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1 
 
 
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
2 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Sumário 
FACULESTE ............................................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
Ética e responsabilidade social nas organizações ................................................... 4 
PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E ................................................................. 7 
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORA ........................................................... 7 
ADEQUAÇÃO AO CENÁRIO ATUAL E AMBIENTE DE ....................................... 10 
ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ....................................................................... 10 
PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E A IMPORTÂNCIA NO VALOR 
ECONÔMICO DAS EMPRESAS ........................................................................... 14 
ÉTICA EMPRESARIAL ............................................................................................. 20 
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL .................................................. 22 
STAKEHOLDERS .................................................................................................. 24 
CIDADANIA EMPRESARIAL .................................................................................... 26 
RELAÇÕES DOS CONCEITOS DE ÉTICA, .......................................................... 28 
RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA ..................................................... 28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Ética e responsabilidade social nas organizações 
 Tem como foco elucidar que a saúde de uma empresa depende muito de sua 
conduta, levando-se em consideração que o mundo hoje (de negócios) está em 
constante transformação, ou seja, as pesquisas mostram que as empresas buscam 
constantemente se adequar ao cenário atual de acordo com o ambiente em que atuam 
e estão cientes de que boa parte do seu patrimônio depende de uma boa imagem 
reputacional aliada a boas práticas de responsabilidade social e a preocupação com 
todos os envolvidos – os stakeholders – e como a empresa projeta sua imagem para 
os mesmos. 
 Embora a preocupação com a doutrina ética e responsabilidade social exista 
desde a origem do capitalismo, tal preocupação está em pauta nos tempos atuais, 
pois a ética no mundo dos negócios tem grande influência na tomada de decisões. 
Este estudo mostra que cada decisão em prol da mesma reflete uma boa imagem e 
reputação para todos os interessados na organização, e tal prática de 
responsabilidade social e doutrina ética vão além da preocupação única e exclusiva 
com a maximização dos lucros e sim prioriza também proporcionar bem-estar à 
sociedade e ao meio ambiente no qual a empresa se situa, com políticas de 
responsabilidade social interna e externa. 
 Este estudo mostra que muitas empresas ainda caminham na contramão das 
práticas da ética e responsabilidade social, porque ainda têm dificuldade de enxergar 
o futuro e não possuem a visão sistêmica de que tal prática diz respeito à sua imagem 
e reputação, além de corresponder ao seu patrimônio (conforme mostrado nesta 
pesquisa, a imagem de uma empresa é responsável por 11% do valor total da 
mesma). 
 Para uma empresa se adaptar à aplicação de tal conduta ética e consciência 
da responsabilidade social, é necessário que se adapte ao ambiente de atuação e se 
reinvente constantemente. O intuito também é elucidar que o papel da organização é 
5 
 
 
o de incentivar seus membros para o comportamento ético, servindo de exemplo para 
outras organizações. 
 Levantou-se que as práticas de responsabilidade social têm importante papel 
no valor econômico das empresas; portanto, as empresas têm uma enorme 
preocupação e se veem na responsabilidade de projetar da melhor maneira possível 
sua imagem para os stakeholders. 
 Em relação à responsabilidade social interna, o intuito desta pesquisa é 
evidenciar a preocupação com os colaboradores e o quanto são importantes para o 
sucesso da organização, já que dentro das boas práticas éticas e de responsabilidade 
social as empresas procuram reter seus colaboradores pela consciência dessa 
importância para a mesma. 
 No que tange à preocupação com o meio ambiente, este estudo evidencia que 
as empresas éticas respeitam o mesmo sem causar impacto negativo e afetar a 
sociedade no ambiente em que atuam. 
 Responsabilidade Social e Ética têm tido presença cada vez mais frequente 
em publicações acadêmicas e em literatura, principalmente, de negócios. Esses dois 
temas, que costumam caminhar lado a lado, tomaram importância notadamente a 
partir da década de 1970, do século passado, e têm se intensificado nestes quase 20 
anos do século XXI. 
 Costuma-se falar, em termos populares, que quando alguma coisa começa a 
ser muito debatida, ou ela assumiu, de fato, importância, ou ela não está devidamente 
consolidada, ou, na pior das hipóteses, sequer é considerada. A frequência dos temas 
na literatura assumiu contornos dramáticos, no último quarto do século XX, 
principalmente em função de notícias e escândalos que começaram a surgir, 
principalmente em países do chamado 1º mundo, em algumas organizações privadas, 
bem como na política. Os exemplos mais significativos são: o escândalo da Lockheed, 
empresa aeroespacial norte-americana, em 1977, envolvendo o governo americano, 
o governo da Alemanha, na época, ainda, Alemanha Ocidental, do Japão, da Arábia 
Saudita, e a casa real da Holanda; sabotagem ao analgésico Tylenol, da Johnson & 
Johnson, em 1982, que causou a morte de algumas pessoas por envenenamento; e 
6 
 
 
o caso Watergate, conduzindo o presidente americano, Richard Nixon, à renúncia de 
seu mandato, em 1974. As grandes organizações, principalmente, iniciaram a inclusão 
em suas práticas de códigos de ética, ou de conduta. Verdadeiros, honestos, ou não, 
não viria muito ao caso agora. 
 O que vem ao caso, neste curso, é apresentar e discutir como os conceitos de 
ética e responsabilidade social empresarial se vinculam às visões organizacionais e o 
que teríamos de opções para as organizações, sejam elas privadas, públicas ou 
sociais. O foco, então, será a aproximação dos participantes às várias visões 
organizacionais, principalmente duas delas, dicotômicas, as clássicas e as sistêmicas, 
que nortearam e norteiam a prática das organizações, especialmente aquelas dos 
setores empresariais, comumente chamados de ―produtivos, no bojo do sistema 
capitalista, internacional e nacional, e que estão preocupadas,ou ainda, tentando 
demonstrar uma certa preocupação em sua atuação para as demandas sociais, e que 
não fazem, teoricamente, parte de seus objetivos organizacionais. Trata-se, 
basicamente, de avaliar, mas não esgotar, duas das principais estratégias no 
tratamento dessas demandas sociais e assinalar uma adaptação de uma dessas 
estratégias aos objetivos organizacionais, tanto do 1º quanto do 2º setor da economia, 
e que estão sendo veiculadas hoje pela teoria de Michael Porter, da Filantropia 
Estratégica. 
 Vivemos em uma sociedade em que as linhas tênues dos valores morais são 
constantemente questionados. Não sem razão, pois nossa cultura é ambígua e 
contraditória. O hibridismo oriundo da relação Razão X Fé, herdado do pensamento 
greco-romano e dos dogmas judaico-cristãos fizeram com que as várias maneiras de 
pensar nossa sociedade criassem uma unidade, porém que nos remete a constantes 
questionamentos. A ―mágica da fé e do dogma se contrapõe o tempo todo à frieza 
racionalista da ciência. O homem enquanto ser social, consciente ou inconsciente, 
relaciona-se com a vida da sua época e de seus contemporâneos. As interações entre 
os indivíduos dessa sociedade sofrem o tempo todo uma reflexão sobre estas mesmas 
relações. 
O homem moderno não só age moralmente, mas também reflete sobre o 
comportamento prático moral e o toma como objetivo da sua reflexão e de seu 
pensamento. A vida cotidiana nos apresenta problemas morais com situações 
7 
 
