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FUNDAMENTOS DE
FARMACOTÉCNICA
ORGANIZADORES EURISLENE MOREIRA ANTUNES; FABRÍCIO DOS SANTOS CIRINO
Fundam
entos de farm
acotécnica
GRUPO SER EDUCACIONAL
O livro Fundamentos de farmacotécnica é direcionado para estudantes de 
farmácia e subáreas de farmacotécnica. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo especí�co dos 
seguintes assuntos: introdução à farmacotécnica, produção, qualidade, 
excipientes farmacêuticos, cálculos farmacêuticos, fatores relacionados à 
estabilidade de formulações magistrais, incompatibilidades farmacotécni-
cas e material de embalagem e de acondicionamento.
Após a leitura da obra, o leitor vai visualizar a aplicação de conceitos 
matemáticos à farmacotécnica; perceber a relevância da existência das 
boas práticas de manipulação; estar em contato com as etapas da gestão 
da qualidade em medicamentos; re�etir que legislações não garantem a 
qualidade de medicamentos; conhecer parte da história da pro�ssão 
farmacêutica; despertar para um universo promissor como a farma-
cotécnica. E não é só isso. Há muitos assuntos importantes e interessantes 
abordados nesta obra.
Agora é com você! 
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE
FARMACOTÉCNICA
ORGANIZADORES EURISLENE MOREIRA ANTUNES; 
 FABRÍCIO DOS SANTOS CIRINO
gente criando futuro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Antunes, Eurislene Moreira.
 Fundamentos de farmacotécnica / Eurislene Moreira Antunes; Fabrício dos Santos Cirino:
Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580365
 1. Farmacotécnica 2. Farmácia 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Fabrício dos Santos Cirino
Graduado em Farmácia. Mestre em Saúde Coletiva, na linha de pesquisa de Meio Ambiente e Saúde 
pela Universidade Católica de Santos - UNISANTOS. Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina 
da Universidade de São Paulo, pelo Departamento de Patologia. Atualmente é professor de Controle 
de Qualidade Físico-Químico, Química Analítica, Química Geral e, Gestão em Farmácias e Drogarias, 
no curso de Farmácia da UNISANTOS. Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologias Associadas aos 
Medicamentos e Cosméticos.
Eurislene Moreira Antunes Damasceno
G raduada em Farmácia. Mestre em Cuidado Primário em Saúde, linha de pesquisa em Fitoterapia pela 
Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES . Especialista em plantas medicinais manejo 
cultivo e manifestações- Universidade Federal de Lavras UFLA. Especialista em farmácia Clínica e 
assistência farmacêutica- Faculdade unidas do Norte de Minas -Funorte Atualmente é professor de 
Controle de Farmacobotânica, farmacognosia, fitoterapia, introdução a Cosmética e estética e Bio e 
fitocosmeticos na faculdade unidas do Norte de Minas Funorte, coordenadora do programa de pos 
graduação em farmácia clínica e assistência farmacêutica- Funorte e farmacêutica na coordenação 
de assistência farmacêutica no município de Montes Claros-MG. Orientadora de pesquisa na Funorte
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Farmacotécnica: da magia à ciência ..........................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Histórico e Introdução à Farmacotécnica ........................................................................................... 11
2 Classificação das formas farmacêuticas ............................................................................................. 15
3 Vias de administração e aspectos biofarmacêuticos .........................................................................23
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................32
UNIDADE 2 - Introdução à farmacotécnica .....................................................................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Excipiente ...........................................................................................................................................37
2 Cálculos Farmacêuticos ...................................................................................................................... 49
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................58
UNIDADE 3 - Produção e qualidade ...............................................................................................61
Introdução.............................................................................................................................................62
1 Cálculos em farmacotécnica II ........................................................................................................... 63
2 Alcoometria........................................................................................................................................ 68
3 Boa práticas de Manipulação ............................................................................................................. 71
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................84
UNIDADE 4 - Aspectos da farmacotécnica ......................................................................................87Introdução.............................................................................................................................................88
1 Aspectos Relacionados à Estabilidade de Preparações Magistrais ....................................................89
2 Incompatibilidade farmacotécnica ..................................................................................................... 94
3 Material de Embalagem e de Acondicionamento .............................................................................. 102
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................109
Exercitada por farmacêuticos, a farmacotécnica busca manipular os princípios ativos 
para estudo e produção de medicamentos. Este livro, Introdução à farmacotécnica, 
ensina ao leitor tanto conceitos básicos da área tanto conteúdo específico, como 
introdução à farmacotécnica, produção, qualidade, excipientes farmacêuticos, 
cálculos farmacêuticos, fatores relacionados à estabilidade de formulações magistrais, 
incompatibilidades farmacotécnicas e material de embalagem e de acondicionamento.
A primeira unidade explica a história da farmacotécnica e sua consolidação como 
ciência, por meio de sua aplicação e desenvolvimento, na necessidade de obtenção de 
novas formas farmacêuticas para a administração de medicamentos.
Em seguida, a segunda aborda os conceitos, aplicação e importância desses 
conteúdos para a sua atuação. São também citadas as categorias, características, 
funções, classificações e mais.
A terceira estuda a principal variável que pode influenciar na geração de desvios de 
qualidade: erros de cálculos nas formulações, adulterando as concentrações de ativos 
e demais componentes do medicamento.
Para finalizar o livro, a quarta unidade busca elucidar os conteúdos de fatores 
relacionados à estabilidade de formulações magistrais, incompatibilidades 
farmacotécnicas e material de embalagem e de acondicionamento. 
Esta é apenas uma amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. Como 
todos sabem, o segredo para se ter uma carreira de sucesso é muito trabalho e estudo. 
Aos leitores, sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Farmacotécnica: da magia à ciência
Olá,
Você está na unidade Farmacotécnica: da magia à ciência. Conheça aqui a história 
da Farmacotécnica e sua consolidação como ciência, por meio de sua aplicação e 
desenvolvimento, na necessidade de obtenção de novas formas farmacêuticas para a 
administração de medicamentos.
Venha conhecer melhor as formas diferenciadas de absorção dos fármacos, e as relações 
de melhoria em processos de biodisponibilidade geradas pelas diferentes formas como os 
medicamentos se apresentam. 
Bons estudos!
Introdução
11
1 HISTÓRICO E INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA
Caro estudante, começa aqui a nossa viagem pela Farmacotécnica, ciência esta que tem como 
finalidade o estudo das formas farmacêuticas, incluindo a inserção de novas tecnologias que 
permitam atender aos mais diversos públicos, de acordo com suas especificidades.
1.1 Farmácia desde a Pré-História?
Em torno de 10 mil anos a.C., o homem fazia uso dos medicamentos na sua forma mais natural 
imaginável, sem qualquer preparo de formas farmacêuticas convencionais, mesmo que fossem 
as mais simples. Com o decorrer do tempo, seguindo a própria evolução de saberes, o homem 
passa a empregar formas farmacêuticas primárias, como tinturas, chás, macerados, triturados e 
em pastas. Estas formas se desenvolveram pela associação do uso de energia na forma de calor 
(percebe-se a condição de processo extrator bastante simplificada), assim como de ferramentas 
desenvolvidas de maneira primitiva, e utilizadas em processos de moagem das plantas medicinais. 
Essa tecnologia disponível a época, aumenta de forma considerável o conhecimento médico-
farmacêutico. (GALLETTO, 2006)
Pode-se afirmar, então, que a história da farmácia e dos medicamentos é tão antiga como a 
própria história da humanidade, tendo início por práticas mágico-religiosas, haja vista que não eram 
possuídos todos os conhecimentos científicos atuais, ou seja, mesmo fazendo uso de produtos 
naturais no preparo dos medicamentos, o processo era quase intuitivo. (CABRAL; PITA, 2015)
Aquele que possuía esta intuição, capaz de manipular de forma artesanal os recursos 
naturais, seja animal, vegetal e/ou mineral, para prevenir ou curar enfermidades naquela época, 
era conhecido como alquimista.
1.2 Os Alquimistas
Essa entidade, também conhecida como “bruxo-feiticeiro” ou curandeiro, possuía enorme 
importância para a sociedade, pois em um período em que uma doença era tratada como oriunda de 
algo que estivesse punindo o homem por alguma ação, um mal olhado, ou ainda a fúria dos deuses no 
castigo a este enfermo, era ele o responsável por “dialogar” com os deuses ou espíritos responsáveis 
pela doença a fim de restabelecer a saúde aos indivíduos doentes. (DIAS, 2005; PITA, 2000) Torna-se 
evidente que esse papel era o que mais se assemelha ao atual farmacêutico (PITA, 2000).
Contudo, é relevante que em dias atuais, mostremos a alquimia não como algo místico – 
destinado só a iniciados ou a bruxos e feiticeiros –, pois certamente foi essa ciência que veio a 
se transformar em um ponto de partida para a Química, Biologia, a Física e a Farmácia, já que 
a alquimia era a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da natureza (BARBOSA, 
2003).
12
1.3 Galeno e os humores corporais
Com o passar do tempo e a padronização entre os procedimentos adotados às matérias-
primas necessárias para o preparo dos medicamentos, feito pelo considerado “Pai da Farmácia”, 
Galeno (131-200 d.C.), foi concebido um conceito de preparo dos medicamentos, com a arte de 
os preparar em função da teoria dos humores, natural da Grécia Antiga, por Hipócrates (CABRAL; 
PITA, 2015).
A medicina hipocrática era baseada essencialmente na observação do processo da doença, 
preocupando-se mais com os prognósticos e o tratamento, do que com eventuais diagnósticos, 
ou seja, constituía-se a cura muito mais pela prática do que pela teoria. Logo, reconhecia-
se a sintomatologia, mas não necessariamente a enfermidade que afligia o paciente, pois se 
trabalhava dentro da perspectiva mais ampla de que qualquer perturbação no estado de saúde 
era decorrente de um desequilíbrio no corpo, visto sempre como uma totalidade, não havendo 
então as doenças, mas sim pessoas doentes (LIMA, 1996).
Pelos quatro humores corporais, considerado por esta prática, temos: sangue, fleuma, 
bile branca e bile negra. Com base nisso, Galeno descreveu, em sua monografia, quatro 
temperamentos primários, conhecidos entre teóricos e leigos, sendo nomeados de acordo com 
os humores predominantes no corpo (ITO; GUZZO, 2002):
• Tipo sanguíneo, caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos quais o humor 
corporal predominante era o sangue (coração).
• Tipo colérico, indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile amarela (fí-
gado).
• Tipo melancólico, indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de bile negra 
(baço);
• Tipo fleumático, indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus movimentos, que 
possuíam excesso de fleuma (cérebro).
A partir destes humores, o desequilíbrio de qualquer um deles poderia causar sintomas no 
homem. Até ao século XVI, a farmácia europeia era sustentada nas doutrinas humorais de Galeno, 
tirando partido de drogas vegetais conhecidas na Europa e bacia do Mediterrâneo com recurso a 
purgas, sangrias, clisteres e dietas apropriadas. (CABRAL; PITA, 2015)
1.4 Novo Paradigma – Paracelso
Uma mudança de visão ocorre com a inserção de Paracelso. Neste processo histórico, a quem 
é atribuída a frase de que “a diferença entre o medicamento e o veneno é a dose”.
Posterior a Galeno, Paracelsodenominava de “farmácia magna” aos imensos e infindáveis 
13
recursos da Natureza, em todos seus reinos: plantas medicinais, metais, minerais e animais 
que poderiam ser estudados, catalogados e manipulados para produção de medicamentos que 
aliviassem do sofrimento humano. Essa relação dos conceitos da medicina com a Natureza era 
ancorada na ideia básica de ligar aquele componente natural ao organismo humano, em um 
processo que originalmente lhe pertenceu, mas que foi perdido ao longo da evolução (este fato 
tem relação com o ciclo de vida da cadeia alimentar), portanto, as plantas têm uma espécie de 
registro que atua, por ser assim, como medicamento – o princípio ativo. (DE MORAES, 2010)
Esse novo conceito ganha robustez com a expansão europeia pelo Oriente e pela América, 
proporcionando a chegada à Europa de drogas desconhecidas, e de grande interesse terapêutico 
e comercial, praticamente colocando um fim à vigência galênica. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, 
as inovações terapêuticas provenientes da América e do Oriente foram sendo introduzidas na 
terapêutica europeia por meio de uma série de publicações botânicas, farmacêuticas, além das 
farmacopeias. (CABRAL; PITA, 2015)
Neste período, introduziu-se um conceito importante que ainda o consideramos na atualidade 
como base para a terapia alopática: a máxima contraria contrariis, além da expressão primum 
non nocere, que significa “em primeiro lugar, não prejudicar o paciente” (DIAS, 2005; PITA, 
2000). Com estas duas máximas, verifica-se que ao estar exposto a novas práticas e substâncias 
inovadoras, tinha-se como prioridade a condição de minimizar o dano ao paciente, já que todas 
as substâncias teriam característica exógena.
1.5 Médicos e Farmacêuticos: duas profissões
Por muito tempo, aquele que fazia a identificação do quadro patológico também fazia o 
medicamento. Por este motivo, a separação do exercício dos atos médicos e farmacêuticos em 
dois profissionais distintos foi pacífica em alguns lugares. Porém, nem tudo foi tão amigável, pois 
em algumas localidades foram necessários séculos para se concretizar, fazendo com que um só 
indivíduo acumulasse ambas as funções por muito tempo. Na Europa, a separação ocorreu desde 
o início do século XII. Em Portugal, a obrigatoriedade da separação foi determinada no século XV, 
precisamente em 1461 (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
FIQUE DE OLHO
A profissão farmacêutica e médica separaram-se durante a história, e por força de lei, o 
médico ficou proibido de ser proprietário das boticas. Com a industrialização, o farmacêutico 
ficou restrito aos produtos magistrais e venda de especialidades farmacêuticas. Porém, 
atualmente, alguns modelos vêm aproximando estes profissionais novamente, como o 
modelo visto no vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iPXVkR3zkqQ .
14
1.6 Os boticários
Os primeiros boticários teriam surgido em Portugal ainda no século XIII, mas antes destes 
já existiam os especieiros. As especiarias e/ou temperos tiveram na Idade Média uma utilização 
generalizada para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos medicamentos, 
seja como droga ativa, seja como edulcorantes (substâncias acrescidas a uma formulação com o 
intuito de alterar sabor ou cor) (DIAS, 2005).
Figura 1 - Botica francesa, datada de 1882 
Fonte: VOLLOREJO, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma Botica no estilo francês antigo, com móveis em madeira 
no estilo colonial peças de vidro com produtos referentes ao boticário e um móvel de madeira e 
vidro no centro com produtos boticários.
O açúcar ocupava um lugar de destaque na galênica da época devido à necessidade de tornar 
palatar muitas substâncias de sabor abominável utilizadas na terapêutica medieval, portanto, fazia 
para de uma quantidade apreciável na composição de inúmeras formas galênicas, destacando-se 
os electuários, os xaropes e as conservas. (DIAS, 2005)
Os boticários, de fato, surgiram depois dos especieiros, mas ambos coexistiram durante um 
certo período. A evolução de uma denominação para a outra correspondeu ao surgimento de um 
estabelecimento fixo (armazém ou depósito) para a venda de medicamentos (DIAS, 2005). Com a 
chegada da Família Real em solo brasileiro, os portugueses depararam-se com a comunidade indígena, 
que buscava na floresta seus insumos (raízes, folhas, sementes e plantas) para que, após manipulação 
pelos pajés, fosse usado para a resolução de qualquer problema de saúde (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
Como havia uma orientação básica aos jesuítas para que criassem colégios, conventos e 
realizassem missões junto aos índios, muito se aproveitou destas atividades para que aprendessem 
mais sobre a manipulação das matérias-primas nativas e a obtenção de medicamentos. Isso 
contribuiu para o empenho dos jesuítas em aprender a transformar em medicamento o que as 
plantas nativas ofereciam, mesclando os conhecimentos médicos europeus com aqueles obtidos 
com os indígenas. E foi assim que várias boticas foram instaladas sob a direção dos padres, sendo 
15
a da Bahia a mais importante, por se tornar um centro distribuidor para as demais, tanto daqui 
como das outras províncias (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
2 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
Você sabe o que é uma forma farmacêutica? Segundo o Formulário Nacional de Farmacopeia 
Brasileira (2012), forma farmacêutica é o estado final de apresentação dos princípios ativos 
farmacêuticos, após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com a adição ou não de 
excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, 
com características apropriadas a uma determinada via de administração.
Podemos afirmar, então, que a forma farmacêutica de um medicamento corresponde ao seu 
formato físico, presente no ato da administração do mesmo. Convido você a conhecer um pouco mais 
sobre as diferentes formas farmacêuticas e a discutir sobre as particularidades para sua seleção.
