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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
Poder Judiciário
Livro Eletrônico
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Aragonê Fernandes
Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Judiciário ..............................................................................................................4
Apresentação da Metodologia ........................................................................................4
1. Disposições Gerais – Artigos 92 a 100 ........................................................................4
1.1. Órgãos do Poder Judiciário .......................................................................................5
1.2. Ingresso na Carreira da Magistratura ....................................................................... 7
1.3. Promoção na Carreira ............................................................................................. 11
1.4. Hipóteses de Perda do Cargo ................................................................................. 12
1.5. Das Sessões Administrativas ................................................................................. 14
1.6. Possibilidade de Criação de Órgão Especial ............................................................ 15
1.7. Cláusula de Reserva de Plenário ............................................................................ 15
1.8. Fim das Férias Coletivas ........................................................................................ 19
1.9. Regra do Quinto Constitucional .............................................................................. 19
1.10. Garantias dos Magistrados .................................................................................. 20
1.11. Proibições dos Magistrados ...................................................................................23
1.12. Julgamento de Juízes e de Membros do Ministério Público ....................................26
1.13. Autonomia Administrativa, Financeira e Orçamentária dos Tribunais ....................27
1.14. Juizados Especiais ................................................................................................ 30
1.15. Precatórios ...........................................................................................................33
2. Dos Tribunais – Composição e Competências – Artigos 101 a 126 ..............................39
2.1. Supremo Tribunal Federal ......................................................................................42
2.2. Conselho Nacional de Justiça ..................................................................................71
2.3. Superior Tribunal de Justiça .................................................................................. 77
2.4. Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais ......................................................95
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Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
2.5. Tribunais e Juízes do Trabalho ............................................................................. 107
2.6. Tribunais e Juízes Eleitorais .................................................................................. 117
2.7. Tribunais e Juízes Militares .................................................................................. 122
2.8. Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal ........................................... 125
3. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula ............................................................ 132
Questões de Concurso – Cespe ................................................................................... 136
Gabarito – Cespe ........................................................................................................ 148
Gabarito Comentado – Cespe ...................................................................................... 150
Questões de Concurso – FCC ...................................................................................... 210
Gabarito – FCC ........................................................................................................... 246
Gabarito Comentado – FCC ........................................................................................ 248
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Poder Judiciário
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER JUDICIÁRIO
ApresentAção dA MetodologiA
Caro(a) aluno(a).
O capítulo destinado ao Poder Judiciário é frequentemente cobrado nas provas de concur-
so. Diferentemente do que você possa imaginar, questões relacionadas ao Judiciário caem 
também em certames de outras áreas e Poderes. É o caso, por exemplo, de concursos nas 
carreiras policiais, do Executivo, do Ministério Público e do Legislativo.
O ponto-chave aqui é mesclar a leitura da Constituição com a interpretação dada pelo STF 
e pelo STJ. A doutrina, neste ponto, não é tão importante.
As disposições gerais – artigos 92 a 100 – são exaustivamente cobradas nas provas. Logo, 
fazer questões das provas anteriores será de fundamental importância para assimilação do 
conteúdo.
Tem mais: a competência dos Tribunais, para muitos, é um verdadeiro tormento! Vou tentar 
tornar as coisas mais simples, decodificando o juridiquês.
Mãos à obra!
1. disposições gerAis – Artigos 92 A 100
Eu já avisei anteriormente e aproveito para reafirmar: as disposições gerais são exaustiva-
mente cobradas nas provas.
Você vai ver que várias vezes eu farei menção à EC n. 45/2004, responsável pela ‘Refor-
ma do Poder Judiciário’. A bem da verdade, ela (a EC n. 45) tratou também de outros pontos, 
mas é no Judiciário e nas funções essenciais à Justiça que ela promoveu modificações 
mais consistentes.
E tem mais: eu diria que ela é a “Reforma do Judiciário – Parte I”, pois contemplou apenas 
os assuntos acerca dos quais houve consenso. Ficaram de fora outros pontos, mas isso não 
nos interessa, ao menos por ora...
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Poder Judiciário
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1.1. Órgãos do poder Judiciário
Logo aqui começam várias indagações. Então, a melhor coisa a fazer é transcrever o ar-
tigo 92, para depois pontuar as observações que eu entendo necessárias.
Avançando, o artigo 92 da Constituição diz que o Judiciário é composto pelos seguin-
tes órgãos:
I – o Supremo Tribunal Federal – STF;
I – A – o Conselho Nacional de Justiça – CNJ (EC n. 45/2004);
II – o Superior Tribunal de Justiça – STJ;
II – A – o Tribunal Superior do Trabalho – TST (EC n. 92/2016);
III – os Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais (TSE e TRE) e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares (STM) e auditorias militares;
VII – os Tribunais (TJ) e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
A primeira coisa a destacar é que o CNJ, como você viu, está inserido como órgão do Poder 
Judiciário.
E qual a importância dessa constatação?
Ora, há inúmeras questõesde prova indicando que o CNJ faria o controle externo do 
Judiciário. Você, no entanto, tem que lembrar que o controle feito pelo CNJ é interno (STF, 
ADI n. 3.395).
Há mais: a EC n. 92/2016 inseriu o inciso II-A, deixando clara a presença do TST entre os 
órgãos. Antes dessa inovação, havia apenas o registro da expressão “Tribunais e Juízes do 
Trabalho”. A novidade, sem dúvida, aparecerá nas próximas provas!
Mas o mais importante vem de algo que não está no artigo 92: as turmas recursais! Objeto 
de cobrança em diversas provas, objetivas e subjetivas (eu mesmo já fiz concurso em que o 
tema foi cobrado – juiz do TJ-PB): o STF entendeu que as Turmas Recursais não são órgãos 
do Poder Judiciário.
Na mesma linha, o acesso a elas não caracteriza promoção, e sim, mera designação. Con-
sequentemente, não é necessária a observância dos critérios de antiguidade e merecimento 
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(RE n. 590.409/RJ). Em consequência, não haverá vagas para os membros do MP e da OAB 
(quinto constitucional).
Avançando, diz o texto constitucional que o STF e os Tribunais Superiores têm sede na 
Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional. Já o CNJ, criado pela EC n. 45/2004, 
embora tenha sede na Capital Federal, não possui jurisdição – ele não tem competências ju-
risdicionais.
A Justiça desportiva (STJD e TJD), o Tribunal Marítimo, os Tribunais de Contas e os Tribu-
nais Arbitrais não são integrantes do Poder Judiciário. Eles são tribunais administrativos.
Foi também a EC n. 45/2004 a responsável pela extinção dos Tribunais de Alçada – TA, que 
pertenciam à estrutura do Poder Judiciário estadual (ficavam posicionados um pouco abaixo 
dos TJs). Os membros que integravam os TAs foram transformados em desembargadores de 
Tribunais de Justiça.
Falando nisso, entendo ser importante fazer uma observação, pois muita gente confunde 
e outros não sabem, mas ficam com vergonha de perguntar: os membros do Poder Judiciário 
de 1ª instância (1º grau) são chamados de juízes; aqueles que atuam na 2ª instância (2º grau) 
recebem o nome de desembargador; os que trabalham nos Tribunais Superiores e no STF são 
denominados ministros. Embora haja essa diferenciação na nomenclatura, todos podem ser 
chamados de magistrados.
Outra informação importante, especialmente para as provas objetivas: o STF entende que 
o princípio do duplo grau de jurisdição não está previsto nem explícita nem implicitamente 
na CF/1988. Ele existiria na legislação supralegal (Pacto de São José da Costa Rica), e não na 
Constituição (STF, AI n. 513.044).
De outro lado, não haveria afronta ao princípio do juízo natural no fato de os órgãos fra-
cionários dos Tribunais (turmas, câmaras ou seções) serem compostos majoritariamente por 
juízes de primeiro grau, convocados (STF, RE n. 597.133).
Lembramos, por fim, que não existe Poder Judiciário, Ministério Público ou mesmo Defen-
soria Pública na esfera municipal.
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Veja a seguir o organograma do Judiciário:
Organograma do Poder Judiciário
STFSTF CNJCNJ
STMSTM TSETSE TSTTST STJSTJ
TM*1 TRE TRT TRF TJ*2
Auditorias
militares
Juízes e 
juntas
eleitorais
Juízes do 
trabalho
Turma recur-
sal de juiza-
dos especiais 
federais*3 Juízes
federais
Juízes esta-
duais
Turma recursal 
de juizados espe-
ciais*3
Juizados 
especiais 
federais
Juizados
especiais
*1: só haverá em tempos de guerra.
*2: nos estados em que o efetivo de militares (PM e Bombeiros) superar 20.000 integrantes, pode ser criado 
um TJM (Tribunal de Justiça Militar). Caso ele não exista, esses militares são julgados no TJ.
*3: em regra, decisão proferida por Turma Recursal de juizados Especiais é definitiva. Exceções: a) se houver 
violação à CF, pode ser interposto recurso extraordinário (RE) para o STF; b) pode ser impetrado habeas 
corpus (HC) e mandado de segurança (MS), apontando-se como autoridade coatora a Turma Recursal. Nesse 
caso, o julgamento será feito pelo respectivo TJ ou TRF (antes também ia direto para STF); c) a decisão de 
Turma Recursal não pode ser questionada por meio de recurso especial no STJ (STJ, Súmula n. 203), mas há 
outros meios de impugnação, que serão detalhados à frente.
1.2. ingresso nA cArreirA dA MAgistrAturA
Há previsão de que lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura. Essa lei ainda não foi editada. Em razão disso, continuam sendo observadas 
as regras contidas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n. 35/1979) naquilo que não 
contrariarem o atual texto constitucional.
O cargo inicial para ingresso na carreira da Magistratura é o de juiz substituto. O candidato 
deve se submeter a concurso público de provas e títulos, sendo obrigatória a participação da 
OAB em todas as fases da disputa.
Uma inovação trazida pela EC n. 45/2004 é a chamada quarentena de entrada. De acordo 
com essa regra, exige-se do bacharel em Direito no mínimo três anos de atividade jurídica. O 
dispositivo surgiu com o claro intuito de que o futuro julgador tenha mais experiência, dada a 
relevância das funções que exercerá.
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Para regulamentar o conceito ‘atividade jurídica’, o CNJ editou a Resolução n. 75/2009 e o 
CNMP a Resolução n. 40/2009. Nelas são previstas diversas hipóteses de contagem do prazo 
de três anos. Destaco que não há a obrigatoriedade de o candidato exercer a advocacia, sendo 
esta apenas uma das diversas hipóteses.
Eu, por exemplo, usei tanto no concurso de promotor de justiça quanto no de juiz o período 
em que fui analista judiciário do STF e assessor de ministro do STJ – eu também passei para 
defensor público, mas na época (2011) não foi exigido o triênio de prática jurídica.
Em decisão recorrentemente cobrada nas provas, o STF entendeu que a contagem do prazo 
de três anos se inicia com a conclusão do curso, e não com a colação de grau (STF, ADI n. 3.460).
Ainda sobre o tema, há uma decisão importantíssima (para as provas e para a vida!):
A comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício em cargo não 
privativo de bacharel em Direito, desde que ausentes dúvidas acerca da natureza eminen-
temente jurídica das funções desempenhadas (STF, MS n. 28.226).
Assim, nada impede que o(a) candidato(a) que trabalha como técnico(a) judiciário(a) (ní-
vel médio) de um Tribunal ou técnico(a) administrativo(a) no Ministério Público se candidate 
ao concurso da Magistratura (ou MP ou Defensoria), quando comprovar que desempenhava a 
chamada atividade-fim.
Uma dúvida comum: e o pessoal que trabalha como agente ou escrivão de polícia, pode 
também usar o tempo de atividade policial para contagem de atividade jurídica?
A resposta é positiva, de acordo com o CNJ. Para isso, obviamente o candidato precisa 
ser bacharel em direitoe juntar certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, 
indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização pre-
ponderante de conhecimento jurídico (CNJ, Consulta n. 0009079-37.2017.2.00.0000).
Tem mais um ponto frequente de perguntas no fórum de dúvidas: na magistratura, o CNJ não 
admite a utilização de pós-graduação, mestrado ou doutorado para a contagem de atividade jurídi-
ca. Repare que eu falei na magistratura, porque, em relação ao Ministério Público, o CNMP editou 
a Resolução n. 40/2009, prevendo que a pós-graduação conta como um ano de prática jurídica, 
enquanto o mestrado e o doutorado equivalem a dois e três anos, respectivamente.
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Agora fique atento(a) a um julgamento do STF que tem causado grande confusão no pes-
soal: o Conselho Federal da OAB ajuizou uma ADI pedindo que fosse declarada a inconstitucio-
nalidade das resoluções do CNJ e do CNMP que permitiam a contagem de tempo de atividade 
jurídica usando pós, mestrado e doutorado.
Ao julgar o caso, o STF primeiro disse que, em relação à resolução do CNJ, o pedido estava 
prejudicado, porque desde 2009, ano da edição da Resolução n. 75, os concursos para a ma-
gistratura não permitiriam a contagem. 
Por outro lado, no que se refere à Resolução n. 40 do CNMP, o Tribunal decidiu que ela foi 
editada dentro da autonomia do órgão, sendo válida. Ou seja: nos concursos para o Ministério 
Público podem ser usados a pós-graduação, o mestrado ou o doutorado para a contagem de 
tempo de atividade jurídica.
A partir daí, um montão de gente começou a falar que agora essa contagem valeria tam-
bém para a magistratura. Só que isso está errado! A decisão do STF foi restrita ao Ministério 
Público, até porque se discutia uma resolução do CNMP.
Aragonê, mas, se o CNJ quiser, ele pode editar nova resolução nos mesmos moldes da 
que foi feita pelo CNMP?
Claro que pode, dentro de sua autonomia. Se isso acontecer, passa a ser possível. Até lá, 
nada feito!
Aragonê, e como fica para concursos para defensor e advogado público?
Não há uma regra unificada nacionalmente. Vale, então, o que estiver previsto no edital. Em 
regra, os editais admitem para essas carreiras a contagem até de tempo de estágio obrigatório 
da faculdade, o que facilita as coisas.
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Posso sistematizar?
Carreira Exigência de três anos de atividade jurídica
Pós-graduação, mestrado e doutorado 
podem contar?
MagistraturaMagistratura Sim Não
Ministério PúblicoMinistério Público Sim Sim
Defensoria PúblicaDefensoria Pública
Não está sendo aplicada até que venha 
regulamentação por lei.
Valerá a regra do edital.
Advocacia PúblicaAdvocacia Pública Na CF, não. Valerá a regra do edital. Valerá a regra do edital.
Outra coisa: em regra, os requisitos do cargo público devem ser comprovados no ato da 
posse (STJ, Súmula n. 266). No entanto, para a Magistratura e para o Ministério Público, a 
comprovação deve ser feita na inscrição definitiva (STF, RE n. 655.265 e artigo 3º da Resolu-
ção n. 40, do CNMP).
Para que não haja dúvidas, deixe-me explicar aqui a “maratona” que é um concurso desse 
porte: primeiro, o candidato faz a inscrição preliminar. Depois, submete-se a provas objetivas, 
subjetivas e de sentença. Após a sentença (e antes da prova oral), é hora da inscrição defini-
tiva, oportunidade de comprovação também dos três anos de atividade jurídica. Finalizando, 
acontecem as provas orais e de títulos, esta é de caráter meramente classificatório.
Agora imagine a seguinte situação: um magistrado que tenha pedido exoneração poderia 
ser readmitido sem passar por novo concurso público? Essa situação inusitada é prevista em 
algumas leis estaduais. Contudo, o STF afasta essa possibilidade, por violar a regra do concur-
so público (STF, RMS n. 2.983).
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1.3. proMoção nA cArreirA
A promoção acontece de entrância para entrância, e da primeira para a segunda instância, 
sempre de maneira alternada, por antiguidade e merecimento, observadas as regras constan-
tes na seguinte ilustração:
Promoção por Promoção por 
merecimentomerecimento
1. se juiz estiver na lista por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas, será obri-
gatoriamente promovido;
2. juiz tem de ter no mínimo dois anos na entrância e deve integrar a quinta parte entre os 
mais antigos, salvo se os que preenchem os requisitos não quiserem (Ex.: se Tribunal tem 
100 juízes, candidato deve ser um dos 20 mais antigos);
3. para aferir (medir) merecimento, devem ser utilizados critérios objetivos de produtivi-
dade e presteza no exercício da jurisdição + frequência e aproveitamento em cursos ofi-
ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
Promoção por Promoção por 
antiguidadeantiguidade
1. o Tribunal só pode recusar o juiz + antigo pelo voto fundamentado de 2/3 dos membros, 
assegurada ampla defesa.
Observações:
1) Se o juiz retiver, injustificadamente, os autos que estão em seu poder além do prazo legal, não será pro-
movido, nem por antiguidade nem por merecimento.
2) O ato de composição das turmas recursais não caracteriza promoção de magistrado para outra entrância 
ou mesmo de remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau.
Um esclarecimento: entrância é divisão existente nas leis de organização judiciária. Em 
alguns estados, há comarcas de primeira, segunda e terceira entrância (ou até entrância es-
pecial). A primeira contemplaria as Comarcas menores e a última estaria situada nos grandes 
centros. Parte-se da premissa de que as causas mais complexas estão nos grandes centros. 
Então, a lógica seria colocar os juízes iniciantes na primeira entrância, enquanto os mais tarim-
bados ficariam nas demais.
A mudança de uma entrância para outra é uma espécie de promoção, que ocorre na ho-
rizontal. O mais importante é lembrar que o magistrado que atua em qualquer uma dessas 
entrâncias ainda será um juiz de 1º grau (1ª instância).
Nesse contexto, o magistrado só passará ao cargo de desembargador quando for promo-
vido da 1ª para a 2ª instância.
Avançando, o STF entendeu que, na promoção por antiguidade, o quórum de 2/3 (dois ter-
ços) deve considerar as cadeiras preenchidas e aqueles em condições legais de votar, e não 
o número de cargos de desembargador. Em outras palavras, se o TJ conta com 40 cargos de 
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DIREITO CONSTITUCIONALdesembargador, mas 10 deles estão afastados pelo CNJ, os 2/3 serão computados sobre o 
número 30 (STF, MS n. 31.361).
Outra coisa: até que venha outra lei complementar regulando a magistratura nacional, nos 
moldes determinados pela CF, deve ser observada a LC n. 35/1979, chamada de LOMAN.
Eu digo isso, porque não pode a legislação estadual estabelecer, como critério de antigui-
dade na carreira, o tempo de serviço no estado ou no serviço público em geral, ou ainda maior 
prole (você perderia fácil a disputa para o professor Gustavo Scatolino, hein?!), uma vez que 
na LOMAN não existem esses parâmetros. Em contrapartida, nada impede que a idade seja 
utilizada como diferenciador (STF, ADI n. 4.462/TO).
Por fim, como falei anteriormente, o ato de composição das turmas recursais não carac-
teriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera 
designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância dos 
critérios de merecimento ou antiguidade (STF, MS n. 28.254).
