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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. SOBRE O AUTOR Olá, acadêmico(a)! Eu sou a prof.ª Cristiane Fatima Alves, sou mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá, MBA em gestão de varejo e vendas pela Universidade Estadual de Maringá e graduada em Marketing pela UNIFAMMA. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá, aluno (a), seja bem-vindo à disciplina de Introdução ao Marketing. O objetivo desta disciplina, é apresentar a você, acadêmico e futuro profissional os aspectos fundamentais da área de marketing. Por meio de quatro unidades com uma linguagem clara e precisa, vamos saber o que marketing, suas orientações, o que é segmentação de mercado e como identificar mercados- alvo, as ferramentas de marketing mais utilizadas e como gerenciar serviços. Na unidade I, apresentarei a origem do termo marketing e suas principais definições, bem como a evolução do marketing e seus conceitos-chave. Também vamos aprender como os profissionais de marketing criam e entregam valor superior para os clientes como modo de alcançar os objetivos da organização e os tipos de benefícios que os clientes podem receber da compra e do uso de produtos e serviços e os custos que podem tentar reduzir. Você aprenderá que dentro das organizações, o marketing deve interagir continuamente com outros grupos funcionais, veremos isso no módulo sobre o papel do marketing dentro das organizações e, por fim, tratarei sobre as responsabilidades atribuídas ao gerente de marketing. Na unidade II, você aprenderá sobre a Segmentação e Segmentos de mercados-alvo por que e quando as organizações utilizam a segmentação. Serão abordadas as inúmeras maneiras que os profissionais de marketing podem segmentar o mercado de consumo. É essencial, que você saiba como avaliar os segmentos de mercado, para comparar e decidir em quantos e quais mercados irá servir, de mercado de massa a micromarketing. Também veremos a importância de considerar outros fatores para escolha de uma estratégia adequada para atender o mercado-alvo. Você terá a oportunidade de entender como os consumidores posiciona os produtos em sua mente, e as diferenciações que as organizações podem desenvolver como vantagens competitivas para seus produtos ou serviços em relação aos concorrentes para que eles ocupem local diferenciado na mente do consumidor, bem como comunicar e entregar de maneira eficiente para o mercado a posição escolhida. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Na Unidade III, estudaremos o composto de marketing enquanto estratégia principal da organização, que visa satisfazer os consumidores e, ao mesmo tempo lhe proporcionar lucro. Entender cada um dos elementos do composto de marketing (produto, preço, promoção e praça) é fundamental, para os profissionais de marketing orientar ações e decisões que favoreçam e estimulem a troca, bem como a criação de uma oferta, representada pelo composto de marketing adequado. Na Unidade IV, abordarei o marketing para empresa de serviços, mostrando que atuação do profissional de marketing nas empresas prestadoras de serviços é distinta daquela desempenhada em organizações que trabalham com bens tangíveis. Na sequência, discorrei sobre as principais características dos serviços e apresenta os chamados momentos da verdade que ocorre no encontro de serviço, formando o ciclo de serviços. Nesta unidade ainda, você aprenderá a importância de a organização administrar eventuais erros e suas consequências quando esses são tratados ou não. Esperou que você tire o máximo de aproveito de todo o conteúdo abordado nesta disciplina. Sem dúvida, os conhecimentos aqui disponibilizados auxiliarão você durante a sua caminhada para o sucesso, a partir da elaboração adequada de todos os processos que envolvem a gestão estratégica de marketing, gestão do composto de marketing e gestão de serviços. Desejo a você sucesso nessa na sua nova caminhada! Um forte abraço! Prof.ª Me. Cristiane Fatima Alves Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. UNIDADE I FUNDAMENTOS DE MARKETING Prof.ª Me. Cristiane Fatima Alves Objetivo de Aprendizagem O objetivo nesta unidade é entender o real conceito de marketing, traçando um panorama histórico e evolutivo do marketing, enfatizando suas orientações, os principais conceitos básicos de marketing, criação de valor para o cliente e gerenciamento do processo, frente às demandas organizacionais de mercado. Plano de Estudo Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos: 1. Entendendo Marketing; 2. Os principais conceitos básicos utilizados no marketing; 3. Criar valor para o cliente; 4. O papel do marketing nas organizações. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONVERSA INICIAL O marketing está por toda parte. Diariamente pessoas e organizações se envolvem em inúmeras atividades de marketing. Em casa, no trabalho, na faculdade, nos locais de lazer. Nos produtos disponíveis no supermercado perto da sua casa, no anúncio que invade sua televisão, rádio e as páginas da internet. Estamos expostos ao marketing em praticamente em tudo o que fazemos. A exposição como pode perceber, é intensa. Há pessoas que pensam que o marketing serve apenas para vender produtos de qualquer modo, mesmo que as pessoas não os desejem. Vender é apenas uma pequena parte de toda a função que o marketing se propõe a realizar. Outros acreditam que o marketing é a publicidade e a propaganda. Essas são apenas algumas das ferramentas do marketing, que cria sensorialmente a imagem de um produto, talvez, seja esse o motivo que levam as pessoas a se equivocarem, entre outras interpretações errôneas. Marketing é muito mais complexo e multifacetado do que se imagina e está em constante evolução e transformação. A essa altura, você deve estar se questionado, se marketing não é venda, não é publicidade e propaganda. Mas, afinal, o que é marketing? A resposta para essa pergunta será explorada mais adiante com suas definições e detalhes para que você possa entender desde os primórdios. Trabalharei, ainda, o processo evolutivo do marketing a partir das mudanças de orientações de administração de marketing. Na sequência, pontuarei alguns conceitos aplicáveis no estudo de marketing. Abordarei sobre o marketing de hoje centrado na criação de valor para o cliente e na construção de relacionamentos lucrativos com ele. Por fim, finalizarei esta unidade, explicando a função de marketing. Então, vamos em frente! Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1. ENTENDENDO MARKETING Muito bem aluno (a), primeiro vamos entender a origem do termo marketing e sua definição empresarial e acadêmica, para na sequência traçar um panorama histórico e evolutivo do marketing. 1.1. Definição de Marketing Para falar de marketing é necessário entender a origem do termo. O termo Marketing é derivado da palavra inglesa market, que significa mercado. Essa palavra é utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. A primeira definição de Marketing foi apresentada em 1935 pela Associação de Marketing Americana — American Marketing Association – AMA, a mais influente associação de profissionais de Marketing. Ela definiuque o termo marketing “é o desempenho de atividades que direcionam o fluxo de bens e serviços dos produtores aos consumidores” (COBRA, 2012, p.27). Essa definição foca em dois pontos principais, primeiro, a função gerencial de alocação da produção de bens e serviços, e, segundo, marketing como uma atividade de negócios. Além disso, a preocupação da AMA nesse momento era com as compras e as vendas, elevar o máximo a eficiência da produção e a distribuição de bens e serviços. Com o passar do tempo, com a colaboração dos acadêmicos e praticantes, a AMA começa a reanalisar a definição de marketing para uma interpretação mais ampla do conceito. A mais recente das modificações conceituais empresariais de marketing aprovada oficialmente pela American Marketing Association: Marketing é a atividade, conduzida por organizações e indivíduos, que opera por meio de um conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas de mercado que tenham valor para consumidores, clientes, agentes de marketing e a sociedade como um todo (URDAN; URDAN, 2010, p. 05). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. A definição atualizada reflete a criação e a comunicação e entregar valor para todos os atores do mercado ligados à organização. Assim, a sobrevivência e o crescimento da organização dependem da satisfação das necessidades e desejos dos clientes para maximização dos lucros. O marketing foi considerado inicialmente uma função inerente e exclusiva do mundo dos negócios e começou a ser discutido de forma mais ampla a partir do final da década de 60. Os primeiros autores a sugerir responsabilidades mais abrangentes para a disciplina foram Lazer (1969) e Kotler e Levy (1969). Em 1969, Lazer publica no Journal of Marketing, o artigo intitulado “Marketing Changing Social”. No qual o autor propõe que o marketing deve reconhecer as dimensões societárias, em outras palavras, para o autor o marketing não deve ser utilizado somente em pró da organização de ter lucros, mas também para atingir os objetivos da sociedade de forma holística e não apenas o consumo, influenciado o estilo de vida das pessoas. Na mesma edição também saiu o artigo de Kotler e Levy (1969) que complementam as ideias de Lazer. Os autores sugeriram que o escopo de marketing deveria incluir também as organizações não lucrativas das mais diversas áreas, tais como política, educação e as causas sociais. Para os autores marketing era uma “atividade social impregnante que ia muito além da venda da pasta de dente, sopa e aço” (KOTLER; LEVY, 1969, p.10). No entanto, a ampliação do conceito de marketing gerou controvérsias na área acadêmica. Luck (1969) no mesmo ano publicou um artigo criticando a visão equivocada do conceito de marketing. Para o autor, por trás dessa definição estava o sentimento de culpa, em razão de alguns teóricos acreditarem que o marketing não apoiava as questões sociais. A tese defendida por Luck (1969) consistia que o “marketing deveria limitar-se às atividades que resultam em transações de mercado” (COBRA, 2012, p. 23). Na tréplica, Kotler e Levy (1969) acusam Luck de apresentar uma visão míope do marketing, ou seja, enxergar somente as transações de mercado e não o todo. Posteriormente, Kotler (1972) faz uma reavaliação da sua posição inicial sobre o conceito de marketing e propõe um conceito mais genérico de Marketing. Para o autor, marketing é um “processo administrativo e social pelo qual os Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. indivíduos e as organizações obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de valor com os outros” (KOTLER; ARMSTRONG, 2008, p. 04). Observe que, nessa definição o autor sugere que o marketing busca criar relacionamento com o cliente. Toda essa discussão e contradições no campo que vimos, foi motivada pelos mais diversos acontecimentos da época e também pela transição do marketing como profissão e função inerente da empresa para sólidos fundamentos teóricos. Marketing significa muito mais do que ferramentas de vendas e publicidade como vimos na introdução desta unidade. Mais importante que entender sua definição é compreender que o marketing é a troca entre duas ou mais partes, que dão e recebem algo de valor, buscando mutuamente satisfazer necessidades. Trata-se de uma filosofia empresarial, um princípio geral que orienta o do trabalho da organização, um compromisso que precisa ser permanente, disseminado e enraizado por toda a companhia em que o cliente é o cerne — a principal razão da existência da organização. Processo gerencial que envolve um conjunto de atividades que inclui, por exemplo, atividades de pesquisa de mercado, análise da concorrência, posicionamento e desenvolvimento de produtos, para obter resultados, que são a realização de trocas, criação de valor e satisfação dos clientes e, consequentemente, lucratividade da empresa (URDAN; URDAN, 2010). No entanto, essa preocupação e compromisso com o cliente nem sempre estiveram incorporados como princípio, filosofia e valor da companhia. Como veremos, a seguir, quando percorremos a evolução do marketing ao longo do tempo. 1.2. Histórico e Evolução do Marketing Para organizações elaborarem e executarem suas estratégias de marketing, elas precisam adotar uma orientação estratégica que norteará os negócios da organização e sua forma de lidar com os interesses dos clientes, da organização e da sociedade. Cada orientação pode ser chamada também de Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. eras. Veremos, primeiro, a evolução desde os primórdios da revolução industrial, depois o uso mais pertinente de cada orientação perante o mercado. A revolução industrial no final do século XIX provocou diversas mudanças no ambiente, com as inovações tecnológicas, a divisão do trabalho aumentou o rendimento e resultou na especialização de tarefas que levou ao desenvolvimento das equipes de trabalhadores, os processos produtivos passaram da fase de artesanal para a produção em massa. 1.2.1. Orientação para a produção As organizações orientadas para a produção valorizam as questões produtivas, competências nos processos operacionais, quantidade de produtos fabricados com qualidade e distribuição com eficiência, para atender os consumidores ávidos para comprar. Nesta orientação a organização não se preocupa com as necessidades dos clientes. Quando pensam nos clientes é para determinar a produção. 1.2.2. Orientação Para Vendas Na orientação de vendas, a ênfase é na comunicação para realizar trocas com os clientes, vender em larga escala e obter lucros. As organizações utilizam equipes de vendas agressivas, campanhas de propaganda intensas, promoções de vendas ousadas, tudo para persuadir o cliente a comprar o produto gostando dele ou não. Com isso, é possível perceber, que nenhuma atenção é dada a construção de relacionamento lucrativos de longo prazo com os consumidores, nem as necessidades e os desejos dos clientes, muito menos ao produto. O propósito dessa orientação é vender o que se produz e não o que o cliente quer (KOTLER; KELLER, 2009). As vendas já não eram mais constantes e também não geravam lealdade do cliente com a empresa. Em face dessa situação, as organizações mudaram a sua relação com o mercado, centrando-se no relacionamento. Iniciado era de marketing. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1.2.3. Orientação Para Marketing A orientação para marketing centra-se nas necessidades e desejos dosclientes para construir produtos/serviços para satisfazê-los. Dessa forma, os profissionais de marketing podem criar relacionamentos duradouros e, consequentemente, lucratividade, competindo de forma eficiente com outras organizações. O objetivo dessa orientação é encontrar os clientes certos para o seu produto, não mais encontrar os produtos certos para os clientes (KOTLER; KELLER, 2009). A orientação de marketing, segundo Kotler e Armstrong (2008, p. 08) “significa muito mais do que simplesmente responder aos desejos expostos dos clientes e às suas necessidades óbvias”. É preciso identificar, conhecer e aprender sobre os clientes para desenvolver e criar melhorias para produtos e serviços. A partir do que vimos, sobre a evolução do marketing ao longo das mudanças ocorridas, podemos compreender que cada orientação conduz a organização na sua forma de enxerga e se relaciona com o mercado. “Em tese, a orientação de marketing não é melhor do que essas outras orientações” (URDAN; URDAN, 2010, p.19). Haverá contextos em que a orientação de marketing provoca menos vantagens do que outra orientação. Desta forma, você como profissional na sua companhia deve priorizar a orientação mais adequada de acordo com o contexto empresarial. No quadro 1, apresenta-se de forma resumida um comparativo das orientações de administração de marketing. Quadro 1– Comparativo das orientações de administração de marketing Orientação Enfoque Ações predominantes Produção Produtos Pouca ou nenhuma atenção às necessidades dos clientes e construção de relacionamentos com eles. Atingir alta eficiência de produção com produtos de qualidade, baixos custos e distribuição em massa. Vendas Vendas Os objetivos de vendas são superiores às metas de lucros. A mentalidade da organização é voltada para o seu interior e não para o mercado, assim predomina os interesses e as necessidades da organização. A transação de venda é balizada pelo horizonte de curto prazo e na cobrança de valor envolvido na venda, encerrando-se o relacionamento com cliente. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Marketing Clientes Coloca as necessidades e desejos dos clientes no centro das decisões e ações empresarias. Todas as áreas interfuncionais da organização trabalham juntas, alinhando competências, recursos e esforços para satisfazer os clientes e entregar-lhes valor percebido. O lucro é objetivo fundamental, resultante da capacidade que a organização resolver as necessidades e os desejos dos clientes. Acompanha os passos dos concorrentes para sustentar seus pontos positivos ou superar suas limitações. Fonte: Elaborado pela autora Indicação De Recursos Didáticos Caro(a) aluno(a), vimos neste módulo um panorama do histórico e da evolução do marketing. A seguir, disponibilizamos para você um artigo que complementará o seu conhecimento sobre a história do marketing, especificamente no Brasil. CINCO DÉCADAS DE MARKETING Autor: Sérgio Ricardo Góes Oliveira Revista: GV executivo Assunto: Administração – Marketing Edição: v.3, n.3 Ano: 2004 Páginas: 37 a 43 Disponível em: <https://goo.gl/wA9aqv> Acesso em: 08 nov. 2017. Resumo: O artigo faz o exame da história do marketing no Brasil: ao tratar sobre quem foram os percussores da área e as principais influências sobre a formação de um conhecimento mercadológico no país, analisa as principais mudanças nos últimos dez anos, e, por fim, o autor discorre sobre os desafios que os profissionais brasileiros terão que enfrentar no futuro. Fonte: Elaborado pela autora. Indicação de Recursos Didáticos Estudamos nesse módulo as orientações de administração de marketing. Para podermos compreender mais profundamente a importância de as empresas serem orientadas para os clientes, indica-se a leitura a seguir: https://goo.gl/wA9aqv Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. MIOPIA EM MARKETING Autor: Theodore Levitt Revista: Harvard Business Review Assunto: Administração – Marketing Edição: junho/agosto Ano: 1960 Páginas: 1-12 Disponível em: <http://www.eniopadilha.com.br/documentos/levit_1960_miopia%20em%20marketing.pdf> Acesso em: 08 nov. 2017. Resumo: A visão curta de muitas empresas, que as impede de definir adequadamente suas possibilidades de mercado, é o tema deste artigo ⎯ verdadeiro clássico da literatura especializada. Fonte: Levitt (1960). 2. OS PRINCIPAIS CONCEITOS UTILIZADOS NO MARKETING Apresentarei alguns conceitos fundamentais para que se compreenda melhor a definição de marketing. O primeiro conceito que vamos verificar é do mercado e segmentação. O segundo das necessidades, desejos e demandas. O terceiro conceito aborda produtos e ofertas ao mercado. No quarto conceito apresenta o valor e satisfação. Por fim, são definidos os conceitos de trocas e relacionamentos. 2.1. Mercado e Segmentação O mercado é o conjunto de pessoas ou organização que tem poder de compra. No entanto, o mercado é muito amplo e raramente a empresa pode satisfazer a todos em um mercado. Portanto, os profissionais de marketing precisam dividir Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. o mercado em segmentos. A segmentação de mercado consiste em identificar e analisar as diferenças demográficas, psicográficas e comportamentais existentes entre grupo de consumidores. É possível dividir o mercado “em grupos de compradores potenciais com necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamento de compras semelhantes” (CHURCHILL; PETER 2012, p.210). Após esta análise a organização decide, então, quais segmentos apresentam as maiores oportunidades dentro das necessidades que a organização pode atender, ou seja, quais são seus mercado-alvo, aquele para o qual ela irá direcionar seus investimentos e estratégias de marketing. 2.2. Necessidades, Desejos e Demanda As necessidades fazem parte da condição humana, não são criadas pelos profissionais de marketing. O ser humano tem necessidades de comida, de vestuário, de sede e de abrigo para sobreviver. As pessoas também têm necessidades de educação, de entretenimento e de satisfação estética. Essas necessidades se tornam desejos quando são direcionadas a elementos específicos capazes de satisfazê-las. Os desejos são moldados pelo contexto cultural. Por exemplo, o consumidor brasileiro tem fome, mas deseja um prato de arroz com feijão. Um norte-americano tem fome, mas deseja um hambúrguer. Nesses dois exemplos, os consumidores têm fome de alimentos específicos, logo, as demandas são desejos que são apoiadas pelo poder de compra do consumidor. Assim, os profissionais de marketing coletam, criam e interpretam as informações da sociedade para influenciar os desejos. Eles também são responsáveis por estimular ou desestimular; criar ou redesenhar; reverter, manter ou reduzir as demandas. 2.3. Produto e Ofertas ao mercado Produto é qualquer coisa tangível ou intangível capaz de satisfazer a uma necessidade ou a um desejo do consumidor, oferecido para uso ou consumo por meio de Ofertas ao mercado — bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, benefícios, organizações, informações e ideias. Para cada mercado-alvo escolhido, a organização desenvolve uma oferta de mercado. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Depois disso, a oferta é posicionada na mente do mercado-alvo, como algo que fornece um ou mais benefícios. Por exemplo, a marca McDonald’s traz muitas associações na mente das pessoas quando elas formam a imagem da marca como hambúrgueres,fast-food, diversão, criança e arcos amarelos (KOTLER; KELLER, 2009). 2.4. Valor e Satisfação O valor para o cliente “é a diferença entre percepções do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços e custos em que eles incorrem para obtê-los” (CHURCHILL; PETER, 2009, p. 15). Entre as inúmeras ofertas que as organizações oferecem aos clientes, eles escolhem a que proporcionar maior valor. O valor representa os benefícios funcionais e emocionais e os custos monetários e não monetários percebidos pelo consumidor. A satisfação do cliente, por sua vez, reflete os julgamentos do consumidor percebido no desempenho de um produto/serviço em relação as suas expectativas. Os clientes ficam satisfeitos com o desempenho quando este corresponde as suas expectativas. Os clientes insatisfeitos com expectativas muitas vezes saem à procura de alternativas mais interessantes. Agora, se o desempenho ultrapassar as expectativas, o cliente fica altamente satisfeito ou fascinado. 2.5. Trocas e relacionamentos A essência do marketing está na troca. A troca consiste quando duas ou mais partes dão e recebem algo de valor, buscando reciprocamente suprir e satisfazer as necessidades de ambos. Estas necessidades motivam as pessoas, as organizações lucrativas e o terceiro setor procurarem outras pessoas ou organizações, a fim de realizar trocas de objetos tangíveis e intangíveis (URDAN; URDAN, 2010). A troca pode assumir três formas: a troca utilitária, pautada apenas em elementos econômicos: bens de um lado, dinheiro do outro; troca simbólica, quando o retorno ocorre por meio de entidades intangíveis psicológicas e sociais; e troca mista quando envolvem tantos os Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. elementos utilitários e simbólicos. Mas, antes que a troca se efetive as partes analisam o valor percebido, ou seja, os benefícios e os custos dessa transação para decidir se vale a pena ir adiante (URDAN; URDAN, 2010). Para que troca possa existir são necessárias cinco condições de acordo com Sandhusen (2010): 1. Que exista pelo menos duas partes, cada uma com algo que interessa à outra parte. 2. Que as partes envolvidas tenham capacidade de comunicação e de entrega. 3. Que as partes envolvidas estejam livres para aceitar ou recusar a oferta de troca. 4. Que as partes envolvidas acreditem ser apropriado participar da negociação. 5. Instrumentos legais para amparar o acordo, por exemplo, contratos. Quando a organização concretiza a primeira troca com o cliente e esta operação é bem-sucedida, resulta na repetição de trocas no tempo com a mesmo cliente. Ao percorrer esse caminho, a organização está construindo um relacionamento com o cliente (URDAN; URDAN, 2010). O marketing de relacionamento consiste no esforço e na competência da organização em desenvolver atividades de marketing direcionadas para consolidar, desenvolver e manter trocas com o vínculo duradouro com satisfação mútua, caso contrário o relacionamento deixa de fazer sentido. Ter uma base de clientes fidedignos traz diversas consequências positivas para organização como “[...] valorização da sua imagem, menor sensibilidade dos compradores ao preço, redução de custo e incremento da rentabilidade” (URDAN; URDAN, 2010, p.14). Fique atento, as organizações não devem forçar o relacionamento com o cliente, pois na primeira oportunidade que ele tiver, ele cai fora, cedo ou tarde. O relacionamento com o cliente deve ser construído para que ele seja próspero e positivo para a empresa e para o cliente. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Indicação de Recursos Didáticos O sucesso de cada negócio depende dos profissionais aprender e entender: o mercado, a segmentação, as necessidades, os desejos, as demandas, as ofertas de mercado (produtos, serviços e experiências), o valor, a satisfação, as trocas, o relacionamento, os conceitos centrais de marketing aplicados a qualquer tamanho de empresa e segmento. Para que possamos entender aplicação destes conceitos na prática, indica-se a reportagem a seguir: PIPOCA DO VALDIR - PIPOCA DO TOSHIO Publicado: 25 de setembro de 2014. Produtora: Rede Globo Gênero: Reportagem Esta reportagem está disponível no Youtube. Acesse o endereço: <https://goo.gl/aHnPQ9> Acesso em: 08 nov. 2017. Sinopse: É possível inovar vendendo pipoca? Tem como se diferenciar no mercado vendendo um produto tão simplório para ganhar o coração de seus clientes? Esta reportagem do Fantástico exibida no dia 14/09/14 no quadro "Tive uma ideia" mostra dois casos muito interessantes de como simples atitudes acompanhadas de muita determinação podem contribuir para o sucesso do seu negócio. Fonte: Le Grife Marketing para Pequenas Empresas, 2014. 3. CRIAR VALOR PARA O CLIENTE Muito bem, aprendemos que a organização deve escolher uma filosofia empresarial para conduzir seus negócios. Agora, vamos conhecer a extensão da orientação de marketing defendida por Churchill e Peter (2009) que é o marketing voltado para o valor. Para autores, essa orientação de marketing é mais apropriada para diversas situações, incentiva as organizações darem a atenção para os stakeholders (concorrentes, fornecedores, financiadores, órgãos governamentais, funcionários, comunidades locais e sociedade em geral), conhece a capacidade de os concorrentes satisfazerem necessidades e desejos de Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. maneira efetiva e eficiente e, por fim, dá uma orientação mais ampla de como satisfazer os clientes, competir e executar atividades de marketing coerentes com os concorrentes. O valor para o cliente, segundo Churchill e Peter (2009) é a diferenças entre as percepções em relação aos benefícios da compra e uso de produtos/serviços, e os custos incidem para obtê-los. Na figura 1, é possível observar uma representação dessa ideia: Figura 1– Equação do valor Fonte: Churchill e Peter (2009, p.15) O marketing voltado para valor pressupõe que os clientes só realizarão a troca de produtos/serviços quando os benefícios forem maiores que os custos e também quando oferecem um valor superior em comparação aos concorrentes. Vamos a um exemplo prático: a Duracell comunicou a seus clientes que suas pilhas ofereciam um valor superior em relação às concorrentes quando anunciaram que eram as pilhas mais duráveis já fabricadas (CHURCHILL; PETER, 2009). Em muitos casos, os clientes baseiam sua decisão de compra com a satisfação com produtos/serviços comprados anteriormente e raramente fazem uma nova busca de opções concorrentes. O que torna as ações de marketing caras para atrair novos clientes, fazendo as organizações optarem por manter os clientes. Além disso, o marketing de valor acredita que tal cenário é passível de alteração porque um bom valor para o cliente hoje, pode ser inaceitável amanhã. Similarmente, os clientes mudam suas percepções de valor de acordo com o contexto, por exemplo, o consumidor pode considerar o fast-food uma boa alternativa quando precisa de uma refeição rápida, por outro lado, em uma ocasião especial, como o Dia dos Namorados essa refeição não seria Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. adequada. Portanto, um dos grandes desafios dos profissionais de marketing é convencer os clientes a mudarem para as marcas concorrentes. Ao comprar produtos/serviços, o valor percebido pelo cliente será igual aos benefícios recebidos menos os custos. Entendemos que os benefícios precisam ter um peso maiorna percepção do cliente do que os custos incorridos para obter o produto/serviço. Segundo Churchill e Peter (2009), há quatro tipos de benefícios que os clientes podem receber ao comprar ou usar certos produtos/serviços: Benefícios funcionais – são tangíveis, recebidos em bens e serviços. Por exemplo, uma comida pronta para saciar a fome, um chinelo para conforto dos pés. Está relacionado à funcionalidade. Benefícios sociais – são respostas positivas que os clientes recebem de outros indivíduos por meio da compra ou uso de determinado produto/serviço. Tal benefício ocorre também na compra de marca de alto status. Benefícios pessoais – são bons sentimentos que os clientes experimentam pela compra e uso de produtos/serviços. Ambientalistas gostam de utilizar bicicletas para se locomover por não poluir o ambiente. Benefícios experimentais – estão relacionados ao prazer sensorial obtido com produtos e serviços. Por exemplo, comprar pacote de massagens por causa do relaxamento; lanchas e motocicletas por causa da adrenalina, roupas confortáveis. Os profissionais de marketing podem fazer inúmeras combinações estratégias de benefícios sobre o produto/serviço para criar valor para o cliente, enfatizando a qualidade, características, design, experiências sensórias no uso e no recebimento da oferta. O consumidor ao receber benefícios assume custos monetários (preço do produto, instalação, manutenção, entre outros) e os não monetários como temporais (o tempo é valioso para muitos consumidores, para ficar esperando em longas filas); psicológicos (a compra de produtos complexos ou caros podem implicar na investigação e avaliação de muitas informações e preocupação quanto à escolha certa) e comportamentais (a energia física que o cliente despende para adquirir o produto/serviço, isto é, algum nível de atividade física exigida). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Quantos aos custos, os profissionais de marketing também podem melhorar o valor, ao reduzir os preços e os juros da compra, oferecer instalação gratuita, desenvolver uma ampla rede de distribuição, buscar formar parceiras com fornecedores, intermediários e distribuidores tornando os produtos/serviços amplamente disponíveis para os consumidores. Quando a organização consegue criar valor percebido para os clientes ao deixá-los satisfeitos ou muito satisfeitos, isso pode conduzir a fidelização dos clientes, o que esperado, que leva a relações duradoras e lucrativas entre consumidores e organizações. Na figura 2, é possível observar essa relação. Portanto, “o marketing voltado para o valor é projetado para oferecer uma melhor orientação para as organizações alcançarem seus objetivos” (CHURCHILL; PETER, 2009, p. 19). Lembre-se sempre que o marketing voltado para criar valor para o cliente é um processo contínuo de criação, manutenção e melhoria do valor entregue para o cliente. Figura 2– As consequências de um valor superior para os clientes Fonte: Churchill e Peter (2009, p.20) O marketing voltado para o valor também sustenta que as organizações podem criar valor para os clientes por meio de preocupações mais abrangentes que inclui as considerações éticas, ambientais, legais e sociais em suas práticas, agindo em prol dos melhores interesses de longo prazo dos clientes e da sociedade. Em outras palavras, estamos falando do marketing socialmente responsável que tem preocupações com contextos mais abrangentes, ambiental, ético, legal e social das atividades de marketing e dos programas de marketing. O marketing socialmente responsável ou marketing societal mantém a lucratividade da organização como fator motivador dos negócios, assim como a Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. busca pela satisfação do consumidor, entretanto, tem uma visão de longo prazo sobre as causas e os efeitos do marketing além da empresa e dos consumidores, buscando aumentar bem-estar social da sociedade como um todo (KOTLER; KELLER, 2009). O marketing societal não leva em conta apenas a função econômica das empresas na sociedade, e a ética nos negócios, considera os valores humanos às práticas empresarias. Sua aplicação torna possível que as organizações sejam lucrativas e ao mesmo tempo socialmente responsáveis, desenvolvendo uma consciência mais ética e social na comunidade empresarial. A prática e o aperfeiçoamento desse valor são a garantia de sobrevivência das organizações no longo prazo. A Natura uma marcar líder em higiene pessoal, perfumaria e cosméticos no Brasil, fundada em 1969, é a pioneira em produção sustentável. A companhia foi uma das vencedoras do prêmio Campeões da Terra 2015, maior homenagem ambiental conferida a pessoas e organizações de destaque, na categoria Visão Empresarial, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). A companhia foi reconhecida pelo seu compromisso de colocar a sustentabilidade no coração de sua estratégia de negócios, apoiando a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU. Segundo Kotler e Keller (2009) as organizações só têm a ganhar ao se envolverem com valor ético e social, por ser uma oportunidade para melhorar a reputação da companhia, aumentar a consciência da marca, a fidelidade do cliente e obter mais vendas e exposição na mídia. Diversas organizações já entenderam que devem ficar atentas a esse valor, pois cada vez mais consumidores atribuirão maior valor àquelas organizações que exercerem um papel de agente de transformação socioambiental. Isso mostra que os clientes estão buscando valor que vão além dos benefícios racionais e emocionais nos produtos /e ou serviços. Os consumidores estão conscientes que a responsabilidade social é de todos, principalmente das empresas, na melhoria das condições sociais e na preservação do meio ambiente. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Indicação de Recursos Didáticos Você aprendeu que quando o cliente compra um produto/ e ou serviço com uma expectativa e está não é atendida, isso gera uma insatisfação. Em alguns casos as empresas têm a oportunidade de reverter essa situação, porém preferem deixar o consumidor sem resposta. Para mostrar a importância do serviço de pós-venda, indica-se o vídeo a seguir: O JANTAR DA VINGANÇA Publicado: 29 de abril de 2016 Produtora: Agência publicitária Grey Gênero: Ação para comemorar o aniversário de 15 anos do Reclame aqui. Este vídeo está disponível no Youtube. Acesse em: <https://goo.gl/pT2i8z> Acesso em: 08 nov. 2017. Sinopse: Para alertar as empresas que elas precisam se preocupar e responder seus clientes. O Reclame Aqui, principal site de reclamações dos consumidores do país sobre atendimento, produtos, serviços compra e vendas, realizou uma ação em comemoração ao seu aniversário de 15 anos, na qual eles se “vingam” de algumas empresas que desrespeitam o consumidor. Fonte: Elaborado pela autora. Indicação De Recursos Didáticos Estudamos neste módulo que para construir e manter relacionamentos lucrativos com o cliente, as empresas precisam lhe entregar valor superior e satisfação. Para que possamos entender na prática como as empresas estão construindo e mantendo relacionamentos lucrativos a longo prazo, indica-se a leitura do caso, a seguir: CASO: WHOLE FOODS MARKET O Whole Foods Market é uma rede de supermercados com menos de duzentas lojas que vende produtos saudáveis e finos como vegetais orgânicos, aves, alimentos sem ingredientes artificiais nem gorduras hidrogenadas e muito produtos inofensivos ao ambiente como detergentes não-poluentes e fraldas sem cloro. A empresa começounos 1970 como uma loja de comida natural que atendia os hippies. Com a compra de pequenas lojas de comida natural https://goo.gl/pT2i8z Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. em grandes cidades, a empresa ganhou mais exposição e acesso aos canais de distribuição de alimentos naturais. Durante o final dos anos 1980 e nos anos 1990, o crescimento da empresa foi estimulado pelo aumento do desejo americano de vida saudável e pelo interesse em relação à alimentação refinada. O Whole Foods faz pouca propaganda, mas recebe constante exposição gratuita da mídia por ser muitas vezes mencionado em séries populares da TV, elogiado por celebridades em talk shows, e apresentado em jornais e revistas como uma história de sucesso comercial. A empresa educa os consumidores quanto a alimentos, fornece receitas, e até mesmo organiza passeios nos quais os clientes se encontram com pescadores locais. Os caixas de seus supermercados e o pessoal do estoque recebem instruções sobre alimentos e ganham salários acima da média. Os preços do Whole Foods são significativamente mais altos do que os dos produtos dos supermercados tradicionais porque o segredo de sua lucratividade está nas margens de lucros mais elevadas em produtos que tradicionalmente produzem pequenas margens, e em vendas muito maiores por pé quadrado¹ do que os supermercados convencionais Porém, como ressaltou o CEO da empresa, os americanos gastam muito menos de sua renda em alimentos do que outros países e é por isso que a maior parte desse alimentos não tem um sabor muito bom; se eles quiserem comida de melhor qualidade, terão de pagar por ela. Em 2005, o Whole Foods divulgou seus planos de duplicar o número de suas lojas até 2015. No Brasil, a unidade de medida utilizada é o m². Fonte: Sciffman, L G.; Kanuk, L. L. Comportamento do consumidor. Rio de janeiro: LTC, 2015. 4. O PAPEL DO MARKETING NAS ORGANIZAÇÕES Veja bem, você já aprendeu o que é marketing e os conceitos básicos que envolvem o processo de marketing, agora, vamos falar sobre a função de marketing dentro das organizações, e entender quais são as responsabilidades do gerente de marketing. As atividades de marketing podem assumir muitas formas, mas, basicamente, de maneira simples, a função de marketing é responsável pelo gerenciamento do composto de marketing, conhecido também, como os 4P’s: produto, preço, praça e promoção. O composto de marketing é conjunto de ferramentas que a organização utiliza para alcançar o seu objetivo de marketing (URDAN; URDAN, 2010). Em organizações orientadas para o marketing, para alcançar os resultados pretendidos pela companhia o departamento de marketing é tão essencial que não trabalhar de forma isolada, “ele é a empresa inteira olhada do ponto de vista do cliente” (PALMER, 2006, p.81). Em organizações orientadas para o marketing cada departamento tem um impacto sobre o cliente, assim, os clientes devem ser preocupações não apenas do marketing, mas de todas as Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. áreas funcionais nas quais as ações possam influenciar, direta ou indiretamente, as percepções dos clientes sobre a qualidade e valor. É responsabilidade do gerente de marketing coordenar e integrar todas as áreas funcionais da organização como finanças, produção/operações, recursos humanos, pesquisa/desenvolvimento e contabilidade. Controlar, orquestrar e criar ofertas do composto de marketing junto ao mercado para atender as necessidades não satisfeitas e identificar e definir mercado-alvo. Os gerentes de marketing também são responsáveis por todo o planejamento, organização e controle das atividades estratégias e táticas de marketing, objetivando otimizar o valor para os clientes e, simultaneamente para toda organização. De forma resumida, segundo Sandhusen (2010) as quatros grandes áreas de responsabilidade dos gerentes de marketing são: 1. Análise de marketing – identificam e analisam as oportunidades e ameaças, forças e franquezas dentro e fora da organização. 2. Planejamento de marketing – analisam as oportunidades de marketing, seleciona o mercado-alvo, elabora estratégias de marketing para alcançar metas organizacionais. 3. Implementação de marketing – Coordena, motiva e direciona as pessoas. 4. Controle de marketing – Avalia o desempenho das ações implementadas por meio de indicadores para verificar se estão funcionando de modo eficaz. Pois bem, as principais atividades dos gerentes de marketing são o desenvolvimento e a manutenção dos níveis estratégicos e táticos da organização e trabalhar em íntima cooperação com membros de equipe das diversas áreas. Em tese, essa última afirmação parece perfeita. O ideal seria que as divisões funcionais não existissem. Visto que, o sucesso da organização não depende apenas da qualidade do trabalho de cada departamento, mas principalmente da cooperação entre eles. É muito importante lembrar que quando falamos da função do gerente de marketing esta varia de acordo com a natureza da organização e do mercado que atende. Sendo assim, numa grande organização, os esforços de marketing podem ser conduzidos por um vice-presidente de marketing e cada divisão de produto, por exemplo, pode ter um gerente de marketing. Uma organização Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. pequena pode não ter um departamento de marketing formal e seus proprietários ficam responsáveis pelas atividades dessa área. Indicação de Recursos Didáticos Agora, que já sabemos qual é a função de marketing. Nosso próximo passo é conhecer como o gerente de marketing coordena o processo de administração de marketing. GESTÃO DE MARKETING Autores: Sergio Roberto Dias Idioma: Português Editora: Saraiva Assunto: Administração – Marketing Edição: 2ª Ano: 2011 Trecho para leitura: Capítulo 1.5 – Administração de Marketing Páginas: 10 a 11 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: Este capítulo apresenta uma visão geral da administração de marketing e percorre de forma resumida todas as etapas executadas no planejamento estratégico de marketing pelos gerentes de marketing. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONCLUSÃO Encerramos a unidade I deste livro, nesta primeira parte foi possível esclarecer a confusão que algumas pessoas fazem sobre marketing, confundindo-o com vendas e propaganda, assim, a partir dos conceitos práticos e teóricos apresentados, temos a visão ampla de que marketing é um processo, uma forma de criar trocas que satisfaçam o valor de empresas lucrativas/não lucrativas e clientes, além de uma filosofia empresarial que evoluiu de suas antigas origens de produção que se centrava em produzir produtos e serviços eficientemente; depois para vendas com foco em produzir produtos/serviços e levar os clientes a comprá-los por meio de equipes de vendas e campanhas agressivas; para uma filosofia de marketing, que se preocupa em identificar as necessidades e desejos dos clientes, para produzir bens e serviços que eles precisam e desejam. Vale lembrar, que hoje em dia, ainda, há uma parcela considerável de organizações que não valorizam devidamente o conceito de marketing. Espera-se que os principais conceitos de marketing: mercado e segmentação, necessidades, desejos e demandas, produto e ofertas ao mercado, valor e satisfação e trocas e relacionamento tenham sidos entendidos com clareza, pois estes devem ser aplicados para traçar as estratégias de negócio da organização, em conjunto com o composto de marketingque veremos na unidade III. Aprendemos, ainda, sobre a importância de conhecer o mercado-alvo e seu contexto para criar valor superior para o cliente e construir relacionamentos lucrativos com ele. Ao entregar valor superior para os clientes, deixando-os satisfeitos ou encantados com o desempenho do produto/e ou serviço quando este corresponde as suas expectativas. Quando a necessidade surgir novamente, certamente os consumidores vão comprar da mesma organização. Isso pode conduzir a fidelidade, o que é desejável, nesse tipo de relacionamento, uma vez que manter os clientes atuais é mais eficiente do que atrair novos clientes. Abordamos, também, que as empresas devem olhar para o bem-estar da sociedade como todo, sendo agente de transformação Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. ambiental, pois cada vez mais, os consumidores estão buscando por empresas socialmente responsável, além de receber da compra e do uso de produtos/serviços benefícios funcionais, sociais, pessoais e experimentais e com os menores custos monetários e não monetários. Vimos, também, que a função de marketing envolve o gerenciamento das quatro variáveis que compõem o composto de marketing (produto, preço, praça e promoção), sendo o gerente de marketing responsável por integrar as atividades estratégicas da administração de marketing que inclui: o desenvolvimento do planejamento, análise de ambiental, análise de clientes, o desenvolvimento do mix de marketing e a implementação e o controle das atividades de marketing, para criar valor para o cliente e, consequentemente, lucratividade para organização. Para ampliar, ainda, mais os horizontes sobre os fundamentos do marketing foram indicados recursos didáticos como vídeos, capítulos de livros e artigo teórico em cada módulo. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. REFERÊNCIAS CHURCHILL, JR. G A.; PETER PAUL, J. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2009. COBRA, M. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2012. KOTLER, P. A generic concepto g marketing. Journal of Marketing, v.36, n.2, p.46-54, 1972. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing.12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. KOTLER, P. KELLER, K. L. Administração de marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. KOTLER, P.; LEVY, S. Broadening the concept of marketing. Journal of Marketing, v. 33, n.1, p.10-15, jan.,1969. LAZER, W. Marketing changing social relationships. Journal of Marketing, v.33, n.1, p.3-9, jan., 1969. LEVITT, T. A imaginação de marketing. 