2.1 Tipos de formas farmacêuticas
Você já pensou se um paciente possui problema de deglutição, e necessita de uma dose que 
faria com que, na forma sólida, o medicamento tivesse um volume muito grande, impedindo a 
aderência ao tratamento, e comprometendo o sucesso da terapia? Será que é possível produzir 
este medicamento em uma forma líquida, facilitando assim, a administração do mesmo?
E se um medicamento tem instabilidade comprovada em meio ácido, impossibilitando de ser 
administrado por via oral, pois ao passar pelo estômago e ter contato com o ácido clorídrico ali 
contido, teria sua degradação e inativação, o que comprometeria o sucesso na terapêutica? Como 
proteger este princípio ativo desta degradação?
Para os medicamentos de uso contínuo, um dos maiores responsáveis pelo insucesso no 
tratamento é o esquecimento das administrações pelo paciente. E se sua forma fosse alterada 
para uma administração em menor número (até mensal), mas com um sistema de liberação 
controlado, que mantenha a concentração plasmática do fármaco?
FIQUE DE OLHO
Lembre-se de que existem dois conceitos muito fortes na profissão farmacêutica, mas 
que não possuem nenhuma relação direta entre si: forma e fórmula farmacêutica. 
A fórmula farmacêutica é a relação de componentes de um medicamento com suas 
respectivas concentrações, e isso não implica que determinada forma farmacêutica não 
possa ser aplicada a uma matéria-prima. Você sempre pode planejar uma nova forma 
para um medicamento!
16
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Todos os problemas acima são reais, e é por isso que a partir de agora, cada uma das 
classificações que forem apresentadas será discutida, baseando-se nos enunciados da 
Farmacopeia Brasileira. De posse deste conhecimento, você certamente consegue propor 
alterações de formas farmacêuticas para que a maioria de seus problemas sejam solucionados. 
As poucas formas farmacêuticas, que não estão presentes na literatura oficial, terão suas fontes 
indicadas na sequência. Boa leitura!
AerossolIndependente de seus diversos formatos, não é gasoso. São partículas sólidas ou líquidas que 
se encontram suspensas em um meio gasoso (geralmente o ar) (HINDS, 1999). Essa é a forma de 
administração principal para medicamentos respiratórios, pois a sua efetividade se toda maior, já 
que consegue chegar no local de ação de forma mais rápida.
Comprimido
Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que possuem formatos muito variáveis, 
geralmente obtidas pela compressão, em equipamento específico, do(s) fármaco(s) e de 
adjuvantes (excipientes) adequados (FERRAZ, 2007).
Certamente, esta é a forma farmacêutica mais conhecida, apesar de poucos saberem sobre as 
diferentes tecnologias aplicadas aos comprimidos, por exemplo, um comprimido pode passar por 
um processo de revestimento, cuja operação consiste no recobrimento da forma farmacêutica 
(em geral comprimido), a partir da utilização de açúcar (drágeas) ou polímeros (comprimidos 
revestidos). Com estas duas formas de revestimento, criam-se duas aplicações diferentes, pois, 
no caso das drágeas, a finalidade do revestimento é a proteção do fármaco contra a ação da 
umidade, da luz e do oxigênio, além da finalidade estética e para encobrir eventuais odores e 
17
sabores desagradáveis dos medicamentos.
Já, no caso dos comprimidos revestidos, a aplicação é voltada para controlar a liberação 
do fármaco, porém, neste caso específico, o polímero empregado é especialmente designado 
para atuar como agente capaz de regular a dissolução do fármaco, desta forma, podemos ter ao 
menos três tipos de polímeros:
Matriz de bomba osmótica “push-pull”: A água do organismo penetra no comprimido 
por osmose, desintegrando o núcleo, causando intumescimento do polímero hidrofílico, 
expandindo-a, e promovendo a liberação do fármaco por um sistema denominado “oros”.
Figura 2 - Comprimido “oros” 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007.
#ParaCegoVer: Imagem confere a três rodelas, no estilo pizza, mostrando as partes de antes 
e após a deglutição, mostrando quando a água penetra e quando ela sai, mostrando o fármaco 
liberado pelo orifício do revestimento.
Matriz insolúvel: A água do organismo penetra no comprimido e dissolve o fármaco contido 
internamente. Formam-se canais na estrutura da matriz, liberando o princípio ativo por difusão.
18
Figura 3 - Comprimido revestido por matriz insolúvel 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, 
a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
Matriz hidrofílica: a água dos fluidos corporais penetra no comprimido, hidratando o polímero 
de revestimento, que intumesce e forma uma porção gel. O fármaco que está presente nesta 
camada gel se difunde e é liberado. Esse processo se repete inúmeras vezes, até que não exista 
mais medicamento.
Figura 4 - Comprimido revestido por matriz hidrofílica 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007.
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, 
a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
19
Cápsula
É uma forma farmacêutica sólida, na qual o princípio ativo e os excipientes estão contidos 
em um invólucro solúvel, duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente contendo 
uma dose única do princípio ativo. O invólucro normalmente é constituído de gelatina, mas 
também pode ser de amido ou de outras substâncias.
As cápsulas representam a maior demanda de produção em uma farmácia magistral, pois 
permite, em seus tamanhos variados, personalizar as doses de acordo com a prescrição de cada 
paciente.
Colírio
É um produto farmacêutico líquido destinado à aplicação sobre a mucosa ocular. Todo colírio 
deve possuir esterilidade em seu controle de qualidade e caracteriza-se por uma solução líquida 
na maioria das vezes.
Creme
É a forma farmacêutica semissólida que consiste em uma emulsão, formada por uma fase 
lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos 
em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele ou nas 
membranas mucosas.
Essa forma farmacêutica envolve administração de ativo de uso tópico, e tem em especial 
a capacidade de hidratação, haja vista que a sua composição (água e óleo) é semelhante a 
composição da pele.
Elixir/hidrolato
É a preparação farmacêutica, líquida, límpida, hidroalcoólica, de sabor adocicado, agradável, 
apresentando teor alcoólico na faixa de 20% a 50%. Os elixires são preparados por dissolução 
simples e devem ser envasados em frascos de cor âmbar e mantidos em lugar fresco e ao abrigo 
da luz.
A sua aplicação em cosmetologia e aromaterapia são bastante comuns pelo fato de estarem associados 
a óleos essenciais de plantas medicinais, mas podem ser empregadas em uso interno também.
Emulsão
É a forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que consiste em um sistema 
de duas fases com pelo menos dois líquidos imiscíveis e no qual um dos líquidos é disperso na 
20
forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) no outro líquido (fase externa ou contínua). 
Normalmente, é estabilizada por meio de um ou mais agentes emulsificantes.
É semelhante aos cremes, pois a relação de imiscibilidade geralmente está associada à água 
e ao óleo, porém mais fluido, por exemplo, xampu ou loções cremosas.
Espírito
É a forma farmacêutica líquida alcoólica ou hidroalcoólica, contendo princípios aromáticos ou 
medicamentosos e classificados em simples e compostos. Os espíritos são obtidos pela dissolução 
de substâncias aromáticas em etanol, geralmente na proporção de 5% (p/v).
É semelhante ao elixir, mas com menor teor alcoólico.
Gel
É a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente 
gelificante para fornecer viscosidade a um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – 
tipicamente entre 1 nm e 1 μm – são distribuídas uniformemente. Um gel pode conter partículas 
suspensas.
Essa forma farmacêutica geralmente está associada a locais de administração em que se 
necessita de ausência de óleo, pois independente de seu agente, a composição básica de um gel 
é a base de água.
Implante
O implante é um biochip formado por inúmeros micro reservatórios selados, no interior dos 
quais o medicamento fica armazenado. Quando recebe o comando pelo controle remoto externo, 
uma reação eletroquímica remove a minúscula cobertura de ouro de um dos reservatórios, 
liberando a dose correta de medicamento no organismo (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2008).
Loção
É a preparação líquida aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável, para aplicação na 
pele, incluindo o couro cabeludo, que pode ser solução, emulsão ou suspensão, contendo um ou 
mais princípios ativos ou adjuvantes.
Óvulo
É a forma farmacêutica sólida, de dose única, contendo um ou mais princípios ativos dispersos ou 
dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos, usualmente ovoide, com componentes 
químicos que se fundem na temperatura do corpo, pois o local de administração é vaginal.
21
Pasta
É a pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). Deve 
atender às especificações estabelecidas para pomadas.
Por possuir grande concentração de óleo em sua composição, tem grande facilidade de 
fixação, logo, é administrado para fixar em locais de difícil aplicação, melhorando desta forma 
sua espalhabilidade
Pastilha
É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma 
base adocicada e com sabor. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser 
preparada por modelagem ou por compressão.
Pó
É a forma farmacêutica sólida contendo um ou mais princípios ativos secos e com tamanho de 
partícula reduzido, com ou sem excipientes.
Neste caso, pode ser aviado em sachês para tomada direta ou dissolução.
Pomada/unguento
É a forma farmacêutica semissólida, para aplicaçãona pele ou em membranas mucosas, que 
consiste na solução ou na dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em 
uma base adequada, usualmente não aquosa.
A pomada é bastante gordurosa, pode ter ação secundária de hidratação ou isolamento de 
uma área, quando houver alguma lesão na pele, além disso, persiste mais tempo no local aplicado.
Solução
É a forma farmacêutica líquida, límpida e homogênea, que contém um ou mais princípios 
ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis.
Pode ser administrado em qualquer via, incluindo intravenosa, desde que mantenha a 
condição de esterilidade.
Supositório
É a forma farmacêutica sólida de vários tamanhos e formatos, adaptados para introdução 
no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo um ou mais princípios ativos 
22
dissolvidos numa base adequada. Eles, usualmente, se fundem, derretem ou dissolvem na 
temperatura do corpo.
Sua diferença para o óvulo é sua forma de modelagem, pois o supositório é mais alongado.
Suspensão
É a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, 
no qual as partículas não são solúveis.
Neste caso, sempre se emprega um agente suspensor, aumentando a viscosidade do meio 
e dificultando a decantação dos pós durante a administração. Somado a isso, a formulação 
sempre deve ter expressa de forma clara o termo “agite antes de usar”, para que a dosagem do 
medicamento possa ser respeitada.
Tintura
É a preparação alcoólica ou hidroalcoólica resultante da extração de drogas vegetais ou 
animais ou da diluição dos respectivos extratos. É classificada em simples e composta, conforme 
preparada com uma ou mais matérias-primas.
Bastante presente na homeopatia, as tinturas representam tanto medicamentos finalizados 
quanto matérias-primas. Por este motivo, deve-se estar atento ao seu uso, pois, em alguns casos, 
a alta concentração de ativos em uma tintura exige uma diluição antes da administração.
Xarope
É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos 
que 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm 
agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser adicionado de 
conservadores antimicrobianos autorizados.
Bastante útil em sua apresentação, principalmente para o público pediátrico, devido à aceitação 
na administração, e fácil mascaramento de sabores indesejados de alguns medicamentos.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E ASPECTOS 
BIOFARMACÊUTICOS
Gostaria de chamar você para uma viagem pelo corpo humano, apresentando as vias de 
administração de um medicamento e verificando o quanto deste medicamento será absorvido.
Como? Você não viu o que a absorção tem de relação com a forma farmacêutica? Pois Ashford 
(2008) define biofarmácia como o estudo do modo como as propriedades físico-químicas do 
fármaco, a forma farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade e o grau de absorção 
dos fármacos.
3.1 Vias de administração
Medicamentos podem ser de uso interno (quando se engole) e uso externo (quando não é 
engolido), você sabia? E eles podem ser de ação sistêmica (há absorção pela corrente sanguínea, 
distribuindo o medicamento para o organismo) ou de ação local (a ação do medicamento limita-
se ao local em que foi administrado), você sabia?
O que você não sabia é que em alguns casos, o medicamento pode ser de uso interno, ou seja, 
você irá engoli-lo, mas a ação é local, logo, ele não chegará a sua corrente sanguínea, limitando 
sua atividade farmacológica apenas ao local que foi administrado, ou entrou em contato.
Oral
Sem dúvidas, os medicamentos que têm sua administração realizada por esta via são os mais 
comuns. Isso pelo simples fato de ser mais prática e econômica sua produção, mais conveniente 
24
sua tomada e possuir muito mais segurança ao paciente, haja vista que o medicamento vai 
circular por todo o trato gastrointestinal, o que possibilita, em casos de intoxicação ou reação 
alérgica, possuir tempo hábil para restabelecer o paciente. Como aspectos negativos, pode-se 
citar a dificuldade de deglutição de certos públicos ou pessoas, além, é claro, de interferir na 
digestão e irritar a mucosa gástrica.
Figura 5 - Via oral para administração de medicamentos 
Fonte: PUHHHA, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos uma mulher com um comprimido no estilo gel entre os 
dentes
Retal
A via retal, apesar de ser extremamente vascularizada e com fácil absorção pela corrente 
sanguínea, é empregada de forma mais comum para pacientes com patologias nestas áreas. 
Mesmo sabendo que, por esta via, se evita o metabolismo de primeira passagem, já que o 
medicamento não passará pelo fígado ao ser absorvido, isso só acontece quando aplicado em 
região menos profundas.
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Figura 6 - Medicamento na forma de supositório para administração via retal 
Fonte: LINDA_KAR, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos a mão de uma pessoa segurando um medicamento na 
forma de supositório.
Tópica
Para lesões ou patologias superficiais, uma das vias mais confortáveis e seguras para a 
administração de medicamentos é a via tópica. Por meio de movimentações rítmicas (massagem 
local) durante a aplicação, promove-se a elevação da temperatura e ativação da circulação sanguínea, 
o que propicia melhor absorção do medicamento. Em algumas áreas da Farmacotécnica, como a 
Cosmetologia e Estética, esta via de administração é mais evidente pelo tipo de ativos empregados 
e pelas novas tecnologias de liberação de medicamentos usada nesta produção.
Figura 7 - Via tópica para administração de medicamentos 
Fonte: ROMARIOLEN, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma mulher sorrindo e com os olhos fechados, com as 
mãos próximas ao rosto e com creme nas duas bochechas.
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Há também, nesta via, o uso dos adesivos transdérmicos, porém sem a necessidade de 
massageamento, pois o próprio dispositivo tem a tecnologia de possuir membrana de dispersão, 
capaz de liberar gradativamente o medicamento nele acondicionado.
Parenteral
A administração de medicamentos por via parenteral é considerada um procedimento 
simples, entretanto, por ser um processo invasivo requer certos cuidados. Essa via permite a 
liberação da substância farmacologicamente ativa em regiões próximas à corrente sanguínea 
ou diretamente nela, possibilitando efeito rápido e ação que pode ser sistêmica ou localizada, 
dependendo do local de aplicação.
Por este mesmo motivo, o grau de pureza microbiológica neste grupo de medicamentos deve 
ser na ordem de esterilização, pois, em casos em que haja a presença de microrganismos, este, 
após o procedimento invasivo, seria colocado diretamente em contato com nossa circulação 
sanguínea. Com isso, seria quase improvável que o sistema imune respondesse de forma 
satisfatória, conseguindo inativar o patógeno.
Para a administração deste tipo de medicamento, o profissional também deve passar por 
um rígido treinamento, capacitando-o a empregar as técnicas abaixo, já que as variações de uma 
camada a outra de nossa pele possui precisão milimétrica. Neste caso, a aplicação do medicamento 
deve estar no limite com a perfeição para não causar nenhuma intercorrência no paciente.
Figura 8 - Via parenteral para administração de medicamentos 
Fonte: JoulyC, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos, o braço de uma pessoa com bandagens e acesso para a 
inserção de medicamentos intravenosos.
27
Respiratória
Assim como a via retal, o pulmão, altamente vascularizado, tem absorção quase completa e 
instantânea da dose administrada, evitando inclusive a passagem pelo fígado no metabolismo de 
primeira passagem. Por esta razão, esta via se torna segura e eficaz para pacientes, principalmente 
com patologias cardiorrespiratórias, pela rápida ação do fármaco. O único inconveniente desta 
via é que os dispositivos possuemo medicamento pressurizado no estado gasoso, e pelas Leis 
de Transformações Gasosas, seu jateamento ocorre em temperatura muito baixa. Esse é um 
incomodo que não se possui maneira de remediar.
Figura 9 - Via respiratória para administração de medicamentos 
Fonte: Pixel-Shot, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma criança com medicamento respiratório na boca.
Nasal
Com a atual carga de poluição atmosférica nos mais diferentes municípios, assim como a 
maior incidência de alergias respiratórias na população, esta via tornou-se, nos últimos anos, 
uma via promissora para a administração de medicamentos para tratamentos de patologias 
respiratórias. A alta vascularização do local realmente faz com que os medicamentos sejam 
facilmente absorvidos, porém, a cavidade orofaríngea faz com que parte destes medicamentos, 
dependendo da forma de administração, seja ingerido por via oral, e não tenha a absorção pela 
via nasal, como desejada. Para resolução deste problema, orienta-se que o paciente se mantenha 
deitado por aproximadamente 2 minutos, para que o líquido não escorra nem para fora do nariz, 
nem que passe direto para a via oral.
