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1 ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário FACULESTE ............................................................................................................... 2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 Ética e responsabilidade social nas organizações ................................................... 4 PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E ................................................................. 7 RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORA ........................................................... 7 ADEQUAÇÃO AO CENÁRIO ATUAL E AMBIENTE DE ....................................... 10 ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ....................................................................... 10 PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E A IMPORTÂNCIA NO VALOR ECONÔMICO DAS EMPRESAS ........................................................................... 14 ÉTICA EMPRESARIAL ............................................................................................. 20 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL .................................................. 22 STAKEHOLDERS .................................................................................................. 24 CIDADANIA EMPRESARIAL .................................................................................... 26 RELAÇÕES DOS CONCEITOS DE ÉTICA, .......................................................... 28 RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA ..................................................... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 30 4 INTRODUÇÃO Ética e responsabilidade social nas organizações Tem como foco elucidar que a saúde de uma empresa depende muito de sua conduta, levando-se em consideração que o mundo hoje (de negócios) está em constante transformação, ou seja, as pesquisas mostram que as empresas buscam constantemente se adequar ao cenário atual de acordo com o ambiente em que atuam e estão cientes de que boa parte do seu patrimônio depende de uma boa imagem reputacional aliada a boas práticas de responsabilidade social e a preocupação com todos os envolvidos – os stakeholders – e como a empresa projeta sua imagem para os mesmos. Embora a preocupação com a doutrina ética e responsabilidade social exista desde a origem do capitalismo, tal preocupação está em pauta nos tempos atuais, pois a ética no mundo dos negócios tem grande influência na tomada de decisões. Este estudo mostra que cada decisão em prol da mesma reflete uma boa imagem e reputação para todos os interessados na organização, e tal prática de responsabilidade social e doutrina ética vão além da preocupação única e exclusiva com a maximização dos lucros e sim prioriza também proporcionar bem-estar à sociedade e ao meio ambiente no qual a empresa se situa, com políticas de responsabilidade social interna e externa. Este estudo mostra que muitas empresas ainda caminham na contramão das práticas da ética e responsabilidade social, porque ainda têm dificuldade de enxergar o futuro e não possuem a visão sistêmica de que tal prática diz respeito à sua imagem e reputação, além de corresponder ao seu patrimônio (conforme mostrado nesta pesquisa, a imagem de uma empresa é responsável por 11% do valor total da mesma). Para uma empresa se adaptar à aplicação de tal conduta ética e consciência da responsabilidade social, é necessário que se adapte ao ambiente de atuação e se reinvente constantemente. O intuito também é elucidar que o papel da organização é 5 o de incentivar seus membros para o comportamento ético, servindo de exemplo para outras organizações. Levantou-se que as práticas de responsabilidade social têm importante papel no valor econômico das empresas; portanto, as empresas têm uma enorme preocupação e se veem na responsabilidade de projetar da melhor maneira possível sua imagem para os stakeholders. Em relação à responsabilidade social interna, o intuito desta pesquisa é evidenciar a preocupação com os colaboradores e o quanto são importantes para o sucesso da organização, já que dentro das boas práticas éticas e de responsabilidade social as empresas procuram reter seus colaboradores pela consciência dessa importância para a mesma. No que tange à preocupação com o meio ambiente, este estudo evidencia que as empresas éticas respeitam o mesmo sem causar impacto negativo e afetar a sociedade no ambiente em que atuam. Responsabilidade Social e Ética têm tido presença cada vez mais frequente em publicações acadêmicas e em literatura, principalmente, de negócios. Esses dois temas, que costumam caminhar lado a lado, tomaram importância notadamente a partir da década de 1970, do século passado, e têm se intensificado nestes quase 20 anos do século XXI. Costuma-se falar, em termos populares, que quando alguma coisa começa a ser muito debatida, ou ela assumiu, de fato, importância, ou ela não está devidamente consolidada, ou, na pior das hipóteses, sequer é considerada. A frequência dos temas na literatura assumiu contornos dramáticos, no último quarto do século XX, principalmente em função de notícias e escândalos que começaram a surgir, principalmente em países do chamado 1º mundo, em algumas organizações privadas, bem como na política. Os exemplos mais significativos são: o escândalo da Lockheed, empresa aeroespacial norte-americana, em 1977, envolvendo o governo americano, o governo da Alemanha, na época, ainda, Alemanha Ocidental, do Japão, da Arábia Saudita, e a casa real da Holanda; sabotagem ao analgésico Tylenol, da Johnson & Johnson, em 1982, que causou a morte de algumas pessoas por envenenamento; e 6 o caso Watergate, conduzindo o presidente americano, Richard Nixon, à renúncia de seu mandato, em 1974. As grandes organizações, principalmente, iniciaram a inclusão em suas práticas de códigos de ética, ou de conduta. Verdadeiros, honestos, ou não, não viria muito ao caso agora. O que vem ao caso, neste curso, é apresentar e discutir como os conceitos de ética e responsabilidade social empresarial se vinculam às visões organizacionais e o que teríamos de opções para as organizações, sejam elas privadas, públicas ou sociais. O foco, então, será a aproximação dos participantes às várias visões organizacionais, principalmente duas delas, dicotômicas, as clássicas e as sistêmicas, que nortearam e norteiam a prática das organizações, especialmente aquelas dos setores empresariais, comumente chamados de ―produtivos, no bojo do sistema capitalista, internacional e nacional, e que estão preocupadas,ou ainda, tentando demonstrar uma certa preocupação em sua atuação para as demandas sociais, e que não fazem, teoricamente, parte de seus objetivos organizacionais. Trata-se, basicamente, de avaliar, mas não esgotar, duas das principais estratégias no tratamento dessas demandas sociais e assinalar uma adaptação de uma dessas estratégias aos objetivos