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Molas Mecân i cas II E L E M E N TO S D E MÁQUINAS 1 U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P i a u í C e n t r o d e Te c n o l o g i a - C M P P C u r s o d e G r a d u a ç ã o e m E n g e n h a r i a M e c â n i c a P r o f . G u t e m b e r g y F e r r e i r a D i n i z E L E M E N T O S D E M Á Q U I N A S I I | M O L A S M E C â N I C A S P r o f . G u t e m b e r g y F e r r e i r a 2 Elemento de rigidez ou mola Associação Rigidez equivalente E L E M E N T O S D E M Á Q U I N A S I I AULAS 10 e 11 E L E M E N T O S D E M Á Q U I N A S I I | M O L A S M E C Â N I C A S P r o f . G u t e m b e r g y F e r r e i r a INTRODUÇÃO 3 Elemento de Rigidez ou Mola: ▪ Suposições/idealizações; ▪ Molas de compressão; ▪ Molas de tração; ▪ Molas de flexão; ▪ Molas de torção Associação de molas; Rigidez equivalente de um sistema; E L E M E N T O S D E M Á Q U I N A S I I | M O L A S M E C Â N I C A S P r o f . G u t e m b e r g y F e r r e i r a INTRODUÇÃO 4 E.M→ armazenar e liberar E.P de um sistema; Projetadas para prover forças de tração ou compressão, ou torque; Catálogo (+ econômico); O projetista deve entender e utilizar apropriadamente a teoria de molas a fim de que possa especificar ou projetar a peça. E L E M E N T O S D E M Á Q U I N A S I I | M O L A S M E C Â N I C A S P r o f . G u t e m b e r g y F e r r e i r a MOLAS DE COMPRESSÃO 5 As mais usadas e podem ser: ▪ Padrão (constante linear/fixa); ▪ Passo Variável (constante não linear); ▪ Barril; ▪ Ampulheta; ▪ Cônica; 6 Molas de Compressão: A Mola Helicoidal Padrão é a configuração de maior interesse, pois apresenta constante de mola linear (idealizado), que pode ser expressa por: É valido salientar que as molas reais não apresentam uma constante linear em todo seu curso, apresentando uma não linearidade entre 0% a 15% e entre 85% a 100% do seu curto total. Portando, recomenda-se que o trabalho da mola esteja compreendido entre o range de 15% a 85% do seu curso total. Molas Helicoidais de Passo Variável apresentam uma constante de mola não linear, as espiras de baixa constante de mola se fecharão primeiro, aumentando a constante efetiva à medida que as espiras se tocam/unem. Molas Mecânicas Compressão 𝑭 = 𝒌. 𝒙 7 Molas de Compressão: Molas Cônicas possuem constante de mola não linear, devido às espiras de menor diâmetro oferecer maior resistência à deflexão. A principal vantagem é a capacidade de fechar-se em uma altura pequenas. Molas em Barril e Ampulheta são basicamente duas molas cônicas sobrepostas, a principal motivo para uso dessas molas é o fato de apresentarem frequência natural distintas da mola padrão. Molas Mecânicas Compressão 8 Molas de Compressão: As molas helicoidais padrão ainda podem ter subdivididas de acordo com as suas extremidades, sendo elas: • Molas com Extremidade Simples; • Molas com Extremidades Simples e Esmerilhadas; • Molas com Extremidades Esquadrejadas; • Molas com Extremidades Esquadrejadas e Esmerilhadas. Molas Mecânicas Compressão 9 Molas de Compressão: A constante de uma mola helicoidal padrão pode ser estimada a partir de sua geometria, sendo expressa por: 𝒌 = 𝒅𝟒. 