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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Síndromes vestibulares e Ataxia
PROBLEMA 2M1 – PROBLEMAS DE INSTABILIDADE
Maria, 50 anos, chegou com queixa de tontura há cerca de 10 horas, de instalação aguda. Acordou pela manhã com
uma sensação de que tudo estava rodando, associado a náuseas e vômitos. O sintoma piorava quando virava a
cabeça para a direita, remitindo quando o segmento cefálico ficava imóvel. Evoluiu de forma recorrente ao longo
dos dias, sempre associado a vômitos. Antecedentes patológicos: referiu apenas HAS. Ao exame físico, apresentava
estado geral regular, palidez cutânea e desidratada (+/+4); PA: 100 x 60 mmHg: FC: 100 bpm; ausculta cardíaca e
respiratórias normais; vígil, orientada no tempo e espaço; linguagem normal; presença de nistagmo horizontal e
rotatório, esgotável acentuado no olhar à direita; outros pares cranianos normais; força muscular e reflexos sem
alterações. Ao ser solicitada a ficar em pé ou andar, o interno evidenciou desvio postural persistentemente para a
direita, acentuado quando colocava um pé à frente do outro. Sem anormalidades nas provas índex-nariz e calcâneo-
joelho ou na avaliação de movimentos alternados.
A paciente relatou que seu marido é etilista crônico e hipertenso, que com frequência apresentava tontura e o traria
para a consulta.
Na outra semana chega ao consultório Joaquim, 54 anos, com queixa de tonturas há cerca de um mês, de instalação
insidiosa e evolução progressiva. Relatou alteração de marcha associada ao desequilíbrio que piorava à noite
acarretando várias quedas durante a madrugada quando tentava ir ao banheiro. É etilista crônico e hipertenso,
negando outras doenças. Ao exame físico, estava em bom estado geral, hidratado, normocorado, afebril, PA: 130 x
90 mmHg; FC: 80 bpm; eupneico, ACV E AR normais; vígil, orientado no tempo e espaço; linguagem normal; pares
cranianos sem alterações, com ausência de nistagmo; força preservada nos 4 membros; reflexos normais em MMSS
e reduzidos em MMII, hipoparestesia principalmente em MMII, alteração da artrestesia; quando solicitado a ficar em
pé ou andar, apresentava disbasia e tendência à queda imediata sem lado preferencial ao fechar os olhos, não se
notando esta anormalidade com os olhos abertos, o que já ajudou a excluir uma das possíveis topografias para esta
alteração de equilíbrio. Durante a marcha, tendia a olhar para o chão e a pisar de forma intensa com ambos os pés.
INSTRUÇÃO Reconhecer as diferenças fisiopatológicas, clínicas e terapêuticas das síndromes vestibulares e ataxias.
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:
1. DESCREVER O DIAGNÓSTICO
SINDRÔMICO, TOPOGRÁFICO,
NOSOLÓGICO E ETIOLÓGICO DOS
PACIENTES DO CASO, E DIFERENCIAR
OS TIPOS DE TONTURA E ATAXIAS.
Raciocínio clínico em neurologia:
2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
• Diagnóstico sindrômico: conjunto de sinais e
sintomas apresentados pelo paciente
• Diagnóstico topográfico: local da lesão
causadora do sintoma do paciente
• Diagnóstico etiológico: qual a causa da lesão
Diagnóstico sindrômico:
Cada síndrome contém achados semiológicos
característicos que facilitam sua identificação. As
principais:
• Síndrome piramidal (primeiro neurônio
motor/superior) – caracterizada por sinal de
Babinski, hiperreflexia profunda, hipertonia
espástica https://guiadofisio.com.br/sindrome-
piramidal-ou-sindrome-do-neuronio-motor-
superior/
• Síndrome do segundo neurônio motor –
associada à paralisia flácida, fraqueza muscular
(paresia/plegia), hipotonia, atrofia muscular,
hiporrerflexia; costuma ter reflexos superficiais
preservados e ausência de reflexos patológicos.
https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2-
neuronio-motor-colunistas
• Síndrome sensitiva – caracterizada por nível
sensitivo T10
• Síndrome extrapiramidal – sintomas causados por
distúrbios nas vias nervosas que são utilizadas
para controlar os movimentos voluntários: doença
de Parkinson, distonias etc. dificuldade para
manter-se em pé, tendência a queda
multidirecional, distúrbios de marcha, dificuldade
para manter o foco e para realizar movimentos
rápidos, alternados e coordenados, tremores
acentuados ao final de um movimento.
https://victorbarboza.com.br/sindrome-
extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3
%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sinto
mas,para%20controlar%20os%20movimentos%2
0volunt%C3%A1rios.
• Síndrome cognitiva
• Síndrome cerebelar – caracterizada por marcha
atáxica, nistagmo e dismetria
• Síndrome disautonômica
• Síndrome álgica
• Síndrome de nervos cranianos – caracterizada por
paralisia do terceiro nervo craniano
• Síndrome do rebaixamento do nível de
consciência
• Síndrome de cefaleia
• Síndrome de hipertensão craniana - caracterizada
por cefaleia, náuseas e vômitos e edema de papila
Diagnóstico topográfico:
Após a definição de uma ou mais síndromes é
possível, somente pela clínica, presumir a parte do
sistema nervoso envolvida – a topografia da lesão.
Para isso, é necessário interpretar os sinais e sintomas
apresentados pelo paciente com base na fisiologia e
na neuroanatomia, observando as alterações
funcionais presentes e identificando quais estruturas
anatômicas devem estar acometidas para justificar os
diagnósticos sindrômicos apresentados pelo
paciente.
Para ilustrar, se um paciente apresenta-se com o
seguinte quadro clínico: perda de função motora do
lado direito (ou seja, uma síndrome motora) associada
a déficit de sensibilidade dolorosa e térmica do lado
esquerdo (síndrome sensitiva), é possível estimar que
a topografia da lesão seja no cordão medular, mais
precisamente uma hemissecção direita.
Diagnóstico nosológico:
Após estabelecer o diagnóstico sindrômico e
topográfico, é fundamental classificá-lo em um grupo
de possíveis causas (diagnósticos diferenciais).
Por exemplo, uma síndrome de primeiro neurônio
motor, com topografia em tronco encefálico, poderia
ter sido ocasionada por um acidente vascular cerebral
(causa de origem vascular) ou por um tumor (causa
neoplásica).
Para realizar o diagnóstico nosológico diferencial,
deve-se levar em conta diversos fatores, tais como:
tempo de início dos sintomas (súbito, agudo,
subagudo ou crônico) e sua evolução, idade e sexo do
paciente, história patológica pregressa (histórico de
trauma, infecção, imunossupressão, uso de
medicamentos ou intervenções médicas),
antecedentes familiares e condição socioeconômica.
Diagnóstico etiológico:
Quando a causa ou o me-canismo fisiopatológico
podem ser de-terminados, é estabelecido o
diagnóstico etiológico, sendo esta a última etapa do
raciocínio neurológico. Nesta fase, por exemplo, o
paciente que apresenta uma síndrome de primeiro
neurônio motor, com topografia da lesão em tronco e
com nosologia vascular, pode ter como o diagnóstico
etiológico um AVC isquêmico.
A base para o diagnóstico etiológico depende das
três etapas anteriores associadas a outros fatores,
como a solicitação de exames complementares,
especificidades da própria doença e seus critérios
diagnósticos.
https://guiadofisio.com.br/sindrome-piramidal-ou-sindrome-do-neuronio-motor-superior/
https://guiadofisio.com.br/sindrome-piramidal-ou-sindrome-do-neuronio-motor-superior/
https://guiadofisio.com.br/sindrome-piramidal-ou-sindrome-do-neuronio-motor-superior/
https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2-neuronio-motor-colunistas
https://www.sanarmed.com/sindrome-do-1-e-2-neuronio-motor-colunistas
https://victorbarboza.com.br/sindrome-extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sintomas,para%20controlar%20os%20movimentos%20volunt%C3%A1rios
https://victorbarboza.com.br/sindrome-extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sintomas,para%20controlar%20os%20movimentos%20volunt%C3%A1rios
https://victorbarboza.com.br/sindrome-extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sintomas,para%20controlar%20os%20movimentos%20volunt%C3%A1rioshttps://victorbarboza.com.br/sindrome-extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sintomas,para%20controlar%20os%20movimentos%20volunt%C3%A1rios
https://victorbarboza.com.br/sindrome-extrapiramidal/#:~:text=Denominamos%20S%C3%ADndrome%20Extrapiramidal%20os%20sintomas,para%20controlar%20os%20movimentos%20volunt%C3%A1rios
3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Greenberg, David, A. et al. Neurologia clínica.
Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo
A, 2014.
https://www.sanarmed.com/o-passo-a-passo-do-
raciocinio-clinico-em-neurologia-colunistas
https://www.sanarmed.com/exame-fisico-
neurologico
https://statics-
submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/6726
864.pdf
MARIA:
Tontura, náuseas e vômitos, nistagmo, desvio postural
persistente para a direita, acentuado quando
colocava um pé à frente do outro.
