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Gestão Mercadológica Professor Dr. Thiago Martins Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP M386g Martins, Thiago Gestão mercadológica / Thiago Martins. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 97 p.: il. Color. 1. Pesquisa de mercado. 2. Segmentação de mercado 2. Marketing. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. II. Título. CDD: 23 ed. 658.8 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTOR Professor Dr. Thiago Martins ● Publicitário; ● PhD em Comunicação (UTP); ● Pesquisador convidado do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (UAlg-Portugal); ● Professor de Marketing, Comunicação e Tecnologia na Universidade Paranaense; ● Autor dos livros Inovação Digital e Publicidade Compartilhável Explicada; ● Fundador do Marketing Sem Gravata. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1639437188924997 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Caro (a) estudante, trabalho na área do marketing e comunicação há mais de quinze anos e, enquanto professor da área há 11 anos, tenho acompanhado de perto os novos conceitos, as técnicas e as práticas que alteraram e difundiram os mercados. Não apenas as organizações, mas também as pessoas apresentaram novas formas de expressão e de consumo no contexto da gestão mercadológica. Por isto, em nossa disciplina, iremos evidenciar a evolução do mercado e, consequentemente, acompanhamos a evolução do marketing. É fundamental que você faça um esforço para aproximar o contexto histórico do mundo com as necessidades dos consumidores. Na primeira unidade iremos compreender sobre a evolução do pensamento de mercado, entendendo como os fundamentos de marketing se aplicam na mercadologia, bem como entender os principais termos utilizados no dia a dia do profissional desta área. Já na segunda unidade, vamos reforçar como as empresas se orientam dentro de um mercado. Neste contexto, devemos entender os fatores determinantes no comportamento do consumidor, os ambientes de uma organização e, também, utilizar do Sistema de Informação de Marketing. Na Unidade III, vamos entender quais são os principais componentes de um mercado e como as organizações podem encontrar oportunidades a partir de uma análise PESTAL e a matriz SWOT. Por fim, na última unidade, vamos entender como se estrutura um mercado a partir das forças competitivas, segmentação de mercado e posicionamento de marca, conhecido como Branding. Desta forma, iremos compreender os principais pontos que te ajudarão a entender o mercado e realizar uma gestão efetiva para diferentes organizações. Bons estudos! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Evolução do Pensamento de Mercado UNIDADE II ................................................................................................... 29 Orientação do Mercado UNIDADE III .................................................................................................. 52 Organizações e Mercados UNIDADE IV .................................................................................................. 72 Estrutura de Mercado 3 Plano de Estudo: ● Evolução do mercado; ● Evolução do marketing; ● Fundamentos de mercadologia; ● Glossário de termos. Objetivos da Aprendizagem: ● Entender o que é um mercado e sua evolução; ● Aproximar os conceitos de mercadologia e marketing; ● Compreender os principais termos utilizados pelos mercadólogos. UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Professor Dr. Thiago Martins 4UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado INTRODUÇÃO Caro (a) acadêmico (a), como será que é feita a gestão de uma organização em um mercado? Para responder essa questão vamos começar a nossa unidade com uma aula introdutória que irá evidenciar a evolução do mercado e, consequentemente, acompanharemos a evolução do marketing. É fundamental que você faça um esforço para aproximar o contexto histórico do mundo com as necessidades dos consumidores. 5UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado INTRODUÇÃO 1. EVOLUÇÃO DO MERCADO Vivemos em uma cultura ocidental, e a produção e comercialização de produtos e serviços é a essência da vida econômica em uma sociedade capitalista. As organizações com fins lucrativos executam essa função básica para atender seus compromissos com as partes interessadas: proprietários, clientes, sociedade em geral e demais públicos que tenham alguma relação ou interesse naquela organização. Antes de iniciarmos o debate sobre gestão mercadológica é fundamental compreender a evolução desse pensamento dentro das organizações, e como, com o passar do tempo, a Administração foi absorvendo o marketing como uma função estratégica dentro das organizações. Historicamente, desde 1880, à medida que a força da indústria aumentou, a gestão da produção assumiu uma posição dominante nas empresas. Naquela época, quando os olhos de todos se voltavam para a organização, muitos pesquisadores e estudiosos começaram a se interessar mais pelos métodos e processos de produção estabelecidos na organização. Mesmo que as margens de lucro da produção em massa não sejam altas, melhorias ainda são identificadas, como níveis desproporcionais de desperdício. É precisamente pela necessidade de expandir a eficiência e eficácia empresarial que surgiu o primeiro grupo de estudiosos da escola clássica de administração. 6UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Em 1903, o americano Frederick Winslow Taylor publicou o livro “Principles of Scientific Management” (1990 [1903]). No livro, o autor explora o modelo de gestão por ele criado, buscando uma melhor aplicação da relação custo-benefício no sistema de produção com base em metodologia científica. Taylor (1990 [1903]) sugere que este trabalho seja realizado com base no estudo da relação entre o tempo e o movimento. Desta forma, os trabalhadores são recrutados com base nas suas competências e na facilidade com que desempenham uma determinada função, a que se dá o nome de “divisão do trabalho”. Em seguida, receberam treinamento para que pudessem realizar as atividades da melhor maneira no menor tempo. Além disso, o autor propõe queos trabalhadores recebam de acordo com sua produtividade, incentivando cada vez mais a produção. Outro estudioso que passou a prestar atenção nas organizações foi o economista alemão Max Weber. Ele é um importante sociólogo, jurista, historiador e economista. Em 1913, Weber formulou a teoria da burocracia com base nos conceitos de poder, alienação, controle e dominação. Para ele, todas as sociedades, organizações e até grupos baseados em leis racionais podem ser considerados burocracias. Como um suplemento à pesquisa organizacional, surgiu o conceito de produção em massa de Henry Ford (o fundador da Ford Motor Company). É certamente um dos nomes mais relevantes da chamada gestão moderna e, ainda hoje, inspira muitos gestores. Ford defendeu conceitos como mecanização do trabalho, valorização do trabalho e políticas de metas. Com a introdução da linha de montagem, acelera o sistema de produção de veículos, economizando ainda mais tempo e mão de obra. FIGURA 1 – HENRY FORD 7UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Em 1916, Henry Fayol propôs o conceito de apoiar a construção de instituições administrativas baseadas no planejamento, organização, coordenação, comando e controle. Antes, o grande problema da gestão das empresas estava relacionado à produtividade. Portanto, os sistemas de produção da indústria e das fábricas têm concentrado seus esforços. Fayol destacou a importância de se estabelecer um nível administrativo/gerencial dentro da empresa, dividindo áreas interrelacionadas, mas independentes de responsabilidades. Já em 1943, Alfred P. Sloan Jr. criou a divisão de trabalho e especialização de trabalho estruturado para a unidade de negócios GM (General Motors). Nessa proposta, estabeleceu os departamentos descentralizados da empresa, dividindo toda a produção em vários departamentos. Eles são autônomos, mas controlados por uma equipe central da empresa e recebem relatórios regulares desses departamentos. Esse conceito fez da General Motors a maior empresa do mundo na época, pois teve um grande impacto na eficiência dos negócios, além de aumentar a lucratividade por meio da sinergia entre determinados negócios da empresa, e algumas ações proporcionaram maior leque de benefícios e aprendizado curva. Mais tarde, outros estudiosos construíram métodos diferentes para entender esse modelo de produção mais voltado para o mercado e com retorno de escala. Nessa época, surgiram conceitos como pontualidade, Kanban, teoria das restrições e sistemas abertos. Cada vez mais, as empresas se esforçavam para alcançar a melhor qualidade com a maior eficiência possível. No entanto, o cientista social George Mayo apresentou o conceito de “homem social” e se opôs à teoria da escola clássica. Depois de realizar vários experimentos em indústrias de grande escala em Chicago, Mayo concluiu que, quando os trabalhadores pertencem a um grupo de trabalho, eles são diretamente afetados pelas normas desse grupo, não como indivíduos, mas como membros. Mayo traz uma discussão sobre a teoria da gestão, ou seja, o problema dos gestores, pois até o momento, o foco havia sido nas máquinas, como mencionado anteriormente. A partir daí, iniciou-se uma nova perspectiva de gestão baseada nas relações interpessoais, pois o sistema era visto como um sistema social. Portanto, o sistema passa a ser considerado um sistema social, reconhecido pela relevância dos departamentos corporativos e dos órgãos humanos, nos quais as organizações interagem e dependem do ambiente em que estão localizadas. Com a perspectiva do “homem social”, a empresa torna-se um sistema aberto, em que há efetivas trocas entre as empresas e o ambiente que estão inseridas. 8UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Diante de todas essas mudanças no ambiente corporativo, na década de 1950, com a crescente industrialização do mundo, o debate entre as empresas em busca de novos mercados e novos consumidores tornou-se cada vez mais acirrado. Popularização significa que produzir e vender produtos, mesmo produtos de alta qualidade, não é mais uma tarefa simples, porque os consumidores agora têm múltiplas opções na hora de comprar produtos. Nessa altura, a marca começou a ganhar grande importância e surgiu o modelo de comunicação de massa, altura em que o marketing passou a fazer parte da estratégia do negócio e foi reconhecido como conceito dentro da empresa. Klein (2003) acredita que a partir do surgimento de novas invenções como rádios, automóveis e lâmpadas elétricas, o foco está na divulgação e disseminação desses produtos. Impulsionada pela mídia de massa, como rádio e jornais, a publicidade cresceu na mesma velocidade. REFLITA É importante perceber que a gestão mercadológica surge da evolução do mercado e, consequentemente, dos pensamentos da administração. Fonte: O autor (2021) As primeiras campanhas de marketing destinadas ao grande público datam a partir da segunda metade do século XIX. Eram peças publicitárias mais informativas e buscavam convencer os consumidores a mudarem seus hábitos de consumo. Klein (2008) afirma que: [...] a publicidade devia informar os consumidores da existência de algumas novas invenções, depois convencê-los de que sua vida seria melhor se usassem, por exemplo, carros em vez de bondes, telefones em lugar de cartas e luz elétrica em vez de lampiões a óleo. Muitos desses novos produtos traziam marcas – e algumas delas estão por aí hoje –, mas isso era quase incidental. Esses produtos eram em si mesmo uma novidade; e isso praticamente bastava como publicidade (KLEIN, 2008, p. 29). Como visto, foi a partir da evolução da sociedade e do comércio que surgiram novos modelos de negócios e a valorização das marcas nas relações mercadológicas. Ainda hoje, novas tendências e teorias, tanto administrativas quanto de visão mercadológica são desenvolvidas para tornar as organizações cada vez mais dinâmicas. Percebe-se que cada vez mais as corporações buscam uma adaptação ao mercado e ao público consumidor, na qual muda cada vez mais rápido devido aos avanços tecnológicos. 9UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado INTRODUÇÃO 2. EVOLUÇÃO DO MARKETING Antes de continuar a discutir a evolução do pensamento de mercado e o ambiente corporativo, devemos enfatizar as várias definições de conceitos de marketing e como eles evoluíram ao longo dos anos. Conforme mencionado anteriormente, a ideia original do conceito de mercado está relacionada à venda de mercadorias e produtos. Porém, ao longo dos anos, o marketing se desenvolveu no sentido de identificar as necessidades e desejos dos consumidores e satisfazê-los sem perder a lucratividade da empresa. Por isso, nos últimos anos, o marketing mudou para se tornar uma abordagem mais gerenciável e social, que considera para o consumidor, sua comunidade e, por último, mas não menos importante: pela necessidade de a empresa criar valor. Essa lógica é a base para nossa compreensão do pensamento da gestão mercadológica. 10UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado SAIBA MAIS O desenvolvedor desse conceito de marketing evolutivo foi o renomado professor Philip Kotler, considerado por muitos o “pai” do marketing moderno. Kotler et al. (2010), em seu livro “Marketing 3.0”, aborda a evolução do pensamento de marketing e sua influência no dia a dia das corporações. Como vimos, o mercado exige que as organizações se moldem e se adaptem às mudanças agindo socialmente, ou seja, as organizações têm um papel ativo na sociedade. Novas mudanças e comportamentos fazem com que os conceitos de Marketing sempre se atualizem (como o caso do Marketing 4.0 que veremos adiante). Fonte: KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janei- ro: Sextante, 2017. Kotler projetou o conceito de Marketing 1.0 com base na evolução da teoria e prática do marketing na primeira metade do século XX. Nesse método, oobjetivo é vender produtos, baseado e centrado na ideia de produto e produção, pois com o desenvolvimento da indústria, o mercado passa a ser pensado para atender o público. Nesse mercado, o consumidor tem suas necessidades tangíveis, ou seja, basta possuir produtos (físicos). Uma vez que os produtos são projetados para fornecer serviços a consumidores em massa, o departamento de marketing se concentrará no desenvolvimento de produtos que possam fornecer aos compradores melhor desempenho e qualidade. Segundo Dornelas (2018), esse momento é denominado como a Era da Manufatura, em que empresas e commodities são tangíveis e têm economias de escala. A segunda evolução do conceito de marketing é o Marketing 2.0, que surge com o primeiro passo da era da informação contemporânea. Neste momento, os desafios enfrentados pelas empresas e pelo marketing se devem ao fato de os consumidores estarem muito bem informados e poderem comparar e pesquisar informações sobre produtos e serviços similares. O período do conceito de Marketing 2.0 é definido pela ideia de que as necessidades e desejos dos consumidores devem ser atendidos e cumpridos. As organizações começaram a buscar entender como o consumidor se comporta, quais são as reais necessidades e como percebe determinado produto ou serviço. O marketing passa a ter um foco no posicionamento e na criação de valor para o mercado. 11UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado A terceira etapa na evolução do conceito de marketing é o período do Marketing 3.0, que é regido pela «era orientada pelo valor». Em uma época em que as empresas se deparam com as necessidades e desejos mais profundos do consumidor, devem ajustar as estratégias de marketing e comunicação para determinar, criar e fornecer valores não apenas do ponto de vista econômico, funcional ou ambiental, mas também formam um ponto de vista sentimental. O Marketing 3.0 acredita que os consumidores são seres humanos completos, cujas outras necessidades e esperanças nunca devem ser negligenciadas. Vale observar que, atualmente, o mercado é muito baseado em recomendações, como também na colaboração entre os indivíduos. Isso leva ao entendimento de que as empresas não apenas devem ter um diferencial em seu produto ou serviço, mas também devem atender as expectativas emocionais de seu consumidor. Para exemplificar, ainda dentro do setor de varejo automobilístico, que existe há algum tempo, antes de adquirir um automóvel, o consumidor ia até a concessionária, avaliava o veículo, fazia um test drive e negociava com o vendedor. Nos dias de hoje, há a possibilidade de ver as opções de automóvel pela internet, pesquisar a opinião de outros proprietários, montar virtualmente o carro, ver cores opcionais e até mesmo adquirir o veículo pela internet. O processo de compra tornou-se muito mais completo e cheio de opções. Para compreender melhor o conceito de Marketing 3.0, que faz parte do atual momento do mercado, principalmente brasileiro, é importante considerar os três movimentos que o mundo passou até chegar aqui: a era da sociedade criativa e do marketing do espírito humano; a era do paradoxo da globalização e marketing cultural; e a era da participação e marketing colaborativo (KOTLER et al., 2010). Em suma, o Marketing 3.0 defendido por Kotler, aborda esse sistema de conexões emocionais e espirituais, além dessa vivência de coletivo e a colaboração. Com a facilidade de acesso às informações pela tecnologia cada vez mais presente no dia a dia, surgem novas opiniões públicas e os consumidores colaboram entre si na criação de valor das marcas. QUADRO 1 - COMPARAÇÃO DAS EVOLUÇÕES DO MARKETING Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0 Marketing 4.0 Marketing centrado no produto Marketing centrado no consumidor Marketing centrado em valores Marketing centrado com propósito social Consumidores com necessidades físicas Satisfazer as necessidades Criar um mundo melhor Marca colaborativa e social para um Mundo Melhor Marcas com mente Marcas com mente e coração Marcas com mente, coração e espírito Marcas humanas 12UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Valor dos benefícios Valor nos consumidores Valor no meio ambiente Valor nas necessidades emocionais do mercado Mídias tradicionais Mídias tradicionais e interativas Mídias interativas Hiperconectividade, omnichannel, estratégia 360º Unidirecional Bidirecional Multidirecional Omnidirecional Fonte: Adaptado de: Kotler et al. (2010, p. 17). Por último, mas não menos importante, a quarta evolução do conceito de marketing é apresentada em 2017 por Philip Kotler. Segundo ele, o Marketing 4.0 refere-se a uma abordagem de marketing que combina a interação online e offline entre empresas e consumidores. Ao mesmo tempo, a abordagem 4.0 combina a máquina ou a inteligência artificial a outras tecnologias. Aumenta a produtividade e, ao mesmo tempo, aproveita a conectividade entre humanos para melhorar o processo de interação com o cliente. Kotler et al. (2017, p. 37) aponta que não acredita que “a ‘nova onda’ do marketing online acabará substituindo o ‘legado’ do marketing offline. Na verdade, acreditamos que ambos precisam coexistir para oferecer a melhor experiência ao cliente”. Ainda segundo o autor, [...] é possível que os mundos on-line e off-line “acabarão coexistindo e convergindo [...]