Ocular
Da mesma forma como a via nasal, a maior preocupação com a via ocular não é com o local 
28
da administração, mas sim com a técnica de administração. Irritações, glaucomas, infecções, e 
outras patologias que fazem com que seja crescente o uso de colírios pela população. Para que a 
sua ação não seja pela perda de parte do medicamento, recomenda-se que se administre o colírio 
com a cabeça pendente para trás, ou com o paciente deitado. Goteja-se a dose necessária do 
medicamento, e comprime-se levemente o canal lacrimal, que em casos de medicamentos para 
glaucoma, podem ter absorção e atividade sistêmica anti-hipertensiva.
Outra preocupação deve-se ao fato de que o nível de contaminação microbiológica também 
deve ser na ordem de esterilidade, assim como os injetáveis, mas como os colírios ou pomadas 
oftálmicas não são de dose única, deve-se estar atento para que não se contamine o medicamento, 
e siga a recomendação do fabricante quanto à validade após aberto o produto.
Auricular
Como um órgão anatomicamente favorável a retenção de sujidades e infecções, a via auricular, 
geralmente empregada para administração de emolientes, anti-inflamatórios, antibióticos e 
anestésicos, deve ter a aplicação dos medicamentos sempre em ambiente em que o paciente 
possa se manter por alguns minutos (cerca de cinco minutos), para que o medicamento 
permaneça no local e produza efeito farmacológico.
Figura 10 - Via auricular para administração de medicamentos 
Fonte: ELNUR, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um médico, por meio de instrumentos próprios, verificando 
o interior do ouvido de uma paciente.
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3.2 Formas farmacêuticas e o tempo de ação do medicamento
Segundo dados de Aulton (2016), a relação da forma farmacêutica com a via de administração 
altera o tempo médio que o medicamento inicia sua ação. Com essas informações, somos 
capazes de planejar um melhor produto, para um esquema terapêutico que melhor se ajuste a 
necessidade do paciente e a melhora de seu quadro clínico.
O processo farmacocinético (velocidade com que o medicamento, depois de administrado, 
alcança a corrente sanguínea para ser distribuído pelo corpo) varia de acordo com as características 
da molécula ativa, mas o comportamento comum a maioria dos medicamentos, segundo sua via 
de administração, é a seguinte:
Injeções intravenosas
Como já são administradas na corrente sanguínea, em um segundo o medicamento já está 
fazendo efeito.
Injeções intramusculares, subcutâneas, comprimidos orais, gases e aerossóis
Em alguns minutos, pela alta vascularização com seus locais de administração, já teremos 
efeitos farmacológico.
Soluções, suspensões, pós, grânulos, cápsulas e comprimidos de liberação prolongada
Há uma grande variação para início de atividade, podendo começar em minutos, ou até horas.
Cápsulas entéricas
Por serem produzidas para que passem pelo estômago sem sofrer alteração, liberando 
o fármaco apenas no intestino, a ação do medicamento se inicia após várias horas após a 
administração.
Implantes
Após o processo cirúrgico, a ação do medicamento se inicia em alguns dias.
Medicamentos de uso tópico
Possuem tempo de início bastante variado, dependendo muito da tecnologia empregada na 
composição da base, e das propriedades físico-químicas do medicamento, incapaz de precisar 
esta informação.
Apesar de não poder transformar esses dados em números, pois cada princípio ativo e 
30
forma farmacêutica geram uma combinação única de fatores que determinam estas condições 
biofarmacêuticas, pode-se ter uma ideia de suas características após a administração.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
31
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer parte da História da profissão farmacêutica;
• estar em contato com as principais formas farmacêuticas;
• despertar para um universo promissor como a Farmacotécnica;
• refletir sobre possibilidade de avanços tecnológicos para os medicamentos.
• estudar as formas farmacêuticas;
PARA RESUMIR
ASHFORD, M. Introdução à biofarmácia. In: AULTON, Michael E. Delineamento de formas 
farmacêuticas. Artmed, 2008.
AULTON, Michael; TAYLOR, Kevin. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 4a. edição. 
Rio de Janeiro: Editora Artmed, 2016.
BARBOSA, Browdo Marins et al. XXXX) Análise bibliográfica de artigos sobre alquimia. 
Ciências Farmacêuticas. Vol.1. Número 1, Jan.-Mar./2003. http://saudeemmovimento.
com.br/revista/artigos/cienciasfarmaceuticas/v1n1a3.pdf
CABRAL, Célia; PITA, João Rui. Sinopse da História da Farmácia. Cronologia. Coimbra 
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20, 
2015. http://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/folhetos-
dasexposicoes/folhetosinopse_pt.pdf
DE MORAES, Wesley Aragão. O arsenal terapêutico do médico nas fórmulas magistrais–
recursos da Mata Atlântica. Arte Méd. Ampl. Ano XXX, n.2, inverno/2010.
DEL CORRAL, Diez; SANTOS, Florentina. Do boticário ao farmacêutico: o ensino de farmá-
cia na Bahia de 1815 a 1949. EDUFBA, 2009.
DIAS, J.P.S. A farmácia e a história: uma introdução à história da farmácia, da farmacolo-
gia e da terapêutica. Lisboa: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2005. Lis-
boa, 2005. http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf
FERRAZ, H. G. Formas farmacêuticas sólidas: comprimidos e comprimidos revesti-
dos. Brazil: Farm/USP Fac Ciênc, p. 1-9, 2007. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/3500709/mod_resource/content/0/Comprimidos%20e%20comprimidos%20reves-
tidos.pdf
FREITAS, Ronilson Ferreira et al. Administração de medicamentos por via parenteral: 
Uma revisão. Conexão Ciência (Online), v. 11, n. 1, p. 153-158, 2016.
GALLETTO, RICARDO. História da Farmácia: do surgimento da espécie humana ao fim da 
Antiguidade Clássica. REVISTA UNINGÁ, v. 10, n. 1, 2006. http://revista.uninga.br/index.
php/uninga/article/view/515
HINDS, William C. Aerosol technology: properties, behavior, and measurement of airbor-
ne particles. John Wiley & Sons, 1999.
ITO, Patrícia do Carmo Pereira; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Diferenças individuais: tem-
peramento e personalidade; importância da teoria. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 
19, n. 1, p. 91-100, 2002. http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v19n1/a08.pdf
LIMA, Tania Andrade. Humores e odores: ordem corporal e ordem social no Rio de Ja-
neiro, século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 2, n. 3, p. 44-94, 1996. http://
www.scielo.br/pdf/hcsm/v2n3/a04v2n3.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATANZAS, CUBA - MAY 10: Old French Colonial pharmacy, known as Botica La Francesa, 
was founded by Dr Ernesto Triolet in 1882 and stands unchanged today in the city of 
Matanzas, Cuba. May 10, 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Formulário Nacional da Farmacopéia Brasileira.2012. 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_se-
tembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741
PEZZINI, B.R.; SILVA, M.A.S.; FERRAZ, H.G. Formas farmacêuticas sólidas orais de libera-
ção prolongada: sistemas monolíticos e multiparticulados. Rev. Bras. Cienc. Farm., São 
Paulo, v. 43, n. 4, p. 491-502, Dez/2007.
PITA, J.R. História da farmácia. 2 ed. Coimbra: Minerva, 2000.
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Micro-implante libera medicamentos no organismo 
durante um ano. 28/02/2008. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/
noticias/noticia.php?artigo=micro-implante-libera-medicamentos-no-organismo-duran-
te-um-ano. Capturado em 04/02/2020.
UNIDADE 2
Introdução à farmacotécnica
Olá! Você está na unidade Introdução à Farmacotécnica. Conheça aqui os conteúdos de 
Excipientes Farmacêuticos e Cálculos Farmacêuticos. Serão trabalhados os conceitos, 
aplicação e importância desses conteúdos para a sua atuação. Aprenda as categorias, 
características, funções, classificações e mais.
Bons estudos!
Introdução
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1 EXCIPIENTE
 Excipiente pode ser definido por qualquer substância que tenha sua segurança comprovada 
e pode ser integrado na forma farmacêutica com finalidades variadas, tais como:
• Contribuir na preparação;
• Melhorar a estabilidade do produto;
• Facilitar a disponibilidade do ativo no organismo;
• Assegurar a aceitabilidade do paciente;
• Aprimorar a segurança e a efetividade.
Figura 1 - Figura 1: Excipientes 
Fonte: DAMASENO, Eurislene M. A., 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um infográfico em que temos um círculo central que está escrito 
“Excipientes” e três quadrados ao redor desse círculo em que estão escritos: “Facilitar a administração 
dos princípios ativos”, “Assegurar a estabilidade” e “Melhorar a eficácia do princípio ativo”.
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Ao logo dos anos, o conceito de excipiente vem sendo modificado. Já é sabido que o aspecto 
da forma farmacêutica indica diferentes variáveis no processo produtivo, da interação entre 
os excipientes e do efeito que estes podem apresentar sobre o princípio ativo. Os excipientes 
são considerados, constituintes essenciais, que atuam como facilitadores na administração, 
assegurando o efeito do medicamento e da segurança (DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 
2019).
 A International Pharmaceutical Excipients Council (IPEC) define:
Excipientes farmacêuticos como substâncias integradas em um sistema de liberação 
de fármacos que contribuem no processo de manufatura e/ou melhora a estabilidade, 
biodisponibilidade e/ou maior aceitação pelo paciente, ou garante a segurança e efeito 
terapêutico do fármaco durante o estoque e uso.
Em relação ao volume da forma farmacêutica, os excipientes representam a maior parte, 
quando comparados com a concentração do ativo. Esses valores variam de 1% a 99% da 
formulação.
1.1 Categorias dos Excipientes
Categoria um
São excipientes já aprovados que são originados da indústria alimentícia ou usados há muito 
tempo.
Categoria Dois
São excipientes obtidos por alteração estrutural de um excipiente já aprovado.
Categoria Três
São compostos que estão sendo descobertos e poderão, futuramente, serem utilizados em 
novas formulações. 
1.2 Características dos Excipientes
• Toxicologicamente inativo.
• Inerte frente ao fármaco.
• Comportável com outros ingredientes da formulação.
• Incolor e insípido.
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• Alta fluidez e capacidade de escoamento.
• Boa capacidade de sofrer compressão.
• Custos adequados.
• Facilidade no armazenamento.
• Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
• Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
• Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
• Fácil armazenamento.
• Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
• Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
• Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
• Fácil de ser armazenado.
• Características reprodutíveis lote-a-lote.
• Consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
1.3 Funções dos Excipientes
Os excipientes possuem as funções de: antioxidantes, quelantes, conservantes, desintegrantes, 
plastificantes, modificadores e apresentam influência na preparação de emulsões, géis, sólidos, 
emulsificantes.
1.4 Classificações dos Excipientes
Existem aproximadamente 1300 excipientes usados pela Indústria Farmacêutica (MONTEIRO, 
2013). Estes são responsáveis por estabilizarem os medicamentos, impedirem o crescimento 
de microrganismos, além de torná-los mais atrativos, melhorando a adesão ao tratamento 
pelo paciente. Os mesmos podem ser classificados em: diluentes, desintegrantes, aglutinantes, 
lubrificantes, conservantes, aromatizantes, corantes, adoçantes, emulsificantes, solventes, 
espessantes, estabilizantes, antioxidantes, tensoativos.
Além disso, os excipientes podem apresentar funções e estruturas moleculares distintas: 
que podem ser estruturas simples ou moléculas complexas, de elevado peso moleculares. Vale 
ressaltar que a escolha dos excipientes deve ser levada em consideração, de forma a garantir 
o melhor desempenho da formulação, melhores características de manufatura e, ao mesmo 
40
tempo, que apresente um custo acessível.
• Definições dos Tipos de Excipentes
Conservantes
Tem a função de impedir o crescimento microbiano.
Exemplo: Ácido benzoico e derivados, parabenos (Nipagim e Nipazol)
Diluentes
São adicionados na formulação de comprimidos e cápsulas.
Exemplo: Celulose, lactose e amido.
Desintegrantes
Tem a capacidade de romper a massa compactada em pequenas partículas e afim de garantir 
que o fármaco fique em condições de dissolver-se.
Exemplo: Amido, celulose microcristalina glicolato sódico de amido, crospovidona etc.
Aglutinantes
Substâncias usadas para provocar a agregação das partículas do pó nos grânulos destinados 
a compressão.
Exemplo: Goma arábica, metilcelulose etc.
Lubrificantes
Evita que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados em alguma das máquinas 
quando são fabricados.
Exemplo: Estearato de cálcio; Estearato de magnésio; Óleo mineral; Acido esteárico; Estearato 
de zinco.
Aromatizantes
Usado para do cheiro a formulação.
Exemplo: Óleo de anis; Óleo de canela; Coco; Mentol; Óleo de laranja; Óleo de hortelã; 
Baunilha.
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Corantes
Confere cor às preparações.
Exemplo: Oxido férrico; Caramelo; Vermelho.
Adoçantes
Confere sabor adocicado a preparação.
Exemplo: Sorbitol; Manitol; Sacarose;Sacarina sódica.
Solventes
Utilizado para dissolver substâncias.
Exemplo: Água, álcool e glicerina.
Agentes Suspensores
Aumenta a viscosidade da fase externa de uma suspensão.
Exemplo: Goma xantana.
Tensoativo
Trata-se de uma substância que se adsorve nas superfícies ou interfaces para reduzir a tensão 
superficial ou interfacial.
Exemplo: Nonoxinol 10; Octoxinol 9; Polissorbato 80; Lauril sulfato de sódio; Monopalmitato 
de sorbitanol.
Antioxidantes
Evita que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo.
Exemplo: Alfa-tocoferol, bissulfito de sódio, ácido ascórbico, EDTA dissódico.
Agentes molhantes
Tem função de diminuir a tensão superficial na interface.
Exemplo: Lauril sulfato de sódio, LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens®).
42
Agentes temponantes
Tem função de resistência contra variações de ph.
Exemplo: Tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato.
Agentes de revestimento
São usados no revestimento e tem a função de proteger o fármaco contra decomposição pelo 
oxigênio atmosférico e umidade.
Exemplo: Derivados da celulose (metil ou etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, acetato de 
celulose)
Fonte: Adaptado de DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 2019.
Diluentes
São os adjuvantes adicionados em maior proporção a formulação de comprimidos e cápsulas 
cuja função é:
• Conferir volume adequado;
• Propriedade de fluxo;
• Características de compressão.
 Ex: Lactose; caulim; manitol; Sorbitol; amido.Atributos de um bom diluente
• Não tóxicos;
• Inerte;
• Estavél;
• Ausência de contaminação microbiológica;
• Baixo custo;
• Disponível comercialmente;
• Compatível com o corante;
• Não apresentar efeito sobre a biodisponibilidade do fármaco. 
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Exemplo de um bom diluente
• Lactose 
• Características desejáveis: 
• Sabor agradável.
• Dissolve-se em água.
• Não é higroscópica.
• Baixa reatividade.
• Boa compatibilidade.
• Baixo custo.
Aglutinantes
São substâncias usadas para promover a agregação das partículas do pó nos grânulos 
destinados a compressão. São divididos em granulação a seco e granulação úmida. 
Desintegrantes
Os desintegrantes asseguram que o comprimido, quando em contato com um líquido, 
desintegre-se em fragmentos menores, os quais promovem uma rápida dissolução do fármaco.
Os desintegrantes podem atuar por três processos:
1- Inchando (amido, celulose e pectina);
2- Desenvolvendo (lactose e Glicose);
3- Liberando Gás (carbonatos, bicarbonatos, peroxidos, misturas efervescentes).
Lubrificantes 
Os lubrificantes evitam que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados quando 
são fabricados, melhorando as propriedades de fluxo das misturas de pós e facilitando o seu 
escoamento.
OBS: Para evitar esses feitos deletérios utilização de substâncias mais hidrofílicas 
conjuntamente ou como alternativa aos lubrificantes hidrofóbicos.
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Lubrificantes Líquidos (Parafina líquida)
A sua incorporação na massa deve ser feita em solução orgânica (dissolvida no éter).
Lubrificantes interfaciais (forma sólida)
• Ácido esteárico apresenta baixas concentrações e, normalmente, são os mais eficientes.
• Estearatos
Mg2+ – mais empregado devido as suas propriedades lubrificantes superiores.
Zn2+ – aportam grande lipofilia (< 1%)
Exemplo de substâncias hidrofílicas
Agentes tensoativos
Lauril sulfato de sódio – em algumas preparações, pode funcionar como molhante, lubrificante, 
detergente, solubilizante;
Magrogóis ou PEG 4.000 a 60.000 (na forma sólida);
OBS: Uma combinação das substâncias hidrofílicas e hidrofóbicas também pode ser usada.