organizacionais, tanto do 1º quanto do 2º setor da economia, e que estão sendo veiculadas hoje pela teoria de Michael Porter, da Filantropia Estratégica. Vivemos em uma sociedade em que as linhas tênues dos valores morais são constantemente questionados. Não sem razão, pois nossa cultura é ambígua e contraditória. O hibridismo oriundo da relação Razão X Fé, herdado do pensamento greco-romano e dos dogmas judaico-cristãos fizeram com que as várias maneiras de pensar nossa sociedade criassem uma unidade, porém que nos remete a constantes questionamentos. A ―mágica da fé e do dogma se contrapõe o tempo todo à frieza racionalista da ciência. O homem enquanto ser social, consciente ou inconsciente, relaciona-se com a vida da sua época e de seus contemporâneos. As interações entre os indivíduos dessa sociedade sofrem o tempo todo uma reflexão sobre estas mesmas relações. O homem moderno não só age moralmente, mas também reflete sobre o comportamento prático moral e o toma como objetivo da sua reflexão e de seu pensamento. A vida cotidiana nos apresenta problemas morais com situações 7 concretas que nos leva a resolvê-los à luz de fundamentos éticos que muitas vezes servem até para justificar ou fundamentar certas formas deste mesmo comportamento moral. Assim, como ponto de partida, podemos relacionar a moral a um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens (Vázquez, 1999:63). Temos então que, mudando radicalmente a vida social, haverá também mudança na vida moral. Os princípios, valores e normas inerentes à moral também mudam. Ética e história, portanto, relacionam-se intrinsecamente. Neste sentido, a moral das relações de mercado sofre mudança no decorrer do tempo. Então, com o desenvolvimento dos vários modos de produção, as relações na vida econômica da sociedade têm sofrido delimitações diferentes em cada época e em cada sociedade. Pautadas por normas, inspiradas em valores e controladas socialmente, a dinâmica da vida econômica reproduz as relações vigentes da coletividade. Porém, o homem, através de seu trabalho, intervém na sua realidade e pode moldá-la segundo um projeto previamente concebido e assim garante a convivência coletiva. No entanto, é imprescindível que para que os interesses pessoais não se sobreponham aos interesses coletivos, cabe inverter a fórmula do início dos anos 90 que celebrou a necessidade da ―ética na política. É preciso fazer ―política pela ética (Srour, 1998:308-309). PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORA Segundo Queiroz e Ferreira et al. (2006) pode-se observar que o dever da responsabilidade social corporativa passou a ser acompanhado a partir da década de 1970, e a partir daí a necessidade de construir ferramentas teóricas que pudessem 8 ser testadas e aplicadas no meio. Porém, tal atribuição de dever gerou dúvidas sobre quais as obrigações sociais das empresas. Responsabilidade social não é um tema atual, pois grandes pensadores, como Marx, Lock, Kant e outros, já mostravam preocupação com a questão social, mas nas últimas décadas, por consequência da falta de iniciativa dos governos, as empresas estão assumindo as práticas de responsabilidade social, ressalta Prisco Neto (2004), tamanha é a importância em relação ao tema. A aplicação da doutrina ética como prática no meio empresarial é atual, mas em contrapartida está presente nas organizações desde que estas iniciaram suas atividades, pelo simples fato de que são compostas por pessoas e consequentemente quando se fala em pessoas, ou seja, em indivíduos, há uma relação com o estudo do comportamento que envolve toda a organização, que vai desde a alta cúpula (tomadas de decisões) até os operários, ou seja, de cima para baixo e de baixo para cima. Porém, atualmente há uma grande preocupação com a ética, no que tange à imagem da empresa. Desse modo: As questões éticas são discutidas desde a antiguidade, entretanto, no que tange à ética empresarial propriamente dita as reflexões são muito recentes. Todavia, analisando sob o ponto de vista de que as empresas são essencialmente constituídas por pessoas que desenvolvem atividades, remuneradas ou não, mas que têm e assumem responsabilidades com a organização, com a sociedade, com o colega de trabalho ou mesmo com os fornecedores, as questões éticas e morais estiveram e sempre estarão em discussão, mesmo que imperceptíveis. Ou ainda sem a estrutura, a percepção e o contexto de certa urgência que possui nos dias atuais. (GUIMARÃES, 2013, p. 15). Guimarães (2013) elucida que as décadas de 1960 e 70 foram sinalizadas por fortes discussões sobre a ética empresarial no território alemão, com foco nas questões que são de competência dos conselhos administrativos. ―Nas décadas de 1960 e 70 o ensino da ética começou a ser inserido nas faculdades de administração e negócios, principalmente nos Estados Unidos. Guimarães informa que após a inserção do ensino da ética nas faculdades de administração e negócios, se originou a: "[...] reflexão batizada no termo Ética Empresarial. Guimarães (2013, p. 23). 9 Assim sendo, essas questões são observadas pelos autores Queiroz e Ferreira et al. (2006), que afirmam que nos Estados Unidos e Europa a Ética e responsabilidade social nas corporações eram uma doutrina até o século XIX. Portanto, há uma evolução recente da concepção de responsabilidade social corporativa. Concepção esta que, segundo eles, nos últimos 30 anos é atacada e apoiada por muitos autores: Recuperando as últimas décadas de estudos sobre ética e responsabilidade social corporativa, observamos que, partindo de uma visão econômica clássica – tão amplamente divulgada por Milton Friedman –, de que a empresa socialmente responsável é aquela que está atenta para lidar com as expectativas de seus stakeholders atuais e futuros, na visão mais radical de sociedade sustentável. A ordem de mudança organizacional, em um continuum que se inicia com mudanças conservadoras e finaliza com mudanças radicais, está diretamente relacionada ao grau de amplitude de inclusão e de consideração pela empresa quanto a suas relações com seus públicos. (QUEIROZ; FERREIRA et al. 2006, p. 47). Kreitlon (2004) afirma que o surgimento da ética empresarial como campo de estudos está intimamente ligado à evolução do sistema econômico, assim como as mudanças por que passaram as sociedades industriais no último século. Em relação à aceitação da responsabilidade social por parte das empresas diante do contexto de um sistema de mercado livre, onde a mesma visa à maximização dos lucros e consequentemente ajuda a sociedade, as autoras Cruz e Azevedo (2006) afirmam: Sempre se aceitou que a responsabilidade social da empresa, em um sistema de mercado livre, é a maximização dos seus lucros, e assim se presume que ela maximiza sua contribuição para a sociedade. Segundo esta ideia, os lucros de uma empresa, que opera dentro de uma estrutura legal de uma comunidade, poderão produzir resultados que contribuirão para o desempenho social dessa sociedade. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 5). Sertek (2006, p. 245) afirma que um dos grandes problemas da atualidade é que há uma dificuldade em perceber que a ética ―[...] não é só qualidade ou excelência no fazer, mas a busca de atingir a qualidade no agir [...]e que tanto atitudes éticas como antiéticas podem ―[...] aperfeiçoar a pessoa ou corrompê-la dependendo 10 dasua positividade ou negatividade ética. E em relação às ações antiéticas que geram lucro em curto prazo o autor conclui: Pode-se aplicar o conceito de qualidade no fazer e no agir em qualquer âmbito da vida e também no das decisões empresariais. Uma ação pode atender perfeitamente os lucros da empresa, mas, no agir, pode ser uma fraude como, por exemplo, quando se promove uma boa estratégia de marketing, contudo pode ser uma propaganda falsa. (SERTEK, 2006, p. 245). ADEQUAÇÃO AO CENÁRIO ATUAL E AMBIENTE DE ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES Muitas empresas ainda têm dificuldade de enxergar o futuro porque não conseguem enxergar o presente, entender o cenário atual e o que os consumidores desejam. As empresas precisam constantemente se reinventar, otimizando recursos, buscando melhores oportunidades de resultados, conforme observa Sertek (2006, p. 55): "Todos os processos de mudança exigem uma forte coalização de pessoas em torno das metas e dos objetivos [...] e enfatiza: Atualmente, as empresas, para se adaptarem ao ambiente comercial exigente e dinâmico, têm de desenvolver novos produtos mais competitivos e lançá-los com mais rapidez no mercado. A inovação constitui um diferencial competitivo para elas, pois de outra forma são penalizadas com o possível fracasso de suas atividades. A necessidade de inovação gera um desenvolvimento social organizacional focalizado nas demandas de mercado e busca, em consequência, a produção e o consumo de novos produtos de forma exacerbada em que os critérios éticos de desenvolvimento sustentável e responsabilidade social quase não entram em jogo ou, se entram, não transformam o núcleo essencial da atividade da organização, que é a de criar riqueza compatível com o bem comum da sociedade. (SERTEK, 2006, p. 44). Para Sertek (2006), a organização tem por finalidade e princípio ser um elo entre as pessoas da sociedade para estas adquiram bens materiais e culturais, porém a organização tem um importante papel em promover a harmonia por meio dos 11 princípios e valores éticos: As organizações nascem com a finalidade de facilitar que uma parcela enorme de pessoas da sociedade consigam adquirir os bens materiais e culturais que não teriam possibilidade de obter por ação puramente pessoal. Como o ser humano é um ser social por natureza, e o seu aperfeiçoamento passa pela convivência e pela prática pessoal e coletiva das virtudes da justiça e da solidariedade, é necessário solidificar as organizações na sua função de promotoras da coesão social, por meio dos princípios e dos valores éticos. Nada mais razoável que elas, como pequenas células do tecido social, sejam a matriz ou o suporte de uma ação promotora/integradora dos fatores de desenvolvimento social eticamente responsáveis. (SERTEK, 2006, p. 45). Morgan (1996) compara as organizações com sistemas vivos, ou seja, organismos, pois no ambiente em que atuam dependem da satisfação de muitas necessidades e no mundo são perceptíveis tipos diferentes de organizações e ambientes, pois os mesmos têm de se adaptar de acordo com o que o referido cenário e necessidades pedem, e cita como exemplo as organizações burocráticas que funcionam melhor em ambientes estáveis: Essa linha simples de questionamento ressalta o ponto crucial de muitos dos mais importantes desenvolvimentos dentro da teoria organizacional no decorrer dos últimos 50 anos. Na verdade, os problemas levantados pela visão mecanicista da organização levaram muitos teóricos organizacionais a abandonar a ciência mecânica e a inspirar-se sobretudo na biologia como uma fonte de ideias para refletir sobre as organizações. Dentro deste processo, a teoria da organização transformou-se num tipo de biologia na qual as distinções e relações entre moléculas, células, organismos complexos, espécies e ecologia são colocados em paralelo com aquelas entre indivíduos, grupos, organizações, populações (espécies) de organizações e sua ecologia social. Perseguindo esta linha de investigação, os teóricos da organização emitiram muitas ideais para o entendimento de como as organizações funcionam e que fatores influenciam o seu bem-estar. (MORGAN, 1996, p. 43). Morgan (1996) afirma que as organizações são reconhecidas e vistas como sistemas abertos, e isto é de suma importância para todos os envolvidos, pois enfatiza as necessidades de um ambiente favorável para todos a fim de garantir várias formas de sobrevivência. É um ideal voltado para o ―enfoque sistêmico da organização, ou 12 seja, uma visão ampla do todo, com suas necessidades e obrigações para com os envolvidos. A partir daí o autor faz uma alusão às organizações como organismos que estão ―abertos ao ambiente em que se encontram, e as mesmas devem se relacionar apropriadamente com esse ambiente como questão de sobrevivência. O autor ressalta que: ―[...] há uma ênfase sobre o ambiente dentro do qual a organização existe [...] e afirma que: ―[...] os teóricos da administração clássica deram relativamente pouca atenção ao ambiente [...]. Conforme conclui o autor, os referidos ―teóricos da administração‖ se atentaram ao planejamento interno e não à visão dos sistemas abertos: ―A visão dos sistemas abertos modificou tudo isto, sugerindo que se deveria sempre efetuar o processo de organização tendo-se em mente o ambiente.(MORGAN, 1996, p. 49). E a partir daí conclui-se que a visão dos sistemas abertos evidencia a preocupação que o autor chama de ―interações organizacionais diretas‖ com clientes, concorrentes, fornecedores, sindicatos e agências governamentais. O autor chama atenção para o fato de que o interesse comum da estratégia de uma organização tem que coexistir com a ―[...] percepção de que as organizações devem ser sensíveis ao que ocorre no mundo que as rodeia. (Ibidem, p. 49). As autoras Azevedo e Cruz (2006, p. 3), cita a definição de outros autores sobre sistema aberto: Para Nakagawa (1999 apud l, BITENCOURT; BRITO 1999), a empresa é um complexo sistema social, e, sob uma perspectiva sistêmica, propõe que ela pode ser mais bem definida enunciando-se uma série de proposições gerais, em vez de tentar uma única e global definição: A empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que significa que ela se encontra em constante interação com todos os seus ambientes, absorvendo matérias-primas, recursos humanos, energia e informações, transformando-os em produtos e serviços, que são exportados para esses ambientes. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 3). Para Chiavenato (2005, p. 44), na organização: "O comportamento ético acontece quando os membros aceitam tais princípios e valores." E ressalta que assim a organização incentiva e encoraja seus membros para o comportamento ético, 13 servindo de exemplo para outras organizações, e aponta a correlação com o comportamento antiético, que se dá quando as pessoas desobedecem o comportamento ético. Para elucidar a importância do comportamento ético nas organizações, o mesmo comenta que: "[...] a ética é uma preocupação com o bom comportamento: uma obrigação de considerar não somente o próprio bem-estar pessoal, mas também o das outras pessoas." (Ibidem, p. 44). Visto que o autor afirma que a ética tem forte influência no mundo dos negócios no que diz respeito à tomada de decisões que estabelecem os valores que abalam diretamente os vários grupos de parceiros e para definir como os líderes podem se valer desses valores no dia a dia da administração da organização. Ou seja, a ética nas organizações estimula as ações socialmente responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes. Hunter (2006, p. 112) comenta que, mesmo com relatos sobre a importância do reconhecimento profissional, grande parte dos responsáveis pela organização ainda se recusam a dar a devida importância para o mesmo e conclui: ―Pelo visto, conceder umabonificação ou dar uma bronca é infinitamente mais fácil do que fazer um elogio construtivo específico ou mesmo promover elogios públicos. E numa percepção de progresso em relação ao incentivo profissional, o autor relata: Até pouco tempo era alvo de chacota o tipo de reunião vibrante, de reconhecimento e elevação do moral feita por empresas servidoras como Mary Kay e Wal-Mart. Hoje em dia parece que ninguém mais está rindo. (HUNTER 2006, p. 112). Germano (2003, p. 56) parte do pressuposto de que a ética assume um papel de sobrevivência, ou seja, as empresas são forçadas a aplicar doutrinas éticas para sobreviver: ―[...] a empresa não é normalmente capaz de guiar os anseios comportamentais e éticos do mercado à sua vontade e a seu gosto. Com isso, porém, não se pretende eleger uma ou mais éticas capazes de satisfazer um conjunto numeroso de tipos de sociedades, de empresas e de empregados – nesse sentido, por exemplo, seria um tanto precipitado preferir necessariamente o lucrativismo ao humanismo, ou outro preceito. A discussão vai muito mais além e exige uma análise mais séria das empresas ao averiguar em que 14 tipo de sociedade está se posicionando, com que tipo de funcionários está lidando, que expectativas está alimentando e gerenciando; o alerta é redobrado para corporações globais que almejam repetir suas práticas nos quatro cantos da Terra. Se deve haver um movimento de renovação ética nas empresas, ele passa ao largo da assepsia – na verdade, ele é mais afeito a um deixar-se contaminar pelo que invariavelmente não poderá controlar. (GERMANO, 2003, p. 56). PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E A IMPORTÂNCIA NO VALOR ECONÔMICO DAS EMPRESAS Chiavenato (2005), identifica que shareholders (os acionistas) são aqueles que compartilham a propriedade da sociedade, ou seja, os que visam a obtenção do lucro se a empresa tem sucesso no mercado. Trata-se de uma visão antiga e restrita. Em 1963 começou-se a falar de stakeholder, termo este que Chiavenato (2005) define como vários parceiros que contribuem para a organização, e que para alcançar sucesso as organizações precisam da contribuição desses parceiros; porém, nem todos têm atuação direta e interna na organização, como por exemplo os acionistas, fornecedores e clientes. Atualmente, a organização tem que produzir lucro para o trabalhador, fornecedor e todos os envolvidos com a empresa numa relação de reciprocidade que é uma troca de incentivos e contribuições. Assim sendo, a origem do termo stakeholder surgiu: Segundo a pesquisa de Edward Freeman, o surgimento do termo ocorreu no Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI), onde a palavra stakeholder foi usada em um memorando interno, em 1963. Conforme Slinger (1999), esse memorando foi escrito por Marion Doscher, em discussões do Serviço de Planejamento de Longo Prazo do Instituto de Pesquisa Stanford, e tratava de ideias de julgamento criativo, raciocínio intuitivo e envolvimento com pessoas em todos os relacionamentos da empresa. (TORRES, 2013, p. 22). Há uma preocupação de como a empresa projeta sua imagem para os stakeholders, conforme afirma Torres (2013). No que tange à preocupação com a 15 imagem e reputação da empresa, o resultado depende da sua conduta em relação à responsabilidade social. ―Falar de responsabilidade social da empresa exige, necessariamente, promover ações a favor da sua continuidade histórica e de melhorias da qualidade de vida em seu entorno social.‖, conclui Sertek (2006, p. 44) e comenta que para o desenvolvimento social é imprescindível a adaptação em relação as mudanças do ambiente, para planejar soluções para os mais diversos tipos de problemas. Para tanto, Oliveira (2013) ressalta que práticas de responsabilidade social influenciam no valor econômico das empresas: ―[...] uma atitude mais responsável diante da RSC pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, proporcionando um crescimento sustentável [...]e complementa que: ―[...] ações de responsabilidade social aliadas à comunicação podem reduzir os riscos e adicionar valor à empresa.(Ibidem, p. 3). O autor afirma que: ―O valor da marca e sua associação com uma empresa socialmente responsável é importante. (Ibidem, p. 3) e especifica aquelas que desempenham um papel em setores de maior impacto, como mineração e tabaco, e conclui: ―Para a empresa, isso pode evitar desconfiança e descrédito nos novos locais onde atuará, facilitando sua atuação com governos e comunidades. (Ibidem, p. 3). Em contrapartida, Sertek (2006, p. 246) chama a atenção para o termo ―ética das aparências, que segundo o autor: ―Atualmente, uma consequência de postura se plasma na cultura de maquiagem de bens e serviços, que procura uma qualidade aparente nas atitudes e nos produtos, a fim de atingir resultados imediatos. Ou seja, as empresas têm o hábito de maquiar os produtos para que o mesmo tenha apenas um aspecto atrativo e não qualidade. O autor comenta que se o intuito é obter melhorias na empresa, é vantajoso ―[...] cultivar virtudes e ajudar os outros a praticá- las. Ninguém gosta de ser avaliado como parcial, porque quer ser imparcial nas relações com as pessoas [...] (Ibidem, p. 246), e conclui que os executivos estão propensos ao oportunismo, ressaltando que o primeiro passo é tomar consciência de suas imperfeições e se proporem a prática da qualidade e respeitabilidade, ações estas que segundo o autor: ―fluirão no sentido da melhoria de qualidade no relacionamento. (Ibidem, p. 247). 