• Diagnóstico sindrômico: síndrome vertiginosa
• Topografia: nervo vestibular
• Etiológico: processo inflamatório do nervo
vestibular ocasionado por: infecção viral prévia
• Diagnóstico nosológico: neurite vestibular
JOAQUIM:
Tonturas há um mês, instalação insidiosa e
progressiva, Relatou alteração de marcha associada
ao desequilíbrio que piorava à noite acarretando
várias quedas. Etilista crônico. Reflexos reduzidos em
MMII. Hipoparestesia principalmente em MMII,
alteração da artrestesia; quando solicitado a ficar em
pé ou andar, apresentava disbasia e tendência à
queda imediata sem lado preferencial ao fechar os
olhos, não se notando esta anormalidade com os
olhos abertos.
• Diagnóstico sindrômico: síndrome
deficitária/sensitiva/síndrome ataxica/síndrome
carencial
• Topográfico: medula (funículo posterior)
• Etiológico: deficiência de vitamina B12
• Nosologico: mielopatia degeneração combinada
subaguda
Distúrbios do equilíbrio – vertigem e ataxia.
TONTURA:
Os pacientes utilizam o termo “tontura” para referir-se
a várias experiências sensoriais como rodopio,
rotação, desmaio, escurecimento visual, irrealidade,
instabilidade, desbalanço, desorientação, flutuações,
entre outras.
O equilíbrio é dado por 3 sistemas:
• Vestibular
• Visual
• Propioceptivo
Com base nisso, autores reconhecem 4 tipos de
tontura:
• Síncope: perda breve da consciência, secundária
a uma isquemia global cerebral transitória por
diminuição de débito cardíaco. A maior parte das
crises (crises vasovagais ou síncope
vasodepressiva) ocorre quando o indivíduo está
em pé, é acompanhada por queda da PA e
precipitada por stress emocional, visões de
sangue ou odores. Geralmente é precedida por
sintomas como fraqueza, palidez e sudorese, com
sensação de desmaio iminente e não rotatória.
Outra causa importante de síncope é a
hipotensão ortostática por anemia aguda
secundária a hemorragia, muitas vezes
diagnosticada erroneamente como “vertigem”.
Além destas, outras causas importantes são as
arritmias cardíacas, como as associadas à
síndrome de pré-excitação ventricular nos jovens
e bloqueio átrio-ventricular nos idosos, e nos
casos de síncope aos esforços deve-se pensar em
estenose mitral ou aórtica.
• Desequilíbrio: manifesta-se apenas durante a
marcha, cessando quando o paciente encontra-se
parado, sentado ou deitado. Pode ter como
etiologias a neuropatia periférica, mielopatia,
espasticidade, rigidez parkinsoniana e ataxia
cerebelar. Quando o desequilíbrio se associa a
déficits sensitivo-sensoriais múltiplos, como
alterações visuais, auditivas ou diminuição da
sensibilidade nos membros inferiores, é
denominado déficit sensorial múltiplo, comum
nos idosos.
• Sensações cefálicas variadas: sintomas vagos,
que muitas vezes são definidos pelos pacientes
como uma sensação de cabeça vazia. Podem ser
provocados por hiperventilação, hipoglicemia,
sintomas somáticos de depressão, ansiedade e
esquizofrenia.
• Vertigem: provocada por disfunção do aparelho
vestibular e se manifesta como uma ilusão de
movimento, geralmente do tipo rotatório,
podendo ser acompanhada de outros sintomas,
como náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia. É
diferenciada dos demais tipos de tontura
perguntando-se ao paciente se ele tem a
sensação de que os objetos ou o ambiente estão
girando ao seu redor (vertigem objetiva), ou se
tem a sensação de a cabeça estar girando
(vertigem subjetiva). Também é útil perguntar ao
paciente se ocorre lateralização de marcha, e para
que lado.
https://www.sanarmed.com/o-passo-a-passo-do-raciocinio-clinico-em-neurologia-colunistas
https://www.sanarmed.com/o-passo-a-passo-do-raciocinio-clinico-em-neurologia-colunistas
https://www.sanarmed.com/exame-fisico-neurologico
https://www.sanarmed.com/exame-fisico-neurologico
https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/6726864.pdf
https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/6726864.pdf
https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/6726864.pdf
4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Ao se tentar classificar a tontura do paciente, é
importante indagar sobre o tempo e o padrão de
evolução do sintoma, horários mais freqüentes em
que o sintoma aparece, fatores de melhora ou piora,
duração das crises, sintomas associados, uso de
medicações, quadros que antecederam os episódios
de tontura e tratamentos anteriores.
O sistema vestibular, o sistema nervoso (central ou
periférico), o estado emocional, os olhos, o coração, o
sistema respiratório, os rins, o estado hematológico e
as articulações podem contribuir para o surgimento
de tontura. No entanto, quando a queixa do paciente
é de vertigem, o diagnóstico envolve patologias do
sistema vestibular (canais semicirculares ou utrículo),
nervos vestibulares ou estruturas centrais.
Nas causas centrais, a vertigem é um sintoma muito
comum, o paciente geralmente não assume a postura
ereta e possui outros sintomas concomitantes que
sugerem uma causa central. O problema ocorre
quando o paciente apresenta apenas a vertigem
como único sintoma, pois normalmente é associada a
labirintopatias, não se investigando causas centrais
para tal sintomatologia.
ATAXIA:
Alteração do equilibro, é caracterizada pela falta de
coordenação motora, que não tem origem no sistema
músculo-esquelético, nas vias nervosas relacionadas à
sua atividade ou distúrbios psiquiátricos.
Pela complexidaded de sistemas que envolve,
apresenta-se dividida em:
• Ataxia vestibular: resulta das mesmas lesões
(centrais e periféricas) que causam a vertigem.
Quadro clínico: o nistagmo está presente, sendo
tipicamente unilateral, e pronunciado ao se olhar
para o lado contralateral do envolvimento
vestibular. Não ocorre disartria. A falta de
coordenação dos membros é aparente quando o
paciente tenta ficar de pé ou caminhar.
• Ataxia cerebelar: é produzida por lesões do
próprio cerebelo ou suas conexões nos
pedúnculos cerebelares, ponte ou núcleo rubro.
Quadro clínico: comumente associada com
hipotonia, que resulta na manutenção defeituosa
da postura; falta de coordenação dos
movimentos voluntários (tremor intencional,
dismetria terminal, decomposição do
movimento). Em razão do importante papel do
cerebelo no controle dos movimentos oculares,
as anormalidades deste são uma consequência
frequente da doença cerebelar, incluindo
nistagmo e oscilações oculares relacionadas,
paresias, além de movimentos sacádicos e de
busca defeituosos.
• Ataxia sensitiva: resulta das perturbações que
afetam a via proprioceptiva nos nervos sensitivos
periféricos, raízes sensoriais, cordões posteriores
da medula ou lemniscos laterais. As lesões
talâmicas e dos lobos parietais são causas raras de
hemiataxia sensitiva contra-lateral. Quadro
clínico: alterações da marcha e da
movimentação dos membros inferiores de
modo simétrico. Os membros superiores estão
envolvidos em um menor grau ou são
inteiramente poupados. Vertigem, nistagmo e
disartria estão caracteristicamente ausentes.
• Ataxia frontal:resulta de lesão no lobo frontal.
Reflete uma falta de integração entre o córtex
cerebral, os gânglios da base e o cerebelo. O
paciente traz comprometimento da coordenação
manifestada por um perseveração, que é
dificuldade para passar de um movimento para
outro. Além disto, perda em movimentos axiais
complexos (aprendidos durante a vida) também
ocorrem e são mais precoces que aquelas
verificadas em relação ao movimento
apendicular.
Greenberg, David, A. et al. Neurologia clínica.
Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo
A, 2014.
NISTAGMO:
É reflexo do sistema vestibular sobre a movimentação
ocular. Traz dois componentes:
• Lento – tem origem em fibras que atravessam o
fascículo longitudinal medial e a formação
reticular
• Rápido – com origem na formação reticular
Causas Periféricas: geralmente cursam com
nistagmos que cedem em 24-48h e com crises que
duram cerca de horas, fatigáveis com a fixação do
olhar e que não mudam de sentido com a fixação do
olhar para o lado.
Causas Centrais: Como regra geral, a vertigem, o
nistagmo, a náusea e os vômitos são mais
pronunciados nas lesões centrais. Contudo, uma
5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
observação freqüente é nistagmo pronunciado sem
vertigem em grau correspondente, o que não ocorre
com doenças periféricas. O nistagmo de causa central
pode ser uni ou bidirecional, puramente horizontal,
vertical ou rotatório, e caracteristicamente piora com
fixação visual, geralmente dura minutos (quando
associado a ataques).
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
2. DIFERENCIAR A SÍNDROME
VERTIGINOSA DE ORIGEM PERIFÉRICA
DAQUELA DE ORIGEM CENTRAL, COM
ÊNFASE NA CARACTERÍSTICA DO
NISTAGMO, E OS PRINCIPAIS
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS QUE
CURSAM COM VERTIGEM PERIFÉRICA.
Uma vez reconhecida a queixa de tontura como sendo
vertigem, o passo seguinte seria fazer o diagnóstico
topográfico, ou seja, esclarecer se é uma vertigem
periférica ou central.