 
concretas que nos leva a resolvê-los à luz de fundamentos éticos que muitas vezes 
servem até para justificar ou fundamentar certas formas deste mesmo comportamento 
moral. 
Assim, como ponto de partida, podemos relacionar a moral a um conjunto de 
normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e 
social dos homens (Vázquez, 1999:63). Temos então que, mudando radicalmente a 
vida social, haverá também mudança na vida moral. Os princípios, valores e normas 
inerentes à moral também mudam. Ética e história, portanto, relacionam-se 
intrinsecamente. Neste sentido, a moral das relações de mercado sofre mudança no 
decorrer do tempo. Então, com o desenvolvimento dos vários modos de produção, as 
relações na vida econômica da sociedade têm sofrido delimitações diferentes em cada 
época e em cada sociedade. 
Pautadas por normas, inspiradas em valores e controladas socialmente, a 
dinâmica da vida econômica reproduz as relações vigentes da coletividade. Porém, o 
homem, através de seu trabalho, intervém na sua realidade e pode moldá-la segundo 
um projeto previamente concebido e assim garante a convivência coletiva. No entanto, 
é imprescindível que para que os interesses pessoais não se sobreponham aos 
interesses coletivos, cabe inverter a fórmula do início dos anos 90 que celebrou a 
necessidade da ―ética na política. É preciso fazer ―política pela ética (Srour, 
1998:308-309). 
 
PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E 
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORA 
 
 Segundo Queiroz e Ferreira et al. (2006) pode-se observar que o dever da 
responsabilidade social corporativa passou a ser acompanhado a partir da década de 
1970, e a partir daí a necessidade de construir ferramentas teóricas que pudessem 
8 
 
 
ser testadas e aplicadas no meio. Porém, tal atribuição de dever gerou dúvidas sobre 
quais as obrigações sociais das empresas. 
 Responsabilidade social não é um tema atual, pois grandes pensadores, como 
Marx, Lock, Kant e outros, já mostravam preocupação com a questão social, mas nas 
últimas décadas, por consequência da falta de iniciativa dos governos, as empresas 
estão assumindo as práticas de responsabilidade social, ressalta Prisco Neto (2004), 
tamanha é a importância em relação ao tema. 
 A aplicação da doutrina ética como prática no meio empresarial é atual, mas 
em contrapartida está presente nas organizações desde que estas iniciaram suas 
atividades, pelo simples fato de que são compostas por pessoas e consequentemente 
quando se fala em pessoas, ou seja, em indivíduos, há uma relação com o estudo do 
comportamento que envolve toda a organização, que vai desde a alta cúpula (tomadas 
de decisões) até os operários, ou seja, de cima para baixo e de baixo para cima. 
Porém, atualmente há uma grande preocupação com a ética, no que tange à imagem 
da empresa. Desse modo: As questões éticas são discutidas desde a antiguidade, 
entretanto, no que tange à ética empresarial propriamente dita as reflexões são muito 
recentes. Todavia, analisando sob o ponto de vista de que as empresas são 
essencialmente constituídas por pessoas que desenvolvem atividades, remuneradas 
ou não, mas que têm e assumem responsabilidades com a organização, com a 
sociedade, com o colega de trabalho ou mesmo com os fornecedores, as questões 
éticas e morais estiveram e sempre estarão em discussão, mesmo que imperceptíveis. 
Ou ainda sem a estrutura, a percepção e o contexto de certa urgência que possui nos 
dias atuais. (GUIMARÃES, 2013, p. 15). 
 Guimarães (2013) elucida que as décadas de 1960 e 70 foram sinalizadas por 
fortes discussões sobre a ética empresarial no território alemão, com foco nas 
questões que são de competência dos conselhos administrativos. ―Nas décadas de 
1960 e 70 o ensino da ética começou a ser inserido nas faculdades de administração 
e negócios, principalmente nos Estados Unidos. Guimarães informa que após a 
inserção do ensino da ética nas faculdades de administração e negócios, se originou 
a: "[...] reflexão batizada no termo Ética Empresarial. Guimarães (2013, p. 23). 
9 
 
 
 Assim sendo, essas questões são observadas pelos autores Queiroz e Ferreira 
et al. (2006), que afirmam que nos Estados Unidos e Europa a Ética e 
responsabilidade social nas corporações eram uma doutrina até o século XIX. 
Portanto, há uma evolução recente da concepção de responsabilidade social 
corporativa. Concepção esta que, segundo eles, nos últimos 30 anos é atacada e 
apoiada por muitos autores: Recuperando as últimas décadas de estudos sobre ética 
e responsabilidade social corporativa, observamos que, partindo de uma visão 
econômica clássica – tão amplamente divulgada por Milton Friedman –, de que a 
empresa socialmente responsável é aquela que está atenta para lidar com as 
expectativas de seus stakeholders atuais e futuros, na visão mais radical de sociedade 
sustentável. A ordem de mudança organizacional, em um continuum que se inicia com 
mudanças conservadoras e finaliza com mudanças radicais, está diretamente 
relacionada ao grau de amplitude de inclusão e de consideração pela empresa quanto 
a suas relações com seus públicos. (QUEIROZ; FERREIRA et al. 2006, p. 47). 
 Kreitlon (2004) afirma que o surgimento da ética empresarial como campo de 
estudos está intimamente ligado à evolução do sistema econômico, assim como as 
mudanças por que passaram as sociedades industriais no último século. 
 Em relação à aceitação da responsabilidade social por parte das empresas 
diante do contexto de um sistema de mercado livre, onde a mesma visa à 
maximização dos lucros e consequentemente ajuda a sociedade, as autoras Cruz e 
Azevedo (2006) afirmam: Sempre se aceitou que a responsabilidade social da 
empresa, em um sistema de mercado livre, é a maximização dos seus lucros, e assim 
se presume que ela maximiza sua contribuição para a sociedade. Segundo esta ideia, 
os lucros de uma empresa, que opera dentro de uma estrutura legal de uma 
comunidade, poderão produzir resultados que contribuirão para o desempenho social 
dessa sociedade. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 5). 
 
Sertek (2006, p. 245) afirma que um dos grandes problemas da atualidade é 
que há uma dificuldade em perceber que a ética ―[...] não é só qualidade ou 
excelência no fazer, mas a busca de atingir a qualidade no agir [...]e que tanto atitudes 
éticas como antiéticas podem ―[...] aperfeiçoar a pessoa ou corrompê-la dependendo 
10 
 
 
dasua positividade ou negatividade ética. E em relação às ações antiéticas que geram 
lucro em curto prazo o autor conclui: Pode-se aplicar o conceito de qualidade no fazer 
e no agir em qualquer âmbito da vida e também no das decisões empresariais. Uma 
ação pode atender perfeitamente os lucros da empresa, mas, no agir, pode ser uma 
fraude como, por exemplo, quando se promove uma boa estratégia de marketing, 
contudo pode ser uma propaganda falsa. 
(SERTEK, 2006, p. 245). 
 