16 Sertek (2006) cita um artigo de jornal do escritor Peter Nadas no qual este comenta em conversas com amigos a expressão "ética empresarial" e acende a discussão de que a ética e a qualidade nas organizações são deixadas de lado pelo ―mundo da empresa, pois é priorizado o lucro com a justificativa de acordos de preços secretos, concorrências públicas fajutas, propaganda enganosa etc. com atitudes antiéticas. Eis o referido artigo e conclusão: Todas as vezes que, em conversas com amigos, menciono a expressão ética empresarial, os sorrisos irônicos aparecem imediatamente nos lábios: Será que existe isso? – perguntam-me eles. Existe aí uma contradição, acrescentam geralmente. O mundo da empresa é voltado para os lucros, o que vale é o resultado final, tudo se justifica em função deste fim. Logo, onde o fim justifica os meios, não se pode falar em ética. Os oligopólios, os acordos de preços secretos, as concorrências públicas fajutas, a corrupção ativa e passiva, os conflitos de interesse, a propaganda enganosa, a inobservância das leis, a poluição, a sonegação... [...] onde está a ética? Pobre amigo, tirar o cavalinho da chuva! Ética e empresa simplesmente não podem conviver! (SERTEK, 2006, p. 243). Em relação ao artigo citado de Peter Nadas, o autor comenta que é cômodo adotar uma postura antiética, já que a mesma visa resultados em curto prazo e, consequentemente, a busca desenfreada pelo lucro, e conclui que tais práticas ―[...] produzem um acomodamento das pessoas e das instituições no estágio já atingido, da mesma forma que estimulam a incompetência profissional e favorecem a falta de talento. (Sertek, 2006, p. 244). Godin (2013, p. 67) cita o exemplo do ―Pink Slime, uma espécie de aditivo misturado à carne moída encontrado nos supermercados dos Estados Unidos que contém ―aparas de carne magra sem osso‖, segundo o autor: ―[...] a invenção parecia uma jogada óbvia do sistema de produção de carne industrializada [...](Ibidem, p. 67), ou seja, com pedaço de gordura e restos de sobras após o abate da vaca, com o intuito de reduzir o custo para o consumidor. O autor comenta que este ―[...] foi apenas um dos recentes avanços na industrialização dos alimentos [...] (Ibidem, p. 67), e informa que em relação ao referido produto, os consumidores reportaram que não vale a pena economizar em vista damá qualidade do produto e como o mesmo era produzido. A partir daí se conclui que 17 os consumidores prezam pela qualidade e procedência do produto e não especificamente pelo preço. Em relação a tais manobras da indústria somente para reduzir custo, o autor comenta: A Indústria sempre foi aplaudida na corrida para alcançar mais eficiência, mais escalabilidade e mais velocidade. Mas, na verdade, as questões econômicas e éticas dessa inovação industrial não compensam. Não há mais o que agilizar nem baratear na produção de alimentos industrializados, e desumanizar tudo o que tocamos tem um custo. (GODIN, 2013, p. 67). Para Santos (2011) é importante que a organização busque um equilíbrio nas suas propostas de inovação. O autor ressalta a necessidade de um modelo de liderança com ações éticas e o constante acompanhamento de mudanças, analisando se realmente as ações estratégicas irão afetar os trabalhadores, a cultura, a motivação, o clima e consequentemente os stakeholders, pois a maioria das organizações tem dificuldade de enxergar o futuro porque não conseguem enxergar o presente, o mercado, e entender os diferentes cenários e o que os consumidores desejam. Para uma adequação urgente do desenvolvimento social em relação às constantes mudanças do ambiente, é preciso solucionar tais problemas de uma maneira específica, alerta Sertek (2006) e reforça que tal atitude exige forte ação educacional para que as constantes mudanças que ocorrem não acarretem em uma ―sociedade sem alma‖, como se refere o autor, onde se dará valor única e exclusivamente a resultados econômicos e financeiros e não aos bens da cultura e do espírito. O autor chama atenção para a importância da dignidade e do ambiente ético na sociedade e organização para a realização pessoal e social do indivíduo: A dignidade das pessoas em uma determinada sociedade e também no âmbito das organizações cresce à medida que suas virtudes respondem ao chamado proveniente do seu entorno. Além de crescer, é realçada no cumprimento do dever de colaborar com o bem comum. Participar da consecução dos objetivos da empresa é um meio de realização pessoal e social. (SERTEK 2006, p. 32). Queiroz e Ferreira et al. (2006) observa que atualmente há um amadurecimento quanto a ética e responsabilidade social corporativa em relação a 18 sua aplicação e mensuração, subdividindo-se em vertentes de conhecimento: responsabilidade, responsividade, retitude e desempenho social corporativo, desempenho social dos stakeholders, auditoria e inovação social. A responsabilidade social faz com que as empresas tenham que mudar sua conduta e há pressões para essas mudanças, de acordo com as grandes transformações econômicas, políticas e sociais. As pessoas têm acesso à informação. E tem a questão da justiça, ou seja, nenhuma empresa quer hoje estar exposta a problemas judiciais. Esses canais acabam pressionando as empresas a terem condutas diferentes e a sociedade civil exerce uma pressão grande para a mudança de comportamento, o faz com que as empresas fiquem atentas para isso, conforme comenta Oliveira (2013): Por que esse interesse em RSC ultimamente? Isso está relacionado possivelmente com as mudanças nas últimas décadas. Temos visto grandes transformações nos contextos econômico, político e social em que atuam as organizações. Essas mudanças influenciam o comportamento das empresas e da sociedade diante da questão de RSC. No contexto econômico, a RSC surge como um diferencial competitivo entre as empresas e que pode aumentar seu potencial econômico (OLIVEIRA, 2013, p. 6). Em relação ao código de ética, Chiavenato (2005) afirma que para orientar e guiar a conduta de seus parceiros, muitas organizações têm o seu próprio código de ética, que é uma declaração formal com o intuito de funcionar como um guia para a tomada de decisões para a conduta interna da mesma: Todavia, duas coisas devem acontecer para que o código de ética encoraje decisões e comportamentos éticos das pessoas. Primeiro, as companhias devem comunicar o seu código de ética a todos os parceiros, isto é, às pessoas dentro e fora da organização. Segundo, as companhias devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus parceiros seja por meio do respeito aos seus valores básicos, seja por meio de práticas específicas de negócios. (CHIAVENATO, 2005, p. 45). Chiavenato (2005) afirma a existência de três fatores que influenciam as decisões éticas em uma organização: 1. Intensidade ética: Preocupação das pessoas em relação a algum assunto ético, onde cada decisão está atrelada a essa intensidade; 19 2. Desenvolvimento moral: decisões éticas que resultam da condição de desenvolvimento moral obtido pela organização ou pessoa; 3. Definição de princípios éticos, princípios estes que muitas organizações utilizam para direcionar o comportamento de seus parceiros. Esses três fatores são: ―[...] indispensáveis para a compreensão da conduta ética nas organizações [...] (Ibidem, p. 45), conclui o autor e comenta que tais decisões éticas não são uma prática comum de todos, ou seja, nem todos se utilizam da