Agentes molhantes
Tem o objetivo de diminuir a tensão superficial na interface solido/líquido. Exemplo: Lauril 
sulfato de sódio (LSS) e docusato sódico.
Deslizantes
Tem a finalidade de melhorar as propriedades de fluxo das misturas de pó.
Exemplo:
Estearato de magnésio
Estearato de zinco
Talco – 1 a 2%
Dióxido de Silício Coloidal (Aerosil 200®) (emprego mais amplo hoje) – cerca de 0,2% – reduz 
a fricção interparticular (partículas muito pequenas).
45
Estearato de Magnésio – concentrações menores que 1%.
Agentes suspensores
Tem por finalidade aumentar a viscosidade e reduzir a velocidade de sedimentação de 
partículas em veículo no qual não são solúveis.
Papel da Viscosidade em uma Formulação farmacêutica 
• Apresenta Tempo de contato maior;
• Aumenta a viscosidade;
• Sabor de preparações orais melhorado;
• Permite a tomada correta da dose.
Exemplos:
Derivados Semi-sintéticos da celulose:
Metilcelulose.
Carboximetilcelulose Sódica (Carmelose Sódica ou CMC-Na).
Hidroxipropilcelulose.
Hidroxipropilmetilcelulose.
Polímeros Sintéticos:
Carbômero.
 Poloxamer.
Povidona.
Polímeros Naturais:
Goma acácia ou arábica.
Goma Adragante.
Goma Xantana.
Alginato de sódio.
46
Coloides de associação: bentonita, veegum, dióxido de silício coloidal e celulose microcristalina.
Agentes espessastes
São usados para melhorar a consistência ou dureza de uma preparação.
Exemplos: vaselina, parafina e álcool cetílico.
Agentes Emulsificantes
São substâncias adicionadas às emulsões para aumentar a sua estabilidade cinética, tornando-
as razoavelmente estáveis e homogêneas.
Polissacarídeos, semissintéticos, substâncias contendo esteróis (ex.: cera de abelha, lanolina 
e álcoois de lanolina).
Corantes
 São empregados como a finalidade de melhorar a aceitação do medicamento pelo paciente.
Exemplos: Corantes, pigmentos e opacificantes.
Educorantes
Substâncias que conferem o sabor doce aos nutrientes e possui boa a aceitação do paciente. 
Exemplos Sacarose, manitol, lactose, entre outros.
Flavorizantes
Substância utilizada para conferir sabor e odor agradáveis às formulações farmacêuticas e 
cosméticas.
Sabores primários
Azedo, salgado, doce e amargo.
Antioxidades
em a função de evitar que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo. Há alguns 
compostos que oxidam com facilidade (removedores de oxigênio) Ex: sulfitos, ácido ascórbico, 
monotioglicerol.
Exemplo de agentes redutores: ácido ascórbico, tiossulfato de sódio.
47
Conservantes
Substância usada para prevenção de crescimento e desenvolvimento de microrganismos 
(Fungos e bactérias).
Exemplos de conservantes:
Ácido benzoico
Benzoato de sódio
Butilparabeno
Metilparabeno (Nipagin®)
Propilparabeno ( Nipasol®)
Etilparabeno,
Propionato de sódio
Quando não é necessário fazer o uso do conservante?
Quando não há presença de água.
Para evitar a Contaminação.
Ausência de nutrientes.
O pH do meio é acido ou alcalino.
Agentes Temponantes
São substâncias utilizadas para fornecer as formulações, resistência.
48
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.5 Recomendações Para Aumentar a Segurança no Uso dos Excipientes
Segundo Senna et al. (2014), são utilizados os recursos citados abaixo para a segurar a 
segurança dos princípios ativos:
• Não utilizar os excipientes de risco em medicamentos destinados a grupos suscetíveis.
• Utilizar outro medicamento que não contenha o excipiente.
• Adicionar alerta nas bulas e/ou rótulos.
• Avaliação e/ou intervenção do farmacêutico.
• Formulações alternativas do produto sem o excipiente ou com outros excipientes mais 
seguros.
• Mudar via de administração.
• Não exceder quantidade diária máxima estabelecida.
• Pré-medicação com corticosteroides e anti-histamínicos.
• Precaução no uso por meio da monitorização.
• Controlar níveis do excipiente nas formulações.
• Diminuir a concentração da forma oral, diluindo antes de administrar.
• Diminuir a taxa de infusão.
• Diluir adequadamente a forma intravenosa.
• Educar profissionais sobre os efeitos dos excipientes.
49
2 CÁLCULOS FARMACÊUTICOS
Praticamente todas as operações farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Os 
mais comuns são: Regra de três – empregados em cálculos de diluição –, fator de correção 
ou equivalência, conversão em unidades, entre outros. É de extrema importância conhecer e 
entender esses cálculos, pois são essenciais para produzir uma fórmula eficaz e segura.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Aplicações dos Cálculos Farmacêuticos
• As aplicações dos cálculos farmacêuticos se dão nos/nas:
• Regimes de dosagem.
• Taxas de administração de medicamentos.
• Taxas de metabolismo e excreção.
• Formulações farmacêuticas.
• Prescrições.
FIQUE DE OLHO
É importante utilizar corretamente os excipientes, disponíveis para manipular cada 
receita, pois determinados excipientes podem ser farmacologicamente incompatíveis 
com certos princípios ativos. Deve-se atentar ao tipo, quantidade e qualidade da 
substância inerte a ser utilizada no procedimento. Assim, é necessário estabelecer 
critério sobre a utilização de excipientes. 
50
2.2 Conversão de Unidades e Medidas (peso)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela com conversão de medidas para peso. Nas linhas 
estão grama, miligrama, micrograma e nanograma. 
Conversão de Unidades e Medidas (utensílios)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de volume. 
Nas linhas estão o mililitro e microlitro.
Conversão de Unidades e Medidas (volume)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de utensílios. 
Nas linhas estão colher de café, colher de sobremesa, colher de sopa e 20 gotas.
2.3 Equivalências
1 kg – 1000 g;
1 g – 1000 mg;
51
1 mg – 1000 mcg;
1 mg – 0,001 g;
1 g – 0,001 kg;
1 L – 1000 mL;
1 mL – 0,00 1L;
1 mL = 1 cm3.
Medidas de Volume
O volumepode ser medido, por exemplo, em Pipetas, Micropipetas, Bureta.
Pesagem
Geralmente utiliza-se Balança:
Analíticas (0,0001 g);
Semi-analíticas (0,01g);
Granatária (0,1 g);
Roberval (acima 10 g).
2.4 Porcentagem
É muito utilizado para demonstrar concentrações em formulações farmacêuticas.
% - 1 parte em 100 mL ou g de material.
Porcentagem (p/V) – número de gramas em 100mL de solução.
Porcentagem (V/V) – número de mL Porcetagem.
(p/p) - número de gramas.
Exemplo:
Se 5,0 ml de uma solução aquosa de paracetamol 20% p/v foi diluída a 1 0 ml, qual será a % 
de paracetamol?
Resposta:
52
0X = 5 . 20
10X = 100
X= 100/10= 10 %
A resposta será 10.
2.5 Regra de Três (Razão e Proporção)
Baseado na razão e proporção,
Exemplo:
Em uma solução de Cloreto de sódio tem 20 g em 100 mL, quantos gramas de Cloreto de 
sódio eu precisaria para preparar 20 mL de uma solução?
20 g____100 ml
X_____20 ml
20 X 20 ÷ por 100 =4
20 vezes 20 Dividido por 100 =4
2.6 Razão de Concentração
Relação entre o soluto e a preparação total.
15%
15:100
Exemplo: Calcule a quantidade necessária de biotina para cada um dos componentes para se 
preparar a formulação.
Biotina _________________10 % p/v
Metilparabeno (Nipagin®)____0,1 % p/ v
Água destilada_____________5 ml v/ v
Álcool metro qsp ___________50 ml
53
Resposta
Biotina 
-----
 100x = 50 x 10
100x= 500
X= = 0,5 ml
Metilparabeno (Nipagin®)
-----
100x= 50 x 0,1
100X= 5
X= = 0,05 ml
Sendo assim: 0,05 + 0,5 + 5,00= 5,55
50,00 - 5,55 = 44,45 ml qsp
2.7 Concentração x Volume
Consiste na relação entre a massa do soluto (m1) e o volume de uma solução (v).
Fórmula:
 C1 x V1 = C2 X V2
C1= concentração antes da diluição (solução estoque)
V1= volume antes da diluição
C2= concentração após a diluição (nova solução)
V2= volume após a diluição
Exemplo:
Deseja-se preparar 50 mL de uma solução a 0,007 % (p/v). Se a farmácia só dispõe da matéria 
54
de partida em uma solução estoque de concentração de 1 %, quanto se deveria utilizar da solução 
estoque?
C1V1=C2V2
50 mL x 0,007 = V2 x 1 V2 = 0,35 mL
Solução Estoque
É usada para preparar soluções com concentrações menores que a concentração de origem.
2.8 Densidade
É a relação de massa (g) sobre volume (mL).
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela com a densidade da água e do óleo.
Fórmula para calcular a densidade:
d= densidade
m= massa
v= Volume
Exemplo: Considerando que a densidade de uma substância é 0,8765 g/mL qual a massa em 
1.500 ml?
D= 0,8765
 V=1500
m= ?
0,87650= w/1500
55
m= 1,314 g
Densidade Aparente
Representa ao volume ocupado pelo sólido, sem a inserção das porosidades (espaços entre 
os grânulos sólidos).
Fórmula para calcular a densidade :
Obs: A medição do volume aparente é realizada com auxílio de uma proveta graduada.
2.9 Cálculo Do Fator de Correção (FCR)
Essa fórmula é utilizada para corrigir a diluição de uma substância. Para calcular o fator de 
correção, divide 100 pelo teor da substância ou elemento.
Exemplo : Betacaroteno ...................10 mg/cápsula
Betacaroteno 11% qual o fator de correção
100 dividido por 11: 9,09
10 mg x 9,09: 90,9 de Betacaroteno por cápsula
Cálculo do Fator de Correção (Fcr) De Umidade
A correção da umidade é calculada a partir do teor de umidade.
Exemplo: Metotrexato 8% de umidade.
Qual o fator de correção?
Sendo assim, essa matéria-prima só é Metotrexato em 92% dela.
FC= 100% dividido por 92% = 1,08.
56
2.10 Fator de Equivalência (FEq)
É o cálculo usado para conversão da massa do sal ou éster para a do fármaco ativo.
Matéria-prima disponível na forma de base hidratada.
Exemplos: Sulfato de Salbutamol: fazer a conversão para Salbutamol.
Fórmula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3) 2.H2 SO4
 1) Grama do sal (sulfato de salbutamol): 288,35 g.
Grama da base (salbutamol): 239,31 g.
Fórmula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3
Peso Molecular do Salbutamol: 239,31 g
grama da base: 239,31
Cálculo:
FEq =do sulfato de Salbutamol para Salbutamol é 1,20
2) grama do sal (cloridrato de ranitidina): 350,87 g
grama da base (ranitidina): 314,41 g
350,87 ÷ 314,41=1,11
FIQUE DE OLHO
É importante utilizar corretamente os cálculos farmacêuticos, pois todas as operações 
farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Fique ligado!!!
ANSEL, H. C.; STOKLOSA, M. J. Cálculos Farmacêuticos. 12. ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
57
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais cálculos farmacêuticos;
• calcular percentagens;
• realizar regras de três;
• realizar fator de correção;
• identificar os cálculos farmacêuticos;
• identificar os excipientes.
PARA RESUMIR
ARAÚJO, A. C. F., & BORIN, M. F. Influência de excipientes farmacêuticos em reações 
adversas a medicamentos. Brasília Med, 49(4), 267-78., 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 87 de 
21 de novembro de 2008. Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e 
Oficinais para Uso Humano. Diário Oficial da União, 24 nov 2008. p. 58-9.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 1, 
São Paulo, mai., 2011
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 2, 
São Paulo, mai., 2011.
DO NASCIMENTO, Jaqueline Freitas; SANTANA, Evanilza Aristides; JÚNIOR, Antonio Carlos 
Souza Silva. Descrição de excipientes presentes em medicamentos antimicrobianos de 
diferentes marcas comerciais. Revista Arquivos Científicos (IMMES), v. 2, n. 1, p. 04-11, 
2019
FERREIRA, O. Guia Prático de Farmácia Magistral.In:______. Excipientes e Adjuvantes 
Farmacêuticos. v.1.3.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008. p.43-140
MACHADO, T. C., da Silveira, R. L., Laporta, L. V., & dos Santos, M. R. (2016). Influência de 
excipientes na manipulação de cápsulas de furosemida. Disciplinarum Scientia| Saúde, 
13(1), 27-39.
MONTEIRO, A.S.C. Segurança dos excipientes utilizados nos medicamentos genéricos 
numa população pediátrica. 176 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) 
-Universidade da beira interior, 2013.
RAMOS, G; MORAIS, D.C.M. Revisão de literatura sobre excipientes em farmácia de 
manipulação. Foco. v.4, n.5, p.11-26, 201.
ROWE, R.C; SHESKEY, P.J; OWEN, S.C. Handbook of pharmaceutical excipientes. 5ª ed 
–american pharmacists association, 2006 945 f
SOUZA, R. M. L. Desenvolvimento de comprimidos de mebetazol e avaliação 
comparativas com dois genéricos disponíveis no mercado Recife: Revista ciências 
farmacêuticas básicas e aplicada. V. 27, n.2, p.139-144, 2006.
SENA, L. C. S., DOS SANTOS, J. L. A., ANDRADE, P. H. S., BRITO, G. D. C., LIRA, A. A. M., 
& LOBO, I. M. F. (2014). Excipientes farmacêuticos e seu risco à saúde: uma revisão da 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
literatura. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 5(4)
THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 3. ed., 
Porto Alegre: Artmed, 2013.
VILLANOVA, J. C. O. & Sá, V. R. Excipientes: guia prático para padronização, Pharmabooks, 
São Paulo (2009).
VILLANOVA, Janaina CO; ORÉFICE, Rodrigo L.; CUNHA, Armando S. Aplicações 
farmacêuticas de polímeros. Polímeros, v. 20, n. 1, p. 51-64, 2010.
UNIDADE 3
Produção e qualidade
Introdução
Você está na unidade Produção e Qualidade. Conheça aqui a principal variável que 
pode influenciar na geração de desvios de qualidade: erros de cálculos nas formulações, 
adulterando as concentrações de ativos e demais componentes do medicamento.
Para esta compreensão, convido você para se familiarizar com as Boas Práticas de 
Manipulação e, desta forma, manter o processo de fabricação dentro de parâmetros que 
não comprometam a sua produção.
63
1 CÁLCULOS EM FARMACOTÉCNICA II
Entende-se por cálculos em Farmacotécnica todas as atividades matemáticas, com relação à 
dose e à proporcionalidade de componentes de uma formulação, que viabilizem a execução da 
preparação destemedicamento.
Por se tratar da segunda parte frente a este assunto, trataremos aqui sobre as aplicações 
destes cálculos em sua vida cotidiana profissional, abordando temas, como:
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
• Diluições de ativos (erros em medidas menores);
• Formulações e doses em medicamentos injetáveis;
• Densidade em supositórios;
• Duplicação de formulações em cápsulas.
Então, vamos a alguns exemplos?
1.1 Erros de Empuxo
Os erros de empuxo estão relacionados em quanto de desvio teremos de relação em menores 
medidas em balanças analíticas eletrônicas. Esta é uma preocupação existente, principalmente, 
para a manipulação de hormônios, pois as dosagens usuais se encontram na ordem de 
microgramas.
64
Veja no gráfico abaixo que, para que não tenhamos interferência da massa específica (razão 
de massa e volume, como a densidade) no erro da medida, espera-se uma densidade entre 9,0 g/
cm3 e 10,0 g/cm3. Essa massa específica está associada a materiais metálicos. Para substâncias 
químicas ativas, cuja densidade geralmente está em torno de 2,0 g/cm3, sempre estaremos 
errando para menos, ou seja, se pesarmos 5 g da substância, certamente, teremos menos massa 
do que esta, pois haverá a ação do erro de empuxo.
Figura 1 - Gráfico 1: Erro de empuxo vs. massa específica da amostra 
Fonte: IPT - Instituto de pesquisa Tecnológica
#ParaCegoVer: O gráfico mostra o aumento considerável do empuxo vs massa específica da 
amostra que vai de - 0,6% a 0,0% do erro devido ao empuxo e de quase a 20 g/cm3 de massa específica.
Para os ativos empregados com dosagens usuais na ordem de microgramas, recomenda-se 
um processo de diluição, em que utilizaremos um fator de correção para que possamos usar a 
dosagem o mais próximo da indicada na prescrição. Por exemplo:
FIQUE DE OLHO
Sabendo que pequenas massas causam grandes erros de medidas, devemos sempre 
estar atento ao processo de homogeneização, que pode ser manual (colocando todos 
os pós em um saco plástico e agitando-o com as mãos), ou instrumental (equipamentos 
que possuem a função de pulverizar e homogeneizar). Capriche nesta técnica para não 
ter problemas com dosagens diferentes de medicamentos. Veja como funciona um 
destes equipamentos: https://www.youtube.com/watch?v=AN_j4YFSG98 .