1.4. HipÓteses de perdA do cArgo
Você já deve ter ouvido pelo noticiário que o juiz Fulano ou o promotor de justiça Ciclano 
foram pegos vendendo decisões judiciais, envolvidos em escândalos de corrupção e o repórter 
ao final dizendo que não daria nada, que no máximo receberiam aposentadoria compulsória 
com proventos integrais.
A primeira coisa que eu quero que você saiba é que essa punição administrativa se dava 
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Contudo, a EC n. 103/2019 – ela mesma, a reforma da Previdência – retirou da Constitui-
ção a aposentadoria compulsória como forma de punição.
Confira o antes e depois da reforma da Previdência:
Antes da EC n. 103/2019Antes da EC n. 103/2019 Após a EC n. 103/2019Após a EC n. 103/2019
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposen-
tadoria do magistrado, por interesse público, fun-
dar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta 
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de 
Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do 
magistrado, por interesse público, fundar-se-á em 
decisão por voto da maioria absoluta do respec-
tivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, 
assegurada ampla defesa;
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Poder Judiciário
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Ué, quer dizer que agora nada mais acontecerá?
Claro que não é isso, né, gafanhoto!
Ao contrário do que você vê no noticiário, mesmo os magistrados vitalícios podem ser 
demitidos. Isso mesmo: demissão, sem ganhar nada, e de quebra ainda pode é ser condenado 
criminalmente, com penas de reclusão ou de detenção.
Como exemplo, lembre-se do juiz que foi flagrado dirigindo um carrão pertencente ao Eike 
Batista. Ele foi condenado à perda do cargo e a cumprir pena de oito anos de reclusão.
Avançando, o texto constitucional diferencia a situação considerando se o magistrado pos-
sui – ou não – vitaliciedade. Confira:
HIPÓTESES DE PERDA DO CARGO
Antes do vitaliciamentoAntes do vitaliciamento Após o vitaliciamentoApós o vitaliciamento
A perda do cargo pode ocorrer em duas hipóteses:
a) deliberação do Tribunal a que o juiz está vinculado;
b) sentença judicial transitada em julgado.
A perda do cargo fica restrita à sentença judicial 
transitada em julgado*.
Há, ainda, outra hipótese de perda do cargo pouco lembrada pela doutrina, mas que já foi 
cobrada, por exemplo, na prova de juiz Federal da 2ª Região (RJ e ES), elaborada pelo CESPE.
Quando estudamos as competências do Senado Federal – art. 52 da CF/1988 –, vimos 
competir àquela Casa processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os ministros do STF 
e os membros do CNJ e do CNMP, além de outras autoridades.
Levando em conta que uma das consequências possíveis da condenação por crime de 
responsabilidade é a perda do cargo, salientamos que os ministros do STF e os membros do 
Judiciário que estejam integrando os conselhos acima referidos também poderão perder o 
cargo por decisão do Senado Federal.
Mas, aproveitando que falei das hipóteses de perda do cargo de magistrado, não há como 
deixar de falar nos casos de perda do cargo do servidor estável.
Mais do que isso, veja o quadro que preparei para você com as diferenças centrais entre 
estabilidade e vitaliciedade:
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PARÂMETRO ESTÁVELESTÁVEL VITALÍCIOVITALÍCIO
Período necessário 
para aquisição
Três anos de efetivo exercício
Dois anos de efetivo exercício para 
quem ingressa na 1ª instância, por 
meio de concurso.
Obs.: os membros que entram dire-
tamente nos Tribunais são vitalícios 
desde a posse.
Hipóteses de
perda do cargo
I – sentença condenatória transitada em 
julgado;
II – mediante processo administrativo, em 
que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, asse-
gurada ampla defesa;
IV – se for ultrapassado limite de gastos com 
pessoal (artigo 169, § 4º, da Constituição).
Em regra, apenas sentença condenató-
ria transitada em julgado.
Obs.: ministros do STF, PGR, membros 
do CNJ e do CNMP também podem 
perder o cargo por decisão do Senado 
Federal, no Crime de Responsabilidade 
(artigo 52, I, da Constituição).
Manutenção das 
prerrogativas do 
cargo após a apo-
sentadoria
Não.
Sim. Contudo, o foro especial cessa 
com a aposentadoria. Assim, mesmo 
desembargadores e ministros dos Tri-
bunais Superiores serão processados 
na 1ª instância após a aposentadoria.
A quem se aplica
A todos os servidores efetivos, aos mem-
bros da Defensoria Pública e da Advocacia 
Pública.
Aos membros do Judiciário, do Minis-
tério Público e dos Tribunais de Contas.
O STF decidiu ser inconstitucional lei estadual que preveja a exoneração de servidor em estágio 
probatório pelo simples fato de ele participar de movimento grevista. Na ocasião, entendeu-se 
que a norma previa indevida diferenciação entre estáveis e não estáveis (STF, ADI n. 3.235).
1.5. dAs sessões AdMinistrAtivAs
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as 
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
Antes da EC n. 45/2004, as decisões administrativas eram reservadas (fechadas).
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1.6. possibilidAde de criAção de Órgão especiAl
O inciso XI, do artigo 93, da Constituição, diz que, se o Tribunal tiver mais de 25 membros, 
poderá ser criado órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros.
Esse órgão especial terá competência para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.
Para entender a necessidade de criação do órgão especial (que pode ter vários nomes, 
como Corte Especial ou Conselho Especial), basta pensar no funcionamento do TJSP, Tribunal 
que conta atualmente com quase 400 desembargadores.É notadamente mais fácil reunir 25 
do que 400 desses magistrados.
A composição do órgão deverá contar com metade das vagas preenchida pelo critério da 
antiguidade, enquanto a outra metade será por eleição do Tribunal Pleno.
Ainda sobre a composição do órgão especial, o do TRT-2 conta com 25 integrantes. Para 
compatibilizar a ideia do quinto constitucional com o mandamento constitucional, o Tribunal 
organizou da seguinte forma: 13 integrantes viriam da antiguidade e 12 da eleição. Dos 13 mais 
antigos, 10 deveriam ser desembargadores de carreira e três vindos do quinto; entre os 12 
escolhidos por eleição, 10 viriam da carreira e dois do quinto. No fim das contas, vinte seriam 
da carreira (começaram como juiz e subiram) e cinco seriam oriundos do quinto constitucional 
– MP ou OAB. A regra foi questionada, mas o STF confirmou a sua validade (STF, ADI n. 4.320).
Vale destacar que caberá ao Plenário do Tribunal definir quais são as atribuições que dele-
ga ao Órgão Especial (STF, MS n. 26.411).
1.7. cláusulA de reservA de plenário
Eu diria que a cláusula de reserva de plenário é, ao mesmo tempo, importantíssima para 
quem se prepara para concursos públicos e pouco compreendida pelos candidatos!
Prevista no art. 97, da Constituição, é também chamada full bench (banco cheio).
Embora um juiz de primeira instância possa, isoladamente, declarar a inconstitucionali-
dade de uma norma (controle difuso), nos Tribunais a regra é diferente. Isto porque se prevê 
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que, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros (Plenário) ou dos membros 
do órgão especial, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
mativo poder público.
Vale lembrar que, em matéria de controle de constitucionalidade, o ordenamento brasileiro 
adota um sistema misto, abrangendo o controle difuso – de origem norte-americana – e o 
controle concentrado, sistema adotado na Europa.
O controle difuso de constitucionalidade pode ser feito por qualquer juiz ou Tribunal do 
País, enquanto o controle concentrado é realizado apenas pelo STF (guardião da Constituição 
Federal) e pelo TJ (guardião da Constituição Estadual).
Quando o controle difuso é feito por um Tribunal – ex.: STJ, TJDFT, TST –, incidirá a regra 
segundo a qual a norma somente será declarada inconstitucional se houver decisão nesse 
sentido de maioria absoluta dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial – como visto 
anteriormente, este substitui o Plenário do Tribunal.
Pensando no STJ para ilustrar, a inconstitucionalidade não poderá ser declarada por um 
ministro, pela Turma ou por uma Seção, ficando reservada à Corte Especial, uma vez que lá há 
o órgão especial.
A razão da existência da referida cláusula é a seguinte: é certo que uma decisão proferida 
por um juiz de determinada Comarca é importante. No entanto, muito mais importante é uma 
decisão proferida por um Tribunal da envergadura do STJ, pois, nesse último caso, todos os 
Tribunais inferiores indicarão o julgamento a título de orientação e exemplo.
Vale dizer, as decisões dos Tribunais são mais importantes e, por isso, não podem ser to-
madas monocraticamente ou por um pequeno número de julgadores (órgão fracionário).
Esse tema, de difícil compreensão por grande parte dos estudantes, tem direta relação 
com a Súmula Vinculante n. 10, que tem esta redação:
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
mativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Qual a razão de ser da SV n. 10?
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É o seguinte: muitas vezes, para fugir da exigência de submeter a questão relativa à in-
constitucionalidade ao Plenário – ou órgão especial –, os órgãos fracionários dos Tribunais 
(turmas, câmaras ou seções) dão ‘um jeitinho’: em vez de dizer que a norma é inconstitucional, 
eles deixam de aplicá-la. No fim das contas, só deixaram de aplicá-la por entender que era in-
constitucional...
Por fim, cabe alertar que somente será necessário submeter a questão ao Plenário – ou 
ao órgão especial – quando se entender que a norma é inconstitucional, pois todas as normas 
nascem com presunção (relativa) de constitucionalidade.
Ou seja, para se afirmar a constitucionalidade da norma, não há necessidade de uma Tur-
ma mandar o caso para o Plenário, pois estará confirmando a regra, “chovendo no molhado”.
Foi exatamente dentro dessa diferença que trabalhou o examinador de recente concurso 
para a Magistratura no DF. Na ocasião, perguntou-se a diferença entre a Interpretação Confor-
me a Constituição e a Declaração de Inconstitucionalidade Parcial sem redução de Texto.
Antes mesmo de dar a resposta, vou lembrá-lo de uma dica: todas as vezes que for indaga-
da a diferença entre institutos, você deve encontrar inicialmente a semelhança.
Isto porque as perguntas giram em torno de temas com vários pontos de intersecção.
Exemplificando, não será perguntada a diferença entre caneta e relógio. A pergunta recairia 
sobre a diferença entre tênis e sapato. Em casos assim, o candidato responderia: “embora 
ambos sejam calçados, masculino e feminino (semelhança), o tênis é utilizado para ocasiões 
mais casuais, enquanto o sapato, para eventos formais (diferença).”
Pois bem.
Voltando à questão feita no concurso do TJDFT, tanto a interpretação conforme a Consti-
tuição quanto à declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto são técnicas 
de manipulação situadas entre os limites constitucionalidade/inconstitucionalidade (elas esta-
riam dentro do grande gênero ‘sentenças intermediárias’, na subdivisão ‘decisões transitivas’). 
Além disso, as duas atuam em palavras plurissignificativas – até aqui, vimos as semelhanças!
Avançando sobre a distinção, tem-se que, na interpretação conforme a Constituição, se faz 
um juízo positivo de constitucionalidade. Em outras palavras, afirma-se a constitucionalidade, o 
que conduz à desnecessidade de remeter o caso ao Plenário (ou órgão especial, se houver).
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Já na declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, o juízo é negati-
vo. Neste caso, como se profere um juízo de inconstitucionalidade (negativo), será necessária 
a observância da regra do artigo 97, da CF, ora em estudo.
Outra coisa: é desnecessária a submissão do caso à regra da reserva de plenário na hipó-
tese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do STF ou em 
súmula desse tribunal (STF, ARE n. 914.045).
Por outro lado, nas decisões do TCUnas decisões do TCU (Súmula n. 347/STF)**, do CNJ e do CNMPdo CNJ e do CNMP, para afas-
tar a aplicação da norma entendidacomo inconstitucional, deverá ser observada a cláusula de deverá ser observada a cláusula de 
reserva de plenárioreserva de plenário.
A título de exemplo, se o CNJ fizer o controle de validade dos atos (lembre-se de que ele 
não faz controle de constitucionalidade), precisará observar a decisão de maioria absoluta do 
colegiado, para dar mais segurança jurídica à decisão (STF, PET n. 4.656).
Ah, eu tenho certeza de que você reparou no asterisco** que coloquei aí em cima. É que, 
embora a Súmula n. 347 não tenha sido formalmente cancelada, em abril de 2021, o Plenário 
do STF afastou a possibilidade de o TC fazer controle de constitucionalidade dentro de sua 
atuação (STF, MS n. 35.410).
A título de exemplo, se o CNJ fizer o controle de validade dos atos (lembre-se de que ele não 
faz controle de constitucionalidade), precisará observar a decisão de maioria absoluta do cole-
giado para dar mais segurança jurídica à decisão (STF, PET n. 4.656).
Sistematizando:
Cláusula de Reserva de Plenário
QUEM precisa observar?QUEM precisa observar? QUEM não precisa observar?QUEM não precisa observar?
- Turmas, câmaras e seções dos tribunais de 2º grau e 
de tribunais superiores;
- TCU, CNJ e CNMP.
- Turmas do STF;
- turmas recursais de juizados especiais;
- juízes de primeiro grau.
QUANDO não precisa ser observadaQUANDO não precisa ser observada QUANDO precisa ser observadaQUANDO precisa ser observada
- Decisão de interpretação conforme a Constituição.
- Se já houver decisão do órgão especial ou plenário do 
Tribunal e do plenário do STF.
- No juízo de recepção/revogação de normas pré-cons-
titucionais.
- No juízo de recepção/revogação de normas pré-cons-
titucionais.
- Afastamento, no todo ou em parte, de norma, mesmo 
sem declaração expressa de inconstitucionalidade.
- Declaração de inconstitucionalidade parcial sem 
redução de texto.
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Não há necessidade de observância da cláusula de reserva de plenário por juízes de primeira 
instância, por Turmas Recursais de juizados Especiais (embora colegiadas, são compostas 
por juízes de primeiro grau) e também pelas Turmas do STF (STF, AI n. 607.616).
1.8. FiM dAs FériAs coletivAs
A Reforma do Judiciário também extinguiu as férias coletivas nos juízos de 1º e 2º grau, ou 
seja, na 1ª e na 2ª instância a atividade jurisdicional será ininterrupta.
Por outro lado, as férias coletivas não acabaram no âmbito do STF e dos Tribunais Superio-
res. Nesses órgãos, elas continuam ocorrendo no período de 2 a 31 de janeiro e 2 a 31 de julho.
1.9. regrA do Quinto constitucionAl
Um quinto (1/5) das vagas dos TRFs, dos TJs (dos Estados e do DF), do TST e dos TRTs 
será preenchido por membros do Ministério Público e da OAB, indicados em lista sêxtupla pe-
los órgãos de representação das classes.
Mas quem seria o “órgão de representação da classe” no caso do Ministério Público?
A pergunta é importante porque a CONAMP (Associação Nacional dos membros do Minis-
tério Público) questionou no STF o fato de a Lei n. 8.625/1993 atribuir ao Conselho Superior 
do MP a tarefa de definição da lista sêxtupla. A queixa principal era o fato de o Conselho ser 
composto apenas por procuradores de justiça (e não por promotores).
No entanto, o STF entendeu não haver inconstitucionalidade alguma, especialmente por-
que, embora composto exclusivamente por procuradores de justiça, a escolha passaria por 
votação de membros de toda a carreira (STF, ADI n. 4.134).
Caso 1/5 das vagas não resulte em número inteiro, o arredondamento deve ser feito sem-
pre para cima.
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Exemplificando, no TST, onde se têm 27 ministros, 1/5 daria o resultado 5,4, que é arredondado 
para seis vagas.
Depois que o respectivo Tribunal recebe a lista sêxtupla, ele deve fazer uma votação, redu-
zindo essa lista para tríplice (três nomes).
A partir daí, competirá ao chefe do Poder Executivo escolher um dos listados, no prazo de 20 dias.
Lembro que será do presidente da República a escolha referente aos membros do TST, dos 
TRTs e dos TRFs, pois esses Tribunais integram o Poder Judiciário da União. De outro lado, 
tratando-se de Poder Judiciário Estadual (TJ), a escolha caberá ao governador.
Há, ainda, a peculiar situação do Distrito Federal. Isto porque o TJDFT também é integrante 
do Poder Judiciário da União. Assim, é do presidente da República a prerrogativa de escolher o 
membro que ocupará a cadeira do quinto constitucional no TJDF.
Em relação aos membros do Ministério Público, exige-se que eles possuam mais de 10 
anos de carreira; quanto aos membros da OAB, além do requisito anterior, também há previsão 
de que eles possuam notório saber jurídico e reputação ilibada.
Ademais, o STF entende que viola o princípio da separação dos Poderes norma de Cons-
tituição Estadual que preveja aprovação, pela Assembleia Legislativa, de candidatos do 1/5 
constitucional à vaga no TJ (STF, ADI n. 4.150).
No âmbito do STJ, não há o 1/5 constitucional, mas sim o 1/3, pois há divisão igualitária entre 
desembargadores de TJ, Juízes de TRF (Desembargadores Federais) e membros do MP/OAB.
Pergunta: há a possibilidade de o Tribunal recusar a lista sêxtupla encaminhada pelo órgão 
de classe? Em caso positivo, haveria o dever de fundamentar a recusa?
A questão foi tratada no STF diante de impasse envolvendo vaga oriunda da OAB para o 
STJ. Na ocasião, o Tribunal entendeu pela possibilidade de recusa, e pela desnecessidade de 
fundamentação quanto a ela (STF, RMS n. 27.920).
1.10. gArAntiAs dos MAgistrAdos
Os magistrados possuem basicamente três garantias, que devem ser interpretadas não 
como privilégios, mas como prerrogativas para atuarem sem medo de retaliação de detentores 
do poder econômico ou político. São elas:
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1.10.1. Vitaliciedade
É adquirida após dois anos de efetivo exercício, para aqueles que ingressam, mediante 
concurso público, na 1ª instância. Os membros que ingressam diretamente nos Tribunais, seja 
pelo quinto constitucional, seja por indicação (STF, STJ, TST, TSE etc.), são vitalícios desde a 
posse.
Lembro, ainda, que os conceitos de vitaliciedade e de titularidade não se confundem. Des-
se modo, pode um juiz titular não ser vitalício, assim como pode um juiz já vitalício ainda ser 
substituto.
Por outro lado, vitaliciedade e estabilidade apresentam algumas distinções, que já trabalhei 
anteriormente. Para se olhar para apenas uma delas, o prazo para a aquisição da estabilidade 
é bem maior – três, e não dois anos.
Fique atento(a), pois os detentores de vitaliciedade (Magistrados, membros do Ministério 
Público e dos Tribunais de Contas) mantêm as prerrogativas do cargo após a aposentadoria, 
mas uma delas – talvez a mais importante para as provas – não é mantida: o foro especial.
Então,pedimos sua atenção porque o STF entende que, com a aposentadoria, acaba o foro 
por prerrogativa de função.
Exemplificando, um ministro do STJ que estivesse respondendo a ação penal perante o STF, 
caso se aposente, o processo passará a tramitar na 1ª instância (STF, RE n. 549.560)!
