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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - UNIFEI GRADUAÇÃO RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL I (FIS213) - T03 ENERGIA MECÂNICA: CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Erik Souza Pereira 2022015710 Caio Borges Medeiros 2020018991 Milene Cristiane Almeida 2022016056 Itajubá - MG 2022 RESUMO Este relatório consiste em estudar e analisar experimentalmente a energia mecânica, especialmente a conservação de energia. É de conhecimento geral que a utilização da energia para resolver problemas da mecânica é indispensável, afinal em situações que a força depende da posição é a forma mais eficiente de analisar essa questão. O objetivo deste relatório é efetuar uma análise da gravação obtida no laboratório através do software Tracker, construir gráficos no SciDAVis utilizando os dados obtidos no Tracker,calcular medidas referentes à constante de elasticidade, encontrar as energias potenciais, energia cinética e energia total e apresentar conclusões sobre o experimento feito no Laboratório de Física (LDF5 - UNIFEI) onde o principal objetivo foi filmar o experimento realizado e analisar as energias potenciais atuantes nos carrinhos ao longo das suas oscilações no trilho de ar. Palavras-chave: Energia mecânica. Conservação de energia. Força. Posição. Análise. Gravação. Conclusões. Laboratório de física. Software. Tracker. Gráfico. SciDAVis. Elasticidade. Energias. Oscilações. Trilho de ar. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 DADOS 5 ANÁLISE DE DADOS 8 CONCLUSÃO 10 REFERÊNCIAS 12 4 1. INTRODUÇÃO Energia é uma grandeza escalar associada ao estado de um ou mais objetos; todavia, essa definição é excessivamente vaga. Um conceito menos rigoroso pode servir de partida, sendo assim, energia é um número que associamos a um sistema de um ou mais objetos. Se uma força muda um dos objetos, fazendo-o entrar em movimento, por exemplo, o número que descreve a energia do sistema varia; Após um número muito grande de experimentos, pode-se confirmar que se o método através do qual foi atribuído números à energia é definido adequadamente, esse números podem ser usados para prever resultados de experimentos. A energia pode ser transformada de uma forma para outra e transferida de um objeto para outros, mas a quantidade de energia total é sempre a mesma (a energia é conservada). A conservação da energia mecânica é uma das leis da mecânica clássica que descreve do princípio de conservação de energia, quando nenhuma força dissipativa atua sobre um corpo, toda a sua energia relativa ao movimento é mantida constante. Isso corresponde a energia cinética e a energia potencial do corpo não mudam. Então quando se diz que a energia mecânica é conservada, pode-se considerar que a soma da energia cinética com a potencial é igual em todos os instantes e em qualquer posição. Com a energia mecânica conservada, o cálculo de velocidades e posições do corpo em questão pode ser feito para qualquer instante de tempo. Energia cinética: Quando um corpo está em movimento, sendo assim, quanto maior for a massa desse corpo e maior a velocidade, maior será a sua energia cinética. Há três tipos de energia cinética: energia cinética de translação, de rotação e de vibração. Energia Potencial: Uma forma de energia que pode ser armazenada e que depende diretamente da posição em que o corpo se encontra em relação a alguma forma, por exemplo, campo gravitacional, campo elétrico e