𝑮 𝟖.𝑫𝟑. 𝑵𝒂 Onde: 𝑵𝒕 : Número de espiras totais e 𝑵𝒂 : Número de espiras ativas. Molas Mecânicas Compressão 10 Molas de Compressão: Como primeiros parâmetros de projeto de uma mola, têm-se as condições geometrias: • Comprimento Livre (𝐿𝑓); • Comprimento Montado (𝐿𝑎); • Deflexão Inicial (𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙); • Deflexão de Trabalho (𝑦𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙h𝑜); • Comprimento Mínimo de Trabalho (𝐿𝑚); • Comprimento Fechado ou Altura Sólida (𝐿𝑠); • Limite de Interferência (𝑦𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎). Molas Mecânicas Compressão Um valor mínimo de interferência de 10 a 15% é recomendado para evitar que se atinja a altura de fechamento em serviço com molas fora de tolerância ou com deflexões excessivas. 11 Molas de Compressão: O índice de mola (𝐶) é a razão entre o diâmetro de espira (𝐷) e o diâmetro de fio (𝑑): Recomenda-se 4 ≤ 𝐶 ≤ 12. Quando 𝐶 < 4, a mola é de difícil fabricação. Quando 𝐶 > 12, tem propensão à flambagem e também se entrelaça facilmente quando manipulada em quantidades. Molas Mecânicas Compressão 𝑪 = 𝑫 𝒅 12 Molas de Compressão: A tensão no fio da mola com seção circular dada por: 𝜏 = 𝐹 𝐴 + 𝑇. 𝑟 𝐽 = 𝐹 ൗ𝜋. 𝑑 2 4 + 𝐹. ൗ𝐷 2 . ൗ 𝑑 2 ൗ𝜋. 𝑑 4 32 = 4. 𝐹 𝜋. 𝑑2 + 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 Molas Mecânicas Compressão 13 Molas de Compressão: Aplicando o Índice de Mola (𝐶 = Τ𝐷 𝑑): 𝜏 = 𝐹 𝐴 + 𝑇. 𝑟 𝐽 = 𝐹 ൗ𝜋. 𝑑 2 4 + 𝐹. ൗ𝐷 2 . ൗ 𝑑 2 ൗ𝜋. 𝑑 4 32 = 4. 𝐹 𝜋. 𝑑2 + 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 𝜏 = 4. 𝐹 𝜋. 𝑑2 + 8. 𝐹. 𝐶 𝜋. 𝑑2 = 8. 𝐹. 𝐶 + 4𝐹 𝜋. 𝑑2 = 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 . 1 + 0,5 𝐶 𝜏 = 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 . 𝐾𝑠 𝐾𝑠 = 1 + 0,5 𝐶 𝜏 = 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 . 1 + 0,5 𝐶 Fator de Tensão de Cisalhamento Direto. Molas Mecânicas Compressão Molas de Compressão: Com o efeito da tensão direta de cisalhamento (𝐾𝑠) e a concentração de tensão devido à curvatura do fio (𝐾𝑐), podemos expressa um 𝐾𝑤 = 𝐾𝑠. 𝐾𝑐. Para projeto de molas em fadiga: 14 𝜏 = 8. 𝐹. 𝐷 𝜋. 𝑑3 . 𝐾𝑠. 𝐾𝑐 𝐾𝑤 = 4. 𝐶 − 1 4𝐶 − 4 + 0,615 𝐶 𝝉𝒎á𝒙. = 𝟖. 𝑭.𝑫 𝝅. 𝒅𝟑 . 𝑲𝒘 Molas Mecânicas Compressão 𝝉𝒎 = 𝟖. 𝑭.𝑫 𝝅. 𝒅𝟑 . 𝑲𝒔 𝝉𝒂 = 𝟖. 𝑭.𝑫 𝝅. 𝒅𝟑 . 