam o nome a que se referem, isto é, 
estudamos sobre a classe gramatical dos adjetivos com as suas flexões de número, 
gênero e grau. Na sequência, o foco das nossas aulas recaiu sobre a classe dos 
advérbios, que são as palavras que podem modificar não apenas um verbo, mas 
também, um adjetivo ou o próprio advérbio.
Você sabia que em Libras há uma denominação diferente para a cons-
trução “surdos-mudos(as)” apresentados pelos compêndios gramaticais? A 
esse respeito, leia este esclarecimento!
[...] Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade 
desse sujeito, pois ele não é mudo, no sentido de possuir comprometimen-
tos no sistema fonoarticulatório, mas, a maioria das vezes,a pessoa surda ou 
com deficiência auditiva não fala porque não consegue aprender, pois não 
possui o feedback auditivo. Há casos de pessoas que ouvem (portanto, não 
são surdas), mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência da fala) e, em de-
corrência disso, não falam, (portanto são mudas). “[...] os surdos preferem ser 
denominados “surdos”, particularmente em função da noção embutida na 
palavra “deficiente”, a qual parece indicar quem ou o que não é eficiente [...]”. 
Fonte: IGNATIUS et al. (2016, p. 19).
ESTUDO DOS ADJETIVOS E ADVÉRBIOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E240
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aluno(a), concluímos mais uma unidade! Nesta, dedicamo-nos aos estudos das 
classes gramaticais dos adjetivos e advérbios. Nesse sentido, primeiramente, 
conferimos que os adjetivos, de igual maneira aos substantivos, designam, orga-
nizam, hierarquizam os seres que nos rodeiam. Assim, você pôde observar que 
essa classe gramatical modifica os substantivos a que se referem, atribuímos-lhes 
características específicas.
Diante disso, no plano da linguagem, é por meio dos adjetivos que pode-
mos distinguir fatos como “aluno aplicado” de “aplicado aluno”, por exemplo. 
Dessa forma, vimos que a diferença entre os substantivos e adjetivos obedece a 
um critério sintático, de modo que essa diferença entre um nome e outro só é 
possível pelo contexto.
Posteriormente, estudamos sobre a flexão dos adjetivos e vimos que essa 
classe pode variar em número (singular e plural); variar em gênero (masculino 
e feminino). Estudamos, também, que o adjetivo pode indicar a nacionalidade, 
a pátria, o lugar, ou, ainda designar um grupo ou uma raça por meio dos adje-
tivos pátrios ou gentílicos. Por fim, vimos também que essa classe gramatical 
pode apresentar graus de intensidade e quantidade.
No que diz respeito aos estudos da classe gramatical dos advérbios, primeiro, 
você pôde observar, aluno(a), que essa categoria cumpre a função de modificar não 
apenas o verbo que acompanha, mas, também, um adjetivo e o próprio advérbio.
Você pôde observar, também, que os advérbios e as locuções adverbiais são 
classificados conforme um critério semântico, ou seja, conforme o sentido ou a 
circunstância que indicam. Merece destaque, aluno(a), a invariabilidade dessa 
classe no que se refere ao gênero e ao número, entretanto, essa classe pode sofrer 
variação de grau.
Por último, mas não menos importante, você pôde observar que há pala-
vras que não se enquadram em nenhuma das classes de palavras estudadas pela 
Morfologia, assim, a NGB denomina-as de palavras denotativas. Bons estudos 
e até na Unidade V!
241 
1. O grau dos adjetivos é uma categoria gramatical que pode exprimir quantidade 
e intensidade. Nesse sentido, leia as assertivas, abaixo, e assinale a alternativa 
que corresponde ao adjetivo que está no grau superlativo, seja relativo ou ab-
soluto.
I. A banda Os Paralamas do Sucesso é a mais popular de todas.
I. Titãs é uma banda de rock muito popular.
II. Terra Celta é uma banda de rock menos popular que a banda Titãs.
III. O grupo O Teatro Mágico é ótimo.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
2. Nas redações abaixo o adjetivo encontra-se no grau comparativo. Assim, leia-as 
e assinale a alternativa que corresponde ao adjetivo que expressa superioridade.
a) A banda Terra Celta é menos antiga que a banda Titãs.
b) A banda Engenheiros do Hawai é mais antiga que a banda Terra Celta.
c) A banda Engenheiros do Hawai é antiga.
d) A banda RPM é muito antiga.
e) A banda RPM é antiguíssima.
242 
3. Há palavras que em determinados contextos são adjetivos, isto é, admitem fle-
xão em gênero, número e grau, já outras , quando advérbios, admitem apenas a 
flexão de grau. Assim, leia as orações abaixo, e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) 
se as palavras em destaque nessas orações são adjetivo ou advérbio.
 
( ) O gato Teodoro come rápido demais. (advérbio).
( ) Os gatos Minerva e Teodoro são rápidos demais para comer. (adjetivo).
( ) “Longe é um lugar que não existe”. Richard Bach. (advérbio).
( ) Um dia viajarei para lugares longes. (adjetivo).
( ) Maria Rita, Maria Eduarda e Francisco são os melhores alunos do 5º ano da 
disciplina de Inglês. (adjetivo).
( ) Os gatos Teodoro, Minerva e Esmeralda vão melhor, obrigada, já estão cas-
trados, desvermifugados e vacinados. (advérbio).
a) V-V-V-F-F-F.
b) F-F-V-V-V-V.
c) V-V-V-V-V-V.
d) F-V-F-V-V-V.
e) V-V-F-F-F-F.
243 
4. Há palavras que não se enquadram em nenhuma das categorias gramaticais. 
Essas palavras são denominadas de denotativas. Considere esse estudo, leia e 
assinale a alternativa que corresponde à denotativa, em destaque, que expressa 
“realce”.
a) Exceto a gata Minerva, os outros da casa são dóceis.
b) Observe, só que gatos mais dóceis!
c) Todos os gatos da casa estavam na janela para tomar sol, até a gata Minerva!
d) Afinal, “quem não tem teto de vidro”?
e) Eis ali os gatos: Teodoro, Puma, Minerva e Esmeralda.
5. Imagine que você tivesse de empregar no plural as seguintes construções:
 ■ Blusas azul-clar _
 ■ Acordos polític _ economic _
 ■ Contratos lus_-brasileir _
 ■ Procedimentos médic_cirurgic_
Considere essas construções, no plural dos adjetivos compostos, e escreva:
a. Como ficariam os adjetivos compostos acima.
____________________________
____________________________
____________________________
____________________________
b. Explique qual é o princípio que rege o plural desses adjetivos?