Tem mais: o fato de o cargo ser vitalício não impede a aposentadoria compulsória, quando 
atingido o limite de idade previsto no inciso II do § 1º do artigo 40 da CF. Se você lembra bem, 
a EC n. 88/2015 previu que a aposentadoria compulsória acontecerá aos 70 anos de idade ou, 
havendo lei complementar, aos 75 anos.
Na prática, já existe a LC n. 152/2015, de modo que o limite de 75 anos vem sendo aplicado 
a todos os servidores e membros, não só do Executivo, valendo também para a magistratura 
ou o Ministério Público (STF, ADI n. 5.490).
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1.10.2. Inamovibilidade
Os juízes não podem ser removidos de ofício, salvo se houver motivo de interesse público. 
A decisão para afastar a inamovibilidade do magistrado será tomada pela maioria absoluta dos 
membros do Tribunal ou do CNJ. Fique de olho, pois esse quórum era de 2/3 até a EC n. 45/2004.
A questão queridinha das Bancas examinadoras nesse ponto diz respeito a outra peculia-
ridade: o STF entendeu que a inamovibilidade valeria para os magistrados titulares e para os 
substitutos. Em relação a estes, a inamovibilidade estaria na Comarca ou na Circunscrição 
(STF, MS n. 27.958).
Ilustrando, um juiz substituto que esteja lotado na Comarca de Ribeirão Preto/SP poderá subs-
tituir os Colegas que estiverem afastados, doentes, em férias etc. Contudo, não se pode exigir 
que ele deixe sua Comarca. Do contrário, ele viveria como artistas circenses, vagando de uma 
Cidade para outra.
Aproveitando que eu falei em titulares e em substitutos, a CF prevê que o juiz titular residirá 
na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal.
Obs.: � Aqui, valem duas observações: a primeira, no sentido de que só por lei complementar 
poderia ser imposta a perda de subsídio de juízes que se ausentassem das comarcas, 
de modo a ser inconstitucional o uso de provimento do TJ (ato interno) para essa fina-
lidade (STF, ADI n. 3.053); a segunda, para lembrar que o STF afastou o pagamento de 
auxílio-moradia a magistrados e a membros do Ministério Público (STF, AO n. 1.773).
1.10.3. Irredutibilidade de Subsídios
Nesse ponto, destaca-se a observância do teto do funcionalismo e o pagamento de tribu-
tos. Ademais, com base na tese de que não há direito a regime jurídico, o STF entendeu que 
magistrados não poderiam incorporar quintos incorporados em regime jurídico diverso (STF, 
RE n. 587.381).
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Para você entender melhor, vou usar meu caso como exemplo: eu era Técnico Judiciário (nível 
médio) e possuía direito a 2/5 (dois quintos) de gratificação em chefia, proporcionais ao perí-
odo em que a lei ainda permitia a incorporação. Quando virei Analista (nível superior), pude 
trazer comigo aquele valor incorporado. Contudo, ao mudar de regramento, saindo da Lei n. 
8.112/1990 para LC n. 35/1979 (Lei da Magistratura Nacional), deixei de fazer jus à incorpora-
ção, perdendo aquela parcela.
Ah, importante lembrar que verbas de caráter indenizatório (exemplo, férias pagas em pe-
cúnia) não se submetem ao teto constitucional.
Outra coisa: por não encontrar respaldo na LOMAN, é inconstitucional norma estadual que 
preveja “verba de representação” para os cargos de presidente, vice-presidente, corregedor ou 
de decano do Tribunal (o membro mais antigo), também não podendo haver a incorporação 
desses valores aos subsídios (STF, ADI n. 3.072).
Sistematizando:
Garantias dos Magistrados e do Ministério Público
VitaliciedadeVitaliciedade Adquirida após dois anos de efetivo exercício. Exce-
ção: quem ingressa diretamente nos tribunais (ex.: 1/5 
constitucional) é vitalício desde a posse.
Após a vitaliciedade, só é possível perda do cargo por 
sentença judicial definitiva.
InamovibilidadeInamovibilidade Juiz não pode ser removido de ofício, salvo delibera-
ção de maioria absoluta do tribunal ou do CNJ. Vale 
para titulares e suplentes.
Irredutibilidade de subsídiosIrredutibilidade de subsídios Subsídio não pode ser reduzido. Precisa respeitar teto 
constitucional e descontos legais. Verbas de caráter 
indenizatório podem superar teto.
1.11. proibições dos MAgistrAdos
Se, de um lado, a Constituição assegura um leque de garantias, de outro consagra diversas 
vedações, justificadas pela importante função exercida por tais agentes estatais. Veja as prin-
cipais proibições previstas no art. 95:
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1.11.1. Exercício de Outro Cargo ou Função
Veda-se o exercício de outro ofício ou profissão, ainda que em disponibilidade, salvo uma 
de Magistério.
Foi com base nesse dispositivo constitucional que o CNJ editou a Resolução n. 10/2005, 
a partir da qual se proibiu que os membros do Judiciário também integrassem a Justiça des-
portiva. Esse ato normativo foi questionado junto ao STF, que entendeu pela sua autoaplicabi-
lidade (STF, MS n. 25.938).
Quando se fala “salvo uma de Magistério”, não há uma restrição numérica, mas sim ligada à 
compatibilidade de horários, para que não haja prejuízo à função judicante (STF, ADI n. 3.126).
Ainda sobre o tema, em recente decisão, o CNJ entendeu pela proibição do exercício de 
atividades de coaching, mentoria ou similares (Resolução n. 226/2016). Em fevereiro de 2021 
foi a vez de o CNMP editar ato normativo semelhante, proibindo as mesmas atividades aos 
integrantes do Ministério Público. As alterações foram incorporadas à Resolução n. 73/2011.
Ah, considerando o entendimento do STF no sentido de que, na acumulação lícita de car-
gos públicos deve ser observado o teto de remuneração em cada cargo isoladamente e não na 
somatória dos valores, é possível que na prática o magistrado supere o subsídio mensal pago 
aos ministros do STF.
1.11.2. Quarentena de Saída
Todo cuidado é pouco aqui, pois são muitas questões cobrando este assunto: você viu que 
são exigidos três anos de atividade jurídica para o ingresso na carreira (quarentena de entrada).
Agora é hora de vermos a quarentena de saída, que nada mais é do que o período em que se 
proíbe que o magistrado exerça a advocacia no juízo ou Tribunal do qual se afastou, também 
pelo período de três anos.
Note que a restrição alcança o Tribunal de onde o magistrado se afastou, ainda que a Corte 
tenha jurisdição em todo o território nacional. Assim, poderia um ministro do STF advogar no 
STJ, por exemplo.
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Há, ainda, uma importante polêmica sobre o tema: em 2013, o Conselho Federal da OAB 
editou ato segundo o qual a proibição de advogar se estenderia a todo o escritório integrado 
pelo magistrado aposentado. 
Esse ato foi questionado junto ao STF por meio de ADPF. Ao julgá-la, o Tribunal julgou pro-
cedente, afirmando que a restrição não seria admissível. Isso porque o princípio da liberdade 
do exercício profissional (artigo 5º, XIII, da CF) até permite restrições ao exercício do trabalho, 
mas isso dependeria de reserva legal qualificada. Em outras palavras, só por lei poderia existir 
a restrição, não se admitindo o ato editado pelo Conselho Federal da OAB.
Assim, a restrição só pode alcançar o próprio magistrado que se afastou da atividade, não 
atingindo terceiros – os demais integrantes do escritório.
Nas palavras do Relator, 
por incidir severamente sobre a liberdade profissional, a vedação prescrita pelo art. 95, 
parágrafo único, V, da CF jamais poderia ser utilizada como fundamento normativo para 
a aplicação de sanções éticas em face de terceiros, que nunca tiveram vínculo algum 
com a magistratura, sob pena de se atentar contra o princípio – medular em nosso orde-
namento – da intranscendência das sanções ou das medidas restritivas de direitos (STF, 
ADPF n. 310).
1.11.3. Dedicação a Atividades Político-partidária
Para os magistrados, esta vedação já estava prevista desde o texto original da Constitui-
ção, do ano de 1988, enquanto para os membros do Ministério Público foi incluída apenas no 
ano de 2004, com a Emenda n. 45.
Um ponto importante: a vedação não persiste durante a inatividade. Ou seja, com a aposen-
tadoria do magistrado, este poderia candidatar-se a mandato eletivo.
É por tal razão, por exemplo, que se fala na possibilidade de o ministro Joaquim Barbosa ou 
qualquer outro membro do Judiciário, que esteja aposentado, lançar-se candidato.
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Sistematizando:
Proibições principais dos Magistrados e do Ministério Público
Exercer outro cargo ou funçãoExercer outro cargo ou função Não se pode exercer outro cargo ou função, ainda que 
em disponibilidade. A exceção fica por conta do magis-
tério.
CNJ e CNMP impedem atuação por coaching, mento-
ria ou similares.
Atividade político-partidáriaAtividade político-partidária Para o Judiciário, proibição está desde a origem da 
Constituição.
Para o MP, nasce com a EC n. 45/2004.
Quarentena de saídaQuarentena de saída Juízes e promotores ficam impedidos de exercer a 
advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram 
antes de decorridos três anos.
1.12. JulgAMento de Juízes e de MeMbros do Ministério público
Os juízes estaduais e os do Distrito Federal serão julgados pelos respectivos Tribunais de Justi-
ça, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
É também do Tribunal de Justiça a competência para julgar os membros do Ministério 
Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Jus-
tiça Eleitoral.
De outro lado, a questão não é tão simples quando envolver os membros do Ministério Pú-
blico da União – MPU. Inicialmente, lembro que o MPU possui quatro ramos: MP Federal; MP 
do Trabalho; MP Militar; e MP do Distrito Federal e dos Territórios.
Veja as regras:
1) o PGR será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de responsabilidade, 
pelo Senado Federal;
2) os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou superiores) serão 
julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ;
3) os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TR;
4) os membros do MPDFT são julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo TRF, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (STF, RE n. 418.852).
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Para ajudar a sistematizar, vou usar um quadro esquemático:
Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público ESTADUALMinistério Público ESTADUAL Ministério Público da UNIÃOMinistério Público da UNIÃO
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime
de responsabilidade
TJ
Em crime
de responsabilidade
Senado 
Federal
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto
crime eleitoral
Os juízes do TJDFT são julgados nos crimes comuns e nos de responsabilidade pelo próprio 
TJDFT, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; já os promotores de Justiça do MPDFT 
serão julgados pelo TRF nos mesmos crimes.
1.13. AutonoMiA AdMinistrAtivA, FinAnceirA e orçAMentáriA dos 
tribunAis
De acordo com a Constituição, cada Tribunal deve: a) elaborar seu regimento interno e 
eleger seus órgãos diretivos; b) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
c) propor a criação de novas varas; e d) prover, por concurso público, os cargos necessários à 
administração da Justiça (Ex.: analista, técnico), exceto os de confiança – que não precisam 
de concurso.
Sobre as eleições para cargos diretivos, três observações: a primeira é no sentido de que 
nada impede a criação de cargo de 2º vice-presidente – o TJDFT, por exemplo, possui – nem 
de corregedor-adjunto.
A segunda observação é para deixar claro que cabe aos desembargadores a escolha dos 
integrantes de órgãos diretivos no Tribunal, não podendo a norma estadual permitir que juízes 
vitalícios participem da eleição (STF, ADI n. 2.012).
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Quanto à terceira, o STF firmou a compreensão de que o Tribunal de Justiça tem autonomia 
para disciplinar a eleição dos seus cargos de direção (presidente, vice-presidente e correge-
dor-geral de justiça) e que todos os seus membros podem concorrer às vagas. Essa decisão é 
importante, porque o artigo 102 da LOMAN (Lei da Magistratura Nacional) dizia que os Tribu-
nais escolheriam, dentre seus juízes mais antigos, em número correspondente ao dos cargos 
de direção. Ou seja, dava-se preferência ao critério da antiguidade. 
Acontece que, segundo o STF, a regra da LOMAN não foi recebida pela CF atual. Portanto, 
deve ser prestigiada a interpretação de que, após a EC n. 45/2005, a composição da direção 
do Tribunal passou a ser ditada não apenas pela antiguidade, mas também pela eleição, não 
havendo impedimento para que todos os membros da 2ª segunda instância pudessem concor-
rer aos cargos de cúpula, não sendo válida regra que limite a elegibilidade (STF, ADIn. 3.976).
Hora de avançar.
Invocando o artigo 96, I, a, da Constituição, o STF declarou a inconstitucionalidade de por-
taria editada pelo presidente de Tribunal de Justiça, a qual estabelecia novo horário de funcio-
namento da Corte Estadual. Na ocasião, entendeu-se pela necessidade de Resolução, editada 
pelo Colegiado (e não apenas pelo presidente) para tratar sobre o tema (STF, ADI n. 2.907).
Outra coisa: exatamente por conta da autonomia administrativa do Judiciário, assim como 
no princípio da separação dos Poderes, o STF declarou a inconstitucionalidade de lei estadual 
que previa caber ao Poder Executivo fazer controle de qualidade de serviços públicos presta-
dos por órgãos do Poder Judiciário (STF, ADI n. 1.903).
Ainda segundo a Constituição, o STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça 
devem propor ao Legislativo: a) a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores; 
b) a criação de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares, bem como a fixação de 
subsídio de seus membros e dos juízes; c) a criação ou extinção dos Tribunais inferiores; e d) 
a alteração da organização e da divisão judiciárias.
Trata-se de iniciativa privativa de lei. Assim, não cabe aos outros Poderes dar início ao pro-
cesso legislativo nas matérias acima listadas.
Além disso, não se permite emenda parlamentar que provoque aumento de despesa em 
projeto de iniciativa do Poder Judiciário ou mesmo do Ministério Público (STF, ADIs n. 4.062 e 
n. 4.075).
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Embora a organização judiciária seja tratada por meio de lei em sentido formal, a jurispru-
dência do STF entende ser possível a especialização de varas também através de resolução do 
Tribunal de Justiça – e não apenas por meio de lei. Aliás, essa questão aparece frequentemente 
em provas de concursos, especialmente para cargos do Poder Judiciário (STF, HC n. 91.024).
Outra coisa: cabe aos TJs julgar os prefeitos por crimes comuns de natureza estadual, 
certo?
Acontece que o regimento interno de determinado Tribunal falava que o julgamento caberia 
à Câmara Criminal, mas, por meio de emenda parlamentar a um projeto de lei, foi modificada a 
competência para o julgamento caber ao Plenário do TJ.
Analisando a lei, o STF afirmou ser:
inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à disciplina dos regimentos internos 
dos Tribunais, por emenda parlamentar, ao projeto de lei apresentado pelo Tribunal de 
Justiça com o propósito de dispor sobre a organização judiciária do Estado, uma vez que 
violada a reserva de iniciativa disposta no art. 96, II, “d”, da CF, prevalecendo a previsão do 
Regimento Interno (STF, ADI n. 3.915).
Os Tribunais elaborarão as propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados con-
juntamente com os demais Poderes na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
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Vamos, então, para mais um quadro, esquematizando o encaminhamento das propostas 
orçamentárias:
Encaminhamento de propostas orçamentárias
No âmbito da UniãoNo âmbito da União No âmbito dos Estados, DF e TerritóriosNo âmbito dos Estados, DF e Territórios
Compete ao presidente do STF e dos Tribunais Superiores, 
com aprovação dos respectivos Tribunais.
Compete ao presidente do Tribunal de Justiça, 
com aprovação dos respectivos Tribunais.
Se os órgãos responsáveis não encaminharem as propostas dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder 
Executivo considerará os valores aprovados na LDO vigente. Ou seja: vai repetir para o ano seguinte os valores 
repassados no ano corrente (na prática, é uma punição, porque as despesas normalmente são crescentes).
Se proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com limites da LDO, o Poder Executivo poderá 
ajustar valores.
Durante a tramitação do projeto da LOA, pode o Legislativo promover cortes no orçamento do Judiciário, 
mesmo que eles sejam muito drásticos. Por essa razão, o STF negou pedido formulado pela Associação 
Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA), que pretendia a declaração de inconstitucionalidade da 
Lei n. 13.255/2016, porque ela promoveu um corte de 90% nas despesas de investimento e de 24,9% nas de 
custeio no orçamento de 2016 da Justiça do Trabalho (STF, ADI n. 5.468).
Não pode haver realização de despesas nem assunção (assumir) obrigações que extrapolem limites da LDO. 
Exceção: se houver abertura de créditos suplementares ou especiais.
Por falar em orçamento – e em dinheiro –, uma lei do Rio Grande do Norte destinava deter-
minado percentual da taxa judiciária (custas judiciais) para Escola da Magistratura.
Questionada no STF, o Tribunal entendeu que:
O funcionamento de Escola da Magistratura como órgão integrante do Poder Judiciário 
visa a aprimorar a prestação jurisdicional, o que lhe permite ser financiada também por 
recursos decorrentes da utilização de tal serviço público.
Ou seja, a validade da norma foi confirmada (STF, ADI n. 3.419).
1.14. JuizAdos especiAis
Diz o art. 98, I, da Constituição que a União, no DF e nos territórios, e os estados criarão 
juizados especiais, promovidos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações 
penais de menor potencial ofensivo.
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Os popularmente conhecidos ‘juizados de pequenas causas’ – na verdade, juizados espe-
ciais – estão inseridos na estrutura dos Tribunais de Justiça (TJ) e dos Tribunais Regionais Fe-
derais (TRF). Eles surgiram com o claro intuito de resolver as causas de menor complexidade 
de maneira mais célere.
Nesse contexto, eventual recurso contra a decisão proferida pelos juizados especiais deve 
ser encaminhado à Turma Recursal, que é composta por três juízes de primeiro grau.
Note que na turma recursal não há desembargadores e, na linha do entendimento do STF, 
elas não são consideradas Tribunais (STF, RE n. 590.409).
Avançando, o STF entende que o acesso às Turmas Recursais não caracteriza promoção, e 
sim mera designação. Em consequência, não há necessidade de observância dos critérios de 
antiguidade e merecimento.
Em outras palavras, a definição dos critérios para composição da Turma Recursal seria um 
ato interno do próprio Tribunal (STF, MS n. 28.254).
Como regra, a decisão proferida pelas turmas recursais será irrecorrível.
No entanto, havendo violação à Constituição, caberá recurso extraordinário, endereçado ao 
STF. Há também a possibilidade de impetração de habeas corpus e mandado de segurança, 
que serão julgados pelo respectivo TJ ou TRF.
Nesse ponto, uma atenção especial para as provas: está superada a Súmula n. 690/STF, 
que previa a competência do STF para o julgamento de HC ou MS impetrados contra as turmas 
recursais.
Por outro lado, mesmo que violada a legislaçãofederal, não será cabível a interposição de 
recurso especial contra decisão de turmas recursais (STJ, Súmula n. 203).
Essa observação é importante, pois o(a) aluno(a) costuma fazer um paralelo entre o recur-
so extraordinário (RE) e o recurso especial (RESP), sendo o primeiro julgado pelo STF – guar-
dião da Constituição –, enquanto o último é da competência do STJ – guardião da lei federal.
Uma pergunta: decisão de turma recursal de juizado especial que contrarie o entendimen-
to do STJ pode ser combatida através de algum recurso?