𝑲𝒘 Molas de Compressão de Fio Não Redondo: Fio quadrado ou retangular é comumente usado quando uma maior capacidade de carga é necessária em um espaço limitado. Seção quadrada ou retangular possem maior momento de inércia de área, proporcionado suportar maior carga par ao mesmo nível de tensão. Molas quadrado ou retangular podem apresentar maiores concentração de tensão superior a fios redondos. Se o fio for enrolado “no plano”, a maior concentração de tensão estará na borda interna. Se o fio estiverem “enroladas na borda”, a maior concentração de tensão poderá ocorrer dentro da profundidade da seção. 15 Molas Mecânicas Compressão Molas de Compressão de Fio Não Redondo: A Constante da Mola (𝑘) é dada por: A tensão é dada por: 16 Molas Mecânicas Compressão 𝒌 = 𝑲𝟏. 𝒃. 𝒉𝟑. 𝑮 𝑫𝟑. 𝑵𝒂 𝝉 = 𝑲𝟐. 𝑭. 𝑫 𝒃. 𝒉𝟐 . 𝑲𝒓𝒘 𝐾𝑟𝑤 = 𝑒 𝑆0−𝑆1. 𝑙𝑛 𝐶 +𝑆2. 𝑙𝑛 𝐶 2−𝑆3. 𝑙𝑛 𝐶 3+𝑆4. 𝑙𝑛 𝐶 4 Flambagem de Molas de Compressão: Uma mola de compressão é carregada como uma coluna, podendo flambar se muito esbelta. O fator de esbeltez para molas de compressão é determinado em função de 𝑳𝒇 e 𝑫 , de forma generalista, para a mola não flambar, recomenda-se: As condições de extremidade afetam a tendência de uma mola à flambagem. A razão entre a deflexão da mola e o seu 𝑳𝒇 também afeta sua tendência a flambar. 17 Molas Mecânicas Compressão 𝑳𝒇 𝑫 > 𝟒 Ressonância em Molas de Compressão: Qualquer dispositivo com massa e elasticidade terá uma ou mais Frequências Naturais (𝑓𝑛), podendo vibrar tanto lateral quanto longitudinalmente. Em ressonância, as ondas de vibração longitudinal acarretam nas colisões das espiras, as forças associadas as deflexões excessivas e aos impactos farão com que a mola falhe. Recomenda-se que a mola não esteja a sujeita a cargas/forças com frequências próximas a 𝒇𝒏. Preferencialmente, 𝒇𝒏 > 𝟏𝟑. 𝒇𝑭. A 𝑓𝑛 de uma mola helicoidal de compressão depende das suas condições de contorno, para extremidades fixas: Molas com uma extremidade livre funcionam como uma mola de extremidades engastadas, porém com o dobro do seu comprimento (dobro de 𝑵𝒂). 18 Molas Mecânicas Compressão 𝒇𝒏 = 𝟐 𝝅.𝑵𝒂 . 𝒅 𝑫𝟐 𝑮.𝒈 𝟑𝟐. 𝜸 Tensão Residual em Molas de Compressão: Ao curvar um fio em forma de hélice, tensões residuais são induzidas na superfície interna (compressão) e externa (tração). Essas tensões não são benéficas e podem ser removidas por recozimento. Tensões residuais benéficas podem ser introduzidas pelo processo chamado de “Ajuste” (encruamentode mola). Esse processo consiste em comprimir a mola à sua altura fechada com níveis de tensão entre 1,1. 𝑆𝑦 a 1,3. 𝑆𝑦, produzindo o escoamento do material da mola. Portanto, o comprimento inicial livre da mola deve ser maior que aquele desejado (pós-ajuste). O Ajuste de mola possibilita o aumento da sua capacidade de carga estática em 45 a 65% e duplicar a capacidade de armazenamento de energia. Sendo mais importância em molas carregadas estaticamente, mas também é importante em molas sob carregamento cíclico. 