campo magnético. Ela pode ser também acumulada em um corpo quando este estiver sujeito à ação de uma força conservativa, sendo assim, força que se aplica sempre a mesma quantidade de energia a um corpo, independente do caminho. Tipos de energia potencial: energia potencial elétrica, energia potencial elástica e energia potencial gravitacional. Neste laboratório foi utilizado um elemento oscilante, sobre um trilho inclinado que intercalava continuamente a energia mecânica total entre a forma potencial gravitacional, potencial elástica e cinética. A energia potencial e cinética podem variar, entretanto, a soma delas se mantém constante no tempo. 5 2. DADOS A experiência foi realizada no Laboratório de Física da Universidade Federal de Itajubá na tarde do dia 04 de novembro de 2022 e todos os materiais utilizados são de posse da universidade. O material utilizado para a realização do experimento foi: Trilho de ar metálico CIDEPE, inclinável, de 1 metro de comprimento; Suporte para inclinação do trilho; Compressor-Soprador de ar Phywe ou equivalente; Carrinho metálico CIDEPE para o trilho (elemento de movimento); Unidades de massas (50g) para lastro do carrinho; Duas molas (pequena e grande) extensíveis, para acoplar ao carrinho; Balança digital de marca Bel contendo um erro de 0,1 gramas e fundo de escala 2 quilogramas; Câmera XTRAX para aquisição de dados (mínimo de 30 fps); Suporte para celular; e por fim o cabo para descarregar os vídeos da câmera para o computador. Imagem 1 - Foto do trilho inclinado e materiais utilizados no experimento. Fonte: Próprio autor, 2022 6 Imagem 2 - Balança digital Bel Fonte: Próprio autor, 2022 Imagem 3 - Câmera XTRAX Fonte: Próprio autor, 2022 O experimento foi realizado sobre a bancada, o soprador foi utilizado para que houvesse um fluxo de ar estável, tendo a mangueira de acoplamento alterada para o novo trilho colocado sobre a bancada. O trilho utilizado foi inclinado, parecido com o trilho usado 7 nos experimentos anteriores, mas sendo menor que o outro e podendo ser inclinado em até 45º . O trilho foi utilizado de forma inclinada em um ângulo maior quando foi colocado o trilho em experimentos anteriores. O carrinho utilizado acompanhou o formato do trilho com hastes laterais, para lastro e estruturar nas extremidades para ser adicionado às molas. O lastro do carrinho foi adicionado de cada lado uma unidade de massa de 50 gramas, sendo assim, adicionada duas unidades de massa em cada lado para obter 200 gramas. Foi colocado também as duas molas sobre o carrinho e também sobre o trilho para que houvesse a oscilação, sendo, a mola menor colocada na parte superior (maior) e a mola maior colocada na parte inferior (menor). Ao colocar as massas no carrinho foi medida a massa do carrinho juntamente com a unidades de massa, obtendo assim, (384,3 0,1) g . Através da escala de inclinação foi± possível obter a leitura de (30,1 0,5) graus. Após colocar o carrinho sobre o trilho, atado às± molas, o soprador foi ligado para que o carrinho ficasse na posição de equilíbrio, sendo ele, em repouso. O carrinho deve oscilar sem que as molas encostem no trilho, evitando a perda por atrito. Assim que o carrinho ficou em repouso com as duas molas esticadas, ele foi puxado cerca de 10 cm da posição de equilíbrio e depois solto para que desse modo houvesse a oscilação. Foi utilizado as 6 primeiras oscilações, para que não houvesse perda por dissipação. Para desenvolvimento da análise de dados, foram utilizadas as seguintes equações: (1)𝑘 𝑒𝑞 = 𝑤2 · 𝑚 𝑐 (2)𝐿 0 = 𝑆 0 + 𝑚 𝑐 ·𝑔·𝑠𝑒𝑛(θ) 𝑘 𝑒𝑞 (3)𝐸𝑃𝐸 = 12 · 𝑘𝑒𝑞 · (𝑆 − 𝐿0) 2 (4)𝐸𝑃𝐺 = 𝑚 𝑐 · 𝑔 · (𝑆 − 𝑆 0 + 𝐴) · 𝑠𝑒𝑛(θ) (5)𝐸𝑐 = 12 · 𝑚𝑐 · 𝑣 2 (6)𝐸𝑡 = 𝐸𝑃𝐸 + 𝐸𝑃𝐺 + 𝐸𝑐 (7)100 · 𝑐𝑜𝑒𝑓. 