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MOLDAGEM ANATÔMICA + MOLDEIRA INDIVIDUAL + MOLDAGEM FUNCIONAL • Dentro da montagem da Prótese total existem as etapas de moldagem anatômica (de estudo), a confecção da moldeira individual e a moldagem individual. MOLDAGEM ANATÔMICA • Moldagem = reprodução em negativo dos detalhes anatômicos, e contorno da área chapeável (da abóboda palatina/superior e rebordo alveolar/inferior), por meio da ação dinâmica das estruturas relacionadas com a prótese. De modo que, a reprodução do tecido dessa área representa um dos pontos importantes da moldagem, determinando sucesso ou não na prótese. • É uma reprodução mais generalista/básica da área chapeável, sendo também considerada uma moldagem de planejamento, em que se obtém um modelo de estudo. Nesse modelo obtido, observa-se o tamanho e formato da abóboda, onde se localizam as pregas e inserções musculares. • Durante a moldagem os objetivos principais são a preservação os tecidos bucais, a estabilidade, a retenção, o suporte e a estética. Além disso, essas moldagens devem proporcionar a confecção de bases de próteses totais satisfatórias, que respeitem os limites de tolerância fisiológica dos tecidos de suporte e estejam em harmonia com o rebordo do paciente. MOLDAGEM – ato de moldar o paciente, utilizando conhecimentos científicos, material adequado e utilização da técnica de moldagem. MOLDE – reprodução em negativo dos tecidos da área chapeável em determinada posição, registrada no momento da reação final do material de molde utilizado. MODELO – reprodução positiva obtida a partir do molde, após o vazamento do mesmo com gesso. Disponível in IG: @odontoenergy • As moldagens são divididas em: preliminar/anatômica e funcional/secundária. 1 . Moldagem prel iminar ou anatômica • Por meio dela se obtém a reprodução da área basal, permite avaliar as inserções musculares que se encontram na zona do selado periférico, saber se existe necessidade de cirurgias pré-protéticas, além de obter o modelo de estudo, que possibilitará a confecção da moldeira individual. • Divisão da área chapeável que será obtida no modelo de gesso: Reabilitação Oral https://www.instagram.com/odontoenergy/ Disponível em: https://www.academia.edu/19098191/ZONAS_DA_AREA_ CHAPEAVEL Zona princ ipal de suporte : são áreas do rebordo residual onde as forças oclusais incidem perpendicularmente e que, geralmente, não apresenta dificuldade de reabsorção. - Maxila corresponde à região posterior do rebordo e à área plana do palato duro; - Mandíbula corresponde à região posterior de rebordo e à região de flanco bucal. - O flanco bucal é constituído por cortical óssea densa, que, em virtude da estimulação do músculo bucinador, tende a não reabsorver com facilidade. Zona secundária de suporte (zona de estabi l idade): diferente da anterior, são regiões onde há maior facilidade de reabsorção do rebordo residual. - Maxila: correspondem à parte não plana do palato duro, às vertentes do rebordo residual e à região anterior do rebordo residual; - Mandíbula: correspondem à região anterior de rebordo e aos planos inclinados correspondentes às vertentes ósseas Selado perifér ico: corresponde ao vestíbulo dos maxilares/área de fundo de sulco em toda sua extensão, que representa as inserções musculares, - Envolve freio labial superior e inferior, pregas laterais; - Área muito importante e que deve ser perfeitamente copiada para gerar a vedação do ar na base de prótese que será desenvolvida; Zonas de al ív io: qualquer área dentro da abóboda palatina ou rebordo alveolar que apresente alguma irregularidade, retenção ou concavidade que contribua para que essa área adquira mais retenção na produção na base de prova. Elas dependem do tipo de rebordo, a anatomia, formato e tamanho do arco do paciente e estão relacionadas com fatores como: grau de resiliência da fibromucosa, à presença de áreas retentivas e de regiões anatômicas que devem ser comprimidas pela prótese. - Ex: região de papila incisiva, papila piriforme, rafe palatina mediana, regiões afiladas do rebordo residual e forame mental (excessiva reabsorção). *OBS: pelo fato das mesmas zonas