• Na periférica a lesão se encontra no labirinto
e/ou nervo vestibular, até sua entrada no núcleo
vestibular
• Na central, a lesão se encontra no núcleo
vestibular ou nas demais projeções superiores.
Esta diferenciação tem valor diagnóstico e
prognóstico e pode ser feita clinicamente. Para isto,
devem-se esclarecer as características da vertigem,
do nistagmo e as alterações do equilíbrio estático e
dinâmico.
A vertigem periférica pode estar associada a tinnitus
(zumbido no ouvido) e hipoacusia, e o corpo costuma
pender para o lado da lesão vestibular durante a
queda, com uma instabilidade que não chega a
comprometer a marcha, mas com vertigem intensa,
podendo ser acompanhada de prostração, sudorese,
palidez, até perda breve da consciência.
Na vertigem central, não há presença de hipoacusia
ou tinnitus, porém pode estar associada a outros
sintomas neurológicos, como ataxia, disartria,
diplopia, perda de consciência, déficits focais
sensitivos ou motores ou dos nervos cranianos, entre
outros. A marcha está comprometida, sendo mais
comum ocorrer retropulsão, apesar de a vertigem ser
mais branda.
Nistagmo nas lesões periféricas:
• Costuma ser horizontal, rotatório ou misto, é
fatigável, ou seja, costuma diminuir com o tempo,
desaparece ao se fixar o olhar, não há mudança
na direção do movimento durante a observação e
o componente lento aponta o lado em que se
encontra a lesão.
Se ausente no momento da consulta, ele pode ser
provocado pela manobra de Nylen-Bárány, que
consiste em primeiro manter o paciente sentado na
maca, com a cabeça voltada para o lado a ser
pesquisado e, em seguida, fazê-lo adotar a posição de
decúbito com a cabeça ligeiramente inclinada para
baixo.
O nistagmo provocado nesta situação, além das
características mencionadas anteriormente, possui
um período de latência de alguns segundos antes do
surgimento dos movimentos oculares, é menos
intenso ao se repetir o teste (habituação) e dura
menos do que 1 minuto (nistagmo esgotável). É
importante sempre alertar ao paciente que a manobra
de Nylen-Bárány pode desencadear vertigem.
Nistagmo de origem central:
Pode ser sugerido pela persistência do sinal por mais
de três semanas, mudança na direção dos abalos
(componente rápido) com o tempo e conforme a
mudança na direção do olhar, nistagmo de direção
diferente em cada olho (atáxico) e abalos em qualquer
direção que não a horizontal.
Quando provocado pela manobra de Nylen-Bárány,
apresenta-se sem período de latência, acompanhado
de vertigem leve e costuma durar mais do que 1
minuto; além disso, tende a se repetir com a mesma
intensidade a cada vez que o teste é repetido, e não
apresenta diminuição após executada a manobra
(nistagmo inesgotável).
O nistagmo sem vertigem pode ser considerado
central.
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
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As alterações de equilíbrio estático e dinâmico
constituem o terceiro sintoma integrante da síndrome
vestibular e se manifesta pela alteração da marcha e
outros sinais que descreveremos. Durante a
exploração da marcha, o paciente pode experimentar
oscilações em zigue-zague que aumentam ao fechar
os olhos. Além disto, na manobra índex-índex, pode-
se encontrar desvio do dedo índex do paciente no
sentido oposto ao componente rápido do nistagmo.
Por último, o sinal de Romberg será positivo nas
lesões das vias vestibulares, e consiste no desvio do
corpo e queda do paciente quando na posição ereta,
na qual lhe solicitamos que feche os olhos.
Deve-se lembrar que o Romberg positivo não ocorre
apenas nas vestibulopatias, mas também nas lesões
dos cordões posteriores da medula como na tabes
dorsalis e na degeneração combinada subaguda,
além da polineuropatia periférica.
De forma paradoxal, nas lesões cerebelares, o
Romberg é negativo.
Devem-se avaliar também os pares cranianos e a
função cerebelar (disdiadococinesia, dismetria e
tremor intencional), cujas alterações sugerem uma
vertigem central e representam sinais de alerta. No
manejo da vertigem, procura-se na otoscopia
comprometimento local do conduto auditivo e
membrana timpânica, como a presença de cerúmen
impactado, corpos estranhos, colesteatoma,
abaulamento ou perfuração da membrana timpânica,
entre outras, e a presença ou não de hipoacusia
através da prova de Weber e de Rinne.
Causas fisiológicas:
A cinetose é a vertigem que ocorre em meios de
transporte como carro, trem, navio ou avião,
apresentando-se com náusea e mal-estar. Caracteriza-
se por uma discrepância na sensação de aceleração
corporal que não é confirmada pelos demais sistemas
de equilíbrio e é mais comum em crianças. A vertigem
das alturas é uma sensação subjetiva de instabilidade
postural que afeta algumas pessoas em lugares altos,
associada a medo de uma queda e alterações
vegetativas. A vertigem fisiológica também pode ser
provocada por posições da cabeça não habituais
como, por exemplo, um indivíduo que estende
exageradamente o pescoço ao trocar uma lâmpada.
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
3. CITAR A AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
MÍNIMA PARA A INVESTIGAÇÃO DOS
PACIENTES COM VERTIGEM E
ESTABELECER O
TRATAMENTO/REABILITAÇÃO
VESTIBULAR PARA A PACIENTE NESTE
CASO.
Vertigem é a ilusão de movimento do corpo ou do
ambiente. Pode estar associada com outros sintomas:
impulsão (sensação de que o corpo está sendo
arremessado ou puxado no espaço), osciloscopia
(ilusão virtual de movimento para trás e para a frente),
náusea, vômitos ou marcha atáxica.
A vertigem deve ser distinguida da tontura não
vertiginosa, que inclui sensações de atordoamento,
fraqueza e tontura não associadas com uma ilusão de
movimento. Diferentes da vertigem, essas sensações
são produzidas por condições que privam o cérebro
de sangue, oxigênio ou glicose (p. ex., estimulação
vagal excessiva, hipotensão ortostática, arritmia
cardíaca, isquemiamiocárdica, hipoxia ou
hipoglicemia) e podem culminar em perda da
consciência (síncope).
Vertigem periférica:
Lesões vestibulares periféricas afetam o labirinto da
orelha interna ou a divisão vestibular do nervo
vestibulococlear (VIII).
A vertigem causada por lesões periféricas tende a ser
intermitente, durar curtos períodos e produzir menos
desconforto que a vertigem de origem central.
Nistagmo (oscilações rítmicas dos globos oculares)
sempre está presente na vertigem periférica; ele
geralmente é unidirecional e nunca vertical. Lesões
periféricas co-mumente produzem sintomas
adicionais de disfun-ção da orelha interna ou do nervo
vestibulococlear (VIII), como perda auditiva e
zumbido (a ilusão de escutar um som inexistente,
como uma campainha na orelha).
Vertigem central:
Costuma resultar de lesões que afetam os núcleos
vestibulares do tronco cerebral ou suas conexões;
raramente, a vertigem pode ser produzida por uma
lesão cerebral cortical, como quando ocorre como
sintoma de crises parciais complexas.
A vertigem central pode ocorrer com ou sem
nistagmo; na presença de nistagmo, este pode ser
vertical, unidirecional ou multidirecional e pode ter
caráter diferente nos dois olhos. (Nistagmo vertical é
uma oscilação no plano vertical; nistagmo produzido
pelo olhar para cima ou para baixo não se encontra,
necessariamente, no plano vertical.) Vertigem por
lesões cerebrais pode ser acompanhada de sinais
intrínsecos do tronco cerebral ou sinais cerebelares,
como déficits motores ou sensoriais, hiperreflexia,
respostas extensoras plantares, disartria ou ataxia de
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
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membros.
Ataxia:
É a incoordenação ou o desajeitamento de
movimentos que não resulta de fraqueza muscular.
Pode ser causada por distúrbios vestibulares,
cerebelares ou sensoriais (propioceptivos).
Pode afetar o movimento ocular, a fala (produzindo
disartria), membros individuais, o tronco, a postura ou
a marcha.
Ataxia vestibular:
As mesmas lesões centrais ou periféricas que causam
vertigem central ou periférica também podem
produzir ataxia vestibular. Nistagmo com frequência
está presente, sendo geralmente unilateral e mais
pronunciado ao olhar para longe do lado do
envolvimento vestibular. A disartria não é um
componente da ataxia vestibular. A ataxia vestibular é
dependente da gravidade: a incoordenação dos
membros somente se torna aparente quando o
paciente tenta ficar de pé ou andar.
Ataxia cerebelar:
Produzida por lesões do cerebelo ou de suas
conexões aferentes ou eferentes nos pedúnculos
cerebelares, no núcleo rubro, na ponte ou na medula
espinal.
Em decorrência da conexão cruzada entre o córtex
cerebral frontal e o cerebelo, a doença frontal
unilateral também pode imitar ocasionalmente um
distúrbio do hemisfério cerebelar contralateral. As
manifestações clínicas da ataxia cerebelar consistem
em irregularidades na taxa, no ritmo, na amplitude e
na força dos movimentos voluntários.