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟𝑐𝑜𝑒𝑓. 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟⎡⎣ ⎤⎦ · ∆𝑡 ≤ 4% 8 3. ANÁLISE DE DADOS Após assistir os vídeos das oscilações, através do programas tracker, foi possível desenvolver os gráficos que foram apresentados a seguir, com o auxílio do Scidavis. Observando o gráfico 1, é possível obter os valores de tempo e posição do carrinho. Figura 1 - Gráfico da posição do carrinho (metros) em relação ao tempo (segundos). Feita a criação do gráfico 1 encontramos a equação do ajuste apresentada no gráfico acima e a seguir: 𝑌 = (𝑆0 ± 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑆0) + (𝐴 ± 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴) × 𝑐𝑜𝑠 (𝑤 ± 𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑤) × χ[ ] → 𝑌 = (0, 3383 ± 0, 0002) + (0, 0850 ± 0, 0002) × 𝑐𝑜𝑠 (4, 7293 ± 0, 0009) × χ[ ] Utilizando o gráfico 1 pode-se encontrar a medida da constante de elasticidade equivalente para as molas que atuam no carrinho.(𝑘𝑒𝑞 ) Pelo SciDAVis tem-se o valor da frequência angular da oscilação e a massa do carrinho foi obtida pela balança no Laboratório de Física da UNIFEI. Assim, utilizamos a equação 1, foi encontrado a medida: 𝑘 𝑒𝑞 = 𝑤2 · 𝑚 𝑐 → 𝑘 𝑒𝑞 = (4, 7293)2 · 0, 3843 = 22, 9337 · 0, 3843 → 𝑘 𝑒𝑞 = (8, 814 ± 0, 002) 𝑁/𝑚 Vale ressaltar que para fins de padronização do resultado a medida da massa foi convertida de gramas para quilogramas. Logo, 384,3 g passou a ser 0,3843 kg, melhorando o resultado obtido pela constante de elasticidade. 9 Feito isso, pode-se calcular a Energia Potencial Elástica (EPE) em relação ao ponto de potencial zero das molas .(𝐿 0 ) Para encontrar o valor de utilizamos a equação 2, onde é o ponto de equilíbrio𝐿 0 𝑆 0 das oscilações e pode ser calculado em função do ponto e das demais variáveis da𝐿 0 𝑆 0 equação. Vale ressaltar que para a aceleração da gravidade utiliza-se como𝑔 = 9, 78520 𝑚/𝑠2 um valor absoluto. Logo, 𝐿 0 = 𝑆 0 + 𝑚 𝑐 ·𝑔·𝑠𝑒𝑛(θ) 𝑘 𝑒𝑞 → 𝐿 0 = 0, 3383 + 0,384·9,785·𝑠𝑒𝑛(30,1)8,814 → 𝐿0 = 0, 3383 + 0,384·9,785·0,501 8,814 𝐿 0 = 0, 3383 + 0,384·9,785·0,5018,814 → 𝐿0 = 0, 3383 + 1,862 8,814 → 𝐿0 = 0, 3383 + 0, 2113 = (0, 5496 ± 0, 0004) 𝑚 Agora utilizamos o ângulo convertendo-o para radianos usando a fórmula: θ(𝑟𝑎𝑑) = θπ180 Logo, ouθ = (30, 1 ± 0, 5) (0, 525 ± 0, 007)𝑟𝑎𝑑 Tem-se que e o erro abaixo.𝑠𝑒𝑛(θ) = 0, 501 𝑒𝑟𝑟𝑜(𝑠𝑒𝑛(θ)) = 𝑐𝑜𝑠(θ) · 𝑒𝑟𝑟𝑜(θ) → 𝑒𝑟𝑟𝑜(𝑠𝑒𝑛(30, 1)) = 𝑐𝑜𝑠(30, 1) · 𝑒𝑟𝑟𝑜(30, 1) rad= 0, 86515 · 0, 00873 ≈ 0, 007 Com esses cálculos, os valores das energias potencial, cinética e total do carrinho em cada instante de tempo foi obtido pelas equações 3, 4 e 5 através do Scidavis e assim obteve-se o gráfico 2. 10 Figura 2 – Gráfico 2 - Variação da energia potencial elástica, energia potencial gravitacional, energia cinética e energia total (joules) em relação ao tempo (segundos). Através do gráfico 2, pode-se representar a forma como a energia do sistema do carrinho de comporta Figura 3 – Gráfico da variação da energia total em função do tempo e o ajuste linear da função gráfica. Ajuste gráfico 3: Y= (-0,95 +/- 0,04)*x + (81,28 +/- 0,15) Através da equação 6, foi possível construir o gráfico 3. Apesar do gráfico 2 apresentar uma energia total conservada, foi possível observar através do gráfico 3 que a 11 energia total do sistema começa a perder energia lentamente, o que foi ocasionado pelas forças dissipativas. 