Nesse caso, deve ser feita a seguinte diferenciação:
1. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial estadual: a lei dos juizados 
especiais estaduais – Lei n. 9.099/1995 – não prevê a existência de turma de uniformização 
de jurisprudência. Em razão disso, não haveria como se combater a decisão proferida pela 
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turma recursal (ressalvado, como visto, o cabimento do recurso extraordinário por violação à 
Constituição ou a impetração do HC e do MS).
Por conta dessa falta de recurso próprio, o STF, num primeiro momento, firmou a compre-
ensão de que, se a decisão de turma recursal de juizado especial estadual contrariar a jurispru-
dência do STJ, será cabível reclamação para este tribunal (STJ) – (STF, RE n. 571.572).
Regulamentando a reclamação, o STJ editou a Resolução n. 12/2009. Contudo, no ano de 
2016, diante do excessivo número de reclamações que chegavam ao Tribunal contra decisões 
das Turmas Recursais Estaduais, o STJ editou outro ato normativo.
Pois é, atualmente, segundo a Resolução n. 3/2016 (já na vigência do Novo CPC), entende-
-se que a parte que se sentir prejudicada com a decisão de Turma Recursal de juizado Estadu-
al deve ingressar com reclamação no próprio TJ. Ou seja, o STJ empurrou esse abacaxi para 
o TJ descascar...
Então, sistematizando, caberá reclamação para o TJ Estadual (ou TJDFT) quando a decisão 
da Turma Recursal de juizado Estadual contrariar jurisprudência do STJ que esteja consolidada 
em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente de resolução de demandas repeti-
tivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial repetitivo; d) enunciados das Súmulas do STJ; 
e) precedentes do STJ.
2. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial federal: a Lei n. 
10.259/2001, que trata dos juizados especiais federais, trouxe um procedimento próprio para 
tratar da questão.
Segundo seu artigo 14, a parte que se sentir prejudicada com a decisão da Turma Recursal 
de juizado Federal poderá formular pedido de uniformização de jurisprudência para a Turma 
Regional de Uniformização de Jurisprudência (TRU). Daí, caberá novo pedido para a Turma 
Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU). Se a orientação acolhida pela Turma de 
Uniformização contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte interessada po-
derá provocar a manifestação deste (STJ), que dirimirá a divergência. Repito: a provocação do 
STJ não será feita por meio de recurso especial (STJ, Súmula n. 203).
3. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial da Fazenda Pública: a Lei 
n. 12.153/2009, que trata dos juizados especiais da Fazenda Pública, também prevê a possibi-
lidade de a questão ser submetida ao STJ, nas hipóteses de contrariedade a Súmulas do STJ, 
ou mesmo para uniformizar a orientação nas Turmas Estaduais.
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Ou seja, em linhas gerais, o procedimento se assemelha àquele usado pela Lei n. 
10.259/2001. Há diferenças, mas elas não interessam ao objetivo deste trabalho porque caem 
em concursos muito específicos.
Ultrapassada toda essa discussão, mas ainda sobre os juizados, chamo sua atenção 
para o fato de que, dentro da ideia de menor complexidade, não se insere o julgamento rela-
tivo a pedidos de indenização decorrentes das consequências danosas advindas do cigarro 
(STF, RE n. 537.427).
Em outro julgamento, o STF confirmou a constitucionalidade do art. 41 da Lei Maria da 
Penha – Lei n. 11.340/2006 –, regra que afasta da incidência dos juizados especiais o julga-
mento de crimes ou contravenções penais cometidas mediante violência doméstica contra a 
mulher (STF, HC n. 106.212).
1.15. precAtÓrios
Quando a gente fala em precatório, o(a) aluno(a) já torce o nariz. O primeiro problema que 
surge é que o candidato sequer sabe o que é um precatório.
Para piorar, as regras são realmente confusas, pois há um grande número de emendas à 
Constituição, disposições espelhadas no artigo 100 da Constituição e também em alguns pon-
tos do ADCT e inúmeras decisões judiciais relevantes, partindo do STF.
Ou seja, segure-se aí, pois a tarefa não será fácil. Ah, se você preferir pular o assunto, pode ir, 
mas saiba que as bancas examinadoras adoram cobrar questões sobre precatórios nas provas.
Começando, eu conceituaria, de maneira resumida, precatório como o meio utilizado para 
se cobrar um débito do poder público – Fazenda Federal, Estadual ou Municipal –, decorrente 
de decisão judicial.
Como eu já adiantei, há algumas emendas à Constituição tratando do tema. Eu destacaria 
a EC n. 62/2009, fruto da denominada PEC dos Precatórios – também conhecida de ‘PEC do Ca-
lote’ –, e a EC n. 94/2016, que incluiu um regime especial de pagamento para os casos de mora.
Vejamos, então, os principais pontos, que ajudarão você a se sair bem nas provas objetivas 
e discursivas.
De início, alerto que o pagamento dos débitos do poder públicos provenientes de deci-
sões judiciais deve obedecer à ordem cronológica de apresentação dos precatórios, proibida 
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a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais 
abertos para este fim. Em outras palavras, é proibido ‘furar a fila’.
Pensando em uma instituição bancária, há uma “fila normal”, uma “fila preferencial” e aquelas 
pessoas que vão resolver situações muito simples, que sequer enfrentarão qualquer fila, como 
é o caso do cidadão que quer apenas trocar uma nota de R$ 50,00, viabilizando um depósito 
no envelope no montante de R$ 30,00.
Traçando um paralelo, teríamos a situação dos credores em geral (“fila normal”), uma fila prefe-
rencial, destinada a detentores de crédito de natureza alimentícia (menor, mas continua tendo 
fila), e a situação daquelas pessoas que resolverão questões simples – os credores de RPV 
(requisições de pequeno valor).
Pois bem.
Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações 
por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,à exce-
ção da hipótese narrada logo a seguir.
Além das filas ‘normal’ e ‘preferencial’ (débitos de natureza alimentícia), há ainda o RPV, cujo 
valor varia para cada uma das esferas de governo – federal, estadual e distrital, e municipal.
Quanto à definição do RPV, o § 4º, do artigo 100, estipula que o valor mínimo será igual ao 
montante do maior benefício do Regime Geral da Previdência Social – RGPS. Com base nessa 
disposição, o STF deferiu a cautelar para suspender a aplicação de lei municipal que fixava em 
R$ 1.950,00 o marco do RPV (STF, ADPF n. 370, decisão cautelar).
Tem mais uma coisa boa no RPV (além de não entrar na fila): os estados e o DF devem 
observar o prazo de dois meses para pagamento, conforme o artigo 535 do CPC. A autonomia 
que cada ente possui se restringe à fixação do valor-teto, não para o prazo de pagamento (STF, 
ADI n. 5.534).
É certo que, em regra, não é possível o fracionamento do valor do precatório, para se re-
ceber uma parcela como RPV e o restante na fila, seja normal ou preferencial. No entanto, há 
previsão na Constituição possibilitando o fracionamento.
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A exceção fica por conta dos créditos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou 
por sucessão hereditária, tenham acima de 60 (sessenta) anos de idade, sejam portadores de 
doença grave ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei.
Nesses casos, faz-se o fracionamento, para se pagar, com preferência sobre todos os 
demais débitos, o montante relativo até o triplo do valor fixado em lei como RPV. O saldo res-
tante, por sua vez, será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
Vale lembrar que a expressão “ou por sucessão hereditária” foi incorporada pela EC n. 
94/2016, ampliando os legitimados a se beneficiarem do fracionamento do precatório. A re-
ferida Emenda também retirou o trecho “na data da expedição do precatório”, responsável por 
violar o princípio da isonomia, segundo decidiu o Supremo Tribunal (STF, ADI n. 4.425). E mais: 
incluiu os deficientes entre os beneficiados para o fracionamento dos precatórios.
Essa possibilidade de fracionamento institui uma espécie de “superpreferência”, passan-
do na frente inclusive dos créditos de natureza alimentícia, que já são colocados em ordem 
preferencial.
Mas pense aí: e se a mesma pessoa possuir dois precatórios diferentes? Ela poderá rece-
ber de modo antecipado uma parcela de cada um deles?
Analisando essa situação, o STF entendeu que sim, dizendo que não contraria a regra cons-
titucional o pagamento de mais de um precatório dentro da sistemática da “superpreferência” 
estabelecida no § 2º do artigo 100, mesmo que seja feito a um só credor e no mesmo exercício 
orçamentário (STF, RE n. 964.577).
Preste atenção no que diz o § 5º do artigo 100: é obrigatória a inclusão, no orçamento das 
entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de 
sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º 
de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores 
atualizados monetariamente.
Sobre o tema, a Súmula Vinculante n. 17 diz que durante o período previsto no parágrafo 
quinto, do artigo 100, da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que 
nele sejam pagos.
Ou seja, caso o precatório seja pago dentro do prazo constitucional especificado no pa-
rágrafo anterior, não deve o Estado pagar juros. Por outro lado, incidem juros da mora entre a 
data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório (STF, RE n. 579.431).
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Só tem mais um probleminha... e se não pagar dentro do prazo constitucional?
Nessa situação, o Tribunal decidiu que em caso de inadimplemento do prazo constitucio-
nal, os juros moratórios passam a incidir a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguin-
te ao que deveria ter sido pago o precatório. Em outras palavras, se poderia pagar até o final de 
um ano, os juros começam a partir do início do ano seguinte (STF, RE n. 940.236).
A organização da fila dos precatórios fica a cargo do presidente do Tribunal. Caso ele, 
por ato comissivo ou omissivo, retarde ou tente frustrar a liquidação regular de precatórios, 
incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacio-
nal de Justiça.
A EC n. 62/2009 trouxe ao credor a faculdade de entregar seus créditos em precatórios 
para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. Tal disposição, no entanto, de-
pende de lei a ser editada pela entidade devedora.
Tem mais: o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a 
terceiros, independentemente da concordância do devedor. Entretanto, em caso de cessão de 
um crédito “normal”, não se fala em observâncias às regras mais benéficas olhando para as 
condições pessoais do adquirente (idade avançada, doença, necessidades especiais). 
Exemplificando, se um credor de precatório possui 30 anos de idade e o crédito não possui 
natureza alimentícia, caso ele ceda o valor a que faz jus para seu avô de 90 anos, por exemplo, 
o crédito não passará a tramitar de forma prioritária, pois isso seria uma burla ao sistema.
Mas pera lá, pois pode acontecer situação inversa! Ou seja, pode o detentor de um pre-
catório de natureza alimentícia (que entra naquela fila preferencial) ceder seu crédito a outra 
pessoa e esse adquirente continuará com o benefício da fila preferencial. A esse respeito, o 
STF firmou a tese segundo a qual:
a cessão de crédito alimentício não implica a alteração da natureza (STF, RE n. 631.537).
Ah, a cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de 
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
Avançando, o STF declarou inconstitucional a EC n. 62/2009 quanto à atualização de pre-
catórios e requisições de pequeno valor pela TR, sob o fundamento de que “este referencial é 
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manifestamente incapaz de preservar o valor real do crédito de que é titular o cidadão” (STF, 
ADI n. 4.357). Em modulação de efeitos, estabeleceu-se a incidência do índice oficial de re-
muneração básica da caderneta de poupança (TR) até a data de conclusão do julgamento 
(25/3/2015). Após tal marco, a correção deveria seguir o Índice de Preços ao Consumidor 
Amplo Especial, IPCA-E.
Em outro ponto, também se declarou a inconstitucionalidade do regime de compensação 
que constava nos §§ 9º e 10, do art. 100, da CF/1988. Na ocasião, destacou-se a ofensa à 
isonomia entre o poder público e o particular, pois este não disporia de ferramenta idêntica em 
seu benefício.
Por outro lado, entendeu o STF que:
O regime ‘especial’ depagamento de precatórios para Estados e Municípios, criado pela 
EC n. 62/2009, ao veicular nova moratória na quitação dos débitos judiciais da Fazenda 
Pública e ao impor o contingenciamento de recursos para esse fim, viola a cláusula cons-
titucional do Estado de Direito (CF, art. 1º, caput), o princípio da Separação de Poderes 
(CF, art. 2º), o postulado da isonomia (CF, art. 5º), a garantia do acesso à justiça e a efeti-
vidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV), o direito adquirido e à coisa julgada (CF, 
art. 5º, XXXVI) (STF, ADI n. 4.425).
Mudando o foco, fique atento(a) quando o assunto relacionar precatórios e honorários ad-
vocatícios, certo?
É que a Súmula Vinculante n. 47 dispõe que os honorários advocatícios incluídos na con-
denação ou destacados do montante principal devido ao credor são entendidos como verba 
autônoma, de natureza alimentar.
Por conta disso, os honorários serão quitados por meio de RPV – caso se encaixem nesses 
valores – ou através de precatórios na fila preferencial.
Desse modo, pode ocorrer de o advogado receber antes de seu cliente. “Como assim?”
Imaginemos a situação em que o crédito principal (do cliente) não seja entendido como de natu-
reza alimentícia. Nessa situação, o cliente aguardará na “fila normal”, enquanto seu advogado 
receberá via fila preferencial ou como RPV, a depender do montante (STJ, RESP n. 1.347.736).
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Avançando, talvez você não saiba o que é um litisconsórcio ativo facultativo. Ele acontece 
quando várias partes brigam em conjunto (litis = disputa, consorte = que tem a mesma sorte). 
Se é ativo, significa que as partes se juntaram como autores, e não como rés (seria litiscon-
sórcio passivo).
Pois bem, então, várias partes se juntaram e entraram com uma ação judicial contra o 
poder público. Se esses autores ganharem, quando chegar a hora da execução, o pagamento 
deve ser considerado individualmente. Ou seja, os valores de cada um serão analisados para 
ver se podem ou não ser encaixados como requisição de pequeno valor.
Se você imaginar que mil pessoas entraram buscando dez mil reais numa ação contra a 
União, o total a pagar seria de R$ 10 milhões, muito longe do montante de RPV. Contudo, se eu 
pegar o valor que cada uma dessas pessoas receberá – no meu exemplo, R$ 10 mil –, elas não 
precisarão seguir a fila dos precatórios (STF, RE n. 568.645).
Continuando no mesmo raciocínio, o mesmo advogado entrou com esse processo que 
condenou a União ao pagamento de R$ 10 milhões, certo?
Pois é, acontece que na hora de receber os honorários advocatícios, o profissional não 
queria entrar na fila de precatórios, argumentando que precisou promover uma execução 
para cada litisconsorte.
No entanto, prevaleceu no STF a orientação de que os honorários sucumbenciais (valor que 
o perdedor precisa pagar de honorários para o advogado da parte vencedora) não se confun-
dem com o crédito dos autores que ganharam a ação. Isso porque a quantia devida a título de 
honorários advocatícios é uma só, fixada de forma global, e consiste em título a ser executado 
de forma una e indivisível.
Logo, se o montante superasse o valor definido como RPV, o advogado precisaria entrar na 
fila de precatórios – no seu caso, fila preferencial, porque os honorários são verba de caráter 
alimentar (STF, ARE n. 797.499).
Ressalto ainda que “as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de 
atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de preca-
tório” (STF, RE n. 852.302). Isso também se aplica às empresas públicas que prestam o serviço 
em regime de monopólio, como a Casa da Moeda (STF, RE n. 1.009.828).
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Esse benefício, todavia, não seria extensível àquelas entidades que exploram atividade 
econômica, em regime de concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos 
seus acionistas. Afastou, com base nessa premissa, a aplicação do regime de precatórios à 
Eletronorte (STF, RE n. 599.628).
Agora pense aí: uma empresa pública, entidade que atuava prestando serviço público em 
regime não concorrencial, teve valores bloqueados e penhora de recursos para pagamento de 
dívida de natureza trabalhista.
Daí, foi ao Judiciário, alegando violação à regra dos precatórios, já que a decisão judicial 
restringindo os valores estava “furando a fila” do precatório.
Ao julgar o caso, o STF entendeu que os recursos públicos vinculados ao orçamento de 
estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito 
lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicialnão podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pa-
gamento de indenizações trabalhistas, sob pena de violação aos artigos 100 (regra do preca-
tório), 2º e 60 (separação de Poderes), 37 (princípio da eficiência) e 167, que trata do princípio 
da legalidade orçamentária. O caso julgado envolvia a Companhia de Habitação do Estado da 
Paraíba (STF, ADPF n. 588).
Outra coisa (e preste atenção, porque isso pode cair nas provas de direito constitucional 
e de direito administrativo): embora a jurisprudência do STF seja no sentido da natureza au-
tárquica dos conselhos profissionais/de fiscalização – ex.: CREA, COREN –, a execução dos 
débitos desses conselhos não se submete ao sistema de precatório (STF, RE n. 938.837).
Pronto! Você viu os pontos principais dos precatórios, o que já dá munição suficiente para 
fazer uma boa prova!
2. dos tribunAis – coMposição e coMpetênciAs – Artigos 101 A 126
Aqui, o desafio não é menor do que aquele verificado ao tratarmos das Disposições Gerais. 
Isto porque a questão relativa à competência dos Tribunais tira o sono de muitos candidatos.
Vou tentar ser claro e objetivo, indo direto ao ponto, sem fugir das ‘bolas divididas’ ou dos 
temas polêmicos, ok?
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É muito comum o aluno errar questões sobre competência dos 
Tribunais, porque na hora da prova ele olha para o cargo ocupa-
do pela pessoa que será julgada, acha pomposo, e logo pensa 
que a competência deveria ser do STF ou do STJ.
É aí que mora o problema: as competências dos artigos 102 e 105 devem ser interpretadas 
restritivamente. Em outras palavras, se não está em um desses dispositivos, é porque outro 
deve ser o órgão competente para julgamento.
Quer um exemplo?
O julgamento de um HC impetrado contra Delegado de Polícia Federal, em regra, deverá ser 
julgado pela Justiça Federal de 1ª instância.
Daí o examinador vem e manda: a quem cabe julgar HC impetrado contra o Chefe da Inter-
pol no Brasil?
Você me responde:
E eu lá sabia que tinha chefe da Interpol no Brasil...
Pois é. Tem, sim. Essa função é ocupada por um Delegado de Polícia Federal. Logo,o HC 
também será dirigido ao juiz Federal de 1ª instância.
O problema é que o aluno cai no canto da sereia de dizer que a competência seria do STF...
Para não errar novamente, lembre-se sempre de que o STF e o STJ possuem pouquíssimos 
julgadores (11 e 33, respectivamente), enquanto a magistratura de 1º grau é composta por 
cerca de 16.000 juízes.
Ou seja: é muito mais lógico as coisas começarem lá embaixo do que lá no andar de cima, 
já assoberbado pela quantidade de processos que naturalmente vão para lá por conta do gran-
de rol de competências originárias e recursais.
Ah, falando nisso, competência originária é quando o processo começa diretamente no 
Tribunal. É o caso de julgamento de membros do Congresso Nacional em crimes comuns, que 
se dá no próprio STF.
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Já na competência recursal, o processo normalmente nasce na 1ª instância e vem subindo 
até chegar aos Tribunais Superiores e no STF.