ADEQUAÇÃO AO CENÁRIO ATUAL E AMBIENTE DE 
ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES 
 Muitas empresas ainda têm dificuldade de enxergar o futuro porque não 
conseguem enxergar o presente, entender o cenário atual e o que os consumidores 
desejam. As empresas precisam constantemente se reinventar, otimizando recursos, 
buscando melhores oportunidades de resultados, conforme observa Sertek (2006, p. 
55): "Todos os processos de mudança exigem uma forte coalização de pessoas em 
torno das metas e dos objetivos [...] e enfatiza: Atualmente, as empresas, para se 
adaptarem ao ambiente comercial exigente e dinâmico, têm de desenvolver novos 
produtos mais competitivos e lançá-los com mais rapidez no mercado. A inovação 
constitui um diferencial competitivo para elas, pois de outra forma são penalizadas 
com o possível fracasso de suas atividades. A necessidade de inovação gera um 
desenvolvimento social organizacional focalizado nas demandas de mercado e busca, 
em consequência, a produção e o consumo de novos produtos de forma exacerbada 
em que os critérios éticos de desenvolvimento sustentável e responsabilidade social 
quase não entram em jogo ou, se entram, não transformam o núcleo essencial da 
atividade da organização, que é a de criar riqueza compatível com o bem comum da 
sociedade. (SERTEK, 2006, p. 44). 
 Para Sertek (2006), a organização tem por finalidade e princípio ser um elo 
entre as pessoas da sociedade para estas adquiram bens materiais e culturais, porém 
a organização tem um importante papel em promover a harmonia por meio dos 
11 
 
 
princípios e valores éticos: As organizações nascem com a finalidade de facilitar que 
uma parcela enorme de pessoas da sociedade consigam adquirir os bens materiais e 
culturais que não teriam possibilidade de obter por ação puramente pessoal. Como o 
ser humano é um ser social por natureza, e o seu aperfeiçoamento passa pela 
convivência e pela prática pessoal e coletiva das virtudes da justiça e da solidariedade, 
é necessário solidificar as organizações na sua função de promotoras da coesão 
social, por meio dos princípios e dos valores éticos. Nada mais razoável que elas, 
como pequenas células do tecido social, sejam a matriz ou o suporte de uma ação 
promotora/integradora dos fatores de desenvolvimento social eticamente 
responsáveis. (SERTEK, 2006, p. 45). 
 Morgan (1996) compara as organizações com sistemas vivos, ou seja, 
organismos, pois no ambiente em que atuam dependem da satisfação de muitas 
necessidades e no mundo são perceptíveis tipos diferentes de organizações e 
ambientes, pois os mesmos têm de se adaptar de acordo com o que o referido cenário 
e necessidades pedem, e cita como exemplo as organizações burocráticas que 
funcionam melhor em ambientes estáveis: Essa linha simples de questionamento 
ressalta o ponto crucial de muitos dos mais importantes desenvolvimentos dentro da 
teoria organizacional no decorrer dos últimos 50 anos. Na verdade, os problemas 
levantados pela visão mecanicista da organização levaram muitos teóricos 
organizacionais a abandonar a ciência mecânica e a inspirar-se sobretudo na biologia 
como uma fonte de ideias para refletir sobre as organizações. Dentro deste processo, 
a teoria da organização transformou-se num tipo de biologia na qual as distinções e 
relações entre moléculas, células, organismos complexos, espécies e ecologia são 
colocados em paralelo com aquelas entre indivíduos, grupos, organizações, 
populações (espécies) de organizações e sua ecologia social. Perseguindo esta linha 
de investigação, os teóricos da organização emitiram muitas ideais para o 
entendimento de como as organizações funcionam e que fatores influenciam o seu 
bem-estar. (MORGAN, 1996, p. 43). 
 Morgan (1996) afirma que as organizações são reconhecidas e vistas como 
sistemas abertos, e isto é de suma importância para todos os envolvidos, pois enfatiza 
as necessidades de um ambiente favorável para todos a fim de garantir várias formas 
de sobrevivência. É um ideal voltado para o ―enfoque sistêmico da organização, ou 
12 
 
 
seja, uma visão ampla do todo, com suas necessidades e obrigações para com os 
envolvidos. 
 A partir daí o autor faz uma alusão às organizações como organismos que 
estão ―abertos ao ambiente em que se encontram, e as mesmas devem se relacionar 
apropriadamente com esse ambiente como questão de sobrevivência. O autor 
ressalta que: ―[...] há uma ênfase sobre o ambiente dentro do qual a organização 
existe [...] e afirma que: ―[...] os teóricos da administração clássica deram 
relativamente pouca atenção ao ambiente [...]. Conforme conclui o autor, os referidos 
―teóricos da administração‖ se atentaram ao planejamento interno e não à visão dos 
sistemas abertos: ―A visão dos sistemas abertos modificou tudo isto, sugerindo que 
se deveria sempre efetuar o processo de organização tendo-se em mente o 
ambiente.(MORGAN, 1996, p. 49). E a partir daí conclui-se que a visão dos sistemas 
abertos evidencia a preocupação que o autor chama de ―interações organizacionais 
diretas‖ com clientes, concorrentes, fornecedores, sindicatos e agências 
governamentais. O autor chama atenção para o fato de que o interesse comum da 
estratégia de uma organização tem que coexistir com a ―[...] percepção de que as 
organizações devem ser sensíveis ao que ocorre no mundo que as rodeia. (Ibidem, p. 
49). 
 As autoras Azevedo e Cruz (2006, p. 3), cita a definição de outros autores 
sobre sistema aberto: Para Nakagawa (1999 apud l, BITENCOURT; BRITO 1999), a 
empresa é um complexo sistema social, e, sob uma perspectiva sistêmica, propõe que 
ela pode ser mais bem definida enunciando-se uma série de proposições gerais, em 
vez de tentar uma única e global definição: 
 A empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que significa que 
ela se encontra em constante interação com todos os seus ambientes, absorvendo 
matérias-primas, recursos humanos, energia e informações, transformando-os em 
produtos e serviços, que são exportados para esses ambientes. (AZEVEDO; CRUZ, 
2006, p. 3). 
 Para Chiavenato (2005, p. 44), na organização: "O comportamento ético 
acontece quando os membros aceitam tais princípios e valores." E ressalta que assim 
a organização incentiva e encoraja seus membros para o comportamento ético, 
13 
 