2.a. ed. São Paulo: Altas, 1991. LUCK, D.J. Broadenning the concepto of marketing – too far. Journal of Marketing, v.33, n.3, p.53-55, jul., 1969. NATURA é reconhecida com principal prêmio ambiental da ONU. Natura. 2015. Disponível em: <https://www.natura.com.br/e/natura-e-reconhecida-com- principal-premio-ambiental-da-onu>. Acesso em: 08. Nov. 2017. PALMER, A. Introdução ao marketing: teoria e prática. São Paulo: Ática, 2006. RICHERS, R. Marketing: uma visão brasileira. São Paulo: Negócios Editora, 2000. SANDHUSEN, R. Marketing básico. São Paulo: Saraiva, 2010. URDAN, A, T.; URDAN, F.T. Marketing estratégico no Brasil: teoria e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. https://www.natura.com.br/e/natura-e-reconhecida-com-principal-premio-ambiental-da-onu https://www.natura.com.br/e/natura-e-reconhecida-com-principal-premio-ambiental-da-onu Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. UNIDADE II SEGMENTAÇÃO E SELEÇÃO DE MERCADOS-ALVO Prof.ª Me. Cristiane Fatima Alves OBJETIVO DE APRENDIZAGEM O objetivo desta unidade é apresentar os principais conceitos que fundamentam as estratégias de segmentação, seleção de mercado-alvo e de posicionamento para que você, aluno (a), possa atuar na gestão estratégica de marketing. Plano de Estudo Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos: 1. Segmentação de Mercado. 2. Seleção de Mercado. 3. Diferenciação e Posicionamento. 4. Comunicação e Entrega da Posição Escolhida. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONVERSAL INICIAL Esta unidade, caro(a) aluno(a) trata da gestão estratégica de marketing que envolve três atividades: segmentação de mercado, seleção de mercado-alvo e posicionamento de mercado. As organizações devem conhecer cada uma dessas atividades para criar relações com os consumidores. A primeira, estratégia abordada será a segmentação de mercado, que é conhecer os segmentos de consumidores existentes se eles possuem diferentes necessidades e preferências e, traçar o perfil dos consumidores de maneira mais completa possível por meio dos principais tipos de segmentação: demográficas, geográficas, psicográficas e comportamentais que podem ser utilizadas de maneira combinada ou separadamente. Após realizar a classificação dos consumidores, a empresa seleciona um ou mais mercados-alvo nos quais interesses à empresa ingressar. Cabe a cada empresa estruturar a cobertura de mercado na qual irá atender, falaremos disso em seleção dos segmentos-alvo para depois alinhar qual(is) perfil(is) de consumidores são mais atraentes e lucrativos para a empresa, considerando os objetivos e os recursos da empresa, para, depois, decidir como criará valor para os segmentos-alvo e quais posições quer ocupar nesses segmentos e, finalmente comunicar e entregar sua posição aos consumidores. Boa leitura! Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO A segmentação de mercado é uma ferramenta estratégica de marketing, atualmente, muito explorada pelos mais diversos tipos de organizações para identificar e estabelecer qual mercado-alvo elas devem atender melhor e da maneira mais lucrativa, concentrando seus esforços, e assim obtendo melhores resultados. Nesta linha, Kotler e Armstrong (2014) afirmam que as organizações de hoje reconhecem que não podem satisfazer a todos os compradores em um mercado, tendo em vista que, o mercado é constituído de consumidores que diferem um dos outros de uma ou mais maneiras. Em outras palavras, nem todos os consumidores gostam do mesmo restaurante, automóvel, faculdade, filme, refrigerante ou aparelho de celular. Portanto, de acordo com autores supracitados, a segmentação de mercado é a separação de um mercado em grupos menores de compradores com características, comportamentos e necessidades homogêneas. Honorato (2004, p. 150) corrobora com os autores Kotler e Armstrong (2014) que a “segmentação é uma orientação para o cliente, por meio da divisão do mercado em grupos de compradores potenciais, relativamente homogêneos”. Assim sendo, a segmentação permite ao profissional de marketing adequar melhor o produto e/ou serviço às necessidades do mercado-alvo. Consequentemente, as vendas aumentarão e, também, a sua participação de mercado. Destaca-se, contudo, que o processo de segmentar ajudar identificar segmentos, ainda, inexplorados que a empresa pode começar a atender por meio do desenvolvimento de novos produtos ou reposicionamento do composto de marketing, aumentando, assim, a imagem da empresa com clientes e concorrentes. Para que a segmentação tenha sucesso é necessário que os segmentos sejam: mensuráveis, acessíveis, substanciais e acionáveis (KOTLER; KELLER 2009; CROCCO et al., 2013; KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Mensuráveis: o dimensionamentodo tamanho, poder de compra e das características do segmento podem ser mensurados. Acessíveis: São os segmentos que podem ser alcançados e trabalhados de maneira eficiente. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Substanciais: são segmentos de mercado que possuem suficiência de tamanho e de rentabilidade. Acionáveis: Capacidade de atrair e obter respostas dos segmentos com programas de marketing. Contudo, antes da organização realizar um estudo sobre as oportunidades de segmentos do mercado e decidir quantos e quais pode atender melhor, ela precisa ter conhecimento de todos os requisitos elencados anteriormente, pois há muitas maneiras de segmentar um mercado, mas nem todas as segmentações são eficientes. Entender os segmentos de mercado requer uma cuidadosa análise estratégica como veremos na próxima seção que discutirei as principais bases para segmentação do mercado consumidor. 1.1. Tipos de segmentação A partir de agora, veremos as principais variáveis de segmentação que as organizações podem usar para segmentação de mercados consumidores. No que tange a segmentação de um mercado, não existe uma única forma de segmentar, e sim diversos meios para chegar aos consumidores. Por essa razão, você como futuro profissional de marketing não deve limitar sua análise de segmentação a uma única variável, mas testar diferentes variáveis para verificar quais oferecem as melhores oportunidades lucrativas cuja sua empresa é capaz de atender. Portanto, é possível definir segmentos de consumidores como o uso individual ou combinado das variáveis demográficas, geográficas, psicográficas e comportamentais. 1.1.1. Segmentação demográfica É a divisão do mercado em variáveis demográficas, como gênero, idade, tamanho da família, origem étnica, cultural, religião, grau de instrução e ocupação, renda, classe social, nacionalidade, estágio no ciclo de vida familiar e geração. Segundo Kotler e Armstrong (2014), é a maneira mais simples de segmentação de mercado, pois consiste em separar o mercado com base nas características da população. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Esse tipo de segmentação é mais facilmente mensurado do que a maioria dos outros tipos de variáveis e bastante usual, comenta Kotler e Armstrong (2014). Veja o quadro: Quadro 1- Segmentação demográfica Variável Possibilidades de segmentação Idade Menos de 6, de 6 a 11; mais 70 Gênero Masculino e Feminino Tamanho da família Dois componentes, cinco ou mais componentes Estágio no ciclo de vida familiar Família recém-formada, sem filhos; família com um bebê; família com filhos na escola; família com filhos fora de casa Renda familiar ou individual Menos de três salários mínimos, de cinco a dez salários mínimos, acima de 20 salários mínimos Ocupação Profissional liberal, empresário, operário, funcionário público etc. Educação Ensino médio completo, superior incompleto, pós-graduação, mestre, doutor e pós-doutor Religião Católico, protestante, judeu, muçulmano, hindu, outros Origem étnica Asiático, hispânico, negro, branco Classe social A, B, C, D, E Geração Baby-boomer, geração X, geração Y Fonte: adaptado de Crocco et al. (2013); Churchill e Peter (2015); Kotler e Armstrong (2014). Um exemplo ligado ao quesito idade e ciclo de vida é o da empresa Procter & Gamble, eles comercializam escovas de dente Crest Spinbrushes com personagens infantis mais populares. Já para os adultos, a empresa comercializa modelos sérios, prometendo “uma sensação de limpeza feita por um dentista, algumas vezes ao dia” (KOTLER; ARMSTRONG, 2014, p. 167). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1.1.2. Segmentação geográfica A segmentação geográfica, segundo Kotler e Armstrong (2014), é a divisão do mercado por localização ou unidade geográfica, como países, regiões, estados, cidades ou, até mesmo bairros, em que uma empresa pode decidir atuar em uma ou todas as áreas geográficas. Observe o quadro a seguir: Quadro 2– Segmentação geográfica Variável Possibilidades de segmentação Localização País, estado, cidade, bairro, rua Região do mundo ou país América do Norte, Leste Europeu, Costa do Pacífico, Oriente Médio, China, índia, Canadá, México Densidade Demográfica Urbana, rural Clima Quente, frio, tropical, subtropical etc. Região Sul, Sudeste, Centro-oeste, Norte, Nordeste Tamanho da cidade Menos de 5 mil habitantes, 100 mil a 250 mil, acima de 1milhão de habitantes Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2015); Kotler e Armstrong (2014). Um exemplo é o McDonald’s do Brasil. Os restaurantes brasileiros da rede de fast-food são os únicos que oferecem a opção de suco no cardápio. Isso só é possível depois de uma pesquisa de segmentação de mercado que identificou que os brasileiros não consumiam muito refrigerantes e gostariam de uma opção mais saudável e fresca no cardápio. (SEBRAE SC, 2016). 1.1.3. Segmentação psicográfica Esse tipo de segmentação utiliza recursos da psicologia para compreender melhor os consumidores ao explorar aspectos da personalidade das pessoas e seu estilo de vida (atividades, interesses e opiniões) e atitudes (CROCOO et al., 2013). Vale destacar que pessoas que compartilham o mesmo perfil psicográfico não têm necessariamente a mesma característica geodemográfica (KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Vejamos o quadro: Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Quadro 3 – Segmentação Psicográfica Variável Possibilidade de segmentação Personalidade Compulsivo, autoritário, ambicioso, cordial, distante Atitude Positivo, negativo, neutro Estilo de vida Tradicional, sofisticado, segundo a moda, Classificação Vals Inovadores, reflexivos, realizadores, experimentadores, crentes, esforçados, fazedores, lutadores. Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2015); Kotler e Armstrong (2014). Por exemplo, a empresa PepsiCo detentora das marcas de salgadinhos Elma Chips e Frito-Lay no Brasil, realizou uma pesquisa que identificou duas categorias psicográficas de consumidores de petiscos, no qual ela chamou de conscientes e indulgentes (CHURCHILL; PETER, 2015). Boa parte dos consumidores conscientes são mulheres, que gostam de praticar exercícios, ler revistas de saúde e boa forma, além dos rótulos dos produtos, pois estão preocupadas com a nutrição. Assim, a batata frita de teor de gorduras reduzido é indicada para esse grupo. Já a batata frita tradicional é direcionada para os consumidores indulgentes, que são, em sua maioria homens no final da adolescência e adultos jovens, que amam comer petiscos e não estão dispostos sacrificar o sabor por uma redução na gordura (CHURCHILL; PETER, 2015). Cada tipo de consumidor apresenta um determinado comportamento de compra distinto. 1.1.4. Segmentação comportamental A segmentação baseada no comportamento do consumidor divide os compradores em grupos segundo seus conhecimentos, atitudes, uso e resposta a um produto (KOTLER; KELLER, 2009; KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Geralmente esse tipo de segmentação centra-se nas ocasiões de uso e com qual intensidade o consumidor adquire o produto, bem como sua lealdade à marca, comenta Crocco et al. (2013). Observe o quadro: Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Quadro 4- Segmentação baseada no comportamento do consumidor Variável Possibilidade de segmentação Ocasião de compra Compras regulares, festivas, especiais e para presentearBenefício esperado Qualidade, serviços, baixo preço, praticidade, rapidez, conveniência Status do usuário Não usuários, ex-usuários, usuários potenciais, usuários iniciantes, usuários regulares Taxa de uso Heavy user (muito frequente); light user (pouco frequente) Lealdade à marca Nenhuma, média, forte, absoluta Atitude quanto ao produto Entusiástica, positiva, indiferente, negativa, hostil Fonte: adaptado de Crocco et al. (2013). As nomenclaturas e os perfis dos consumidores podem variar conforme a necessidade da empresa, o tipo de estudo e o motivo pelo qual estão pesquisando o consumidor. Tem-se como exemplo, uma fabricante de roupas esportivas que usou os benefícios como um dos principais métodos de segmentação de mercado de seus clientes e dividiu os clientes nas seguintes categorias: Boa forma e moda– consumidores que buscam um equilíbrio entre função e estilo – eles se exercitam pelos resultados, mas querem manter uma boa aparência enquanto o fazem. Os esportistas sérios– eles buscam o desempenho e a função, por isso, vivem com suas roupas esportivas e as adoram. As mães em busca de valor– elas têm pouco interesse em esportes e pouco envolvimento com suas roupas esportivas, no entanto, são elas que compram para a família e, por isso, buscam durabilidade e valor. Nota-se que cada segmento busca um mix diferente de benefícios. Dessa forma, a empresa pode utilizar o resultado do estudo para centrar seus esforços no (s) segmento (s) que ela possa melhor atender de maneira mais rentável utilizando apelos que correspondam às preferências de benefício de cada segmento, analisar o desempenho de cada segmento e fazer previsões. Indicação de Recursos Didáticos Estudamos neste módulo os principais tipos de segmentação para mercados de consumo. Para que possamos compreender mais profundamente as variáveis que podem definir os elementos que vinculam os consumidores ao produto da empresa, indica-se a leitura a seguir: Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING: CONCEITOS, ESTRATÉGIAS, APLICAÇÕES. Autores: Angela da Rocha, Jorge Brantes Ferreira e Jorge Ferreira da Silva. Idioma: Português Editora: Atlas Assunto: Marketing - Segmentação de mercado Ano: 2012 Trecho para leitura: Capítulo 6 – Decisões de Segmentação, Targeting e posicionamento. Páginas: 162-194 Disponível em: Biblioteca Virtual da Unifamma Resumo: Neste capítulo os autores percorrem de forma detalha todos os critérios de segmentação de mercados de consumo e apresentam diversos exemplos práticos. Fonte: Elaborada pela autora. 2. SELEÇÃO DO MERCADO-ALVO Após identificar os segmentos de mercado potenciais, a empresa precisa decidir quantos e quais os segmentos que pretende atingir. A partir de agora, veremos como as empresas avaliam e selecionam segmentos-alvos. 