19 Molas Mecânicas Compressão Tensão Residual em Molas de Compressão: Uma mola de compressão nunca deve ser carregada em tração, nem uma mola de tração em compressão. Principalmente quando o “ajuste” é realizado na mola, pois as tensões reversas irão obviamente exacerbar as tensões residuais e causar falha prematura. O jateamento por esferas é outra forma de obter tensões residuais benéficas em molas, sendo mais efetiva para carregamentos cíclicos em fadiga. Sendo de pouco benefício para molas submetidas a cargas estáticas. Molas de diâmetro de fio pequeno comparadas com molas de diâmetros maiores não receberão tantos benefícios derivados do jateamento por esferas. Principalmente porque o jateamento não pode impactar efetivamente as superfícies mais internas das espiras. 20 Molas Mecânicas Compressão Materiais para Molas: O material ideal para construção de molas deve possuir um elevado 𝑺𝒖𝒕, um 𝑺𝒚 alto e um 𝑬 baixo a fim de proporcionar máximo armazenamento de energia (área sob a porção elástica da curva tensão-deformação). Existe uma grande quantidade de dados de testes relativos à resistência de falha de molas helicoidais de compressão feitas de fio redondo, tanto para carregamentos estáticos quanto dinâmicos. Para carregamento estático a 𝑺𝒚𝒔 pode assumir: 21 Molas Mecânicas Compressão MATERIAIS Antes da Remoção de Deformação Permanente Depois da Remoção de Deformação Permanente Aços Carbonos Repuxado a Fio (Ex.: A227, A228) 0,45. 𝑆𝑢𝑡 0,60. 𝑆𝑢𝑡 a 0,70. 𝑆𝑢𝑡 Aço-carbono Endurecido e Revenido e Aço de Baixa Liga (Ex.: A229, A230, A232, A401) 0,50. 𝑆𝑢𝑡 0,65. 𝑆𝑢𝑡 a 0,75. 𝑆𝑢𝑡 Aço Inoxidável Austenítico (Ex.: A313) 0,35. 𝑆𝑢𝑡 0,55. 𝑆𝑢𝑡 a 0,65. 𝑆𝑢𝑡 Ligas Não Ferrosas (Ex.: B134, B159, B197) 0,35. 𝑆𝑢𝑡 0,55. 𝑆𝑢𝑡 a 0,65. 𝑆𝑢𝑡 Materiais para Molas: 22 Molas Mecânicas Compressão Materiais para Molas: D 23 Molas Mecânicas Compressão Materiais para Molas: 24 Molas Mecânicas Compressão 𝑺𝒖𝒕 ≅ 𝑨. 𝒅 𝒃 𝑺𝒖𝒔 ≅ 𝟎, 𝟔𝟕. 𝑺𝒖𝒕 𝑺𝒚𝒔 ≅ 𝟎, 𝟔𝟎. 𝑺𝒖𝒕 𝑵 = 𝑺𝒚𝒔 𝝉 Materiais para Molas: A Resistência à Fadiga Sob Torção no intervalo 𝟏𝟎𝟑 ≤ 𝑵 ≤ 𝟏𝟎𝟕 ciclos varia com o material e com o fato de este ter sofrido ou não jateamento de esferas. Observe que as Resistências à Fadiga diminuem à medida que o número de ciclos aumenta, mesmo acima dos 𝟏𝟎𝟔 ciclos, onde os aços normalmente apresentam um Limite de Resistência à Fadiga. 25 Molas Mecânicas Compressão RESISTÊNCIA DE FADIGA TORCIONAL (𝑺𝒇𝒘′) Vida a Fadiga (Ciclos) Percentagem do 𝑺𝒖𝒕 ASTM 228, Aço Inox Austenítico Deformação Permanente ASTM A230, A232 e Não Ferrosos Deformação Permanente: Sem Jateamento Com Jateamento Sem Jateamento Com Jateamento 105 36% 42% 42% 49% 106 33% 39% 40% 47% 107 30% 36% 38% 46% Materiais para Molas: O Limite de Resistência à Fadiga Torcional (𝑺𝒆𝒘) pode ocorrer em aços a 𝟏𝟎 𝟕. Zimmerli reporta que todos os fios de aços de mola de menos de 10 mm de