 
servindo de exemplo para outras organizações, e aponta a correlação com o 
comportamento antiético, que se dá quando as pessoas desobedecem o 
comportamento ético. 
 Para elucidar a importância do comportamento ético nas organizações, o 
mesmo comenta que: "[...] a ética é uma preocupação com o bom comportamento: 
uma obrigação de considerar não somente o próprio bem-estar pessoal, mas também 
o das outras pessoas." (Ibidem, p. 44). Visto que o autor afirma que a ética tem forte 
influência no mundo dos negócios no que diz respeito à tomada de decisões que 
estabelecem os valores que abalam diretamente os vários grupos de parceiros e para 
definir como os líderes podem se valer desses valores no dia a dia da administração 
da organização. Ou seja, a ética nas organizações estimula as ações socialmente 
responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes. 
 Hunter (2006, p. 112) comenta que, mesmo com relatos sobre a importância 
do reconhecimento profissional, grande parte dos responsáveis pela organização 
ainda se recusam a dar a devida importância para o mesmo e conclui: ―Pelo visto, 
conceder umabonificação ou dar uma bronca é infinitamente mais fácil do que fazer 
um elogio construtivo específico ou mesmo promover elogios públicos. E numa 
percepção de progresso em relação ao incentivo profissional, o autor relata: Até pouco 
tempo era alvo de chacota o tipo de reunião vibrante, de reconhecimento e elevação 
do moral feita por empresas servidoras como Mary Kay e Wal-Mart. 
Hoje em dia parece que ninguém mais está rindo. (HUNTER 2006, p. 112). 
 Germano (2003, p. 56) parte do pressuposto de que a ética assume um papel 
de sobrevivência, ou seja, as empresas são forçadas a aplicar doutrinas éticas para 
sobreviver: ―[...] a empresa não é normalmente capaz de guiar os anseios 
comportamentais e éticos do mercado à sua vontade e a seu gosto. 
 Com isso, porém, não se pretende eleger uma ou mais éticas capazes de 
satisfazer um conjunto numeroso de tipos de sociedades, de empresas e de 
empregados – nesse sentido, por exemplo, seria um tanto precipitado preferir 
necessariamente o lucrativismo ao humanismo, ou outro preceito. A discussão vai 
muito mais além e exige uma análise mais séria das empresas ao averiguar em que 
14 
 
 
tipo de sociedade está se posicionando, com que tipo de funcionários está lidando, 
que expectativas está alimentando e gerenciando; o alerta é redobrado para 
corporações globais que almejam repetir suas práticas nos quatro cantos da Terra. Se 
deve haver um movimento de renovação ética nas empresas, ele passa ao largo da 
assepsia – na verdade, ele é mais afeito a um deixar-se contaminar pelo que 
invariavelmente não poderá controlar. (GERMANO, 2003, p. 56). 
 
PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E A 
IMPORTÂNCIA NO VALOR ECONÔMICO DAS EMPRESAS 
 Chiavenato (2005), identifica que shareholders (os acionistas) são aqueles que 
compartilham a propriedade da sociedade, ou seja, os que visam a obtenção do lucro 
se a empresa tem sucesso no mercado. Trata-se de uma visão antiga e restrita. 
 Em 1963 começou-se a falar de stakeholder, termo este que Chiavenato 
(2005) define como vários parceiros que contribuem para a organização, e que para 
alcançar sucesso as organizações precisam da contribuição desses parceiros; porém, 
nem todos têm atuação direta e interna na organização, como por exemplo os 
acionistas, fornecedores e clientes. Atualmente, a organização tem que produzir lucro 
para o trabalhador, fornecedor e todos os envolvidos com a empresa numa relação de 
reciprocidade que é uma troca de incentivos e contribuições. Assim sendo, a origem 
do termo stakeholder surgiu: Segundo a pesquisa de Edward Freeman, o surgimento 
do termo ocorreu no Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI), onde a palavra 
stakeholder foi usada em um memorando interno, em 1963. Conforme Slinger (1999), 
esse memorando foi escrito por Marion Doscher, em discussões do Serviço de 
Planejamento de Longo Prazo do Instituto de 
Pesquisa Stanford, e tratava de ideias de julgamento criativo, raciocínio intuitivo 
e envolvimento com pessoas em todos os relacionamentos da empresa. (TORRES, 
2013, p. 22). 
 Há uma preocupação de como a empresa projeta sua imagem para os 
stakeholders, conforme afirma Torres (2013). No que tange à preocupação com a 
15 
 
 
imagem e reputação da empresa, o resultado depende da sua conduta em relação à 
responsabilidade social. ―Falar de responsabilidade social da empresa exige, 
necessariamente, promover ações a favor da sua continuidade histórica e de 
melhorias da qualidade de vida em seu entorno social.‖, conclui Sertek (2006, p. 44) 
e comenta que para o desenvolvimento social é imprescindível a adaptação em 
relação as mudanças do ambiente, para planejar soluções para os mais diversos tipos 
de problemas. 
 Para tanto, Oliveira (2013) ressalta que práticas de responsabilidade social 
influenciam no valor econômico das empresas: ―[...] uma atitude mais responsável 
diante da RSC pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, proporcionando um 
crescimento sustentável [...]e complementa que: ―[...] ações de responsabilidade 
social aliadas à comunicação podem reduzir os riscos e adicionar valor à 
empresa.(Ibidem, p. 3). 
 O autor afirma que: ―O valor da marca e sua associação com uma empresa 
socialmente responsável é importante. (Ibidem, p. 3) e especifica aquelas que 
desempenham um papel em setores de maior impacto, como mineração e tabaco, e 
conclui: ―Para a empresa, isso pode evitar desconfiança e descrédito nos novos 
locais onde atuará, facilitando sua atuação com governos e comunidades. (Ibidem, p. 
3). 
 Em contrapartida, Sertek (2006, p. 246) chama a atenção para o termo ―ética 
das aparências, que segundo o autor: ―Atualmente, uma consequência de postura 
se plasma na cultura de maquiagem de bens e serviços, que procura uma qualidade 
aparente nas atitudes e nos produtos, a fim de atingir resultados imediatos. Ou seja, 
as empresas têm o hábito de maquiar os produtos para que o mesmo tenha apenas 
um aspecto atrativo e não qualidade. O autor comenta que se o intuito é obter 
melhorias na empresa, é vantajoso ―[...] cultivar virtudes e ajudar os outros a praticá-
las. Ninguém gosta de ser avaliado como parcial, porque quer ser imparcial nas 
relações com as pessoas [...] (Ibidem, p. 246), e conclui que os executivos estão 
propensos ao oportunismo, ressaltando que o primeiro passo é tomar consciência de 
suas imperfeições e se proporem a prática da qualidade e respeitabilidade, ações 
estas que segundo o autor: ―fluirão no sentido da melhoria de qualidade no 
relacionamento. (Ibidem, p. 247). 
16 
 