244 
Aluno(a), você sabia que as palavras “melhor” e “pior” podem ser classificadas em ad-
jetivos ou advérbios, contudo você sabe diferenciá-las? Se sim, convido-te a fazer uma 
revisão, senão, vejamos! Segundo Mesquita (2002), quando as palavras “melhor” e “pior 
“tiverem por sinônimos as palavras “bom” e “mau” serão adjetivos como em :
a. Os gatos Teodoro e Minerva sentiram-se melhor depois que descansaram na janela.
 advérbio
Por ser um advérbio teria perfeito cabimento esta redação:
b. Os gatos Teodoro e Minerva sentiram-se bem depois que descansaram na janela.
 advérbio
c. Os alunos da disciplina de Língua Portuguesa I são os melhores do módulo!
 adj. flexionado
Note, aluno(a), que no exemplo em “c”, a palavra em destaque é um adjetivo flexionado 
que equivale ao adjetivo “bom”. Veja está redação:
e. Felizmente, não temos piores alunos na disciplina de Língua Portuguesa I.
 adj. flexionado 
Observe que a redação em “e” apresenta uma palavra que se flexiona em número e que 
equivale ao adjetivo “mau”.
Assim, as formas “mais bem” e “mais mal” podem ser empregadas com auxílio de adjeti-
vos representados por particípios como em:
f. Os gatos Teodoro e Minerva estão mais bem cuidados do que há dois anos.
 particípio
Diante dessa reflexão, caro(a) aluno(a), podemos distinguir as palavras “melhor” e “pior” 
pelo critério da flexão, uma vez que os adjetivos flexionam se em gênero e número con-
forme os substantivos a que se referem, já os advérbios não admitem esse tipo de flexão.
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Muito além da gramática
Irandé Antunes
Editora: Parábola
Sinopse: traz para o debate público a questão da gramática 
e de seu ensino, para que as pessoas possam ter um olhar 
diferente sobre a gramática. Embala este livro o sonho 
positivo de oferecer aos professorese estudantes acesso 
a uma compreensão mais ampla, mais científica e mais 
relevante do que sejam os usos da linguagem, para assim 
fazer o aluno se apaixonar pela língua e finalmente aprender 
a ler e escrever e compreender. 
Comentários: é relevante a você, estudante de Letras, a leitura de visões além dos estudos tradicionais 
da gramática como esta proposta de Irandé Antunes.
Lixo extraordinário
Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 
2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista 
plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do 
mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, 
ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis, 
com o objetivo inicial de retratá-los. No entanto, o trabalho 
com esses personagens revela a dignidade e o desespero 
que enfrentam quando sugeridos a reimaginar suas vidas fora 
daquele ambiente. A equipe tem acesso a todo o processo e, 
no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do 
espírito humano.
Comentário: como vimos, nesta unidade, os seres que nos circundam podem ser qualificados por meio 
dos adjetivos. Nesse sentido, sugiro que você assista a este filme: “Lixo Extraordinário”, ao assisti-lo, 
aluno(a) observe como essa classe gramatical contribui para a caracterização do filme. Evidentemente, 
caro(a) aluno(a), em outros filmes poderíamos encontrar muitos adjetivos, contudo, este pode ser 
caracterizado como emocionante, extraordinário como o próprio título já sugere. Confira!
MATERIAL COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre os advérbios modalizadores terminados em-mente, su-
giro a leitura do artigo intitulado: “ADVÉRBIOS MODALIZADORES TERMINADOS 
EM MENTE: REFLEXÕES SOBRE SEU USO EM TEXTO DE AUTOAJUDA”. Acesse: 
<http://www.uenp.edu.br/trabalhos/cj/anais/soLetras2010/Fatima%20Calic-
chio.pdf>. Boa leitura!
Sugiro, também, a você aluno, um vídeo sobre o conceito e a classificação da 
classe gramatical dos adjetivos apresentados pela banda “Sujeito Simples”. 
Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=WzDGoLVAofQ>. 
Caro(a), aluno(a), lembra que, nesta unidade, nos ocupamos do estudos sobre 
as palavras denotativas? Essas palavras são denominadas de Operadores ar-
gumentativos pela Linguística textual. A esse respeito, sugiro a leitura do artigo 
intitulado: ” O uso de Operadores Argumentativos em notícias online.” Aces-
se: <http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/viewFi-
le/14438/9570>. Boa leitura!
REFERÊNCIAS
BUENO, F. da S. Gramática de Silveira Bueno. 20 ed. São Paulo: Global, 2014.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6 ed. Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2014.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática Reflexiva: texto, semântica e interação. 
4 ed. São Paulo: Atual, 2013.
FARACO, C. E.; MOURA, F. M.Gramática. 19 ed. São Paulo: Ática, 2005.
IGNATIUS, C. M.; NOGUEIRA, B. I.; CARNEIRO, M. I. N. LIBRAS - Processo inclusivo na 
educação básica. Maringá: Centro Universitário de Maringá; Núcleo de Educação a 
Distância, 2016.
MESQUITA, R. M. Gramática da Língua Portuguesa. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <http://www.natura.com.br/viva-sua-beleza-viva>. Acesso em: 08 mar. 2017.
2 Em: <https://www.facebook.com/ead.unicesumar/photos
/a.10150343726944072.348671.356486834071/10154124506564072/?type=3&-
theater>. Acesso em: 08 mar. 2017.
3 Em: <https://www.facebook.com/ead.unicesumar/photos
/a.10150343726944072.348671.356486834071/10154107509969072/?type=3&-
theater>. Acesso em: 08 mar. 2017.
4 Em: <https://www.letras.mus.br/o-teatro-magico/361393/>. Acesso em: 08 mar. 
2017.
5 Em: <https://www.unicesumar.edu.br/ead/programa-eu-indico/>. Acesso em: 08 
mar. 2017.
6 Em: <https://www.letras.mus.br/os-paralamas-do-sucesso/30129/>. Acesso em: 
08 mar. 2017.
247
GABARITO
1) A alternativa “a” está correta.
2) A alternativa “b” está correta.
3) A alternativa “c” está correta.
4) A alternativa “b” está correta.
5) a) azul-claras, político-econômicos, luso-brasileiros, médico-cirúrgicos.
b) Resposta esperada:
Conforme a flexão de número dos adjetivos, os compostos são formados pela 
variação apenas do 2º elemento da composição, tanto em gênero quanto em 
número.
U
N
ID
A
D
E V
Professora Me. Fátima Christina Calicchio
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, 
CONJUNÇÕES, NUMERAIS E 
INTERJEIÇÕES
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Reconhecer a classificação da preposição e das locuções prepositivas 
quanto as suas combinações e contrações.
 ■ Reconhecer os tipos de classificação das conjunções e das locuções 
conjuntivas.
