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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL JURANDIR BEZERRA LINS CURSO DE GUIA DE TURISMO HISTÓRIA APLICADA AO TURISMO Alunos: Breno Henrique, Cíntia Neves, Julianna, Rafael Santana, Maria Aparecida, Edna Igarassu, 21 de setembro de 2022. Introdução Itamaracá é uma ilha muito cantada e um poeta escreveu que ali deveria ter sido o paraíso e a fruta desse paraíso teria sido o caju. Mas Itamaracá é mais que a Ilha onde vive a Lia que canta ciranda e onde viveu a Lia que Mestre Antônio Baracho dedicou os versos de ciranda mais conhecidos do Brasil. O nome indica que quando as ondas do mar se aproximam do continente faz com que as pedras emitam sons e, no idioma falado pelos primeiros habitantes da terra, Itamaracá significa “pedra que canta” ou que chocalha. Período Pré-colonial O período histórico na Ilha de Itamaracá teve início no começo do século XVI, com a construção de feitorias destinadas a extração de pau-brasil. Dentre estas, a mais conhecida foi a feitoria de Cristóvão Jacques. Entretanto, é importante mencionar que a Ilha de Itamaracá abrigou um dos mais antigos núcleos habitacionais da colônia portuguesa. Inclusive, há registros da presença de náufragos portugueses e piratas franceses muito antes do estabelecimento da feitoria que é anterior a 1530. A título de exemplo, encontramos os nomes de dois portugueses (João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira) que teriam estado no Brasil em 1493 e 1498, respectivamente. O primeiro momento da ocupação foi caracterizado pela construção da Igreja Matriz, qual seja, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. A Vila de Nossa Senhora da Conceição, atualmente denominada Vila Velha, foi batizada com esse nome após a construção da igreja. É interessante mencionar que a Igreja de Nossa Senhora da Conceição é considerada a mais antiga do Brasil. Contudo, há divergências historiográficas acerca do ano exato de sua construção. Em 1526, já eram celebradas missas na Igreja e em 1530, a povoação já contava com mais de 100 habitações, uma Santa Casa de Misericórdia, Casa de Câmara e Cadeia e Alfândega, a Provedoria da Fazenda Real e a casa do futuro governador da capitania. Na atualidade o distrito de Vila Velha está localizado na parte sul do munícipio da Ilha de Itamaracá, a 7km da sede do munícipio Pilar e faz parte dos núcleos históricos do litoral norte do Estado de Pernambuco. Período Colonial Na época do descobrimento da América por Cristóvão Colombo, no ano de 1492, o Rei de Portugal sentiu que as terras brasileiras estavam ameaçadas por espanhóis. Porém, foi apenas em 1534 que Dom João III resolveu iniciar o processo de colonização, estabelecendo o sistema de Capitanias. Através do sistema acima mencionado, foi possível manter a ocupação das terras brasileiras, o que seria difícil sem uma maior definição de fronteiras e mais organização, pois já era possível vislumbrar uma iniciativa francesa de ocupação através do comércio de produtos da terra com a população nativa e ocupação dos locais mais acessíveis. Criou-se, assim, dentre as outras capitanias, a de Itamaracá que começava em Igarassu (Canal de Santa Cruz) e ia até a Baia da Traição, na Paraíba. Ela foi doada a Pero Lopes de Souza, em 1º de setembro de 1534. Para evitar a ocorrência de confusão entre os donatários, o rei de Portugal determinou que fossem colocados marcos (um deles no Sítio dos Marcos em Igarassu, à beira do Canal de Santa Cruz) com o símbolo da coroa portuguesa, separando as capitanias de Itamaracá e de Pernambuco. Pero Lopes de Souza entregou, em 1532, o comando de Itamaracá a Francisco Braga que falava muito bem a língua dos índios, e foi se aventurar em missões marítimas até 1539, quando desapareceu no mar. Historiadores acreditam que foi vítima de naufrágio perto das ilhas de Madagascar. É importante dizer que uma das atividades