2.1. Avaliação dos segmentos de mercado Para Kotler e Armstrong (2014), ao avaliar diferentes segmentos de mercado, a empresa deve examinar três fatores. O primeiro diz respeito ao tamanho e ao crescimento do segmento, ou seja, se é de rápido crescimento e de potencial lucrativo. O segundo refere-se à atratividade estrutural, se possui características que o tornam atrativo. Por fim, a empresa deve considerar seus próprios objetivos e recursos, se investir no segmento condiz com seus objetivos de longo prazo e se tem um ou mais competências necessárias para Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. oferecer um produto/serviço de valor superior. Portanto, a empresa deve ingressar somente em segmentos em que pode oferecer valor superior e obter vantagens em relação aos concorrentes. Após avaliar os diferentes segmentos, a empresa busca encontrar um ou mais que sejam interessantes para ela. Deve, então, decidir em quantos e quais segmentos irá atuar, ou seja, definir os segmentos-alvo. 2.2. Seleção dos segmentos-alvo de mercado Um mercado-alvo “consiste em um conjunto de compradores com necessidades ou características em comum que a empresa decide atender” (KOTLER; ARMSTRONG, 2014, p. 173). As estratégias de determinação do mercado-alvo mais usadas são: marketing indiferenciado, micromarketing, marketing diferenciado ou marketing concentrado. Marketing indiferenciado ou marketing de massa: a empresa identifica as necessidades comuns de grande parte dos consumidores, não considera as diferenças dos segmentos do mercado. A empresa desenvolve um único produto e um programa de marketing capaz de atingir um grande número de compradores. Marketing diferenciado ou diferenciação ou marketing de segmento: As empresas possuem capacidade tecnologia e gerencial para atender às necessidades de diferentes segmentos, gerando lealdade à marca nos diversos segmentos. As empresas que oferecem variações de produto e marketing aos segmentos, em geral, obtêm maiores vendas e uma posição mais forte em cada segmento e tem maiores custos com negócio. Além disso, esse tipo de estratégia exige mais pesquisa de marketing, previsões, análises de vendas, planejamento de promoção e gerenciamento de canal. Assim, a empresa deve verificar o crescimento de vendas com o aumento de custo antes de optar por uma estratégia de marketing diferenciado. Marketing concentrado ou concentração ou marketing de nicho: Em geral, os clientes desse segmento têm um conjunto de necessidades distintas e, concordam em pagar mais à empresa que melhor suprir essas necessidades. O marketing de nicho oferece as empresas menores uma oportunidade de competir concentrado seus recursos limitados de maneira eficaz e atender Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. segmentos que podem ser pouco interessantes para concorrentes maiores ou negligenciados por eles. Contudo, os concorrentes maiores e com mais recursos podem decidir entrar no mesmo segmento, por essas razões, muitas empresas preferem atuar em diversos segmentos de mercado. O nicho gera receita por meio da especialização e tem potencial para crescer e gerar lucros maiores. Marketing individualizado ou Micromarketing: É tipo de segmentação que desenvolve produtos e programas de marketing sob medida, para atender aos gostos de pessoas e locais específicos (KOTLER; ARMSTRONG, 2014). O micromarketing inclui o marketing local e o marketing individual. O marketing local – pode ir da adaptação de uma loja de varejo aos consumidores do bairro até marca e promoções sob medida para atender às necessidades e aos desejos de grupo de clientes locais. Já o marketing individual permite adaptação de um produto segundo necessidades e às preferências dos clientes individuais. 2.3. Escolha da estratégia para atendimento do mercado-alvo Para Kotler e Armstrong (2014), as organizações devem levar em consideração muitos fatores ao escolherem uma estratégia de cobertura de mercado, o que também depende do nível de variabilidade do produto. Outro a ser considerado é a variabilidade do mercado, se a maioria dos compradores apresenta as mesmas preferências, compra a mesma quantidade e reage da mesma maneira aos esforços de marketing. E, por último, mas não menos importante, é verificar as estratégias de marketing dos concorrentes. Tudo isso deve ser avaliado na hora de formular sua estratégia. Depois, que a empresa já decidiu em qual(is) segmento(s) do mercado atuará. Para cada segmento-alvo definido, a empresa criará um posicionamento, que é a etapa em que será definida a posição a ser ocupada por ela ou pelo produto na mente do consumidor, mas essa é outra história, da qual retrataremos no próximo módulo. Este trabalho está licenciadocom uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Indicação de Recursos Didáticos Para que possamos ampliar o nosso conhecimento sobre o processo de decisão de quantos segmentos de mercado serão englobados pelo programa de marketing da empresa e como serão definidos os limites a esses segmentos, indica-se a leitura a seguir: MARKETING BÁSICO Autores: Richard L. Sandhusen Idioma: Português Editora: Saraiva Assunto: Marketing - Segmentação de mercado Ano: 2010 Trecho para leitura: Capítulo 11– Segmentação de mercado, direcionamento e estratégias de posicionamento. Páginas: 255 a 259. Disponível em: Biblioteca Virtual da UNIFAMMA Resumo: A identificação e definição de mercados-alvo com alto potencial pode melhorar todos os aspectos do processo de marketing estratégico, incluindo a concepção de compostos de marketing atraentes, o aperfeiçoamento de estratégias para reunir compostos e mercados e o controle da eficácia do marketing. Fonte: SANDHUSEN (2010). 3. DIFERENCIAÇÃO E POSICIONAMENTO Junto com as informações sobre quais segmentos do mercado deve se tornar seus mercados-alvo, os profissionais de marketing precisam também posicionar seu produto e sua imagem de modo que o mercado-alvo os diferencie. O posicionamento do produto “é a maneira como o produto é definido pelos consumidores quanto a seus atributos importantes, ou seja, o lugar que ele ocupa na mente dos consumidores em relação aos produtos concorrentes” (KOTLER; ARMSTRONG, 2014, p. 180). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Os consumidores posicionam os produtos com ou sem ajuda dos profissionais de marketing. Entretanto, os profissionais de marketing não podem deixar que os consumidores façam isso sozinhos, mas nem por isso estes últimos precisam deixar suas posições dependerem da sorte. Dessa maneira, precisam planejar posicionamentos que darão a seus produtos mais vantagens nos mercados-alvo selecionados e desenvolver o composto de marketing para essas posições planejadas. Para isso, os profissionais de marketing necessitam de uma visão realística de como os consumidores pensam sobre seus produtos. Sem isso, é difícil diferenciar. Ao mesmo, tempo eles precisam conhecer o que os consumidores realmente pensam sobre os produtos concorrentes. Uma ferramenta importante para esse estudo do posicionamento é o mapa de posicionamento, falaremos sobre isso na sequência. Destaca-se, contudo, que a escolha de um posicionamento incorreto pode determinar o fracasso do produto, visto que ele é à base de todo composto de marketing (produto, preço, praça e promoção) que será desenhado para atender às necessidades do segmento-alvo. 3.1. Mapas de posicionamento Os profissionais de marketing ao planejar suas estratégias de posicionamento preparam mapas perceptuais de posicionamento – que é uma representação das percepções dos consumidores a respeito de diversas marcas umas em relação às outras. Uma vez que os profissionais de marketing sabem o que os consumidores pensam, podem tomar decisões como desenvolver um novo produto porque os produtos atuais não atendem as necessidades e aos desejos do mercado, ou reposicionar produtos existentes, ou ajustar o composto de marketing do produto já existente. Caro, estudante, lembre-se de que os mapas de posicionamento são baseados nas percepções dos consumidores, assim, as características reais dos produtos podem ser diferentes! Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 3.2. Identificação de possíveis diferenças de valor e vantagens competitivas Para que um produto ou serviço fique bem posicionado, é fundamental que ocupe um local diferenciado na mente do consumidor. Sendo assim, esse produto ou serviço precisa diferenciar-se dos concorrentes. Cada empresa deve diferenciar sua oferta construindo um pacote de benefícios dirigido para um grupo substancial dentro do segmento para construir relacionamentos lucrativos. Para isso, os profissionais de marketing devem entender as necessidades dos clientes melhor que os concorrentes, uma das formas de se fazer isso é pensar a partir da experiência do cliente com o produto ou serviço da empresa para entrega valor superior, pois na medida em que a empresa pode se diferenciar e se posicionar com fornecedora de valor superior, ela ganha vantagem competitiva. Existem diversas formas de a empresa diferenciar seus produtos e serviços para construir um forte posicionamento na mente do consumidor. Elas incluem diferenciação de produto, serviços, pessoal, canais de distribuição e imagem. A diferenciação por produto é possível de duas maneiras: os produtos físicos que permitem pouca variação como aspirina, aço, frango. Mas são possíveis algumas diferenciações significativas; e os produtos que podem ser altamente diferenciados como carros, roupas e móveis. Esses produtos podem ser diferenciados quanto às características, ao desempenho, ao estilo e ao design. Além de diferenciar seu produto tangível, a empresa pode diferenciar os serviços que acompanham o produto. Algumas empresas ganham diferenciação mediante ao serviço, a velocidade, a conveniência e/ou o cuidado na entrega. Outras por meio dos serviços de instalação ou reparo. Por fim, algumas empresas diferenciam suas ofertas oferecendo para o cliente treinamento ou serviço de consultoria – dados, sistemas de informação e serviços de assessoria técnica de que os clientes necessitam. As organizações que praticam diferenciação por canal obtêm vantagem competitiva pelo modo como projetam seu desempenho, sua especialidade e sua cobertura do canal. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. As organizações podem ganhar uma forte vantagem competitiva por meio da diferenciação por pessoal ao contratar e treinar seus funcionários melhor que seus concorrentes. Por fim, mesmo quando as ofertas dos concorrentes parecem ser semelhantes, os consumidores podem perceber uma diferença baseada na diferenciação por imagem da marca ou da empresa. A imagem (da marca ou da empresa) precisa comunicar o posicionamento e os benefícios distintivos do produto. No entanto, desenvolver uma imagem forte e diferenciadora exige dos profissionais de marketing criatividade e trabalho duro, uma vez que essa imagem deve ser corroborada por tudo o que a empresa diz e faz. Os símbolos – como os arcos dourados do McDonald’s ou logotipos ou logomarca – podem oferecer um forte reconhecimento da marca ou da empresa e diferenciação por imagem. Contudo, a empresa pode construir uma marca utilizando pessoas famosas ou até mesmo se associar a cores, por exemplo, a Coca-Cola (vermelha). Contudo, os símbolos, os tipos de caracteres e outros elementos de imagem escolhidos precisam ser transmitidos por meio das campanhas que comunicam a personalidade da marca ou da empresa. Uma vez que a empresa definiu o seu posicionamento, ela precisa tomar fortes medidas para entregar e comunica sua posição aos mercados- alvo, como veremos no próximo módulo. Indicação de Recursos Didáticos Estudamos, neste módulo, diferenciação e posicionamento. Para que possamos compreender ainda mais profundamente como diferenciar e posicionar o produto ou empresa em relação aos produtos dos concorrentes, indica-se a leitura a seguir: MARKETING APLICADO – SÉRIE TEKNE Autores: Cláudio Farias, Caroline Duschitz, Gustavo Meneghetti de Carvalho Idioma: Português Editora: Bookman Assunto: Marketing – Segmentação Edição: 2ª Ano: 2015 Trecho para leitura: Capítulo 5 – Segmentação e Posicionamento Páginas: 97 a 103Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Disponível em: Biblioteca Virtual da UNIFAMMA Resumo: Os autores neste capítulo definem diferenciação e posicionamento e suas dimensões e apontam como aplicá-los como estratégia de marketing para criação de uma proposta de valor focalizada no mercado. Fonte: Elaborado pela autora. 4. COMUNICAÇÃO E ENTREGA DA POSIÇÃO ESCOLHIDA Uma vez que o posicionamento tenha sido escolhido, a empresa deve comunicar e entregar de maneira eficiente para o mercado a posição escolhida. Contudo, todos os esforços de mix de marketing da organização devem corroborar a estratégia de posicionamento. Por exemplo, se uma empresa se posiciona de maneira a oferecer um produto ou serviço superior a todos os outros. Ela deve fabricar produtos de alta qualidade, cobrar um preço mais alto, distribuir por meio de intermediários de qualidade e anunciar em veículos e meios de comunicação de primeira linha. Além disso, a empresa precisa contratar e treinar mais prestadores de serviços, selecionar varejistas que tenham boa reputação e criar mensagens de vendas e publicitárias que propaguem seus serviços superiores (KOTLER; ARMSTRONG, 2014). Portanto, o mix de marketing – produto, preço, praça, promoção, implica elaborar os detalhes táticos da estratégia de posicionamento, por isso, é importante que haja coerência entre todas as estratégias de marketing para que elas possam atender as necessidades do segmento-alvo. Porém, quando há incompatibilidade entre a posição pretendida e o mix de marketing efetivamente entregue ocorre falhas de posicionamento, deixando os consumidores confusos (CROCCO et al., 2013). Outra possível falha comum no posicionamento consiste em lançar diversos produtos sob uma mesma marca ou, então usar o nome da empresa como marca universal de seus produtos. Isso pode confundir o entendimento da mensagem passada ao consumidor, uma vez que a essência do posicionamento é associar determinadas características de um produto a uma e somente uma marca (CROCCO et al., 2013). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Depois, de construir a posição desejada, a empresa deve preocupar-se com a consistência de seu posicionamento procurando mantê-lo por meio de uma comunicação e um desempenho consistente porque estabelecer ou mudar uma posição geralmente leva muito tempo, pois uma vez ocupado um espaço na mente do consumidor não é fácil mudar de posição e também não se constroem um posicionamento do dia para noite. No entanto, posições que demoram anos para serem construídas podem ser perdidas rapidamente. Todavia, a empresa deve monitorar de perto e adaptar a posição com o passar do tempo para ajustá-la de acordo com as mudanças nas necessidades dos consumidores e nas estratégias dos concorrentes. A empresa deve evitar às mudanças que possa confundir os compradores. Desse modo, a posição do produto deve evoluir gradativamente ao passo que ele se adapta ao ambiente de marketing em constante mudança. Indicação de Recursos Didáticos Vimos neste módulo que o posicionamento de produto, ou marca, é baseado na comunicação e que este deve ser coerente com todas as estratégias de marketing, pois quando incompatível gera falhas no posicionamento. Para entendermos melhor ainda os erros de posicionamento cometidos pelas empresas, indica-se a leitura a seguir: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING: CONCEITOS, PLANEJAMENTO E APLICAÇÕES À REALIDADE BRASILEIRA Autores: Alexandre Luzzi Las Casas Idioma: Português Editora: 1ª Assunto: Marketing – Segmentação e Posicionamento Edição: Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Ano: 2013 Trecho para leitura: Capítulo 11 – Segmentação e Posicionamento Páginas: 233 a 235 Disponível em: Biblioteca Virtual da UNIFAMMA Resumo: O autor nesse capítulo descreve os principais erros de posicionamento que as empresas podem cometer. Fonte: Elaborado pela autora. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONCLUSÃO Nesta unidade, você aprendeu sobre o que é segmentação de mercado que é identificar grupos homogêneos de acordo com preferências pessoais, necessidades e padrões de comportamento. Entender essas necessidades dos consumidores nem sempre é uma tarefa simples para o marketing, visto que alguns consumidores têm necessidades que nem mesmo eles estão plenamente conscientes de suas exigências. Desta maneira, definir o mercado cuidadosamente pode ajudar a encontrar mercados-alvo homogêneos, potencialmente atraentes, mensuráveis, substanciais, acessíveis, rentáveis e compatíveis com os objetivos e as competências específicas da empresa. Foram também apresentadas quatro bases para a segmentação, que são as dimensões em que o mercado é divido. Em seguida, como os profissionais de marketing escolhem uma estratégia de segmentação: marketing de massa, marketing por segmentos, marketing de nicho e marketing individual para quais as ações deverão ser voltadas. Aprendemos como posicionar o produto, decidindo como distingui-lo dos concorrentes por meio de um conjunto de diferenciações que geram vantagens competitivas. Vimos também, uma das formas de avaliar o posicionamento de uma marca é por meio da análise de mapas de posicionamento. Por fim, os profissionais de marketing devem então comunicar e entregar de maneira eficiente para o mercado a posição escolhida. Em suma, os profissionais de marketing devem ser especialistas em mercados e em prováveis dimensões de segmentação, pois a estratégia da segmentação abre novas oportunidades de negócios para uma empresa, uma vez que influenciam diretamente na criação e na comercialização de produtos e/ou serviços. Aponta nichos de mercado ainda inexplorados pelas grandes empresas. Ou ainda, estimula o reposicionamento do composto de marketing ou a introdução de novos produtos. Portanto, uma das maiores vantagens competitivas para se diferenciar dos concorrentes agressivos que oferecem produtos similares, e ajudar a sua empresa a obter sucesso é implementado a segmentação. Contudo, quanto mais você praticar e monitorar a segmentação, Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. com certeza, mais significativos serão os segmentos de mercado que você identificará. Então, mãos à obra. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. REFERÊNCIAS CHURCHILL, JR. G A.; PETER PAUL, J. Marketing: criando valor para os clientes. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. CROCCO, L.; TELLES, R.; GIOIA, R, M. (Coord.). Fundamentos de marketing. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. HONORATO, G. Conhecendo o marketing. Barueri, SP: Manoel, 2004. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. SEBRAE SC. Segmentação de mercado. [S.1.: s.n.] 2016.Disponível em: < https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/cartilha- manual-ou-livro/segmentacao-de-mercado>. Acesso em: 22 nov.2016. https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/cartilha-manual-ou-livro/segmentacao-de-mercado https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/cartilha-manual-ou-livro/segmentacao-de-mercadoEste trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. UNIDADE III COMPOSTO DE MARKETING Prof.ª Me. Cristiane Fatima Alves Objetivo de Aprendizagem O objetivo desta unidade é introduzir o conceito, classificações e estratégias de cada um dos 4P’s. Plano de Estudo Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos: 1. Produto; 2. Preço; 3. Praça; 4. Promoção. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONVERSA INICIAL Caro (a) estudante, nesta unidade, vamos estudar sobre os componentes da Gestão do Composto de marketing, na qual a organização utiliza para perseguir seus objetivos de marketing. O composto de marketing inclui quatro componentes: produto, preço, promoção e praça. Base fundamental para estratégias de nível tático e operacional da organização, em outras palavras, são os pilares básicos de toda e qualquer estratégia de marketing. Ao longo desta unidade, os componentes serão trabalhados de forma isolada, para o melhor entendimento dos 4P’s. Abordam-se os conceitos, as características e os aspectos fundamentais de cada variável. Na prática o composto de marketing não deve ser trabalhado de maneira isolada. Mas sim, de forma integrada, coerente e harmoniosa para atingir os objetivos de marketing. Esta unidade traz uma breve introdução do composto de marketing, descrevendo o surgimento do termo e as suas diferentes nomenclaturas. Depois, descreve-se, produto, mostrando suas diferentes classificações. Na sequência, aborda-se o preço, que diz respeito ao valor pago por esses produtos. Em seguida, descreve-se promoção que apoia os esforços para comercializar esses produtos. Encerra-se com discussões sobre praça que se refere onde esses produtos e serviços são oferecidos enfatizando as principais funções dos intermediários. O foco desta unidade é você ganhar conhecimentos para formular estratégias adequadas que possam influenciar o processo de compra do consumidor sobre os produtos/serviços da sua empresa ou da empresa onde você trabalha. Ao final do percurso desta unidade, você obterá conhecimentos que irão ajudar a reconhecer e identificar produtos que combinem com os clientes da empresa, ajustar o preço básico, escolher as ferramentas de comunicação mais eficaz e mídias para se comunicar com seu mercado-alvo e, por fim, selecionar canais de distribuição com características que combinem com produtos/serviços da empresa e com o tipo de consumidores que ela busca atender. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1. PRODUTO O composto de marketing é também conhecido como os 4P’s do marketing ou mix de marketing, foi introduzido pela primeira vez por Borden em 1953, baseado no trabalho do Profº James Colliton que descreveu os gestores como “mixers”, que tinham habilidade de juntar os ingredientes certos em quantidades adequadas para solucionar os problemas da empresa, de maneira criativa, objetivando integrar políticas e procedimentos para obter uma resposta de mercado (URDAN; URDAN, 2010). Mas quem popularizou a expressão composto de marketing foi o professor norte-americano McCarthy, no início da década de 60, quando utilizou uma classificação mais fácil para distingui-lo: a sigla (4 P’s) que consistia em: produto, preço, praça e promoção (LAS CASAS, 2009). A expressão tem uma boa aceitação no campo até os dias atuais, visto o seu carácter didático para entender a função de marketing. Recentemente, alguns estudiosos, sugerem acrescentar, ao modelo tradicional, ideias mais elaboradas, chegando a se falar em 12Ps, até mesmo adaptações das variáveis do mix de marketing como 4As e 4Cs, dentre várias outras (LAS CASAS, 2009). Independentemente das definições adotadas, o que realmente importa é que os profissionais de marketing sejam capazes de identificar as ações de cada um dos elementos do composto de marketing que resultarão em respostas de mercado (PALMER, 2006). Na prática, o composto de marketing é uma estrutura conceitual, uma ferramenta que identifica as principais decisões que os gerentes de marketing devem tomar para configurar suas ofertas para atendam às necessidades dos clientes. Tais ferramentas são trabalhadas alinhadas com os elementos estratégicos: mercado-alvo, posicionamento e estratégias competitivas no plano de marketing (PALMER, 2006). Mas antes de aprofundarmos em cada um dos 4Ps, Palmer (2006) apresenta uma breve conceituação deles: Produto – é a combinação de bens e serviços nos quais as organizações oferecem ao mercado-alvo. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Preço – é quantia em dinheiro que os consumidores têm de pagar para adquirir um bem ou serviço. Praça – é local de venda no qual a empresa torna seus bens e serviços disponíveis para os consumidores. Promoção – é um conjunto de elementos de divulgação e propagação. Começa-se com o produto – razão da empresa existir–, objeto principal da relação de troca, elemento chave da oferta ao mercado-, todos outros elementos do composto de marketing derivam da sua definição e mercado. Para Urdan e Urdan (2010, p. 33), o produto é “um conjunto de benefícios oferecidos ao consumidor que satisfazem necessidades e atendem desejos”. Segundo Churchill e Peter (2009, p. 22), o produto é algo oferecido pelos profissionais de marketing para clientes com propósito de troca. Sandhusen (1998, p. 272) define produto como um “conjunto de características físicas, serviços, ou atributos simbólicos, oferecidos ao mercado para sua atenção, uso ou consumo”. Cada definição tem suas peculiaridades, no entanto, de forma geral, podemos concluir que o produto não é só uma oferta tangível, ele tem um sentido muito mais amplo, a satisfação do cliente pode derivar de um produto tangível, como uma roupa, ou de um serviço (intangível), como corte de cabelo, ou ideia simbólica, como um slogan “amigos não deixam amigos dirigirem alcoolizados” (KOTLER; KELLER, 2009, p.07). 1.1. Classificação de Produtos Os produtos podem ser classificados, em três categorias: bens não-duráveis, bens duráveis e serviços. Bens não duráveis: São bens tangíveis, consumidos ou usados por um breve período de tempo, consumidos uma ou mais vezes e comprados com frequência, é o tipo de bem que os consumidores não esperam tanta vida útil, como gasolina, refeições em restaurantes, creme dental, detergente, barra de chocolate etc. A estratégia de marketing é disponibilizá-los em muitos locais e Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. oferecer uma variedade de estilos, cores ou sabores para induzir os consumidores à experimentação. Bens duráveis: São bens tangíveis, usados por um longo período de tempo, geralmente três anos ou mais, eles tendem a ser relativamente caros, como carros, ferramentas, refrigerador etc. Por esse motivo os consumidores passam mais tempo pesquisando antes de comprar. De maneira geral, produtos duráveis possuem uma margem mais alta, e requerem um maior desempenho na venda pessoal e assistência técnica por parte dos fabricantes. Serviços: São produtos intangíveis, normalmente, exigem mais controle de qualidade, credibilidade e adaptabilidade, como consultas médicas, empréstimos bancários, seguros residências, corte de cabelo, serviços de reparos, assessoria jurídica etc. Além disso, os produtos e serviços se dividem em duas classes de acordo com o tipo de consumidor que os utiliza: produtos de consumo e produtosorganizacionais. 1.1.1. Os Produtos de Consumo Os produtos de consumo são comprados pelos consumidores pessoa física para seu consumo próprio ou para de sua família (LAS CASAS, 2009). Entre os produtos de consumo estão produtos de conveniência, produtos de compra comparada, produtos de especialidade e produtos não procurados. A tomada de decisão de compra dos consumidores em relação a esses produtos se difere. Com isso, a forma dos profissionais de marketing promover os produtos também se difere. (Veja o Quadro 2). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Quadro 2– Classificação de Bens de Consumo Tipos de produtos de consumo Considerações de marketing Conveniência Compra comparada Especialidade Não procurado Comportamento de compra do cliente São produtos comprados frequentemente, exigem pouco esforço de compra. Em geral, são produtos de baixo envolvimento. Compra menos frequente, muito planejamento e esforço na compra, comparação de marcas quanto a preço, qualidade, estilo São produtos que os consumidores não aceitam substitutos, fazem esforço para comprá-los e não comparam os preços. Pouca conscientização e conhecimento do produto (ou, quando há conscientização, pouco interesse ou até mesmo negativo) Preço Preço baixo Preço mais alto Preço alto Varia Distribuição Distribuição ampla, localizações convenientes Distribuição seletiva em menos pontos-de-venda Distribuição exclusiva em um único ou poucos pontos-de-venda por área de mercado Varia Promoção Promoção em massa pelo fabricante Propaganda e venda pessoal feitas com tanto pelo fabricante quanto pelos revendedores Promoção mais cuidadosamente dirigida feita tanto pelo quanto pelos revendedores Propaganda agressiva e venda pessoal pelo fabricante e pelos revendedores Exemplos Alimentos, creme dental, sabão em pó, barras de chocolate, jornais populares Eletrodomésticos de grande porte, aparelhos de televisão, vestimentas e móveis Faculdade, casas e automóveis de luxo, roupas e sapatos de marca famosas e joias Seguros de vida, terrenos em cemitérios, doação de sangue para Cruz Vermelha Fonte: Kotler e Armstrong (2014, p. 202). Saber em qual dessas categorias o(s) produto(s) da sua empresa se encaixa(m) ajuda você como futuro profissional da área elaborar estratégias de vendas com um composto de marketing adequado e identificar novas oportunidades em outras categorias para seu produto. O que você precisa ter em mente é que um mesmo produto pode cair e diferentes categorias para diferentes tipos de consumidores em situações mais diversas. Portanto, o seu Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. produto deve ser categorizado para a maioria dos consumidores nesse mercado. 1.1.2. Produtos Indústrias Os produtos indústrias são vendidos e utilizados pelas organizações no processo produtivo como insumos para fabricação de outros bens ou para realização de outros negócios. Segundo Kotler e Keller (2009), eles são classificados de acordo com o processo produtivo e de seu custo relativo na produção, sendo assim, eles dividem-se em três categorias: materiais e peças; bens de capital e suprimentos e serviços empresariais. 1.1.2.1. Materiais e Componentes Materiais e componentes também incluem matérias-primas. São consideradas matérias-primas: os produtos agropecuários (algodão, trigo, frutas e legumes) e produtos naturais (óleo cru, minério de ferro, madeira). Ademais, os materiais e peças de manufaturadas como os componentes (ferro, cimento, fios condutores, fibras têxteis) e peças componentes (pequenos motores e pneus) (KOTLER; KELLER, 2009). 1.1.2.2. Bens de Capital Kotler e Keller (2009) pontuam que bens de capital são aqueles de longa duração que facilitam o desenvolvimento/gerenciamento de produtos acabados. Enquadra-se segundo o autor nessa categoria instalações e equipamentos. As instalações são compras de grande montagem, como instalações de (linha de montagem, fábricas, escritórios) e equipamentos acessório são portáteis como (furadeiras, empilhadeiras, calculadoras, sistema de computadores de grande porte e geradores). Ademais, os equipamentos de escritório (mesas de trabalho, microcomputadores e impressoras). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. 