estarem presentes tanto em arco superior quanto em arco inferior, essas zonas contam com características que coincidem fisiologicamente. - ZP: zonas principais de suporte; - ZS: zonas secundárias; - ZA: zonas de alívio - SP: zonas de selado periférico • Durante a realização dessa moldagem anatômica são utilizadas moldeiras de estoque/pré-fabricadas, que podem apresentar perfurações ou não, a depender do material escolhido para realizar a moldagem. • Os materiais mais indicados são os Hidrocolóides irreversíveis/alginato (mais utilizado) e as godivas em forma de placa. - Alginato = utilização de moldeiras perfuradas, para garantir retenção do molde; - Godiva = moldeira lisa. • REQUISITOS PARA UM MATERIAL DE MOLDAGEM EM PT - Tempo de trabalho adequado (tempo de espatulação, inserção e espera aceitável); - Grau de plasticidade adequado: - Alteração dimensional mínima (por exemplo, perda e ganho de umidade em relação ao ambiente, o que implica em necessidade de vazamento imediato) - Resistencia à fratura (associado à retirada de boca, mais especificamente ao rasgamento do molde); - Não ser tóxico (apresentar biocompatibilidade) MOLDAGEM COM ALGINATO • Material de escolha na maioria das vezes, devido as suas propriedades e vantagens. VANTAGENS: - Fácil manipulação; - Produz menos deformações aos tecidos de revestimento do rebordo (por apresentar boa fluidez e conseguir se dissipar entre os tecidos) - Boa fidelidade de cópia (razoável); - Facilidade de técnica; - Bom custo-benefício. DESVANTAGENS: - Afastamento deficiente dos tecidos moles (fluido demais) - Escoamento incontrolado (por ser fluido demais/principalmente se a proporção pó e líquido não esteja adequada); - Sofre compressão pela moldeira (caso seja aplicada mais do que o necessário ocasiona deformação, comprometendo a fidelidade dessa moldagem); - Vazamento tem que ser imediato (máximo de 30min). TÉCNICA DE MOLDAGEM COM ALGINATO 1. Selecionar moldeiras com perfuração para facilitar a retenção do material; 2. Moldeira deve ser individualizada, na sua porção periférica (com bastão de cera periférica ou cera utilidade) para dar suporte ao alginato no fundo do vestíbulo, diminuindo a ocorrência de bolhas e mantendo o material em posição até a presa final. - Se a moldeira não possuir extensão suficiente para recobrir toda a área chapeável, esta deve ser individualizada com o acréscimo de cera. 3. Lubrificar os lábios do paciente com vaselina sólida, 4. Manipular o alginato de acordo com as proporções do fabricante (proporção de 3/1 sempre realizando a espatulação em forma de oito ou o comprimindo contra as paredes da cubeta) para a confecção do molde que dê origem a um modelo que permita determinar os limites adequados para a moldeira individual. MOLDAGEM COM GODIVA • A godiva é um material à base de resinas termoplásticas que já foi muito usada, mas nos dias atuais perdeu seu espaço para outros materiais de moldagem, como por exemplo, o alginato. VANTAGENS: 1. Faz ótimo afastamento dos tecidos moles, da musculatura inserida no rebordo (devido a sua maior densidade/capacidade de comprimir/empurrar mais) 2. Adaptável a várias moldeiras 3. Permite correção (utilizando novamente a termoplastificadora para ajustar) 4. Baixo custo. DESVANTAGENS 1. Tende a comprimir e deformar mais os tecidos que outros materiais; 2. É uma material muito denso e pesado que pode provocar uma força maior, gerando afastamento dos tecidos circundantes, causando sobre extensão e possível deformação 3. Difícil manuseio (requer uma técnica ou utilização de plastificadora, além denecessitar cuidados para evitar possível queimadura na boca do paciente, devido a sua temperatura) 4. É muito rígido. TÉCNICA DE MOLDAGEM COM A GODIVA. 1. A placa de godiva deve ser plastificada em água quente, em um aparelho chamado plastificadora (controla a temperatura entre 55 e 60°). 