 ■ Reconhecer a classificação do numeral, suas flexões e emprego.
 ■ Reconhecer a classificação das interjeições.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Preposições - conceito
 ■ Conjunções - conceito
 ■ Numerais
 ■ Interjeições
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), muito bem-vindo(a) à última unidade deste livro. Parabéns! 
Até então, já vimos bastante conteúdo, não é mesmo? Estudamos sobre foné-
tica (sons) fonologia (estrutura dos sons da fala), estudamos sobre as classes de 
palavras como o verbo, os advérbios, os substantivos, adjetivos, pronomes e, na 
Unidade V, fecharemos os nossos estudos sobre essas classes gramaticais. Nesta 
unidade, você encontrará reflexões sobre um estudo das preposições, das con-
junções; um estudo dos numerais e das interjeições.
Como ponto de partida, preocupei-me em apresentar a você, aluno(a), o con-
ceito dos pontos de vista morfológico, sintático, semântico que as preposições 
e as conjunções são capazes de desempenharem sobre a língua. Você observará 
que as preposições cumprem a função de relacionar as palavras, por sua vez, as 
conjunções exercem o papel de relacionar orações.
Na sequência, trataremos do estudo das palavras que podem modificar o 
substantivo ou, até mesmo, substituí-lo nas frases, orações. Refiro-me à classe 
gramatical dos numerais. Para isso, apresentarei, também, um estudo a partir 
da forma, da função e do sentido que os numerais expressam em relação aos 
seres a que se referem.
Para fechar esta unidade, tratarei dos estudos das interjeições pelas pers-
pectivas morfológica, sintática e semântica dessa classe de palavras considerada 
como “um elemento efetivo da linguagem”, nas palavras (Mesquita, 2002, p. 387), 
uma vez que elas podem representar as nossas emoções.
Para facilitar-lhe a leitura sobre as classes gramaticais desta última unidade, 
apresentarei os conceitos a partir de textos verbais e não verbais como elemen-
tos motivadores para suscitar a reflexão e a compreensão, bem como o emprego 
desses elementos linguísticos.
Que tenhamos um estudo bastante produtivo!
 
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
251
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E252
PREPOSIÇÕES - CONCEITO
Neste tópico, caro(a) aluno(a), trataremos do estudo das preposições. Para tanto, 
leia o Texto 1.
Texto 1
1 “Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
2 E sim sobre cada momento
3 Sorriso a se compartilhar
4 Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
5 Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás
6 Segura teu filho no colo
7 Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
8 Que a vida é trem bala parceiro
9 E a gente é só passageiro prestes a partir”
(Ana Vilela-Trem Bala, [2017], grifos da autora, on-line)1.
Preposições - Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
253
Observe, aluno(a), que neste texto a palavra “sobre”, em destaque, une a forma 
verbal “ser” ao pronome demonstrativo indefinido “tudo”, estabelecendo uma 
noção de assunto (linha 1). Ainda nestalinha, note que a palavra em destaque 
“de” prende o adjetivo “capaz” ao verbo “comprar” indicando-lhe uma razão a 
respeito do poder que o dinheiro tem. Na linha 4 , a palavra “pra”, que apresen-
ta-se na linguagem informal, isto é, reduzida de “para” à forma “pra” indica a 
finalidade da busca contínua das pessoas por algo mais. E, na linha 6, a palavra 
“no”, que é a contração de (em + o) expressa uma noção espacial, isto é, indica 
lugar, “no colo”.
Palavras como as que aparecem em destaque no Texto 1, que unem duas 
palavras, ora explicando-as, ora complementando-as, ou ainda, ora para esta-
belecer relações semânticas, são denominadas de Preposições. Para o gramático 
Bechara a preposição é:
[...] uma unidade linguística desprovida de independência –isto é, não 
aparece sozinha no discurso[...] e, em geral, átona, que se junta a subs-
tantivo, adjetivos, verbos e advérbios para marcar as relações grama-
ticais que elas desempenham no discurso, quer nos grupos unitários 
nominais, quer nas orações. (BECHARA, 2009, p. 296)
Em outros termos, podemos compreender que as preposições relacionam dois 
termos de uma oração para explicar ou completar o sentido do primeiro. Isso 
significa que a preposição une palavras estabelecendo uma relação de depen-
dência, além de expressar valores semânticos. Veja:
1ª termo 2ª termo 3ª termo
Vivo em uma casa com quatro gatos.
 verbo preposição preposição
A grosso modo, as preposições, do ponto de vista morfológico, são invariáveis, 
sintaticamente, relacionam uma palavra a outra para completar ou explicar o 
sentido da primeira e, semanticamente, podem indicar noções de sentido como 
tipo, lugar, instrumento, posse, etc. As preposições se classificam em essenciais 
e acidentais. Esse assunto será discutido a seguir.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E254
CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES
a. Preposições essenciais: são aqueles que sempre exercem a função de 
preposição. Eis as principais preposições essenciais: a, ante, até, após, 
com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, 
sobre, trás.
 ■ A coleira de Teodoro foi roubada.
 ■ Ler é essencial a todos.
 ■ Acompanhei com atenção a discussão dos alunos.
b. Preposições acidentais: são aquelas que pertencem a outras classes gra-
maticais, contudo podem funcionar como preposições. As mais comuns 
consideradas como acidentais são: afora, como, conforme, consoante, 
durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, entre outras.
 ■ Teodoro é o segundo gato da tutora dele.
 ■ numeral ordinal
 ■ Agi segundo meus princípios morais.
 ■ preposição acidental
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
255
LOCUÇÃO PREPOSITIVA
O nosso foco, neste subtópico, será sobre as locuções prepositivas. Para isso, 
leia este texto.
Texto 2
Fonte: Adoro Cinema ([2017], on-line)2.
Aluno(a), você sabe diferenciar uma preposição essencial de uma acidental? 
Mesquita (2002) explica que esse tipo de preposição resulta de um processo 
de derivação imprópria como as preposições: segundo, conforme, exceto, 
salvo, entre outras que são formas nominais que se converteram em propo-
sições. Para diferenciar uma essencial de uma acidental, esse autor explica 
que: as primeiras por possuírem as formas aglutinadas, trabalham com os 
oblíquos tônicos como: “mim”, “ti”, “si”, exceto a preposição “com”. As segun-
das atuam, somente, com os pronomes do caso reto.
Como podemos observar, aluno(a), a condição que difere uma preposição 
essencial de uma acidental reside na relação dessas preposições com os 
pronomes pessoais na organização de uma sentença.