 
 Sertek (2006) cita um artigo de jornal do escritor Peter Nadas no qual este 
comenta em conversas com amigos a expressão "ética empresarial" e acende a 
discussão de que a ética e a qualidade nas organizações são deixadas de lado pelo 
―mundo da empresa, pois é priorizado o lucro com a justificativa de acordos de 
preços secretos, concorrências públicas fajutas, propaganda enganosa etc. com 
atitudes antiéticas. Eis o referido artigo e conclusão: Todas as vezes que, em 
conversas com amigos, menciono a expressão ética empresarial, os sorrisos irônicos 
aparecem imediatamente nos lábios: Será que existe isso? – perguntam-me eles. 
Existe aí uma contradição, acrescentam geralmente. O mundo da empresa é voltado 
para os lucros, o que vale é o resultado final, tudo se justifica em função deste fim. 
Logo, onde o fim justifica os meios, não se pode falar em ética. Os oligopólios, os 
acordos de preços secretos, as concorrências públicas fajutas, a corrupção ativa e 
passiva, os conflitos de interesse, a propaganda enganosa, a inobservância das leis, 
a poluição, a sonegação... [...] onde está a ética? Pobre amigo, tirar o cavalinho da 
chuva! Ética e empresa simplesmente não podem conviver! (SERTEK, 2006, p. 243). 
Em relação ao artigo citado de Peter Nadas, o autor comenta que é cômodo 
adotar uma postura antiética, já que a mesma visa resultados em curto prazo e, 
consequentemente, a busca desenfreada pelo lucro, e conclui que tais práticas ―[...] 
produzem um acomodamento das pessoas e das instituições no estágio já atingido, 
da mesma forma que estimulam a incompetência profissional e favorecem a falta de 
talento. (Sertek, 2006, p. 244). 
Godin (2013, p. 67) cita o exemplo do ―Pink Slime, uma espécie de aditivo 
misturado à carne moída encontrado nos supermercados dos Estados Unidos que 
contém ―aparas de carne magra sem osso‖, segundo o autor: ―[...] a invenção 
parecia uma jogada óbvia do sistema de produção de carne industrializada [...](Ibidem, 
p. 67), ou seja, com pedaço de gordura e restos de sobras após o abate da vaca, com 
o intuito de reduzir o custo para o consumidor. 
O autor comenta que este ―[...] foi apenas um dos recentes avanços na 
industrialização dos alimentos [...] (Ibidem, p. 67), e informa que em relação ao referido 
produto, os consumidores reportaram que não vale a pena economizar em vista damá qualidade do produto e como o mesmo era produzido. A partir daí se conclui que 
17 
 
 
os consumidores prezam pela qualidade e procedência do produto e não 
especificamente pelo preço. 
Em relação a tais manobras da indústria somente para reduzir custo, o autor comenta: 
A Indústria sempre foi aplaudida na corrida para alcançar mais eficiência, mais 
escalabilidade e mais velocidade. Mas, na verdade, as questões econômicas e éticas 
dessa inovação industrial não compensam. Não há mais o que agilizar nem baratear 
na produção de alimentos industrializados, e desumanizar tudo o que tocamos tem 
um custo. (GODIN, 2013, p. 67). 
 Para Santos (2011) é importante que a organização busque um equilíbrio nas 
suas propostas de inovação. O autor ressalta a necessidade de um modelo de 
liderança com ações éticas e o constante acompanhamento de mudanças, analisando 
se realmente as ações estratégicas irão afetar os trabalhadores, a cultura, a 
motivação, o clima e consequentemente os stakeholders, pois a maioria das 
organizações tem dificuldade de enxergar o futuro porque não conseguem enxergar o 
presente, o mercado, e entender os diferentes cenários e o que os consumidores 
desejam. 
 Para uma adequação urgente do desenvolvimento social em relação às 
constantes mudanças do ambiente, é preciso solucionar tais problemas de uma 
maneira específica, alerta Sertek (2006) e reforça que tal atitude exige forte ação 
educacional para que as constantes mudanças que ocorrem não acarretem em uma 
―sociedade sem alma‖, como se refere o autor, onde se dará valor única e 
exclusivamente a resultados econômicos e financeiros e não aos bens da cultura e do 
espírito. O autor chama atenção para a importância da dignidade e do ambiente ético 
na sociedade e organização para a realização pessoal e social do indivíduo: A 
dignidade das pessoas em uma determinada sociedade e também no âmbito das 
organizações cresce à medida que suas virtudes respondem ao chamado proveniente 
do seu entorno. Além de crescer, é realçada no cumprimento do dever de colaborar 
com o bem comum. Participar da consecução dos objetivos da empresa é um meio de 
realização pessoal e social. (SERTEK 2006, p. 32). 
 Queiroz e Ferreira et al. (2006) observa que atualmente há um 
amadurecimento quanto a ética e responsabilidade social corporativa em relação a 
18 
 
 
sua aplicação e mensuração, subdividindo-se em vertentes de conhecimento: 
responsabilidade, responsividade, retitude e desempenho social corporativo, 
desempenho social dos stakeholders, auditoria e inovação social. 
 A responsabilidade social faz com que as empresas tenham que mudar sua 
conduta e há pressões para essas mudanças, de acordo com as grandes 
transformações econômicas, políticas e sociais. As pessoas têm acesso à informação. 
E tem a questão da justiça, ou seja, nenhuma empresa quer hoje estar exposta a 
problemas judiciais. Esses canais acabam pressionando as empresas a terem 
condutas diferentes e a sociedade civil exerce uma pressão grande para a mudança 
de comportamento, o faz com que as empresas fiquem atentas para isso, conforme 
comenta Oliveira (2013): Por que esse interesse em RSC ultimamente? Isso está 
relacionado possivelmente com as mudanças nas últimas décadas. Temos visto 
grandes transformações nos contextos econômico, político e social em que atuam as 
organizações. Essas mudanças influenciam o comportamento das empresas e da 
sociedade diante da questão de RSC. No contexto econômico, a RSC surge como um 
diferencial competitivo entre as empresas e que pode aumentar seu potencial 
econômico (OLIVEIRA, 2013, p. 6). 
 Em relação ao código de ética, Chiavenato (2005) afirma que para orientar e 
guiar a conduta de seus parceiros, muitas organizações têm o seu próprio código de 
ética, que é uma declaração formal com o intuito de funcionar como um guia para a 
tomada de decisões para a conduta interna da mesma: Todavia, duas coisas devem 
acontecer para que o código de ética encoraje decisões e comportamentos éticos das 
pessoas. Primeiro, as companhias devem comunicar o seu código de ética a todos os 
parceiros, isto é, às pessoas dentro e fora da organização. Segundo, as companhias 
devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus parceiros seja por meio 
do respeito aos seus valores básicos, seja por meio de práticas específicas de 
negócios. (CHIAVENATO, 2005, p. 45). 
 Chiavenato (2005) afirma a existência de três fatores que influenciam as 
decisões éticas em uma organização: 
1. Intensidade ética: Preocupação das pessoas em relação a algum 
assunto ético, onde cada decisão está atrelada a essa intensidade; 
19 
 