Agora vem outro detalhe: a regra é o processo parar na 2ª instância (TJ, TRF, TRT ou TRE), 
até porque daí para cima nós falamos em “recursos excepcionais”.
Como assim?
Ora, pense no STJ: além das competências originárias, seus 33 ministros recebem recur-
sos vindos de todos os TRFs e TJs do país.
Se você lembrar que apenas o TJSP já conta com quase 400 desembargadores, já dá para 
ter uma ideia de que o filtro para impedir a subida deve ser muito eficaz. Do contrário, não ha-
veria como o Tribunal funcionar.
Está bem! Já falei demais! Hora de colocar a mão na massa e ver os pontos mais impor-
tantes para as provas!
Antes, só um minutinho! 
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Vou fazer uma tabela com a composição e forma de escolha de Ministros do STF e Tribu-
nais Superiores. Confira:
COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS
Tribunal Tribunal Número de IntegrantesNúmero de Integrantes Forma de escolhaForma de escolha
STF 11 Livre escolha do PR
Precisa ser brasileiro nato
Mínimo de 35 e máximo de 65 anos
Sabatina MA do Senado
STJ 33 - 1/3 entre Desembargadores TJ
- 1/3 entre Juízes de TRF
- 1/3 entre MP e OAB
Mínimo de 35 e máximo de 65 anos
Sabatina MA do Senado
TST 27 - 1/5 MP e OAB
- Demais: juízes de trabalho da car-
reira
Mínimo de 35 e máximo de 65 anos
Sabatina MA do Senado
TSE 07 - 3 Ministros STF
- 2 Ministros STJ
- 2 OAB (lista sêxtupla do STF)
Mínimo de 35 anos (sem máxima)
Não há sabatina SF
STM 15 - 10 Oficiais EMA (última patente)
- 5 civis (3 OAB, 1 MPM e 1 juiz audi-
tor)
Mínimo de 35 anos (civis)
Sabatina MS do Senado
2.1. supreMo tribunAl FederAl
2.1.1. Composição e Processo de Escolha
O STF é composto por 11 (onze) ministros, escolhidos livremente pelo presidente da Repú-
blica, entre brasileiros natos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade. Eles devem possuir 
notório saber jurídico e reputação ilibada.
Repare que não há formação de listas para a escolha do novo membro e não se fala em 
quinto constitucional.
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Por mais que isso possa ser esquisito, não se exige que o candidato seja bacharel em Direito.
Em todo o tempo de nossa República, houve a recusa de cinco nomes indicados, todas elas 
acontecidas quando o presidente da República era o marechal Floriano Peixoto (1891-1894). 
Dos cinco rejeitados, três não tinham formação em Direito.
Atendendo a regra dos freios e contrapesos (checks and balances), o nome indicado pelo 
presidente da República (Executivo) para ocupar uma cadeira no STF (Judiciário) deverá ser 
aprovado pelo voto de maioria absoluta do Senado Federal (Legislativo).
Fique atento(a), pois a aprovação do nome pelo Senado Federal acontecerá em votação 
secreta, exceção à regra das votações abertas no Parlamento.
2.1.2. Competências do STF
É certo que o STF, órgão de cúpula do Poder Judiciário, tem a missão de ser o guardião da 
Constituição Federal. A ele cabe interpretar a norma constitucional, dando-lhe os contornos e 
os limites.
Também em decorrência disso, o STF fará o controle concentrado de constitucionalidade 
quando a ofensa se direcionar à Constituição Federal. Tratando-se, no entanto, de violação à 
Constituição Estadual, caberá aos TJs realizar o controle concentrado.
Aproveitando, lembro que o controle difuso pode ser feito por qualquer juiz ou Tribunal do 
país, o que obviamente também inclui o STF. Ou seja, o Tribunal atuará nas duas frentes, como 
adiante se verá.
Antes de verificarmos o rol de competências originárias e recursais do Supremo Tribunal, 
lembro que elas deverão ser interpretadas restritivamente.
Competência Originária
O artigo 102, I, da Constituição diz que cabe ao STF processar e julgar, originariamente:
I – as ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) de lei ou ato normativo federal ou estadual e a 
ação declaratória de constitucionalidade (ADC) de lei ou ato normativo federal;
Sempre digo que as ferramentas do controle concentrado são cinco, cabendo em minha 
mão! Então, tome nota: ADI, ADO, ADC, ADPF e ADI Interventiva.
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No primeiro inciso, a Constituição trata de duas das ações: a ADI e a ADC. Não é por acaso 
que elas estão juntas: fala-se que elas são ações de sinal trocado ou efeito ambivalente.
Como assim?
Ora, a decisão em uma implica o contrário da outra.
Exemplificando, quando alguém ajuíza uma ADI, busca que a norma seja declarada inconstitucio-
nal. Se ganhar, a norma é inconstitucional; se perder, foi confirmada a constitucionalidade.
Agora, raciocinando com a ADC, o objetivo do autor é espantar as dúvidas sobre a validade 
da norma, confirmando sua constitucionalidade. Caso a ação seja julgada improcedente, isso 
significa que se declarou a inconstitucionalidade.
Avançando, eu chamo sua atenção para um detalhe: a ADI pode ser usada para questionar 
a validade de normas federais e estaduais, além das distritais de natureza estadual – a CLDF 
edita normas próprias dos Estados e dos Municípios. Por exclusão, não cabe ADI para questio-
nar normas municipais e distritais de natureza municipal (STF, Súmula n. 642).
Já a ADC somente pode ser utilizada quando a norma acerca da qual se quer confirmar a 
constitucionalidade for de natureza federal. Em outras palavras, não caberá ADC para normas 
estaduais, distritais ou municipais.
Ah, mas eu citei serem cinco as ferramentas, lembra?
A terceira, a ADO, nada mais é do que a ADI. Acontece que a inconstitucionalidade pode 
surgir por ação (a norma existe e é inconstitucional)ou por omissão (exatamente na falta da 
norma que está a inconstitucionalidade).
Então, assim como ocorre na ADI, a ADO também pode questionar omissões relativas a 
normas federais, estaduais e distritais de natureza estadual, mas não as municipais (e distri-
tais de natureza municipal).
Por sua vez, a ADPF, nascida para proteger os preceitos fundamentais – conceito abstrato, 
que vem sendo moldado pelo STF ao longo dos anos –, tem espectro bem mais amplo, po-
dendo questionar normas federais, estaduais, distritais e municipais, inclusive anteriores à 
Constituição em vigor (o que não acontece com as outras ferramentas).
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Ela (ADPF), no entanto, é regida pelo princípio da subsidiariedade. Isto implica dizer que ela 
será cabível apenas se não houver, no controle concentrado, outro meio capaz de sanar a lesão 
ao preceito fundamental tido por violado (STF, ADPF n. 266).
Sistematizando:
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO CONTROLE CONCENTRADO
Ato normativo 
questionado
ADI ADC ADO ADPF ADI no TJ
Lei ou ato Fede-
ral x CFCF
Cabe Cabe Cabe Cabe ----
Lei ou ato Esta-
dual x CFCF
Cabe ---- Cabe Cabe ----
Lei ou ato Muni-
cipal x CFCF
---- ---- ---- Cabe Cabe**22
Lei ou ato Distri-
tal x CFCF
Cabe**11 ---- Cabe**11 Cabe ----
Norma anterior 
à CFCF
---- ---- ---- Cabe ----
ObsObs11: se a norma distrital possuir natureza estadual, caberá ADI para o STF; ao contrário, se ela possuir natureza 
municipal, a ação não será cabível, devendo ser ajuizada ADI para o TJDFT (Súmula n. 642 do STF).
ObsObs22: é a única hipótese em que o TJ pode fazer controle concentrado tendo como parâmetro a CF. A norma da 
CF deve ser repetição obrigatória. Contra a decisão do TJ na ADI, seja lá qual for (constitucionalidade x incons-
titucionalidade), caberá RE para o STF.
Avançando, há nove legitimados para o ajuizamento de quatro das cinco ações do controle 
concentrado (apenas a ADI Interventiva é o patinho feio, como logo mais você verá).
Segundo o artigo 103 da Constituição, ADI, ADO, ADC e ADPF podem ser propostas pelos 
seguintes legitimados: a) presidente da República; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da 
Câmara dos Deputados; d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; e) 
governador de Estado ou do DF; f) procurador-geral da República (PGR); g) Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); h) partido político com representação no Congresso; e 
i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Olhando por outro ângulo, você pode lembrar que são três pessoas, três Mesas e três ins-
tituições. Veja:
Legitimados para ajuizamento de ADI, ADO, ADC e ADPF
3 pessoas3 pessoas 3 mesas3 mesas 3 entidades3 entidades
Presidente da República
PGR
Governador de Estado/DF
Mesa da CD
Mesa do SF
Mesa da AL ou CLDF
Conselho Federal da OAB
Partido político com representação 
no CN**
Confederação sindical ou entidade 
de classe de âmbito nacional**
Ah, os legitimados são divididos entre “universais” e “especiais”. Os especiais precisariam 
demonstrar o seu interesse no caso, a chamada pertinência temática.
No grupo dos legitimados especiais entram os governadores, as Mesas das Assembleias 
(ou da CLDF), as confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito nacional.
Exemplificando a questão do interesse, vou apresentar duas situações: na primeira, o Estado 
de Goiás editou ato normativo estabelecendo que a alíquota de ICMS de produtos vindos de 
todos os Estados seria de 10%, exceto a do DF, que ficaria em 15%. Nesse caso, há interesse do 
DF em questionar a norma? Não há dúvidas de que sim. Logo, há pertinência temática.
Já na segunda, imagine que uma Lei do Estado de Goiás conceda aumento para os servidores 
da Polícia Civil daquele Estado. Nessa situação, há interesse por parte de Minas Gerais em 
questionar a constitucionalidade da lei? Ao que parece, não. Então, não está demonstrado o 
interesse (pertinência temática).
No caso dos legitimados universais (ou neutros), inexiste a necessidade de comprovação 
da pertinência temática.
Por fim, a ADI Interventiva pode ser ajuizada pelo PGR – e apenas por ele! – para prote-
ger os princípios constitucionais sensíveis – artigo 34, VII, da Constituição. Eles carregam 
esse nome, porque, se violados, autorizam a intervenção federal. Vale pontuar que tal medida 
é considerada drástica em uma Federação, uma vez que se afasta a autonomia de um Ente 
Federado.
Pronto! Tracei linhas gerais sobre as ações do controle concentrado a serem julgadas 
pelo STF. É claro que o assunto é mais complexo, mas os outros pontos são estudados dentro 
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do controle de constitucionalidade. Minhas rápidas palavras aqui foram usadas para dar um 
norte a você.
II – nas infrações penais comuns:
a) presidente e Vice-Presidente da República (Executivo)
b) membros do Congresso Nacional (Legislativo)
c) ministros do STF (Judiciário)
d) Procurador-Geral da República (Ministério Público)
A primeira coisa que a gente precisa pontuar é que a expressão “infrações penais comuns” 
abrange os crimes eleitorais, militares e as contravenções penais (STF, RCL n. 511).
Avançando, sei que os alunos têm uma grande dificuldade em lembrar qual o órgão compe-
tente para julgar as diversas autoridades com foro especial na Constituição. Não é para menos, 
pois há um grande número de beneficiados e também falta uma sistematização do texto.
Antes de começarmos a destrinchar os artigos 102 e 105 da CF – competência originária 
do STF e do STJ –, eu queria sistematizar para você, na forma de quadros esquemáticos, o 
julgamento das autoridades dos três Poderes, além dos membros do Ministério Público, dos 
Tribunais de Contas e trabalhar com outras “pegadinhas do Malandro” que possam surgir, ok?
Repare bem na minha promessa: você vai ver todo mundo que tem foro especial, em todos 
os Poderes, em todas as esferas de governo de uma vez só! Partiu?
PODER EXECUTIVO
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Crimes de ResponsabilidadeCrimes de Responsabilidade
Presidente e vice-presidente 
da República
STF Senado Federal
Governador de estado/DF STJ
Tribunal Especial, previsto na Lei n. 1.079/1950 
(não é na AL/CLDF)
Prefeitos
TJ/TRF/TRE (depende 
da natureza da infra-
ção)
Crime de responsabilidade próprio (punido com 
perda do mandato): Câmara Municipal
Crime de responsabilidade impróprio (punido com 
reclusão): TJ/TRF/TRE
De todas as autoridades listadas, o presidente da República é o único agente político que não responderá perante 
a Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992). Isso porque o ato contra a probidade administrativa, para 
ele, caracteriza crime de responsabilidade, podendo ser processado perante o Senado (STF, PET n. 3.230).
Ah,para que fique claro: ação de improbidade não tem natureza penal e o processo tramita na 1ª instância.
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PODER JUDICIÁRIO
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Crimes de ResponsabilidadeCrimes de Responsabilidade
Ministros do STF STF Senado Federal
Ministros de
Tribunais Superiores
STF STF
Desembargadores de
TJ/TRF/TRE/TRT
STJ STJ
Juízes federais,
militares e do trabalho
TRF (ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral)
TRF (ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral)
Juízes dos estados e do DF
TJ (ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral)
TJ (ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral)
PODER LEGISLATIVO
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Quebra de decoro (não há crime de Quebra de decoro (não há crime de 
responsabilidade para parlamentares)responsabilidade para parlamentares)
Deputados federais e senadores STF Respectiva Casa
Deputados estaduais e distritais TJ Respectiva Casa
Vereadores Não têm foro especial Respectiva Casa
Já vimos dos três Poderes, mas não vou parar por aqui, porque não posso deixar você na mão!
MINISTÉRIO PÚBLICO
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Crimes de ResponsabilidadeCrimes de Responsabilidade
Procurador-geral
da República (PGR)
STF Senado Federal
Membros do MPUMPU que oficiem 
perante Tribunais (Superiores e de 
2ª instância, desde que da União)
STJ STJ
Membros do MPUMPU que oficiem na 1ª 
instância (MPF/MPT/MPM/MPDFT)
TRF (ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral)
TRF (ressalvada a competên-
cia da Justiça Eleitoral)
TodosTodos os membros do MP EstadualMP Estadual 
(PGJ, procuradores de justiça e pro-
motores de justiça)
TJ (ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral)
TJ (ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral)
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TRIBUNAIS DE CONTAS
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Crimes de ResponsabilidadeCrimes de Responsabilidade
Membros do TCU STF STF
Membros do TCE/TCDF/TCM STJ STJ
OUTRAS AUTORIDADES
AutoridadeAutoridade Crimes ComunsCrimes Comuns Crimes de ResponsabilidadeCrimes de Responsabilidade
Ministros de Estado e
comandantes do EMA
STF
Sem conexão com presidente ou 
vice-presidente: STF.
Com conexão com presidente ou 
vice-presidente: Senado Federal.
Advogado-geral da União (AGU) STF Senado Federal
Chefes de missão diplomática 
de caráter permanente
STF STF
Membros do CNJ/CNMP
Não foi dado pela CF. Eventual foro 
dependerá do cargo de origem.
Senado Federal
Vice-governador Pode ser dado pela CE/LODF Pode ser dado pela CE/LODF
Secretários de Estado Pode ser dado pela CE/LODF Pode ser dado pela CE/LODF
Chefes das polícias Pode ser dado pela CE/LODF Pode ser dado pela CE/LODF
Ufa! Que maratona!
Hora de avançar e voltar para a competência originária do STF!
Para você não ficar perdido(a), vou recuperar o texto do artigo 102, I, da CF que coloquei 
anteriormente, que diz caber originariamente ao STF processar e julgar,
II – nas infrações penais comuns:
a) presidente e Vice-Presidente da República (Executivo)
b) membros do Congresso Nacional (Legislativo)
c) ministros do STF (Judiciário)
d) Procurador-Geral da República (Ministério Público)
Sempre associei as autoridades aí de cima como as do 1º Escalão da República! Eu pensa-
va assim: o pessoal do 1º escalão responde no STF por apenas um crime, o comum.
Seguindo, no crime de responsabilidade (impeachment), a competência nesse caso passa 
a ser do Senado Federal, como se vê no artigo 52, incisos I e II, da Constituição.
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Mas há uma ressalva: os Parlamentares se submetem a um regramento diferente, uma vez 
que eles não respondem por crime de responsabilidade, mas sim por quebra de decoro parla-
mentar, na respectiva Casa.
Fique de olho, pois o artigo 51, I, da Constituição, exige autorização de 2/3 da Câmara dos 
Deputados para abrir processo contra o presidente, o Vice e os ministros de Estado. Dada a 
autorização, a competência para julgamento será do STF (crimes comuns) ou do Senado Fe-
deral (crimes de responsabilidade).
Aliás, basta prestar atenção ao noticiário para relembrar essas regras. Nunca antes na his-
tória deste país houve tanta movimentação do direito constitucional aplicado à prática. Quando 
você pensar que está ruim para você, imagine a situação dos professores da disciplina...
Um alerta: a competência originária do STF é para julgar crimes comuns, certo? Logo, 
não é só porque há importantes autoridades da República no processo que a competência 
será do STF.
Em outras palavras, o STF não será competente para o processo e o julgamento de causas 
de natureza civil que não se achem inscritas no texto constitucional (ações populares, ações 
civis públicas, ações cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares), 
mesmo que instauradas contra o presidente da República ou contra qualquer outra autoridade 
(STF, PET n. 1.738).
Tem uma exceção ao que falei aí em cima: quem julga ação de improbidade administrativa 
contra ministros do STF é o próprio Tribunal, para que não haja uma subversão à ordem do 
sistema (STF, PET n. 3.211).
Outra coisa: se um processo começou na 1ª instância e, durante as investigações (exem-
plo, interceptações telefônicas), fortuitamente se descobriu o envolvimento de autoridade com 
foro especial no STF, deve o juiz imediatamente remeter os autos ao STF.
Ao contrário, ou seja, se ele continuar coletando provas relativas à autoridade com foro es-
pecial, ocorrerá a usurpação de competência, contaminando a prova colhida. Ah, se o juiz agir 
dentro do esperado (remessa dos autos ao STF), a prova até ali produzida será mantida (STF, 
INQ n. 3.732).
Por outro lado, é importante lembrar que a orientação atual do STF é no sentido de que, 
em regra, se houver mais de um réu e apenas alguns tiverem foro especial no STF, ocorrerá o 
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desmembramento. Ou seja, o STF vai julgar a autoridade com foro e os demais investigados 
serão julgados na 1ª instância.
Mas há um detalhe que você precisa saber: exclusivamente o STF (nunca o juiz de 1º grau) 
pode dizer se é ou não caso de desmembramento. Ou seja, o certo é mandar tudo para o STF 
e, se for o caso, ele devolve para a 1ª instância o julgamento das pessoas sem foro especial 
(STF, INQ n. 3.983).
Agora vem a ‘cereja do bolo’: na Ação Penal n. 937, após intensos –e ‘calorosos’ – de-
bates, o STF acabou decidindo que, em relação aos Parlamentares Federais, o foro especial 
no STF estava limitado a fatos praticados durante o mandato e que tivessem relação com 
o mandato.