Fonte: a autora.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E256
A expressão “antes de”, no Texto 2, tem valor de preposição, uma vez que esta-
belece uma relação temporal ao ligar a forma verbal “era” ao pronome “você”. A 
união de duas ou mais palavras, como essa do texto acima, com a função de pre-
posição se chama locução prepositiva. Você vai notar, aluno(a), que a última 
palavra dessa locução é sempre uma preposição. Eis alguns exemplos no Quadro 1.
Quadro 1 -Locução prepositiva
abaixo de ao modo de depois de
acerca de a par com de trás de
acima de a par de devido a
à custa de apesar de diante de
 a despeito de a respeito de embaixo de
adiante de até a em cima de
 à distância de atrás de em face de
 a fim de através de em favor de
à frente de cerca de em frente de
 além de de acordo com em redor de
 à maneira de debaixo de em vez de
antes de de cima de em via de
ao encontro de de encontro a fora de
ao invés de defronte de graças a
ao lado de de junto de junto a
ao longo de dentro de
Fonte: extraída de Bueno (2014).
Você emprega em vez de ou ao invés de?
“Ao invés de significa ao contrário de e só pode ser empregada nessa 
acepção. Já em vez de significa no lugar de e pode ser empregada também 
como sinônima de ao invés de.” 
Fonte: adaptada de Roberto Melo Mesquita. (2002, p. 365)
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
257
No subtópico a seguir, daremos ênfase a combinação e contração que as prepo-
sições podem sofrer.
COMBINAÇÃO E CONTRAÇÃO
Algumas preposições podem se juntar a outras palavras como artigo, pronome, 
ou advérbio para formarem combinações e contrações. Segundo Mesquita, ocorre 
a combinação “quando uma preposição se une a outra palavra sem sofrer alte-
ração na sua estrutura ou nos seus fonemas”. (MESQUITA, 2002, p. 365).
Em outras palavras, quando ocorre a combinação não há perda de fonema na 
união entre a preposição e o artigo ou entre a preposição e o advérbio. Veja!
 ■ Aos sábados, pela tarde, costumo ir ao supermercado.
 prep. (a)+ artigo(o)= loc. prep. (ao)
 ■ Aonde vamos passar as férias neste ano?
 prep.(a) + adv. (onde) = loc. prep. (aonde)
Ocorre a contração “quando há perda de fonema na união entre a preposição e o 
artigo, entre a preposição e o pronome pessoal, entre a preposição e o pronome 
demonstrativo, ou ainda, entre a preposição e o advérbio”, explicam Cereja e 
Magalhães (2013, p. 192). Para um melhor entendimento sobre a contração das 
preposições, observe estes exemplos:
 ■ O arranhador dos gatos veio com defeito de fábrica.
 prep.(de) + artigo (o) com perda de fonema = (dos)
 ■ Os livros de Linguística estão nesta caixa.
 prep.(em) +pron. dem.(esta) com 
perda de fonema= (nesta)
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E258
 ■ Eu não me canso de falar neles, meus gatos!
 prep. (em) + pron. pess.(eles) com perda 
de fonema=(neles)
 ■ Pode deixar que daqui para frente eu cuido do gato Teodoro, disse a pro-
fessora que o encontrou em uma escola municipal.
Observe que a palavra “daqui” é resultante da contração da preposição (de) + o 
advérbio (aqui) com perda de fonema. 
Importa destacar, aluno(a), quando a preposição “a” une-se ao artigo “a” ou 
aos pronomes “aquele”, “aquilo” , acontece um tipo especial de contração, deno-
minado de crase. A esse respeito, trataremos mais adiante. A seguir, veja alguns 
exemplos de contração das preposições.
Quadro 2- contração daspreposições
A+ artigo feminino (às)
A+ pronome demonstrativo àquele, àquela
De + artigos de + o = dos, de + um= dum
De + pronome pessoal de + eles - dele
De + pronome demonstrativo de + isso = disso
De + pronome indefinido de + outra = doutra
De + advérbios de + aqui= daqui
Em + artigos em + uma= numa
Em + pronome demonstrativo em + aquela = naquela
Per + artigos per + a= pela
Fonte: adaptada de Bueno. (2014)
No tópico a seguir, aluno(a), daremos ênfase ao estudos dos valores semânticos 
que as preposições podem expressar.
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
259
RELAÇÕES ESTABELECIDAS PELAS PREPOSIÇÕES
Antes de nos ocuparmos do estudo sobre as relações estabelecidas pelas prepo-
sições, leiamos o texto:
Texto 3
Fonte: Facebook- Unicesumar ([2017], on-line)3.
Caro(a) aluno(a), observe que no Texto 3, a palavra “do” contração da preposi-
ção “de” mais o artigo “o”, além de unir os substantivos “memória” e “coração”, 
funciona como elemento caracterizador do substantivo “coração”. Diante dessa 
observação, podemos compreender que essa classe gramatical cumpre a função de 
relacionar as palavras e também de indicar valores semânticos que elas carregam. 
Assim, conforme a relação que as preposições estabelecem, muitos são os valo-
res semânticos que elas exprimem. Eis alguns desses valores no quadro abaixo:
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E260
Quadro 3- Valores semânticos das preposições
TEMPO
Escrevi muito durante as férias. O gato Teodoro nasceu 
em 2016.
FINALIDADE
Todo animal (denominado “irracional”) é puro demais 
para sofrer.
POSSE
Aqueles arranhadores são dos gatos Teodoro, Minerva, 
Puma e Esmeralda.
CAUSA
Chorou de emoção. 
MATÉRIA
A gata Minerva ganhou uma caminha de cetim.
ORIGEM A gata Esmeralda é de Terra Rica, PR.
OPOSIÇÃO A gata Minerva é contra a presença de Teodoro na casa.
MODO
Os gatos Teodoro, Minerva, Esmeralda e Puma vivem com 
segurança e amor na casa da tutora deles.
MEIO Escreveu o texto à mão.
LUGAR Os gatos Teodoro e Minerva estão na sacada da casa.
COMPANHIA
Costumo passear com meus gatos às tarde de sábado e 
domingo.
DISTÂNCIA NO 
ESPAÇO
Daqui a um quilômetro há um consultório veterinário.
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Importa destacar, aluno(a), que a relação de dependência que as preposições 
estabelecem entre as palavras podem apresentar variações. Veja:
a. Peço a Deus que me oriente, sempre, em minhas decisões (relação de 
objetividade)
b. Quero ir à praia. (relação de direção)
c. Comprei um chinelo feito à mão. (relação de meio)
d. Comprei as rações dos felinos à prazo. (relação de tempo)
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
261
Note que a mesma preposição “a” foi empregada para estabelecer relações dife-
rentes. Por essa razão, “as preposições não possuem um sentido próprio, mas 
apenas um sentido relativo, que é estabelecido de acordo com as frases em que 
são empregadas e com os termos que relacionam”, assim explica Mesquita (2002, 
p. 363). Veja agora estes exemplos:
a. Chove, desde ontem. (relação temporal)
b. Após a chuva, voltamos para casa. (relação temporal)
c. Ao parar de chover, voltamos para casa. (relação temporal)
Com base nesses exemplos, podemos compreender que várias preposições podem 
estabelecer uma mesma relação entre as palavras.