diâmetro apresentam um Limite de Resistência à Fadiga Torcional para Vida Infinita com razão de tensão 𝑹 = 𝟎 (tensões repetidas). Molas Não Jateadas Molas Jateadas Não existe necessidade neste caso de aplicar correções para a condição de superfície, tamanho ou fatores de correção de carga para 𝑆𝑓𝑤′ ou 𝑆𝑒𝑤′, uma vez que os dados de teste foram obtidos sob condições reais no que concerne a esses aspectos dos materiais de mola. 26 Molas Mecânicas Compressão 𝑺𝒆𝒘′ ≅ 𝟒𝟓, 𝟎 𝒌𝒑𝒔𝒊 (𝟑𝟏𝟎 𝑴𝑷𝒂) 𝑺𝒆𝒘′ ≅ 𝟔𝟕, 𝟓 𝒌𝒑𝒔𝒊 (𝟒𝟔𝟓 𝑴𝑷𝒂) Diagrama S-N de Cisalhamento Torcional para Fios de Molas: Pode-se elaborar um diagrama S-N similar ao desenvolvido em projetos de fadiga. 27 Molas Mecânicas Compressão 𝑺𝒎𝒔 = 𝟎, 𝟔. 𝑺𝒖𝒕 𝑆𝑚𝑠 = 0,9. 0,67. 𝑆𝑢𝑡 𝑆𝑚𝑠 = 𝑆𝑓𝑤@𝐸3 = 0,9. 𝑆𝑢𝑠 Diagrama de Goodman Modificado para Fio de Mola: No dimensionamento de molas helicoidais de compressão, faz pouco sentido utilizar o procedimento de Von Mises, porque as resistências à fadiga empiricamente desenvolvida para fios são expressas em termos de resistências torcionais. 28 Molas Mecânicas Compressão 𝑵𝒇𝒔 = 𝑺𝒆𝒔. 𝑺𝒖𝒔 − 𝝉𝒊 𝑺𝒆𝒔. 𝝉𝒎 − 𝝉𝒊 + 𝑺𝒖𝒔. 𝝉𝒂 𝑵𝒇𝒔 = 𝑭𝑫 𝑭𝑬 𝐹 29 Molas de Tração: As molas helicoidais de tração são similares às de compressão, apresentando as mesmas equações para as constantes da mola e tensões nas espiras. Contudo, algumas observações devem ser tomadas: • Todas as espiras são consideradas ativas (𝑁𝑎 = 𝑁𝑡); • A tensão crítica nesse caso são nos olhais, nos pontos 𝐴 e 𝐵. Molas Mecânicas Tração 30 Molas de Tração: As tensões em 𝐴 e 𝐵 podem ser determinadas por: 𝐾𝑏 = 4. 𝐶1 2 − 𝐶1 − 1 )4. 𝐶1. (𝐶1 − 1 𝐶1 = 2. 𝑅1 𝑑 𝝈𝑨 = 𝑲𝒃. 𝟏𝟔.𝑫. 𝑭 𝝅. 𝒅𝟑 + 𝟒. 𝑭 𝝅. 𝒅𝟐 𝝉𝑩 = 𝑲𝒘𝟐. 𝟖. 𝑫. 𝑭 𝝅. 𝒅𝟑 𝐾𝑤2 = 4. 𝐶2 − 1 4. 𝐶2 − 4 𝐶2 = 2. 𝑅2 𝑑 Molas Mecânicas Tração 31 Pré-Carga em Molas de Tração: A pré-carga (𝑭𝒊) pode ser controlada até certo ponto durante o processo de fabricação de molassim e deve ser especificada de maneira a manter as tensões iniciais dentro do intervalo preferencial, entre as curvas abaixo. Molas Mecânicas Tração 𝝉 = 𝑲. 𝟖.𝑫. 𝑭 𝝅. 𝒅𝟑 𝑭 = 𝝉. 𝝅. 𝒅𝟑 𝟖.𝑲.𝑫 32 Barra como Mola de Compressão ou Tração: Um elemento sólido submetido a tração ou compressão pode ser considerado uma mola devido ao efeito força/deformação, podendo ser modelado pela definição de Modulo de Elasticidade (𝐸): Analogia à Lei de Hooke, tem-se que a constante elástica de uma barra/cabo submetido a uma força de tração/compressão é: 𝐸 = 𝜎 𝜀 = ൗ𝐹 𝐴 ൗ𝛿 𝐿 = 𝐹. 𝑙 𝐴. 𝛿 → 𝛿 = 𝐹. 𝐿 𝐴. 𝐸 𝒌 = 𝑨. 𝑬 𝑳 Molas Mecânicas Tração 33 Molas de Flexão: Elementos elásticos como vigas também se comportam como molas, devido ao fato de uma força aplicada a mesma resultar em uma deflexão (flecha) correspondente. Com base nos conhecimentos de Resistência dos Materiais II, para uma viga engastada com uma carga concentrada na extremidade, a deflexão (𝛿) em sua extremidade é dada por: Aplicando a Lei de Hooke: 𝒌 = 𝟑. 