1.1.2.3. Suprimentos e Serviços Os suprimentos são consumidos no processo de fabricação do produto e facilitam o desenvolvimento ou administração do produto acabado, porém eles não entram no produto propriamente dito (KOTLER; KELLER, 2009 e CHURCHILL; PETER, 2009). Nesta categoria temos os suprimentos operacionais (carvão, lubrificante, papel para escrever, canetas e lâmpadas) e os suprimentos de manutenção e reparos (vassouras, tinta, pregos e clipe para papel). Kotler e KELLER (2009) reforçam que essa categoria equivale aos produtos de conveniência, pois são comprados como esforços mínimos, geralmente, os produtos são padronizados e a preferência por marca é baixa. No que tange a serviços, também incluem reparos e manutenção (consertos de impressoras, limpeza de janelas, envio de encomendas) e serviços de consultoria empresarial (consultoria de marketing, jurídica e contábil). Assim, como os produtos de consumo influenciam no composto de marketing, os produtos indústrias para empresa para outra empresa (B2B) também, por isso, eles devem ser projetados de forma a ajudar os compradores organizacionais a reduzirem o custo de produção e aumentar a qualidade dos seus produtos e criarem valor para os clientes deles. Vale frisar, que as ações de marketing B2B são diferentes dos produtos de consumo, normalmente, não são divulgadas em mídia de massa, o contato com os compradores organizacionais é realizado por meio de congressos, feiras e revistas específicas, entre outros eventos. Indicação De Recursos Didáticos Estudamos neste módulo que o produto podem ser bens de consumo e produtos e indústrias, bens duráveis, bens não duráveis e serviços. Para ampliar e aprofundar a discussão não poderia deixar de lado o ciclo de vida do produto. A cada estágio do ciclo de vida os profissionais de marketing podem tentar estimular a demanda ou oferecer o produto, deste modo, indica-se a leitura a seguir: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Autor: Alexandre Luzzi Las Casas Idioma: Português Editora: Atlas Assunto: Administração – Marketing Edição: 1ª Ano: 2013 Trecho para leitura: Capítulo 12 – Estratégia de Produto Páginas: 253 a 279 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: Este capítulo trata definições de produtos de consumo e industriais, na sequência o autor define e explica o que é marca e embalagens. Depois, expõe os quatro estágios do ciclo de vida do produto: introdução, crescimento, maturidade e declínio. O autor discorre sobre as diversas ações de marketing que devem ser realizadas em cada estágio e explicam duas variações do ciclo do produto a moda e os modismos. Por fim, enfoca nas estratégias adotadas para novos produtos. Fonte: Elaborada pela autora. Indicação de Recursos Didáticos Para aprofundarmos a nossa discussão sobre produto, mas especificamente como a tecnologia impacta sobre a estratégia de produtos, indica-se a leitura a seguir: GESTÃO DE MARKETING Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações4.0 Internacional. Autores: Sergio Roberto Dias Idioma: Português Editora: Saraiva Assunto: Administração – Marketing Edição: 2ª Ano: 2011 Trecho para leitura: Capítulo 4.9 – O Impacto da Internet na Administração de Produtos Páginas: 121 a 123 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: O capítulo aborda os principais fatores que devem considerados nas formulações estratégias do composto de produtos a partir da propagação da tecnologia da Internet. Fonte: Elaborada pela autora. 2. PREÇO Segundo Churchill e Peter (2009, p.321) “preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para adquirir a propriedade ou o uso de produto”. Urdan e Urdan (2010) complementam que o preço refere-se também ao valor que a empresa cobra dos consumidores no processo de troca. Ademais, é um dos elementos principais na determinação da participação de mercado e da lucratividade das organizações. Segundo Baker (2005, p.245), “o preço é o único elemento do composto de marketing que gera receita. Todos os outros elementos estão associados com custos”. Comparado com outros elementos do composto de marketing, o preço é o único elemento que pode ser modificado com rapidez, em curto período de tempo, ao passo que os outros elementos, por exemplo, propaganda e desenvolvimento de um novo produto devido à natureza das preparações envolvidas, podem levar muito mais tempo. A desvantagem é que a concorrência também reage às mudanças das variações de preços na mesma velocidade e intensidade. O preço também é utilizado como ferramenta estratégica para comunicar o mercado, o posicionamento de valor pretendido pela organização para seu produto ou marca (KOTLER; KELLER, 2009). O estabelecimento dos preços dos produtos ou serviços não é uma das atividades mais fáceis do composto de marketing, uma vez que, essa variável é determinada pela interação das forças de mercado, pelo “nível de recompensa Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. por todo o planejamento, projeto financeiro, eficiência da produção, habilidades e qualidade que compuseram o produto” (BAKER, 2005, p.245), aos preços da concorrência e quanto os consumidores estão dispostos a pagar. Os preços devem ser ajustados para dar suporte à estratégia de marketing como um todo. Com isso, as organizações, normalmente, não definem um preço único, que será cobrado em qualquer localização geográfica, pois os preços recebem diversas interferências como oportunidade de compra, garantias, níveis de pedido, localização geográfica, exigências de segmentação de mercado etc. que refletem na estrutura da determinação de preço. Foram identificados na literatura quatro classificações de estratégias de adequação de preços: (1) preço geográfico, (2) preço com desconto e concessões, (3) preço promocional, (4) preço diferencial ou discriminatório. 2.1. Preço Geográfico O preço geográfico é estabelecido de acordo com a região, cidade ou país que o produto será entregue, em outras palavras, significa determinar preços diferentes para diferentes clientes. Isso ocorre para cobrir os custos, geralmente, com o frete e/ou impostos para lugares mais distantes que tendem ser mais caros, ou por causa da variação da taxa de câmbio. 2.2. Preço Com Descontos e Concessões Oferecer descontos pode ser um bom negócio para algumas empresas, todavia, é preciso ter cuidado para os lucros não serem menores do que planejado. Os descontos giram os produtos dentro da empresa, além de ser um atrativo para os consumidores sensíveis aos preços. Os fornecedores, atacadistas e varejistas podem ajustar seus preços e dar descontos pelo volume de compra, pagamento antecipado, compras em períodos sazonais e concessões. Desconto por quantidade: Em negociações B2B os fornecedores oferecem desconto pelo alto volume de compra. Embora, seja menos comum, os varejistas também têm descontos por volume para o consumidor pessoa física, Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. por exemplo, embalagens de produtos de limpeza e produtos alimentícios custam menos por grama se compararmos embalagens maiores com embalagens menores. O pressuposto, aqui é que famílias são mais sensíveis a preço do que pessoas que vivem sozinhas. Descontos para pagamento à vista: é um incentivo para que os consumidores paguem logo. Os varejistas oferecem aos consumidores um preço mais baixo para pagamento à vista do que para pagamento parcelado. Desconto sazonal: Redução temporária de preços concedida para produtos fora da estação ou datas festivas. Panetones e ovos de páscoa depois das festividades, roupas e sapatos de inverno vendidos no verão e vice-versa, descontos sazonais em passagens áreas e hotéis depois da temporada de férias de verão ou datas não festivas. Desconto Comercial/funcionais: São oferecidos pelo fabricante para os membros do canal varejista em troca do desempenho das funções de distribuição incluindo compras, armazenagem, vendas, pesquisa de mercado e extensão de crédito. Podem ser oferecidos diferentes descontos dentro de cada canal. Concessões: São descontos que os varejistas recebem dos fornecedores por colocarem seus produtos em pontos estratégicos dentro do ponto de venda ou promover seus produtos. Os varejistas oferecem concessões de troca – deduções no preço –, para os consumidores quando há devolução de um produto antigo na compra de um novo. Isso acontece bastante em concessionárias de carro. 2.3. Preço Promocional São descontos oferecidos de maneira temporária para estimular a compra, por exemplo, de produtos adicionais ou para os clientes experimentarem um produto. Os descontos promocionais são oferecidos aos clientes das mais diversas formas como liquidação, cupons promocionais, preços atraentes, entre outros diversos descontos promocionais. Todavia, a desvantagem da estratégia de preços promocionais, é a concorrência que copia facilmente a estratégia quando ela é eficaz. Com isso, Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. a empresa acaba desperdiçando verbas de marketing que poderiam ter sido aplicadas em outras ações de longo prazo. Exemplos de técnicas de preço promocional: preço isca – os varejistas reduzem o preço de marcas a fim de atrair clientes para a loja; preço de ocasião – preços especiais - em algumas datas para atrair mais clientes; abatimentos em dinheiro – os fabricantes oferecem abatimentos em dinheiro para estimular a compra de seus produtos em períodos específicos; financiamento a juros baixos, prazo de pagamentos mais longos; garantias e contratos de serviços e descontos psicológicos – tática utilizada para tornar o preço mais atraente para os compradores (CHURCHILL; PETER, 2009; KOTLER; KELLER, 2009). 2.4. Preço Diferenciado Os preços básicos são ajustados para acomodar diferentes consumidores, localização, demanda, uso do produto etc. Desta forma, a organização determina diferentes preços de produtos/ e ou serviços para diferentes grupos de compradores que não refletem uma diferença proporcional de custos. Nessa categoria enquadram-se diferentes estratégias: Preço pelo segmento de cliente: Preços diferentes para o mesmo produto ou serviço para diferentes grupos de pessoas. Vale frisar, que isso é possível para alguns serviços, não transferíveis de um consumidor para outro. A estratégia é interessante para atrair os clientes que são mais sensíveis a preços, como aposentados, estudantes, desempregados e classes sociais de menor nível de renda. Cinemas e teatros oferecem preços com descontos em horários de menor demanda. Companhias áreas oferecem uma listade tarifas e de combinações de serviços que atendem às necessidades de dois tipos de segmentos: classe econômica e primeira classe. Preço pela localização: O mesmo produto tem preços diferentes em locais diferentes, por exemplo, uma garrafa de água sem gás pode ser vendida a R$ 3,00 na praia, a R$ 2,50 na loja de conveniência, a R$ 2,00 no bar ou no restaurante, a R$ 1,60 em um supermercado de bairro e a R$ 1,20 em um hipermercado. Outro exemplo, uma cliente paga mais por um assento próximo ao palco do que por um assento na arquibancada. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Preço pela versão do produto: A empresa oferece uma versão menos sofisticada do produto a um preço mais baixo, geralmente como outra marca e embalagem, sendo está acessível aos consumidores mais sensíveis a preço, mas o contrário, também é verdadeiro, os consumidores estão dispostos a pagar mais quando percebem maior valor agregado nos produtos. Preço pelo tipo de uso do produto: Um mesmo produto/serviço pode ser comprado por diferentes pessoas para satisfazer necessidades completamente diferentes. Por exemplo: Uma companhia transporte ferroviário desenvolveu diferentes tarifas para atender grupo com objetivos diferenciados. Preços mais baixos para quem pode viajar fora dos horários de maior movimento e instalações de primeira classe para executivos a trabalho (ANGELO; NIELSEN, FOUTO, 2012). Preço pelo momento da compra: Os preços variam conforme demanda diária, semanal, anual, cíclica ou aleatória. Exemplo: Hotéis de lazer oferecem diárias mais baratas na baixa estação para atrair clientes adicionais. Telefonias que cobram preços reduzidos nos finais de semana. É importante que as empresas avaliem como as estratégias de preço aplicadas estão funcionando, verificando a resposta dos consumidores e da concorrência aos preços determinados. Todavia, você como um profissional da área precisa conhecer muito bem seus clientes e concorrentes para saber qual a melhor estratégia de preço determinada para seu produto ou serviço, já que existem muitos consumidores sensíveis aos preços e o ajuste de preços é rapidamente copiado pela concorrência quando fazem sucesso. Indicação De Recursos Didáticos Durante a leitura você foi apresentado as estratégias de adequação de preço. Para ampliar seu conhecimento sobre formação de preço em níveis de demanda, custos, receitas, margem, lucros e de que forma os compradores avaliam o preço, sugere-se a leitura a seguir: GESTÃO DO COMPOSTO DE MARKETING Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Autores: Flávio Torres Urdan e André Torres Urdan Idioma: Português Editora: Atlas Assunto: Administração - Marketing Edição: 2ª Ano: 2012 Trecho para leitura: Capítulo 8 – Fundamentos De Preço Páginas: 317 a 346 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: Este capítulo apresenta, explica e ilustra os fundamentos de preço. Os autores abordam os componentes de preços na concepção de marketing, explicam como calcular os custos, receitas, margem, lucros, concorrência e demanda para decidir os preços, passando também pela análise do ponto vista do consumidor para decidir os preços. Fonte: Elaborado pela autora. 3. PROMOÇÃO Neste módulo veremos sobre a promoção de um produto ou serviço que já foi desenvolvido (módulo I), recebeu um preço (módulo II) e foi distribuído (módulo III). A Promoção consiste em aumentar as vendas e lucros ou atingir outras metas, ao comunicar aos clientes sobre os benefícios dos produtos e serviços, e persuadir os clientes a comprá-los e consumi-los. Nas palavras de Churchill e Peter (2009), a promoção envolve criar consciência, informar as pessoas sobre produtos, marcas, lojas ou organizações, formar imagens positivas, desenvolver na mente das pessoas avaliações positivas sobre produtos, marcas, lojas ou organizações, ou seja, ajudar os clientes entender o valor que está sendo oferecido, formar relacionamentos no canal (aumenta a sinergia Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. entre os membros do canal), reter clientes, criar valor para os clientes e satisfazê-los de maneira torna-los leais. Kotler e Keller (2009) complementam que promoção é a voz da marca, meio pelo qual ela mantém uma conversa com o cliente e constrói relacionamentos com eles. Uma tarefa desafiadora para o departamento de marketing é determinar a promoção. É preciso avaliar as contribuições que cada ferramenta pode oferecer, a natureza do mercado (tamanho, características e distribuição geográfica do público-alvo, natureza do produto, complexidade, valor, hábitos de consumo), prazo e recursos, para definir quais ferramentas de comunicação usar, quando e como distribuir o orçamento entre as ferramentas de comunicação. Você, aluno (a), deve se empenhar para encontrar o composto promocional mais eficaz e eficiente, considerando as vantagens e desvantagens de cada ferramenta promocional, para atingir os objetivos da organização. Dentro dos limites deste módulo, será impossível abordar todas as ferramentas identificadas na literatura e discutir detalhadamente a sua implementação. Sendo assim, abordará as principais ferramentas e conceitos associados, a forma de contato indireto, semidireto ou direto, exemplos de algumas mídias mais utilizadas em cada uma das ferramentas e o seu tempo de resposta ou timing. Propaganda (indireto) – criação de imagem. Características: A principal função da propaganda é criar imagem para o produto/marca que possa transmitir o posicionamento desejado. Timing: longo prazo. Exemplos: anúncios impressos, de rádio e de televisão, embalagens, encartes, anúncios em filmes, catálogos e folhetos e anuários (ANGELO; NIELSEN, FOUTO, 2012). Publicidade (indireto) – criação de imagem/mudança de atitude e comportamento. Características: sua função é semelhante à da propaganda, mas com a diferença de que sua veiculação não é paga, como a da propaganda. Na publicidade o profissional de marketing não tem controle sobre o que é informado para o público por não participar no processo (editar uma imagem, reportagens e resenhas) (ANGELO; NIELSEN, FOUTO, 2012). Timing: longo prazo. Exemplos: reportagens da imprensa sobre novos Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. produtos, sucesso ou fracasso de companhias e eventos, resenhas sobre de restaurantes, hotéis, entrevistas coletivas. Merchandising (indireto) – exposição. Características: as ações de merchandising têm como objetivo dar maior visibilidade