Costuma estar associada com hipotonia,
incoordenação dos movimentos voluntários,
nistagmo e paresia do olhar.
Ataxia sensorial:
Resulta de distúrbios que afetam as vias
proprioceptivas em nervos sensitivos periféricos,
raízes sensoriais, colunas posteriores da medula
espinal ou lemnisco medial. Lesões de lobo talâmico
e parietal são causas raras de hemiataxia sensorial
contralateral. A ataxia sensorial da polineuropatia ou
lesões de coluna posterior afeta, em geral, a marcha e
as pernas de maneira simétrica; os braços estão
envolvidos em menor extensão ou são
completamente poupados. O exame revela
comprometimento da sensibilidade da posição
articular nos membros afetados, e a sensibilidade
vibratória também costuma estar comprometida.
Vertigem, nistagmo e disartria estão
caracteristicamente ausentes.
Greenberg, David, A. et al. Neurologia clínica.
Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo
A, 2014.
4. Descrever a fisiopatologia da ataxia sensitiva e
explicar a piora dos sintomas no período noturno.
5. Descrever as principais síndromes medulares, citar
suas principais etiologias e correlacionar a topografia
da lesão com o quadro clínico associado.
DISPARADORES
Manobra de Suspensão da Cabeça Profunda para
Tratamento da Vertigem da VPPB:
https://www.youtube.com/watch?v=qw1QciZWfP0
Manobra de Epley para Tratamento da Vertigem da
VPPB:
https://www.youtube.com/watch?v=9SLm76jQg3g
Manobra de Lempert (churrasco) para tratar a
vertigem da VPPB:
https://www.youtube.com/watch?v=mwTmM6uF5yA
ATAXIA:
https://www.youtube.com/watch?v=OK_qaAN0uYk
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS:
● Brust , C. M ; Current Diagnosis & Treatment
Neurology Second edition - New York:Mac Graw Hill
Medical 2012.
● Campbell, W. W; De jong , o exame neurológico: 6°
edição Rio de Janeiro Guanabara,Koogan, 2013.
● Furman JM, Barton J. Approach to the patient with
vertigo [Cited 2011 Jan];http://www.uptodate.com.
● Doreto, D. Fisiopatologia Clinica do Sitema Nervoso
-Fundamentos da Semiologia 2°Edição Editora
Atheneu – São Paulo, 2006
● Campbell, W. W; De jong , o exame neurológico: 6°
edição Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 2013.
● Adams R D, Victor M. Diseases of the Spinal Cord.
In: Principles of Neurology, 6th ed.New York: McGraw
Hill, 1997.
IRAT:
1. João Inácio, 50 anos, tabagista 1 maço dia,
morador do Conjunto Ceará na cidade de
Fortaleza, operador de britadeira há 5 anos.
Relata que aproximadamente há 1 mês vem
tendo crises de tonturas, que na maioria das
vezes o faz sentar para não cair, pois não
consegue sequer caminhar ou ficar em pé
durante as crises, que se acompanham de
zumbidos no ouvido esquerdo e diminuição
da audição. Refere ainda que quando tem essa
tontura, ela se acompanha de náuseas e
vômitos de pequena monta, relata ainda que
em ocasiões sente uma pressão no ouvido
esquerdo e zumbido antes das crises. Qual a
causa mais provável do quadro acima?
a) Labirintite Bacteriana
F – não relata dor de ouvido, não diz ser constante.
b) Enxaqueca
F – não teve dor de cabeça
c) Doença de Ménière
d) Vertigem Posicional Benigna
e) Doença de Bheçet
Labirintite bacteriana:
É uma inflamação que ocorre no labirinto (orelha
interna). Um dos principais sintomas da labirintite é
https://www.youtube.com/watch?v=qw1QciZWfP0
https://www.youtube.com/watch?v=9SLm76jQg3g
https://www.youtube.com/watch?v=mwTmM6uF5yA
https://www.youtube.com/watch?v=OK_qaAN0uYk
8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
uma forte vertigem, caracterizada pela sensação de
rotação do seu próprio corpo ou do ambiente ao seu
redor, muitas vezes apenas esse sintoma já é
associado à doença, no entanto, ele deve ser
investigado de forma adequada, observando, por
exemplo, duração e intensidade, para um diagnóstico
correto, já que a labirintite é uma das causas menos
frequentes de vertigens.
Labirintite purulenta (supurativa) é a infecção
bacteriana da orelha interna, muitas vezes causando
surdez e perda da função vestibular. Costuma ocorrer
quando as bactérias se disseminam para a orelha
interna, durante o curso de otite média aguda grave,
meningite purulenta, trauma que causa fratura por
labirintite com infecção subsequente ou uma
colesteatoma alargada. Sintomas incluem: vertigem e
nistagmos graves, náuseas e vômitos, zumbido,
diferentes graus de perda auditiva condutiva, febre e
dor são comuns.
https://www.biologianet.com/doencas/labirintite.htm
#:~:text=Como%20um%20dos%20principais%20sint
omas,por%20exemplo%2C%20dura%C3%A7%C3%
A3o%20e%20intensidade%2C
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-
garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-
interna/labirintite-purulenta
Enxaqueca/migrânea:
Quando a dor de cabeça vem acompanhada de
vertigem, desequilíbrio, tonturas, instabilidade e
extrema sensibilidade aos movimentos, pode estar
instaladoum quadro de enxaqueca vestibular –
condição que se aplica a quase 50% dos casos de
enxaqueca. Podemos definir a enxaqueca vestibular
como a associação de enxaqueca e tonturas em uma
mesma pessoa. Apesar da tontura, a enxaqueca
vestibular não é causada por nenhuma doença do
labirinto. Os sintomas se devem a grande
sensibilidade do cérebro aos mais diversos estímulos
(como movimentos, luzes, cheiros etc.).
Diante disso, quem sofre com enxaqueca vestibular
em geral é bastante sensível a movimentos como
andar de carro, ônibus e barco, e ver cenas de ação
em cinemas. Os movimentos do próprio corpo, como
mudar de posição, pular, andar na esteira ou mesmo
virar a cabeça, também podem desencadear as
tonturas com mais facilidade.
Vale mencionar que condições como estresse, jejum
prolongado, sono de baixa qualidade, menstruação,
esforço físico, cheiros fortes, luzes em excesso,
barulho e consumo de determinados alimentos
também podem desencadear tonturas em caso de
enxaqueca vestibular.
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-
associa-dor-de-cabeca-com-
tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20c
abe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20e
nxaqueca.
Doença de Ménière:
É uma desordem que ocorre na orelha interna e causa
crises repetidas de:
• Vertigem (tontura rotatória)
• Perda auditiva
• Zumbido
• Plenitude ou pressão no ouvido.
Os ataques normalmente ocorrem de maneira
repentina e duram minutos ou até mesmo horas. Com
frequência, as pessoas não sentem nenhum destes
sintomas no período entre as crises. A causa exata da
doença de Ménière não é conhecida. Uma hipótese é
que o líquido que existe dentro da orelha interna se
acumule, causando aumento de pressão dentro
desta. A doença de Ménière pode ocorrer em
membros de uma mesma família e, também, está
associada com as migrâneas (enxaquecas).
Nos estágios iniciais da doença, as pessoas
experimentam crises de vertigem e perda auditiva ou
zumbido, porém retornam ao normal entre as crises.
Conforme a doença progride ao longo de muitos
meses ou anos, a perda auditiva de baixa frequência
pode estar presente entre as crises. Em um estágio
mais tardio, perda auditiva significativa de baixa e alta
frequência está sempre presente e a pessoa se sente
constantemente desequilibrada.
Na doença de Ménière, mudanças na pressão e no
volume da endolinfa labiríntica afetam a função da
orelha interna. A etiologia do acúmulo de líquido
endolinfático ainda é desconhecida. Fatores de risco
incluem história familiar da doença de Ménière,
doenças autoimunes preexistentes, alergias,
traumatismo na cabeça ou na orelha e, muito
raramente, sífilis. O pico de incidência dá-se entre as
idades de 20 e 50.
https://www.neuropt.org/docs/vsig-portuguese-pt-
fact-sheets/doen%C3%A7a-de-
m%C3%A9ni%C3%A8re.pdf?sfvrsn=54515ea6_0
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-
garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-
interna/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re
Vertigem de posicionamento paroxística benigna:
Distúrbio vestibular de diagnóstico fácil, baseado no
exame neurológico e tratado com manobras de
liberação.
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é
uma forma comum de tontura vertiginosa, sendo
responsável por quase metade dos pacientes com
disfunção vestibular periférica. É um problema
recorrente nas unidades de pronto-atendimento, que
gera muito incômodo aos pacientes, mas é benigno e
de fácil diagnóstico e tratamento.
Na tontura vertiginosa, o paciente irá relatar ilusão de
movimento rotatório (sensação das coisas girando)
em torno do ambiente ou vice-versa. Constantemente
são confundidas com tontura inespecífica,
desequilíbrio e pré-síncope.