Em outras palavras, afastou-se o entendimento que vigorava até ali. Antes, era seguida a 
regra do artigo 53 da Constituição, segundo a qual o foro especial começava com a expedição 
do diploma (antes da posse), sem distinguir se o crime teria ocorrido antes ou depois, ou mes-
mo se tinha algum tipo de relação com o mandato.
Repito: a regra atual é no sentido de RESTRINGIR o foro especial a fatos ocorridos durante 
o mandato e relacionados ao mandato. Os demais fatos seriam remetidos à Justiça de 1º grau.
Outra coisa: para evitar manobras tendentes a escapar do julgamento perante o STF, foi fir-
mada a seguinte tese: após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de 
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o 
cargo que ocupava.
Ou seja, se o processo chegasse à fase de alegações finais, eventual renúncia ou qualquer 
outra circunstância (ou manobra) não deslocaria o julgamento para a 1ª instância. Ao contrário, 
o processo seria concluído no STF.
Mas sempre tem detalhe: em caso de “mandato cruzadomandato cruzado”, a competência continuará sendo 
do STF. 
E o que é mandato cruzado?
É o seguinte: se o acusado era deputado federal e depois se torna senador ou vice-versa. 
Nessa situação, o processo estava no STF e ali vai continuar, sem descer para a 1ª instância 
mesmo após o término do primeiro mandato (STF, PET 9.189).
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Ah, mas tem um assunto que a gente precisa enfrentar, pois ele tomou conta do noticiário 
e certamente será explorado pelas bancas: o inquérito instaurado pelo STF para apurar fake 
news e ameaças contra membros da Corte e seus familiares.
A medida foi bastante contestada na comunidade jurídica, especialmente depois de o PGR 
ter pedido o arquivamento do caso. Vale lembrar que o Ministério Público é o titular da ação 
penal.
Pois é, mas o Tribunal afastou todas as teses contrárias à validade do inquérito.
A uma, negou-se violação ao princípio acusatório, esclarecendo que o STF agiu numa fun-
ção atípica na seara investigativa, agindo com base na Portaria do Presidente e no artigo 43 do 
Regimento Interno do Tribunal, que teve sua constitucionalidade confirmada.
A duas, afastou-se a possível violação ao princípio do juiz natural. Apontava-se a existência 
de irregularidade no fato de o presidente do Tribunal ter indicado o ministro Alexandre de Mo-
raes, sem fazer distribuição automática mediante sorteio. A esse respeito, prevaleceu a orien-
tação segundo a qual o inquérito deve ser presidido pelo presidente da Casa, mas ele pode 
indicar outro ministro para agir sob sua delegação. Assim, não haveria necessidade de sorteio.
A três, porque não se falava em violação ao sistema de visão restritiva das competências 
originárias, pois estava em jogo o próprio funcionamento de um dos Poderes da República, de 
modo que a ação do Tribunal estava amparada pelo sistema de freios e contrapesos, próprio 
da separação de Poderes.
Ao final, lembrou-se que os atos do Tribunal não estavam imunes à fiscalização dos outros 
Poderes e do próprio Ministério Público, além do que os investigados teriam preservadas as 
garantias constitucionais, inclusive o direito de defesa (STF, ADPF n. 572).
III – nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade:
a) ministros de Estado e os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
b) membros dos Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e STM);
c) membros do TCU;
d) chefes de missão diplomática de caráter permanente.
Aí em cima eu falei que as autoridades do 1º Escalão da República seriam julgadas pelo 
STF por um crime (o crime comum), não foi?
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Pois é, seguindo na sistematização, chegamos às autoridades do 2º escalão. Aqui, a regra 
será a seguinte: as autoridades do 2º escalão serão julgadas no STF por dois crimes, o comum 
e o de responsabilidade.
Se você não entendeu, pense aqui comigo: no Executivo, quem está abaixo do presidente 
e do Vice (1º escalão)? Os ministros de Estado, certo?! Mais: no organograma do Judiciário, 
quem está abaixo do STF? Se você respondeu os Tribunais Superiores, acertou.
Ah, considerando o que diz o artigo 73, § 3º, da Constituição, se os ministros do TCU têm 
os mesmos direitos e prerrogativas dos ministros do STJ, eles também devem ser julgados no 
STF pelos crimes comuns ou de responsabilidade.
Fazendo esse raciocínio, o único ‘estranho no ninho’ para decorar seria o dispositivo que 
trata dos chefes de missão diplomática de caráter permanente, que pouco cai em provas.
Em relação aos ministros de Estado, algumas observações devem ser feitas: a) se o crime 
de responsabilidade for praticado em conexão com o presidente ou Vice-Presidente da Repú-
blica, os ministros de Estado serão julgados pelo Senado Federal, e não pelo STF; b) equipa-
ram-se a ministro de Estado o presidente do Banco Central e o advogado-geral da União (AGU), 
entre outras autoridades.
Destaque-se que o AGU, embora seja equiparado a ministro de Estado, possui duas impor-
tantes distinções: a idade mínima para ocupar o cargo é de 35 anos, enquanto para os outros 
ministros de Estado se exige o mínimo de 21 anos. Além disso, no crime de responsabilidade, 
estando ou não em conexão com o presidente, o AGU será julgado pelo Senado Federal (artigo 
52, II, da Constituição).
IV – o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas anteriormente listadas e o mandado 
de segurança e habeas data contra atos do presidente da República, das Mesas da Câmara e do 
Senado, do TCU, do PGR e do próprio STF;
V – os litígios (disputa processual) entre Estado estrangeiro ou organismo internacional vs União, 
Estados, DF e Territórios;
Repare no detalhe: se o conflito envolver município ou pessoa (natural ou jurídica) domici-
liada no País versus Estado estrangeiro ou organismo internacional, a competência para julga-
mento será do juiz Federal de 1ª instância – art. 109, da Constituição. E o recurso cabível con-
tra a decisão proferida por esse juiz Federal será julgado pelo STJ – recurso ordinário, previsto 
no art. 105, II, da Constituição.
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Do contrário, se a disputa envolver Estado estrangeiro ou Organismo Internacional contra 
União, estados, DF ou territórios, o processo já começa direto no STF.
Sistematizando:
Competência para julgamento de ações envolvendo 
Estado Estrangeiro (EE) ou Organismo Internacional (OI)
Situação Quem julga?Quem julga? Caberecurso?Cabe recurso?
EE ou OI x U, E, DF ou TU, E, DF ou T STF Não
EE ou OI x M ou PessoaM ou Pessoa Juiz Federal Sim. RO para o STJ
Ah, os outros países têm a chamada imunidade de jurisdição. Sabe o que isso significa? É 
que não há a possibilidade de execução judicial contra Estados estrangeiros, exceto na hipó-
tese de expressa renúncia, por eles, a essa prerrogativa (STF, ACO n. 709).
VI – as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o DF, ou entre uns e outros, inclu-
sive as respectivas entidades da Administração Indireta;
Esse é o chamado conflito federativo. Vou exemplificar com uma hipótese de concretização 
de tal competência originária:
o IPVA é um tributo de competência estadual. Assim, buscando recolher IPVA sobre os carros 
e motos pertencentes à Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) – empresa pública federal –, 
os estados ingressam com ação judicial diretamente no STF.
Ah, sobre esse tema, o STF entende que os Correios possuem imunidade tributária recípro-
ca, não precisando pagar o IPVA sobre seus veículos.
Tem mais: esse raciocínio vale tanto para as atividades prestadas em regime de mono-
pólio (entrega de correspondências gerais) quanto para a entrega de encomendas expressas 
(SEDEX), nas quais os Correios concorrem com empresas privadas (FEDEX, TAM Cargo etc.).
Prevaleceu no STF a orientação segundo a qual a “vantagem” que os Correios ganham ao 
não serem tributados serve para compensar os prejuízos que a empresa toma dentro da entre-
ga de correspondências (STF, ACO n. 765).
Cá para nós, tem horas que o concurseiro precisa respirar fundo, porque é eita atrás de eita, 
não é mesmo?
Eu digo isso porque, num primeiro momento, o STF entendia (passado) que conflito de 
atribuições entre membros do MPU e do MP Estadual deveria ser dirimido pelo próprio STF, por 
envolver conflito federativo. Aplicava-se, assim, a regra do artigo 102, I, f, da CF.
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Pois é, mas depois o Tribunal mudou de orientação, passando a entender que o procurador-
-geral da República é quem deveria dirimir conflitos de atribuições entre os membros do MP Fe-
deral e o MP Estadual (STF, ACO n. 1.567). É certo que não faltaram críticas à nova orientação, 
porque o membro do MP Estadual não possui nenhum vínculo de subordinação ou hierarquia 
com o PGR, que chefia apenas o MPU.
Em nova mudança, operada a partir de voto proferido pelo ministro Alexandre de Moraes 
(que foi do MP-SP), o STF atualmente entende que esse conflito deve ser resolvido é pelo 
CNMP. Armaria, nãm!
Explicando em juridiquês, por não ter vinculação direta com qualquer dos ramos dos Minis-
térios Públicos dos entes federativos, mas sendo por eles composto, o CNMP possuiria isen-
ção suficiente para definir, segundo as normas em que se estrutura a instituição, qual agente 
do Ministério Público tem aptidão para a condução de determinado inquérito civil.
Invocou-se o § 2º do art. 130-A, segundo o qual é competência do CNMP o controle da 
atuação administrativa do MP e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Dentro desse controle, caberia ao Conselho zelar pela autonomia funcional e administrativa do 
MP, bem como pela legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos 
do MPU ou do MP Estadual, entre eles, aqueles atos que originaram o conflito de atribuições. 
Trocando em miúdos, ficou vencedora a tese segundo a qual a solução de conflitos de 
atribuições entre ramos diversos dos Ministérios Públicos pelo CNMP é a mais adequada, 
pois reforça o mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações 
administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar ou ferir 
a independência funcional (STF, ACO n. 843).
Resumo da ópera: conflito de atribuições entre membros do MPU e do MP Estadual não 
vai nem para o STF nem para o PGR. Agora, seu destino é ser dirimido pelo CNMP. 
Em minha humilde opinião, acho que a solução atual ficou bem melhor do que a anterior...
Seja como for, minha ideia aqui é dar subsídio para você resolver a sua prova, de modo que 
os apontamentos aí de cima serão mais que suficientes.
Outra coisa: não é qualquer alegação de conflito federativo que começa direto no STF. Para 
que isso aconteça, não pode haver “mera oposição de interesses entre unidades da Federação” 
(STF, ACO n. 2.713), devendo existir risco de abalo ao pacto federativo (STF, ACO n. 2.991).
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Ah, talvez você vá lembrar que havia previsão de realização do Censo do IBGE no ano de 
2020, mas acabou passando para 2021. Acontece que em 2021 o governo federal nada fez, 
realocando o orçamento que era previso para a pesquisa. Daí, a PGR ajuizou ação cível originá-
ria, alegando que a inércia da administração federal sobre a organização, o planejamento e a 
execução do Censo configurariam conflito federativo.
Ao acolher o pedido, o STF afirmou que a falta de realização dos atos administrativos e 
da alocação de recursos destinados à realização do censo demográfico apresentaria fator de 
potencial desestabilização do pacto federativo. Também se reputou ilegítima a escolha política 
que inibe a produção de dados demográficos essenciais ao acompanhamento dos resultados 
das políticas sociais do Estado brasileiro.
Em consequência, determinou-se a adoção de medidas administrativas e legislativas ne-
cessárias à realização do Censo Demográfico do IBGE no ano de 2022 (STF, ACO n. 3.508).
Antes de seguir para a próxima competência originária, um lembrete: ao estudar os remé-
dios constitucionais, você viu que, em regra, não há foro especial para o julgamento de ação 
popular.
Entretanto, já naquele momento eu falei que, se a ação popular envolvesse sobre conflito 
federativo (exemplo: União x estado; estado x estado; estado x DF), a competência para julga-
mento seria do STF, originariamente.
Foi o que aconteceu, a título de exemplo, com o processo envolvendo a demarcação da reserva 
indígena Raposa Serra do Sol, conflito que envolvia a União e o estado de Roraima (STF, PET n. 
3.388). A mesma lógica vale também para a transposição do Rio São Francisco (STF, ACO n. 684).
VII – extradição solicitada por Estado estrangeiro.
O julgamento de extradição compete ao STF. Honestamente, não é tão difícil assim lem-
brar, pois com razoável frequência você assiste pelo noticiário informações envolvendo extra-
dições julgadas pelo STF. Foi assim, por exemplo, no caso Cesare Battisti (STF, EXT n. 1.085).
O que eu quero destacar para você é que a EC n. 45/2004 transferiu do STF para o STJ a 
competência para julgamento de homologação de sentença estrangeira e para a concessão 
de exequatur.
Ficou com dúvida sobre o que significa exequatur? Dê uma olhadinha nos comentários que 
fiz lá na competência originária do STJ...
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Seguindo, lembre-se de que a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou 
ter filho brasileiro não impede a extradição (STF, Súmula n. 421).
No caso envolvendo o julgamento do ativista italiano Cesare Battisti, o Ministério da Jus-
tiça havia concedido refúgio político, o que se apresentava como impedimento ao pedido de 
extradição formulado pela Itália.
No referido julgamento, o STF entendeu, num primeiro momento, que o deferimento de re-
fúgio político é um ato administrativo vinculado, e que na hipótese não havia correspondência 
entre os motivos declarados para a concessão do benefício e o suporte legal que autorizava o 
refúgio. Em consequência, afastou o refúgio.
Com isso, era possível a análise da pretensão de extradição. Quanto a esse pedido, o Tri-
bunal pontuou que o presidente da República não possuiria discricionariedade na decisão de 
extradição – ou não – de estrangeiros, devendo observar as disposições porventura constan-
tes em tratados internacionais celebrados com outros países. Ou seja, o presidente estaria 
vinculado ao tratado internacional, se existente (STF, EXT n. 1.085).
Nessa ocasião, o STF disse que o caso envolvia crimes complexos (misto de crime comum 
e político), mas que prevalecia a natureza comum das infrações, o que autorizaria a extradição. 
Como é de conhecimento notório, o então presidente Lula negou o pedido de extradição, in-
vocando uma das exceções previstas no acordo internacional firmado entre o Brasil e a Itália.
Contra essa decisão, o governo italiano acabou reclamando junto ao STF, alegando des-
cumprimento da decisão do Tribunal. No entanto, acabou prevalecendo a tese de que a Itália 
não teria legitimidade para contestar um ato de soberania emanado do presidente da Repú-
blica, mantendo Cesare Battisti no País. Tem mais: eventual irresignação da Itália deveria ser 
levada ao Tribunal Internacional de Haia, sendo incompetente o STF (STF, RCL 11.243).
Por sua vez, na vigência do mandato do presidente Temer, houve nova análise da questão, 
sendo deferida a extradição. No entanto, por meio de liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, 
Battisti foi mantido no Brasil (STF, RCL n. 29.066).
Em mais um capítulo da novela, no final de 2018 o ministro Luiz Fux cassou a liminar e au-
torizou a extradição, determinando a prisão do italiano. O fundamento foi no sentido de que o 
presidente da República teria legitimidade para entender de modo diverso do chefe de Estado 
anterior, sendo válida a determinação de extraditar.
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Já em janeiro de 2019, Battisti foi capturado quando se encontrava na Bolívia, sendo efeti-
vamente extraditado para a Itália.
Por oportuno, é importante lembrar que o outro país, quando solicita a extradição, com-
promete-se a não aplicar uma das penas aqui proibidas. O destaque é relevante, uma vez que 
Battisti teria sido condenado à prisão perpétua na Itália pelos quatro crimes de homicídio que 
teria praticado ou participado.
VIII – o habeas corpus, quando a autoridade coatora (impetrado) for Tribunal Superior ou o paciente 
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF;
Repare o que diz a Súmula n. 606, do STF:
Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Ple-
nário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Se você não entendeu muito bem, pode deixar que eu vou decodificar: não cabe o HC para 
o Plenário quando o pedido em outro HC foi negado pela Turma. É a típica situação em que 
a pessoa foi presa pelo juiz de primeira instância e veio subindo “de casinha em casinha” até 
chegar ao STF. E, quando uma das Turmas recebeu o HC, acabou negando o pedido.
Nesse caso, a Turma agiu em nome do Tribunal. Eventual aceitação de um HC contra a 
decisão da turma criaria uma instância a mais dentro do próprio STF.
Hipótese diversa é aquela na qual o constrangimento ilegal, passível de cabimento do HC, 
nasce no STF. É o que acontece, por exemplo, se o próprio STF determina a prisão de uma 
autoridade com foro especial. Em tal situação, supondo que a ordem de prisão tenha sido pro-
ferida pela 1ª Turma do STF, nada impede que a defesa impetre HC dirigido ao Plenário.
Outro caso de afastamento da proibição imposta pela Súmula n. 606 foi aquele no qual um 
ministro do STF, dentro da chamada Operação Lava Jato, homologou colaboração premiada de 
um dos acusados, o que foi questionado pela defesa de outro réu (HC n. 127.483, STF).
Em relação à figura do habeas corpus substitutivo de recurso ordinário, há uma cisão: o STF o STF 
vinha negando sua aceitação, mas em 2018 o Plenário passou a admitirpassou a admitir (STF, HC n. 152.752). 
Porém, no STJ ainda prevalece a orientação de que a parte deve interpor o recurso ordinário no STJ ainda prevalece a orientação de que a parte deve interpor o recurso ordinário 
(ROHC) contra decisão que indefere HC na instância inferior, não se conhecendo pedido formula-
do em HC substitutivo (STJ, HC n. 637.012).
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Aragonê, o que eu respondo na prova? 
Você dançará conforme a música... ops, conforme o enunciado. Se perguntarem de acordo 
com o STJ, vá pela negativa; se perguntarem segundo o STF, pela aceitação. Se não citarem o 
Tribunal, vá pelo STF.
Mais duas pegadinhas: a Súmula n. 690 do STF dizia competir originariamente ao STF o jul-
gamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais.
Eu destaquei a expressão no passado para lembrar a você que essa súmula foi cancelada. 
Então, se alguém quiser impetrar um HC contra decisão de turma recursal de juizado especial, 
deve ir ao TJ ou ao TRF. Era tanto caso de menor importância chegando ao STF que o Tribunal 
optou por cancelar o entendimento.
A segunda pegadinha é bem mais importante, muito mais cobrada nas provas e um pouqui-
nho mais chata de entender. Vou começar colocando o que diz a Súmula n. 691 do STF. Veja:
Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator 
que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Pense aí quantas vezes você viu pela imprensa algum figurão que foi preso por juiz de 
primeiro grau e, poucos dias depois, os advogados estavam com HC já no STF... Como isso 
é possível?
Nesses casos, normalmente, os advogados entram com um HC pedindo o deferimento da 
liminar, uma espécie de adiantamento do pedido principal (a gente chama de mérito).
Negada a liminar, o caminho natural é a defesa esperar o julgamento do mérito para só en-
tão, se for indeferido, “subir” para o degrau de cima no organograma do Judiciário.
Pois é, mas às vezes os advogados adotam uma postura mais ousada, entrando com outro 
HC na instância superior contra a decisão que negou a liminar, sem esperar o julgamento do 
mérito. É o que a gente chama de entrar com uma liminar contra decisão que negou a liminar.