 
2. Desenvolvimento moral: decisões éticas que resultam da condição de 
desenvolvimento moral obtido pela organização ou pessoa; 
3. Definição de princípios éticos, princípios estes que muitas organizações 
utilizam para direcionar o comportamento de seus parceiros. 
 Esses três fatores são: ―[...] indispensáveis para a compreensão da conduta 
ética nas organizações [...] (Ibidem, p. 45), conclui o autor e comenta que tais decisões 
éticas não são uma prática comum de todos, ou seja, nem todos se utilizam da mesma. 
 A ação de responsabilidade social tem um importante impacto no valor 
econômico das empresas e uma atitude socialmente irresponsável (multas, 
paralisações e indenizações) causa um efeito negativo sobre a mesma em longo 
prazo, e também quaisquer problemas como acidentes e falsificações podem ter 
consequências negativas no valor da marca. Por outro lado, uma atitude responsável 
diante da responsabilidade social pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, com 
um crescimento sustentável, evidencia Oliveira (2013), que destaca o exemplo da 
montadora de veículos japonesa Toyota, que desenvolveu o carro híbrido que 
economiza combustível e reduz o impacto nas mudanças climáticas, o que levou a um 
aumento no valor da marca, por significar inovação: Portanto, Responsabilidade 
Social das organizações é toda e qualquer ação por elas praticadas que possa 
contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. São as obrigações, os 
compromissos que as organizações assumem com a sociedade. ―Ser socialmente 
responsável implica maximizar os efeitos positivos sobre a sociedade e minimizar os 
negativos. (FERRELL et al., 2001, p. 7). Consiste na decisão de participar mais 
diretamente das ações comunitárias das regiões onde estão presentes, atentando 
para possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividades que exercem. 
(NEVES, 2004, p. 67). 
 
 
 
20 
 
 
ÉTICA EMPRESARIAL 
 Atenta às contínuas mudanças no panorama social e político, a economia 
através das corporações, há décadas, vem sendo palco de diversas experimentações 
em seu modelo de gestão e aplicações de instrumentos estratégicos. Depois de 
reengenharia, programas de qualidade, down-sizings e outras ferramentas menos 
conhecidas, o mundo empresarial se dá conta de que não há modelo pronto e que 
qualquer modelo que venha a adotar não deve ser permanente. Afinal, é essa a 
grande lição da nossa atual ―sociedade da comunicação‖: tudo muda a todo instante 
(Orem, 1999). Como consequência natural da evolução da empresa, num mundo onde 
a comunicação é valor e os efeitos da globalização pesam sobre a administração, ao 
mesmo tempo que a impulsionam para a transformação sistemática, surge a 
responsabilidade social empresarial como novo fator de desenvolvimento corporativo. 
De acordo com Orem (1999): Sem querer substituir o papel que é do Governo, no 
sentido de estabelecer políticas públicas e ações que assegurem ao cidadão o acesso 
aos seus direitos básicos, o mundo empresarial parece estar concluindo que não é 
possível ter sucesso numa sociedade que não compartilhe das mesmas perspectivas 
e que, portanto, investir na sociedade é mais efetivo do que fazer caridade. 
 Assim, nos novos tempos vividos, oconhecimento da ética no contexto das 
organizações corporativas e suas relações com a sociedade traz à tona questões 
polêmicas e demarca um leque de opções para enfrentá-las. Num mundo globalizado 
em que a competição pode resvalar para a concorrência desleal, em que a capacidade 
de ação da cidadania ganha dimensão inédita, adotar um posicionamento responsável 
tem muito a ver com a sobrevivência das empresas, mas também com a dignidade 
pessoal de quem a conduz e daqueles com quem a corporação possui relações. 
 Segundo Srour (2000:51), Max Weber ensina que há pelo menos duas 
vertentes éticas, as quais teorizariam sobre as condutas morais: 
 A ética da convicção, entendida como deontologia (tratado dos deveres); 
 A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins 
humanos). 
21 
 
 
 Escreve Weber (1959:172, apud Srour, 2000): (…) toda atividade orientada 
pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente diferentes e 
irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade 
(verantwortungsethisch) ou pela ética da convicção (gesinnungsethisch). Isso não 
quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade e a 
ética da responsabilidade à ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. 
Todavia, há uma oposição abissal entre a atitude de quem age segundo as máximas 
da ética da convicção — em linguagem religiosa, diremos: ―O cristão faz seu dever 
e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus‖ — e a atitude de quem 
age segundo a ética da responsabilidade que diz: ―Devemos responder pelas 
consequências previsíveis de nossos atos‖. 
 Temos, então, que a ética da convicção compõe-se de códigos morais, 
traduzem valores, princípios, normas ou ideais e vão sendo aplicados pelos agentes 
a situações concretas. E a ética da responsabilidade por sua vez apregoa que somos 
responsáveis por aquilo que fazemos. Os agentes avaliam os efeitos previsíveis que 
uma ação produz; contam obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o 
leque das escolhas ao preconizar que dos males o menor (Srour, 2000:52). 
 A moralidade empresarial brasileira espelha as duas ambiguidades congênitas 
em relação aos postulados da ética. A primeira remete às tradições históricas e à 
decisiva influência católica, convertendo, assim, para a ética da convicção. Ocorre que 
as empresas dificilmente agem de forma mecânica e guiam-se exclusivamente por 
condutas pré-codificadas ou por um rol de mandamentos. 
 Em termos práticos, elegem o caminho das análises estratégicas e procuram 
antecipar os impactos que certas decisões irão produzir sobre os negócios. Isto 
significa que, quando as empresas optam por trilhar a estrada íngreme da idoneidade, 
elas adotam a ética da responsabilidade. 
 Assim, a ética empresarial está estritamente ligada à postura de 
responsabilidade social adotada pelas empresas, seja de uma perspectiva moral, seja 
de uma postura competitiva, seja ambas. 
 
22 
 
 
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL 
 Podemos chamar as empresas de ―organismos vivos‖ que ao longo do tempo 
acabam incorporando mudanças e procedimentos para se adaptarem às novas 
realidades e garantir a sobrevivência. De alguns anos para cá, tem-se notado, em 
ritmo promissor, uma crescente consciência de que a empresa pode e deve assumir 
dentro da sociedade um papel mais amplo, transcendente ao de sua vocação básica 
de geradora de riquezas. A essa crescente demanda da sociedade oferece-se várias 
respostas e vários entendimentos, pois este novo papel pode estar associado não só 
a motivos de obrigação social, mas também a sugestões de natureza estratégica ou 
ainda a uma postura verdadeiramente ética e cidadã da empresa. 
O exercício da cidadania empresarial pressupõe uma atuação eficaz da 
empresa com todos aqueles que são afetados por sua atividade, sejam diretos sejam 
indiretos, possuindo um alto grau de comprometimento com seus colaboradores 
internos e externos. A responsabilidade social da empresa está estritamente ligada ao 
tipo de relacionamento que esta terá com seus interlocutores. A natureza da relação 
entre a empresa e seus interlocutores vai depender muito das políticas, valores, 
cultura e sobretudo da visão estratégica que prevalecem no centro da organização e 
no atendimento a essas expectativas. Assim, há desde as empresas que tratam seus 
parceiros de modo relativo, limitando-se a resolver conflitos, até aquelas que buscam 
estrategicamente otimizar as relações com todos, definindo claramente políticas e 
linhas de ação em relação a cada um deles 
 