mesma. A ação de responsabilidade social tem um importante impacto no valor econômico das empresas e uma atitude socialmente irresponsável (multas, paralisações e indenizações) causa um efeito negativo sobre a mesma em longo prazo, e também quaisquer problemas como acidentes e falsificações podem ter consequências negativas no valor da marca. Por outro lado, uma atitude responsável diante da responsabilidade social pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, com um crescimento sustentável, evidencia Oliveira (2013), que destaca o exemplo da montadora de veículos japonesa Toyota, que desenvolveu o carro híbrido que economiza combustível e reduz o impacto nas mudanças climáticas, o que levou a um aumento no valor da marca, por significar inovação: Portanto, Responsabilidade Social das organizações é toda e qualquer ação por elas praticadas que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. São as obrigações, os compromissos que as organizações assumem com a sociedade. ―Ser socialmente responsável implica maximizar os efeitos positivos sobre a sociedade e minimizar os negativos. (FERRELL et al., 2001, p. 7). Consiste na decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias das regiões onde estão presentes, atentando para possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividades que exercem. (NEVES, 2004, p. 67). 20 ÉTICA EMPRESARIAL Atenta às contínuas mudanças no panorama social e político, a economia através das corporações, há décadas, vem sendo palco de diversas experimentações em seu modelo de gestão e aplicações de instrumentos estratégicos. Depois de reengenharia, programas de qualidade, down-sizings e outras ferramentas menos conhecidas, o mundo empresarial se dá conta de que não há modelo pronto e que qualquer modelo que venha a adotar não deve ser permanente. Afinal, é essa a grande lição da nossa atual ―sociedade da comunicação‖: tudo muda a todo instante (Orem, 1999). Como consequência natural da evolução da empresa, num mundo onde a comunicação é valor e os efeitos da globalização pesam sobre a administração, ao mesmo tempo que a impulsionam para a transformação sistemática, surge a responsabilidade social empresarial como novo fator de desenvolvimento corporativo. De acordo com Orem (1999): Sem querer substituir o papel que é do Governo, no sentido de estabelecer políticas públicas e ações que assegurem ao cidadão o acesso aos seus direitos básicos, o mundo empresarial parece estar concluindo que não é possível ter sucesso numa sociedade que não compartilhe das mesmas perspectivas e que, portanto, investir na sociedade é mais efetivo do que fazer caridade. Assim, nos novos tempos vividos, oconhecimento da ética no contexto das organizações corporativas e suas relações com a sociedade traz à tona questões polêmicas e demarca um leque de opções para enfrentá-las. Num mundo globalizado em que a competição pode resvalar para a concorrência desleal, em que a capacidade de ação da cidadania ganha dimensão inédita, adotar um posicionamento responsável tem muito a ver com a sobrevivência das empresas, mas também com a dignidade pessoal de quem a conduz e daqueles com quem a corporação possui relações. Segundo Srour (2000:51), Max Weber ensina que há pelo menos duas vertentes éticas, as quais teorizariam sobre as condutas morais: A ética da convicção, entendida como deontologia (tratado dos deveres); A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia (estudo dos fins humanos). 21 Escreve Weber (1959:172, apud Srour, 2000): (…) toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade (verantwortungsethisch) ou pela ética da convicção (gesinnungsethisch). Isso não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. Todavia, há uma oposição abissal entre a atitude de quem age segundo as máximas da ética da convicção — em linguagem religiosa, diremos: ―O cristão faz seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus‖ — e a atitude de quem age segundo a ética da responsabilidade que diz: ―Devemos responder pelas consequências previsíveis de nossos atos‖. Temos, então, que a ética da convicção compõe-se de códigos morais, traduzem valores, princípios, normas ou ideais e vão sendo aplicados pelos agentes a situações concretas. E a ética da responsabilidade por sua vez apregoa que somos responsáveis por aquilo que fazemos. Os agentes avaliam os efeitos previsíveis que uma ação produz; contam obter resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das escolhas ao preconizar que dos males o menor (Srour, 2000:52). A moralidade empresarial brasileira espelha as duas ambiguidades congênitas em relação aos postulados da ética. A primeira remete às tradições históricas e à decisiva influência católica, convertendo, assim, para a ética da convicção. Ocorre que as empresas dificilmente agem de forma mecânica e guiam-se exclusivamente por condutas pré-codificadas ou por um rol de mandamentos. Em termos práticos, elegem o caminho das análises estratégicas e procuram antecipar os impactos que certas decisões irão produzir sobre os negócios. Isto significa que, quando as empresas optam por trilhar a estrada íngreme da idoneidade, elas adotam a ética da responsabilidade. Assim, a ética empresarial está estritamente ligada à postura de responsabilidade social adotada pelas empresas, seja de uma perspectiva moral, seja de uma postura competitiva, seja ambas. 22 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL Podemos chamar as empresas de ―organismos vivos‖ que ao longo do tempo acabam incorporando mudanças e procedimentos para se adaptarem às novas realidades e garantir a sobrevivência. De alguns anos para cá, tem-se notado, em ritmo promissor, uma crescente consciência de que a empresa pode e deve assumir dentro da sociedade um papel mais amplo, transcendente ao de sua vocação básica de geradora de riquezas. A essa crescente demanda da sociedade oferece-se várias respostas e vários entendimentos, pois este novo papel pode estar associado não só a motivos de obrigação social, mas também a sugestões de natureza estratégica ou ainda a uma postura verdadeiramente ética e cidadã da empresa. O exercício da cidadania empresarial pressupõe uma atuação eficaz da empresa com todos aqueles que são afetados por sua atividade, sejam diretos sejam indiretos, possuindo um alto grau de comprometimento com seus colaboradores internos e externos. A responsabilidade social da empresa está estritamente ligada ao tipo de relacionamento que esta terá com seus interlocutores. A natureza da relação entre a empresa e seus interlocutores vai depender muito das políticas, valores, cultura e sobretudo da visão estratégica que prevalecem no centro da organização e no atendimento a essas expectativas. Assim, há desde as empresas que tratam seus parceiros de modo relativo, limitando-se a resolver conflitos, até aquelas que buscam estrategicamente otimizar as relações com todos, definindo claramente políticas e linhas de ação em relação a cada um deles (Martinelli, 2000). Para Ashley (2000): (…) a natureza das relações da empresa e seus interlocutores tem apresentado nos últimos tempos certas modificações que tenderiam para o descentramento da corporação, e que na maioria dos casos a literatura acadêmica e não acadêmica tem considerado a responsabilidade social corporativa uma atividade pós-lucro, ou seja, um foco na necessidade da corporação de realizar lucros para sobreviver e tornando, assim, a responsabilidade social uma ação instrumental. 