Em tal situação, acaba que, havendo negativas sucessivas, rapidinho se chega ao STF.
Exatamente para frear essa manobra que nasce a Súmula n. 691. Vamos relembrá-la:O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HENRIQUE BRAGA FARIAS - 90479017204, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator 
que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Ou seja, o STF está sinalizando que é para a defesa esperar os trâmites normais.
Mas há duas possibilidades de relativizar o que consta na súmula: o Tribunal analisará o 
HC impetrado contra decisão que indefere liminar se a ilegalidade for flagrante ou se a decisão 
de prisão for teratológica (esquisitona, “sem noção”).
IX – a revisão criminal e a ação rescisória de seus próprios julgados.
Cada Tribunal julga suas próprias revisões criminais, ações rescisórias, mandados de se-
gurança e habeas data. Aqui vale o ditado popular, “roupa suja se lava em casa”.
Dentro dessa diretriz, uma ação rescisória contra decisão do STJ será julgada pelo próprio 
STJ. Um mandado de segurança contra ato do TSE deve ser julgado por esse Tribunal etc.
Então, cabe ao STF julgar as revisões criminais e as ações rescisórias quando o questiona-
mento recair sobre decisões da própria Corte.
X – a reclamação para a preservação de sua competência;
Muita atenção com o instituto da reclamação, devido à sua alta incidência nas provas.
A primeira coisa a saber é qual a sua natureza jurídica. Em outras palavras, o que ela é para 
o direito?
O STF entende que a reclamação tem natureza jurídica de direito de petição (STF, ADI n. 2.212).
Avançando, a reclamação é usada para: a) garantir a correta aplicação de uma Súmula 
Vinculante; b) preservar a autoridade das decisões de um Tribunal; e c) para preservar a com-
petência de um Tribunal.
Mas cuidado com uma coisa: o STF entende que a reclamação só é cabível quando a parte 
tiver esgotado todos os recursos ordinários na causa em que proferido o ato supostamente 
contrário à autoridade de decisão do STF.
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Exemplificando, numa situação em que o STF julgue recurso extraordinário (RE) com reper-
cussão geral, a decisão daí decorrente vincularia as demais esferas do Judiciário. No entanto, 
caso um Tribunal de Justiça deixe de seguir a orientação como deveria, teoricamente caberia a 
reclamação (eu disse teoricamente, pois, como você viu, o Tribunal entende que a parte deveria 
seguir primeiro os caminhos ordinários, passando pelos Tribunais abaixo dele primeiro).
A orientação é para evitar que haja uma inversão na pirâmide do organograma do Judiciá-
rio, com o STF chamando para si assuntos que seriam de competência de outras instâncias e 
dos Tribunais Superiores (STF, RCL n. 24.686).
Indo além, firmou-se tese no sentido de que:
Não caberá reclamação por inobservância a precedente com repercussão geral reconhe-
cida (a) enquanto couberem recursos na instância de origem, não se considerando entre 
esses os chamados “recursos facultativos” (embargos de declaração; embargos de diver-
gência; embargos do art. 894, II, da CLT; entre outros), e (b) quando a decisão comportar 
recurso para o Supremo (STF, RCL n. 27.798).
XI – a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, 
e aquela em que mais da metade dos membros do Tribunal de origem estejam impedidos ou sejam 
direta ou indiretamente interessados;
Sobre o tema, é importante ficar atento à Súmula n. 731/STF, segundo a qual é de compe-
tência originária do STF saber se, em face da Lei Orgânica da Magistratura (LOMAN), os juízes 
teriam direito à licença-prêmio.
Outra coisa: o fato de ter ocorrido decisão administrativa de um Tribunal, da qual haja 
participado a maioria ou a totalidade de seus membros, não gera, por si só, a competência ori-
ginária do STF para julgar mandado de segurança com base nesse dispositivo constitucional 
(Súmula n. 623/STF).
Foi também baseado no interesse de todos os membros da magistratura que se decidiu no 
STF a questão relativa ao pagamento de auxílio-moradia para juízes e para membros do MP. 
Após alguns anos de concessão da verba com base em decisão cautelar, acabou sendo veda-
do o pagamento, exceto em situações muito restritas.
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XII – os conflitos de competência entre o STJ e quaisquer Tribunais, entre Tribunais Superiores, ou 
entre estes e qualquer outro Tribunal;
Lá no item sobre o conflito federativo falei sobre conflito de atribuições e agora veremos 
sobre conflito de competência.
Vamos diferenciar os dois: o conflito de competências envolve, de ambos os lados, órgãos 
do Judiciário. Podem ser dois Tribunais, dois juízes ou um Tribunal versus um juiz.
Por sua vez, no conflito de atribuições, de um ou dois lados estão órgãos administrativos. 
Assim, ficaria órgão administrativo x órgão administrativo (exemplo: MPF x MPE) ou órgão 
administrativo x órgão judicial.
Tanto num quanto noutro caso o conflito pode ser positivo (ambos querem atuar) ou nega-
tivo (ninguém quer atuar). Pense aí qual o que normalmente acontece... Costumo brincar que 
ninguém quer ser pai de menino feio... rsrs.
Sendo ainda mais claro, no conflito positivo de competência, dois juízos se declaram ao 
mesmo tempo competentes, enquanto no negativo ambos se dizem incompetentes para apre-
ciar aquele caso.
Nesses vários anos como concurseiro e como professor de cursos preparatórios, já vi um 
montão de questões sobre o tema.
Pensando nisso, tentei criar um “método” para ajudar você a responder às perguntas que 
aparecem principalmente nas provas objetivas.
Funciona assim: basta você pensar que o Judiciário é uma família. Isto porque nas famílias 
também surgem (e muito) conflitos, que precisam ser resolvidos para a convivência harmoniosa.
Então, haverá algumas diretrizes, como você pode ver a seguir:
1) a regra básica para resolução de conflito de competência é encarar o Poder Judiciário 
como uma grande família.
2) O grande patriarca seria o STF. Ele só será incomodado se o conflito envolver um de 
‘seus filhos’. Ou seja, se um Tribunal Superior estiver na jogada.
Ex.: conflito entre TST x STJ; STJ x TRT; TRE x STM etc.
3) Entre ‘pai e filho’ não há conflito, pois quem manda é o pai (ou a mãe). Assim, não existe 
conflito, por exemplo, entre STF x STJ; TST x TRT; TSE x TRE; STJ x TJ; STJ x TRF.
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4) Quando o conflito envolver ‘irmãos’, o pai será chamado. Desse modo, conflito entre 
TJGO x TJSP é resolvido pelo STJ; entre TRT/MG x TRT/DF é resolvido pelo TST; entre 
TRF/1ªRegião x TRF/2ª Região é resolvido pelo STJ.
5) Se conflito envolver ‘filhos de pais diferentes’ – primos ou tio/sobrinho –, a competên-
cia será do STJ. Desse modo, conflito entre TJ x TRE; TRT x TRF; JD x JF; juiz do trabalho 
x juiz Federal; TRF x JT; TRT x JE; TRE x JD serão todos resolvidos pelo STJ.
6) Conflito de competência entre juiz Federal e juiz de juizado Especial Federal deve ser re-
solvido pelo TRF e não mais pelo STJ (STF, RE n. 590.409). O mesmo raciocínio se aplica 
na esfera estadual. Assim, conflito entre juiz Estadual x juiz de juizado Especial Estadual 
será dirimido pelo respectivo TJ.
7) O CNJ nunca resolve conflito de competência (lembra que ele não tem jurisdição?!).
Voltando, após essa análise “rigorosamente científica”, o STF só julgará conflito de compe-
tência se um dos Tribunais Superiores estiver envolvido.
Ah, se você não se lembrar de nada do que eu expliquei, marque que a competência será 
do STJ, pois você provavelmente vai acertar...
Aproveitando, lembro que atualmente o STF entende que compete ao CNMP julgar confli-
tos de atribuições entre membros do MP Federal x MP Estadual.
XIII – o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do 
presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas dessas Casas legislativas, do TCU, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio STF.
XIV – as ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e contra o Conselho Nacional do Mi-
nistério Público (CNMP).
Todo cuidado é pouco com esse dispositivo, esquecido pelos alunos, mas muito lembrado 
pelos examinadores...
É o seguinte: quando o CNJ e o CNMP foram criados (EC n. 45/2004), atribuiu-se ao STF a 
competência originária para julgar ações contra esses Conselhos. O problema é que começa-
ram a chegar muitos processos...
Daí veio uma interpretação restritiva da parte do STF: o termo “ações” passou a ser enten-
dido como “ações constitucionais”, restringindo o acesso ao Tribunal apenas para julgamento 
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de Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Injunção e Mandado de Segurança. Resumindo, 
ficariam apenas os remédios constitucionais (HC, HD, MI e MS).
Ou seja, não seria competência do STF julgar ações ordinárias contra o CNJ (STF, AO n. 
1.706).
No entanto, numa reviravolta ocorrida em novembro de 2020, em decisão majoritária, pre-
valeceu a tese de que compete exclusivamente ao STF processar e julgar ações ordinárias 
contra decisões e atos administrativos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho 
Nacional do Ministério Público (CNMP) proferidas no âmbito de suas atribuições constitucio-
nais (STF, ADI n. 4.412). 
Assim, não há mais distinção se a ação é ordinária ou um remédio constitucional. O julga-
mento estará sempre dentro da competência originária do STF.
Vamos partir para analisar as competências recursais do STF. 
Competência Recursal
Se na competência originária o processo começava no STF, a competência recursal é aque-
la na qual a ação se iniciou em outro local e depois chegou ao Tribunal.
A competência recursal do STF se manifesta por meio de dois instrumentos: o recurso or-
dinário (RO) e o recurso extraordinário (RE).
Ao contrário do que você possa imaginar, esses recursos não vêm apenas de Tribunais 
Superiores. Eles podem vir de um Tribunal de 2ª instância ou até mesmo lá da 1ª instância, 
subindo direto para o STF.
Eu digo isso, porque quando iniciei minha ‘carreira de concurseiro’, eu olhava para o orga-
nograma do Judiciário e imaginava que o processo caminhava “de casinha em casinha” até 
chegar lá em cima. Quando me dei conta de que às vezes ele “pulava casinha”, vi que as dificul-
dades seriam maiores do que eu imaginava...
Vou começar pelo recurso ordinário, ok? Depois a gente segue para o recurso extraordinário...
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Recurso Ordinário (RO)
De acordo com o artigo 102, inciso II, da Constituição, cabe ao STF julgar, em recurso 
ordinário (RO):
I – os habeas corpus (HC), mandados de segurança (MS), habeas data (HD) e os mandados de 
injunção (MI) decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
Dois pontos para chamar sua atenção: primeiro que, dos remédios constitucionais, só faltou a 
ação popular. Então, a lista contempla os quatro restantes, que são o HC e o HD, o MS e o MI – 
prefiro organizar de dois em dois pelas letras iniciais.
O segundo ponto de destaque é que o RO só cabe contra decisões denegatórias, ou seja, aque-
las que indeferem o pedido da parte dentro do remédio constitucional.
Nesse contexto, caso, por exemplo, o STJ conceda um HC, não será cabível a interposição de 
recurso ordinário (RO). Poderá a parte prejudicada interpor recurso extraordinário (RE), caso 
preencha uma das hipóteses previstas no art. 102, III, do texto constitucional.
II – o crime político.
Lembra quando falei que às vezes o processo começava na 1ª instância e subia direto para 
o STF? Olha isso acontecendo agora...
O julgamento de crimes políticos se inicia perante a Justiça Federal de 1º grau – art. 109, 
da Constituição. Se a parte quiser interpor recurso, deverá usar o RO, a ser julgado diretamente 
pelo STF, sem passar pelo TRF ou pelo STJ. Em outras palavras, o processo vai “pular casinhas” 
no organograma do Judiciário.
Recurso Extraordinário (RE)
O recurso principal do STF, sem dúvidas, é o RE. Também, por isso, ele é muito mais citado 
nas provas.
Segundo o artigo 102, III, da Constituição, caberá ao STF julgar, em recurso extraordinário 
(RE), as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
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I – contrariar dispositivo da Constituição Federal;
II – declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
III – julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal;
IV – julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Os incisos I a III não geram muitas controvérsias, pois ou se fala na Constituição Federal 
(I e III) ou se fala em declaração de inconstitucionalidade. Em outras palavras, você mataria a 
questão com mais facilidade, até porque sabe que o STF é o guardião da Constituição e que 
ele constantemente declara inconstitucionalidade das normas.
O problema maior está no inciso IV. Deixe-me explicar: até a EC n. 45/2004, cabia ao STJ, por 
meio de Recurso Especial (RESP), julgar a validade de lei local contestada contra lei federal.
E por qual razão a competência passou para o STF?
É que, se uma lei estadual está em confronto com uma lei federal, a briga na verdade gira 
em torno da repartição de competências, tema tratado a partir do artigo 21 da Constituição 
(aquele tema que você adora... SQN!).
Então,no fundo, uma das normas acabará sendo declarada inconstitucional, por invadir 
competência própria da outra.
Se isso não pareceu fácil para você, lembre-se de que a própria Constituinte de 1988 errou, 
colocando para o STJ julgar o recurso.
Ah, o STF entendeu que, com a promulgação da EC n. 45/2004, os processos em curso 
deveriam ser, desde logo, remetidos ao novo órgão competente.
Em razão disso, os recursos especiais que tratavam de lei local x lei federal passaram a ser 
julgados pelo STF dentro do RE. Em contrapartida, as homologações de sentença estrangeira 
e a concessão do exequatur (que saíram do STF e passaram a ser da competência do STJ), 
foram encaminhadas do STF para o STJ.
Tem mais umas coisinhas... Na verdade, ao menos duas súmulas do STF que precisam ser 
explicadas. Veja.
A regra é de que o RE deve ser interposto no prazo de quinze dias úteis, segundo o Códi-
go de Processo Civil (CPC). Contudo, será de apenas três dias o prazo quando o RE se voltar 
contra decisão do TSE, sendo que a contagem se inicia a partir da publicação do acórdão, na 
própria sessão de julgamento (STF, Súmula n. 728).
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Se o TJ deferir, por meio de acórdão (decisão colegiada), a intervenção do estado em um 
município, a referida decisão não poderá ser questionada por meio de RE (STF, Súmula n. 
637). Isto em razão da autonomia do Ente federado.
Repercussão Geral
A partir da EC n. 45/2004, foi criado um novo requisito de admissibilidade do recurso ex-
traordinário: a parte recorrente precisa demonstrar a repercussão geral das questões constitu-
cionais discutidas no caso.
A demonstração de repercussão geral funciona como um filtro, evitando que o STF julgue 
processos que não tenham importância (os famosos casos de briga de vizinhos por conta de 
papagaio, entre outros...).
O instituto da repercussão geral foi regulamentado pela Lei n. 11.418/2006 e, num primeiro 
momento, foi inserido nos artigos 543-A e 543-B do Código de Processo Civil de 1973, revoga-
do no ano de 2015, pela Lei n. 13.105/2015 (“Novo CPC”).
No Novo CPC o instituto foi mais bem destrinchado em seu artigo 1.035, cabendo aqui 
destacar que a parte deverá, na petição do RE, demonstrar que o seu recurso possui questões 
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico (para gravar mais fácil, eu 
sempre associava à sigla JEPS).
Seguindo, o próprio CPC reconhece a existência de repercussão geral quando o recurso se 
voltar contra acórdão (decisão colegiada) que contrariar súmula ou jurisprudência dominante 
do STF ou ainda que tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, 
nos termos do artigo 97 da Constituição (cláusula de reserva de plenário) – artigo 1.035, § 3º.
Avançando, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que não 
é cabível a reclamação para corrigir eventual equívoco na aplicação da repercussão geral pela 
Corte de origem (STF, RCL n. 9.540).
Tem mais: a decisão proferida pelo Plenário do STF em RE julgado sob a sistemática da 
repercussão geral vincula os demais órgãos do Judiciário.
Ah, não cabe reclamação para o STF alegando que o tribunal não observou precedente 
firmado em repercussão geral: (a) enquanto couberem recursos na instância de origem; e (b) 
quando a decisão comportar recurso para o Supremo (STF, RCL 27.798).
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Os demais detalhes da repercussão geral eu acredito que não devam ser tratados neste 
momento, pois estão mais ligados ao direito processual civil...
Súmulas Vinculantes
As súmulas são orientações que os Tribunais emitem a respeito do que entendem a respei-
to de determinadas matérias. Elas podem ser emitidas por todos os Tribunais. Nas provas, as 
mais importantes são as editadas pelo STF e pelo STJ.
Se o concurso também cobrar direito do trabalho e processual do trabalho, as Súmulas 
do TST e as Orientações Jurisprudenciais (OJs) emitidas por esse Tribunal também serão de 
especial importância para a sua prova!
Pois bem.
A EC n. 45/2004 introduziu no ordenamento jurídico brasileiro a figura da súmula vinculan-
te. Ela se assemelha ao instituto do ‘stare decisis’, originário do direito norte-americano.
Na Constituição, a matéria é tratada no artigo 103-A. Ela também foi regulamentada pelo 
legislador, com a edição da Lei n. 11.417/2006.
Seguindo, o STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 (dois ter-
ços) de seus membros, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Vou decompor as informações que estão no parágrafo anterior, ok?
Primeira coisa: a súmula pode ser proposta, revista ou cancelada, tanto pelo próprio STF, 
(agindo de ofício) quanto pelos legitimados para o ajuizamento da ação direta de inconstitu-
cionalidade (ADI) – artigo 103, da Constituição.
O rol de legitimados definido na Constituição foi ampliado pela Lei n. 11.417/2006, que 
introduziu, por exemplo, os Tribunais Superiores e os de 2ª instância.
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Vamos fazer um bate bola entre a legitimação da Constituição e a da lei:
Legitimação para proposta de edição, revisão e cancelamento de súmulas vinculantes
Artigo 103, da CFArtigo 103, da CF Artigo 3º, da Lei n. 11.417/2006Artigo 3º, da Lei n. 11.417/2006
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal; 
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso 
Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de 
âmbito nacional.
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil;
VI – o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso 
Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de 
âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal;
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça 
de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tri-
bunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do 
Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribu-
nais Militares.
§ 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao 
curso de processo em que seja parte, a edição, a revi-
são ou o cancelamentode enunciado de súmula vin-
culante, o que não autoriza a suspensão do processo.
Fique atento(a) para um ponto muitíssimo importante para as provas: caso não concorde 
com o teor da súmula vinculante, o legitimado deverá se valer do instrumento próprio, chama-
do de pedido de revisão ou de cancelamento, não sendo cabível o ajuizamento de ação direta 
de inconstitucionalidade ou de qualquer outra ferramenta do controle concentrado (nem mes-
mo a arguição por descumprimento a preceito fundamental – STF, ADPF n. 147), tampouco o 
recurso extraordinário (STF, PET n. 4.556).
Ah, para que seu pedido (de revisão ou de cancelamento) seja admitido, o autor deverá 
demonstrar que houve: a) mudança na legislação; b) alteração na jurisprudência do STF; ou c) 
alguma modificação concreta no panorama que evidencie a necessidade do pedido.