𝑬. 𝑰 𝑳𝟑 𝛿 = 𝐹. 𝐿3 3. 𝐸. 𝐼 Molas Mecânicas Flexão 34 Molas de Flexão: Para uma viga biapoiada com uma carga concentrado entre os apoios, a deflexão (𝛿) é dada por: Aplicando a Lei de Hooke: 𝛿 = 𝐹 3. 𝐸. 𝐼 . 2. 𝑎3 − 𝑎4 𝐿 − 𝐿. 𝑎2 𝑘 = 3. 𝐸. 𝐼 2. 𝑎3 − 𝑎4 𝐿 − 𝐿. 𝑎2 = 3. 𝐸. 𝐼 2. 𝑎3. 𝐿 − 𝑎4 − 𝐿2. 𝑎2 𝐿 = 3. 𝐸. 𝐼. 𝐿 2. 𝑎3. 𝐿 − 𝑎4 − 𝐿2. 𝑎2 Molas Mecânicas Flexão 35 Molas de Flexão: 𝑘 = 3. 𝐸. 𝐼. 𝐿 2. 𝑎3. 𝐿 − 𝑎4 − 𝐿2. 𝑎2 𝑘 = )3. 𝐸. 𝐼. (𝑎 + 𝑏 2. 𝑎3. (𝑎 + 𝑏) − 𝑎4 − 𝑎 + 𝑏 2. 𝑎2 𝑘 = )3. 𝐸. 𝐼. (𝑎 + 𝑏 2. 𝑎4 + 2. 𝑎4. 𝑏 − 𝑎4 − 𝑎2 + 2. 𝑎. 𝑏 + 𝑏2 2. 𝑎2 𝒌 = 𝟑. 𝑬. 𝑰. (𝒂 + 𝒃) 𝒂𝟐. 𝒃𝟐 Como visto, uma mola de flexão é uma viga, portado, a determinação da tensão na mola é similar à de uma viga. Molas Mecânicas Flexão 36 Molas de Torção: Se considerarmos uma mola de torção linear como um momento/torque aplicado a uma das suas extremidades e a outra extremidade presa, temos que: A constante de mola (constante elástica) de torção em função da sua geometria é dada por: 𝑻 = 𝒌𝒕. 𝜽 𝑘𝑡 = 𝑀 𝜃𝑟𝑒𝑣. 𝒌𝒕 ≅ 𝒅𝟒. 𝑬 𝟏𝟎, 𝟖. 𝑫. 𝑵𝒃 + 𝑳𝟏 + 𝑳𝟐 𝟑. 𝝅.𝑫 Molas Mecânicas Torção 𝑘𝑡 ≅ 𝑑4. 𝐸 10,8. 𝐷. 𝑁𝑏 +𝑁𝑒 𝑵𝒂 = 𝑵𝒃 +𝑵𝒆 𝑵𝒆 = 𝑳𝟏 + 𝑳𝟐 𝟑𝝅𝑫 37 Molas Mecânicas Torção 38 Molas de Torção: Quando uma mola de torçãoé carregada para fechar as espiras (como deve ser), o diâmetro da espira diminui e seu comprimento aumenta à medida que a mola é “enrolada”. O diâmetro mínimo à deflexão plena é: Qualquer que seja o pino sobre o qual a espira trabalhe, este deve ser limitado a cerca de 90% deste diâmetro interno mínimo. O máximo comprimento de corpo de espira a “enrolamento completo” é: 𝑫𝒊𝒎í𝒏. = 𝑫.𝑵𝒃 𝑵𝒃 + 𝜽𝒓𝒆𝒗. − 𝒅 Molas Mecânicas Torção 𝑳𝒎á𝒙. = 𝒅. (𝑵𝒃 + 𝟏 + 𝜽) 39 Molas de Torção: Para carregamento estático, a máxima tensão no corpo da mola está localizada na região interna da mola, tensão essa de compressão, que pode ser determinada por: 𝜎𝑖𝑚á𝑥. = 𝐾𝑏𝑖 . 𝑀𝑚á𝑥.. 𝑐 𝐼 𝐾𝑏𝑖 = 4. 𝐶2 − 𝐶 − 1 )4. 𝐶. (𝐶 − 1 𝝈𝒊𝒎á𝒙. = 𝑲𝒃𝒊 . 𝟑𝟐.𝑴𝒎á𝒙. 𝝅. 𝒅𝟑 Molas Mecânicas Torção 𝜎𝑖𝑚á𝑥. = 𝐾𝑏𝑖 . 𝑀𝑚á𝑥.. ൗ 𝑑 2 ൗ𝜋. 𝑑 4 64 40 Molas de Torção: Para carregamento de fadiga, o pronto crítico será a parte externa do fio, que apresenta tensões de tração, tensões essas quantificadas de forma distinta a da região interna. 𝝈𝒐𝒂𝒍𝒕. = 𝝈𝒐𝒎í𝒏. − 𝝈𝒐𝒎á𝒙. 𝟐 Molas Mecânicas Torção 𝜎𝑜𝑚í𝑛. = 𝐾𝑏𝑜 . 32.𝑀𝑚in. 𝜋. 𝑑3 𝜎𝑜𝑚á𝑥. = 𝐾𝑏𝑜 . 32.𝑀𝑚á𝑥. 𝜋. 𝑑3 𝝈𝒐𝒎𝒆𝒂𝒏. = 𝝈𝒐𝒎í𝒏. + 𝝈𝒐𝒎á𝒙. 𝟐 𝑵𝒇𝒃 = 𝑺𝒆. 𝑺𝒖𝒕 − 𝝈𝒐𝒎í𝒏. 𝑺𝒆. 𝝈𝒐𝒎𝒆𝒂𝒏. − 𝝈𝒐𝒎í𝒏. + 𝑺𝒖𝒕. 𝝈𝒐𝒂𝒍𝒕. 𝐾𝑏𝑜 = 4. 𝐶2 + 𝐶 − 1 )4. 𝐶. (𝐶 + 1 Materiais para Molas: O limite de resistência ao escoamento é necessários para dimensionamento a escoamento da região interna da mola. Os valores de resistência ao escoamento para fios de molas podem ser escritos como uma porcentagem de sua resistência a tração. 