65
considere a Levotiroxina (T4), hormônio empregado para o tratamento de hipotireoidismo 
em uma dosagem média de 75 mcg. Prepare 30 cápsulas.
Seleciona-se o excipiente recomendado, mas a conta é simples:
75 mcg x 30 cápsulas = 2250 mcg no total da formulação
Convertemos para a unidades de gramas, pois é a unidade empregada em uma balança:
1 g ------- 106 mcg
X g ------- 2250 mcg
Logo, executando esta regra de três, concluímos que necessitamos pesar 0,00225 g.
Considere ainda que, o desvio da balança é de +/- 0,0001 g e, neste caso, além de informar 
que já existe um erro de medida na quarta casa decimal, estamos considerando um equipamento 
de primeira linha, geralmente não usada na maioria das farmácias magistrais. Assim, você 
NUNCA conseguiria pesar a quantidade necessária.
Para resolver isso, deve-se, já ao adquirir a matéria-prima, proceder com uma diluição 1:100, 
em que já se homogeneíza o ativo ao abrir a embalagem, com uma matéria inerte, apenas para 
dar volume e sabendo que a massa foi aumentada em 100 vezes, no exemplo descrito, passaria a 
ser necessário pesar 0,2250 g da Levotiroxina, ou seja, com o desvio da balança, não há nenhuma 
influência na medida, já que a quarta casa decimal é zero.
1.2 Produção de Injetáveis em frasco-ampola
Se em seu ambiente profissional é possível produzir formas farmacêuticas injetáveis, 
devemos ter a ciência de que existem duas maneiras de dispensá-las: ampolas e frasco-ampolas. 
O primeiro representa uma embalagem de dose única, pois após aberta, não garante mais a 
estabilidade do medicamento. A segunda é classificada como uma embalagem de dose múltiplas, 
em que o paciente pode fazer uso de parte do conteúdo, mas o restante pode ser guardado de 
forma estável para nova aplicação.
Então, considere que como a tecnologia disponível para sua produção magistral não comporta 
a fabricação de ampolas, logo vai dispensar em frasco-ampolas, atendendo a uma prescrição que 
solicita: fosfato dissódico de dexametasona 4 mg/mL, com posologia descrita como administrar 
6 mg intramuscular, uma vez ao dia, por 4 dias. Vamos calcular como será a ficha de produção?
Bom, devemos partir da concentração da formulação padrão para o medicamento 
industrializado, de 4 mg/mL. Se a cada tomada do medicamento serão administrados 6 mg, 
podemos dizer que serão administrados 1,5 mL.
66
4 mg ------- 1 mL
6 mg ------- x mL Essa regra de três indica um volume de 1,5 mL.
Se o tratamento deve ser realizado por 4 dias, podemos saber que serão preparados 6 mL do 
medicamento.
1 dia ------- 1,5 mL
4 dias ------- x mL O total que deverá ser preparado é de 6 mL.
Como a concentração do medicamento na solução deve ser de 4 mg/mL, deve-se pesar de 
princípio ativo 24 mg para diluir no veículo estéril.
4 mg ------- 1 mL
x mg ------- 6 mL Você deverá pesar 0,0240 g em balança analítica.
Viu como é simples? Como podemos ver, a regra de três é amplamente empregada em 
Farmacotécnica, portanto, se você domina esta metodologia de cálculo, sua vida será muito mais fácil.
1.3 Densidade em Supositórios
Na preparação de supositórios e óvulos, geralmente se supõe que a quantidade do fármaco 
é menor que 100 mg e, assim, o volume ocupado pelo pó é insignificante e não precisa ser 
considerado. Via de regra, toma-se como base o peso de 2 g. Obviamente, se o molde de menos 
de 2 g for usado, o volume do pó precisa ser levado em conta.
Os fatores de densidade das várias bases e fármacos precisam ser conhecidos para determinar 
os pesos corretos dos componentes a serem usados. Com os fatores de densidade da manteiga de 
cacau determinados, se o fator de densidade de uma base não for conhecido, ele será calculado 
simplesmente como a proporção entre o peso absoluto da base e o da manteiga de cacau.
O método de determinação do fator de substituição da dose é calculado da seguinte forma:
f = 100 x (E – G) + 1
 (G) x (X)
Em que:
E = peso da base pura para supositórios
G = peso dos supositórios com X% do fármaco
Vamos exemplificar com uma prescrição de supositório com 250 mg de resorcina (f = 0,71), 
67
usando manteiga de cacau como base. O peso do supositório com manteiga de cacau pura é de 2 
g. Como 250 mg de resorcina precisam ser contidos em um supositório de aproximadamente 2 g, 
ele terá cerca de 12,5% de resorcina. Qual será o peso total de cada supositório?
0,71 = 100 (2 – G) + 1
 (G) x 12,5
8,875 x (G) = 200 – 100 x (G) +1
91,125 x (G) = 201
G = 2,206 g
De posse desta informação, sabemos que não se pode desprezar a quantidade de matéria-
prima na formulação, e que a mesma tem influência na massa total da forma farmacêutica 
escolhida.
1.4 Duplicações de Formulações em Cápsulas
Esse fenômeno acontece quando o volume de um conjunto de pós (ativo e excipiente) possui 
uma densidade aparente maior do que aquelas descritas pelos fabricantes. Densidade aparente é a 
leitura direta e absoluta, em proveta, de qual volume será ocupado por 1 g de uma mistura em pó.
Neste caso, há um acréscimo de mais excipiente para que o pó possa ser acondicionado em um 
outro tamanho de cápsula. Veja abaixo esta relação de tipo de cápsula e o volume acondicionado.
Quadro 1 - Tabela 1: Relação do tipo de cápsula com sua capacidade de armazenamento 
Fonte: ANSEL, 2000.
#ParaCegoVer: Na tabela temos o tipo de cápsula, que vai de 00 a 4, e o volume interno em 
mL de que vai de 0,20 a 0,95.
68
Essa também é uma alternativa para o tratamento de pacientes com problemas de deglutição, 
haja vista que darão preferência a trabalhar com cápsulas menores. Então, vamos a um exemplo:
– Uma formulação de fitoterápicos, com a mistura de trêsespécies diferentes, mas pela sua 
coloração, não comporta a adição de excipiente. Ao se misturar a quantidade de cada componente, 
referente à quantidade total necessária para a formulação (ver os cálculos demonstrados nos 
itens anteriores), e realizar o teste de densidade aparente, certifica-se que o volume é igual a 0,75 
mL. Em que cápsula se deve manipular a formulação?
Se o volume que será ocupado é de 0,75 mL, ficamos tentados a encapsular no tipo 00, porém 
há uma orientação de não adicionar excipiente. Logo, ela não seria uma boa escolha.
Se pensarmos em empregar a cápsula 0, perceberemos que o volume aceito é apenas de 0,68 
mL. Ou seja, menor do que o necessário. Daí em diante, os volumes das cápsulas ficam menor, 
torna ainda pior este cenário, porém, se avaliamos a cápsula 2 (volume de 0,37 mL), percebemos 
que encapsular esta formulação e indicar que o paciente deve “tomar duas cápsulas ao invés 
de uma cápsula” é a melhor opção, haja vista que duas cápsulas tamanho 2 possuem juntas um 
volume de 0,74 mL.
Essa prática é mais comum do que se imagina e serve tanto para pós com densidade aparente 
entre dois tipos de cápsulas, quanto para formulações extremamente volumosas, cujo volume da 
formulação ultrapassa o que comporta a cápsula 00.
2 ALCOOMETRIA
O Anexo A, do Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (2012), contém com 
detalhamento a relevância e a aplicação da alcoometria. Neste mesmo documento, detentor de 
todo o conhecimento farmacotécnico, é explicada a justificativa e os procedimentos para esta 
atividade farmacêutica.
Por se tratar de uma literatura oficial para as mais diferentes atividades e rotinas farmacêuticas, 
consta aqui o que é determinado como padrão brasileiro no segmento farmacêutico no que diz 
respeito ao etanol.
2.1 Análise Descritiva Qualitativa
Alcoometria é a manutenção do grau alcoólico das misturas de água e álcool etílico. Estão 
aqui descritos então, dois dos solventes empregados na farmacotécnica, e podemos afirmar que 
são os mais relevantes para as formas farmacêuticas. Logo, o álcool pode ser descrito como:
69
• Fórmula e massa molecular – C2H6O – 46,07;
• Especificação – contém, no mínimo, 96% (v/v);
• Descrição – líquido límpido, incolor, volátil e de odor característico;
• Características físicas – tem ponto de ebulição de aproximadamente 78 °C; e densidade 
de 0,803 a 0,808;
• Conservação – em recipientes bem fechados;
• Armazenagem – proteger do calor;
• Segurança – tóxico e inflamável.
2.2 Alcôometro Centesimal
Esse instrumento analítico, também chamado por densímetro, é composto de um bulbo de 
vidro, onde em sua extremidade inferior há a presença de uma quantidade de chumbo, chamada 
de lastro. Acima do lastro, há um bulbo flutuador, composto de ar, responsável por determinar a 
densidade por imersão neste líquido testado. E na porção mais alta da vidraria, há uma escala de 
leitura de concentração ou teor alcoólico, de acordo com o quanto se “afunda” o instrumento.
Figura 2 - Figura 1: Alcoômetro medindo a concentração de etanol em cerveja 
Fonte: Luyago, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um alcoômetro medindo a quantidade de etanol numa 
determinada quantidade de cerveja.
Este instrumento possui precisão apenas para misturas hidroalcoólicas, demonstrando a 
concentração de etanol em 100 volumes de uma solução de etanol e água, sendo que, quanto 
menor a concentração de álcool, maior será sua precisão. Existem outros equipamentos 
70
denominados refratômetros, de uso bastante simples, e indicado para qualquer tipo de solução. 
Entretanto, o método e as tabelas de conversão descritos na Farmacopeia Brasileira dizem 
respeito ao alcoômetro centesimal.
Um outro fator que altera a capacidade de precisão desta análise é a temperatura, o 
alcoômetro é calibrado para leituras em 20 ºC (temperatura ambiente). Qualquer alteração nos 
dados de temperatura, deve-se recorrer a uma tabela de conversão, denominada “Força Real dos 
Líquidos Espirituosos, presente no Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira.
Existem duas formas de medidas destas proporções: a Gay-Lussac (°GL = % Volume) e a INPM 
(%P = Porcentagem de Álcool em Peso ou Grau Alcoólico INPM). Na primeira e mais usual, teremos 
a unidade que determina a quantidade de etanol, em mililitros, contida em 100 mililitros de uma 
mistura hidroalcoólica. No INPM, teremos a quantidade em gramas de álcool etílico contida em 
100 gramas de uma mistura hidroalcoólica.
A medida Gay-Lussac é a mais empregada, pois, como durante as análises, a variável temperatura 
está controlada (variável esta que influencia no volume), não haverá interferência nos valores 
medidos. Como no INPM, a relação se dará pela massa de cada componente da solução, e esta 
variável só seria controlada pela pressão, a precisão da medida depende deste controle.
A leitura da tabela alcoométrica, presente na Tabela A.1 do Formulário Nacional da 
Farmacopeia Brasileira, possui na primeira coluna os valores de grau centesimal ou centésimos 
de etanol, em volume (°GL); na segunda coluna, estão os valores da densidade a 15 °C da mistura 
de água e álcool etílico; e, na terceira coluna, estão registrados os títulos ponderais ou centésimos 
de álcool absoluto, em peso.
2.3 Preocupação na Determinação do Grau Alcóolico
Assim como em qualquer procedimento analítico convencional, a alcoometria não está livre 
de condições de preparo do experimento que sejam classificados como interferentes durante a 
quantificação do teor alcoólico na amostra. Por isso, destacamos para você alguns itens em que 
sua atenção deve ser redobrada neste procedimento:
• O álcool deve ser dosado em uma vidraria adequada, em que seja possível verificar o 
volume exato da amostra analisada. Preferencialmente, deve-se usar uma proveta de 
grande volume (acima de 1000 mL).
• A amostra deve estar bem acondicionada, ou seja, espera-se a liberação de todas as 
bolhas possivelmente formadas durante a transferência da solução.
• Sempre utilize o alcoômetro rigorosamente limpo e seco, mas embebido em etanol ante-
riormente para ambientação da vidraria, além de controlar a temperatura.
• Aguarde a posição de equilíbrio, com flutuação livre do alcoômetro, e leia o valor da 
71
graduação na parte inferior do menisco (evita-se o chamado erro de paralaxe), determi-
nando o grau alcoólico contido na amostra.
• Todo e qualquer lote de solução hidroalcoólica deve ser analisado.
Respeitando as orientações anteriores, garante-se de forma quase absoluta que o valor 
determinado durante a análise de alcoometria. Parece que não foi o que aconteceu com o estudo 
de Voss (2015), em que foi observado durante testes físico-químicos, a ausência de valores 
consistentes de concentração alcoólica em decorrência de um erro no processo de produção das 
matrizes homeopáticas, o que inviabilizou inferências quanto à estabilidade físico-química.
3 BOA PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO
A história da profissão farmacêutica teve origem nos alquimistas, com a preparação artesanal 
de medicamentos e “poções”, assim como no setor magistral atualmente, e depois sofrendo as 
padronizações em uma fase industrial. Contudo, nas últimas décadas, a atividade da manipulação 
teve um retorno em seu crescimento, obtendo números expressivos no mercado comercial (ALVES 
et al, 2009). Ao acompanhar este crescimento, as Boas Práticas de Fabricação foram elaboradas em 
1967 nos Estados Unidos, com revisão em 1975 pelos especialistas da Organização Mundial de Saúde.
O setor magistral vem passando por mudanças que indicam o atendimento das diretrizes de 
qualidade relacionadas ao fármaco, à gestão do processo e ao sistema de garantia de qualidade. 
Além disso, o farmacêutico deve desenvolver e atualizar as diretrizes e procedimentos relativos 
aos aspectos operacionais da manipulação (GUIMARÃES et al, 2018).
A Farmacopeia Brasileira, por meio de seu Formulário Nacional, determina as condições 
norteadoras com as quais devem ser estruturadas as Boas Práticasde Manipulação neste 
território, portanto, a partir de agora, esteja pronto para conhecer a forma com a qual se planeja 
a manutenção da qualidade em medicamentos manipulados no Brasil.
3.1 Exigências do Profissional em Boas Práticas de Manipulação
Todos os medicamentos e produtos magistrais estão intrinsicamente envolvidos com o saber 
científico, capacitação e competência técnica do profissional farmacêutico, o que determina 
aprimoramento contínuo em sua formação, tanto em aspectos tecnológicos quanto humanos. 
Sim, humanos! A cada dia é mais exigido do profissional farmacêutico uma contínua interação 
entre farmacêutico, o prescritor e o paciente.
A formação do profissional farmacêutico, já bastante complexa, para atuar com as Boas Práticas 
de Manipulação, deve ser estruturada de forma que fique evidente a avaliação dos processos com 
os quais são gerados os medicamentos: desde as técnicas de preparo, as matérias-primas e demais 
72
componentes, os equipamentos e instrumentos utilizados no preparo e análise dos produtos, 
as condições de acondicionamento dos insumos e produtos, e as regulações no que tange a 
documentação sobre todos os procedimentos, materiais e recursos empregados na preparação dos 
produtos magistrais em todas as suas fases, incluindo aquelas posteriores à dispensação.
Além de todas estas características de formação, existem condições que podemos afirmar 
que contribuem para que a atribuição em Boas Práticas de Manipulação seja mais satisfatória, 
como uma personalidade metódica, organizada e detalhista.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3.2 Garantia de Qualidade
A estrutura da Garantia da Qualidade é dada de forma documental, para que não se torne 
duvidoso um procedimento, assim, por meio do registro das suas atividades, somando-se a rotina 
de produção, faz com que, a qualquer que seja o momento, consiga ser comprovada cada ação 
vinculada ao medicamento manipulado.
Essa Garantia da Qualidade é construída por uma organização gerencial em formato de 
sistema integrado, documentado e rastreável de gestão, assegurando o sucesso terapêutico do 
paciente, resguardando as responsabilidades profissionais do médico e do farmacêutico, bem 
como o atendimento às normas sanitárias vigentes.