. As mídias tradicionais e contemporâneas para comunicação de marketing, como televisão e mídia social, também se complementarão”. [...] um comercial no intervalo da programação também pode ser um gatilho para as pessoas comprarem produtos on-line (KOTLER et al., 2017, p. 39). Kotler aponta ainda que, na decisão de compra, os consumidores são influenciados por três fatores: comunicação de marketing tradicional (anúncios Audiovisuais, impressos ou ações de marketing); opiniões dos amigos e familiares; e conhecer e ter sentimento em relação às marcas baseado em suas experiências prévias. O excesso de dispositivos e telas conectadas trazem distrações e dificultam a concentração dos consumidores e sua capacidade de decidir. Muitos acabam tomando decisões a partir da sabedoria das multidões. O baixo nível de confiança da publicidade e o pouco tempo que possuem para comparar qualidades e preços alimentam ainda mais o fator social de consumo. Caro (a) acadêmico (a), espero que você tenha percebido como o pensamento do marketing foi se desenvolvendo com a evolução do mercado e, principalmente, das necessidades dos consumidores. É fundamental ter entendido como o conceito foi crescendo com o progresso da humanidade e, por este motivo, ainda continua em mutação. 13UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado INTRODUÇÃO 3. FUNDAMENTOS DE MERCADOLOGIA Caro (a) estudante, ficou claro para você a relação entre gestão mercadologia e marketing? A maioria das pessoas tem uma ideia equivocada sobre o conceito de marketing, mas você, caro (a) acadêmico (a), precisa conhecer os fundamentos do marketing a partir das suas definições. Além disso, ao tratar de mercados, podemos nos deparar com vários segmentos e áreas de conhecimento, sendo importante compreender alguns termos que são específicos deste segmento. Vários pesandores da área consideram que a mercadologia e o marketing são a mesma coisa. Outros já consideram que o marketing são as ações externas da organização (consumidores e mercados-alvo) e a mercadologia são as ações internas realizadas nas empresas (produto, distribuição, vendas etc.). Neste material vamos considerá-la sinônimos. Traduziram marketing para mercadologia, na tentativa de facilitar a compreensão do conceito. Nos conteúdos anteriores pudemos explorar a evolução da sociedade, bem como a realidade de hoje em que o mundo dos negócios está em constante mudança, portanto, as empresas e as instituições precisam se adaptar. Para entender melhor essas reflexões, é importante entender osconceitos de marketing. A exposição contínua à publicidade e venda pessoal leva muitas pessoas a pensar que as atividades de marketing começam, uma vez que bens e serviços já foram produzidos, buscando apenas divulgá-los. 14UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Segundo Kotler e Keller (2006), marketing é o processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Como já observado, o marketing acompanhou todas as mudanças de mercado e as evoluções dos ambientes corporativos. Assim também as definições propostas pela AMA (American Marketing Association) sugerem essa evolução, uma vez que inicialmente os conceitos de marketing abordavam a oferta de produtos e empresas, e com o passar dos anos se estendeu para uma abordagem com foco na satisfação dos clientes e como uma nova forma de se pensar as organizações: muito mais estratégica e com busca de valor para consumidores e toda a sociedade onde a empresa está inserida. REFLITA Outro ponto muito importante a se destacar é que os termos “marketing” e “venda” estão relacionados, mas não são sinônimos. “Marketing”, como apontado anteriormente, enfatiza a obtenção de lucros por meio da satisfação do cliente. Em marketing, o foco está nas necessidades do consumidor e sua satisfação. “Venda”, por outro lado, tem o olhar no produto e enfatiza o ato transacional que foi produzido. Na verdade, é uma pequena parte do amplo processo de marketing. Fonte: O Autor (2021) O marketing tem uma perspectiva de longo prazo de conquistar a lealdade do consumidor ao produto proporcionando-lhe máxima satisfação. No marketing, o consumidor é o rei cujas necessidades devem ser satisfeitas. Na venda, o produto é supremo e todo o foco é a sua venda. O marketing começa antes da produção e continua mesmo após a troca de bens e serviços. Isso porque a prestação de serviço pós-venda é um componente importante do processo de marketing. Já a venda começa após a produção e termina assim que a troca de bens e serviços tenha ocorrido. 15UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 3.1 Então, qual a importância do marketing? O marketing é importante para o negócio, para o consumidor e sociedade. Isso é evidente em muitos aspectos, principalmente porque ajuda as empresas a acompanharem as mudanças nos gostos, tendências e preferências dos consumidores. Dentro do processo de marketing bem estruturado, se investiga as necessidades do consumidor de modo sistemático, e com base nessas informações, se propõe melhorias nos produtos existentes ou mesmo no lançamento de novos produtos. Assim, o marketing contribui para fornecer melhores produtos e serviços para os consumidores e, como consequência, aumento gerando receita de longo prazo e enfrentando a concorrência de maneira muito mais eficaz. REFLITA Em marketing, o valor de um produto não é o valor monetário que o cliente terá que pagar. É a expectativa do consumidor quanto aos seus benefícios em relação à quantia real paga pelo produto. As empresas precisam criar e entregar valor para todas as partes interessadas, a partir de um balanceamento do valor na percepção dos clientes, acionistas, colaboradores e sociedade. Fonte: O Autor (2021). Entre os objetivos mais básicos do marketing, pode-se destacar os seguintes: ● proporcionar satisfação aos clientes: as atividades de marketing são direcionadas para a satisfação do cliente. O marketing começa com a determinação das necessidades do consumidor e orienta a empresa na produção de bens que satisfaçam de modo efetivo essas necessidades; ● aumento da demanda: por meio da publicidade e outros esforços promocionais de vendas, o marketing visa criar demanda adicional por produtos. Além disso, uma vez que os clientes são bem atendidos em suas necessidades, eles ajudam na criação de novos clientes, dentro do que entendemos como marketing boca a boca; ● oferecer produtos de melhor qualidade aos clientes: é importante entender que as empresas precisam estar em constante evolução dentro de seus mercados, e buscar atualização constante em novos conhecimentos e tecnologias que possam ser empregados em seus produtos e serviços, para que não estejam suscetíveis a serem eliminados pela concorrência; 16UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado ● gerar rentabilidade: o objetivo final de todos os esforços de marketing é gerar volumes de vendas lucrativos para o negócio. Cuidar das necessidades e desejos do cliente, fornecendo as informações necessárias, bens e serviços a preços coerentes para aquele mercado consumidor, em lugares e horários convenientes para ele e, como consequência, tornar o negócio mais rentável. FIGURA 2 – HÁ VÁRIOS FOCOS DENTRO DE UM MESMO MERCADO Como visto, para ter uma boa gestão mercadológica é importante compreender que o marketing está relacionado à satisfação e desejos dos clientes e da sociedade como um todo, sendo assim, vai além do simples fato de ter um produto inovador ou uma campanha publicitária. 17UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado INTRODUÇÃO 4. GLOSSÁRIO DE TERMOS No mercado de trabalho, é muito comum o profissional se deparar com diversos termos e siglas. Alguns desses termos aparecem em inglês e outros em português, mas não são comuns no cotidiano. SAIBA MAIS Com o crescimento do marketing digital novos termos surgiram. Você pode saber mais neste artigo da Rock Content “Os 63 termos de marketing digital que todo profissional deve saber!”: https://rockcontent.com/blog/termos-de-marketing. Por essa razão, antes de seguir com o conteúdo, cabe uma análise dos principais termos que os profissionais de marketing utilizam corriqueiramente, deste modo fica mais fácil a compreensão de todo o conteúdo. A) Agência De Propaganda Ou Publicidade: são empresas que prestam serviços de publicidade e propaganda, e é de responsabilidade delas efetuar a análise do cenário, propondo projetos e soluções que mais convêm a cada cliente. Também pode ser de responsabilidade das agências a produção de peças publicitárias para mídias offline ou online. 18UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Alcance: refere-se ao número total de diferentes pessoas ou famílias expostas a uma campanha ou mídia, pelo menos uma vez, a um meio durante um determinado período. Análise De Mercado: estuda a atratividade e dinâmica de um mercado especial dentro de determinado segmento. Faz a análise das mudanças que irão interferir em determinado tipo de negócio, produto ou serviço. Atributo: é uma característica que é peculiar a determinado produto e serviço e se destaca. B) Banco De Dados: é uma coleção organizada de informações importantes, geralmente armazenados e acessados eletronicamente. Essas informações podem orientar as empresas na tomada de decisão. Banner: são imagens que aparecem, geralmente, na parte superior ou inferior de uma página da web, que contém link clicável, direcionando o usuário para algum site ou campanha. Também são conhecidos como banner, alguns materiais de ponto de venda que divulgam campanhas ou promoções. Geralmente são confeccionados em tecido, lona, plástico ou até mesmo em papel. Bens De Consumo: são produtos adquiridos pelos indivíduos para satisfazer sua necessidade. Podem ser duráveis (eletrodomésticos, carro, móvel...) ou não duráveis (alimentos, produtos de higiene e limpeza...). Benefícios: as características do produto que irão atender as necessidades específicas dos consumidores. Os benefícios do produto mostram aos clientes algo de valor em troca da compra do produto. Brainstorming: processo realizado para gerar ideias e soluções criativas mediante discussões em grupo intensivas e livres. Todos os participantes são encorajados a pensar em voz alta e sugerir o maior número de ideias possíveis para determinado assunto, não importando o quão estranhas ou bizarras sejam.A análise, discussão ou crítica das ideias veiculadas é permitida somente quando a sessão de brainstorming termina e a sessão de avaliação começa. Brand Equity: é o valor associado a um produto por processo de sua marca. Esse valor é definido pela consciência e experimentações do consumidor com a marca. Brie ing: 1. Síntese de uma discussão; são os aspectos a discutir. Normalmente, é aquilo que o cliente apresenta, como modelo do trabalho que precisa ao contato, ou mesmo, a equipe da agência. 2. Comunicação de indicações e orientações de modo organizado, fornecida para a precisa elaboração de um objetivo proposto. De forma geral, o briefing é um registro que o profissional de marketing apresenta a quem vai produzir uma campanha publicitária promocional, de relações públicas ou pesquisa de mercado. 19UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Budget: do inglês, orçamento; utilizado para definir a verba disponível para uma campanha. 1. Avaliação de rendimento ou de consumo. 2. Cálculo das entradas e despesas proporcionais a algum período de tempo. 3. Cálculo de consumo futuro. 4. Meio de planejamento das ações da organização e de controles dos ganhos, a fim de analisar ocasionais imprecisões do programa. C) Campanha: grupo de atividades e trabalhos para se realizar um fim definido. Conjunto de produtos publicitários desenvolvidos segundo uma programação anterior e que serão veiculadas para um público-alvo estabelecido. Grupo de operações mercadológicas com um objetivo preciso. Canal: modo ou meio de comunicação empregado para passar a comunicação até o público-alvo. Case: abreviação de case history; estudo de caso, geralmente de sucesso, vivida por uma empresa ou marca. Commodity: produto que não tem distinção, como: telhas, produtos químicos, café, arroz, óleos, entre outros. Concorrência: competição entre organizações, produtoras, ou comerciantes, para poder trazer no mercado o bem pelo preço mais reduzido. Consumidor: o mesmo que consome os produtos ou atividades, obtidos por si ou por outros. Custo: significa o total de valores que a entidade usa em sua produção (materiais, energia, conhecimento) e os quais inclui valor para o mercado. Uma das cinco dimensões da Qualidade Total l. D) Deadline: último prazo, do inglês, prazo final. Demanda: resultado de compras praticáveis para um determinado produto ou serviço, em um preciso mercado e em um certo espaço de tempo. Display: 1. instrumento de comunicação visual para uma mensagem por meio de termos, números e ilustrações (a imagem da comunicação). 2. mostruário ou também móbile. Peça promocional e de merchandising que expõe uma mensagem ou um produto no ponto de venda. 20UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado E) E-Commerce: isto é um negócio definido pela troca de bits, no qual as transações são realizadas no meio digital. Endomarketing: é a aplicação de atividades de marketing voltadas ao público interno das organizações. Escala: referência presente entre a medida gráfica e a medida real. F) Família: artigos de semelhante qualidade e tipo. Feedback: 1. resultado da comunicação, resposta do processo. Maneira usada sobre a comunicação na definição da aquisição de um resultado. 2. responsabilidade do controle do processo em que os efeitos das atividades retomam ao sujeito, proporcionando que os processos de trabalho sejam avaliados e corrigidos. Fidelidade: relacionado à preferência do cliente a uma marca particular ou meio de comunicação. Follow-Up: maneira muito empregada para definir as ações de assistência das atividades de marketing das organizações (em particular, de trabalhos de comunicação e promoção). G) Gerenciar: a gestão da qualidade integral, gerenciar e orientar ao mesmo tempo dois procedimentos: rotina e melhorias. De acordo com McGregor, gerenciar é especialmente solucionar problemas. H) Hard Sell: Venda passada. Representação usada para explicar tratamentos e discursos de venda direta, de forma promocional e sem nuances. Heavy User: cliente de elevada frequência de compra ou volume de um determinado artigo. I) Impacto: 1. ação de atingimento de um público pelas mensagens publicitárias. 2. método, impelido, forçado. 3. efeito muito eficaz, forte, causado por diferentes objetivos. Indicadores: são meios elaborados e constantes para analisar o desempenho dos propósitos e metas. São aspectos dependentes da medida experimental, utilizadas para quantificar o rendimento das atividades. São fatores objetivos de medida, que possibilitam determinar resultados reais para aspectos específicos dos projetos. 21UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado J) Just In Time (JIT): é intitulado Sistema de Produção Toyota, ou Sistema Kanban, e pode ser traduzido do modo que “produção Apenas a Tempo”. Mais precisamente, processo seria “o produto certo, no lugar certo, no momento certo”. O JIT proporciona estoques mínimos e os movimentos rápidos dentro e fora das empresas. K) Know-How: 1. prática específica. 2. conhecimento na perspectiva de profundidade; estudo. L) Layout: 1. traçado artístico apresentando a organização correspondente das ilustrações, títulos e conteúdo de uma produção promocional ou de resultado da prática. 2. proposta de comunicação, esquema bem realizado que possibilita uma compreensão precisa do que vai ser o anúncio. Distribuição do espaço dentro do ponto de venda. Lealdade: ser fiel é ser confiável, é jamais trair aquele o qual confia e conta com você. É ser confiável e leal a alguma marca, um bem e a empresa. A lealdade, na presente mudança de século, em características da globalização, tem tornado muito complicado de se atingir, impondo que as organizações revejam seus planos de marketing. Lembrança: 1. recall. 2. intensidade de fixação de uma comunicação. 3. observação por processos específicos da potência e como uma divulgação ou publicidade foi compreendida pelos indivíduos que o viram, ouviram ou assistiram. Linha De Produto: conjunto de bens que estão diretamente associados porque atuam de forma semelhante, são vendidos aos mesmos grupos de compradores, são expostos no mercado por meio das mesmas formas de ponto de venda, ou estão dentro do mesmo nível de preço. Logotipo: letras (tipologias) aplicadas para criar o nome de marca ou empresa. M) Macroambiente: os ambientes sociais considerados na produção do plano de marketing, a conhecer: demográfico, econômico, natural, tecnológico, político e cultural. Marca: nome, símbolo, desenho, figura ou muitas outras particulares que equivalham para identificar de forma própria os produtos dos demais produtos dos concorrentes. 22UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 22UNIDADE II Orientação do Mercado SAIBA MAIS Fatos e Dados Algumas marcas são tão fortes na mente do consumidor que viraram sinônimos dos produtos. Por exemplo: Bombril (esponja de aço), Qboa (Água Sanitária), Miojo (macarrão instantâneo), Gillete (lâmina de barbear), entre muitas outras. Fonte: O autor (2021) Market: mercado. Mercado: grupo de compradores e não compradores atuais e futuros. Mercado-Alvo: subconjunto de membros do mercado que constituem participação do agrupamento de clientes que a empresa decidiu atender. N) Nicho: uma divisão da demanda de uma oferta particular de produto ou serviço. O) Oportunidade: 1. variável externa à organização, que é capaz de levá-la a melhorar a satisfação de seus compradores, aos negócios e lucros. 2. parte de negócios de menor participação em mercados com grande taxa de desenvolvimento. É preciso muitos recursos para permanecer essa participação nos mercados e tornar um produto “estrela”. Orçamento: 1. estima da receita e da despesa. 2. cálculo das entradas e gastos relacionados a um período de tempo. 3. análise do custo futuro. 4. ferramenta de planejamento das ações da organização e de controles dos retornos a fim de avaliar eventuais erros do planejamento.P) P.D.V: abreviação de Ponto de Venda, local onde são efetivadas vendas, como lojas, supermercados, entre outros. Pontos De Venda: local em que o consumidor encontra os produtos/serviços para compra. 23UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 23UNIDADE II Orientação do Mercado Pós-Venda: etapa seguinte à conclusão da venda e que tem por fim verificar a correta entrega do produto vendido, de acordo com o segundo nível de satisfação do comprador. Posicionamento: estratégia de marketing que se intensifica em um nicho específico do mercado pelo esforço de associar um determinado produto aos que competem com ele. Prospecção: pessoa ou empresa que tem um potencial de se tornar um cliente, mas ainda não o é. Q) Qualidade: natureza, condição ou atributo dos bens ou das pessoas competentes de distingui-las das diversas e lhes estabelecer a qualidade. R) Relacionamento: integra os Serviços de Atendimento. Tange a tudo o que uma organização faz para garantir um lugar na mente do cliente fora do ambiente da compra- venda. Reposicionamento: estratégia utilizada para desenvolver as vendas de um bem ou serviço já existente. Retorno Sobre O Investimento (RSI ou ROI): 1. medida geral da capacidade administrativa da organização, segundo a relação do lucro líquido em comparação ao investimento. 2. valor líquido realizado por um investimento, em estabelecido período de tempo. Em formas percentuais, consiste a taxa formada pelo valor líquido em comparação ao investimento total. S) SAC (Serviço De Atendimento Ao Consumidor): serviço cuja função é receber exigências de consumidores. No geral das situações, a função principal é manter com o cliente e buscar ajudar no caso de forma subordinada. Satisfação Do Cliente: é a maneira de avaliar a conquista ou a derrota no desen-volvimento da fidelização. É a forma de conhecer se está ou não no rumo correto, gerar relações duradouras, ou não, com seus consumidores. Segmentação De Mercado: 1. reconhecimento de mercados que permitem variadas estratégias de marketing. 2. trabalho de partir mercados em grupos determinados de clientes que podem procurar produtos ou compostos de marketing distintos. 3. sistema de classificar compradores em grupos com necessidades, características e comportamentos diferentes. Share-Of-Market: presença de mercado. Porcentagem do mercado total ou de uma parte que uma organização ou marca possua. 24UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado Share-Of-Mind: presença na cabeça do cliente, isto é, o conhecimento de uma organização ou marca. Share-Of-Voice: participação na capacidade total de promoção publicada. Porcentagem de toda comunicação com o mercado ou parte que uma organização ou marca tenha. T) Tangibilização: transformar material, tocável, visível em um serviço ao consumidor, por exemplo. Somente será possível fidelizar um consumidor, se este identificar o ato e responder seguramente ao estímulo. As formas de tangibilização ficam acessíveis ao serviço da procura da fidelização do consumidor. U) Usuário Final: a pessoa que, em último âmbito, usa os produtos. V) Valor: 1. particularidades agregadas ao produto ou serviço. 2. vantagem recebidas de acordo com o resultado do uso e das experiências passadas com um bem ou serviço. É a concepção do consumidor e das outras partes interessadas segundo o nível de recepção das necessidades, tendo em vista os atributos e características do bem, preço, facilidade de compra, de conservação e de uso, ao longo de todo seu ciclo de vida. Varejo: quaisquer atividades propriamente envolvidas na venda de produtos ou serviços para os consumidores finais considerando seu uso pessoal e não fabril. 25UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro estudante, nesta unidade foi possível entender o que é um mercado e como ocorreu a sua evolução. Em seguida, aproximamos os conceitos de mercadologia e marketing e conseguimos compreender os principais termos utilizados pelos mercadólogos. Como discutido, gestão mercadológica está relacionada à identificação do mercado a fim de gerar satisfação não apenas aos consumidores, mas também na sociedade como um todo. Sendo assim, vai além do simples fato de ter um produto inovador ou uma cam-panha publicitária. A partir dos elementos do marketing foi possível aprender as definições deste campo tão amplo. Por se tratar de um mercado que integra diversos campos das áreas de negócios, entendemos alguns dos essenciais termos que são usados entre os profissionais de mercadologia. 26UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado LEITURA COMPLEMENTAR O termo conhecido como “Miopia em Marketing” é uma abordagem de marketing de visão curta e voltada para dentro e que foca nas necessidades da empresa, em vez de definir a empresa e seus produtos em termos de necessidades e desejos dos clientes. Isso resulta na incapacidade de ver e se ajustar às rápidas mudanças do mercado. O conceito de miopia de marketing foi discutido em um artigo, intitulado “Marketing Myopia”, pelo professor emérito de marketing da Harvard Business School, Theodore C. Levitt (1925-2006), que sugere que as empresas ficam presas nessa situação porque igno-ram a pergunta vital: “em que negócios estamos?”. Você pode fazer a leitura do mesmo pelo link da Biblioteca da USP: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5048777/mod_resource/content/1/le- vit_1960_miopia-em-marketing.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5048777/mod_resource/content/1/levit_1960_miopia-em-marketing.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5048777/mod_resource/content/1/levit_1960_miopia-em-marketing.pdf 27UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Administração de Marketing Autor: Philipe Kotler e Kevin keller. Editora: Pearson. Sinopse: Esta obra é considerada a “bíblia do marketing” e serve como um ótimo guia que reflete a realidade dos mercados atuais. O livro, além de apresentar uma abordagem analítica do marketing pelo viés gerencial, também apresenta estudo de casos e aplicações do pensamento estratégico dos negócios em vários tipos de negócios. FILME / VÍDEO Título: O Negócio Ano: 2013. Sinopse: Podemos acompanhar como as ações de marketing podem ser usadas em vários tipos de negócios por este seriado nacional, produzido pela HBO. “O Negócio” trata de três mulheres que decidem utilizar as ações de marketing no arriscado mundo do sexo. A cada episódio, é possível observar a aplicação de técnicas de administração de empresas e de marketing nesse segmento de mercado. Link para acesso: http://www.hbobrasil.com/series/detail/o- nego-cio/13724/HLA221234 28UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado WEB ● Evolução do Marketing - 1.0 ao 4.0: Este vídeo apresenta, resumidamente, os conceitos básicos do marketing, bem como a evolução do mercado e do comportamento dos consumidores que fizeram com que as empresas mudassem suas abordagens mercadológicas. ● Link: https://youtu.be/g0GunHhDfpE https://www.youtube.com/watch?v=g0GunHhDfpE 29 Plano de Estudo: ● Tipos de Orientações; ● Fatores determinantes no comportamento do consumidor; ● Ambientes de uma organização; ● Sistema de Informação de Marketing. Objetivos da Aprendizagem: ● Compreender os tipos de orientações mercadológicas; ● Entender o comportamento de consumo; ● Estabelecer a importância da informação na tomada de decisão. UNIDADE II Orientação do Mercado Professor Dr. Thiago Martins 30UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 30UNIDADE II Orientação do Mercado INTRODUÇÃO Algumas empresas possuem focos diferentes, algumas têm o ponto forte no produto, outras no departamento de vendas, mas qual seria a melhor orientação para as empresas? Nesta unidade, vamos analisar os tipos de orientações que as organizações podem atuar e iremos discutir qual delas é a mais sugerida para aquelas que querem se manter no mercadopor muito tempo. Em seguida, vamos estudar como funciona o comportamento de consumo das pessoas em um mercado e, uma das formas de identificá-los, é usando de pesquisas e informações. Por isso, todo gestor de mercado precisa saber onde levantar dados e tomar as decisões táticas corretas a partir deles. 31UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 31UNIDADE II Orientação do Mercado 1. TIPOS DE ORIENTAÇÕES Se uma empresa deseja sobreviver no ambiente dinâmico de hoje, deve superar seus concorrentes. Portanto, a empresa deve ter uma estratégia definida e foco para vender seus produtos e serviços. Desta forma, é importante definir um direcionamento estratégico que norteará todos os negócios da organização e a forma como ela atuará perante o mercado e os clientes. Kotler e Keller (2006) propuseram algumas diretrizes, que veremos a seguir: ● produção: objetivo de aumentar a capacidade de produção e fornecimento; ● produto: fazer produtos e serviços, comunicar os usuários sobre eles, proporcionar que os compradores te procurem; ● vendas: produzir produtos e serviços, chegar até os consumidores e fazê-los consumir; ● marketing: atender o que os usuários precisam e desejam, produzir produtos e serviços a partir das necessidades e oferecê-los aos consumidores. FIGURA 1 - ORIENTAÇÃO DAS EMPRESAS Fonte: Adaptada de: Kotler e Keller (2006, p. 22). 32UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 32UNIDADE II Orientação do Mercado 1.1 Orientação para a produção A visão das empresas voltadas para a produção é que seus clientes deem preferên- cia a produtos de baixo preço que podem ser encontrados em todos os lugares. Por isso, essas empresas buscam a produção em massa, com foco na redução dos preços de seus produtos / serviços e distribuindo-os no maior número possível de pontos de venda para que os clientes possam encontrar facilmente os produtos. Essa visão não leva em consideração as necessidades e desejos pessoais dos consumidores. Pode-se ter como exemplo os serviços prestados por alguns médicos, que acreditam que só o fato de o serviço ser prestado a um custo reduzido irá satisfazer estes doentes, mas o que acontece é precisamente o contrário, porque os profissionais não pro- curam considerar as necessidades dos usuários, mas serviços simples. A ideia do conceito de produção - os consumidores vão gostar de produtos que estejam disponíveis e de fácil acesso. Esse conceito é uma das mais antigas diretrizes de gerenciamento de mercado para orientar os vendedores. As empresas que adotam essa orientação enfrentam um grande risco de dar muita atenção às suas operações e ignorar seus verdadeiros objetivos. Na maioria das vezes, os conceitos de produção podem levar à miopia de marketing. O foco da gestão é melhorar a eficiência da produção e distribuição. 1.2 Orientação para o produto As organizações que focam seus esforços apenas no produto são aquelas que consideram que os consumidores preferem comprar produtos da melhor qualidade, desempenho e benefícios. A segunda metade do século 19, a Revolução Industrial estava a todo vapor nos Estados Unidos. Eletricidade, transporte sobre trilhos, divisão do trabalho, linhas de montagem e produção em massa tornaram possível produzir mercadorias de forma mais eficiente. Com a nova tecnologia e novas formas de usar a força de trabalho, os produtos transbordavam no mercado, em que a demanda por bens manufaturados era forte (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 14). Normalmente, essas empresas tendem a admirar seus produtos de uma forma que dificilmente pretendem mudá-los (são as melhores), ou seja, mesmo que o cliente precise de um produto diferente, a empresa não mudará sua opinião sobre o produto. Em 1928, o presidente americano da maior fábrica de ratoeiras dos Estados Unidos argumentou que, se você construir a melhor ratoeira, haverá um mundo de compradores te procurando. Então, ele conduziu muitas pesquisas sobre o produto e fez a ratoeira mais eficaz e de plástico. Ela era um pouco mais cara do que as de madeira, que eram descartadas com o rato. Mas a de plástico era muito cara para ser descartada no lixo, e os consumidores não queriam lavá-la. 33UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 33UNIDADE II Orientação do Mercado A empresa se esqueceu de estudar a parte mais importante do processo: seus consumidores. O resultado foi um verdadeiro fracasso nas vendas de produtos. Em outras palavras, as empresas que seguem a orientação da produção optam por ignorar as necessidades de seus clientes e se concentram apenas na construção eficaz de produtos de alta qualidade. Este tipo de empresa acredita que se conseguir fazer a melhor “ratoeira”, os seus clientes virão naturalmente. REFLITA É claro que ter um bom produto é importante. Inclusive, algumas empresas acreditam que ter um produto de qualidade é um diferencial no mercado, todavia, o produto ter um padrão bom é, de certa forma, um requisito básico de todo o produto, já que o mínimo que esperamos de um produto é que atenda bem a sua função. Fonte: O autor (2021). A filosofia do produto acredita que os consumidores irão preferir produtos que forneçam a mais alta qualidade, desempenho e recursos inovadores. Nesse conceito, o foco da estratégia de marketing é a melhoria contínua do produto. A melhoria da qualidade e do produto é uma parte importante de uma estratégia de marketing e, às vezes, a única parte. Apenas segmentar os produtos da empresa também pode levar à miopia de marketing. Por exemplo: Suponha que uma empresa fazia os melhores disquetes do mundo. Mas hoje os clientes usam disquetes? O que o consumidor compra é algo que supra a sua necessidade (algo que possa ser usado para armazenar dados), então os pendrives, cartões de memória SD, HDs externos, armazenamento na nuvem etc., vieram para suprir isto. Portanto, as empresas não precisavam procurar fabricar os melhores disquetes, mas deviam se concentrar em satisfazer as necessidades de armazenamento de dados dos clientes. 1.3 Orientações para vendas Este tipo de orientação está relacionado às organizações que acreditam que o cliente não decide a compra por si só, isto é, a empresa com seus vendedores precisa induzir seus clientes para a decisão da compra, caso contrário, não haverá venda. 34UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 34UNIDADE II Orientação do Mercado Existem inúmeras empresas que seguem essa orientação e até conseguem um crescer no mercado, todavia o que ocorre é que o foco não está na satisfação das necessidades do cliente e sim na satisfação das necessidades da própria empresa: as vendas. Embora as vendas sempre tenham sido necessárias para gerar lucros, durante a primeira metade do século 20 a concorrência aumentou, e as empresas perceberam que teriam de focar mais em vender produtos aos compradores. As empresas buscam as vendas como o principal meio de aumentar lucros, e, assim, esse período veio a ter uma orientação para as vendas. Executivos acreditavam que as atividades de marketing mais importantes eram as vendas pessoais, a propaganda e a distribuição (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 15). Pode acontecer que você tenha comprado um produto indesejado ou, às vezes, tenha comprado um produto por meio das chamadas vendas sob pressão. Esses tipos de estratégias podem fazer com que os clientes fiquem insatisfeitos com suas compras e produtos. Você não precisa ser um expert de marketing ou empresário de sucesso para saber que ter clientes insatisfeitos não levará a um negócio saudável e em crescimento. Ao adotar uma orientação de vendas, o foco é o de vender o maior número possível de produtos e serviços, sem se preocupar com a solução para seu público-alvo. A lógica é que, ao criar um produto ou serviço de qualidade pelo preço certo e combiná-lo com uma estratégia de vendas agressiva, você pode persuadir as pessoas a comprarem o produto que você vende. É importante lembrar que a estratégia depreços é baseada no que acredita que os clientes valem para o produto ou serviço. Por exemplo, bens de luxo geralmente têm um valor percebido mais alto, o que significa que pode ter um preço mais alto para esses bens do que produtos padrão e ainda criar demanda suficiente para obter lucro. O conceito de vendas está de acordo com o conceito: “A menos que sejam realizadas vendas em grande escala e atividades promocionais, os consumidores não comprarão produtos suficientes da empresa.” Aqui, o gerenciamento se concentra na criação de transações de vendas, em vez de construir relacionamentos lucrativos e duradouros com os clientes. Ou seja, o objetivo é vender o que a empresa faz, não fazer o que o mercado necessita. Este plano de vendas agressivo apresenta altos riscos. No conceito de vendas, os profissionais de marketing presumem que os clientes serão incentivados a comprar o produto e, se não gostarem, podem esquecer sua decepção e comprar novamente no futuro. Isso geralmente é uma suposição muito ruim e cara. Normalmente, o conceito de vendas é implementado para mercadorias desnecessárias. Itens indesejados são itens que os compradores geralmente não pensam em comprar de maneira segura. 35UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 35UNIDADE II Orientação do Mercado REFLITA É claro que ter uma boa equipe de vendas, um bom canal de distribuição e uma boa campanha publicitária podem trazer retornos no curto prazo. Todavia, as empresas que focam apenas nestes quesitos podem ter uma cartela de clientes rotativos, o que compromete um futuro promissor para a mesma. Fonte: O autor (2021). Tratam-se de empresas que focam em prospectar clientes e trabalhar um atendimento focado em fortes argumentos de vendas. Um bom exemplo de empresa que aplica essa estratégia são os vendedores de assinaturas de revistas que ficam em locais de grande fluxo de pessoas e oferecem uma oferta imperdível para todos aqueles que ali trafegam. Os vendedores “empurram” uma assinatura de revistas, mas o cliente está mais interessado no brinde do que no real foco da venda, e há grande possibilidade de se arrepender de assinar as revistas. 1.4 Orientação para o mercado Finalmente, encontramos uma empresa voltada para o mercado, isto é, orientadas ao marketing. Essas empresas agem da seguinte forma: Antes de agir, devem pensar, encontrar e descobrir o que os clientes desejam e fornecer exatamente o que eles precisam. Se fizerem isto antes dos concorrentes, irá fazer com que o seu produto se torne único e atraente, resultando em clientes satisfeitos e leais. Qualquer ambiente competitivo acirrado trará mudanças para a organização e irá forçá-la a encontrar a melhor estratégia para permitir que sua organização obtenha ou mantenha uma vantagem no mercado. Para Kotler e Keller (2006), as empresas orientadas para o marketing continuam a se concentrar no desejo de identificar os clientes porque mudaram os desejos dos consumidores, mudaram seus produtos e serviços para atender às suas novas necessidades e buscaram maneiras de um serviço melhor. Hoje em dia, os produtos estão cada vez mais parecidos, o mercado cada vez mais competitivo e as empresas que apresentarem um diferencial baseado nas necessidades dos seus clientes serão as empresas que crescerão. 36UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 36UNIDADE II Orientação do Mercado O início dos anos 1950, alguns executivos começaram a perceber que a produção eficiente e a promoção extensiva não garantiam que os clientes adquiriam sem os produtos. Essas empresas, e muitas outras a partir de então, descobriram que deveriam, primeiro, determinar o que os clientes desejavam e, em seguida, produzir os produtos desejados, em vez de, primeiro, fazer os produtos e depois tentar convencer os clientes de que precisavam deles. À medida que mais organizações percebiam a importância de satisfazer às necessidades dos clientes, as empresas nos Estados Unidos entravam na era do marketing orientado para o mercado (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 15). Como gestor de mercado de uma empresa, identificar o público-alvo é um dos objetivos mais importantes, mas encontrar maneiras de atrair esse público e convertê-lo em compradores de longo prazo é igualmente fundamental. Quando você está procurando orientação para o mercado, seu foco principal é agradar o seu público-alvo, então você deve ser flexível ao tentar atrair a atenção desse público. Isso significa que você não se preocupa em fazer os melhores produtos ou desenvolver serviços da mais alta qualidade, mas em garantir que os produtos ou serviços que você fornece atendam às necessidades de seu mercado-alvo. 37UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 37UNIDADE II Orientação do Mercado 2. FATORES DETERMINANTES NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A filosofia de marketing acredita que para atingir os objetivos organizacionais, é necessário entender as necessidades e desejos do mercado-alvo e proporcionar a satisfação necessária melhor do que os concorrentes. Aqui, a gestão de marketing adota uma abordagem de “cliente vem primeiro”. Sob o conceito de marketing, foco e valor para o cliente são as formas de obter vendas e lucros. O conceito de marketing é uma filosofia de “sensação e resposta” centrada no cliente. Avaliar o que os clientes desejam é algo difícil de se começar, e também complicado pela velocidade com a qual tendências e custos podem mudar. Atualmente, as empresas desejam satisfazer aos clientes e construir relações expressivas e de longo prazo com eles (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 16). Seu trabalho não é encontrar os clientes certos para seus produtos, mas encontrar os produtos certos para seus clientes. O conceito de marketing e o conceito de vendas são dois conceitos extremos, completamente diferentes. Por exemplo, nas cidades há pizzarias, mas as pessoas nem sempre estão dispostas a ir ao estabelecimento para comer, por isso algumas empresas implementaram serviços de entrega. Depois, identificou-se que boa parte dos clientes só tinham cartão para pagar as entregas, assim as pizzarias levam uma máquina de cartão de crédito para os pagamentos. Para entender melhor todo este cenário mercadológico, faz-se importante também uma breve análise de como o processo de tomada de decisão de uma compra ocorre. Isto é, por que as pessoas compram um determinando produto e não outro? 38UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 38UNIDADE II Orientação do Mercado Responder a essa pergunta é uma tarefa básica de uma empresa. A resposta afeta diretamente todos os aspectos da gestão estratégica, desde o desenvolvimento do produto até o preço e a promoção. Encontrar essa resposta requer a compreensão do comportamento dos compradores e do processo pelo qual os consumidores tomam decisões de compra. O comportamento do consumidor é o processo pelo qual o comprador final toma uma decisão de compra. Ele reflete a situação geral das decisões dos consumidores sobre a compra e o uso de bens e serviços. As decisões incluem o que comprar, o porquê comprar, como comprar, quando comprar, onde comprar e a quantidade, frequência e hora da compra. O comportamento do consumidor é um processo dinâmico e multidisciplinar. O estudo do comportamento do consumidor é baseado em uma compreensão geral do comportamento humano, portanto, está intimamente relacionado aos conceitos de psicologia, sociologia e antropologia. O modelo de comportamento do consumidor mais comum sugere o uso de um modelo de estímulo-resposta. O estímulo pode ser estímulo de marketing ou outros estímulos externos (como economia, cultura, tecnologia etc.). A resposta inclui decisões de compra, escolhas de produtos e escolhas relacionadas a tempo e quantidade. O estímulo atua sobre esse consumidor, e este dá uma resposta. Vale ressaltar que o consumidor possui características próprias, sendo um processo de tomada de decisão em várias etapas.Existem também alguns fatores que afetam os consumidores. 2.1 Fatores determinantes no comportamento do consumidor No processo de decisão de compra, os consumidores irão reagir a muitos fatores externos, interpessoais, internos e pessoais. Eles geralmente decidem comprar bens e serviços com base em suas crenças ou expectativas em relação a eles. Suas decisões podem estar ligadas a mostrar uma imagem positiva para seus colegas ou satisfazer desejos básicos. São considerados três tipos de influências interpessoais no comportamento do consumidor: cultura, grupo e família. - Influência cultural: a cultura pode ser definida como valores, crenças, preferências e gostos transmitidos de geração em geração. A cultura é o determinante ambiental mais amplo que afeta o comportamento do consumidor. Portanto, as empresas precisam entender seu papel na tomada de decisões do cliente e monitorar a tendência de mudanças oportunas nos valores culturais. 39UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 39UNIDADE II Orientação do Mercado - Influência social: Cada consumidor pertence a um ou vários grupos sociais. A associação ao grupo afeta as decisões de compra e comportamentos individuais de uma forma aberta e sutil. Cada grupo definiu certos códigos de conduta e os membros de cada grupo devem obedecer a esses códigos. Os consumidores muitas vezes tentam coordenar seu comportamento de compra com suas opiniões sobre os valores do grupo de referência. Os adolescentes são especialmente vulneráveis à influência de grupos de referência, pois geralmente baseiam suas decisões em forças externas, no caso o que é popular com seus amigos, o que é moda etc. - Influência familiar: devido à interação próxima e contínua entre os membros, os grupos familiares podem ser a influência mais importante no comportamento do consumidor. Como outros grupos, cada família geralmente tem normas e expectativas comportamentais, bem como papéis e relações de status diferentes para seus membros. O comportamento do consumidor é influenciado por muitos fatores internos, pessoais e interpessoais. Todos trazem necessidades, motivações, percepções, atitudes, aprendizado e autoconceitos únicos para as decisões de compra: ● Necessidade: a motivação do comportamento de compra individual é satisfazer a necessidade. A necessidade é uma falta entre o que é real e o que os consumidores desejam. Pessoas que reconhecem ou sentem uma necessidade importante ou urgente procurarão corrigir esse desequilíbrio. Os profissionais de marketing tentam despertar esse senso de urgência, criar demanda e, então, influenciar a motivação dos consumidores para atender às suas necessidades. ● Percepções: percepção é o significado que uma pessoa atribui aos estímulos recebidos reunidos por meio dos cinco sentidos - visão, audição, tato, paladar e olfato. Certamente, o comportamento de um consumidor é influenciado por suas percepções de um bem ou serviço. ● Aprendizagem: em um contexto de marketing, refere-se a mudanças imediatas ou esperadas no comportamento do consumidor como resultado de uma experiência proporcionada pela marca. Nesse caso, a marca oferece uma experiência ou conteúdos que beneficiam o consumidor, criando com ele um relacionamento. ● Autoconceito: o autoconceito do consumidor - a imagem multifacetada de uma pessoa - desempenha um papel importante no comportamento do consumidor. O conceito do eu vem de uma interação de muitas das influências, tanto pessoais quanto interpessoais, e afetam o comportamento de compra. Deste modo, entende-se a importância de uma empresa estar atenta às tendências de consumo e comportamento, pois só com o olhar apurado para as expectativas dos consumidores, é que é possível manter um negócio saudável e de longo prazo. 40UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 40UNIDADE II Orientação do Mercado 3. AMBIENTES DE UMA ORGANIZAÇÃO Depois de compreender a importância da orientação da demanda do cliente da empresa, os gerentes devem implementar um plano de marketing, mas primeiro eles devem realizar uma análise ambiental. A análise do ambiente de marketing leva em consideração a interrelação, interdependência e interconexão entre os diversos participantes desse mercado. Por isso, importamos conceitos e ferramentas da área de estratégia de negócios. Cada empresa opera em um ambiente complexo e dinâmico. A tarefa de uma organização orientada para o marketing é conectar os recursos da organização com as necessidades de seus clientes. Isso é feito dentro do quadro de oportunidades e ameaças ao ambiente externo. Portanto, o ambiente de mercado se refere às influências internas e externas que afetam a empresa e o comportamento no mercado. Em um primeiro momento, deve-se considerar a análise interna e externa da organização em um determinado cenário. A análise externa visa ao conhecimento do ambiente de negócio, onde a organização está inserida, identificando ameaças e oportunidades ambientais. Já na análise interna, visa-se detectar os pontos fortes e fracos da empresa diante dessa realidade ambiental, entendendo que pontos fortes e fracos são relativos ao ambiente do negócio. Para monitorar efetivamente as mudanças no ambiente de marketing, seus profissionais empenham-se no monitoramento e na sua análise ambiental. Monitoramento ambiental é o processo de coletar informações sobre as forças de um ambiente de marketing. o exame envolve observação, fontes secundárias, tais como de negócios, de associações comerciais e de governo, da internet e pela realização de pesquisas de marketing (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 61). 41UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 41UNIDADE II Orientação do Mercado Entenda que as empresas devem acompanhar não apenas as necessidades, os desejos e a mudança dos mercados-alvo, mas também devem monitorar as mudanças no ambiente de marketing, para terem sucesso em suas estratégias. Assim, os profissionais de mercado devem adaptar as estratégias para atender a novos desafios e oportunidades do mercado. Organizações bem-sucedidas sabem a vital importância do monitoramento constante e da rápida adaptação ao ambiente em mudança. 3.1 Entendendo e classificando cada ambiente Os ambientes de mercadologia podem ser encarados de muitas maneiras, por exemplo, como internos ou externos. O ambiente interno abrange os aspectos que atuam dentro da empresa (a cultura e a história, o comportamento e atitudes do pessoal, capacidades da empresa) e ambiente externo abrange os fundamentos que operam fora da empresa (concorrência, governo e clientes). 3.2 Análise do ambiente externo Para realizar uma boa análise externa, é importante considerar uma série de variáveis com o mesmo nível de importância. Nesta fase, não leve em consideração a decisão, mas entenda o mercado da empresa e as características do produto. É importante ressaltar que a maior força está no ambiente externo, afetando não apenas a organização, mas também os concorrentes e alguns elementos do ambiente interno. Outro problema é que muitas vezes o ambiente externo é mais difícil de alterar do que o ambiente interno, o que não significa que a organização deva simplesmente permanecer passiva, ou seja, ser incapaz de controlar não significa ser incapaz de influenciar. SAIBA MAIS O marketing também tem relação com a teoria das espécies de Charles Darwin, a qual traz a ideia de que não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente, mas sim o mais receptivo às mudanças. Assim sendo, as empresas que se adaptam aos novos mercados são as que possuem maiores chances de sobreviver. Fonte: DARWIN, Charles. A Origem das Espécies. Porto: Lello & Irmãos, 1946 [original: 1850]. 42UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 42UNIDADE II Orientação do Mercado Uma análise ambiental pode ser dividida em duas partes: uma é responsável pelo macroambiente de marketing (fatores incontroláveis envolvem variáveis incontroláveis) e aoutra é responsável pelo microambiente de marketing (variáveis que representam um determinado ângulo de controle da empresa). Segundo Kotler e Keller (2006), as principais variáveis são: ● Variáveis econômicas: são considerados fatores econômicos que envolvem o mercado em estudo. Deve ser levantado até que ponto essas variações na economia podem comprometer positivamente ou negativamente o mercado no qual a empresa atua. Por exemplo, o consumo de bens aumenta quando a economia está aquecida. ● Variáveis demográficas: se as pessoas representam o mercado, é importante monitorar a população. Essas pessoas podem ser consideradas, por exemplo, variações no número de casamentos de filhos de uma determinada população, ou ainda a taxa de natalidade/crescimento de regiões, bem como a distribuição etária, o composto étnico, os níveis educacionais, as faixas etárias etc. Por exemplo, uma baixa natalidade, em determinada época, pode diminuir o consumo de produtos para bebês, como fraldas. ● Variáveis culturais: essas variáveis dizem respeito ao grau em que a cultura de um mercado pode influenciar na aceitação de um determinado produto ou serviço (a cultura, a subcultura, o comportamento, a influência das religiões e crenças, o grau de tecnologia etc.). No Brasil, em épocas como Carnaval e Copa do Mundo há um aumento considerável de consumo de algumas categorias. As culturas que influenciam no consumo. ● Variáveis tecnológicas: principalmente nos dias atuais, a tecnologia evolui a cada instante. Assim, deve-se analisar as mudanças e as facilidades de acesso à tecnologia, que pode tornar o produto obsoleto rapidamente. Por exemplo, houve uma grande queda no consumo (e fabricação) de CDs, já que novas tecnologias propiciam ouvir músicas pela internet. ● Variáveis político-legais: as mudanças no ambiente político ocorrem constantemente, tanto quanto leis que podem inviabilizar um produto, um serviço ou um empreendimento (fatos que influenciam o negócio). Por exemplo, a isenção de impostos pode acarretar uma queda de preços e um aumento do consumo. 43UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 43UNIDADE II Orientação do Mercado Completada uma análise formada das variáveis, já é concebível analisar e descobrir prováveis ameaças e oportunidades ambientais da gestão. Porter (2005), pesquisador da área de estratégia empresarial, indica um sistema de análise estratégica do ambiente fundamentado em cinco forças principais, que apontam tanto a postura básica da concorrência como a rentabilidade do ambiente. As forças consideradas pelo autor contêm: o poder de negociação dos fornecedores; o poder de negociação dos compradores existentes; a ameaça de produtos substitutos; a ameaça de novos entrantes; e igualmente a intensidade da rivalidade existente. 3.3 Análise do ambiente interno Como estudado, é necessário analisar o ambiente de mercado afetado por fatores externos à organização e, portanto, fora de seu controle. Considere as variáveis como “macroambiente” ou do “microambiente”. Os fatores macroambientais são abrangentes, incluindo conceitos como população, fatores econômicos, sociais e culturais, fatores políticos e jurídicos e tecnologia. Por outro lado, as forças microambientais são aqueles indivíduos únicos, como clientes, produtores, intermediários de marketing, entidades públicas e a própria empresa. O ambiente interno de uma organização é o ambiente mais diretamente relacionado aos recursos próximos à empresa, envolvendo fatores como fornecedores, distribuidores, concorrentes, consumidores e legislação. Esses fatores estão interrelacionados e desempenham um papel importante, pois eles têm grande influência na dinâmica da empresa. Portanto, o controle contínuo desses fatores é muito importante. Lembre-se que estes ambientes de mercado se referem a variáveis e fatos que afetam a capacidade de uma empresa de construir e manter relacionamentos bem sucedidos com os clientes. No caso, o microambiente afeta diretamente a organização, referindo-se ao ambiente que mais se relaciona com a empresa. Esse ambiente também não está sob o controle total dos negócios, e o negócio pode influenciá-lo. • Concorrentes - as empresas competem entre si pelos consumidores com determinado poder de compra. Para fins mais práticos, considera-se concorrência as empresas que fornecem soluções semelhantes para o mesmo problema do cliente. ● Clientes - são os compradores dos bens e serviços. A empresa deve estudar seus mercados-alvo de perto, uma vez que cada mercado tem suas próprias características especiais. É possível verificar, por exemplo, indivíduos e famílias que compram bens e serviços, bem como o mercado de consumo para consumo pessoal, produtos comprados posteriormente, compra de produtos para revendê-los com lucro, dentre outros. 44UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 44UNIDADE II Orientação do Mercado ● Fornecedores - trata-se das empresas ou indivíduos que fornecem os recursos necessários para a empresa. Eles são um link importante no sistema de “valor agregado” de toda a empresa. É importante que as empresas adquiram boas matérias-primas e produtos de qualidade com preço justo, para que isso possa refletir positivamente para o consumidor. ● Intermediários de Marketing - tratam-se de intermediários que ajudam a empresa a revender, divulgar e distribuir seus produtos para os compradores finais da distribuição física. Podem ser empresas de serviços, revendedores ou até intermediários financeiros. Os revendedores são aqueles que adquirem e vendem o produto da empresa, seja ela atacadista ou varejista. ● Públicos - são grupos que podem ter um impacto significativo nas atividades de marketing formuladas para contribuir para a satisfação dos clientes com um produto e uma organização. Por exemplo, clientes satisfeitos são um público que contribui para um programa de marketing por meio da “boca em boca” positivo. Defensores do consumidor e grupos de vigilância são exemplos de públicos que podem dificultar as atividades de marketing, por meio da “boca em boca” negativo. Um público é qualquer grupo que tenha um interesse real/potencial ou um impacto na capacidade de uma organização atingir seus objetivos. Um bom planejamento de marketing contempla todos os seus principais públicos. ● Empresa - os departamentos de uma organização também possuem o potencial de impactar positiva ou negativamente a satisfação do cliente. Como resultado, um departamento de marketing trabalha de perto com os departamentos de finanças, compras, pesquisa e desenvolvimento, manufatura, dentre outros, para identificar maneiras pelas quais cada departamento pode contribuir para fornecer valor excepcional ao cliente, o que leva a uma satisfação superior por parte deste. Entender e analisar os ambientes de mercado é fundamental, já que é assim que serão definidos os objetivos de mercado e as estratégias que deverão ser executadas. O foco está em identificar como a organização atua no mercado em relação a vários fatores e variáveis, seja no macroambiente (variáveis culturais, tecnológicas, político-legais, dentre outras) e no microambiente (clientes, concorrentes, fornecedores, dentre outros). 45UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 45UNIDADE II Orientação do Mercado 4. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING O marketing não se estrutura apenas em análises pessoais e ações criativas. É preciso se apoiar e analisar dados e informações. Por isso, as empresas necessitam utilizar um Sistema de Informação de Marketing, também conhecido como SIM. O SIM deve fomentar os responsáveis pelo marketing por meio de informações que serão analisadas e auxiliarão em tomadas decisões baseadas na realidade do mercado. Pessoas, equipamentos e procedimentos devem compor esse sistema, já que será necessário selecionar, analisar, avaliar e distribuir os dados de maneira oportuna e precisa. Sistema de informaçãode marketing (SIM) é uma plataforma para gestão de área e estruturação da informação coletada regularmente de fontes dentro e fora da organização. Como tal, um SIM é um fluxo contínuo de informações sobre preços, gastos com propaganda, vendas, concorrência e gastos com distribuição, e pode ser um importante recurso para desenvolver estratégias de marketing eficazes. Os principais focos de um SIM são o armazenamento e a recuperação de dados, bem como os recursos de informática e as necessidades de informação da gerência (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 121). De uma forma mais simples, podemos identificar de antemão que existem três tipos de informações: a primeira é caracterizada por informações do dia a dia; a segunda é sobre a inteligência ser relevante para futuras estratégias de negócio; e a terceira, por informações obtidas por meio de estudos e pesquisas não sistemáticas. Compreenda que o sistema de informações de marketing é um processo contínuo, no qual dados e informações são colhidos, processados e armazenados, para serem utilizados nas decisões de marketing das empresas. Para facilitar, serão apresentados a seguir todos os componentes de um sistema de informação de marketing. 46UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 46UNIDADE II Orientação do Mercado Para Kotler e Keller (2006), quatro componentes compõem o sistema de informação: por Relatórios Internos (Registros); por meio de Pesquisa de Marketing; Sistema de Inteligência de Marketing; e Sistema de Suporte a Decisões de Marketing. ● Sistema de Relatórios Internos: registra vários dados de diferentes departamentos de uma empresa, considerado como uma importante fonte de informação. ● Sistema de Inteligência de Marketing: é uma fonte principal usada pelos gerentes para obter informações diárias do ambiente externo, portanto, ajuda os gerentes a reagirem rapidamente. ● Sistema de Pesquisa de Marketing: é usado para coletar dados primários e secundários, exibindo os resultados em formulários de relatórios. ● Sistema de Apoio às Decisões de Marketing: comparado ao fornecimento dos dados pelos três sistemas anteriores, concentra-se mais no processamento dos dados. A seguir, iremos discutir sobre esses sistemas e compreender como cada um deles pode auxiliar no levantamento de dados. 4.1 Sistema de Registros Internos São relatórios sobre vendas, níveis de estoque, contas a pagar e receber, dentre outros que possam fornecer informações para a tomada de decisão. A atualização de registros de todos os departamentos da empresa deve ser a responsabilidade normal dos responsáveis em cada setor. Os registros internos de produção, armazenamento, distribuição, venda direta, fluxo de caixa e credores estão no sistema interno, que poderá, assim, fazer a geração de relatórios. FIGURA 2 - RELATÓRIOS INTERNOS 47UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 47UNIDADE II Orientação do Mercado Embora o sistema de registro interno seja conveniente, menos dispendioso e menos demorado e desgastante, em comparação a outros sistemas de desenvolvimento de informações, esse controle pode excluir fatores externos. Por meio dos relatórios internos, os gerentes de marketing percebem oportunidade e ameaças, pois podem relacionar os pedidos de clientes, vendas, níveis de preços, custos, níveis de estoque, contas a receber e a pagar. REFLITA É possível utilizar o histórico de vendas de um período anterior para projetar o mix de produtos a serem lançados. Por exemplo, se percebemos que os produtos X e Y tiveram uma boa aceitação, talvez eles tenham a mesma demanda, e é interessante mantê-los na linha de produtos; diferente de outros produtos, que podem ter baixa venda e deveriam, então, ser retirados do mix de produtos. Fonte: O autor (2021). O coração do sistema de registro interno é o ciclo de ordem de pagamento (ou faturamento). Quando os pedidos dos clientes chegam às empresas, o departamento de vendas prepara faturas e transmite cópias para vários departamentos. É por meio do pedido do cliente que ocorrem a manutenção e a atualização do registro interno. Esse registro se torna uma fonte vital de informações para análise de vendas, níveis de estoque, margens de lucro, política de crédito para clientes etc. 4.2 Sistema de Inteligência de Marketing Trata-se de um conjunto de procedimentos e fontes usados para obter informações diárias sobre o desenvolvimento no ambiente de marketing. Essas informações são buscadas por meio de livros, jornais e revistas técnicas, conversas com fornecedores, consumidores e funcionários etc. Sendo assim, o Sistema de Inteligência de Marketing é um conjunto de procedimentos e fontes usado pelos gerentes para obter informações diárias sobre o ambiente de marketing. Por exemplo, é possível coletar inteligência de marketing das diversas maneiras: força de vendas; distribuidores, varejistas e outros intermediários; rede externa; dados governamentais publicados; e feedbacks do cliente. 48UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 48UNIDADE II Orientação do Mercado 4.3 Sistema de Apoio à Decisão de Marketing Trata-se do conjunto coordenado de dados do sistema, ferramentas e técnicas, utilizando-se de software (programas e plataformas) e hardware (equipamentos da informática). Dessa forma, é possível ter uma padronização e harmonia para interpretações de dados relevantes. Sistema de apoio à decisão de marketing (SADM) é um software customizado que auxilia os gerentes de marketing na tomada de decisão, ajudando-os a antecipar os efeitos de determinadas decisões. Um SADM tem abrangência ampla e oferece recursos de computação e de modelagem maiores do que planilhas eletrônicas, bem como permite que os gerentes explorem uma variedade maior de alternativas (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 124). Cada vez mais as empresas usam um sistema de suporte a decisões para ajudar os gerentes a tomarem as melhores decisões, por meio de um sistema (baseado em programas e equipamentos) que levanta informações de negócios e ambientes. Tudo isso para ajudar na elaboração de estudos de pesquisa de mercado, segmentação de mercado, preços de venda, orçamento, análise de mídia e planejamento da atividade de força de vendas. 4.4 Sistema de Pesquisa de Marketing É o planejamento, a coleta, a análise e a apresentação de dados e descobertas relevantes. Nesse sistema, é possível aplicar as pesquisas quantitativas (em que se pretende quantificar esses dados) em pesquisas qualitativas (possuem cunho mais exploratório e de profundidade sobre um tema ou um produto). Pesquisa de marketing é o processo sistemático de coleta, interpretação e divulgação de informações para ajudar os profissionais de marketing a resolver problemas específicos ou tirar vantagem de oportunidades de marketing [...] o propósito dessa pesquisa em informar à organização as necessidades e desejos dos clientes, oportunidades de marketing para determinados bens e serviços, além de mudanças de atitudes e padrões de compra dos clientes (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 101). Esse processo opera como um meio para tomada de decisões claras, e é adequado para ajudar a analisar e solucionar diferentes problemas de mercadologia. Técnicas de pesquisa são usadas por indústrias, exportadores, distribuidores e prestadores de serviço, porque a pesquisa de marketing é um método conveniente e pode render soluções originais para lidar com problemas específicos. A função de uma pesquisa deve começar da real necessidade de informação, isto é, se tem certa situação que gere interrogação e uma pesquisa conseguirá auxiliar a responder. Por exemplo, é perfeito a aplicação de uma Pesquisa de Marketing para mensurar o grau de satisfação do consumidor. Além de apresentar uma preocupação com a qualidade do produto/serviço, isso inclusive irá colaborar na fidelização dos compradores. 49UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 49UNIDADE II Orientação do Mercado CONSIDERAÇÕESFINAIS Caro (a) acadêmico (a), percebemos que os gestores de mercado não podem tomar decisões baseados exclusivamente em sua intuição. É por meio do levantamento de informações que será possível identificar as melhores decisões estratégicas, pois dados são fatos que, ao serem submetidos ao processo correto, tornam-se informações importantes, que podem fazer uma marca, um produto ou serviço se destacar no mercado. Por isso, há a necessidade de conhecer profundamente os ambientes em que uma organização está inserida. 50UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 50UNIDADE II Orientação do Mercado LEITURA COMPLEMENTAR O SEBRAE oferece gratuitamente uma apostila que pode auxiliar na elaboração e na aplicação de uma pesquisa de marketing. Acesse o site e conheça a obra “Como elaborar uma pesquisa de mercado”. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/Sebrae/ Portal%20Sebrae/UFs/MG/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/Como+Elaborar+uma+Pesqui- sa+de+Mercado.pdf . Acesso em: 22 mar. 2019 Fonte: MOTTA, Gomes, Isabela. Como elaborar uma pesquisa de mercado. / Isabela Motta Gomes; organização, Viviane Soares da Costa, Any Myuki Wakabayashi, Renata Duarte Foscarini, Adriana Athouguia Sabioni, Cláudio Afrânio Rosa. Belo Horizonte: SEBRAE MINAS, 2013. Disponível em: www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/ UFs/MG/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/Como+Elaborar+uma+Pesquisa+de+Mercado. pdf. Acesso em: 22 mar. 2021. 51UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado 51UNIDADE II Orientação do Mercado MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada Autor: Naresh K. Malhotra Editora: Bookman Sinopse: O livro traz uma aproximação dos principais métodos de pesquisa e como eles podem ajudar nas decisões gerenciais de mercado. De maneira prática, o autor mostra os processos de pesquisa de marketing dando abrangência para várias áreas da administração de empresas. FILME / VÍDEO Título: Do que as mulheres gostam Ano: 2001 Sinopse: Em Chicago, um publicitário machista, Nick Marshall (Mel Gibson), passa a ter o dom de ler os pensamentos das mulheres após um acidente. Aos poucos ele começa a conhecer melhor a intimidade das mulheres e começa a mudar seu estilo de vida. O filme “Do que as mulheres gostam” irá mostrar como pensar sob o ponto de vista do consumidor, a fim de ajudar a desenvolver melhores campanhas de marketing. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VeT6N05v2Z- c&t=7s. https://www.youtube.com/watch?v=VeT6N05v2Zc&t=7s https://www.youtube.com/watch?v=VeT6N05v2Zc&t=7s 52 Plano de Estudo: ● Componentes de um mercado; ● Análise de oportunidades; ● Análise PESTAL; ● Matriz SWOT; Objetivos da Aprendizagem: ● Entender os componentes de um mercado; ● Identificar e avaliar oportunidades mercadológicas; ● Compreender os elementos de uma análise ambiental. UNIDADE III Organizações e Mercados Professor Dr. Thiago Martins 53UNIDADE III Organizações e Mercados INTRODUÇÃO O que faz uma pessoa comprar um produto ao invés de outro? Como os profissionais de mercado conseguem destacar os seus produtos no mercado? Esses são pontos fundamentais que podem garantir o sucesso de uma marca no mercado. Todavia, para poder compreender como o mercado se comporta, é importante conhecer seus componentes. Compreender a estrutura que compõe o mercado é fundamental para podermos enxergar produtos, trocas e seus atributos. Já que é a partir deles que conseguimos fazer uma análise do mercado de atuação e, também, identificar oportunidades, ameaças que uma empresa pode enfrentar, bem como as forças e fraquezas da organização. 54UNIDADE III Organizações e Mercados 1. COMPONENTES DE UM MERCADO Nas unidades anteriores, conseguimos compreender mais sobre o mercado e o marketing. Uma vez que você compreendeu que é em um mercado que ocorre a troca de bens, isto é, em que os indivíduos e grupos conseguem o que precisam e necessitam, vamos compreender os componentes do mercado que influenciarão o desenvolvimento de uma evolução mercadológica: - Necessidades, desejos e demandas; - Produtos e serviços; - Valor, custo e satisfação; - Troca e transação; - Relacionamentos e redes; - Mercados; - Praticantes de marketing e consumidores potenciais. A grande maioria dos pesquisadores sobre mercado fundamentam seus princípios e conceitos focados na melhoria e sucesso das ações mercadológica. É fundamental que os profissionais conheçam e assimilem as necessidades e desejos dos clientes e do mercado em que operam, pois assim terão uma base estruturada para o gerenciamento de marketing. 55UNIDADE III Organizações e Mercados 1.1 Necessidades, desejos e demandas Uma das principais funções do marketing é desenvolver e fornecer produtos/ serviços que atendam às necessidades e / ou desejos dos clientes, por isso é necessário entendê-los e até mesmo criá-los. O marketing começa com as necessidades e desejos humanos que ainda não foram criados pela sociedade. Existem algumas diferenças e semelhanças entre os conceitos entre necessidades, desejos e demandas. As pessoas precisam de comida, ar, água, roupas e abrigo para sobreviver. Esses são os requisitos básicos do ser humano, ou seja, suas necessidades. O que precisa ser enfatizado é que os seres humanos não podem sobreviver sem encontrá-los. Depois das necessidades básicas, existem formas ampliadas de necessidades, incluindo saúde e educação. REFLITA Os profissionais de mercado desempenham um papel fundamental na determinação das necessidades e como intervêm no processo de decisão de compra. Uma vez que o foco está em converter necessidades em desejos. Fonte: O autor (2021). O desejo surge a partir da necessidade, todavia depende em grande parte das necessidades humanas. Por exemplo, um indivíduo precisa de um banho, mas quer certo tipo de sabonete. Pode ser qualquer tipo de sabonete, mas ele prefere um. Portanto, o desejo não é parte essencial da vida das pessoas, pois elas não precisam de produtos específicos. Como no caso citado, essa pessoa só precisa de sabão e roupas limpas. Todavia, é claro, ela usaria o que escolhesse porque era seu desejo. Nós podemos nos banhar sem um sabonete com hidrante, por exemplo, mas vamos usá-lo se for o nosso desejo. A demanda está relacionada à compra do produto, há uma necessidade, mas também há pessoas dispostas a pagar. Em um mercado, a demanda está relacionada com capacidade de pagamento dos consumidores. Por exemplo, tem muita gente que quer comprar um Porsche, mas esse tipo de compra se limita a quem tem capacidade e está disposto a pagar por ela. As necessidades, desejos e demandas são componentes muito importantes do mercado porque ajudam o profissional a decidir qual o mercado correto para o produto ou serviço que ele tem a oferecer. 56UNIDADE III Organizações e Mercados 1.2 Produtos e serviços Um produto ou serviço é a solução para a necessidade, isto é, é qualquer coisa que pode ser fornecida para atender a uma necessidade ou desejo. Commodities são coisas tangíveis que as pessoas desejam e estão dispostas a pagar. As commodities podem ser classificadas de forma mais ampla como bens de consumo para o consumidor final ou como bens de produção/industriais para a produção de outros bens. Os produtos de consumo referem-se a produtos (produtos acabados, industrializados) para uso pessoal ou doméstico sem qualquer processamento posterior. Eles são voltados para o consumidor final. Eles podem ser classificados como: - Bens de consumo de conveniência: são aqueles produtos que os consumidores adquirem com frequência, amplamente encontrados, possuem tamanho pequeno e baixo valor unitário. Ex: mantimentos, artigos de papelaria etc. - Bens de consumo de compra comparada (ou escolha): são considerados aqueles produtos que possibilitam ao consumidor diversas alternativas em relação à aplicabilidade, qualidade, valores e estilo. Ex.: automóveis, roupas, eletrodoméstico etc. - Bensde consumo de especialidades: são aqueles pelos quais os consumidores têm uma preferência e se esforçam para adquirir, tanto em relação ao valor, quanto à dificuldade de encontrá-los, pois há uma necessidade de investir tempo na busca. Ex.: artigos de vestuário, vinhos especiais etc. Já os conhecidos bens industriais ou de produção são os que têm como função principal serem vendidos para uso na produção de outros bens ou prestação de serviços. São classificados em seis grandes grupos: - Matérias-primas: materiais básicos derivados da agricultura, mineração, indústrias. Ex.: algodão cru, minério de ferro, madeira etc. - Materiais de fabricação: já sofreram algum processamento, mas requerem processamento adicional. Ex.: fios de algodão, tijolos, chapas de cobre etc. - Peças componentes: já sofreram processamento quase completo. Ex.: roda de carro, freio de automóvel. - Instalações: compreendem máquinas, edifícios e equipamentos pesados que não entram no produto acabado, mas são essenciais para a produção. - Acessórios: são usados como acessórios para instalações. São menos duráveis e menos dispendiosos. Ex.: carrinho de mão, ferramentas etc. - Suprimentos diversos: não entram como parte do produto acabado, mas são consumidos para sua produção. Ex.: combustível, tinta, óleos lubrificantes etc. 57UNIDADE III Organizações e Mercados É importante entender também o conceito de serviços, que são as atividades oferecidas para venda por si só ou em conexão com a venda de mercadorias, para agregar valor a um determinado produto. Exemplo: agência de publicidade, escritório de contabilidade, etc. 1.3 Valor, custo e satisfação Na escolha de um produto, seu valor, custo e satisfação devem ser cuidadosamente considerados. No que se refere aos esforços de marketing, considera- se um trabalho benfeito quando um produto oferece valor e satisfação ao consumidor. Nesse caso, o consumidor seleciona entre as mais variadas opções de mercado aquela que, a seus olhos, oferece maior valor (não, necessariamente, custo). Assim, o cliente obtém benefícios (valor) e assume custos para ter sua satisfação. Segundo Pride e Ferrell (2015, p. 9), os “custos para o cliente inclui tudo que ele precisa abrir mão para obter os benefícios que o produto oferece. [...] Dois custos não monetários são o tempo e o esforço que os clientes gastam para encontrar e comprar os produtos desejados”. Os profissionais de marketing devem ter o cuidado de definir o nível certo de expectativa. O valor e a satisfação do cliente são partes de um todo e influenciam diretamente o desenvolvimento e o gerenciamento das relações com clientes: “os consumidores desenvolvem um conceito de valor por meio da Integração de suas percepções sobre a qualidade do produto e o “sacrifício financeiro” (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 09). O valor e a satisfação do cliente derivam do mesmo conceito central de satisfação. No entanto, ambos são usados para identificar diferentes parâmetros de experiência do cliente: percepção e comportamento de compra. Esses dois conceitos são importantes para todas as organizações e precisam se concentrar neles para alcançar a excelência nos negócios. Os benefícios de destacar o valor e a satisfação do cliente são a fidelidade e a retenção do cliente, alto valor de vida útil do cliente e liderança de mercado. O valor para o cliente é a quantidade de benefícios que os clientes obtêm com a compra de produtos e serviços. Em teoria, valor é o benefício total percebido que excede o custo total percebido. FIGURA 1 - SATISFAÇÃO DO CLIENTE 58UNIDADE III Organizações e Mercados Comparado com o custo dos produtos e serviços, se o cliente obtém mais receita, o valor para o cliente é maior; se o cliente obtém menos receita em comparação com o custo do produto e serviço, o valor para o cliente é menor. QUADRO 1 - RELAÇÃO ENTRE PREÇO E VALOR “ESTÁ CARO” há a compreensão de que o produto/serviço possui o valor menor do que custa. PREÇO > VALOR “ESTÁ BARATO” há a compreensão de que o produto/serviço possui o custo menor do que vale. VALOR > PREÇO “É JUSTO” há a compreensão de que o produto/serviço vale o mesmo do que custa. PREÇO = VALOR Fonte: Adaptado de: Kotler e Keller (2006). Em relação à satisfação do cliente, é importante ressaltar que o ser humano sempre tem em mente alguma expectativa de pessoas, lugares, produtos, serviços, etc. Desta forma, se o produto atende ou supera suas expectativas, os consumidores se sentirão satisfeitos, e se o produto não atender às expectativas que eles estabeleceram antes de comprar, os consumidores se sentirão insatisfeitos. 