2. A placa de godiva deve ser manipulada de forma homogénea e pressionada sobre a moldeira, dando uma forma semelhante ao rebordo residual: 3. A moldeira com godiva é novamente colocada na plastificadora com água quente para homogeneizar novamente a temperatura da godiva; 4. Em seguida ela é levada a boca do paciente, fazendo movimentos simulando o funcionamento do fundo vestíbulo para fixar bem as estruturas; 5. Após isso se pode resfriar a moldeira com jatos de ar e removê-la. POSIÇÃO NA HORA DA MOLDAGEM - Arco superior: por trás do paciente; - Arco inferior: na frente do paciente. MOLDEIRA INDIVIDUAL • Confecciona especialmente para o paciente em tratamento, feita a partir do modelo resultante da moldagem anatômica.. As bordas dessa moldeira devem se adaptar como a controlar os tecidos moles ao redor da moldagem e não os deformando; • Essas moldeiras serão confeccionadas em resina acrílica quimicamente ativada (RAAQ). - O ideal é que essa moldeira seja transparente, pois permite a melhor visualização da retentividade. • Segundo TELLES et al. 2004, dessa forma, obtém- se um vedamento em toda a periferia da base da prótese, que promove o confinamento de uma película de saliva, gerando a retenção da prótese à mucosa por ação das forças de coesão, adesão e pressão atmosférica. TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO DE MOLDEIRAS IND IVIDUAIS. 1. Inicialmente devemos realizar um exame do modelo para determinar a presença de áreas retentivas (alterações da superfície do modelo que poderia impedir ou dificultar a remoção da moldeira após sua confecção); 2. Por esse motivo, as áreas retentivas devem ser aliviadas com a deposição de cera nessas zonas pontuais, transformando-as em áreas expulsivas; - É necessário identificar com grafite no modelo a extensão/delimitação da área chapeada e estruturas, bem com pregas, freios, área de túber; 3. Em seguida deve ser realizado o isolamento do modelo. Ele forma uma película delicada que impermeabiliza a superfície e serve para evitar que a resina acrílica penetre nos poros do gesso e impeça a sua remoção - Normalmente o isolamento é feito com um material à base de alginato, denominado Cel-Lac e aplicado com um pincel em camadas. C material, ao secar, forma uma pelicula protetora, evitando a aderência da RAAQ 4. O preparo da resina se faz proporcionando corretamente o pó e liquido/monômero e o polímero. Geralmente essa proporção é de três partes de pó para uma de liquido. - O monômero é adicionado no pote para posterior adição do polímero. Em seguida o conteúdo é espatulado até que ocorra a saturação de todo pó, com uma mistura totalmente homogénea. Após isso, o pote deve ser vedado para evitar a evaporação do monômero. A partir disso, a resina passara por uma série de fases até estar ideal para uso. FASES: 1. Fase arenosa – após mistura; 2. Fase pegajosa – início da consistência; 3. Fase fibrilosa – formação de fios ao toque; 4. Fase plástica – resina manipulável; 5. Fase borrachóide – não permite mais manipulação; 6. Fase densa ou dura – resina polimerizada. - Desse modo, o trabalho deve ser realizado na fase plástica. A resina deve ser retirada do pote, manipulada em forma de esfera e comprimida entre duas placas de vidro, posteriormente ela é adicionada e adaptada sobre o modelo de estudo, (que já deve estar demarcado de lápis com 3mm aquém da área chapeável/sendo a área de fundo de sulco a referência para esse limite adicional). - Os excessos serão recortados com a espátula Le Cron e reservados para a confecção do cabo que devera ter um tamanho de aproximadamente 1x1cm, posicionado centralmente e com angulação aproximada de 45 para vestibular sobre a crista do rebordo alveolar, - Para a confecção das moldeiras individuais inferiores a sequência de construção é a mesma da executadas para as superiores, tendo em mente o recorte da porção lingual. CARACTERÍSTICAS IDEAIS PARA A MOLDEIRA IND IVIDUAL - Deve ter a mesma dimensão do modelo anatómico - Sua extensão deve recobrir toda a área chapeável, - Bordas: 3 mm aquém do fundo de sulco gengiva vestibular e assoalho bucal, limite entre palato mole e palato duro e no limite da tuberosidade da maxila. limite posterior é a papila retromolar. - Identificação das áreas retentivas e de alivio. MOLDAGEM FUNCIONAL • É dividida em duas etapas: Selamento periférico e moldagem propriamente dita. - O selamento perifér ico permite que: os tecidos estabeleçam suas relações funcionais