23 Porém, a responsabilidade social empresarial pode adquirir um outro conceito, no qual a atividade pré-lucro se faz sentir na sua rede de relacionamentos, haja vista que as corporações cumprem suas responsabilidades sociais e morais antes de tentarem maximizar seus lucros, sendo, portanto, um meio eficiente e efetivo de controle social e uma base para a confiança nas relações humanas e organizacionais (Ashley, 2000). No entanto, para Jones (1996:7-41, apud Ashley, 2000) o conceito e discurso de responsabilidade social corporativo carecem de coerência teórica, validade empírica e viabilidade normativa, mas, mesmo assim, oferecem implicações para o poder e o conhecimento dos agentes sociais. Jones considera que os argumentos a favor se enquadram em duas linhas básicas, as quais ele classifica como linhas ética e instrumental. Os argumentos éticos derivam dos princípios religiosos e das normas sociais prevalecentes, considerando que as empresas e pessoas que nelas trabalham deveriam ser conduzidas a se comportar de maneira socialmente responsável, por ser a ação moral correta, mesmo que envolva despesas improdutivas para a empresa. Os argumentos, a favor, na linha instrumental consideram que há uma relação positiva entre o comportamento socialmente responsável e a performance econômica da empresa. Justifica-se esta relação por uma ação proativa da empresa, que busca oportunidades geradas por: Uma consciência maior sobre as questões culturais, ambientais e de gênero; Uma antecipação e evitação de regulações restritivas à ação empresarial pelo governo; e Uma diferenciação de seus produtos diante de seus competidores menos responsáveis socialmente. O conceito de responsabilidade social empresarial, com forte conotação normativa e cercado de debates filosóficos sobre o dever das corporações em promover o desenvolvimento social, passou a ser acompanhado já na década de 70, 24 com a construção de ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e aplicadas no meio empresarial. As perguntas passaram a ser sobre como e em que medida a corporação pode responder às suas obrigações sociais, essas já sendo consideradas como um dever da corporação (Frederick, 1994:150, apud Ashley, 2000). Quando na década de 90 a literatura sobre responsabilidade social empresarial passa a incorporar cada vez mais o aspecto normativo, a visão de ética e responsabilidade social nos negócios passa também a vigorar efetivamente na prática. Podemos avaliar então que os conceitos de responsabilidade social empresarial incorporam ideias morais e éticas, mesmo quando não expressos conscientemente, constituindo-se assim, a referência normativa (Mitnick, 1995:5-33, apud Ashley, 2000).Assim, a responsabilidade social de uma corporação: consiste não somente no investimento do bem estar dos seus colaboradores internos e dependentes, no ambiente de trabalho saudável, na promoção de comunicações transparentes, no retorno aos sócios, na sinergia com seus parceiros e na garantia da satisfação dos seus clientes e fornecedores, mas também na sua decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que exerce (D‘Ambrósio, 1998, apud Melo Neto e Froes, 1999). STAKEHOLDERS Percebemos, então, que a empresa através de suas ações forma uma rede de relações. Não faz muito tempo que os líderes empresariais optaram pela descentralização do foco destas relações complexas, o que ganhou em importância a diversidade dos indivíduos ou grupos que afetam ou são afetados em algum momento pelas ações de fatos gerados pela corporação. Sendo assim, para Ashley (2000), as relações de troca passam a se tornar o foco de reflexão, considerando-se que as trocas não se dão nunca exclusivamente em aspectos econômicos, mas incluem relações de confiança, ideias e normas éticas. Surge assim o conceito de stakeholders que segundo Kang (1995, apud Ashley, 2000) estariam sujeitos de uma rede de 25 relacionamentos da empresa e com a empresa. Podemos, então, por exemplo, ter como stakeholders de uma empresa seus colaboradores internos; os funcionários, seus clientes, seus fornecedores, os sócios ou acionistas, a comunidade ao redor da corporação, o governo e a sociedade e o meio ambiente. Esta nova visão de empresa como rede de relacionamentos com seus stakeholders — pessoas físicas ou jurídicas que afetam ou são afetados pela operação da empresa — requer uma gestão dessa rede por parte da empresa. Para se justificar esta postura de responsabilidade social empresarial é imprescindível analisar a gestão e o comportamento desta rede de relacionamento: conhecer qual a imagem que a empresa, seus processos de produção, seus produtos e seus serviços têm a partir de seus diversos stakeholders, também chamados de públicos da empresa. Vários vetores precisam ser aferidos para ter a visão do balanço da responsabilidade que a empresa toma para si no âmbito social: Aferição do grau de satisfação dos colaboradores internos e o tipo de relação de trabalho e processos de trabalho que desenvolvem. Aferição do grau de satisfação dos compradores e consumidores com os produtos e ou serviços. Aferição da relação da empresa com seus fornecedores, ou seja, o grau de satisfação da empresa com os produtos/serviços fornecidos e vice-e-versa. É importante, também, saber o perfil de relação da corporação com bancos e o sistema financeiro e com o governo, pois tais relações podem afetar positiva ou negativamente qualquer que seja o desempenho da empresa. Convém conhecer a qualidade de relação da empresa com a qualidade ambiental (poluição de diversos tipos) e com a comunidade local, de forma a assumir proativamente iniciativas de prevenção de danos ambientais ou à comunidade. 