1.4 Troca e transação Quando o indivíduo pretender atender às suas necessidades e desejos por meio da troca, ele buscará um produto no mercado. É o ato de obter o produto desejado por meio de algum tipo de troca. Este é também um processo de criação de valor que beneficia ambas as partes. Por mais que alguns possam confundir por sinônimos, é importante que o profissional do mercado possa distinguir entre troca e transição, já que esta diferenciação ajudará a entender o comportamento do consumidor e manter uma cartela de clientes saudável. 1.5 Relacionamentos Relacionar está ligado à prática de construir relações de longo prazo satisfatórias entre diferentes partes, seja clientes, fornecedores, distribuidores, varejistas etc. Isso se desenvolve devido à entrega de produtos de qualidade, bom atendimento e preços justos nos produtos. Os relacionamentos podem ser considerados ativos das empresas, e são construídos para levar a melhores oportunidades de marketing e vendas. As ações não devem buscar apenas atrair novos clientes e criar novas vendas, eles devem ter como objetivo reter o cliente e fazer com que o empreendimento cresça com o cliente. 59UNIDADE III Organizações e Mercados 1.6 Mercados Um mercado é formado por todos os clientes potenciais com necessidades ou desejos específicos, e é o local no qual as trocas podem ser feitas para atender a essa necessidade ou desejo. Os fabricantes desenvolvem produtos a partir de recursos anteriores, como uma matéria-prima, e os convertem em bens e serviços. Estas ações estão ligadas no desenvolvimento de produtos, pesquisa, comunicação, distribuição, preços e serviços são atividades que envolvem marketing. O produto finalizado é vendido ao intermediário e chega ao cliente. Os clientes usam o dinheiro recebido com a venda de suas obras para comprar mercadorias. O governo usa os impostos arrecadados por essas pessoas para serviços públicos. 1.7 Praticantes de marketing e consumidores potenciais Os profissionais de mercado podem ser vistos como indivíduos que procuram um ou mais consumidores em potencial que podem trocar valor. Por exemplo, são empresas, vendedores, compradores ou quaisquer outras partes que procuram consumidores potenciais para trocar valor. Por outro lado, consumidores em potencial são pessoas que os profissionais de mercado acham que podem estar dispostas e capazes de comprar bens ou produtos. Para identificar clientes potenciais, as empresas podem optar por tratar todos como clientes potenciais ou se concentrar em segmentos de mercado ou grupos de pessoas específicos para melhorar a eficiência. 60UNIDADE III Organizações e Mercados 2. ANÁLISE DE OPORTUNIDADES Seja um indivíduo ou uma empresa, as oportunidades sempre existem. Como indivíduo, tem-se a oportunidade de se tornar um excelente profissional de marketing, grande escritor, designer etc. Porém, não são apenas as escolhas de carreira que determinam o sucesso de uma pessoa, mas também as variáveis ambientais que influenciam a tomada de decisões e as escolhas e o fato de estarem preparadas para aproveitar as melhores oportunidades. Para uma organização, também é importante entender o ambiente em que atua para que assim possa reconhecer oportunidades de mercado. Para Pride e Ferrell (2015, p. 37): Análisedo ambiente de marketing também incluem identificar as oportunidades de mercado, o que requer um conhecimento sólido do setor de atuação. Quando a combinação certa de circunstâncias e tempo permite que uma organização tome medidas para alcançar determinado mercado-alvo, existe uma oportunidade de mercado (PRIDE e FERREL, 2015, p. 37). É através da exploração e verificação do mercado que as empresas podem encontrar muitas oportunidades para aproveita-las. É por meio da análise de oportunidades que uma empresa pode tomar a decisão certa e seguir em frente para atingir seus objetivos (por exemplo, obter mais lucros). 61UNIDADE III Organizações e Mercados 2.1 Oportunidades de mercado Essencialmente, uma oportunidade de mercado é sua previsão do tamanho de um determinado produto ou serviço, que se baseia na análise de tendências atuais e futuras. O raciocínio lógico pode ser seguido para verificar a análise de oportunidades de mercado: determinar as vantagens ambientais da empresa; descrever o negócio e seus pontos de vista; analisar os principais concorrentes; criar um perfil de mercado-alvo e definir previsões de vendas. A ideia inicial é determinando as vantagens ambientais da empresa. Devem ser verificados os fatores ambientais da empresa, tais como: condições e tendências econômicas, condições e tendências legais e regulatórias, posicionamento tecnológico e tendências futuras, bem como mudanças na natureza da sociedade e do meio ambiente. Uma vez que o mercado é determinado, é necessário descrever a organização e suas perspectivas no mercado. Devem ser considerados alguns fatores durante a análise do setor, como o segmento de negócio em que a empresa está, o tamanho do mercado e uma projeção de crescimento dentro dele. É importante considerar também quais práticas de marketing têm sido utilizadas e apresentam retornos. Dessa forma, já será possível reconhecer as principais tendências e implicações que podem se tornar oportunidades de mercado. Os componentes de mercado e suas variáveis afetarão significativamente a escolha da estratégia de mercado ao selecionar consumidores-alvo, fornecedores e canais de marketing, especialmente em termos de mix de produtos, preços e promoção. Definir a estratégia mercadológica é um caminho para lutar e vencer em um mercado altamente competitivo. Portanto, o pensamento estratégico deve ser visto como um sistema interativo de organização de atividades e processos que auxiliem a comunicação empresarial entre a empresa e seu mercado. Todos os planos são compostos de um conjunto de objetivos e elementos interrelacionados e interativos. Esses elementos trabalham em conjunto com os elementos- chave (como recursos humanos e materiais e informações relacionadas) para atingir as metas do plano. 62UNIDADE III Organizações e Mercados Os profissionais de marketing devem analisar com base na empresa, clientes, concorrentes, funcionários e clima. Dentro dessa análise, a empresa forma o ambiente interno, enquanto clientes, concorrentes, colaboradores e clima formam o ambiente externo. Talvez um grande desafio na análise estratégica seja avaliar a própria empresa. Muitos empresários e profissionais podem não ver os problemas que a agência enfrenta. Analisar a situação interna por meio de sua linha de produtos, imagem de mercado, tecnologia, experiência, cultura e objetivos da empresa. O sucesso de uma estratégia de negócios depende do cliente, o que envolve a criação de produtos e planos de marketing que contenham atributos que agreguem valor ao consumidor. Estudar os consumidores e seus fatores relacionados à demanda pode ajudá-lo a planejar e executar para aproveitar as oportunidades. Ao focar nos clientes e em seus requisitos, as melhores oportunidades podem ser analisadas e respondidas. É necessário determinar a motivação por trás da compra, os benefícios que os consumidores buscam, seu processo de compra, frequência de compra e outras informações valiosas para os profissionais de marketing. Atender às demandas dos clientes não é o único critério que deve ser considerado. É preciso verificar os concorrentes no mercado, o posicionamento do produto, as quotas de mercado e os pontos fortes e fracos para fornecer um produto melhor do que o produto dos concorrentes. O profissional de marketing precisa verificar o benefício que ele pode oferecer e aquilo que é melhor do que os seus concorrentes. Os colaboradores de um negócio também podem influenciar as oportunidades de mercado, sejam os funcionários internos ou a parte externa (inclui distribuidores, fornecedores e parceiros). A análise dessa situação ajuda a empresa a funcionar de maneira eficaz, auxiliando-a a promover, vender e criar novas oportunidades de produtos, serviços ou canais para os compradores finais. 63UNIDADE III Organizações e Mercados 3. ANÁLISE PESTAL O clima está relacionado ao contexto, ou seja, se refere aos macrofatores ambientais: político-legal, econômico, sociocultural e tecnológico. Como visto, são vários os componentes do mercado que podem influenciar a criação e o reconhecimento de oportunidades de negócio. A decisão estratégica da empresa deve seguir fatores, como o mercados-alvo, seus fornecedores, canais de marketing, e de todo o mix de marketing. PESTAL é a análise ou estudo do macroambiente externo em que a empresa atua e é expressa em termos de fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos. A análise da PESTAL ajuda a entender as condições do mercado e auxiliar a organização a fazer seus negócios. O significado da sigla vem de: P – Político; E – Econômico; S – Social; T – Tecnologia; A – Ambientais e L – Legais. ● Político - Para Costa Filho e Soares (2017), os fatores políticos estão relacionados às alterações do ambiente político e regulatório (legal) que podem trazer mudanças nas necessidades dos clientes. Por exemplo: isenções fiscais, instabilidade do governo, acordos comerciais, controle de segurança, restrições e fusões. ● Econômico - Os fatores econômicos são variáveis econômicas que interferem no mercado, “quão sensíveis foram os clientes às últimas mudanças de preços e se o mercado-alvo está crescendo, é estável ou está diminuindo” (COSTA FILHO e SOARES, 2017, p. 2). Alguns exemplos de fatores econômicos podem ser percebidos em novas taxas de juros, inflação, taxas comerciais, taxa SELIC etc. 64UNIDADE III Organizações e Mercados ● Social - Fatores sociais “são as alterações do ambiente social que trazem tendências de mudança para necessidades dos clientes” (COSTA FILHO e SOARES, 2017, p. 2). O idioma, taxa de natalidade, mudança no comportamento de consumo, padrões de vida e papéis de gênero são exemplos de fatores sociais. ● Tecnologia - Fatores tecnológicos “são as alterações do ambiente tecnológico que trazem tendências de mudança para necessidades dos clientes, em função de novas oportunidades de uso” (COSTA FILHO e SOARES, 2017, p. 2). Exemplos de fatores tecnológicos podem ser novas invenções, avanços tecnológicos, infraestrutura, legislação tecnológica, entre outros. ● Ambientais - Os fatores ambientais estão relacionados com a preocupação do negócio ser sustentável e seus impactos no meio ambiente, em todo o seu ciclo produtivo. ● Legais - Já o legal está relacionado a todas as regras e direitos em que o negócio está enquadrado, por exemplo: direito trabalhista, lei antidiscriminação, lei do direito do consumidor, lei do direito da concorrência e as leis de saúde e segurança. Em resumo, a análise PESTAL busca identificar fatores externos, fazendo uma separação em quatro tipos: fatores políticos; fatores econômicos; fatores sociais e fatores tecnológicos. 65UNIDADE III Organizações e Mercados 4. MATRIZ SWOT Uma análise PESTAL é uma estrutura ou ferramenta usada pelos profissionais de marketing para analisar e monitorar os fatores macroambientais (ambiente de marketing externo) que afetam umaorganização. O resultado é usado para identificar ameaças e fraquezas que são usadas em uma análise SWOT. A Análise SWOT é uma ferramenta extremamente útil e que ajuda na compreensão e tomada de decisões em várias situações das organizações empresariais. Ela pode medir um negócio, uma proposta ou uma ideia, enquanto a análise PEST mede um mercado. A PEST é útil antes da SWOT e ajuda a identificar a SWOT. Análise SWOT pode ser útil para avaliar os recursos e capacidades de uma empresa em relação à indústria, porque proporciona insights sobre fatores como timming da empresa em entrar no mercado de uma nova região geográfica ou categoria de produto (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 37). Por meio da matriz SWOT é possível condensar a análise da situação e verificar quão bem a empresa está equipada para lidar com alguns fatores. De maneira prática, iremos distribuir as informações levantadas em análises anteriores, a partir de quatro elementos que compõem a SWOT (Strength, Weakness, Opportunities e Threats). Esse método monta uma matriz que mostra qualitativamente os aspectos positivos e negativos do ambiente interno e externo da empresa. Compreensivamente, ele é distribuído em quadrantes, ou seja, em quatro quadrados completamente iguais. Nele é listado e organizado objetivamente os fatores internos e externos. Quatro a seis temas são suficientes para ilustrar os fatores realmente importantes sobre a empresa. 66UNIDADE III Organizações e Mercados FIGURA 2 - ANÁLISE SWOT No quadrante em que as forças são mencionadas, serão listadas as vantagens e pontos fortes da empresa. São variáveis que a empresa possui um certo grau de controle sobre as mudanças e fatores muito importantes para o posicionamento no mercado. No quadrante de fraqueza, devem ser listadas os pontos fracos da empresa e de seus produtos ou serviços, que também são de grande importância para as operações da empresa e têm certo grau de controle sobre as mudanças. Dentre as oportunidades, destacam-se os aspectos positivos da organização no mercado, são aspectos e variáveis geralmente incontroláveis de ambiente externo, mas possuem elevada importância. Por fim, no quadrante das ameaças, serão listados os fatos e aspectos externos que podem significar insegurança quanto ao sucesso do produto ou serviço. São tópicos que servem de advertência e que demandam atenção, já que a empresa não consegue controlá-los. SAIBA MAIS No mercado é possível encontrar alguns profissionais que também utilizam o termo FOFA, em vez de SWOT. SWOT (Strength, Weakness, Opportunities e Threats) é traduzido por FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Fonte: O autor (2021). 67UNIDADE III Organizações e Mercados A fim de promover a compreensão dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades, entenda que os pontos fortes e fracos estão relacionados ao ambiente controlado da empresa, como capacidade de inovação, tendências de investimento, baixa participação de mercado, imagens boas e ruins na frente dos clientes etc. Por outro lado, oportunidades e ameaças, referem-se a fatores externos que normalmente estão fora do controle da empresa, como concorrentes entrando ou saindo do mercado, novas rotas de exportação, incentivos fiscais, crise econômica global etc. QUADRO 2 - EXEMPLO DE MATRIZ FOFA FORÇAS 1) Clientes fiéis 2) Loja grande 3) Localização privilegiada 4) Tecnologia própria 5) Equipe treinada FRAQUEZAS 1) Preço do produto é alto 2) Marca não é conhecida 3) Tecnologia ultrapassada 4) Processo de entrega OPORTUNIDADES 1) Crescimento da demanda 2) Novas linhas de financiamento 3) Principal concorrente está fechando 4) Fácil acesso a uma nova tecnologia AMEAÇAS 1) Novos concorrentes online 2) Crescimento da pirataria 3) Mudança na legislação do setor 4) Escassez de mão de obra 5) Poucos parceiros Fonte: O autor (2021). Vale ressaltar que cada um desses temas pode ser explicado de diferentes maneiras, por exemplo, ameaças podem se transformar em oportunidades, ou com algum esforço, as fragilidades de hoje podem se transformar em vantagens. 68UNIDADE III Organizações e Mercados CONSIDERAÇÕES FINAIS Hoje, principalmente com a ajuda da internet, é fácil conseguir dados sobre o mercado, mas o que irá fazer um negócio se destacar no mercado é a análise dessas informações. Em um mundo em constante mudança, é importante acompanhar as variáveis de mercado e aplicar técnicas, que podem auxiliar o profissional de marketing na identificação e na avaliação de oportunidades. Algumas das mais utilizadas são a PESTAL e a SWOT, que vimos nesta unidade. 