Uma série de objetivos estão vinculados à Garantia da Qualidade, como:
a) Assegurar a elaboração de especificações, procedimentos operacionais padrão 
(POP), manual de BPM, ordens de manipulação, metodologia analítica e especificações 
para matérias-primas, produtos e material de embalagem, controle das condições 
ambientais e programas de limpeza dos locais de trabalho, armazenamento e 
73
dispensação dos produtos e insumos, treinamentos de pessoal, auditorias e inspeções, 
calibração, manutenção e verificação de equipamentos e de instrumentos, entre outros 
procedimentos documentados.
b) Garantir o cumprimento das especificações, procedimentos, controles, treinamentos, 
auditorias e demais tarefas listadas anteriormente, e prover seus registros.
c) Zelar pelo gerenciamento dos registros e da documentação envolvida e de seu 
arquivamento.
d) Providenciar o adequado dimensionamento físico e organização de espaços para a 
realização das diversas tarefas e para o armazenamento seguro de substâncias químicas, 
solventes, material de contraprova, reagentes, documentos, entre outros, bem como de 
alocação de equipamentos e pessoal.
e) Prever e fornecer todos os subsídios necessários para garantir segurança e eficácia 
dos produtos obtidos na farmácia e para o atendimento das normas técnicas, fiscais e 
sanitárias vigentes.
As Boas Práticas de Manipulação são aplicadas por meio dos Procedimentos Operacionais 
Padrões (POP), elaborados e atualizados pelo farmacêutico responsável e que devem estar 
presentes no Manual de Boas Práticas de Manipulação.
3.3 O Procedimento Operacional Padrão (POP)
Todo POP deve ser redigido com linguagem clara e direta, descrevendo de forma 
pormenorizada todas as etapas do procedimento a ser executado, incluindo os materiais e 
equipamentos necessários, além de estar posicionado de maneira que sua consulta seja de 
fácil acesso aos operadores. Essa ação será executada por operadores previamente treinados 
e comprovadamente capacitados para o desempenho daquela atividade, pois necessita-se um 
contato prévio com o procedimento, evitando-se falhas no processo. É de extrema relevância que 
se tenha o controle de cópias, das datas de elaboração e modificação do documento, e conter os 
nomes dos responsáveis pela elaboração, revisão e aprovação.
O POP obedece a uma sequência de elaboração, cuja sequência, uma vez obedecida, faz 
com que a estrutura de um procedimento seja criada e, consequentemente, mais facilmente 
executada. Todo o procedimento deve responder às seguintes perguntas:
O que fazer?
Esse é o título do POP e deve ser único, pois cada POP deve ter seu título direto, evitando 
termos ou expressões generalistas.
74
Quando fazer?
Esse item descreve a frequência com a qual tal atividade será executada, e também deve ser 
evitado pronomes indefinidos, portanto, use variáveis de tempo.
Onde fazer?
Esse é o local onde será executado o procedimento, portanto, defina de forma que não 
possibilite interpretações.
Por que fazer?
Essa é a justificativa ou motivo para que o procedimento esteja presente na rotina de trabalho, 
garantindo maior credibilidade da sua necessidade de execução para o processo como um todo.
Quem deve fazer?
Essa questão deve ser respondida empregando o organograma do local ou setor de trabalho, 
e nunca de forma nominal, pois assim se sabe a quem se reportar em caso de falhas no processo.
Como fazer?
Essa é a parte mais relevante do POP e deve ser descrito de forma que não exija nenhuma 
interpretação da informação, ou seja, quanto mais simples for a linguagem empregada, melhor 
para a execução sem erros.
Qual base cientifica para este procedimento?
Essa são suas referências, para que contextualize sua fonte de pesquisa e o motivo de fazer 
algo de determinada maneira.
3.4 Controle de Qualidade
Este é um setor da farmácia com área destinada às atividades de Controle de Qualidade, 
cujas instalações estejam dimensionadas conforme as regulações laboratoriais para determinada 
demanda, e atendam a critérios adequados quanto à organização do espaço físico e equipamentos. 
Por ser o setor que executa as análises, está sempre em atuação conjunta à obtenção do produto 
magistral, a partir da aquisição dos insumos. Assim, nessa área, são analisadas matérias-primas, 
produtos em processamento e produtos acabados.
Atualmente, o Controle de Qualidade é um segmento que se mostra bastante evidente, 
pois interfere muito na estabilidade dos produtos farmacêuticos. As análises de materiais de 
acondicionamento e embalagens devem seguir especificações próprias.
75
Figura 3 - Figura 2: Infográfico de Etapas da Gestão da Qualidade 
Fonte: SANG, Puwadon, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Aqui, temos um infográfico que mostra a qualidade do produto, que vai da 
localização, maquinário, Processo, Sanitário, Manutenção, Pessoas.
Portanto, o Controle de Qualidade é uma atividade de caráter ativo e ético. Ativo, pois não é um 
setor de grande planejamento, em que se criam novas ferramentas de gestão, mas sim executante 
daquilo que já foi pré-determinado em outras instâncias, como a Garantia de Qualidade. Ético pelo 
fato de que este é um setor que tem a condição de “parar” a produção, haja vista que em caso de 
uma amostra reprovada ou em não-conformidade, enquanto não se encontra o fator motivante 
deste desvio de qualidade, não se produz um novo lote, tampouco comercializa-se o que foi 
produzido. Portanto, o Controle de Qualidade é uma base importante para a rotina laboratorial.
3.5 Qualificação e Validação
Ao se adquirir matérias-primas ou outros insumos, é desejável que os seus fornecedores 
sejam qualificados pelos critérios estabelecidos na legislação vigente, que incluem: a comprovação 
da regularidadesanitária do distribuidor; a realização de uma auditoria in loco para verificar o 
cumprimento das Boas Práticas de Fabricação ou de Fracionamento; a correspondência dos resultados 
analíticos obtidos na farmácia com aqueles fornecidos pelo distribuidor ou fabricante; e o histórico de 
fornecimento de matérias-primas e outros insumos aprovados conforme as especificações.
76
Essa aproximação é bastante válida, pois ao permitir essa visita técnica para averiguação 
de sua produção ou fracionamento, o fornecedor demonstra credibilidade e confiança em suas 
atividades, já que não teme pela sua presença em seu ambiente.
As especificações (parâmetros de tolerabilidade determinante para a aprovação de uma 
determinada amostra), de cada material ou insumo, devem ser elaboradas pela farmácia, mas com 
profunda fundamentação nas monografias oficiais, preferencialmente da Farmacopeia Brasileira 
e, na sua falta, das demais farmacopeias reconhecidas pelos órgãos de vigilância sanitária. 
Quando da ausência das informações pelas literaturas anteriormente postas, as especificações 
devem ser elaboradas em conformidade com o fabricante. Para este caso, deve-se estar atento 
para que não sejam alteradas de acordo com a produção, permitindo desvios de qualidade.
A Inspeção de Recebimento, compreendida como uma etapa de qualificação do fornecedor, 
é realizada no momento de entrega de todo material adquirido pela farmácia. O funcionário 
que fará esta inspeção deve estar bastante preparado e deve ser conduzido por um roteiro 
previamente elaborado ou extraído das RDC. Desta forma, fármacos, matérias-primas, materiais 
de acondicionamento e de limpeza, entre outros serão sempre submetidos aos mesmos critérios 
de inspeção de recebimento.
• Resumidamente, podemos dizer que a atenção deve estar voltada para pontos como:
• Integridade da embalagem e do rótulo;
• Condições de transporte adequadas;
• Certificados de análise fornecidos pelo distribuidor ou fabricante (descrição das especifi-
cações, com indicação dos métodos analíticos aplicados e seus respectivos resultados);
• Condições de armazenagem constantes no rótulo;
• Rótulos devem conter os itens obrigatórios, segundo a legislação vigente.
FIQUE DE OLHO
Você sabia que atualmente uma empresa “verde” é mais relevante para o mercado do que 
uma empresa que produza com qualidade? Pois é, o mercado vem se regulando, quase 
automaticamente, para que a qualidade seja algo obrigatório, e não mais um diferencial 
no mercado. Mas conheça as vantagens de ser certificado pela ISO 9001 e diferencie-se 
entre seus concorrentes. Veja https://www.youtube.com/watch?v=lhnO-sAuiUo .
77
3.6 Identificação de Etapas do Processo
Um ambiente de produção precisa de muita organização, portanto, uma ferramenta bastante 
pedagógica e empregada amplamente são as etiquetas de identificação de qual etapa do processo 
está determinada matéria-prima ou formulação. Essas etiquetas, ora apenas se apresentam na 
forma de cores, ora em forma textual, caracterizam a amostra, e acabam por determinar como 
ela pode ser utilizada.
Nas etapas prévias a sua entrada no processo produtivo, em que ainda se está certificando 
a amostra e o fornecedor – ou não foram realizados testes preliminares – é conveniente 
se empregar o rótulo de “quarentena” para indicar que não há liberação para o consumo, 
necessitando aguardar os resultados para tomada de decisão quanto à aprovação do material. 
Para evitar misturas e confusões, recomenda-se inclusive que as matérias-primas em análise ou 
avaliação sejam armazenadas em local próprio e separadas daquelas em uso na farmácia, porém, 
sob condições controladas e adequadas.
Para a obtenção do produto, devem ser conferidas e registradas as pesagens, as tomadas de 
volume, as medições de pH durante o preparo, entre outras.
Todos os ensaios mínimos requeridos para as matérias-primas, produtos acabados e em 
processamento devem obedecer ao descrito na legislação sanitária, tanto na forma de análise 
quanto na frequência, incluindo os ensaios físico-químicos e/ou microbiológicos para matérias-
primas de origem vegetal ou sintética, água de abastecimento e purificada, bases galênicas e pós 
diluídos, entre outros. São também destacados os controles para produtos acabados na forma 
sólida e de baixo índice terapêutico, que têm de atender a requisitos específicos.
Criar ferramentas que ilustrem, por exemplo, formulações com baixo índice terapêutico, é 
bastante válido para a manutenção dos processos, já que evita a perda de um teste de tamanha 
relevância para o paciente que usará este medicamento. Se considerarmos que um adesivo de 
cor padronizada pode influenciar no procedimento de forma a segregar de maneira segura aquele 
produto, teríamos uma otimização do processo sem grande investimento.
Para aqueles produtos que já se encontram em rota de preparo, ter uma identificação, 
geralmente denominada de “passagem”, em que conferem se os cálculos presentes na ordem 
de produção estão de acordo com a prescrição, e se o POP é condizente com as necessidades 
dos ativos presentes na formulação. Assim, a cada formulação deve corresponder uma 
documentação na qual as pesagens estejam registradas e conferidas, a homogeneização tenha 
sido operacionalizada, e qualquer outra etapa tenha sido tomado nota.
78
3.7 Misturas Homogêneas Sólidas
Substâncias em estado sólido, segundo os parâmetros físico-químicos, são aquelas que trazem 
maiores dificuldades para o processo de homogeneização. Isso se deve pelo fato de dispersão 
dificultosa destas estruturas. Pois bem, então como fazer uma homogeneização para sólidos?
Segundo as práticas farmacotécnicas, recomenda-se:
• Dar preferência para pós que possuam granulometria semelhante, ou seja, a capacidade 
de mistura em um excipiente não dependerá da condição gravimétrica de decantação 
de partículas maiores ou menores. Se preciso for, use a tamisação para homogeneizar o 
tamanho do grão primeiramente.
• Misturar o excipiente no(s) ativo(s), de forma crescente e gradativa, garantindo uma boa 
distribuição do medicamento pela forma farmacêutica.
• Em caso de necessidade, utilizar um corante inerte às possíveis interações com as subs-
tâncias que compõem o medicamento, para que seja indicado a correta distribuição e, 
consequentemente, a melhor homogeneização do produto.
• Adotar o princípio da diluição geométrica, fazendo assim, com que se garanta a completa 
dispersão do princípio ativo por toda a formulação ao final do processo.
• Passar pela etapa de tamisação após feita a diluição, pois caracteriza uma propriedade de 
homogeneização associada.
3.8 Inspeções e Auditorias
Existem as chamadas auditorias externas, ou empresas de certificação de qualidade. Mas 
para tanto, envolve-se um custo operacional para validação de todo o processo por parte destes 
grupos.
Na própria Garantia de Qualidade, está prevista a realização de auditorias internas, que 
podem ser periódicas ou não (depende da etapa do processo). Essa obrigatoriedade tem como 
fundamento auxiliar no cumprimento das legislações e regulamentos envolvidos e, assim, 
podemos dizer que os objetivos serão:
• Corrigir falhas de BPM;
• Detectar possíveis erros na manipulação ou no controle de qualidade;
• Revisar os procedimentos com fins preventivos, para evitar a comercialização de produ-
tos que coloquem em risco a saúde pública;
• Ajudar a implantar novos procedimentos ou técnicas;
• Auxiliar na investigação de reclamações de efeitos secundários tóxicos, alterações, adul-
79
terações ou contaminações e aprimorar a qualidade dos medicamentos e assegurar sua 
eficácia e segurança.
Os relatórios das auditorias e inspeções devem ser escritos em linguagem simples e direta, 
apontando os itens não conformes, para que cada não-conformidade registrada no relatório deva 
ser avaliada imediatamente e indicados prazos e responsabilidades pela sua correção.
3.9 Legislações Norteadoras
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),preocupada em garantir a 
qualidade dos medicamentos manipulados, tem um histórico de publicação de Resoluções de 
Diretoria Colegiada (RDC) apenas a partir do ano de 2000. Estas RDC, no entanto, surgem com 
muito rigor e questionamentos sobre esta atividade farmacêutica.
As Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos foram moduladas pelas seguintes RDC:
RDC 33, de 19 de abril de 2000
Regulamentou as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos em farmácias e seus 
Anexos.
RDC 210, de 04 de agosto de 2003
Determinou a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento 
das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de 
Medicamentos.
RDC 354, de 18 de dezembro de 2003
Orientou sobre a manipulação de produtos farmacêuticos, em todas as formas farmacêuticas 
de uso interno, que contenham substâncias de baixo índice terapêutico.
RDC 214, de 12 de dezembro de 2006
Aprovou um novo Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos 
para Uso Humano em farmácias e afins.
RDC 67, de 08 de outubro de 2007
Aprovou o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações 
Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias.
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RDC 87, de 21 de novembro de 2008
Alterou o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias.
RDC 21, de 20 de maio de 2009
Alterou o item 2.7, do Anexo III, da Resolução RDC n 67/2007
Para a gestão da qualidade dos medicamentos manipulados brasileiros, as três últimas 
legislações são aquelas que estão em vigor, porém, a que funciona como legislação determinante 
dos princípios de qualidade é a RDC 67, sendo que as demais apenas a corrigem em parte.
A fiscalização dos processos, condizentes com a RDC 67/2007, deve ser realizada por meio 
de roteiros de inspeção padronizados pela mesma resolução, identificando as possíveis não 
conformidade. Para Alves e colaboradores (2009), uma das grandes vantagens desta legislação 
é a possibilidade de terceirização dos testes de teor de princípio ativo e pureza microbiológica, 
desde que validada a empresa.
Entretanto, Braga (2009) observou que, mesmo englobando grande parte das medidas de 
controle, a RDC 67/2007 ainda não atende todas as ações necessárias para diminuir os riscos 
sanitários envolvidos, como a qualificação de todos os equipamentos envolvidos na manipulação 
que impactam a qualidade dos produtos, mas, ainda assim, é um avanço.
3. 10 Qualidade Controlada?
Mesmo possuindo um número de legislações que fundamentem a área de Controle de 
Qualidade, e imaginando um cenário em que o medicamento é produzido nas condições ideais, 
as pesquisas nesta área geralmente não trazem as mesmas conclusões.
Em estudos com substâncias de baixo índice terapêutico, como a digitoxina, em que a dosagem 
prescrita era de 0,05 mg, verificou-se uma média de concentração de 0,283 mg correspondente a 
565% da dose (YANO; AURICCHIO, 2005). Esse fato comprova que há uma dificuldade na farmácia 
magistral para a diluição e homogeneização dos pós, não detectada no produto finalizado para a 
comercialização.
A RDC 67/2007 determina que a água não deve ser armazenada, e em casos de muita 
necessidade, que isso não aconteça por mais de 24 horas, em condições adequadas, que incluem 
a sanitização dos recipientes a cada troca de água. Alves e colaboradores (2009), no entanto, 
encontraram 16,7% de suas amostras armazenadas por um período maior do que este.
Outro exemplo pode ser apontado pela RDC 214/2006, que determina o preparo de 
medicamentos em hospitais sendo de responsabilidade exclusiva do farmacêutico, realizado em 
81
local apropriado atendendo às exigências das boas práticas de manipulação. Para Costa, Lima 
e Coelho (2009), estudando medicamentos pediátricos preparados em ambiente hospitalar, 
descobriram que em 75,63% das amostras, o veículo indicado na prescrição de soluções orais 
era inadequado; as sobras de medicamentos além de não serem descartados, ainda eram 
armazenados em frasco inadequado; a manipulação nos postos de enfermagem eram feitas em 
locais abertos, sem restrição na circulação de pessoas; geladeira não exclusiva para formulação 
medicamentosas; não havia supervisão do farmacêutico e sem equipamentos de proteção 
individual (máscara, touca, jaleco e luvas).