Aluno(a), lembra que estudamos sobre a contração das preposições. Como 
mencionei, nesse tópico, existe um tipo especial de contração denominado de 
crase. É sobre isso que trataremos no subtópico a seguir.
CRASE
Crase é a fusão de duas vogais idênticas, seja no plano da escrita seja no plano 
da oralidade, assim argumentam Cereja e Magalhães (2014). Em consonância 
com esses autores, Bueno (2014) explica que:
[...] a palavra crase vem do grego Krasis(mistura) e indica o fenômeno 
morfossintático que se dá na fusão de duas vogais idênticas (a+a). Isso 
pode ocorrer na fusão da preposição a com o artigo definido feminino 
a(s) ou com o pronome demonstrativo aquele(s), aquela(s) e aquilo. 
O acento grave é usado para indicar a ocorrência da crase (BUENO, 
2014, p. 273, grifos do texto original).
Pelas palavras desse autor, podemos compreender que crase é a contração de duas 
vogais semelhantes. Para um melhor entendimento desse fenômeno, leia este texto.
Texto 4 
A Lei Maria da Penha, Lei número 11.340 é um dispositivo legal brasileiro 
que visa aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos. É normalmente 
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E262
aplicada aos homens que agridem fisicamente ou psicologicamente a uma mulher 
ou à esposa [...]. 
Fonte: Secretaria da mulher (2016, grifos da autora, on-line)4.
Aluno (a), compare as duas ocorrências da letra “a” destacadas no Texto 4. Note 
que em ambas ocorrências é empregado o verbo “agredir” que exige a prepo-
sição “a”. Observe que na última ocorrência o substantivo feminino “esposa” 
admite o artigo feminino “a”, assim, a preposição “a” e o artigo “a” se irmanam e 
dão origem ao acento indicativo da crase. Veja:
[...] homens que agridem fisicamente ou psicologicamente a uma mulher 
ou à esposa [...].
 verb. regente 
 prep. artigo feminino
Na segunda ocorrência, em “a uma mulher”, apesar do verbo “agredir” reger a 
preposição “a”, o artigo indefinido “um” não admite a crase. Observe:
[...] homens que agridem fisicamente ou psicologicamente a uma mulher [...]
 verbo regente da prep. (a) art. 
 artigo fem. indef.
Diante dessa leitura, podemos evidenciar que empregar ou não o acento indica-
tivo da crase diante de algumas palavras pode gerar dúvidas. Por isso, cabe aqui 
destacar algumas regras que definem o emprego desse fenômeno.
Emprego obrigatório do acento indicativo da crase
a. Diante de palavras femininas precedidas pelo artigo definido a ou as 
que estejam relacionadas com outras palavras que exigem a preposição.
Fui à escola.
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
263
b. Em locuções adverbiais, como: à noite, à tarde, à esquerda etc.
À tarde, quando possível, costumo dormir.
c. Em locuções prepositivas, como à custa de, à frente de, à beira de etc. ou 
seja, locuções prepositivas que são formadas pela estrutura: (a + palavra 
feminina + preposição de)
Aquele estudante está à espera de uma oportunidade de estágio na Procuradoria 
Geral da Fazenda Nacional.
d. Em Locuções conjuntivas como à proporção que, à medida que, etc.
À medida que lemos, mais poder de leitura temos.
e. Diante dos pronomes demonstrativos: aquele(s), aquela(s) e aquilo, 
quando precedidos por verbos que regem a preposição “a”.
Refiro-me àquela gata chamada Minerva.
f. Antes de pronomes relativos como a qual e as quais, desde que o termo 
anterior exija a preposição.
Ela é a pessoa especial à qual abordei.
g. Em numerais quando houver referência a horas .
As aulas ao vivo da disciplina de Língua Portuguesa I começarão às sete horas.
h. Diante de palavras quando está subentendido a ideia de à moda de, à 
maneira de.
Gosto de arroz à grega.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereirode 1998.
VU N I D A D E264
No próximo tópico, veremos quando não devemos empregar a crase.
Emprego proibido do acento indicativo da crase
a. Antes de palavras masculinas.
Sempre peço orientação a Deus.
b. Diante de verbos.
Ontem voltou a fazer sol.
c. Diante de palavras no plural, exceto quando não estão precedidas pelo 
artigo.
Não gosto de assistir a filmes de terror.
d. Diante de artigo indefinido, mesmo feminino.
Gostaria de ir a uma festa à fantasia.
e. Diante de pronomes pessoais.
Vou contar a ela sobre o que aconteceu naquele dia.
f. Diante de pronomes de tratamento.
Enviarei uma solicitação a Vossa Excelência.
g. Diante de pronomes que não admitem o artigo feminino a, como os inde-
finidos, os relativos e os demonstrativos.
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
265
Observamos a cada palavra antes de fazer a avaliação
 pron. indefinido
Os alunos conseguiram o desempenho a que aspiravam.
 pron. Relativo
Refiro-me a esta pessoa.
 pron. demonstrativo
h. Diante de locuções formadas por palavras repetidas como cara a cara, 
face a face, frente a frente etc.
Os gatos Minerva e Teodoro ficaram frente a frente pela primeira vez.
i. Diante das palavras casa e terra, exceto quando essas palavras estiverem 
determinadas.
Chegamos a casa após horas de viagem.
Chegamos à casa de meus pais após horas de viagem.
 Expressão que especifica o termo casa.
Os passageiros voltam a terra depois de uma semana por um Cruzeiro.
Voltei à terra de meus antepassados no ano passado.
 expressão que especifica o termo terra.
j. Diante da palavra “distância”, desde que não seja seguido de um elemento 
modificador.
Estudamos pela educação a distância.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E266
Há casos, aluno (a), que o emprego do sinal indicativo da crase é facultativo. É 
sobre isso que trataremos neste subtópico.
Emprego facultativo do acento indicativo da crase
a. Diante de pronomes possessivos femininos.
Nós estamos a (à) sua espera.
b. Em nomes próprios femininos.
À (ou A) Francisca devo toda gratidão.
c. Após a preposição até.
Devo finalizar a escrita do artigo até a (ou à) meia noite de hoje.