econômicas mais importantes dessa época no Brasil era a produção e exportação de açúcar, também chamado ouro branco. Não se sabe com exatidão onde foi construído o primeiro engenho do Brasil, mas há indícios de que foi em Itamaracá, que nessa época possuía 23 engenhos. Invasão dos Holandeses Seis anos após uma tentativa mal sucedida de invasão do território baiano, em 1624, os holandeses desembarcaram na Praia de Pau Amarelo e marcharam para Olinda, obstinados a tomar posse da principal vila de Pernambuco. Lá, travaram uma grande batalha, que resultou em um incêndio que praticamente destruiu toda a Vila de Olinda. Depois que conquistaram as principais vilas da Capitania de Pernambuco, os holandeses, chegaram à Ilha de Itamaracá em 1631 e logo dominaram o Canal de Santa Cruz, porém, sem força suficiente para tomar posse de toda a capitania. Merece destaque especial a Vila da Conceição, onde os holandeses construíram uma fortaleza, denominada de Forte Orange, em homenagem ao príncipe holandês Frederico Henrique de Orange. Em 1630, o forte, que provavelmente era de taipa, foi reconstruído em alvenaria de pedra bruta. Após dois anos da invasão de Itamaracá, os holandeses resolveram tomar a Vila da Conceição, levando esse tempo para abrir um caminho através da vegetação. Esse caminho hoje é conhecido como a Trilha dos Holandeses. Essa vila também foi cogitada para ser a capital do Brasil Holandês, pois além da localização privilegiada, existia abundância de madeira e de pé de cal, utilizado em construção. Porém, Recife foi escolhido porque a Ilha era infestada de formigas que prejudicavam o desenvolvimento da agricultura. Em maio de 1633, os holandeses forçaram o capitão de Itamaracá, Salvador Pinheiro, a se render, entregando a vila ao domínio holandês, os quais a chamaram de Vila Scooper, em homenagem ao comandante da invasão. Além da reconstrução de alguns engenhos que haviam sido destruídos, o interesse dos holandeses por Itamaracá, também chamada por eles de Jardim da Holanda, se deu pela existência saborosas frutas das Ilhas, que chegou aos ouvidos de Maurício de Nassau, o qual determinou a inclusão de três cachos de uva no brasão de Itamaracá. Também foram os holandeses os responsáveis por registrar a maioria das paisagens de Pernambuco, sendo a de Itamaracá considerada o primeiro registro das paisagens das Américas. O que é aplicado ao turismo Começando o período imperial brasileiro. Itamaracá foi instituto distrito em 1866 e subordinado por lei municipal aí município de IGARASSU em 1892. Do final do século XIX até metade do século XX vários decretos municipais e estaduais aconteceram mudando a escrita de Itamaracá e IGARASSU. Finalmente em 01/01/1959 veio a emancipação sendo denominado município de Itamaracá. Mas foi só em 1997 através de um decreto municipal que o Município passou a se chama ILHA DE ITAMARACÁ. Alguns atrativos turísticos se entrelaçam com pontos histórico que é o caso de: Fortaleza de Santa Cruz; Igreja de Nossa Senhora da Conceição; O forno a cal e Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Também não podemos deixar de destacar a riqueza natural do: Pontal de Jaguaribe; Pontal da Ilha; Praia do Forte; Piscinas Naturais; Lagoa Azul e Lagoa da Mata. Alguns contam com uma boa infraestrutura turística outros ainda preservam seu ar rústico. A Ilha de Itamaracá conta com passeios náuticos, passeio de Bugge, trilhas, onde destaco a Trilha dos Holandeses, que podem ser realizados com guias autônomos ou por uma cooperativa existente na ilha a COOPILHA de Itamaracá. Na culinária podemos ressaltar todas as iguarias culinárias vindas do mar, e os doces feitos de caju muito consumidos nessa região. No que se trata de cultura iremos destacar a Ciranda que é música, dança e canto teve origem portuguesa, mas encontrou na Ilha sua casa teve como sua principal intérprete e incentivadora Lia de Itamaracá premiada por todo Brasil.