Fisiopatologia:
A VPPB ocorre devido ao deslocamento dos cristais
de carbonato de cálcio (otólitos) do utrículo para o
https://www.biologianet.com/doencas/labirintite.htm#:~:text=Como%20um%20dos%20principais%20sintomas,por%20exemplo%2C%20dura%C3%A7%C3%A3o%20e%20intensidade%2C
https://www.biologianet.com/doencas/labirintite.htm#:~:text=Como%20um%20dos%20principais%20sintomas,por%20exemplo%2C%20dura%C3%A7%C3%A3o%20e%20intensidade%2C
https://www.biologianet.com/doencas/labirintite.htm#:~:text=Como%20um%20dos%20principais%20sintomas,por%20exemplo%2C%20dura%C3%A7%C3%A3o%20e%20intensidade%2C
https://www.biologianet.com/doencas/labirintite.htm#:~:text=Como%20um%20dos%20principais%20sintomas,por%20exemplo%2C%20dura%C3%A7%C3%A3o%20e%20intensidade%2C
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/labirintite-purulenta
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/labirintite-purulenta
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/labirintite-purulenta
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/labirintite-purulenta
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-associa-dor-de-cabeca-com-tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20cabe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20enxaqueca
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-associa-dor-de-cabeca-com-tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20cabe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20enxaqueca
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-associa-dor-de-cabeca-com-tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20cabe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20enxaqueca
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-associa-dor-de-cabeca-com-tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20cabe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20enxaqueca
https://otoneuro.med.br/enxaqueca-vestibular-associa-dor-de-cabeca-com-tonturas/#:~:text=Quando%20a%20dor%20de%20cabe%C3%A7a,50%25%20dos%20casos%20de%20enxaqueca
https://www.neuropt.org/docs/vsig-portuguese-pt-fact-sheets/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re.pdf?sfvrsn=54515ea6_0
https://www.neuropt.org/docs/vsig-portuguese-pt-fact-sheets/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re.pdf?sfvrsn=54515ea6_0
https://www.neuropt.org/docs/vsig-portuguese-pt-fact-sheets/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re.pdf?sfvrsn=54515ea6_0
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-interna/doen%C3%A7a-de-m%C3%A9ni%C3%A8re
9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
canal semicircular (CSC) posterior, superior ou lateral
(canalitíase) ou, mais raramente, aderem à cúpula
desses canais (cupulolitíase). O canal semicircular
posterior é o local mais comum de canalitíase.
Na canalitíase, quando a cabeça é colocada na
posição provocadora da vertigem, os detritos de
carbonato de cálcio se movem com a endolinfa,
movimentando a cúpula e aumentando o índice de
disparo dos neurônios do CSC estimulado.
O tempo necessário para que a cúpula seja defletida
pela atração da endolinfa e ocorra a cessação da
movimentação endolinfática é o período de latência.
Durante esse período há redução dos sintomas à
medida que a posição é mantida.
Quadro clínico de VPPB:
Pacientes com VPPB apresentam episódios
recorrentes de vertigem rotatória que duram um
minuto ou menos, de curta duração e forte
intensidade desencadeados por movimentos rápidos
da cabeça, como olhar para cima em pé ou sentado,
deitar ou levantar da cama e rolar na cama.
Na posição ortostática, ataques desencadeados por
movimentos bruscos podem levar a quedas, ou em
casos menos intensos o pacientepode referir
tendência à queda para trás. A vertigem pode estar
associada a náuseas e vômitos.
https://www.scielo.br/j/anp/a/WFxXGpZcgN6xj9bcF
nXJRpm/?lang=pt
https://www.sanarmed.com/resumo-de-vppb-
vertigem-posicional-paroxistica-benigna-
diagnostico-tratamento-e-mais
Doença de Behçet:
A doença de Behçet é uma doença inflamatória que
pode apresentar vasculite de pequenas e grandes
artérias e/ou veias. Também pode ocorrer trombose
arterial e venosa.
A doença de Behçet é um distúrbio vasculítico
crônico, inflamatório, recidivante e multissistêmico
com inflamação das mucosas. As manifestações
comuns incluem úlceras orais recidivantes, inflamação
ocular, úlceras genitais e lesões de pele. Cegueira,
envolvimento neurológico ou gastrintestinal,
trombose venosa e aneurismas arteriais são as
manifestações mais graves. O diagnóstico é clínico,
utilizando critério internacional. O tratamento é
principalmente sintomático, mas pode abranger
corticoides com ou sem imunossupressores para
manifestações mais graves.
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-
conjuntivo-e-
musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7
a-de-beh%C3%A7et
2. Homem de 69 anos de idade refere quadro de
tontura há 2 dias. Relata que o início foi súbito,
após acordar pela manhã, com a sensação de
que tudo estava girando ao redor, associado a
desequilíbrio e náuseas. Os sintomas são
marcadamente acentuados quando ele mexe
a cabeça para trás ou para a frente. Não há
trauma, zumbido, disartria, disfagia, diplopia,
fraqueza muscular, formigamento, dormência,
cefaleia, otalgia, infecção respiratória ou
antecedente mórbido relevante. Exame
Físico: afebril, hidratado, corado e eupneico;
PA: 135 x 80 mmHg; FC: 76bpm; FR: 12ipm;
SatO2: 96%; IMC: 22,5 Kg/m²; exame
neurológico: sem déficit focal; exame
auricular e otoscopia: normais. Nesse
momento, a conduta inicial correta é:
a) Prescrever aspirina e encaminhar o paciente para
avaliação neurológica
F – Pelo HINTS não estamos diante de um quadro de
origem cardiovascular, sem necessidade do uso de
aspirina.
b) Realizar a manobra de DIx-Hallpike ou de
posicionamento lateral
https://youtu.be/jjZDbDgB1u4
c) Realizar a manobra de Epley ou de Semont
F – são manobras usadas para o tratamento –
reposicionamento, após o diagnóstico inicial.
d) Solicitar uma tomografia de crânio
F – exames de neuroimagem são importantes se
houver suspeita de distúrbio vestibular central, nesse
caso suspeita-se de distúrbio vestibular periférico.
Baixa acurácia para esse tipo de afecção.
e) Solicitar uma ressonância magnética de crânio
Caso suspeitarmos de um evento vascular seria o
exame de escolha, mas com o passado estamos mais
voltados para um diagnóstico de vertigem periférica.
O teste HINTS (Head-impulse-nystagmus-test-of-
skew) pode ser utilizado para diferenciação de
vertigens periféricas e centrais, indicando quais casos
(vertigem central) devem ser melhor investigados
quanto a possibilidade de AVE isquêmico.
https://pebmed.com.br/ave-em-pacientes-com-
vertigem-teste-hints/
A síndrome vestibular aguda é caracterizada pelo
aparecimento súbito de vertigem e náuseas,
acompanhados ou não de vômitos, e marcha atáxica.
O paciente ainda pode apresentar intolerância à
mobilização da cabeça e nistagmo, podendo durar de
dias a semanas. Os sintomas da síndrome vestibular
aguda são bastante comuns, tanto na neurite
https://www.scielo.br/j/anp/a/WFxXGpZcgN6xj9bcFnXJRpm/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/anp/a/WFxXGpZcgN6xj9bcFnXJRpm/?lang=pt
https://www.sanarmed.com/resumo-de-vppb-vertigem-posicional-paroxistica-benigna-diagnostico-tratamento-e-mais
https://www.sanarmed.com/resumo-de-vppb-vertigem-posicional-paroxistica-benigna-diagnostico-tratamento-e-mais
https://www.sanarmed.com/resumo-de-vppb-vertigem-posicional-paroxistica-benigna-diagnostico-tratamento-e-mais
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7a-de-beh%C3%A7et
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7a-de-beh%C3%A7et
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7a-de-beh%C3%A7et
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7a-de-beh%C3%A7et
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/vasculite/doen%C3%A7a-de-beh%C3%A7et
https://youtu.be/jjZDbDgB1u4
https://pebmed.com.br/ave-em-pacientes-com-vertigem-teste-hints/
https://pebmed.com.br/ave-em-pacientes-com-vertigem-teste-hints/
10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
vestibular, quanto na vertigem postural paroxística
benigna, que são alterações periféricas mais comuns
no ambiente da emergência. Entretanto, alguns
pacientes podem apresentar a síndrome em
decorrência de um dano central, como de tronco
encefálico ou cerebelo.
Head Impulse Nystagmus test of Skew – os três
testes devem ser feitos à beira do leito, na
investigação de uma síndrome vestibular aguda, para
se diferenciar o tipo de afecção: central vs. Periférica.
É a combinação dos resultados de cada um dos testes
que reitera o diagnóstico.
Teste de impulso horizontal da cabeça (horizontal
head impulse teste – h – HIT) – avalia a função do
reflexo vestíbulo-ocular.
• Um reflexo vestíbulo-ocular normal pelo h-HIT
indica fortemente uma localização central – um
reflexo depende basicamente das vias aferentes e
eferentes periféricas.
• Um reflexo anormal é um preditor mais fraco de
uma localização periférica – o dano das vias de
condução leva a alteração ou dos receptores leva
a uma alteração do reflexo.