Prezado(a) aluno(a), neste subtópico, apresentaremos alguns procedimentos 
para facilitar o emprego indicativo da crase em caso de dúvidas.
Bueno (2014) explica que a expressão “a distância” pode ser seguida ou não 
pela preposição. Assim, quando a essa expressão for posposta a preposição 
“de” , trata-se de uma locução prepositiva a qual determina a expressão “a 
distância”, nesse caso é obrigatório o acento indicativo da crase. Veja!
“Educação a distância cresce mais de 1000% nos últimos 10 anos no Brasil.” 
(Unicesumar, 2017, on-line)5.
Note que neste exemplo não temos a expressão "a distância" seguida de 
uma preposição, por essa razão, não houve o acento indicativo de crase.
Classificação Das Preposições
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
267
Regra para verificar o emprego do acento indicativo da crase 
Mesquita (2002) esclarece que se deve trocar a palavra feminina por uma palavra 
masculina. Nesse caso, se for possível a combinação “ao” antes do nome mascu-
lino, deve-se empregar o acento indicativo da crase como em:
O discurso do reitor fez menção às alunas.
 prep. + termo feminino
O discurso do reitor fez menção aos alunos.
 prep. (a) + art.(o)
Mesquita esclarece que, caso a palavra regente for uma das formas ver-
bais como “vir”, “venho”, “veio”, “virei”, etc. e se acontecer a contração “da” 
“da(s)” após essas formas verbais, deve-se empregar o acento indicativo 
da crase. Observe estes exemplos:
Vim da França
 contração da prep. (de) + artigo (a)
Assim, podemos empregar a crase como em:
Vou à França.
Se não ocorrer a contração da preposição após as formas verbais, não se deve 
empregar o acento indicativo da crase. Veja:
Vim de Paranavaí. 
 prep. sem contração
Portanto, a preposição é sem o acento indicativo da crase:
Vou a Paranavaí.
Acerca da classe gramatical das preposições, aluno(a), fechamos o nosso estudo, 
mas, no subtópico que segue, nos ocuparemos dos estudos da classe gramati-
cal das conjunções.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E268
CONJUNÇÕES - CONCEITO
Aluno(a), no tópico anterior, vimos que as preposições fazem a ponte entre uma 
palavra e outra. Neste tópico, estudaremos as palavras que também fazem uma 
ponte, contudo entre orações. Para iniciarmos esses estudos, leia este texto:
Texto 5
[...] os candidatos precisam estar preparados, pois qualificação, experiência 
e características de personalidade são cada vez mais observadas como diferen-
ciais nas empresas. (Unicesumar, 2017, grifo da autora, on-line)5.
Observe, aluno (a), para falar sobre como se diferenciar no atual mercado de 
trabalho, o produtor deste texto, construiu duas orações organizadas por meio 
das formas verbais : “precisam estar” e “são”. Veja:
1ª oração: “os candidatos precisam estar preparados”
 locução verbal
2ª oração: “pois qualificação, experiência e características de personalidade 
são cada vez mais observadas como diferenciais nas empresas.” 
 verbo 
Conjunções - Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
269
Observe, aluno(a), que essas formas verbais determinam a existência de duas 
orações. A esse respeito, você estudará, em sintaxe, nas disciplinas de Língua 
Portuguesa II e III, por ora, o que nos interessa é a palavra que relaciona essas 
duas orações como “pois” que estabelece uma relação lógica entre elas. 
Observe, ainda, que essa palavra, além de relacionar as duas orações, indica 
uma explicação sobre o diferencial para a conquista de uma vaga no mercado 
atual de trabalho. Esse tipo de palavra é chamado de conjunção.
Bueno (2014, p. 283) explica que a “conjunção é a palavra invariável que une 
orações ou termos semelhantes da oração”, ou seja, é a expressão que une duas 
orações ou dois termos que exercem a mesma função sintática.
Quando duas palavras se juntam e exercem a função de uma conjunção, 
recebem o nome locução conjuntiva. É sobre isso que nos ocuparemos no sub-
tópico que segue.
LOCUÇÃO CONJUNTIVA
Quando duas ou mais palavras se unem com a função de uma conjunção, cha-
ma-se de locução conjuntiva. Veja:
Não entrei na sala de cinema, uma vez que cheguei atrasada.
 loc. conjuntiva
No exemplo acima, as palavras em destaque “uma vez que” formam uma locu-
ção conjuntiva tendo em vista que substituem a conjunção “porque” que expressa 
uma causa. Geralmente, a última palavra de uma locução conjuntiva é “que”. 
Nos subtópicos, a seguir, daremos enfoque à classificação das conjunções.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES
Para classificar as conjunções e as locuções conjuntivas, importa considerar o 
tipo de relação que se estabelece entre as orações. 
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E270
Nesse sentido,há dois tipos básicos de relação que são estabelecidas por essa 
classe de palavras: coordenação e subordinação. No primeiro tipo, as conjunções 
podem estabelecer uma relação de equivalência, de tal modo que uma oração 
não depende da outra sintaticamente. No segundo tipo, as conjunções estabe-
lecem uma relação de dependência sintática. Assim, uma oração dependerá da 
outra para fazer sentido. A esse respeito, Bueno assim se expressa:
[...] as orações cujos termos ordenam-se em uma sequência, na qual 
cada termo ou oração não depende sintaticamente do outro, são con-
sideradas independentes ou coordenadas. Já as orações cujos termos 
dependem sintaticamente de outros termos são chamadas dependentes 
ou subordinadas. (BUENO, 2014, p. 284)
Pelas palavras desse autor, podemos compreender que as conjunções ou locuções 
conjuntivas que relacionam orações de mesmo valor sintático são as coorde-
nativas e as que relacionam orações que possuem uma dependência sintática 
são as subordinativas. Por esses domínios, podemos pensar em conjunções ou 
locuções coordenativas e subordinativas. Para um melhor entendimento sobre 
esses processos, veja:
Texto 6
“Acredite em milagres, mas não dependa deles”. (Kant, 2017, grifos da autora, 
on-line)6.
 1ª oração 2ª oração
Observe, aluno(a), que no Texto 6 temos duas orações estruturadas a partir de 
dois verbos: “acreditar” e “ depender”. Note que a organização delas não depen-
dem uma da outra para fazerem sentido. Assim, as orações correspondentes às 
afirmações do filósofo Kant como “acredite em milagres” e “não dependa deles” 
têm um valor sintático equivalente, ou seja, são independentes uma da outra. 
Dessa forma, podemos compreender que a conjunção “mas” relaciona essas ora-
ções coordenando-as.
Leia este texto e reflita sobre o processo subordinativo das conjunções!