(Martinelli, 2000). 
Para Ashley (2000): (…) a natureza das relações da empresa e seus 
interlocutores tem apresentado nos últimos tempos certas modificações que 
tenderiam para o descentramento da corporação, e que na maioria dos casos a 
literatura acadêmica e não acadêmica tem considerado a responsabilidade social 
corporativa uma atividade pós-lucro, ou seja, um foco na necessidade da corporação 
de realizar lucros para sobreviver e tornando, assim, a responsabilidade social uma 
ação instrumental. 
23 
 
 
Porém, a responsabilidade social empresarial pode adquirir um outro conceito, 
no qual a atividade pré-lucro se faz sentir na sua rede de relacionamentos, haja vista 
que as corporações cumprem suas responsabilidades sociais e morais antes de 
tentarem maximizar seus lucros, sendo, portanto, um meio eficiente e efetivo de 
controle social e uma base para a confiança nas relações humanas e organizacionais 
(Ashley, 2000). 
No entanto, para Jones (1996:7-41, apud Ashley, 2000) o conceito e discurso 
de responsabilidade social corporativo carecem de coerência teórica, validade 
empírica e viabilidade normativa, mas, mesmo assim, oferecem implicações para o 
poder e o conhecimento dos agentes sociais. Jones considera que os argumentos a 
favor se enquadram em duas linhas básicas, as quais ele classifica como linhas ética 
e instrumental. 
Os argumentos éticos derivam dos princípios religiosos e das normas sociais 
prevalecentes, considerando que as empresas e pessoas que nelas trabalham 
deveriam ser conduzidas a se comportar de maneira socialmente responsável, por ser 
a ação moral correta, mesmo que envolva despesas improdutivas para a empresa. 
Os argumentos, a favor, na linha instrumental consideram que há uma relação 
positiva entre o comportamento socialmente responsável e a performance econômica 
da empresa. Justifica-se esta relação por uma ação proativa da empresa, que busca 
oportunidades geradas por: 
 Uma consciência maior sobre as questões culturais, ambientais e de 
gênero; 
 Uma antecipação e evitação de regulações restritivas à ação empresarial 
pelo governo; e 
 Uma diferenciação de seus produtos diante de seus competidores 
menos responsáveis socialmente. 
O conceito de responsabilidade social empresarial, com forte conotação 
normativa e cercado de debates filosóficos sobre o dever das corporações em 
promover o desenvolvimento social, passou a ser acompanhado já na década de 70, 
24 
 
 
com a construção de ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e aplicadas no 
meio empresarial. As perguntas passaram a ser sobre como e em que medida a 
corporação pode responder às suas obrigações sociais, essas já sendo consideradas 
como um dever da corporação (Frederick, 1994:150, apud Ashley, 2000). 
Quando na década de 90 a literatura sobre responsabilidade social empresarial 
passa a incorporar cada vez mais o aspecto normativo, a visão de ética e 
responsabilidade social nos negócios passa também a vigorar efetivamente na 
prática. 
 Podemos avaliar então que os conceitos de responsabilidade social 
empresarial incorporam ideias morais e éticas, mesmo quando não expressos 
conscientemente, constituindo-se assim, a referência normativa (Mitnick, 1995:5-33, 
apud Ashley, 2000).Assim, a responsabilidade social de uma corporação: consiste não somente no 
investimento do bem estar dos seus colaboradores internos e dependentes, no 
ambiente de trabalho saudável, na promoção de comunicações transparentes, no 
retorno aos sócios, na sinergia com seus parceiros e na garantia da satisfação dos 
seus clientes e fornecedores, mas também na sua decisão de participar mais 
diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar 
possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que exerce (D‘Ambrósio, 
1998, apud Melo Neto e Froes, 1999). 
STAKEHOLDERS 
 Percebemos, então, que a empresa através de suas ações forma uma rede de 
relações. Não faz muito tempo que os líderes empresariais optaram pela 
descentralização do foco destas relações complexas, o que ganhou em importância a 
diversidade dos indivíduos ou grupos que afetam ou são afetados em algum momento 
pelas ações de fatos gerados pela corporação. Sendo assim, para Ashley (2000), as 
relações de troca passam a se tornar o foco de reflexão, considerando-se que as 
trocas não se dão nunca exclusivamente em aspectos econômicos, mas incluem 
relações de confiança, ideias e normas éticas. Surge assim o conceito de stakeholders 
que segundo Kang (1995, apud Ashley, 2000) estariam sujeitos de uma rede de 
25 
 
 
relacionamentos da empresa e com a empresa. Podemos, então, por exemplo, ter 
como stakeholders de uma empresa seus colaboradores internos; os funcionários, 
seus clientes, seus fornecedores, os sócios ou acionistas, a comunidade ao redor da 
corporação, o governo e a sociedade e o meio ambiente. 
Esta nova visão de empresa como rede de relacionamentos com seus 
stakeholders — pessoas físicas ou jurídicas que afetam ou são afetados pela 
operação da empresa — requer uma gestão dessa rede por parte da empresa. 
Para se justificar esta postura de responsabilidade social empresarial é 
imprescindível analisar a gestão e o comportamento desta rede de relacionamento: 
conhecer qual a imagem que a empresa, seus processos de produção, seus produtos 
e seus serviços têm a partir de seus diversos stakeholders, também chamados de 
públicos da empresa. 
Vários vetores precisam ser aferidos para ter a visão do balanço da 
responsabilidade que a empresa toma para si no âmbito social: 
 Aferição do grau de satisfação dos colaboradores internos e o tipo de 
relação de trabalho e processos de trabalho que desenvolvem. 
 Aferição do grau de satisfação dos compradores e consumidores com os 
produtos e ou serviços. 
 Aferição da relação da empresa com seus fornecedores, ou seja, o grau 
de satisfação da empresa com os produtos/serviços fornecidos e vice-e-versa. 
 É importante, também, saber o perfil de relação da corporação com bancos e 
o sistema financeiro e com o governo, pois tais relações podem afetar positiva ou 
negativamente qualquer que seja o desempenho da empresa. 
Convém conhecer a qualidade de relação da empresa com a qualidade 
ambiental (poluição de diversos tipos) e com a comunidade local, de forma a assumir 
proativamente iniciativas de prevenção de danos ambientais ou à comunidade. 
26 
 