Para se realizar o teste Head impulse, o paciente deve
olhar fixamente para a ponta do nariz do examinador
durante todo o exame com a cabeça em posição
centrada, estando examinador e paciente com os
olhos alinhados no mesmo plano. Então, o
examinador deve realizar uma rotação lateral lenta em
cerca de 20º com a cabeça do paciente para qualquer
um dos lados, seguido de um retorno abrupto para a
posição central. Um teste positivo é aquele em que o
olhar não se mantém fixo. O teste deve ser realizado
com rotação para ambos os lados.
Nistagmo – pode mudar de direção com o olhar
excêntrico e, por isso, sua análise deve ser cuidadosa.
• A síndrome vestibular aguda de origem
periférica é, geralmente, associada a um
nistagmo característico e predominantemente
horizontal, com movimentos em uma única
direção e que aumentam em intensidade quando
o paciente olha na direção da fase rápida do
batimento ocular.
• O nistagmo vertical ou torcional (rotatório), ou
ainda aquele que se manifesta em várias direções
no contexto clínico, é claramente um sinal de
patologia central.
O que, às vezes, distingue o nistagmo típico do AVE
central, em relação ao acometimento periférico, é
uma mudança de direção com o olhar excêntrico.
Quando pedimos para o paciente olhar para os lados,
podemos perceber uma alteração na direção da fase
rápida do nistagmo. Por isso, devemos analisar a
presença de nistagmo de forma passiva, ou seja, o
nistagmo espontâneo, como também devemos o
observar, solicitando que o paciente olhe para a
esquerda e para a direita.
Skew deviation – avaliação de um desalinhamento
ocular vertical, resultante de um desequilíbrio do
tônus vestibular esquerdo e direito, particularmente
nas conexões vestibulares e oculomotoras, como uma
resposta as alterações de inclinação da cabeça.
Geralmente, acontece como parte de uma inclinação
ocular patológica. O teste Skew deviation é realizado
com o paciente e o examinador com o olhar no
mesmo plano. O paciente deve olhar fixamente ao
examinador e este deve cobrir um dos olhos do
paciente, alternando o olhoa ser coberto e
observando movimentações oculares verticais de
acomodação, que indicam um teste positivo. Um teste
negativo é aquele em que não há movimentos
oculares ao se alternar o olho coberto. Embora
relatado em pacientes com doenças da periferia
vestibular, o desvio vertical tem sido identificado
principalmente como um sinal central naqueles com
patologia da fossa posterior.
É mais comumente observado nos casos de AVE e foi
relacionado como um achado do exame físico, como
manifestação de oclusão basilar. O skew deviation
mostra uma sensibilidade de 30% e uma
especificidade de 98%, quando isolado para indicar
patologia do sistema nervoso central.
https://blog.jaleko.com.br/hints-o-mnemonico-para-
diagnostico-de-ave-na-sindrome-vestibular-aguda/
A VPPB pode ser tratada no consultório através da
manobra de Epley – objetiva reposicionar os otólitos
que se encontram no canal semicircular posterior
novamente no utrículo. Executa-se a manobra com o
paciente, inicialmente, sentado, com a cabeça voltada
para a direita em um ângulo de 45°. Em seguida,
deve-se fazê-lo adotar a posição de decúbito, ainda
com a cabeça voltada para a direita em 45°, depois
com a cabeça para a esquerda com o mesmo ângulo
de inclinação. A seguir, adota-se o decúbito lateral
esquerdo, com a cabeça ainda voltada 45° para a
esquerda e, a seguir, o paciente é colocado sentado.
Cada uma destas posições deve ser mantida por 30
segundos.
https://blog.jaleko.com.br/hints-o-mnemonico-para-diagnostico-de-ave-na-sindrome-vestibular-aguda/
https://blog.jaleko.com.br/hints-o-mnemonico-para-diagnostico-de-ave-na-sindrome-vestibular-aguda/
11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
A VPPB é caracterizada por episódios breves de
vertigem, com duração de uns poucos segundos,
provocados por mudanças na posição da cabeça
(virar-se na cama, olhar para cima, deitar ou levantar,
curvar-se) e não associados a surdez ou zumbidos. É
provocado pelo desprendimento de otólitos, que são
cristais minerais oriundos das células ciliares do
utrículo, que então flutuam livremente nos canais
semicirculares, sendo, na maioria das vezes, afetado o
canal semicircular posterior. Quando o paciente faz
movimentos rápidos com a cabeça, isto leva a uma
movimentação dos cálculos com aceleração anormal
da endolinfa e conseqüente deflecção anormal da
cúpula. Pode ser secundária a traumas, infecções
virais ou alterações isquêmicas ou degenerativas, mas
o mais comum é que não se encontre causa
específica. Geralmente é auto-limitada, resolvendose
espontaneamente em semanas ou meses, conforme
os otólitos se dissolvam na endolinfa, porém pode
haver recorrência, e mesmo cronificação em
pacientes idosos. O diagnóstico é feito pela história
clínica e pelo teste de Nylen-Bárány.
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
3. Paciente de 34 ano, sexo feminino, procura
assistência médica devido à tontura. Refere
episódio de vertigem, com duração de
segundos, relacionados exclusivamente com
o movimento da cabeça. Nega perda auditiva
ou a presença de tinnitus. Qual o diagnóstico
mais provável dessa paciente?
a) Doença de Ménière
F – a história de DM se caracteriza por episódios
recorrentes e intensos de vertigem, acompanhados
de hipoacusia, tinnitus, prostração, náuseas e vômitos,
com duração variando de 10 minutos a várias horas. A
descrição da tríade hipoacusia flutuante, tinnitus e
vertigem recorrente é clássica e integra a síndrome de
Ménière que, quando idiopática, reconhe-se como
DM.
b) Vertigem posicional paroxística benigna
Crises breves, com menos de 1 minuto de duração,
não associadas a sintomas auditivos, resolve
espontaneamente em semana sou meses.
Fonte: PDF vertigem
c) Migrânea vestibular
F – enxaqueca basilar - aura caracterizada por
vertigem, disartria, zumbido, perda flutuante da
audição, diplopia, fraqueza bilateral e parestesias
bilaterais.
d) Schwannoma vestibular
F – neoplasias - vertigem associada a sintomas como
cefaleia, diminuição da acuidade visual e vômitos em
jato.
e) Ataque isquêmico transitório de circulação
cerebral posterior
Tinnitus = zumbido no ouvido.
Os AITs embólicos são melhor divididos entre aqueles
de território carotídeo (artéria cerebral anterior(ACA),
da artéria cerebral média (ACM) ou artéria cerebral
posterior) e aqueles de circulação da artéria basilar.
Os AITs que acometem a ACM geram déficit motor ou
sensitivo contralateral, predominante em face e
MMSS. O envolvimento de da ACA gera Déficit motor
e/ou sensitivo com predomínio de MMII e distúrbios
do comportamento.
A artéria basilar, advinda da artéria vertebral, irriga
principalmente a área de tronco encefálico e
cerebelo, logo são acometidos nervos cranianos,
funções do cerebelo e tronco encefálico e lobo
occipital.
Portanto os sintomas comuns são: fraqueza bilateral
dos membros, vertigem, perda auditiva, hemianopsia
ou diplopia, rebaixamento do nível de consciência,
ataxia e lesões referentes aos nervos cranianos.
https://www.sanarmed.com/resumo-de-ataque-
isquemico-transitorio-epidemiologia-fisiopatologia-
diagnostico-e-tratamento
4. Mulher, 17 anos de idade, sem antecedentes
mórbidos, é trazida ao ambulatório com
história de desmaios desde os 12 anos de
idade. Já foram seis episódios nos últimos três
meses; sempre desmaia em pé, em situação de
estresse e ao doar sangue. Tem exame físico
normal. Qual seria o exame de escolha para
essa paciente?
a) Holter 24 horas
b) Looper
F – semelhante ao holter de 24h, atividade elétrica do
coração.
c) Tilt teste
https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf
https://www.sanarmed.com/resumo-de-ataque-isquemico-transitorio-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento
https://www.sanarmed.com/resumo-de-ataque-isquemico-transitorio-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento
https://www.sanarmed.com/resumo-de-ataque-isquemico-transitorio-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento
12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Usado para diagnóstico de Síndrome Vasovagal: teste
de inclinação – os pacientes são deitados (pré-
inclinação), e em seguida são colocados em 60-70
graus, durante 20-45 minutos. Se nenhum evento
(tontura ou síncope) acontece, parte-se para a
realização do mesmo teste, com a adição de
provocação farmacológica. O teste é positivo se
houver diminuição assintomática da PAS ou
bradicardia.
d) Ecocardiograma
Síncope:
É definida como perda súbita, transitória e
autolimitada da consciência, com perda de tônus
postural, seguida de reestabelecimento espontâneo.
As causas de síncope têm gênese no hipofluxo ou até
na interrupção do fluxo ao tecido cerebral, de forma
passageira.
Síncope reflexa:
O quadro é mediado por estímulo neural que acaba
por ocasionar alterações como bradicardia,
vasodilatação periférica ou um quadro misto, em
geral precedida por precipitantes e com presença de
pródromos. Podemos dividir a síncope reflexa em 4
causas-base:
• Síndrome vasovagal
• Síndrome situacional
• Síndrome do seio carotídeo
• Síncope atípica – diagnóstico de exclusão
Síncope por hipotensão ortostática:
A disautonomia (primária ou secundária), efeito
colateral medicamentoso ou hipovolemia causam a
síncope, onde o ictus se dá com a tomada da
posição ortostática de forma súbita pelo paciente.
