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1- Puberdade precoce 2- Atraso puberal 1- PUBERDADE PRECOCE 1- Situações variantes do normal: → Telarca precoce → Pubarca precoce (adrenarca precoce) → Menarca precoce → ACCP – aceleração constitucional do crescimento e puberdade 2- Puberdade precoce patológica SITUAÇÕES VARIANTES DO NORMAL TELARCA PRECOCE Isolada ou idiopática (espontânea, sem origem conhecida) Desenvolvimento isolado do tecido mamário antes dos 8 anos Unilateral ou bilateral Até ~ M3 no estadiamento de Tanner Ocorre regressão espontânea em ~ 60% dos casos Não há aumento da velocidade de crescimento, nem avanço da idade óssea Progressão da puberdade precoce ~ 10% Mais comum nos primeiros 2 anos de vida Ausência de caracteres secundários, Estradiol, LH e USG pélvica normais SURGIMENTO: • Flutuações estrogênios • Hipersensibilidade transitória do tecido mamário • Ativação parcial transitória do eixo HHG • Mutações genéticas • Influência da obesidade • Disruptores endócrinos PUBARCA PRECOCE Pubarca precoce isolada: aparecimento precoce dos pelos pubianos P2 antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 nos meninos Ocorrência > em meninas Sem necessidade de tratamento Possíveis causas: etnia, hiperandrogenismo, SOP, síndrome metabólica Adrenarca prematura Aumento da produção de hormonas sexuais do testículo nos meninos e do ovário nas meninas Zona reticular adrenal: aumento DHEA e DHEA-S Aumento da atividade da 17, 20 liase e 17 alfa hidroxilase MENARCA PRECOCE Rara Diagnóstico de exclusão Abuso, vulvovaginite, corpo estranho... ACCP – ACELERAÇÃO CONSTITUCIONAL DO CRESCIMENTO E PUBERDADE = RCCP (Retardo Constitucional de Crescimento e Puberdade) Sexo feminino > masculino Aceleração precoce da velocidade de crescimento Valores elevados de escore z estatura Manutenção do canal de crescimento até o início da puberdade Puberdade antecipada: 6 ~ 8 anos Disturbios da puberdade SITUAÇÕES NÃO VARIANTES DO NORMAL PUBERDADE PRECOCE PATOLÓGICA Característica puberal em idade inferior a – 2 desvios padrão Em meninas: antes dos 8 anos Em meninos: antes dos 9 anos Mais prevalente no sexo feminino Classificação: 1- Central (PPC) – dependente gonadotrofinas 2- Periférica (PPP) – independente gonadotrofinas → Isossexual → Heterossexual Puberdade precoce central – PPC Depende da ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal Padrão semelhante a puberdade fisiológica Puberdade precoce periférica - ppp Não depende da ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal Pseudopuberdade precoce Pode ser Isossexual ou heterossexual FONTE: endógena/exógena esteroides sexuais ou gonadal/extra gonadal PUBERDADE PRECOCE PERÍFÉRICA ISOSSEXUAL: SÍNDROME DE McCune Albright: Mutação ativadora: GNAS Tríade: hiperfunção endócrina + displasia óssea poliostótica + manchas café com leite PROVA! PUBERDADE PRECOCE PERÍFÉRICA HETEROSSEXUAL: DIAGNÓSTICO DA PUBERDADE PRECOCE História clínica: presença da tríade 1- Característica sexual secundária para idade < - 2 DP → Ritmo evolutivo 2- Aumento da velocidade de crescimento → Alta estatura 3- Avanço de idade óssea → Fusão epifisária prematura EXAME FÍSICO: Estadiamento puberal Curvas de crescimento Pelos axilares, odor axilar, lesões cutâneas, acne e oleosidade Aumento da massa muscular Massas palpáveis LABORATORIAL: Avaliação hormonal => útil diagnostico etiológico Basais: LH, FSH, testosterona e estradiol Estímulo de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina): LH e FSH IMAGEM: Idade óssea => previsão de estatura, detecção de anormalidades, avanço desproporcional, monitorização do tratamento Ressonância magnética: avaliação etiológica PPC Cintilografia: avaliação etiológica PPP – displasias ósseas, síndrome de McCune Albright 2- Atraso puberal Meninas: ausência de broto mamário após os 13 anos Meninos: ausência de aumento testicular após os 14 anos Ocorre em cerca de 3% das crianças CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS: Período de desenvolvimento > 4-5 anos a partir dos primeiros sinais puberais Presença exclusiva de pelos púbicos/axilares: pode sinalizar fonte suprarrenal de androgênios Causas: 1- Retardo constitucional de crescimento e puberdade (RCCP) 2- Hipogonadismo hipogonadotrófico funcional 3- Hipogonadismo hipogonadotrófico 4- Hipogonadismo hipergonadotrófico 5- Sem classificação HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO FUNCIONAL Doenças crônicas Desnutrição (anorexia nervosa, pobreza) Treinamento físico competitivo Algumas endocrinopatias podem associar-se: diabetes mellitus com controle inadequado, hipotireoidismo adquirido e síndrome de Cushing HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO Deficiência hormonal central => GnRH hipotalâmico, gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH) Pode ser transitório ou funcional Desequilíbrios: nutricional, bioquímico, metabólico (decorrente de diferentes doenças crônicas) Doenças do sistema nervoso central – tumores, malformações congênitas, meningite, hidrocefalia... Deficiência de gonadotrofina Hipogonadismo hipogonadotrófico permanente: Pode ser causado por: Defeitos genéticos => alterações no desenvolvimento hipotalâmico Adquirido => lesão craniana inflamatória, tumoral ou traumática SÍNDROME DE KALLMANN Ocorre um defeito de migração dos neurônios produtores de GNRH do placódio olfatório para a região media basal do hipotálamo Forma mais comum de deficiência isolada de gonadotrofinas Associada a hipoplasia/aplasia bulbo olfatório: hiposmia ou anosmia Gene KAL1, região Xp22.3 Anormalidades associadas: criptorquidia (ausência de um ou dois testículos na bolsa testicular), micropênis, surdez neurossensorial e malformação renal Testes olfatórios: identificação de figuras, memoria olfativa, limiar olfatório HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO PERMANENTE NA INSUFICIENCIA GONADAL PRIMÁRIA: Falha na produção de hormônios sexuais: concentrações baixas de estrógeno e testosterona Prejuízo na retroalimentação (feedback negativo): concentrações elevadas de LH e FSH ALGUMAS DOENÇAS CRÔNICAS QUE ATRASAM A PUBERDADE: • Doença intestinal inflamatória • Insuficiência renal crônica • Doença cardíaca • Doença pulmonar (fibrose cística) • Doença hematológica (anemia hemolítica/falciforme) • Doenças hepáticas DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS: • Anorexia nervosa => alteração hipotalâmica • Gasto energético excessivo (atletas) Nesses casos, o eixo HHG é normal e a puberdade instala-se espontaneamente, depois de corrigido o fator causal. PROVA! Causas mais comuns: síndrome de Turner e Klinefelter Falência gonadal: trauma, torção, orquite, radioterapia, quimioterapia, galactosemia... Deficiência de POR (P450 oxidorredutase e de 17-alfa-hidroxilase HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO ADQUIRIDO Causas adquiridas de falência gonadal: Meninos: insuficiência testicular primária, que pode ocorrer após quimioterapia e/ou radioterapia local, orquite pós-caxumba, trauma, torção testicular e criptorquidia Meninas: insuficiência ovariana primaria, que pode ser decorrente de quimioterapia/radioterapia ou associada a doença autoimune, defeitos enzimáticos ou outros fatores SÍNDROME DE TURNER Cariótipo 45, X ou outras alterações ou perda total/parcial do cromossomo X Disgenesia gonadal Alterações fenotípicas: baixa estatura, pescoço curto e alado, implantação baixa da linha do cabelo, palato em ogiva, pterígio, cúbito valgo, hipertelorismo mamário, linfedema ao nascimento, anormalidades renais e cardíacas Concentrações de gonadotrofinas extremamente altas durante a 1° infância, diminuem no período pré-puberal e se elevam novamente aos10 anos (FSH) SÍNDROME DE KLINEFELTER Disgenesia dos túbulos seminíferos, espermatogênese ausente e função variável das células de Leyding, com baixa produção de testosterona ou próxima do normal A puberdade pode iniciar em idade inadequada, mas não evolui Cariótipo: 47, XXY e variantes Alterações fenotípicas: alta estatura, com proporções eunucoides, micropenis, testículos pequenos e endurecidos, ginecomastia A capacidade intelectual e a adaptação social podem ser limitadas DIAGNÓSTICO DO ATRASO PUBERAL DIAGNÓSTICO CLÍNICO: AVALIAÇÃO INICIAL Questionar quanto a capacidade olfatória, mudanças recentes de peso ou da atividade física História familiar completa (antecedentes familiares, consanguinidade, padrão de desenvolvimento puberal dos pais) Inflamação dos testículos EXAME FÍSICO: Antropometria (peso, estatura, SS, SI e envergadura) Alterações fenotípicas sugestivas de sd genética Estadiamento puberal (Tanner) Avaliação do olfato, campo visual e alterações no fundo de olho DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR: Exames de acordo com a suspeita clinica Concentrações séricas de LH, FSH, testosterona total e/ou estradiol Outros exames: cariótipo, RM de crânio e/ou sela turca Diagnostico diferencial: avaliação laboratorial SE AS GONADOTROFINAS SÉRICAS ESTIVEREM: 1- Elevadas: indicam falência gonadal primária (hipogonadismo hipergonadotrófico), indica-se cariótipo e/ou encaminhamento p/especialista 2- Diminuídas: não se distingue entre RCCP X atraso puberal funcional X hipogonadismo hipogonadotrófico permanente Importante excluir causas tratáveis de atraso puberal por meio de exames de rotina Tabelas importantes: PROVA!