No estudo de Leal (2017), analisando cápsulas de fluoxetina manipuladas, encontrou 22,22% 
de amostras reprovadas pelo teor de medicamento inferior a 90%, comprometendo a qualidade 
da terapia.
A responsabilidade de análise de todos os componentes de uma formulação medicamentosa 
é de extrema responsabilidade, pois em pesquisa com a água, solvente universal e veículo 
em praticamente todas as composições de formas farmacêuticas, Valentini e Vieira (2017) 
encontraram não conformidades em diversas de suas amostras, totalizando 44% delas com 
alguma especificação fora dos parâmetros tolerados, sendo que o maior destaque ficou para 
pH (85,72% de amostras reprovadas), resíduos por evaporação (28,57% de reprovações) e 
substâncias oxidáveis (42,85% fora das especificações).
Para Farias e colaboradores (2018), inadequações, como: solução de ácido acético 98,2%, 
sendo que no rótulo consta uma solução a 5% (paciente administrou em região de mucosa, 
levando a queimaduras graves e fortes dores); teor de cetoconazol em xarope referente a 
apenas 81,0% do que consta no rótulo; e cápsulas de T4 de 25 μg, com teor de 177,70 μg por 
cápsula (710,96% maior que o valor indicado); ilustram a detecção de desvios de qualidade em 
medicamentos manipulados de diferentes farmácias, decorrentes de erros farmacotécnicos, 
assim como a ausência de controle de qualidade e falta de implementação das BPM nos locais 
por eles amostrados.
Apenas por estes poucos estudos selecionados, você pode perceber que a presença de 
legislação que padronizem as Boas Práticas de Manipulação não basta para que a qualidade do 
medicamento vendido e dispensado à população seja garantida.
82
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
83
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• visualizar a aplicação de conceitos matemáticos à Farmacotécnica;
• ser apresentado ao Alcoômetro;
• perceber a relevância da existência das Boas Práticas de Manipulação;
• estar em contato com as etapas da Gestão da Qualidade em medicamentos;
• refletir que legislações não garantem a qualidade de medicamentos.
PARA RESUMIR
ALVES, A.P. et al. Avaliação das boas práticas de manipulação nas farmácias com 
manipulação de Cuiabá e Várzea Grande, Estado de Mato Grosso. Rev. Bras. Farm, 90.1: 
75-80, 2009.
ANSEL, H.C.; POPOVICH, N.G.; ALLEN JR., L.V. Farmacotécnica – formas farmacêuticas e 
sistema de liberação de fármacos. Ed. Premier: São Paulo. 6ª edição. 2000.
BRAGA, G.K.. Identificação dos riscos sanitários na manipulação de medicamentos 
alopáticos não estéreis em farmácia comunitária e o papel das boas práticas de 
manipulação no controle desses riscos. PhD Thesis. Universidade de São Paulo. 2009.
BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº. 67, de 
08 de outubro de 2007. Dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações 
magistrais e oficinais para uso humano em farmácias.
BRASIL, Ministério da Saúde. Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira. 2012. 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_
setembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741
COSTA, P.Q.; LIMA, J.E.S.; COELHO, H.L.L. Prescrição e preparo de medicamentos sem 
formulação adequada para crianças: um estudo de base hospitalar. Brazilian Journal of 
Pharmaceutical Sciences, 45.1: 57-66, 2009.
FARIAS, F.; YANO, H.; YUDICE, E.; GUILHERME, M.; MARTINS, V.; TRUJILLO, L.; SANTA 
BÁRBARA, M.; MARKMAN, B. E. Detecção de desvios de qualidade nos medicamentos 
manipulados: solução de ácido acético, xarope de cetoconazol e cápsulas de hormônio 
tireoidiano T4. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, v. 6, n. 
3, p.22-27, 31 ago. 2018.
GUIMARÃES, A.C.R. et al. Elaboração e implantação de procedimento de solicitação de 
medicamentos manipulados personalizados. Revista de Administração em Saúde, 18.71. 
2018.
IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológica. ZUCCHINI, R.R. Pesagem em Química Analítica: 
Correção de empuxo. Disponível em: http://www.ipt.br/centro_de_metrologia_em_
quimica/coluna/22-1-pesagem_em_quimica_analitica:_correcao_de_empuxo.htm
LEAL, A.; MELO, F.; GOMES, T.; SANTANA, A.; CUNHA, L.; SAIKI, M. Avaliação preliminar 
da qualidade da fluoxetina comercializada por farmácias de manipulação em Belo 
Horizonte/MG. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, v. 5, n. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1, p. 76-83, 7 mar. 2017.
MANFIO, Joselia Larger; JUNIOR, Liberato Brum. Desafios do desenvolvimento dos 
dossiês de registro de medicamentos fitoterápicos. Arquivos de Ciências da Saúde da 
UNIPAR, 2017, 21.1.
MATOS, Isabella Gonçalves, et al. Padronização do tempo de homogeneização na 
produção de cápsulas magistrais. Scientia Plena, 2019, 15.2.
VALENTINI, S.A.; VIEIRA, L.J. Qualidade físico-química da água purificada das farmácias 
de manipulação da cidade de Campo Mourão. Revista Iniciare, 2.1., 2017.
VOSS, J.P.T. Análise da influência do tempo de armazenamento na estabilidade físico-
química e microbiológica de matrizes homeopáticas de uma farmácia de manipulação 
de Maceió-AL. Dissertação de Mestrado: Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal 
do Alagoas, 2015.
UNIDADE 4
Aspectos da farmacotécnica
Olá! Você está na unidade Aspectos da Farmacotécnica. Conheça aqui os conteúdos 
de fatores relacionados à estabilidade de formulações magistrais, incompatibilidades 
farmacotécnicas e material de embalagem e de acondicionamento. Serão trabalhados 
os conceitos, aplicação e importância desses conteúdos para a sua atuação. Aprenda as 
categorias, as características, as funções, as classificações e mais.
Bons estudos!
Introdução
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1 ASPECTOS RELACIONADOS À ESTABILIDADE DE 
PREPARAÇÕES MAGISTRAIS
As formulações magistrais são processadas para uma administração imediata ou por um 
rápido período de armazenagem. Portanto, os seus prazos de validade são elaborados, utilizando 
critérios distintos aos aplicados aos medicamentos industrializados. Dessa maneira, a mesma 
precisa manter-se estável durante todo este tempo.
Segundo a ANVISA (2006), os prazos de estabilidade das formulações magistrais devem 
ser aproximados ao período de duração do tratamento. Diante disso, o prazo de validade seria 
correspondente ao período de tratamento.
Atribui-se, ao farmacêutico, estipular os prazos de validade de cada formulação magistral, 
adotando critérios científicos e conservadores de modo a garantir que o produto fabricado 
assegure a estabilidade durante todo o período do tratamento.
Durante esse processo, a durabilidade e a eficácia do medicamento podem ser comprometidas 
pela falta de critérios e de técnicas adequadas de preparação. Para o alcance de uma maior 
estabilidade da formulação, o farmacêutico deve fazer o uso de ingredientes de confiabilidade 
e evitar condições que possam ocasionar uma deterioração física ou decomposição química da 
formulação, particularmente quando a mesma for manipulada.
A incompatibilidade diz respeito a aspectos Físico-químicos, como precipitação, concentração-
dependentes e reações ácido-base que geram uma alteração no estado físico ou no equilíbrio 
protonação-desprotonação. Podem ser demostradas por meio da visualização de alterações 
como precipitação, turbidez, alterações na cor ou viscosidade, efervescência ou formação de 
camadas líquidas imiscíveis.
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Figura 1 - Quadro 1: Aspectos Físico-químicos dos Medicamentos 
Fonte: DAMASCENO, Eurislene M. A.,2020
#ParaCegoVer: No quadro, temos todos os aspectos físico-químicos citados no texto.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
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Levando em consideração os aspectos, a incompatibilidade, a segurança e a eficiência 
da farmacoterapia podem ser prejudicadas de maneira adversa pela instabilidade ou 
incompatibilidade que possam ocorrer em uma formulação.
De um modo geral, todos os insumos sofrem alterações com o passar do tempo. Essas 
alterações podem estar relacionadas à ação do ambiente, por exemplo, a luz (através da radiação 
ultravioleta e infravermelha), a umidade, o calor, os microrganismos etc.
O conhecimento do profissional farmacêutico, a cerca de estabilidade, auxilia no 
desenvolvimento de formulações e de insumos adequados, ao oferecerem subvenções para o 
aperfeiçoamento das formulações magistrais, tais como: prazo de validade, monitoramento da 
estabilidade organoléptica, físico-química e microbiológica, oferecendo condições que melhorem 
a eficácia e segurança do produto.
Os ensaios de estabilidade exercem um papel árduo no desenvolvimento de formulações 
farmacêuticas, proporcionando veracidade ao estipular a validade do produto e garantindo a sua 
qualidade nesse espaço de tempo.
1.1 Tipos de Estabilidade
Figura 2 - Quadro 2: Tipos de Estabilidade 
Fonte: DAMASCENO, Eurislene M. A., 2020
#ParaCegoVer: No quadro, há o resumo de todos os tipos de estabilidade que será citado 
adiante no material.
Estabilidade química
Indica as incompatibilidades fármaco-excipiente nas formulações e assegura selecionar as 
condições adequadas de armazenamento e de acondicionamento compatíveis com produto. É o 
aspecto mais importante da estabilidade farmacêutica.
Estabilidade física
Está relacionada aos aspectos físicos do fármaco ou forma farmacêutica, podendo sofrer 
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interferência do material de embalagem devido a sua permeabilidade. São exemplos de 
estabilidade física: aparência, palatabilidade, uniformidade, dissolução e suspendabilidade.
Estabilidade microbiológica
Refere-se à estabilidade da formulação contra a contaminação microbiológica. A conservação 
da formulação contra a contaminação microbiológica pode ser garantida por meio da adoção de 
medidas de Boas Práticas de Fabricação, tais como: minucioso controle ambiental e emprego 
de agentes conservantes, de maneira que os mesmos não ocultem o crescimento microbiano 
provenientes do processo de fabricação e que são nocivos ao paciente.
Estabilidade terapêutica
A estabilidade terapêutica pode ser definida quando o seu efeito terapêutico permanece 
inalterado.
As informações farmacocinéticas e farmacodinâmicas são primordiais para definição da 
indicação terapêutica e posologia.
Estabilidade toxicológica
Está relacionada com a ação nociva de impurezas e produtos de degradação no organismo. 
Normalmente, não ocorre aumento significante da toxicidade do produto.
Mecanismo de degradação química ou estabilidade de fármacos
Os mecanismos de degradação química dos fármacos mais comuns são decorrentes de 
processos de oxidação, de hidrólise, de redução, de fotólise ou de fotodegradação, de racemização 
e de epimerização.
Fatores que afetam a estabilidade de preparações farmacêuticas
PH, temperatura, luz, ar, umidade, força iônica e tamanho de partículas.
pH
É um dos fatores de maior importância na determinação da estabilidade de um produto 
farmacêutico. A degradação de várias drogas, principalmente por hidrólise, está relacionada 
diretamente às concentrações de íons hidroxila e de íons hidrogênio. De modo geral, as reações 
de hidrólise são favorecidas pelo pH de neutro a alcalino, portanto, um ajuste do pH para a faixa 
ácida (por exemplo: entre 5 e 6) aumenta a estabilidade da preparação. O conhecimento do pH 
de máxima estabilidade é importante na farmacotécnica de preparações líquidas. Sempre que 
possível, nestas preparações, deveremos ajustar o pH para o de máxima estabilidade, todavia 
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nem sempre é possível realizar este ajuste devido a problemas de solubilidade, à atividade 
terapêutica ou a requisitos da via de administração não compatíveis com o pH ótimo.
Temperatura
Geralmente, a velocidade da reação de degradação de um fármaco duplica ou triplicapara cada 10 °C de aumento da temperatura. Esse fato faz com que altere a estabilidade de 
um medicamento, por meio do aumento da velocidade de reação específica e a velocidade de 
degradação do fármaco.
Luz
Esses efeitos podem ser reduzidos acondicionando o produto em embalagens fotorresistentes 
(por exemplo: vidro ou plástico PET âmbar, plástico escuro, embalagem de alumínio etc.).
Umidade
A umidade favorece as reações de hidrólise e degradação de um fármaco. Essas reações 
podem ser minimizadas por meio do controle da umidade relativa no ambiente e por meio da 
utilização de dessecantes na embalagem de formulações sólidas e a utilização de veículos não 
aquosos em formulações líquidas.
Exposição ao oxigênio
A exposição ao oxigênio pode levar à degradação por oxidação.
Cristalização
O aumento da temperatura faz com que aumente a solubilidade das formulações, resultando 
na formação de partículas em suspensão com tamanhos diferentes, devido às diferenças de 
temperatura. Geralmente, as partículas menores dissolvem-se mais rápido e a diminuição da 
temperatura resulta em recristalização do fármaco em solução.
Adsorção
Um fármaco pode ser adsorvido por filtros, embalagens, seringas e outros materiais, o 
que pode levar à perda do fármaco disponível prejudicando seu efeito terapêutico. Qualquer 
alteração que ocorra na concentração ou na forma farmacêutica por adsorção alterará sua 
eficácia terapêutica, especialmente em fármacos utilizados em baixas concentrações.
Vaporização
A perda do solvente ou do veículo interfere na concentração do soluto. Esta perda pode levar 
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à precipitação do fármaco, ocasionando uma sobredosagem na administração do medicamento. 
A vaporização do solvente também pode ser ocasionada pela utilização de uma embalagem 
inadequada que permite a evaporação da formulação farmacêutica.
Sinais físicos de estabilidade em formas farmacêuticas
São sinais relacionados à aparência física das formas farmacêuticas, tais como: consistência, 
cor, manchas, turbidez, precipitação, sinais de contaminação etc.
2 INCOMPATIBILIDADE FARMACOTÉCNICA
Compreende por incompatibilidade farmacotécnica efeitos entre dois ou mais componentes 
de uma preparação farmacêutica, com propriedades antagônicas entre si. As incompatibilidades 
podem impedir a dosagem exata do medicamento e influenciar no aspecto de sua formulação, 
prejudicando a sua atividade.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Interações que conduzem a incompatibilidades
• princípios ativos antagônicas;
• princípios ativos e excipientes da formulação;
• coadjuvantes entre si;
• princípios ativos/excipientes com os materiais de embalagem;
• contaminantes das substâncias utilizadas com os princípios ativos/excipientes.
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As incompatibilidades podem se desenvolver de maneiras distintas, decorrendo entre as 
substâncias ativas, as substâncias coadjuvantes (excipientes) da formulação ou entre uma ou 
outra e o material da embalagem ou impurezas.
2.2 Classificação
Incompatibilidades físicas
Caracterizam-se por serem desagradáveis ao paladar e pelo risco potencial de dosificações 
não uniformes. 
Incompatibilidades químicas
Estão relacionadas às transformações (parciais ou totais) ocasionadas por substâncias 
associadas, resultando em compostos secundários, com novas propriedades químicas e, 
consequentemente, novas propriedades farmacodinâmicas.
Incompatibilidades terapêuticas
Denominadas incompatibilidades farmacológicas.
2.3 Tipos de Incompatibilidades Físicas
Solução incompleta:
Ocorre quando duas ou mais substâncias são combinadas e apresentam imiscibilidade ou 
insolubilidade, resultando em um produto não homogêneo.
Geralmente, ocorre quando é prescrito o solvente, veículo errado ou em quantidade 
insuficiente.
Exemplo:
Silicones são imiscíveis em água.
Gomas são insolúveis em álcool.
Resinas são insolúveis em água.
Sendo corrigidos por processos de aquecimento, filtração, troca de veículo, ou solvente.
Precipitação:
Frequentemente, ocorre quando um solvente no qual é insolúvel é adicionado a uma solução 
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ou quando uma substância precipita de uma solução.
Exemplo
Resinas em soluções alcoólicas quando se adiciona água.
Substâncias mucilaginosas e albuminosas em soluções aquosas se precipitam quando se 
adiciona álcool.
Soluções coloidais se precipitam com a adição de eletrólitos.
Substâncias de soluções saturadas podem precipitar com a adição de outra substância.
Separação de líquidos imiscíveis:
Na presença de altas concentrações de sais inorgânicos, ao serem adicionadas soluções 
alcoólicas de compostos orgânicos, as mesmas podem sofrer separação de fases. A adição de 
água separa os óleos dissolvidos em álcool.
 Liquefação de ingrediente sólido:
As formações de misturas eutéticas se liquefazem através da presença de sólidos ou por meio 
da redução do ponto de fusão quando combinadas intrinsicamente.
Exemplo
Ácido acetilsalicílico, mentol, fenol, fenilsalicilato e timol.