Síncope cardiovascular:
Tem base nas arritmias (taqui ventricular) e doenças
cardíacas estruturais, sendo costumeiramente
desencadeada com o esforço e, às vezes, sem
pródromos. Ambas resultam na redução do volume
de sangue ejetado por minuto, com seus efeitos
sendo diretamente proporcionais à capacidade
individual do organismo em adaptar-se a essas
mudanças, através do binômio: sistema nervoso
autônomo x comprometimento aterosclerótico da
vasculatura de cada paciente.
FONTE: SANAR como fazer todos os diagnósticos.
5. Luzia, 49 anos, sem comorbidadescrônicas, é
levada por seus filhos até sua unidade de
saúde devido a tontura. Segundo ela, o
quadro já dura 3 dias e sente como se
estivesse em movimento ou rodando o tempo
todo. Quanto à principal hipótese diagnóstica,
pode se afirmar que, caso:
a) Se perceba nistagmo vertical, não suprimível a
fixação do olhar, devemos pensar em vertigem
postural paroxística benigna
F – VPPB não está associada a nistagmos
b) Luzia se queixe de perda auditiva recente,
devemos pensar em neurite vestibular
F – neurite é uma inflamação, existiriam sinais
flogísticos.
c) Se perceba nistagmo rotatório com fatigabilidade
presente, devemos pensar em doença de
Meniére
F – DM causa vertigem, perda auditiva neurossensorial
flutuante e zumbido. Fatigabilidade não está
presente.
d) Luiza se queixe de perda auditiva recente,
associada a vertigem não episódica, devemos
pensar em labirintite
Diferenciar acometimento central e periférico -
13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
6. A vertigem é um sintoma caracterizado por
ilusão de movimento ou de posição,
tipicamente de caráter rotatório, que pode ser
causado por distúrbios no sistema vestibular
periférico ou central. Analise as assertivas
abaixo e assinale 1 – para manifestações
clínicas em pacientes vertiginosos que mais
frequentemente se associam a distúrbios do
sistema periférico, ou 2 – para as que mais
frequentemente se associam a distúrbios do
sistema central:
( ) Vertigem rotatória episódica relacionada à
posição da cabeça.
( ) Vertigem rotatória com associação à hipoacusia
e ao zumbido.
( ) Vertigem com poucos sintomas
neurovegetativos associada à cefaleia, parestesia
e diplopia.
( ) Presença de nistagmos espontâneos
multidirecionais com head impulse test sem
sacadas corretivas.
( ) Presença de nistagmo semiespontâneo que se
acentua ao convergir para o lado lesado
associado à presença de efeito inibitório da
fixação ocular (EIFO).
A ordem correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é:
a) 2 – 2 – 1 – 1 – 2
b) 2 – 1 – 1 – 1 – 1
c) 1 – 1 – 2 – 2 – 2
d) 1 – 1 – 2 – 2 – 1
7. Tontura é um sintoma muito frequente na
atenção básica, acomete 5% das pessoas
atendidas por médicos generalistas. Sobre
tontura, marque afirmação correta:
a) Uma tontura episódica recorrente tem entre seus
diagnósticos diferenciais a doença de meniére e
migrânea vestibular
b) A vertigem posicional paroxística benigna é o
diagnóstico mais frequente nas tonturas de
caráter contínuo
c) Alterações no exame neurológico e nistagmo
horizontal são sinais que sugerem desordens de
origem central
d) Na neuronite vestibular é rara a presença de
nistagmo.
8. Homem de 42 anos, apresentava vertigem
intensa de início súbito. Nega hipoacusia,
zumbido, ou plenitude aural. Ap: ausência de
comorbidades. Exame físico PA 120X 80
mmhg, taquicardia leve, sudorese, palidez
cutâneo mucosa, nistagmo espontâneo
horizontal para direita, que aumenta
velocidade ao olhar para direita e reduz com
fixação ocular; demais pares de nervos
cranianos normais. A hipótese diagnóstica é:
a) Síndrome de Meniére
b) Neurite vestibular
c) Vertigem posicional paroxística benigna
d) Labirintite
9. Qual dos achados abaixo NÃO sugerem
vertigem periférica:
a) Nistagmo unidirecional
b) Nistagmo horizontal
c) A fixação não suprime o nistagmo
d) Reflexo vestíbulo ocular geralmente alterado
10. Em relação a síndrome do cone medular,
assinale (V) para as alternativas verdadeiras e
(F) para as alternativas falsas.
( ) A síndrome do cone medular ocorre por
compressão, ocasionada principalmente por
neoplasias.
( ) É possível encontrar como sintoma o que
chamamos de ‘’anestesia em sela”.
(F) Apresenta-se com plegia e sensibilidade
comprometida acima da lesão
(F) Não costuma cursar com Bexiga Flácida.
CONSIDERAÇÕES PROFESSOR:
VERTIGEM:
É uma das principais queixas em consultórios de
otorrinolaringologia, além de ser uma causa
frequente de atendimentos médicos na Atenção
Primária.
No diagnóstico diferencial da vertigem, é sempre
importante avaliar se as características que o paciente
apresenta são de fato vertigem (sensação de
movimento rotatório), ou outras alterações como
tontura, cabeça pesada ou mal estar inespecífico.
Se tratando, de fato de vertigem, a presença de
sintomas associados, tempo de duração do quadro,
fatores desencadeantes e a presença de
comorbidades são as principais características para
estabelecimento de um diagnóstico.
A abordagem ao paciente com queixa de vertigem
deve ser direcionada para averiguar se o quadro é de
origem central ou periférica.
De forma simplificada, as características clínicas para
diferenciar as duas origens são:
• nistagmo,
• instabilidade postural,
• presença de surdez ou zumbido
• presença de outros sintomas/sinais neurológicos.
Apesar desses critérios de avaliação, somente a
história do paciente já pode nos direcionar para o
provável diagnóstico.
14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Vertigem periférica:
• nistagmo unidirecional
• nistagmo horizontal
• reflexo vestíbulo ocular geralmente tem alteração
na vertigem periférica
• a fixação ocular suprime o nistagmo
A vertigem é a sensação de movimento na qual ele
não está ocorrendo.
Pode ser dividida em origem periférica e centra.
As características da vertigem periférica são:
• nistagmo horizontal ou horizontal-rotatório
• inibido pela fixação ocular que não muda a
direção ao olhar para cada um dos lados
• tende a aumentar se olhar para o lado oposto da
lesão
• tem reflexo vestíbulo-ocular alterado
• alterações neurológicas ausentes
• zumbido podendo estar presente
LABIRINTITE BACTERIANA:
É uma doença incomum, quase que exclusivamente
associada a presença de uma otite média aguda
(OMA).
É caracterizada pela presença de:
• Vertigem
• Nistagmo
• Deterioração da audição na vigência de um
episódio de OMA.
As queixas como vertigem e principalmente,
hipoacusia não são intermitentes nestes casos.
Nistagmo – movimentos involuntários e repetitivos
dos olhos.
MIGRÂNEA VESTIBULAR:
É um diagnóstico diferencial de vertigem.
15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
É caracterizada pela presença de sintomas típicos de
enxaqueca (Cefaleia hemicraniana, associada a
náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia) e vertigem.
Pode ter manifestações vestibular centrais e
periféricas.
Os episódios de vertigem têm duração variável.
Alguns pacientes podem relatar duração de
segundos, como é na vertigem posicional paroxística
benigna.
Na maioria dos casos são episódios com duração de
vários minutos a algumas horas.
DOENÇA DE MENIÉRE:
É um dos principais diagnósticos diferenciais de
vertigem.
É caracterizada por episódios de vertigem
acompanhados de hipoacusia e zumbido, com
episódios recorrentes que duram vários minutos e em
seguida melhoram espontaneamente.
É uma causa de vertigem de origem periférica, porém,
os pacientes afetados apresentam vertigem episódica
espontânea com duração de minutos a horas,
geralmente grave e associada a náuseas, vômitos,
desequilíbrio incapacitante, além de zumbido
unilateral, perda auditiva e plenitude auricular.
É um distúrbio no ouvido interno que causa vertigem,
perda auditiva neurossensorial flutuante e zumbido
como fatores diagnósticos.
Síndrome de Meniére – início mais espontâneo, tem
perda auditiva, zumbido.
A doença de Meniére é caracterizada por episódios
recorrentes de vertigem, perda auditiva, zumbido e
sensação de plenitude aural no ouvido afetado.
VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA
BENIGNA:
É a principal causa de vertigem, sendo caracterizada
pela presença de vertigem com nistagmo de curta
duração (alguns segundos ou poucos minutos)
desencadeada por movimentos da cabeça.
Não é associada a zumbido e hipoacusia.Paciente com episódios breves de vertigem,
desencadeados com a movimentação da cabeça,
temos que pensar em Vertigem Posicional Paroxística
Benigna (VPPB), uma das causas mais comuns de
vertigem periférica.