 
Podemos entender também que se a empresa incorporar a assistência a 
projetos na comunidade, a grande probabilidade é que seja adicionado valor à marca 
da organização, porém jamais será suficiente se todas as demais relações da 
empresa, citadas acima, não são satisfatórias. 
Sendo assim, segundo Shrivastava (1995:118-137, apud Ashley, 2000): os 
objetivos empresariais transcenderiam os aspectos mensuráveis de emprego de 
fatores de produção para a produção de bens e serviços para o mercado, passando a 
ser uma forma de organização de produção que concilie os interesses do indivíduo, 
da sociedade e da natureza, transitando do paradigma antropocêntrico para o 
paradigma ecocêntrico. 
CIDADANIA EMPRESARIAL 
 A palavra ―cidadania‖ é derivada de cidadão, que vem do latim civitas. 
Na Roma antiga, o conjunto de cidadãos que constituíam uma cidade era 
chamado de civitate. A cidade era a comunidade organizada politicamente. Era 
considerado ―cidadão aquele que estava integrado na vida política da cidade. 
Naquela época, e durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada à ideia de 
privilégio, pois os direitos de cidadania eram explicitamente restritos a determinadas 
classes e grupos. 
A definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja pelas 
alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais seja como conquistas, 
resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias a poucos 
preservados. 
Se conceitualmente a palavra ―cidadania tem sofrido alterações com o passar 
do tempo, a expressão ―cidadania empresarial ainda apresenta inconsistência em 
relação à sua definição. Fala-se tanto no meio empresarial quanto na mídia, a respeito 
do termo cidadania empresarial. Popularmente, este conceito tem sido tratado de 
maneira bastante instrumental, ou seja, como algo que traria vantagem competitiva à 
organização frente à crescente concorrência e seu aspecto mais ressaltado tem sido 
27 
 
 
o de investimento na comunidade através de projetos ou ações sociais com recursos 
transferidos por empresas (Coutinho, et al., 2000). 
Para Melo Neto e Froes (1999:33): a elevada consciência social de uma 
empresa, o exercício pleno da sua cidadania empresarial e o volume dos seus 
investimentos sociais constituem o que denominamos de tripé da autopreservação 
empresarial (…); dotada de uma elevada consciência social, a empresa capacita-se 
para o exercício pleno da cidadania empresarial. 
E, ao investir em projetos sociais, a empresa exercita esta capacidade e 
consolida a sua imagem de empresa-cidadã. 
Se empresa-cidadã é aquela que não foge aos compromissos de trabalhar para 
a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade, logo o conceito de cidadania 
empresarial encampa a noção de corresponsabilidade da empresa pelos problemas 
da sociedade. 
Por outro lado, Martinelli (2000) propõe uma perspectiva de evolução da 
empresa, classificável em três estágios: 
 Empresa unicamente como um negócio, instrumento de interesses para 
o investidor, que em geral não é um empresário, e sim um ―homem de negócios‖ 
com uma visão mais imediatista e financeira dos retornos de seu capital; 
 A empresa como organização social que aglutina os interesses de vários 
grupos de stakeholders — clientes, funcionários, fornecedores, sociedade 
(comunidade) e os próprios acionistas — e mantém com eles relações de 
interdependência. Estas relações podem estar refletidas em ações reativas (resolução 
de conflitos) ou proativas, tendo para cada grupo de stakeholders uma política clara 
de atuação. 
 A empresa-cidadã que opera sob uma concepção estratégica e um 
compromisso ético, resultando na satisfação das expectativas e respeito dos 
parceiros. 
28 
 
 
 Segundo o autor, no estágio empresa-cidadã, a empresa passa a agir na 
transformação do ambiente social, sem se ater apenas aos resultados financeiros do 
balanço econômico; busca avaliar a sua contribuição à sociedade e se posiciona de 
forma proativa nas suas contribuições para os problemas sociais. A empresa 
classificável como empresa-cidadã possuiria objetivos sociais e instrumentos sociais, 
os quais não deveriam ser confundidos com práticas comerciais e com objetivos 
econômicos. Desta forma, sua atuação agregaria uma nova faceta ao seu papel de 
agente econômico: a de agente social. Ela passaria a disponibilizar, com as devidas 
adaptações, os mesmos recursos aplicados em seu negócio, em prol da 
transformação da sociedade e do desenvolvimento do bem comum. 
Podemos observar que os conceitos referentes à cidadania empresarial estão 
intrinsecamente ligados ao modelo da gestão interna e externa de responsabilidade, 
à consciência social e ao comprometimento com a promoçãoda cidadania e o 
desenvolvimento da comunidade, posicionando os processos decisórios no campo do 
todo, e não apenas instrumentalizados na obtenção de resultados específicos. 
RELAÇÕES DOS CONCEITOS DE ÉTICA, 
RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA 
 Nos últimos anos tem-se colocado como pauta de discussão o politicamente 
correto, a ética, a cidadania, as relações da sociedade com o meio ambiente e a 
responsabilidade das ações do homem na atualidade em relação ao futuro da 
humanidade. A bem dizer, no geral, temos visto a extrapolação do campo da 
discussão para o campo da ação, a qual tem se verificado nos mais variados 
segmentos da sociedade. Segundo Cordeiro (2000): A insuficiência dos governos na 
resolução de vários dos problemas em nossa sociedade, os olhos fechados, de uma 
parte do meio empresarial e a grave situação social do país são alguns dos fatores 
que contribuíram para a articulação da sociedade no sentido de ampliar e valorizar 
ações ligadas a estes temas. 
 Entretanto, tem surgido uma nova geração de empresários comprometidos não 
somente com o lucro, mas também com as questões sociais do país, na expectativa 
de que este novo comprometimento consequentemente contribuirá na construção de 
29 
 
 
um país mais justo, mais competitivo e sobretudo mais humano. Diversos setores 
estão definindo seus papéis e ações na expectativa da construção de uma nova 
sociedade. Portanto, as empresas, adotando um comportamento socialmente 
responsável, são poderosas agentes de mudança para, juntamente com Estados e 
sociedade civil, construir um mundo melhor (Graiew, 2000). 
 Um dos sintomas de que essas ações já se fazem presentes e que indivíduos 
e organizações estão conscientes dessas transformações, é que nunca as empresas 
gastaram tanto em educação, treinamento e desenvolvimento como hoje (Barros, 
2000). 
 E esta nova postura em relação à cidadania e ética e à responsabilidade social, 
sem embargo, tem acionado organizações de todos os portes, desde as micros e 
pequenas até as grandes empresas. 
Porém, pode-se constatar que a visão de responsabilidade social para muitos 
ainda passa por erros de análise, pois revela que ela funcionaria como um instrumento 
de estabilização para a organização através dos resultados econômicos advindos 
desta postura. A questão é que responsabilidade social empresarial não deve ser 
encarada apenas como vantagem competitiva, mas como condição sine qua non para 
a construção de uma sociedade justa, em que os instrumentos de gestão estejam 
voltados para a participação em conjunto com seus colaboradores internos, à parceria 
ética com agentes externos, às ações de prevenção do meio ambiente e à promoção 
e integração da comunidade. 
Assim, a postura de responsabilidade social de uma empresa, não é, 
necessariamente, um instrumento de apenas um resultado econômico positivo. A 
verdadeira responsabilidade social empresarial instrumentalizada equilibra o resultado 
econômico, o respeito à cidadania, à ética e ao meio ambiente; o resto é modismo. 
 
 
 
30 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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responsabilidade social corporativa. 
AZEVEDO, T. C. e CRUZ, C. F. Balanço Social como Instrumento para 
Demonstrar a Responsabilidade Social das Entidades: Uma Discussão Quanto à 
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apresentado na 53ª Convenção dos Contabilistas do Estado do Rio de Janeiro). Rio 
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Imprensa, 10/2000, disponível on line http://www.domcabral.org.br/ 
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CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional: A Dinâmica do Sucesso 
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CORDEIRO, R. M., Cidadania Empresarial, Desemprego, Sociedade Civil 
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