69UNIDADE III Organizações e Mercados LEITURA COMPLEMENTAR A empresa júnior da UFBA publicou este texto interessante sobre a matriz SWOT. Nele é possível verificar como esta análise é uma importante estratégica para as empresas. Em especial, eles trazem um exemplo: a matriz SWOT do McDonalds. Fonte: PRISM. Análise SWOT como ferramenta estratégica em sua empresa. Disponível em: https://www.prismaengenhariajr.com/post/an%C3%A1lise-swot-como-ferra- menta-estrat%C3%A9gica-em-sua-empresa. Acesso em: 23 fev. 2022. https://www.prismaengenhariajr.com/post/an%C3%A1lise-swot-como-ferramenta-estrat%C3%A9gica-em-sua-empresa https://www.prismaengenhariajr.com/post/an%C3%A1lise-swot-como-ferramenta-estrat%C3%A9gica-em-sua-empresa 70UNIDADE III Organizações e Mercados MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: A Arte da Guerra Autor: SUN TZU. Editora: Novo Século. Sinopse: O general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu pensou estratégias militares que ainda hoje podem ser aplicadas no mundo dos negócios. Algo que está diretamente relacionado ao conteúdo desta unidade. Para Sun Tzu (500 a.C.), é necessário: focar nos pontos fortes, reconhecer as fraquezas, aproveitar as oportunidades e se proteger das ameaças. FILME / VÍDEO Título: O Homem Que Mudou O Jogo Ano: 2011. Sinopse: O gerente Billy Beane nunca concordou com a sabedoria convencional que domina o beisebol. Billy e seu parceiro ficaram surpresos com os cortes no orçamento do clube e recrutaram jogadores mais baratos com potencial. Este filme mostra que um bom planejamento e uma boa estratégia podem nos levar a alcançar nossos objetivos. 71UNIDADE III Organizações e Mercados WEB Neste vídeo, você poderá observar como é feita a construção de um planejamento de marketing. Nele, você irá perceber quefazer uma análise e diagnóstico de mercado é a parte fundamental no posicionamento de uma marca dentro de um mercado. Link: https://www.youtube.com/watch?v=P8bjvtgC7VY&t=2s&ab_channel=Marke- tingSemGravata 72 Plano de Estudo: ● Restaurante, Cozinha e Bar; ● Conceitos e Definições de forças competitivas; ● Maneiras de segmentação de mercado; ● Posicionamento de marca; ● Branding. Objetivos da Aprendizagem: ● Compreender os tipos de forças competitivas; ● Entender a segmentação e posicionamento de mercado; ● Estabelecer a importância do branding para as empresas. UNIDADE IV Estrutura de Mercado Professor Dr. Thiago Martins 73UNIDADE IV Estrutura de Mercado INTRODUÇÃO Atualmente é possível comprar produtos de todo o mundo. Você já deve ter comprado algo da internet que veio do exterior e recebeu na porta da sua casa. Sob o ponto de vista mercadológico, precisamos pensar com relação à questão da concorrência nesse cenário. Para tentar compreender isto, é importante entendermos a estrutura de um mercado, os tipos de concorrências que existem e como as empresas conseguem se diferenciar com um posicionamento de branding. 74UNIDADE IV Estrutura de Mercado 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE FORÇAS COMPETITIVAS Como você já sabe, dentro de um mercado, há consumidores e concorrentes (diretos ou indiretos). Mas existem vários tipos mercados e cada um está estruturado de uma maneira diferente. De modo geral, todas as empresas competem umas com as outras pelo dinheiro do cliente. De forma mais prática, porém, um profissional de marketinggeralmente define competição com outra empresa que comercializa produtos similares ou que possam ser substituídos em uma mesma área geográfica (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 63). Basicamente, há quatro tipos básicos de estruturas de mercado: concorrência perfeita, concorrência monopolista, oligopólio e monopólio. Monopólio refere-se à estrutura de mercado em que uma única empresa controla todo o mercado. Oligopólio descreve uma estrutura de mercado na qual algumas empresas competem entre si. A competição perfeita descreve uma estrutura de mercado na qual um grande número de pequenas empresas compete entre si por produtos homogêneos. Ao mesmo tempo, a competição monopolística se refere a uma estrutura de mercado na qual um grande número de pequenas empresas compete entre si por produtos diferenciados. Iremos estudar cada estrutura a seguir. 75UNIDADE IV Estrutura de Mercado FIGURA 1 - COMPETIÇÃO DE MERCADO 1.1 Monopólio Em mercado, quando existe apenas um fornecedor para um determinado produto, o mercado se torna um monopólio. As características do monopólio são: ● lucros elevados: como a empresa é a única fornecedora no mercado, pode obter vantagem indevida e cobrar preços altos de seus clientes, gerando lucros elevados; ● decisão de preço: a decisão do preço de mercado é feita pela empresa por conta própria, e não de acordo com os produtos concorrentes; ● as barreiras de entrada são altas: a empresa que possui o monopólio mantém bem o mercado, portanto, é difícil para um novo entrante entrar no mercado; ● um vendedor: apenas um vendedor está presente em toda a indústria que atende a toda a população, portanto, podemos dizer que o vendedor em si é a indústria; ● discriminação de preço: o vendedor pode alterar preço e quantidade fornecida tanto quanto quiser e a qualquer momento. Portanto, monopólio se refere à estrutura de mercado em que uma única empresa controla todo o mercado. Nesse caso, a empresa detém o nível mais alto de poder de mercado porque os consumidores não têm escolha. Como resultado, os monopolistas frequentemente reduzem a produção para aumentar os preços e obter mais lucros. As seguintes suposições são feitas quando falamos de monopólios: (1) o monopolista maximiza o lucro, (2) pode definir o preço, (3) existem altas barreiras à entrada e à saída, (4) há apenas uma empresa que domina todo o mercado. Do ponto de vista social, a maioria dos monopólios são indesejáveis porque levam a uma oferta mais baixa de produtos e a preços mais altos em comparação com os mercados competitivos. Portanto, eles são frequentemente regulamentados pelo governo. 76UNIDADE IV Estrutura de Mercado No Brasil, a legislação comercial proíbe monopólios em vários setores econômicos. Existem até órgãos reguladores legais que impedem as empresas de monopolizar determinados mercados, além de serem analisadas fusões entre grandes empresas, que só ocorrerão com a aprovação do governo, evitando todos os casos para evitar a formação de monopólio. Mas o Governo brasileiro também exerceu monopólio no setor petrolífero. Quando o presidente Getúlio Vargas, em 1953, sancionou uma lei estabelecendo o monopólio por meio da Petrobras. A estatal atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e gás natural, petroquímica, bicombustível, distribuição de derivados e energia elétrica. Foi só no fim da década de 1990, que o presidente Fernando Henrique Cardoso encaminhou um projeto de emenda constitucional que colocava fim ao monopólio da Petrobras e previa a abertura do mercado e a flexibilização da empresa, possibilitando sua privatização. Mas mesmo havendo a possibilidade de novos entrantes no mercado, a Petrobras ainda é a maior empresa do segmento no Brasil. 1.2 Oligopólio Oligopólio é um tipo de mercado em que a indústria é dominada por alguns grandes vendedores. Devido ao pequeno número de participantes, esta forma de mercado possui algumas características específicas, entre elas: ● Esses mercados determinam os preços; ● Altas barreiras de entrada e saída; ● À medida que o número de empresas diminui, uma empresa pode influenciar as decisões de outras empresas; ● Os produtos podem ter propriedades semelhantes ou diferentes. Oligopólio é um mercado cuja estrutura é dominada por apenas algumas empresas. Isso leva a um estado de competição limitada. As empresas podem competir ou cooperar umas com as outras. Ao fazer isso, eles podem usar o poder do mercado coletivo para aumentar os preços e obter mais lucros. A estrutura de mercado oligopolista baseia-se nas seguintes hipóteses: (1) todas as empresas maximizam lucros, (2) oligopólios podem definir preços, (3) existem barreiras à entrada e à saída no mercado, (4) produtos podem ser homogêneos ou diferenciados e (5) há poucas empresas que dominam o mercado. Infelizmente, o significado exato de uma empresa “minoritária” não está claramente definido. Como regra geral, dizemos que o oligopólio geralmente consiste em cerca de 3 a 5 empresas dominantes. 77UNIDADE IV Estrutura de Mercado 1.3 Competição monopolista A competição monopolística se refere a uma estrutura de mercado na qual um variado número de pequenas empresas competem entre si. Porém, ao contrário da concorrência perfeita (que veremos a frente), as empresas em concorrência monopolística vendem produtos semelhantes, mas ligeiramente diferentes. Isso lhes dá um certo grau de poder de mercado, permitindo-lhes cobrar preços mais altos dentro de uma certa faixa. A competição monopolística é baseada nas seguintes suposições: (1) todas as empresas maximizam os lucros, (2) baixos preços de entrada e saída do mercado, (3) as empresas vendem produtos diferenciados e (4) os consumidores preferem um produto a outro produto A. Vale ressaltar que essa estrutura de mercado não levará mais a um bom nível de produção da sociedade, pois as empresas têm maior poder e podem afetar em certa medida os preços de mercado. O conceito de competição monopolista tem as seguintes características: ● vendedores são altos; ● produtos diferenciados; ● barreiras de entrada e saída são baixas; ● o custo de venda é alto, por causa do custo adicional incorrido na diferenciação do produto; ● curva de demanda descendente: a curva de demanda é elástica, pois pode vender alta quantidade a um preço mais baixo. 1.4 Competição perfeita A concorrência perfeita existe em um mercado no qual produtos ou serviços são substituíveis, todas as empresas são tomadoras de preços, todas as informações de mercado estão facilmente disponíveis para consumidores e fornecedores e as empresas não têm barreiras de entrada ou saída. É um mercado teórico e muitas vezes usado como referência para estudar todas as outras formas de mercado. A competição perfeita descreve uma estrutura de mercado na qual um grande número de pequenas empresas competem entre si. Nesse caso, uma única empresa não tem poder de mercado significativo. Como resultado, toda a indústria produziu um nível de produção socialmente ideal, porque nenhuma empresa tem a capacidade de influenciar os preços de mercado. 78UNIDADE IV Estrutura de Mercado Algumas suposições podem ser baseadas no conceito de competição perfeita: (1) todas as empresas maximizam lucros, (2) há entrada e saída livre no mercado, (3) todas as empresas vendem bens idênticos (isso é, homogêneos) e (4) não há preferências do consumidor. Olhando para essas suposições, é claro que é improvável que encontremos a concorrência perfeita. Esse é um aspecto importante, porque é a única estrutura de mercado que pode (teoricamente) resultar em um nível socialmente ótimo de saída. Concorrência perfeita é um tipo de mercado hipotético em que a competição está no nível mais alto possível e também haverá algumas características, como grande número de compradores e vendedores, maximização de lucros para ambas as partes, não necessitade publicidade, pouca intervenção do governo, entre outros. Talvez o que chega mais perto de uma competição perfeita é o mercado de ações. O setor de hortifrutigranjeiros também pode ser utilizado como exemplo dessa estrutura de mercado. 79UNIDADE IV Estrutura de Mercado 2. MANEIRAS DE SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Definir um público-alvo é um dos pontos-chave que podem garantir o sucesso de um planejamento de marketing, pois trata-se do perfil de cliente que queremos atingir. Quanto mais segmentado o nosso público-alvo for, melhor. Pois a segmentação irá permitir identificar diretrizes que vão direcionar as estratégias da empresa, já que esta fez uma seleção do mercado, público e recursos. Fato é que os consumidores, cada vez mais, têm se tornado mais exigentes com relação aos produtos e serviços que consomem e escolhem melhor as marcas, produtos e serviços que podem atender às suas necessidades de modo direcionado. Para entender melhor as estratégias de segmentação, você deve compreender que é de suma importância: ● identificar e analisar os segmentos de atuação do produto/serviço; ● desenvolver um posicionamento estratégico para esse mercado-alvo. A chave para o sucesso estratégico, selecionar um mercado-alvo apropriado, pode ser a decisão mais importante que uma organização toma no processo de planejamento estratégico. É preciso escolher o mercado-alvo antes de decidir qual será a melhor adaptação do mix de marketing que atenda às necessidades e preferências dos clientes (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 41). As organizações que mais entendem o seu mercado-alvo (o perfil do cliente, gostos, necessidades e atitudes) são as mais capazes de melhorar suas ações mercadológicas, conseguindo uma fidelização duradoura. 80UNIDADE IV Estrutura de Mercado FIGURA 2 - SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 2.1 Selecionando um mercado-alvo Mercado-alvo é aquele que envolve um grupo de clientes que a empresa está tentando focar no produto ou serviço que está vendendo; implica envolver os esforços específicos de marketing necessários para explorar esse determinado mercado. Uma seleção cuidadosa e precisa do mercado-alvo é crucial para um esforço de marketing produtivo. É frequente que produtos e até mesmo empresas inteiras experimentem fracassos, já que os profissionais de marketing muitas vezes não conseguem identificar o melhor mercado-alvo para seus produtos (PRIDE e FERRELL, 2015, p. 41). É importante entender que não é possível atender a todos os clientes da mesma forma em um mercado, ou não podem apelar para todos os perfis, uma vez que sempre existem variações de necessidades e comportamento de compra. Um segmento de mercado é um grupo de pessoas com características semelhantes (sejam individuais ou coletivas) que os levam a comprar produtos semelhantes. Este é um processo de divisão do mercado em vários segmentos de mercado com as mesmas necessidades ou padrões semelhantes. Portanto, uma estratégia deve ser formulada de acordo com as necessidades desse segmento de mercado. Há muito tempo as empresas atuavam em um mercado de massa. Esse termo se refere a quando o mercado é visto como um grupo homogêneo e oferece o mesmo mix de marketing a todos os clientes, ou seja, desde que todos tenham as necessidades parecidas. Na verdade, as pessoas têm necessidades diferentes e é impossível satisfazê-las tratando todos os clientes da mesma forma. É necessário entender a base de clientes para atender às suas necessidades. Como os clientes têm necessidades e preferências diferentes, eles podem ficar insatisfeitos com a oferta. Assim que reconhecemos a diversidade dos clientes, a empresa percebe que eles não podem agradar a todos os públicos da mesma forma. 81UNIDADE IV Estrutura de Mercado Portanto, os profissionais de marketing precisam se livrar do pensamento de marketing de massa, voltar-se para o marketing centralizado e determinar o público-alvo por meio da segmentação. Existem vários objetivos para a segmentação de mercado: ● melhoria a decisão sobre desenvolvimento, design e recursos de produtos; ● facilidade no posicionamento da marca no mercado; ● facilidade na decisão sobre preços e percepção de valor; ● projeção de estratégias de vendas de marketing para a clientela certa; ● redução do custo de marketing e, consequentemente, contribuição para os lucros. Uma vez que toda a população é dividida em segmentos de mercado, a empresa pode posicioná-la com mais precisão e planejar seu posicionamento de acordo. Portanto, eles poderão ajustar seus produtos e preços de acordo com nichos de mercado específicos. Como não tentam falar com as massas de consumidores, suas atividades de marketing terão como alvo o público-alvo, reduzindo os custos de marketing e aumentando as vendas. Em síntese, o processo de seleção de mercado pode ser entendido nos seguintes aspectos: segmentação, público-alvo e posicionamento. 2.2 Modelo de negócios Antes de começarmos a especificar melhor nosso mercado-alvo e o target do nosso negócio, devemos entender mais sobre os modelos de negócios existentes, aprofundando ainda mais os conceitos de mercado consumidor e mercado de negócios. É interessante pensarmos nos estágios de vendas, ou seja, para quem o negócio vende diretamente, pois não necessariamente, essa venda é feita diretamente para o consumidor do produto/serviço. Os tipos de negócios mais conhecidos no mercado são: ● B2C (Business to Consumer) – traduzindo, Negócios para Consumidor. O B2C é um marketing voltado para o mercado de consumo, em que uma empresa atinge diretamente seus consumidores para vender o produto. Não há intermediários a quem a empresa visa antes que seus produtos cheguem ao consumidor final. ● B2B (Business to Business) – do inglês, Negócios para Negócios. O B2B é um tipo de comercialização, em que a transação de bens acontece entre um negócio e outro. Ao contrário da venda direta tradicional, o que acontece entre uma empresa e outra tem mais relação com iniciativas de vendas institucionais e compartilhamento de negócios. 82UNIDADE IV Estrutura de Mercado ● B2G (Business to Government) – traduzindo, Negócios para Governo. É um modelo de negócios que se refere às empresas que vendem produtos, serviços ou informações para governos ou agências governamentais. Modelos B2G oferecem uma oportunidade para empresas licitarem contratos governamentais ou produtos que o Governo possa comprar ou precisar em suas empresas. Isso pode incluir empresas do setor público que propõem as ofertas. SAIBA MAIS O comércio digital potencializou diferentes modelos de negócios, além do tradicional B2C e B2B. Por exemplo, despontaram modelos como B2E (Business to Employee), B2B2C (Business to Business to Consumer) ou o C2C (Consumer to Consumer). Fonte: BONIFÁCIO, M. di. Entendendo os diferentes tipos de e-Commerce: B2C, B2B, B2G, B2E, B2B2C, C2C. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/entendendo-os-diferentes-ti- pos-de-e-commerce-b2c-b2b-b2g-b2e-b2b2c-c2c/83011. Acesso em: 24 fev. 2022. É importante entender que uma organização pode atuar com mais de um desses modelos de negócios, isto é, uma indústria pode vender para revendedores (B2B) e também para consumidores (B2C). 2.3 Segmentação de público-alvo Focar o público-alvo é um aspecto importante para qualquer negócio, pois ajuda a segmentar o mercado em grupos menores ou segmentos de mercado que podem ser identificados e prestados serviços de acordo com suas necessidades. Uma vez que a população do mercado diminui, é possível fornecer atividades de marketing para públicos que são mais fáceis de alcançar do que multidões aleatórias. Ter grupos semelhantes permitirá que a empresa se concentre mais no fornecimento de produtos, estratégias de diferenciação de produtos, estratégias de marketing, estratégias de preços etc. Isso ajudará a empresa a reduzir riscos e custos desnecessários, reter melhor e gerarmais lucros. Portanto, segmentar toda a população do mercado é essencial para a prosperidade de qualquer negócio. Para Kotler e Keller (2006), há cinco critérios para uma segmentação eficaz, isto é, toda a segmentação precisa ser: http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/entendendo-os-diferentes-tipos-de-e-commerce-b2c-b2b-b2g-b2e-b2b2c-c2c/83011. http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/entendendo-os-diferentes-tipos-de-e-commerce-b2c-b2b-b2g-b2e-b2b2c-c2c/83011. 