26 Podemos entender também que se a empresa incorporar a assistência a projetos na comunidade, a grande probabilidade é que seja adicionado valor à marca da organização, porém jamais será suficiente se todas as demais relações da empresa, citadas acima, não são satisfatórias. Sendo assim, segundo Shrivastava (1995:118-137, apud Ashley, 2000): os objetivos empresariais transcenderiam os aspectos mensuráveis de emprego de fatores de produção para a produção de bens e serviços para o mercado, passando a ser uma forma de organização de produção que concilie os interesses do indivíduo, da sociedade e da natureza, transitando do paradigma antropocêntrico para o paradigma ecocêntrico. CIDADANIA EMPRESARIAL A palavra ―cidadania‖ é derivada de cidadão, que vem do latim civitas. Na Roma antiga, o conjunto de cidadãos que constituíam uma cidade era chamado de civitate. A cidade era a comunidade organizada politicamente. Era considerado ―cidadão aquele que estava integrado na vida política da cidade. Naquela época, e durante muito tempo, a noção de cidadania esteve ligada à ideia de privilégio, pois os direitos de cidadania eram explicitamente restritos a determinadas classes e grupos. A definição de cidadania foi sofrendo alterações ao longo do tempo, seja pelas alterações dos modelos econômicos, políticos e sociais seja como conquistas, resultantes das pressões exercidas pelos excluídos dos direitos e garantias a poucos preservados. Se conceitualmente a palavra ―cidadania tem sofrido alterações com o passar do tempo, a expressão ―cidadania empresarial ainda apresenta inconsistência em relação à sua definição. Fala-se tanto no meio empresarial quanto na mídia, a respeito do termo cidadania empresarial. Popularmente, este conceito tem sido tratado de maneira bastante instrumental, ou seja, como algo que traria vantagem competitiva à organização frente à crescente concorrência e seu aspecto mais ressaltado tem sido 27 o de investimento na comunidade através de projetos ou ações sociais com recursos transferidos por empresas (Coutinho, et al., 2000). Para Melo Neto e Froes (1999:33): a elevada consciência social de uma empresa, o exercício pleno da sua cidadania empresarial e o volume dos seus investimentos sociais constituem o que denominamos de tripé da autopreservação empresarial (…); dotada de uma elevada consciência social, a empresa capacita-se para o exercício pleno da cidadania empresarial. E, ao investir em projetos sociais, a empresa exercita esta capacidade e consolida a sua imagem de empresa-cidadã. Se empresa-cidadã é aquela que não foge aos compromissos de trabalhar para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade, logo o conceito de cidadania empresarial encampa a noção de corresponsabilidade da empresa pelos problemas da sociedade. Por outro lado, Martinelli (2000) propõe uma perspectiva de evolução da empresa, classificável em três estágios: Empresa unicamente como um negócio, instrumento de interesses para o investidor, que em geral não é um empresário, e sim um ―homem de negócios‖ com uma visão mais imediatista e financeira dos retornos de seu capital; A empresa como organização social que aglutina os interesses de vários grupos de stakeholders — clientes, funcionários, fornecedores, sociedade (comunidade) e os próprios acionistas — e mantém com eles relações de interdependência. Estas relações podem estar refletidas em ações reativas (resolução de conflitos) ou proativas, tendo para cada grupo de stakeholders uma política clara de atuação. A empresa-cidadã que opera sob uma concepção estratégica e um compromisso ético, resultando na satisfação das expectativas e respeito dos parceiros. 28 Segundo o autor, no estágio empresa-cidadã, a empresa passa a agir na transformação do ambiente social, sem se ater apenas aos resultados financeiros do balanço econômico; busca avaliar a sua contribuição à sociedade e se posiciona de forma proativa nas suas contribuições para os problemas sociais. A empresa classificável como empresa-cidadã possuiria objetivos sociais e instrumentos sociais, os quais não deveriam ser confundidos com práticas comerciais e com objetivos econômicos. Desta forma, sua atuação agregaria uma nova faceta ao seu papel de agente econômico: a de agente social. Ela passaria a disponibilizar, com as devidas adaptações, os mesmos recursos aplicados em seu negócio, em prol da transformação da sociedade e do desenvolvimento do bem comum. Podemos observar que os conceitos referentes à cidadania empresarial estão intrinsecamente ligados ao modelo da gestão interna e externa de responsabilidade, à consciência social e ao comprometimento com a promoçãoda cidadania e o desenvolvimento da comunidade, posicionando os processos decisórios no campo do todo, e não apenas instrumentalizados na obtenção de resultados específicos. RELAÇÕES DOS CONCEITOS DE ÉTICA, RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA Nos últimos anos tem-se colocado como pauta de discussão o politicamente correto, a ética, a cidadania, as relações da sociedade com o meio ambiente e a responsabilidade das ações do homem na atualidade em relação ao futuro da humanidade. A bem dizer, no geral, temos visto a extrapolação do campo da discussão para o campo da ação, a qual tem se verificado nos mais variados segmentos da sociedade. Segundo Cordeiro (2000): A insuficiência dos governos na resolução de vários dos problemas em nossa sociedade, os olhos fechados, de uma parte do meio empresarial e a grave situação social do país são alguns dos fatores que contribuíram para a articulação da sociedade no sentido de ampliar e valorizar ações ligadas a estes temas. Entretanto, tem surgido uma nova geração de empresários comprometidos não somente com o lucro, mas também com as questões sociais do país, na expectativa de que este novo comprometimento consequentemente contribuirá na construção de 29 um país mais justo, mais competitivo e sobretudo mais humano. Diversos setores estão definindo seus papéis e ações na expectativa da construção de uma nova sociedade. Portanto, as empresas, adotando um comportamento socialmente responsável, são poderosas agentes de mudança para, juntamente com Estados e sociedade civil, construir um mundo melhor (Graiew, 2000). Um dos sintomas de que essas ações já se fazem presentes e que indivíduos e organizações estão conscientes dessas transformações, é que nunca as empresas gastaram tanto em educação, treinamento e desenvolvimento como hoje (Barros, 2000). E esta nova postura em relação à cidadania e ética e à responsabilidade social, sem embargo, tem acionado organizações de todos os portes, desde as micros e pequenas até as grandes empresas. Porém, pode-se constatar que a visão de responsabilidade social para muitos ainda passa por erros de análise, pois revela que ela funcionaria como um instrumento de estabilização para a organização através dos resultados econômicos advindos desta postura. A questão é que responsabilidade social empresarial não deve ser encarada apenas como vantagem competitiva, mas como condição sine qua non para a construção de uma sociedade justa, em que os instrumentos de gestão estejam voltados para a participação em conjunto com seus colaboradores internos, à parceria ética com agentes externos, às ações de prevenção do meio ambiente e à promoção e integração da comunidade. Assim, a postura de responsabilidade social de uma empresa, não é, necessariamente, um instrumento de apenas um resultado econômico positivo. A verdadeira responsabilidade social empresarial instrumentalizada equilibra o resultado econômico, o respeito à cidadania, à ética e ao meio ambiente; o resto é modismo. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASHLEY, P. A. Gestão Ecocêntrica e Consumo Responsável: desafios para a responsabilidade social corporativa. AZEVEDO, T. C. e CRUZ, C. F. 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