41 Molas Mecânicas Torção RESISTÊNCIA DE ESCOAMENTO SOB FLEXÃO MATERIAIS Percentagem do 𝑺𝒖𝒕 Tensões Aliviadas Tensões Residuais Favoráveis Aços Carbonos Repuxado a Fio (Ex.: A227, A228) 80% 100% Aços Carbonos Endurecido e Revenido e Aços de Baixa Liga (Ex.: A229, A230, A232, A401) 85% 100% Aços Inoxidáveis e Ligas Não Ferrosas (Ex.: A313, A134, B159, B197) 60% 80% Materiais para Molas: Os dados de limite de resistência à fadiga por torção (𝑆𝑒𝑤′) para molas helicoidais à compressão podem ser adaptados para flexão (𝑆𝑒𝑤𝑏′) utilizando a relação de Von Mises entre carregamento sob torção e tração. Molas Não Jateadas Molas Jateadas 42 𝑺𝒆𝒘𝒃′ ≅ 𝟕𝟖, 𝟎 𝒌𝒑𝒔𝒊 (𝟓𝟑𝟕 𝑴𝑷𝒂) 𝑺𝒆𝒘𝒃′ ≅ 𝟏𝟏𝟕 𝒌𝒑𝒔𝒊 (𝟖𝟎𝟔 𝑴𝑷𝒂) Molas Mecânicas Torção RESISTÊNCIA DE FADIGA POR FLEXÃO (𝑺𝒇𝒘𝒃′) Vida a Fadiga (Ciclos) Percentagem do 𝑺𝒖𝒕 ASTM 228 ASTM A230 e A232 Sem Jateamento Com Jateamento Sem Jateamento Com Jateamento 105 53% 62% 55% 64% 106 50% 60% 53% 62% 43 Eixo como Mola de Torção: Um eixo submetido a um torque possui uma deformação torcional, portanto, comportando-se como uma mola em torção, cuja constante elástica é dada por: Aplicando a Lei de Hooke em sistemas torcionais: 𝒌𝒕 = 𝑮. 𝑱 𝑳 𝑇 = 𝑘𝑡 . 𝜃 𝜃 = 𝑇. 𝐿 𝐺. 𝐽 Molas Mecânicas Torção 44 Exercício Projete uma mola de compressão para carga estática em um intervalo conhecido de deflexão. Dados: A mola deve fornecer uma força mínima de 450 N e uma força máxima de 700 N sobre um intervalo de ajuste de 20 mm de deflexão. Hipóteses: Utilize a mola de fio mais barata, não jateada e repuxada a frio (ASTM A227), uma vez que as cargas são estáticas. PASSOS DA SOLUÇÃO: 1. DIÂMETRO DE ACORDO COM MATERIAL; 2. Chute de 𝐶 e cálculo de 𝐷; 3. Tensão estática - 𝜏; 4. Limite de resistência ao cisalhamento; 5. Fator de segurança; 6. Constante da mola; 7. Número de espiras ativas; 8. Espiras totais; Molas Mecânicas 45 PASSOS DA SOLUÇÃO: 1. DIÂMETRO DE ACORDO COM MATERIAL; 2. Chute de C e cálculo de D; 3. Tensão estática - τ; 4. Limite de resistência ao cisalhamento; 5. Fator de segurança; 6. Constante da mola; 7. Número de espiras ativas; 8. Espiras totais; 9. Altura fechada; 10. Deflexão inicial; 11. 𝑦𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓; 12. Comprimentos; 13. Deflexões; 14. Tensão e F.S condição fechada; 15. Flambagem. Molas Mecânicas 46 Associação de Molas: Em muitas aplicações práticas, várias molas lineares são usadas em associações, resultando em uma mola equivalente. As associações mais usuais são a: • Associação em Paralelo; • Associação em Série. Molas Mecânicas Associação 47 Associação de Molas de Translação (Tração ou Compressão) em Paralelo: A modelagem de uma mola equivalente resultante de uma associação em paralela parte da suposição que: • As deflexões estáticas das molas associadas são iguais e igual a deflexão da mola equivalente; • O somatório das forças aplicadas/suportadas por cada mola é igual a força da mola equivalente da associação. Portanto: 𝐹𝑒𝑞. = 𝐹1 + 𝐹2 +⋯+𝐹𝑛 𝐹 = 𝑘. 