de contato com o material de moldagem e com a sua futura extensão. Além de preservar os fenômenos físicos de tensão superficial, coesão e adesão com auxílio da saliva. - Esse selamento permite que a borda da moldeira chegue ao fundo de sulco, de modo que, o material mais utilizado para esse processo é a godiva de baixa fusão em forma de bastão. - Quanto mais o selamento periférico comprimir a mucosa, maior será sua retenção, entretanto, quando se exagera na compressão ela é prejudicial e pode ocasionar reabsorção óssea. OBJETIVOS: - Obter uma prótese com extensão de base correta, por meio do ajuste da moldeira individual e pela moldagem; adquirir Vedamento periférico e contato adequado entre a base da prótese e o rebordo. A GODIVA DE BAIXA FUSÃO - VANTAGENS: - Fluidez adequada para exercer mínima pressão sobre os tecidos, quando plastificada (aquecida/morna). - Boa adesividade a moldeira; - Rigidez adequada após resfriada, o que permite a verificação do grau de retenção obtido durante a moldagem, - Boa estabilidade dimensional à temperatura bucal; - Resistencia suficiente para ser colocada e retirada em rebordos com áreas retentivas em mucosa; - Facilidade para o operador realizar acréscimo ou diminuição de material, à medida que cada região vai sendo moldada; - Rapidez clinica no processo de moldagem. MOLDAGEM PROPRIAMENTE D ITA • Para essa moldagem se pode utilizar tanto a Pasta de óxido de zinco e eugenol quanto elastômeros (siliconas), além da godiva em bastão. - Pelo fato da cavidade oral de um paciente desdentado ser úmida/banhada por saliva os materiais elastoméricos/siloconas não seriam tão adequados, uma vez que, se tratam de materias hidrofóbicos, ou seja, que não apresentam afinidade com umidade. O que implica em uma dissipação insatisfatória sobre a superfície e, consequentemente, uma moldagem menos eficiente. • É obrigatório que o material de moldagem preencha toda a extensão da moldeira individual e a área de selado periférico. PASTA DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL (z inco- enól ica) - É o material mais utilizado para a moldagem funcional em PTB - Diferente dos elastômeros, é um matéria hidrofílico, que apresenta afinidade com a umidade que é encontrada na cavidade oral do paciente, sendo mais adequado para utilização da moldagem por apresentar maior dissipação sobre a área de superfície. . - Apresenta-se com duas pastas/bisnagas, uma base e outra catalisadora; - Para sua manipulação recomenda-se uma espátula rígida (n° 36). MANIPULAÇÃO: - Devem ser misturadas quantidades iguais das duas pastas sobre uma placa de vidro ou no verso do papel de esterilização; de 30s a 45s com movimentos de varredura utilizando a espátula n°36. Em seguida essa mistura é disposta em uma fina camada sobre a moldeira individual e levada em boca. - O seu tempo inicial de presa é de 3 a 5 minutos, e o tempo final de presa em até 10 minutos. - Essa é uma moldagem muito fiel. VANTAGENS: - Possui ótimo escoamento (boa fluidez); - Boa estabilidade dimensional(assim, não se faz necessário vazamento imediato); - Rigidez após a presa; - Permite reembasamentos (acréscimo de pasta em alguma área deficiente); - Baixo custo DESVANTAGENS: - Dificuldade no que se refere à manipulação (por ser uma pasta muito densa/rígida); - Limpeza difícil, tanto de instrumental quanto do próprio paciente; - Devido à sua rigidez não é em indicada em rebordos muito retentivos. ENCAIXOTAMENTO DOS MOLDES • Procedimento de preparo do molde para se vazar o gesso e obter o modelo com as características necessárias para permitir a máxima extensão da base sem interferir na movimentação muscular e garantindo o selado periférico. - Todo o molde é circundado com a cera OBJETIVOS - Preservar a zona do selado periférico e proteger as impressões obtidas durante a moldagem funcional: - Manter a espessura homogênea da borda da prótese obtida durante a confecção da moldeira e do selamento periférico – todo o fundo de saco foi copiado; - Reduzir a necessidade de acabamento da borda da prótese após a prensagem; - Controlar o tamanho e a forma dos modelos: - Facilitar os procedimentos de obtenção do modelo.