Conjunções - Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
271
Texto 7
“Especialista afirma que empresas preferem contratar profissionais com 
diploma EAD.” (Unicesumar, 2017, on-line)5.
 1ª oração conj. integrante 2ª oração
Observe, aluno (a), que a 2ª oração está ligada ao verbo “Afirmar” da 1ª oração, 
informando a preferência das empresas em contratar profissionais com diploma 
em EAD. Essas duas orações, portanto, mantêm entre si uma relação de depen-
dência, visto que uma completa a outra sintática e semanticamente. Essa relação 
de dependência é estabelecida pela conjunção subordinativa “que”. Vejamos, nos 
tópicos que seguem, as conjunções e locuções coordenativas e subordinativas e 
suas relações semânticas. Iniciaremos pelas conjunções e locuções coordenativas.
CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES COORDENATIVAS E RELAÇÕES 
SEMÂNTICAS 
Como vimos no tópico anterior, além de unir as orações coordenando-as ou 
subordinando-as, as conjunções ou locuções conjuntivas indicam entre essas 
orações relações lógicas. As conjunções coordenativas podem ser:
a. Aditivas: relacionam duas orações de mesmo valor sintático. Essa con-
junção estabelece entre as orações uma adição de ideias ou soma. São as 
conjunções: e, nem, não só...mas também etc. Veja este exemplo que segue.
Ele trabalha e estuda.
Ele não só estuda, mas também trabalha.
Ele não trabalha nem estuda.
b. Adversativas: relacionam duas orações e estabelecem entre elas uma opo-
sição de ideias, de contraste, ressalva. São as conjunções: mas, porém, 
todavia, contudo, no entanto, entretanto, senão, não obstante etc.
O gato Teodoro tentou se relacionar com a gata Minerva, contudo não 
conseguiu.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E272
c. Alternativas: relacionam as orações com a ideia de alternância, de esco-
lha, de separação, ou exclusão. São as conjunções ou, ou...ou, ora...ora, 
quer...quer, já...já, seja...seja etc.
Naquelas férias de janeiro, na praia, ora fazia sol, ora chovia.
d. Conclusivas: encabeçam uma oração que exprime uma conclusão em rela-
ção ao fato que foi expresso anteriormente. Eis as conjunções conclusivas: 
logo, pois (após o verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim etc.
Ele estudou muito arduamente no decorrer do ano, por isso, deve 
apresentar um bom desempenho nas provas.
e. Explicativas: unem duas orações de modo que a segunda justifica ou 
explica, informa um motivo sobre o que se afirmou anteriormente. São 
as conjunções: que, porque, porquanto, pois, (antes do verbo).
Seja rápido, pois está atrasado!
Aluno (a), você sabia que a conjunção coordenativa “pois” pode estabelecer 
relações de explicação e conclusão? A esse respeito, Cereja e Magalhães as-
sim se expressam:
Quando inicia oração, estabelece uma relação de justificativa: ”Pai, me dê 
uma carona, pois estou perdendo a hora da escola”. Nesse caso, é explica-
tiva. Quando vem posposta a um termo da oração a que pertence, estabe-
lece uma relação de conclusão: “Filho, o carro, está com o pneu furado; não 
tenho, pois (=portanto), condição de levar você”. Nesse caso, é conclusiva 
(CEREJA e MAGALHÃES, 2014, p. 197).
Pelas palavras dos autores, podemos compreender que, conforme a posição 
que a conjunção coordenativa “pois” ocupa em um determinado contexto, 
ela pode estabelecer uma relação de justificativa ou conclusão.
Fonte: a autora.
Conjunções - Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
273
No subtópico que segue, aluno(a), estudaremos sobre as relações semânticas das 
conjunções subordinativas.
CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES SUBORDINATIVAS E RELAÇÕES 
SEMÂNTICAS 
De igual maneira às con-
junções coordenativas, as 
subordinativas ligam duas 
orações, que uma é princi-
pal e a outra subordinada 
de tal modo que a oração 
subordinada complementa 
sintaticamente a principal. 
Essas conjunções subor-
dinativas correspondem a 
dois grupos como as con-
junções integrantes e as 
conjunções adverbiais.
As conjunções integrantes são as palavras “que” e “se” quando encabeçam 
orações que cumprem as funções de sujeito, de objeto direto, objeto indireto, 
predicativo, complemento nominal ou aposto da oração nuclear (entenda 
como oração principal). Veja:
Desejo que você tenha um ótimo desempenho acadêmico.
 (oração principal) (oração subordinada que funciona como objeto 
direto da oração principal)
As conjunções subordinadas adverbiais encabeçam orações que expressam 
uma circunstância correspondente ao que foi expresso na oração nuclear. As 
conjunções subordinativas adverbiais são classificadas referentes aos valores lógi-
co-semânticos que elas expressam como: causais, comparativas, concessivas, 
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E274
condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais. 
Vejamos, a seguir, cada um desses valores.
a. Causais: encabeçam orações que indicam a causa, o motivo, a razão 
do fato expresso na oração principal. São as conjunções adverbiais: que 
(=porque), porque, como, visto que, uma vez, já que, desde que etc.
Os alunos da disciplina de Língua portuguesa I tiveram um ótimo desem-
penho no decorrer do módulo, uma vez que estudaram muito.
b. Comparativas: iniciam orações que estabelecem uma comparação em 
relação a um termo, elemento da oração nuclear. São as conjunções: 
como, que, qual, assim como, do que, bem como, tão... quanto, mais 
que, menos que etc.
A gata Esmeralda é tão dócil quanto o gato Teodoro.
c. Concessivas: introduzem orações que exprimem uma tese e uma antí-
tese, ou seja, apresentam uma ideia contrária ao fato expresso na oração 
principal. As conjunções concessivas são: embora,conquanto, mesmo 
que, ainda que, por mais que, posto que, apesar de que etc.
Continuei a leitura do livro até tarde, embora estivesse cansada.
d. Condicionais: iniciam orações que indicam uma condição para que ocorra 
o fato expresso na oração principal. As conjunções condicionais são: se, 
caso, contanto que, salvo se, a menos que, a não ser que etc.
Se eu estivesse de férias iria viajar.
e. Conformativas: introduzem orações que estabelecem uma ideia de confor-
midade em relação ao fato expresso na oração principal. Essas conjunções 
são: como, segundo, consoante, de acordo com, conforme etc.
Conjunções - Conceito
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
275
Os alunos da disciplina de Língua portuguesa I fizeram as atividades, con-
forme as orientações da professora.
f. Consecutivas: introduzem orações que indicam uma consequência em 
relação ao fato expresso na oração principal. São as conjunções: tão, tanto, 
tal ( antes do que) sem que, de sorte que, de modo que.