O próprio nome já descreve a doença.
É desencadeada por certas mudanças na posição da
cabeça, como o tombamento da cabeça para cima ou
para baixo não associada geralmente a nistagmos.
Responsável por 50% dos casos de vertigem.
A VPPB apresenta-se como uma crise de vertigem
com duração menor do que 1 minuto, desencadeada
por movimentos da cabeça, como deitar-se e
levantar-se da cama e inclinar a cabeça para trás ou
para frente, havendo uma latência de alguns
segundos após assumir-se a posição de estimulação.
Trata-se de um quadro autolimitado, que pode durar
de algumas semanas até alguns meses.
Inicialmente, os sintomas são mais fortes, levando o
paciente a sentir náuseas, vômitos e a evitar
movimentos que desencadeia sintomas.
Lembrar de quando a pessoa balança a cabeça.
Caracteriza-se por vertigem geralmente com duração
de poucos segundos e desencadeados por
movimentos específicos da cabeça (por exemplo
olhar para cima ou se agachar, levantar, virar a cabeça
ou virar de lado).
O diagnóstico é clínico, sendo que a manobra de Dix-
Hallpike positiva confirma o diagnóstico.
DOENÇA DE BEHÇET:
É uma vasculite sistêmica rara, que pode se
apresentar de formas bastante diversas, sendo mais
comum as apresentações mucocutâneas e
acometimento vascular com tromboses.
HINTS:
Diante de um quadro de vertigem em idoso devemos
tentar diferenciar através da história e do exame físico
a origem dessa vertigem, se periférica ou central.
Uma anamnese objetiva e bem feita ajuda na
definição de casos de origem labiríntica ou
neurológica.
Pontos importantes que devem ser ressaltados
incluem:
• Início dos sintomas
• Duração
• Fatores desencadeantes
• Sintomas associados
• Presença de doenças prévias
O mnemônico HINTS irá ajudar a definir a conduta em
relação ao paciente, sendo:
• HI – head impulse teste
• N – nistagmo
• TS – test of skew
Avaliando esses dados no caso apresentado
podemos inferir estar diante de um possível quadro
de vertigem de origem labiríntica, e como
confirmamos?
O diagnóstico é sempre confirmado pela realização
da manobra de Dix-Hallpike, que necessariamente irá
desencadear um nistagmo evidente, com latência de
curta duração.
16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
Geralmente o nistagmo de origem central não tem
latência, piora com a fixação ocular e é
multidirecional, enquanto o periférico tem latência, é
fatigável e unidirecional.
SCHWANNOMA VESTIBULAR:
É um tumor derivado das células de Schwann que
surge da porção vestibular do oitavo nervo craniano.
Os pacientes geralmente não apresentam vertigem
significativa, portanto, desequilíbrio ou uma vaga
sensação de oscilação ou inclinação podem ser as
únicas manifestações de lesão vestibular.
Também podem apresentar perda auditiva unilateral
e zumbido.
ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO DE
CIRCULAÇÃO CEREBRAL POSTERIOR:
No AIT de circulação posterior os episódios de
vertigem duram de minutos a horas, podem ter outros
sintomas neurológicos associados.
SÍNCOPE VASOVAGAL:
Paciente jovem, sexo feminino, com episódios de
síncope situacionais, associados a períodos de
estresse e durante a ortostase – sempre desmaia em
pé, em situações de estresse e ao doar sangue.
Nosso principal diagnóstico é a síncope vasovagal,
que é a síncope neuromediada mais comum.
Ela é causada por um estímulo parassimpático
exacerbado, secundário a algum estímulo específico,
como o estresse, medo e longos períodos em pé.
Esse estímulo parassimpático leva a uma vasoplegia e
cardiodepressão, gerando bradicardia, hipotensão e
sintomas vagais diversos (náuseas, sudorese, mal-
estar).
O diagnóstico é feito baseado inicialmente em um
tripé:
• História
• Exame físico
• Eletrocardiograma (visando descartar causas
cardíacas)
Em situações que gerem dúvidas, podem ser
realizados exames complementares, como o teste de
inclinação (Tilt Test).
Esse teste deve ser realizado quando há grande
probabilidade de síncope vasovagal, pois apresenta
baixa sensibilidade (70%), apesar da alta
especificidade (95%).
Ele é realizado colocando o paciente em uma mesa
basculante, submetendo-o a inclinação de 70 graus
sob monitorização contínua.
Quando há alterações no ECG, antecedente de
cardiopatia ou síncope do tipo desligo-liga (sem
pródromos), exames complementares como Holter e
Ecocardiograma podem ser solicitados.
NEURITE VESTIBULAR:
Geralmente causada por infecção.
Muitas vezes temos sintomas constitucionais e
flogísticos locais associados e não somente a perda
auditiva isoladamente.
Segundo tipo mais frequente de vertigem (3-9% dos
casos de tontura persistente).
Não se sabe qual é a causa da neurite vestibular, mas
fisiopatologicamente se trata de uma inflamação do
nervo vestibular que não apresenta perda auditiva.
Casos em que tanto o nervo vestibular quanto o
labirinto estejam comprometidos podem cursar com
comprometimento da audição e zumbidos, sendo
definidos como labirintite.
Trata-se de um quadro de vertigem espontânea e
prolongada, podendo durar algumas semanas, de
caráter intenso e duradouro.
As crises de vertigem e seus sintomas associados
costumam ser mais pronunciados na primeira semana
da doença, ocorrendo de modo súbito e grave, com
náuseas, vômitos e nistagmo e resolução completa do
quadro dentro do prazo de 6 semanas.
Trata-se de uma vestibulopatia periférica aguda que
afeta o gânglio vestibular, o nervo vestibular, o
labirinto ou uma combinação desses locais.
Normalmente a vertigem é intensa e acompanhada
de náuseas e vômitos.
17 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA
O nistagmo é característico: unidirecional, horizontal
ou horizontal-torsional, suprimido pela fixação, não
muda de direção e a fase rápida bate para o lado não
afetado.
LABIRINTITE:
Queixa de perda auditiva recente, associada a
vertigem não episódica.
Paciente jovem, sem comorbidades, com quadro de
vertigem sem descrição de sinais de alarme no
momento.
Devemos entre os diagnósticos diferenciais
determinar se a causa seria central ou periférica para
essa vertigem.
Para causas centrais pensarmos em um quadro
súbito com sinais de alarme importante e
possivelmente outras alterações neurossensoriais
associadas como nistagmo ou perda de
força/sensibilidade.
Em quadros periféricos, como principal diagnóstico
diferencial a labirintite temo sum quando de vertigem
rotatório pura com poucos sinais de alarme e com
resolução muitas vezes espontânea, que parece ser o
quadro apresentado.
Podemos fazer teste diagnóstico com a manobra de
Epley ou Dix-Hallpike.
O termo labirintite é muitas vezes utilizado
erroneamente
O termo refere-se na realidade a afecções
inflamatórias do labirinto e do sistema vestibular da
orelha interna.
Na grande maioria das vezes trata-se de uma
labirintite viral, normalmente associada a uma
infecção prévia do trato respiratório superior.
Os sintomas incluem graus variados de perda
auditiva, vertigem e desequilíbrio e pode haver
zumbido associado.
TONTURA:
Sabe-se que o início abrupto dos sintomas sugere
etiologia vascular, seja esta central (acidente vascular
encefálico em cerebelo) ou periférica (isquemia de
labirinto), normalmente acompanhada de perda da
audição.
• Evolução de minutos a horas com muita
intensidade de sintomas associados como
náuseas e vômitos, leva a suspeita de neurite
vestibular.
• Já um curso mais arrastado, com perda auditiva e
poucas alterações no exame neurológico, sugere
tumores como neurinoma do VIII nervo e
meningioma.
Uma tontura episódica recorrente em entre seus
diagnósticos diferenciais a doença de Meniére e
Migrânea vestibular.Síndrome vestibular episódica: a história é de
vertigem recorrente.
Quando espontânea, as principais causas são doença
de Meniére e Migrânea.
SÍNDROME DO CONE MEDULAR:
Ocorre por compressão, ocasionada principalmente
por neoplasias.
É possível encontrar como sintoma o que chamamos
de anestesia em sela – é caracterizada pela perda da
sensibilidade da região interna da coxa inguinal,
região inervada pelas fibras que estão no cone
medular.
Apresenta-se como plegia (fraqueza de músculos) e
sensibilidade comprometida abaixo da lesão.
Costuma cursar com bexiga flácida – bexiga flácida,
neurogênica, é um dos sintomas dessa síndrome.
Síndromes medulares:
• Transsecção completa da medula espinal
• Hemissecção completa da medula espinal
(Síndrome de BrownSéquard)
• Síndrome da medula espinal central
(seringomiélica)
• Síndrome da compressão extrínseca da medula
espinal
• Síndrome da cauda eqüina
• Síndrome do cone medular
• Síndrome das colunas brancas dorsais (“cordonal
posterior” ou dos funículos posteriores -Tabes
Dorsalis {complicação tardia da Sífilis})
• Síndrome da Artéria Espinal Anterior
• Síndromes Combinadas (Degeneração Subaguda
Combinada)