83UNIDADE IV Estrutura de Mercado Mensurável – deve ser possível determinar valores e variáveis utilizadas, como tamanho, poder de compra e outras características do segmento. Substancialidade – deve justificar o lucro esperado e o potencial de crescimento, ou seja, ser rentável o suficiente. Acessível – os clientes-alvo devem ser atingíveis e abertos para serem atendidos pela empresa. Diferenciais – o grupo-alvo deve ser diversificado e ser capaz de mostrar uma reação diferente a diferentes programas de marketing. Acionáveis – a empresa deve ter a capacidade de formular um programa de marketing eficaz para atrair e atender aos clientes. Segundo Pride e Ferrell (2015), o profissional de mercado precisa definir a partir destas variáveis de segmentação: demográficas (sexo, idade, classe social, etc.), geográficas (região geográfica, clima, etc.), psicográficas (estilo de vida, valores, opiniões etc.) e comportamentais (atitudes, jornada de compra, uso etc.). 84UNIDADE IV Estrutura de Mercado 3. POSICIONAMENTO DE MARCA Uma marca forte é mais do que apenas ter um nome fácil de lembrar e um belo desenho. Uma boa análise do status da marca é muito importante. Claro, a história da marca e como ela evolui são fatores que podem ser analisados. E padrões de negócios, como vendas, participação de mercado, competição, desafios, interesses, comportamento do cliente, desempenho da indústria etc. Mas um fator geralmente é difícil de mensurar: a percepção do consumidor. Por exemplo, pesquisas de mercado podem ser usadas para melhorar essa percepção, obtendo assim informações sobre lealdade, comportamento de compra e taxas de crescimento da empresa. Porém, é sempre necessário formular uma estratégia de posicionamento, ou seja, o processo de formulação de metas, missões de marca, visão e valores para os clientes. 3.1 Marca Uma marca não é apenas o logo, cores e slogan. Atualmente, o mercado pede que elas se ampliem além de uma figura gráfica que a diferencia de outros participantes do mercado. As marcas são construídas no imaginário do consumidor e com ele deve se relacionar de modo cada vez mais próximo. Segundo Tybout e Calkins (2006, p. 02), “[...] as marcas têm habilidade notável de impactar o modo como as pessoas veem os produtos. Raramente os consumidores veem apenas um produto ou serviço; veem o produto associado à marca”. 85UNIDADE IV Estrutura de Mercado A definição de marca para a American Marketing Association (AMA) é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação deles, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los dos concorrentes. De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 269): [...] uma marca é portanto um produto ou serviço que agrega dimensões que, de alguma forma, o diferenciam de outros produtos ou serviços desenvolvidos para satisfazer a mesma necessidade. Essas diferenças podem ser funcionais, racionais ou tangíveis – isto é, relacionadas ao desempenho do produto. E podem também ser mais simbólicas, emocionais e intangíveis – isto é, relacionadas ao que a marca representa (KOTLER e KELLER, 2006, p. 269). Portanto, entende-se que o propósito de uma marca é diferenciar um produto, torná-lo fácil de identificar e, ao mesmo tempo, encontrar a posição preferida na mente dos consumidores. REFLITA Um produto, por ser algo fabricado, pode ser copiado pelos concorrentes, mas é praticamente impossível copiar a marca e o seu posicionamento dela na mente dos consumidores. Fonte: O autor (2022). Desta forma, para uma empresa, uma marca representa um bem legal extremamente valioso, que pode influenciar o comportamento do consumidor, o comportamento de compra e venda, e fornecer aos seus proprietários uma garantia de lucros futuro e estável (KOTLER e KELLER, 2006, p. 269). Em termos de marketing, as marcas não apenas “nomeiam” os atributos, benefícios e usos dos produtos ou serviços. Eles vão além, incluindo história, cultura, fatos e fantasias relacionadas. Com base nesse entendimento, pode-se concluir que as marcas também estão relacionadas aos detalhes a elas ligados, e por meio delas alcançam a criação e manutenção do valor percebido pelo consumidor. É a marca que permite que o produto ou serviço forneça aos clientes um valor acima do valor de mercado. 86UNIDADE IV Estrutura de Mercado Para Tybout e Calkins (2006), o fundamento de uma marca é o seu conceito. Os clientes criam conceitos dos produtos, da mesma maneira que criam em relação a tudo que provam. Os autores referem-se a “conceitos de marca” como uma forma de reforçar a natureza das marcas. A marca representa a percepção da empresa na mente dos consumidores. Este é um compromisso da empresa com os clientes. Representa a imagem da organização e o propósito da sua existência. É importante que os profissionais de mercado entendam o conceito básico de uma marca para que possam criar uma marca bem posicionada. Entenda as diferenças entre: ● marca – nome, termo, símbolo que identifica um produto/serviço de uma empresa, de modo que a diferencie da concorrência; ● nome da marca – parte de uma marca que pode ser verbalizada e escrita; ● símbolo da marca – parte da marca que não é feita de palavras, mas de símbolos e outros signos; ● marca registrada – indicação legal de que a marca possui uso exclusivo de uma empresa; ● razão social – nome legal da empresa, como está no contrato social de sua fundação. O desenvolvimento da marca ajuda a empresa a se comunicar com o mercado, principalmente no que se refere à exposição dos produtos aos consumidores. A imagem ou impressão de uma determinada marca que os clientes formam em suas mentes é formada ao longo de um período de tempo. A imagem da marca pode ser definida como a forma como os clientes existentes ou potenciais veem e se associam à marca e, eventualmente, será formada na mente dos clientes. A imagem da marca pode ser igual a identidade da marca ou pode ser completamente oposta. O cenário ideal é que essa imagem seja positiva e o que a empresa ou o fabricante quer que ela seja. Toda empresa quer posicionar sua marca de um determinado modo que considere ser a melhor forma de ela ser vista pelos clientes, o que é conhecido como Identidade da Marca. No que diz respeito ao desempenho da marca, a sua imagem é um parâmetro muito importante. Se a imagem da marca for positiva, as vendas aumentarão. Uma imagem negativa levará ao resultado oposto. Cada empresa deve ser o mais realista possível ao determinar a posicionamento da marca de um produto. Essa identidade deve ser prática, objetiva e inteligente. Se for muito ambicioso, pode fazer com que os clientes não consigam formar a mesma imagem de marca em suas mentes. 87UNIDADE IV Estrutura de Mercado Este conceito é estabelecido quando os clientes podem se lembrar da marca e sua singularidade na proposta de valor que ela fornece e conectá-la ao posicionamento de negócios da organização e seus valores-chave. A imagem da marca é muito importante porque é formada inteiramente na mente dos clientes e não pode ser quantificada. Esta é uma das etapas mais importantes em uma estratégia de gestão de marca. O posicionamento fornece diretrizes de desenvolvimento para novos produtos, expansão de mercado, comunicação, preços e seleção de canais de distribuição. Posicionamento é algo que aparece na mente dos consumidores, e nada tem a ver como comportamento dos consumidores em relação aos produtos (LUPETTI, 2000). O posicionamento da marca é o processo de fortalecer as características distintivas, associações positivas e valores na mente dos consumidores para criar uma imagem de marca positiva e sustentável e garantir o apego dos consumidores a ela. Para compreender totalmente a natureza do posicionamento, é importante determinar qual é o posicionamento ideal da marca. Uma declaração clara do posicionamento ideal da marca é um bom ponto de partida para identificar o posicionamento como uma meta e desenvolver um sistema para avaliar sua eficácia. REFLITA Para Stephen King, do Grupo WPP de Londres, “o produto é algo que é feito na fábrica, a marca é algo que é comprado pelo consumidor. O produto pode ser copiado pelo concorrente, a marca é única. O produto pode ficar ultrapassado rapidamente, a marca bem-sucedida é eterna.” Fonte: KING, S. Natividade marcas e patentes. Disponível em: https://www.natividademarcasepatentes. com.br. Acesso em: 24 fev. 2022. Segundo Aaker (1996, p. 83), o posicionamento da marca é “[...] a parcela da identidade e da proposta de valor da marca que deve ser ativamente comunicada ao público-alvo e apresenta uma vantagem em relação às marcas concorrentes”. O posicionamento ajuda a criar uma imagem distinta da marca e do produto na mente dos consumidores em comparação com outros produtos ou marcas. https://www.natividademarcasepatentes.com.br. https://www.natividademarcasepatentes.com.br. 88UNIDADE IV Estrutura de Mercado Kotler e Keller (2006) sugerem que o posicionamento de uma empresa deve oferecer benefícios ou razões para a compra. Definido o posicionamento, toda a comunicação realizada deve divulgá-lo aos seus públicos. Isto é, todas as campanhas de comunicação são baseadas no posicionamento da marca, assim, será comunicado ao público algo que se pretende entregar. 89UNIDADE IV Estrutura de Mercado 4. BRANDING Uma marca forte não acontece da noite para o dia. Não é apenas ter um nome simples e um logotipo legal. O branding é absolutamente essencial para as empresas porque pode ter um impacto geral no mercado. Para fazer isso, os profissionais da indústria precisam entender como a marca pode mudar a percepção das pessoas sobre sua marca, gerar novos negócios e aumentar o conhecimento da marca. Marca é a imagem emocional percebida pela empresa e uma forma de comunicação eficaz entre compradores e vendedores. O branding é um pouco complicado porque vai além do branding e representa a imagem corporativa da empresa. Para entender o que é uma marca, devemos primeiro entender como a marca se desenvolve. No contexto histórico, as marcas não são mais simplesmente esculpidas como objetos, mas passam a ser um conjunto de características simbólicas que afetam os desejos e hábitos dos consumidores de hoje. Historicamente, o termo apareceu quando os pecuaristas necessitavam demarcar seu rebanho com uma “marca da fazenda”. Para Schultz e Barnes (2001, p. 36), o termo branding surge exatamente daí, em inglês “brand” significa “marca”, que teve sua origem na palavra “brandr”, que significa “queimar”. 90UNIDADE IV Estrutura de Mercado FIGURA 3 - ORIGEM DO TERMO BRANDING Seguindo este pensamento, os produtores queriam ter seus produtos marcados para divulgar mais sua marca e, consequentemente, agregar algumas vantagens. Em especial, se o produto tinha uma boa qualidade, a marca daquela fazenda acabava valorizando os produtos derivados e os animais que, por consequência, poderiam ser mais procurados e até custar mais. SAIBA MAIS O vídeo “What’s branding anyway?” é um conteúdo complementar que reforça o que estamos estudando nesta unidade. Desenvolvido pela agência Urban Influence, o vídeo explora sobre a noção distorcida do branding. Fonte: CAMPOS, D. What Is Branding Anyway? (legendado). Disponível em: https://vimeo.com/13229280. Acesso em: 24 fev. 2022. 4.1 Negócios orientados ao Branding O desenvolvimento de uma estratégia de negócios é fundamental para empresas de todos os níveis e tamanhos. Se você deseja ter sucesso no mercado, deve ter o direcionamento mais claro e preciso possível para as atividades da empresa. O plano e a estratégia definidos pela empresa tem impacto direto no desenvolvimento saudável da mesma. As estratégias do negócio são os principais pontos a serem percorridos e as ações que a empresa deve realizar para atingir seus objetivos. Muitas variáveis e fatores como equipe, custo, inovação, comunicação, marketing etc. interferem no sucesso da estratégia de negócios. Pela estratégia de branding, a marca é considerada um organismo vivo dentro da empresa, relacionado à cultura, clima e meio ambiente da organização. De referir que na gestão da marca, a marca é o núcleo e a ideologia norteadora, sendo o “DNA” da empresa. 91UNIDADE IV Estrutura de Mercado Na construção da marca, cada detalhe da empresa deve estar relacionado à estratégia de branding, a fim de oferecer o máximo valor aos clientes. Isso mudou a forma como a marca é gerida, ou seja, essa gestão não é feita apenas por um único departamento da empresa, ela define e executa ações, deve ser a sobrevivência e o fôlego de toda a organização. De modo geral, exige que as empresas entendam que todos devem participar do processo para atingirem o seu objetivo de criar e manter uma marca de sucesso. Portanto, ao construir uma marca, devemos pensar além de sua definição e criação, e devemos ter um compromisso dentro da organização. Isso pode trazer muitos benefícios além das vendas: ● haverá uma razão que motiva e energiza os colaboradores; ● os colaboradores percebem que fazem parte de um todo, já que se sentem alinhados ao plano da empresa; ● recrutar e manter bons colaboradores; ● motivação ao cumprir as metas da empresa; ● os colaboradores desenvolvem certo orgulho em trabalhar em determinada empresa pela sua marca. De modo geral, pensar em branding não é apenas feito com clientes. Hoje em dia, a marca é parte valorosa de uma corporação como um todo, é uma operação ampla, perseguindo o alinhamento entre estratégia e planejamento corporativo, conceito e imagem dos públicos externos em relação à organização. 92UNIDADE IV Estrutura de Mercado CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente as empresas não devem apenas ter uma marca conhecida no mercado, é preciso praticar o branding. Conhecer os critérios que criam uma marca forte é conseguir se posicionar na mente dos clientes-alvo. Dessa maneira, entender como a concorrência no mercado ocorre e selecionando o mercado-alvo específico são pontos importantes para começar a criar uma marca de sucesso e, desta maneira, gerar novos negócios e aumentar o reconhecimento da marca. 93UNIDADE IV Estrutura de Mercado LEITURA COMPLEMENTAR Dentre as diversas marcas e publicidades, tornar-se uma empresa reconhecida e diferenciada é uma tarefa árdua, exigindo dedicação, investimento e profissionais qualificados para desenvolver projetos que envolvam os clientes como os principais formadores de opinião do mercado-alvo. A segmentação e o posicionamento de mercado agregaram soluções à empresa, permitindo-lhes saber o que fazer, como agir e como desenhar novas estratégias, a partir da consciência do produto das informações que os clientes transmitem e absorvem, o que o torna único em relação aos concorrentes. Este artigo trata exatamente sobre segmentação e posicionamento de mercado. Fonte: MARÇO, M. L. O.; LIMA, M. J. A.; MARTINS, T. G. Segmentação e posicionamento de mercado: como os negócios de moda se beneficiam com estas estratégias. Academia,2020. Disponível em: https://www.academia.edu/44095660/SEGMENTA%C3%87%C3% 83O_E_POSICIONAMENTO_DE_MER-CADO_COMO_OS_NEG%C3% 93CIOS_DE_MODA_SE_BENEFICIAM_COM_ESTAS_ESTRAT%C3%-89GIAS. Acesso em: 10 out. 2021. 94UNIDADE IV Estrutura de Mercado MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: O poder das marcasAutor: J. B. Pinho. Editora: Summus Editorial. Sinopse: Neste livro, o autor apresenta reflexões importantes sobre gestão de marcas e a importância de um trabalho consistente de comunicação e divulgação na construção de estratégias de marca, com o intuito de reforçar e transmitir valores que compõem a força da imagem de um determinado produto ou serviço. FILME / VÍDEO Título: O Sócio Ano: 2013. Sinopse: O empresário Marcus Lemonis (bilionário) vai em busca de empresas que estão com problemas e propõe um acordo: ser sócio e reorganizar tudo. A cada episódio da série “O Sócio”, Lemonis faz para as empresas a oferta de dinheiro em troca de uma parte do negócio e, uma vez dentro da empresa, faz de tudo para salvar o negócio e torná-lo lucrativo, mesmo que isso signifique demitir o fundador, promover o faxineiro ou ele mesmo fazer o trabalho. Será possível você identificar vários pontos dos conteúdos que discutimos nesta unidade: produto, mercado, clientes, concorrentes, oferta, demanda, entre outros. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zC-29LUqPMw 95 REFERÊNCIAS AAKER, David. Como construir marcas líderes. Porto Alegre: Bookman, 2007. AAKER, David. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: Futura, 1996. COSTA FILHO, J. C. B; SOARES, S. de S. S. Análise do segmento de cartões de crédito private label no mercado do varejo de moda brasileiro. In: XX SEMEAD – Seminários em Administração. 2017. Disponível em http://login.semead.com.br/20semead/arquivos/1346. pdf. Acesso em: 10 jan. 2019. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janei- ro: Empreende Editora, 2018. KLEIN, N. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Trad. Ryta Vinagre. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. KOTLER, P. et al. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. São Paulo: Elsevier, 2010. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Pren- tice Hall, 2006. LUPETTI, M. Planejamento de comunicação. São Paulo: Futura, 2000. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrên- cia. Rio de Janeiro: Campus, 2005. PRIDE, W. M.; FERRELL, O. C. Fundamentos de marketing: conceitos e práticas. São Paulo: Cengage Learning, 2015. SCHULTZ, D. E; BARNES, B. E. Campanhas estratégicas de comunicação de marca. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. 96 TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. São paulo: Atlas, 1990 TYBOUT, A. M.; CALKINS, T. Branding: fundamentos, estratégias e alavancagem de marcas: implementação, modelagem, checklists: experiências de líderes do mercado. São Paulo: Atlas, 2006. 97 CONCLUSÃO GERAL Chegamos ao fim da nossa disciplina. Na primeira unidade os conceitos fundamentais de mercado, descobrimos como os fundamentos do marketing podem se aplicar na mercadologia, como também alguns dos principais termos utilizados no dia a dia do profissional desta área. Na Unidade II, reforçamos como as organizações se orientam dentro de um mercado, bem como os fatores determinantes no comportamento do consumidor, os ambientes de uma organização e, também, a utilizar do Sistema de Informação de Marketing. Já na Unidade III, estudamos quais são os principais componentes de um mercado e como as organizações podem encontrar oportunidades a partir de uma análise PESTAL e a matriz SWOT. Por fim, na última unidade, entendemos como se estrutura um mercado a partir das forças competitivas, segmentação de mercado e posicionamento de marca, conhecido como Branding. Espero que tenha somado de alguma forma na sua formação profissional, em especial, no conteúdo das unidades em que evidenciamos sobre a gestão mercadológica das organizações. Grande abraço e sucesso! +55 (44) 3045 9898 Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR www.unifatecie.edu.br UNIDADE I Evolução do Pensamento de Mercado UNIDADE II Orientação do Mercado UNIDADE III Organizações e Mercados UNIDADE IV Estrutura de Mercado