4. CONCLUSÃO Após a construção dos gráficos 1 e 2 no software SciDAVis começamos a efetuar sua análise. Percebe-se que as três formas de energia variam de formas relativamente diferentes. Logo, depois de analisar o gráfico 1 comparando com o gráfico 2 foi possível notar que quando se tem menor energia potencial gravitacional, as posições são maiores, enquanto que se tem maior energia potencial elástica, menores são as posições, assim também pode-se observar a oscilação de polos entre a energia potencial elástica e energia potencial gravitacional, quando uma atingia o máximo, a outra atingia o mínimo, sempre se opondo uma à outra, variando inversamente uma com a outra. Já a energia cinética pode ser considerada nula, quando uma das energias potenciais são máximas, já que a velocidade pode ser considerada nula nesses pontos em que não predominam as energias potenciais. A energia total mecânica manteve uma certa constância com leves mudanças e possíveis quedas em seu valor ao longo do gráfico 2, quase se assemelhando à uma reta. Através da equação 7 foi possível calcular a variação percentual relativa durante as 5 oscilações analisadas, utilizando os coeficientes do ajuste linear e angular. 100 · −0,9581,28⎡⎣ ⎤⎦ · 6 = 7, 01% Após realizar os cálculos e obter o valor percentual de 7,01% pode-se concluir que por ser menor do que 4% fica evidente que a energia mecânica total não é conservativa, ou seja, não deve ser considerada uma reta por não possuir um valor constante. Assim, conclui-se que ela não pode ser considerada constante e isso explica as pequenas mudanças recorrentes nos gráficos 2 e 3. Dessa forma, é evidente que efetuar análises em torno dos gráficos desenvolvidos após o experimento é de extrema importância, afinal é através deles que a situação pode ser representada, revelando como os dados obtidos se comportam graficamente. Com o apoio dos gráficos foi possível estudar a conservação de energia e verificar sua existência no sistema isolado do experimento, verificando se a energia mecânica total pode ser constante ou não. A fim de obter resultados mais precisos no experimento seria necessário realizar uma melhor 12 amostragem dos dados, tentar evitar todas as forças dissipativas, como o atrito com o trilho, o arrasto causado pelo ar no ambiente ou a dissipação de energia por meio das ondas sonoras. 5. REFERÊNCIAS HALLIDAY, David. Fundamentos da Física: Mecânica. In: RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física: Mecânica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 1, cap. 8, p. 423-465. Roteiro do Laboratório 1 de Física Experimental I, W. S. Dias, Disponível em: https://drive.google.com/file/d/18o9usXGMoCj73tI83pzFUc-Ok2kDAyhE/view?usp=sharing Acesso em: 09 de Novembro de 2022. Roteiro do Laboratório 4 de Física Experimental I, W. S. Dias, Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1uYIMKs-emx5jQpwYNzNAS1H1FY1I6XFM/view?usp=sha ring Acesso em: 09 de Novembro de 2022. YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. FÍSICA I: Mecânica. In: FORD, A. Lewis. FÍSICA I: Mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil Ltda, 2016. v. 1, cap. 7, p. 223-250 https://drive.google.com/file/d/18o9usXGMoCj73tI83pzFUc-Ok2kDAyhE/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1uYIMKs-emx5jQpwYNzNAS1H1FY1I6XFM/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1uYIMKs-emx5jQpwYNzNAS1H1FY1I6XFM/view?usp=sharing