Trabalhei tanto nas férias que tenho a sensação de não ter descansado.
g. Finais: encabeçam orações que apresentam uma finalidade, um propósito 
em relação ao fato expresso na oração principal. As conjunções finais são: 
para, para que, a fim de que, porque (= para que), que etc.
Estude, dedique-se, a fim de atingir um desempenho satisfatório durante o 
seu processo acadêmico.
h. Proporcionais: iniciam orações que indicam uma relação de simulta-
neidade, concomitância, proporcionalidade em relação a outro fato. As 
conjunções proporcionais são: à proporção que, à medida que, enquanto, 
ao passo que, quanto mais (menos), tanto mais (menos).
À medida que estudamos, mais aprendemos.
i. Temporais: introduzem orações que expressam uma circunstância tem-
poral, um momento em relação a um fato expresso na oração principal. 
As conjunções são: quando, enquanto, antes que, depois que, até que, 
logo que, assim que, desde que etc.
Assim que cheguei em casa, o gato Teodoro pulou em meu colo.
Aluno(a), a seguir, o nosso foco será sobre o estudo da classe gramatical dos 
numerais. 
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E276
NUMERAIS 
Neste tópico, o nosso estudo será sobre a classe variável dos numerais. Para isso, 
leia este texto:
Texto 8
Fonte: Santander ([2017], on-line)7.
Observe, aluno(a), que a palavra “último”, no Texto 8, liga-se ao substantivo “mês” 
para indicar o lugar que ele ocupa dentro de uma sequência referente ao prazo 
de participação na promoção “Quero mais prêmios”. Palavras como essas que 
indicam ordem, uma posição exata são chamados de numerais. A esse respeito, 
Bueno (2014) explica que “o numeral é a palavra que indica a ideia numérica 
dos seres ou o local que ocupam em uma sequência. Normalmente, liga-se ao 
substantivo e pode ser variável em gênero e número” (BUENO, 2014, p. 153).
Pelas palavras de Bueno, podemos compreender que, em relação ao sentido, 
o numeral é a classe de palavras que se refere a certo número de seres, grupo de 
seres ou posição que ocupam em determinada ordem. Assim, quanto à forma, 
os numerais aceitam flexão de gênero e número e quanto à função acompanham 
os substantivos e, às vezes, os substituem. Os numerais podem ser classificados 
em cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. No subtópico que segue, 
veremos cada uma dessas categorias.
Numerais 
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
277
CLASSIFICAÇÃO DO NUMERAL
Os numerais são classificados em:
 ■ Cardinais: indicam uma quantidade de seres como um, cinco, dez, trinta 
e quatro etc.
Raramente, tenho uma nota de cem reais em minha carteira.
 ■ Ordinais: indicam uma ordem, série, posição que os seres ocupam.
Minerva é a primeira gata a ser adotada pela professora.
 ■ Multiplicativos: expressam aumentos proporcionais de uma unidade. 
Como o dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Neste ano, desejo-te felicidades em dobro!
 ■ Fracionários: indicam a diminuição proporcional de uma unidade. Como 
metade, meio, um quarto, um terço.
No final de todo ano, nós, trabalhadores, temos o direito a um terço de férias.
No quadro abaixo, veja alguns numerais.
Quadros 4- Numerais
CARDINAIS ORDINAIS MULTIPLICATIVOS FRACIONÁRIOS
Um Primeiro - -
Dois Segundo Dobro, duplo Meio ou metade
Três Terceiro Triplo, tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E278
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo primeiro Undécuplo Onze avos
Doze Décimo segun-
do
Duodécuplo Doze avos
Treze Décimo terceiro - Treze avos
Quatorze, ca-
torze
Décimo quarto - Catorze avos
Quinze Décimo quinto - Quinze avos
Vinte Vigésimo - Vinte avos
Trinta Trigésimo - Trinta avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta avos
Cinquenta Quinquagésimo - Cinquenta avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta avos
Setenta Septuagésimo 
ou
 Setuagésimo
- Setenta avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta avos
Noventa Nonagésimo - Noventa avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringenté-
simo
- Quadringenté-
simo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo 
ou
Seiscentésimo
- Sexcentésimo
Setecentos Setigentésimo 
ou septingenté-
simo
- Setigentésimo
Oitocentos Octingentésimo - Octingentésimo
Numerais 
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
279
Novecentos Nongentésimo 
ou noningenté-
simo
- Nongentésimo
Mil Milésimo - Milésimo
Dez mil Dez milésimos 
ou décimo milé-
simo
- Décimo milésimo
Cem mil Cem milésimos 
ou centésimo 
milésimo
- Centésimo milé-
simo
Um milhão Milionésimo - Milionésimo
Um bilhão Bilionésimo - Bilionésimo
Fonte: adaptada de Bueno (2014).
Nos tópicos, abaixo, trataremos das flexões de número e gênero dos numerais.
FLEXÕES DO NUMERAL
Como já mencionei anteriormente, os numerais aceitam a flexão em número 
(singular e plural) e gênero (masculino e feminino), contudo há algumas exce-
ções. Vejamos.
Não devemos confundir o artigo indefinido “um” com o numeral “um”. O um 
(numeral) é empregado para precisar uma quantidade. Exemplo: desejo 
apenas um (só) livro. O um (artigo) é empregado para indefinir um ser ou 
objeto. Exemplo: Comprei um (qualquer) livro. Assim, é pelo contexto que 
você saberá diferenciar essas duas classes.
Fonte: a autora.
ESTUDO DAS PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES, NUMERAIS E INTERJEIÇÕES
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E280
a. O numerais cardinais são invariáveis, exceto:
 ■ Um – uma.
 ■ Dois -duas.
 ■ Duzentos- duzentas.
 ■ Trezentos-trezentas.
 ■ Quatrocentos-quatrocentas.
 ■ Quinhentos-quinhentas.
 ■ Seiscentos- seiscentas.
 ■ Setecentos- setecentas.
 ■ Oitocentos-oitocentas.
 ■ Novecentos-novecentas.
b. Os numerais ordinais variam em gênero e número:
 ■ Segundo –segunda, segundos, segundas.
 ■ Vigésimo-vigésima, vigésimos, vigésimas.
c. Os numerais multiplicativos, quando funcionam como adjetivos, podem 
variar em gênero e número. Veja!
 ■ Testes triplos.
 ■ Doses duplas.
d. Os numerais fracionários variam em número conforme os cardinais 
que os antecedem:
Um terço dos alunos assistiu à aula ao vivo.
 Cardinal fracionário
Dois terços dos alunos assistiram à aula ao vivo;
 Cardinal fracionário.
Numerais 
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A

Mais conteúdos dessa disciplina