O exemplo a seguir mostra a presença de liquefação decorrente à água de cristalização do 
sulfato de sódio. Esta incompatibilidade poderia ser evitada utilizando-se quantidades adequadas 
de sulfato de sódio na forma anidra.
Exemplo
Sulfato de sódio (10 H20)------ 90,0 g
Bicarbonato de sódio ---------------------30,0 g
Cloreto de potássio------------ 15,0 g
Prescrição incorreta da forma farmacêutica:
Acontece quando o profissional prescreve uma forma farmacêutica incorreta para uma 
determinada preparação.
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Exemplo
Alteração organoléptica.
Substância insolúvel no excipiente e no solvente.
2.4 Tipos de Incompatibilidades Químicas
Reação de oxidação:
O processo de oxidação consiste na perda de elétrons de um átomo sendo este, aceito por 
outro átomo, com tal característica a promover a redução do átomo ou molécula recipiente. A 
oxidação de compostos inorgânicos é acompanhada por um aumento da camada de valência 
de um elemento aumentando o número de ligações do mesmo com o oxigênio. Já compostos 
orgânicos, frequentemente, envolvem a perda de hidrogênio.
Para que ocorra a deterioração de um fármaco por oxidação o mesmo necessita ser exposto 
ao oxigênio. O oxigênio existe sob a forma molecular 02, e também sob a forma de di-radical. 
Este di-radical possui dois elétrons desemparelhados, os quais podem iniciar reações em cadeia, 
resultando na quebra de moléculas do fármaco, especialmente se a reação ocorrer na presença de 
catalisadores, como a luz, o calor e alguns íons de metais e peróxidos. Para controlar os processos 
de degradação frequentemente são empregados agentes antioxidantes e sequestrantes.
Vale ressaltar que, ao adicionar uma substância facilmente oxidada em uma formulação, deve-
se monitorar o pH no final da manipulação da fórmula e ajustar no pH se necessário. Também 
é importante separar as substâncias que são facilmente oxidadas daquelas que são facilmente 
reduzidas.
Classes de drogas susceptíveis à oxidação:
• Substâncias Fenólicas
(Por exemplo: adrenalina, noradrenalina), hidroquinona, resorcinol, paracetamol e 
salbutamol.
• Aminas aromáticas
Compostos polinsaturados
(Por exemplo: vitamina A, E), Ácido Retinoico e isotretinoína.
• Fenotiazínicos (tioéteres)
flufenazina.
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• Substâncias esteroidais
corticosteroides.
• Estatinas
lovastatina, pravastatina etc.
• Antidepressivos tricíclicos
imipramina, amitriptilina etc.
• Outras substâncias
Vitamina C, tetraciclina, furosemida e captopril.
Fatores que interferem a velocidade de oxidação:
- Oxigênio;
- Luz;
- Íons de metais pesados;
- Temperatura;
- PH.
Estratégias de prevenção frente à oxidação:
Proteção fármaco (matéria-prima) contra a ação do oxigênio.
Proteção contra luz: utilização de embalagens foto-resistentes, por exemplo, frascos de vidro 
âmbar.
Utilização de agentes sequestrantes na formulação, como os sais de EDTA.
Adição de antioxidantes: BHT, BHA, acetato de tocoferol bissulfito de sódio, tiossulfato de 
sódio e cloridrato de cisteína para sistemas aquosos.
Controleda temperatura de armazenamento: estocar sob refrigeração.
Controle do pH da formulação. A oxidação é frequentemente favorecida pelo pH alcalino.
Reação de redução:
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O processo de redução ocorre quando um átomo ou molécula ganha elétrons. As reações 
de redução têm importância relativamente menor, como fenômenos originadores de 
incompatibilidades.
Exemplo
A prata e mercúrio são formados a partir dos sais correspondentes em presença de agentes 
redutores inorgânicos.
Reações de fotólise ou fotodegradação:
Uma variedade de mecanismos de decomposição pode ocorrer da absorção da energia de 
radiação onde ocorre a absorção da energia de radiação luminosa.
As reações de fotodegradação dependem tanto da intensidade, como do comprimento de 
onda da luz, pois a captação de luz por uma molécula produz sua ativação, portanto, quanto 
maior a intensidade e o comprimento de onda da luz, maior serão a velocidade e o grau de 
fotodegradação. Uma variedade de fármacos é sensível à luz, ocasionando a degradação fotolítica.
Exemplo
Amfotericina B, furosemida, vitamina A, ácido fólico, entre outros.
Reação de hidrólise:
A hidrólise é uma das causas mais importante de decomposição de fármacos e consiste num 
processo, no qual o fármaco interage com moléculas de água decompondo a molécula. Exemplo: 
O ácido acetilsalicílico quando combinado à molécula de água, se hidrolisa em uma molécula de 
ácido salicílico e uma molécula de ácido acético.
 Algumas substâncias são mais susceptíveis ao processo hidrolítico, tais como amidas 
substituídas, lactonas e anéis lactâmicos.
2.5 Classes de Fármacos Suscetíveis à Hidrólise
Ésteres
Exemplo: procaína, benzocaína e atropina.
Ésteres cíclicos ou lactonas
Exemplo: warfarina, nistatina, digoxina, digitoxina, pilocarpina e
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ácido ascórbico.
Tioésteres
Exemplo: espironolactona.
Amidas
Exemplo: nicotinamida, paracetamol e procainamida.
Imidas
Exemplo: fenitoína, barbitúricos e riboflavina.
Amidas cíclicas (anéis tipo lactâmicos)
Exemplo: penicilinas e cefalosporinas.
Carbamatos (uretanos)
Exemplo: carbachol, neostigmina e carbimazol.
Acetal
Exemplo: digoxina e aldosterona.
Tiocetal
Exemplo: lincomicina e clindamicina.
Ésteres sulfato
Exemplo: heparina.
Ésteres fostafo
Exemplo: fosfato sódico de hidrocortisona e tricofossódico.
Iminas (azometina ou base de Shiff)
Exemplo: diazepam e pralidoxima
2.6 fatores Que Afetam A Velocidade de Hidrólise
• Água no veículo;
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• PH;
• Ácidos e bases (citratos, acetatos, fosfatos);
• Concentração do fármaco;
• Temperatura;
• Componentes que aceleram a hidrólise. Exemplo: dextrose.
2.7 Estratégias Para Manipulação de Fármacos Sujeitos à Hidrólise
Controle da à umidade, com o uso de recipientes fechados e de dessecantes.
Controle do PH.
Uso de referências apropriadas para possíveis efeitos negativos de ácidos e bases em geral 
sobre os fármacos.
Atentar a concentração do fármaco como um fator importante.
Controlar a temperatura de armazenamento.
2.8 Complexação
É o processo pelo qual moléculas de um composto ativo interagem reversivelmente com 
excipientes para formar complexos, os quais apresentam propriedades físico-químicas distintas 
do composto de origem. Esta reação ocorre com íons multivalentes, tais como de cálcio, magnésio, 
ferro e alumínio. A tetraciclina é um fármaco que é inativado por complexação e não deve ser 
misturada com outras substâncias que contenham íons multivalentes.
2.9 Interação excipiente-excipiente
Alguns compostos ativos podem formar complexos com outros excipientes (Por exemplo: 
corantes aniônicos ou catiônicos) ou com determinados fármacos, por exemplo, cloridrato de 
clorpromazina e cloranfenicol.
2.10 Reações de esterificação ou Substituição
Devido à curta velocidade desta reação, os produtos da incompatibilidade só são detectáveis 
analiticamente, em geral, após aparente tempo de armazenamento.
Exemplo
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A reação da adrenalina com os íons sulfito é originada a partir do bissulfito, perdendo grande 
parte da sua atividade farmacológica.
3 MATERIAL DE EMBALAGEM E DE 
ACONDICIONAMENTO
O Termo embalagem pode ser definido como recipiente, envoltório, invólucro, destinado a 
proteger, a manter, a cobrir ou a empacotar as matérias-primas, os reagentes e os medicamentos.
O material de acondicionamento é o que está em contato direto com o conteúdo.
Exemplo
Ampola, bisnaga, envelope, estojo, flaconete, frasco de vidro ou de plástico, frasco-ampola 
e outros.
3.1 Termos e Condição de Acondicionamentos Descritos Em Teses e 
Monografias
Recipiente bem fechado
É o recipiente que protege o seu conteúdo de perdas e de contaminação por sólidos estranhos, 
nas condições usuais de manipulação, transporte, armazenagem e distribuição.
Recipiente perfeitamente fechado
É o recipiente que protege seu conteúdo de perdas e de contaminação por sólidos, líquidos 
e vapores estranhos ou evaporação nas condições usuais de manipulação, de distribuição, de 
armazenagem e de transporte.
Recipiente hermético
É aquele impermeável ao ar ou qualquer outro gás, nas condições usuais de manipulação, de 
transporte, de armazenagem e de distribuição.
Cilindro de gás
É recipiente metálico perfeitamente fechado, destinado a conter gás sob pressão, obturado 
por válvula regulável, capaz de manter a saída do gás em vazão determinada.
Recipiente para dose única
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É o recipiente que contém uma quantidade do medicamento destinada a ser administrada em 
dose única, uma vez aberto, não poderá ser fechado com garantia de esterilidade.
Recipiente para doses múltiplas
É o recipiente que permite a retirada de doses múltiplas de seu conteúdo, sem modificar a 
concentração, a pureza e a esterilidade da porção remanescente.
3.2 Embalagem
Destinada à proteção do material nas condições usuais de transporte, de armazenagem e de 
distribuição.
Exemplo
Caixa de papelão, material plástico, estojo de cartolina, entre outros.
É necessário preencher requisitos essenciais como:
- Resistência física suficiente;
- Ser impermeável aos constituintes do medicamento;
- Isolar o medicamento dos fatores externos.
As embalagens devem conter quatro especificações básicas:
- Proteção;
- Acondicionamento;
- Comunicação;
- Utilidade.
3.3 Características da Embalagem Ideal
- Econômica;
- Que proteja a preparação;
- Que não provoque reação com produto;
- Que não apresente sabor ou odor ao produto;
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- Que não seja tóxica;
- Que evite adulteração do produto;
- Que considere a vida útil do medicamento.
3.4 Tipos de Embalagens
Vidro
Vantagens:
• Economia;
• Variedade de tamanhos e formas;
• Relativa inércia química;
• Impermeável;
• Estéril;
• Apresenta rigidez;
• Difícil deterioração com o tempo;
• Transparência;
• Facilidade de limpeza;
• Possibilidade de reutilização.
Desvantagens:
Fragilidade;
Peso.
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3.5 Tipos de Vidro
Vidro borossilicato
Faz o acondicionamento de solventes. Possui boro e zinco, como cátions prevalentes e tem 
maiores chances de imperfeições.
• Vidro sódico-cálcico tratado
Usado juntamente com ácidos para retirada de aglomerados na superfície.
• Vidro sódico-cálcico normal
É o mais utilizado quando os íons alcalinos não são primordiais para o produto.
• Vidro sódico-cálcico para não parenterais
Utilizado para acondicionamento de medicamentos tópicos e orais.
3.6 Metal
Possui risco de contaminação mínimo e capacidade de controlar as quantidades a serem 
dispensadas; facilidade em fechar; adequada proteção de produto pesados e não quebráveis; 
revestimento (ceras, resinas e lacas) quando o produto não é compatível com metal nu; aumento 
no custo.
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3.7 Papel
Possui fácil empilhamento, no entanto, raramente é utilizado como embalagem primária.
3.8 Plástico
Vantagens: facilidade de fabricação; elevada qualidade; variedade de apresentações e 
resistência à quebra.
Desvantagens: baixa estabilidade física (interação, adsorção, palidez); permeável (a gases e 
umidade); fotossensível;quebra sob tensão;
problemas de impressão.
As embalagens plásticas podem ainda apresentar interações fármaco-plástico, tais como:
• Remoção de constituintes do medicamento pelo material de embalagem; perda de con-
servantes, estrutura química, pH, sistema de solventes, concentração de ingredientes 
ativos, temperatura, duração e área de contato.
• Alterações físicas e químicas do material de embalagem pelo medicamento; amolece 
com óleos, permeabilidade a gases e vapores, tensoativos; o PVC fica mais rígido e duro 
com a extração do seu plastificante com solventes hidrocarbonados.
• A lixiviação é quando um ingrediente da embalagem migra para o produto envasado. Isso 
é relativamente comum em embalagens de PVC que contenham plastificantes, tal como 
o dietilexilftalato (DEHP). O DEHP pode migrar da embalagem para a solução do produto.
• A permeabilidade Trata-se da transmissão de gases, de vapores ou de líquidos através da 
embalagem plástica. Pode favorecer a hidrólise e a oxidação do produto envasa.
3.9 Tipos de Embalagem Plástica
• Polietileno
É o Material mais utilizado pela indústria farmacêutica, apresenta vantagens, como o baixo 
custo e a eficácia contra umidade; e como desvantagens a barreira inadequada contra gases e 
ausência de transparência.
• Polipropileno
É adequado para esterilização, não apresenta rasuras. No entanto, se tornam quebradiços a 
baixas temperaturas e pontos de fusão elevados. Exemplo: colírios.
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• Policloreto de vinila
Possui boa transparência e barreira adequada contra o oxigênio; e ainda pode revestir frascos 
de vidro. Contudo, não pode ser esterilizado por radiação (a menos que esteja especialmente 
estabilizado).
• Poliestireno
É utilizado no acondicionamento de formas farmacêuticas sólidas; possui baixo custo, mas não 
deve ser utilizado para produtos líquidos devido à permeabilidade ao vapor d’água e ao oxigênio.
• Policarbonato
Pode substituir frascos de vidro e de seringas, permite esterilização repetida pelo vapor d’água 
e ainda possui barreira eficiente a gases e a aromas. No entanto, possui custo relativamente caro.
3.10 Classificações dosTipos de Embalagens
Embalagem de venda ou embalagem primária:
Embalagem que se encontra em contato direto com medicamento. Exemplo: frasco ou blister 
de medicamento.
Embalagem grupada ou embalagem secundária:
Embalagem destinada a conter a embalagem primária ou as embalagens primárias. Exemplo: 
caixinha de medicamento que contém o pote de medicamento.
Embalagem de transporte ou embalagem terciária:
Utilizada para o transporte, protege e facilita a armazenagem dos produtos. Exemplo: pallet, 
cantoneira de proteção em fibra de madeira, papel, papelão ou plástico.
FIQUE DE OLHO
Uma das maiores desvantagens do plástico é o fato de permitir a oxidação de fármacos 
sensíveis. Fique ligado!! Leia o texto: Modelos de avaliação da estabilidade de fármacos 
e medicamentos para indústria farmacêutica.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer aspectos relacionados à estabilidade de preparações magistrais;
• aprender sobre incompatibilidade farmacotécnica;
• capacitar-se sobre o acondicionamento e embalagens;
• saber manipular com eficácia e segurança um medicamento;
• classificar todos os tipos de embalagens.
PARA RESUMIR
ALLEN JR, Loyd V.; POPOVICH, Nicholas G; ANSEL, Howard C. Formas farmacêuticas e 
sistemas de liberação de fármacos. Tradução Ana Lúcia Gomes dos Santos et al. 8. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2007.
AULTON, Michael E. Delineamento de formas farmacêuticas. Tradução George González 
Ortega et al. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 677.
FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático da Farmácia magistral. 4.ed. rev. ampl. São 
Paulo: Pharmabooks, 2010. v.1, p. 673 e 736.
FERREIRA, ANDERSON DE OLIVEIRA; BRANDÃO, M ARCOS. Guia de Farmácia Magistral 
vol.2 4ª ed. Ed. Pharmabooks. São Paulo: 2011.
SILVA, K. E. R. D., ALVES, L. D. S., SOARES, M. F. D. L. R., PASSOS, R. C. D. S., FARIA, A. R. 
D., & ROLIM-NETO, P. J. (2009). Modelos de avaliação da estabilidade de fármacos e 
medicamentos para a indústria farmacêutica. Revista de ciências farmacêuticas básica 
e aplicada, 30(2), 129-135.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Este livro tratará da Contabilidade pública avançada, discutindo, 
em quatro unidades, os seguintes temas: Plano de Contas Aplicado 
ao Setor Público (PCASP); Demonstrações contábeis na área pública 
e suas características; Balanço patrimonial e demonstração das 
variações patrimoniais; e Dívida pública e prestação de contas à 
sociedade. Vamos explicar detalhadamente esses temas, de forma 
didática e clara nesta obra.
Diante das dificuldades atuais, faz-se necessário conhecer mais 
sobre esses temas e como eles afetam o dia a dia da sociedade e 
do indivíduo, por fim. Vamos trazer uma luz a esses conteúdos tão 
importantes para aqueles que estudam Contabilidade e, sobretudo, 
direcionada ao ramo das contas públicas. 
	Capa E-Book_Fundamentos da Farmacotécnica_CENGAGE_V2
	E-Book Completo_Fundamentos da Farmacotécnica_CENGAGE_V2

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