𝑥 𝑘𝑒𝑞.. 𝑥𝑒𝑞. = 𝑘1. 𝑥1 + 𝑘2. 𝑥2 +⋯+ 𝑘𝑛. 𝑥𝑛 𝒌𝒆𝒒. = 𝒌𝟏 + 𝒌𝟐 +⋯+ 𝒌𝒏 Molas Mecânicas Associação 48 Associação de Molas de Translação (Tração ou Compressão) em Série: A modelagem de uma mola equivalente resultante de uma associação em série parte da suposição que: • A deflexão estática da mola equivalente é igual ao somatório das deflexões estáticas de cada mola da associação; • As forças aplicadas/suportadas em cada uma das molas da associação são iguais e igual a suportada pela mola equivalente. Portanto: 𝟏 𝒌𝒆𝒒. = 𝟏 𝒌𝟏 + 𝟏 𝒌𝟐 +⋯+ 𝟏 𝒌𝒏 𝑥𝑒𝑞. = 𝑥1 + 𝑥2 +⋯+ 𝑥𝑛 𝐹 = 𝑘. 𝑥 → 𝑥 = 𝐹 𝑘 𝐹𝑒𝑞. 𝑘𝑒𝑞. = 𝐹1 𝑘1 + 𝐹2 𝑘2 +⋯+ 𝐹𝑛 𝑘𝑛 Molas Mecânicas Associação 49 Associação de Molas de Torção em Paralelo: De formar simular as molas de translação, a modelagem da mola equivalente resultante da associação em paralela parte da suposição que: • As deflexões angulares das molas associadas são iguais e igual a deflexão da mola equivalente; • O somatório dos torques aplicados/suportados por cada mola é igual ao torque aplicado/suportado na mola equivalente da associação. Portanto: 𝒌𝒕 𝒆𝒒. = 𝒌𝒕𝟏 + 𝒌𝒕𝟐 +⋯+ 𝒌𝒕𝒏 𝑇𝑒𝑞. = 𝑇1 + 𝑇2 +⋯+𝑇𝑛 𝑇 = 𝑘𝑡 . 𝜃 𝑘𝑡 𝑒𝑞.. 𝜃𝑡 𝑒𝑞. = 𝑘𝑡1. 𝜃1 + 𝑘𝑡2. 𝜃2 +⋯+ 𝑘𝑡𝑛. 𝜃𝑛 Molas Mecânicas Associação 50 Associação de Molas de Torção em Série: De formar simular as molas de translação, a modelagem de uma mola equivalente resultante da associação em série parte da suposição que: • A deflexão angular da mola equivalente é igual ao somatório das deflexões angulares de cada mola da associação; • Os torques aplicados/suportados em cada uma das molas da associação são iguais e igual ao torque aplicado/suportado pela mola equivalente. Portanto: 𝟏 𝒌𝒕 𝒆𝒒. = 𝟏 𝒌𝒕𝟏 + 𝟏 𝒌𝒕𝟐 +⋯+ 𝟏 𝒌𝒕𝒏 𝜃𝑒𝑞. = 𝜃1 + 𝜃2 +⋯+ 𝜃𝑛 𝑇 = 𝑘𝑡 . 𝜃 → 𝜃 = 𝑇 𝑘𝑡 𝑇𝑒𝑞 𝑘𝑡 𝑒𝑞 = 𝑇1 𝑘𝑡1 + 𝑇2 𝑘𝑡2 +⋯+ 𝑇𝑛 𝑘𝑡𝑛 Molas Mecânicas Associação 51 Rigidez Equivalente de um Sistema: A energia potencial é definida como: “O trabalho requerido para mudar o estado do elemento de rigidez de deformado para não deformado, isso é, o trabalho necessário para restaurar a forma original do elemento”. Com base no enunciado, para uma mola linear de translação, a energia potencial pode ser escrita como: De formar análoga, para uma mola torcional, energia potencial pode ser escrita como: 𝐸𝑝 = න 0 𝑥 𝑭. 𝒅𝒙 → 𝐸𝑝 = න 0 𝑥 𝐹. 𝑑𝑥 = න 0 𝑥 𝑘. 𝑥. 𝑑𝑥 → 𝑬𝒑 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝒙𝟐 𝐸𝑝𝑟 = න 0 𝜃 𝑻. 𝒅𝜽 → 𝐸𝑝𝑟 = න 0 𝜃 𝑇. 𝑑𝜃 = න 0 𝜃 𝑘𝑡 . 𝜃. 𝑑𝜃 → 𝑬𝒑𝒓 = 𝟏 𝟐 . 𝒌𝒕. 𝜽 𝟐 Molas Mecânicas Associação 52 Rigidez Equivalente de um Sistema: Molas de translação e torção podem estarem presentes em um único mecanismo/sistema, podendo ser representada por uma rigidez equivalente. A rigidez equivalente pode ser equacionada/determinada usando a equivalência de energia potencial para o sistema 𝑬𝒑 𝒆𝒒. =𝑬𝒑 +𝑬𝒑𝒓 Molas Mecânicas Associação 53 𝑆𝑚𝑠 𝑆𝑒𝑤