ao produto ou marca no ponto de venda ou fora dele. O foco é reforçar (e não formar) a imagem (ANGEL; NIELSEN, FOUTO, 2012). Timing: curto e médio prazo. Exemplos: Ponto de venda (PDV), locais públicos, filmes, exibição do produto, degustação, exposição do produto nas vitrines, gôndolas e prateleiras, cartazes, displays, faixas, móbiles, ilhas. Figura 3– Vitrine do Dias das Mães Fonte: Visual Merchandising na prática Figura 4– Displays de chão e displays interativos Fonte: The Moodie Davitt Report Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Relações Públicas (indireto) – formação manutenção de imagem. Características: O objetivo é desenvolver boas relações com diversos públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável e construir uma boa imagem corporativa (ANGELO, NIELSEN E FOUTO, 2012). Timing: longo prazo. Exemplos: kits para a imprensa, apresentações ao vivo naimprensa, seminários, relatórios anuais, doações de caridade, patrocínios, publicações, relações com a Comunidade. Promoção de vendas (semidireto) – conjunto de benefício extra/ação de compra. Características: a função da promoção é estimular a venda, por meio da oferta de benefício extra, por um período de tempo predeterminado e limitado (ANGELO; NIELSEN, FOUTO, 2012). Timing: curto prazo. Exemplos: concursos, loterias, brindes e sorteios, amostra grátis, ofertas do tipo “leve dois, pague um”, feiras e convenções, exposições, demonstrações, cupons, descontos, financiamento a juros baixos. Marketing Direto (semidireto) – contato personalizado e interativo. Características: o marketing direto atinge o público-alvo de forma personalizada. O nível de individualização de interação é variado. Timing: curto prazo. Exemplos: catálogos, listas de clientes (mailing list), telemarketing, compra eletrônica, compra por TV, fax, e-mail, correio de voz. Venda pessoal (direto) – contato presencial e interativo. Características: a venda pessoal é a forma de comunicação mais persuasiva de comunicação, porém seu alcance é limitado (ANGELO; NIELSEN, FOUTO, 2012). Timing: curto prazo. Exemplos: apresentação de vendas, convenções de vendas, programas de incentivo, distribuição de amostras, feiras e convenções. A batalha pela mente do consumidor está cada vez mais acirrada e intensa, com aumento da competição tanto de ofertas e mensagens quanto entre as ferramentas e as mídias de comunicação. Nesse sentido, o tipo de relacionamento que a empresa deseja ter com o cliente e o tempo de resposta devem estar alinhados com os objetivos do composto promocional, como vimos acima. Se o intuito da empresa é produzir respostas cognitivas e afetivas (identificação), isto é, para construir e reforçar a imagem da empresa, a melhor estratégia é utilizar ações indiretas e de longo prazo. Agora, se o objetivo é Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. obter respostas comportamentais concretas, ou seja, que levam a experimentação e a compra, ações devem ser diretas e de curto prazo. Indicação De Recursos Didáticos Vimos neste módulo que o merchandising é uma técnica de ajustamento e adequação do produto ao mercado consumidor. Desta maneira para entendermos melhor como os profissionais da área utilizam essa ferramenta para se comunicar com o consumidor no ponto de venda, indica-se o vídeo a seguir: MODA E NEGÓCIOS COM CAMILA SALEK – VISUAL MERCHANDISING Publicado em: 2014 Produtora: Canal Alexandra Farah Gênero: Reportagem Este documento está disponível no Youtube. Acesse o endereço: <https://goo.gl/H7Lg94> Acesso em: 08 nov. 2017. Sinopse: “Uma das maiores especialistas em visual merchandising do Brasil, Camila Salek, da Vimer, dá dicas para os varejistas. Que tipo de produto deve estar em cada cantinho da loja? Como um comprador se comporta dentro do ponto de venda? ”. Fonte: Canal Alexandra Farah, 2017. Indicação De Recursos Didáticos Estudamos, neste módulo, a venda pessoal de forma sucinta. Para que possamos ampliar o nosso conhecimento sobre a importância dessa ferramenta no composto promocional, indica- se a leitura a seguir: GESTÃO DE MARKETING Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Autores: Sergio Roberto Dias Idioma: Português Editora: Saraiva Assunto: Administração – Marketing Edição: 2ª Ano: 2011 Trecho para leitura: Capítulo 12 – A Venda Pessoal Páginas: 312 a 313 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: O autor neste capítulo expõe sobre a importância e o papel da venda pessoal na comunicação com o cliente no ponto de venda. Fonte: Elaborada pela autora. 4. PRAÇA Como vimos, no início da unidade os profissionais de marketing primeiramente, antes da troca entre empresa e cliente, começam cuidando do produto. Mas a troca somente é concretizada se o produto estiver disponível quando e onde os consumidores querem comprá-los. Os consumidores estão espalhados em amplas áreas geográficas, as organizações precisam transportar, armazenar e entregar os produtos aos clientes de forma eficiente e eficaz, a fim de criar trocas que ofereçam valor. A forma das empresas tornarem seus produtos disponíveis para os consumidores envolvem canais de distribuição, também conhecido como distribuição ou simplesmente ponto. Para Churchill e Peter (2009, p. 377) canal de distribuição é “uma rede (sistema) organizada de órgãos e instituições, que, em combinação, executam todas as tarefas de marketing”. Urdan; Urdan (2010, p. 34) configuram praça como “arranjos de agentes interdependentes que disponibilizam produtos aos clientes”. A Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. distribuição de alguns serviços que não dão para estocar e as empresas precisam estar onde acontece o consumo. Para isso, há diversos tipos de canais de distribuição que as empresas podem contratar que exercem as mais diferentes funções. 1.1. Intermediários O mais usual é o fabricante utilizar intermediários para levar seus produtos para o consumidor, no entanto, isso não é uma regra. Algumas empresas preferem assumir todo o processo sozinhas, ou seja, comercializar seus produtos diretamente para os clientes, desta forma, não precisam acrescentar os custos de deslocamento nos produtos, o que representa a maior parcela do preço de diversos produtos. Em outros canais, constituídos pelo fabricante e um ou mais intermediários, “empresas, independentes especializadas em conectar vendedores e consumidores ou compradores organizacionais” (CHURCHILL; PETER, 2009, p.377) como Magazine Luiza, Livraria Saraiva e Lojas Americanas compram produtos de uma variedade de fabricantes e vendem-nos para consumidores. São as funções dos intermediários que justificam sua presença no canal de distribuição. Um canal de distribuição possui muitas funções, essas funções são executadas pela indústria ou por diversos intermediários, dependendo da estratégia do canal. Podemos sintetizar as principais funções executadas pela gestão de distribuição de acordo com Urdan e Urdan (2012): Especialização no trabalho – alguns intermediários são especialistas em seus mercados, realizando as funções do canal de forma mais eficiente e eficaz. Economias – A economia absoluta ocorre porque a indústria não precisa despender de recursos próprios, para levar produtos até o consumidor. Economia de escala – vendas em grandes quantidades, onde todos os membros do canal são beneficiados. Eficiência nos contatos – os intermediários equacionam a quantidade de contatos necessários do canal de distribuição, aumentando assim a eficiência no relacionamento entre quem vende e quem compra. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Utilidade de Lugar – Os canais de distribuição em curta as distâncias entre a indústria e o ponto onde o consumidor deseja comprar e consumir o produto. Em outras palavras, os canais concentram vários produtos em único ponto de venda. Outras funções – transporte e armazenagem; organização; pesquisa de marketing; concessão de financiamento ao consumidor e serviços de apoio. 1.2. Arquitetura do Canal Quando o produtor opta por utilizar intermediário no canal, é preciso determinar a quantidade de participantes em cada nível do canal. O tipo de produto afetará a quantidade de intermediários no canal. No produto de conveniência como uma revista, o consumidor não despende muito tempo na compra, nesse caso, é preciso contar com diversos varejistaspara que ao menos um deles esteja próximo do consumidor. Já produtos de especialidade como uma joia cara, o consumidor realiza certos sacrifícios na compra, sendo assim, alguns pontos de vendas de especialidade são suficientes. Assim, os canais de distribuição assumem diversas configurações em função da natureza do produto (luxo, sazonal, compra frequente etc.), ciclo de vida do produto (introdução, crescimento e maturidade) decisões estratégicas do fabricante (exclusiva, seletiva, intensiva), área de cobertura (regiões atingidas). Os canais de distribuição podem envolver ou não intermediários como comentado anteriormente. A figura 5 ilustra esquematicamente diferentes configurações de canais. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Figura 5– Canais comuns para bens de consumo Fonte: Churchill e Peter (2009, p.380). Canais em que o produtor vende diretamente ao consumidor são canais de nível zero ou canais diretos, não há participação de intermediário. Exemplos de empresas que atuam com canal direto são a Avon, Natura e Tupperware. Os canais que existe a participação de um ou mais intermediários são chamados de canais indiretos. As empresas Nestlé, Unilever, Ambev, Kraft foods, BRF são exemplos de empresa que vendem seus produtos para supermercados, restaurantes, bares, lojas de conveniência, entre outros, atingindo o consumidor via canais indiretos. No último canal aparecem os agentes, ou também chamados de representantes – “pessoa ou unidade empresarial que negocia compras, vendas ou ambos, mas não tem direto de propriedades sobre os bens que comercializa” (CHURCHILL; PETER, 2009, p.381). O agente faz a ponte entre produtor e atacadistas. A distribuição do canal indireto pode ser de três tipos em relação ao nível de cobertura: exclusiva, seletiva e intensiva: Exclusiva – O fabricante vende produtos por meio de um único atacadista ou varejista, em que o intermediário recebe o direto exclusivo de vender o produto, uma vez que requer um trabalho especializado ou investimento em instalações ou estoques específicos. Exemplos: Automóveis Audi, relógios Rolex. (CHURCHILL; PETER, 2009). Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Seletiva – Para autores supracitados, o fabricante vende produtos por meio de mais um dos intermediários disponíveis, mas não todos eles, são escolhidos aqueles considerados os melhores para vender, com base em localização, reputação, clientela e outros pontos fortes. Exemplos: artigos esportivos, eletrodomésticos e móveis. Intensiva – O fabricante vende os produtos por meio do maior número de intermediários possíveis. São produtos de baixo valor unitário e possui alta frequência de compra, isto é, vendidos intensivamente (CHURCHILL; PETER, 2009). Exemplos: Coca-Cola, canetas Bic, creme dental Colgate. Por fim, é importante ressaltar que não existe uma única estrutura de canal para cada empresa. A estrutura depende de vários fatores, como características dos clientes, produtos, dos intermediários, dos concorrentes, dos fatores ambientais, dos recursos disponíveis, do tamanho da organização, da sua posição no setor e no mercado, de seus objetivos e das estratégias quer influenciarão nas opções de canais que ela tem para distribuir seus produtos. Outro fator importante é fazer a manutenção do desempenho do canal, visto que, este precisa acompanhar as adaptações motivadas pelas mudanças de hábitos de compra e novas tecnologias, para que os produtos sejam comercializados com sucesso. Indicação de Recursos Didáticos Aprendemos neste módulo sobre os canais de distribuição e as principais funções dos intermediários no canal. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E GEOMARKETING Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Autores: Marcos Aparecido Rocha e José de Sousa Idioma: Português Editora: Saraiva Assunto: Administração – Canais de Distribuição Edição: 1ª Ano: 2007 Trecho para leitura: Capítulo 8.4 – Tendências da distribuição Páginas: 249-256 Disponível em: Biblioteca Virtual UNIFAMMA Resumo: Este capítulo discorre sobre as principais tendências observadas e publicadas dos canais de distribuição, e possíveis evoluções futuras e discute sobre novas configurações do varejo e cenários de compra. Fonte: Elaborado pela autora. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final desta unidade. Veja quanto conhecimento você obteve sobre a gestão do composto de marketing. Aprendemos que é preciso integrar e ganhar sinergia aos objetivos e ações de produto, preço, praça e promoção, aumentando assim as chances de a empresa atingir os resultados pretendidos. Abordamos, também ao longo desta unidade, cada elemento que compõem o composto de marketing. Explanando seu conceito, como trabalhar suas ferramentas e exemplos práticos. Para aprofundar o conhecimento em cada um desses elementos, indicou-se capítulos de livros que equilibram teoria e prática. Isso fará que você aluno (a), tenha maior familiaridade com o composto de marketing e assimile o conteúdo de forma mais leve. Como assunto abordado nesta unidade, aprendemos sobre produto e suas classificações, como categorizar os produtos de acordo com seu mercado-alvo, vimos que muitos clientes são sensíveis aos preços, sendo assim, as organizações precisam saber analisar, formatar e adequar os preços de seus produtos ou serviços. Mas, de nada adianta, ter um produto que atenda os desejos e as necessidades dos consumidores, com valor percebido pelo mercado, com rentabilidade compatível com as expectativas da organização, se ele não for disponibilizado em canais de distribuição corrente com o mercado-alvo. Para que os consumidores possam adquirir e experimentar os produtos e marcas da organização é preciso promovê-los e comunicá-los de maneira coerente. Em suma, para o desenvolvimento do composto de marketing é preciso conhecer todas as alternativas disponíveis e selecionar as mais indicadas para cada produto, preço, praça e promoção, de acordo com a situação da empresa. Como já sabemos estratégias desenvolvidas e implementadas de forma isoladas tendem de fracassar e desperdiçar os recursos que poderiam ser implementados em outras ações de marketing. Agora que você já conhece todas as ferramentas de gestão do composto de marketing, isto é, tem a faca e o queijo na mão, aproveite seus conhecimentos e mãos à obra! Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. REFERÊNCIAS ANGELO, C. F.; NIELSEN, F. A. G.; FOUTO, N. M.M.D. Manual de varejo no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Saint Paul, 2012. CHURCHILL, JR. G A.; PETER PAUL, J. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2009. BAKER, M. J. Administração de marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KOTLER, P. KELLER, K. L. Administração de marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. LAS CASAS. Marketing: conceitos exercícios e casos. São Paulo: Altas, 2009. PALMER, A. Introdução ao marketing: teoria e prática. São Paulo: Ática, 2006. SANDHUSEN, R. Marketing básico. São Paulo: Saraiva, 1998. TELLES, R. Canais de marketing & distribuição: conceitos, estratégias, gestão, modelos de decisão. São Paulo: Saraiva, 2006. URDAN, A, T.; URDAN, F.T. Marketing estratégico no Brasil: teoria e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. URDAN, F. T., URDAN, A. T. Gestão do composto de marketing.São Paulo: Atlas, 2012.