Em outras palavras, o mero inconformismo com o teor da súmula vinculante não autoriza 
o acolhimento da proposta.
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Poder Judiciário
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Exemplificando, a Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL) 
ingressou com pedido de revisão/cancelamento da Súmula Vinculante n. 11, que trata do uso 
de algemas. Contudo, o STF não conheceu do pedido, porque não foi demonstrada nenhuma 
das três hipóteses supracitadas (STF, PSV n. 13).
Avançando, é bom dizer que o quórum de 2/3 dos votos equivale a 8 ministros, sendo exi-
gido tanto para a edição, quanto para a revisão e o cancelamento da súmula.
Outra coisa é a necessidade de delimitar quem será atingido pela Súmula, ficando a 
ela vinculado.
Quanto ao Poder Judiciário, note que o texto constitucional fala em “demais órgãos”, o 
que exclui da vinculação o próprio STF. Também, pudera, porque o Tribunal é o responsável por 
rever ou cancelar a súmula, lembra?!
No Poder Executivo, a vinculação é, como se diz lá na Paraíba, de cabo a rabo. Em outras 
palavras, alcança todas as esferas de governo (federal, estadual, distrital e municipal), sem 
distinção entre Administração Direta ou Indireta.
É no Poder Legislativo que sua atenção deve ser redobrada. Isto porque na função típica 
de legislar não há vinculação!
Com efeito, se a atividade legislativa ficasse vinculada, haveria uma fragilização no siste-
ma dos freios e contrapesos. Então, nada impede que o legislador atue dentro de sua missão 
constitucional, podendo, inclusive, editar normas contrárias ao texto da súmula vinculante.
Nas funções atípicas, o Legislativo deverá respeitar o comando da súmula, ficando a ele vincu-
lado. Quer um exemplo para você não esquecer?
Pois bem. A Súmula Vinculante n. 13, que trata da proibição da prática popularmente chamada 
de nepotismo, vale também para o Legislativo. Isto se deve ao fato de a contratação de pesso-
al estar inserida dentro da atividade de administrar, atípica para o Legislativo.
Aliás, essa ideia – de não vinculação do Legislativo na função típica de legislar – também vale 
para as decisões no controle concentrado.
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Ou seja, as decisões do STF em ADI, ADC, ADO e ADPF, embora sejam dotadas de efeito vincu-
lante, não impedirão a edição de norma em sentido contrário. A eventual vinculação conduziria 
ao fenômeno da fossilização da Constituição.
Ah, a Súmula começa a valer a partir da data de sua publicação na imprensa oficial.
Outra coisa: suponhamos que uma súmula vinculante deixe de ser aplicada quando deveria ou 
ainda seja aplicada quando não deveria. O que fazer nesse caso?
Nessa hipótese, abre-se a possibilidade de a parte usar a reclamação.
Mas, como você viu lá em meus comentários sobre a competência originária do STF (especifi-
camente quanto à reclamação), o STF entende que a reclamação só é cabível quando a parte 
tiver esgotado todos os recursos ordinários na causa em que proferido o ato supostamente 
contrário à autoridade da Súmula Vinculante.
A orientação é para evitar que haja uma inversão na pirâmide do organograma do Judiciário, 
com o STF chamando para si assuntos que seriam de competência de outras instâncias e dos 
Tribunais Superiores (STF, RCL n. 14.343).
Tem mais: a reclamação não pode ser usada quando se alegar desrespeito a súmula do STF 
que não seja vinculante, viu (STF, RCL n. 3.284).
2.2. conselHo nAcionAl de JustiçA
Eu não tenho medo de dizer que o CNJ é o assunto do Judiciário mais explorado pelas 
bancas examinadoras.
Então, é claro que você deve ficar de olhos bem abertos, né?!
Vamos lá!
O CNJ foi criado pela EC n. 45/2004, sendo o órgão competente fazer o controle da atu-
ação administrativa e financeira do Poder Judiciário, além de zelar pelo cumprimento dos 
deveres funcionais se seus membros (e não dos servidores, repare).
Desde o nascimento, o CNJ despertou uma série de polêmicas. A primeira era para sa-
ber sobre sua constitucionalidade. O STF entendeu que sim, que o Conselho é compatível 
com a Constituição.
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Além disso, você deve ficar ligado, pois frequentemente ouvimos que o CNJ é um órgão de 
controle externo. Nada disso! Ele faz o controle interno do Poder Judiciário, tanto que está na 
lista de órgãos do Judiciário, previsto no artigo 92 da Constituição.
Um detalhe importante: o controle feito pelo CNJ recai sobre quase todos os órgãos do 
Judiciário. Isso porque ele alcança a Justiça da União e a Estadual, não importando se comum 
(federal e estadual) ou especializada (trabalhista, eleitoral e militar).
Opa, eu falei quase todos... Pois é, porque o STF e os seus ministros não são controlados 
pelo CNJ. Na verdade, é o contrário que acontece, pois em muitos casos caberá ao STF rever 
os atos e decisões do CNJ.
2.2.1. Composição e Atribuições
O CNJ é composto de quinze membros, sendo que a maior parte (nove) é de membros 
oriundos do Poder Judiciário. Os outros seis virão do Ministério Público (dois), de representan-
tes da OAB (dois) e de cidadãos (dois), sedo um indicado pela Câmara dos Deputados e outro 
pelo Senado Federal.
A EC n. 61/2009 especificou que o Conselho será presidido pelo presidente do STF.
A modificação foi necessária, porque no texto anterior constava apenas que o CNJ seria 
presidido por um ministro indicado pelo STF. Na prática, o CNJ passava alguns meses sendo 
presidido por outro ministro, que não o presidente do STF, pois os mandatos (ambos de dois 
anos) não eram coincidentes.
Agora, deixando a questão mais clara, o presidente do STF preside também o CNJ e, em 
suas ausências, ele será substituído pelo Vice-Presidente do STF.
Outra inovação trazida pela EC n. 61/2009 foi a retirada dos limites etários exigidos para a 
participação no CNJ. Agora, não há mais idade mínima ou máxima, antes fixadas respectiva-
mente em 35 e 66 anos.
Já que do Tribunal mais importante (STF) saiu o presidente, caberá ao ministro indicadopelo STJ a função de Corregedor do CNJ. Durante o exercício do mandato, esse ministro não 
participa da distribuição de processos no Tribunal.
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Cada membro exercerá mandato de dois anos, admitida uma recondução. Fica de fora des-
sa regra o presidente. Isso porque ele exercerá o cargo enquanto permanecer na Presidência 
do STF seja qual for o prazo.
Há também a previsão de que o PGR e o presidente do Conselho Federal da OAB oficiarão 
perante o CNJ. A ausência de uma dessas autoridades, no entanto, não invalida as decisões 
proferidas (STF, MS n. 25.879).
Vejamos a composição de maneira detalhada:
Composição do CNJ
01 Presidente do STF  presidirá o Conselho
01 Ministro do STJ  atuará como Corregedor Indicado pelo STJ
01 Ministro do TST Indicado pelo TST
01 Desembargador de TJ Indicados pelo STF
(o braço estadual fica com o STF)01 Juiz estadual (1ª instância)
01 Juiz de TRF (2ª instância) Indicados pelo STJ
(o braço federal fica com o STJ)01 Juiz federal
01 Juiz de TRT (2ª instância) Indicados pelo TST
(o braço trabalhista fica com o TST)01 Juiz do Trabalho
01 Membro do MPU Indicado pelo PGR
01
Membro do MP dos estados, escolhido dentre os indi-
cados pelo órgão competente de cada MP estadual
Escolhido pelo PGR
02 Advogados
Indicados pelo Conselho Federal da 
OAB
02 Cidadãos (notório saber jurídico + reputação ilibada)
Indicados:
um pelo Senado Federal
um pela Câmara dos Deputados
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Olhando por outro ângulo, veja que nove Conselheiros virão do Judiciário e outros seis vêm 
de fora. Confira:
Composição do CNJ
Nove vindos do Judiciário Ministro STFMinistro STF Desembargador TJ Juiz de Direito
Ministro STJMinistro STJ Desembargador TRF Juiz Federal
Ministro TST Desembargador TRT Juiz do Trabalho
Seis vindos de fora 2 Membros do Ministério 
Público
Indicados pela PGR
2 Advogados Indicados pelo Conselho 
Federal da OAB
2 Cidadãos Indicados um pela CD e 
outro pelo SF
CNJ será presidido pelo Presidente do STF. Em sua ausência, será substituído pelo vice-presidente do STF.
Ministro oriundo do STJ será o corregedor do CNJ.
Não há mais idade mínima ou máxima para ingresso no CNJ.
Vou repetir aqui algo que já falei ali em cima, ao tratar do STF: a Constituição diz que cabe 
originariamente ao STF julgar as ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e contra 
o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
É o seguinte: quando o CNJ e o CNMP foram criados (EC n. 45/2004), atribuiu-se ao STF a 
competência originária para julgar ações contra esses Conselhos. O problema é que começa-
ram a chegar muitos processos...
Daí veio uma interpretação restritiva da parte do STF: o termo “ações” passou a ser enten-
dido como “ações constitucionais”, restringindo o acesso ao Tribunal apenas para julgamento 
de Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Injunção e Mandado de Segurança. Resumindo, 
ficariam apenas os remédios constitucionais (HC, HD, MI e MS).
Ou seja, não seria competência do STF julgar ações ordinárias contra o CNJ (STF, AO n. 
1.706).
No entanto, numa reviravolta ocorrida em novembro de 2020, em decisão majoritária, pre-
valeceu a tese de que compete exclusivamente ao STF processar e julgar ações ordinárias 
contra decisões e atos administrativos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho 
Nacional do Ministério Público (CNMP) proferidas no âmbito de suas atribuições constitucio-
nais (STF, ADI n. 4.412). 
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Assim, não há mais distinção se a ação é ordinária ou um remédio constitucional. O julga-
mento estará sempre dentro da competência originária do STF.
Seguindo em frente, o § 4º do artigo 103-B da Constituição prevê que, além de outras atri-
buições que possam ser previstas pelo Estatuto da Magistratura, caberia ao CNJ:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, po-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos 
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive 
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro 
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência discipli-
nar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a determinar a 
remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativasremoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso 
de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de 
tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por uni-
dade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do 
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do presidente 
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da 
sessão legislativa.
Pois bem. Vou fazer algumas ponderações rápidas sobre as atribuições de maior destaque 
e maior incidência nas provas.
Acerca do que consta no inciso I, tanto o CNJ quanto o CNMP podem editar atos regu-
lamentares, muitas vezes na forma de resolução. Elas – as resoluções – terão status de ato 
normativo primário, por retirarem sua força normativa diretamente da Constituição.
Em outras palavras, na “Pirâmide de Kelsen”, as resoluções estarão situadas no mesmo 
patamar hierárquico das leis ordinárias e complementares, ficando abaixo da Constituição, das 
emendas à Constituição e das normas supralegais.
Aliás, exatamente por serem considerados atos normativos primários é que as resoluções 
podem ser questionadas via ADI (ou as outras ferramentas do controle concentrado). Foi por 
essa razão que se ajuizou ADI questionando a legitimidade da resolução nascida no CNJ e que 
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acabou dando ensejo à edição da Súmula Vinculante 13, que veda a prática do nepotismo em 
toda a Administração.
Partindo para o que consta no inciso II, lembro que o CNJ não pode fazer controle de 
constitucionalidade, seja difuso ou concentrado (STF, MS n. 28.872). Contudo, em decisão de 
bastante relevância para as provas, o STF entendeu que o CNJ pode deixar de aplicar norma 
que entenda ser inconstitucional.
O caso julgado envolvia uma determinação dada pelo CNJ para que um TJ exonerasse ser-
vidores nomeados sem concurso público para cargos em comissão que não se amoldavam às 
atribuições de direção, chefia ou assessoramento.
Frisou-se que a decisão do CNJ não configuraria controle de constitucionalidade, sendo 
exercício de controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário (STF, PET n. 
4656/PB).
Já no inciso III se fala da possibilidade de o CNJ aplicar penalidades aos magistrados – 
lembre-se de que tal hipótese não se estenderia ao STF ou aos seus ministros.
O primeiro ponto que você precisa lembrar é que a reforma da Previdência, trazida pela EC 
n. 103/2019, retirou da Constituição a aposentadoria compulsória com proventos proporcio-
nais como forma de punição a magistrados.
Antes dessa modificação, falava-se no texto constitucional que o CNJ poderia aplicar 
penalidades como remoção, disponibilidade e aposentadoria compulsória com proventos pro-
porcionais.
Agora, o texto constitucional cita apenas a “remoção, disponibilidade e outras sanções 
administrativas”.
Você lembra que o CNJ não possui jurisdição, certo?
Em razão disso, o Conselho não pode aplicar a pena de demissão de magistrados, na me-
dida em que ela (a demissão) depende de decisão judicial transitada em julgado.
Ah, é importante destacar que a atuação do CNJ não é subsidiária, mas, sim, concorren-
te. Isso autoriza a que ele apure independentemente da ação da Corregedoria do Tribunal de 
origem. (STF, MS n. 28.620).
Outro dispositivo exaustivamente cobrado pelas Bancas Examinadoras é o inciso V, que 
trata da possibilidade de o CNJ rever os processos disciplinares de magistrados julgados há 
menos de um ano.
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Dentro da premissa de que a atuação da Corregedoria do Tribunal não impede a atuação 
do CNJ, seja concomitante, seja posterior, é assegurada ao Conselho a atribuição de rever os 
PADs que tenham tramitado internamente. A deflagração do processo pode ocorrer por inicia-
tiva do próprio Conselho ou mediante provocação de algum interessado.
Fique atento(a) a um detalhe: quando está revendo processos disciplinares julgados nas 
Corregedorias, o CNJ tem o limite de um ano. Por outro lado, quando exerce a sua competên-
cia originária para a apuração disciplinar, não haverá o parâmetro temporal de um ano (STF, 
MS n. 34.685).
Há, ainda, a previsão de que a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará 
ouvidorias de justiça competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer inte-
ressado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário ou contra seus serviços auxiliares, 
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
Tem mais: qualquer pessoa é parte legítima para representar ilegalidades perante o CNJ, 
porque a apuração é de interesse público (STF, MS n. 28.620).
2.3. superior tribunAl de JustiçA
O STJ foi criado pela Constituição de 1988, nascendo da necessidade de desafogar o STF, 
que antes era competente para cuidar tanto da matéria constitucional, quanto da infraconsti-
tucional.
Sua missão principal é zelar pela correta aplicação da legislação federal e evitar decisões 
conflitantes entre os Tribunais de todo o Brasil.
Assim, posso fazer um paralelo dizendo que o STF é o guardião da Constituição Federal e 
que o STJ é o guardião da lei federal.
Antes de 1988, havia um TFR (Tribunal Federal de Recursos). Não confunda com os TRFs, 
hein? Eles também foram criados com a Constituição atual.
Então, a Constituição, de uma só tacada, extinguiu o TRF e criou o STJ e os cinco TRFs.
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2.3.1. Composição
Lá na parte das disposições gerais, eu falei sobre a regra do quinto constitucional. Ele exis-
te em quatro Tribunais: TST, TRT, TRF e TJ.
No STJ, por sua vez, o que a gente tem é o terço constitucional.
Como assim?
Veja só: o artigo 104 da Constituição prevê que o STJ será composto de no mínimo 33 mi-
nistros, sendo assim escolhidos:
• 1/3 (um terço) entre desembargadores dos TJs;
• 1/3 (um terço) entre desembargadores dos TRFs;
• 1/3 (um terço), em partes iguais, entre advogados e membros do Ministério Público, 
alternadamente.
Algumas ponderações: a primeira, no sentido de que a Constituição chamou os desem-
bargadores Federais de “Juízes de TRF”. Então, cuidado para não confundir juiz Federal (1ª 
instância) com juiz de TRF (2ª instância). Aliás, se pode complicar, para que facilitar, seria tão 
mais fácil se tivessem chamado de desembargadores Federais...
Outra coisa: os membros da OAB e do MP não foram quinto constitucional porque, como 
você viu, eles ficam com um terço das vagas. Sei que na matemática 1/3 dividido por dois dá 
1/6. Só que isso é na matemática...
Falo assim porque em provas não é correta a afirmação de que cada classe (OAB e MP) 
ficaria com 1/6 das vagas por uma simples razão: a metade de 11 ministros (1/3) não resulta 
num número inteiro (5,5). O que aconteceria com meio ministro?
Então, na prática, há uma vaga rotativa, de modo que uma hora a OAB tem seis membros e 
o MP tem cinco. Depois, eles vão alternando.
Tem mais um detalhe: a Constituição diz que o STJ terá no mínimo 33 ministros, certo? 
Então, é possível a ampliação desse número sem a necessidade de EC, bastando a edição de 
lei ordinária.
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Vou explicar agora como funciona o preenchimento da vaga.
É o seguinte: quando a vaga for de membro oriundo do TJ ou TRF, os ministros do STJ 
(Tribunal Pleno) elaborarão uma lista contendo o nome de três candidatos (lista tríplice) e en-
caminharão ao presidente da República, para que ele escolha um dos nomes.
De outro lado, tratando-se de vaga pertencente ao terço constitucional (MP ou OAB), a res-
pectiva classe elaborará uma lista contendo o nome de seis candidatos (lista sêxtupla). Ela é 
enviada para o STJ e os ministros (Tribunal Pleno) escolherão três nomes. Daí, a nova lista (ago-
ra tríplice) é enviada ao presidente da República, para que ele escolha um dos nomes.
Após escolher o nome, o presidente submete-o ao Senado Federal, para que este possa 
aprovar/desaprovar a escolha. Para ser aprovado, o candidato deve obter votofavorável da 
maioria absoluta dos membros.
Fique atento(a), pois antes da EC n. 45/2004 a aprovação do nome se dava por decisão de 
maioria simples dos Senadores. Agora, a maioria simples só existe para a escolha de ministros 
civis do STM e para os ministros escolhidos pelo presidente da República no TCU.
Uma indagação: pode o STJ não escolher nenhum dos nomes constantes na lista encami-
nhada pelo órgão de classe?
Você viu que, recebida a lista sêxtupla advinda do órgão de origem (MP ou OAB), o STJ 
deverá (ou deveria) proceder à votação, reduzindo-a para tríplice.
No entanto, pode acontecer de nenhum dos candidatos receber a maioria absoluta de vo-
tos, ocasião em que a lista será devolvida ao respectivo órgão.
Isto aconteceu na prática! Em uma situação, durante a votação, vários ministros votaram 
em branco. Ao receber a comunicação de não escolha, a OAB impetrou mandado de seguran-
ça, alegando possuir direito líquido e certo ao conhecimento das razões que conduziram à 
rejeição dos candidatos.
Ao julgar esse mandado de segurança, a Corte Especial do STJ denegou a ordem. Na oca-
sião, afirmou a inexistência de direito líquido e certo. Mais do que isso: disse que a votação 
dos ministros era sigilosa e baseada na livre convicção (STJ, MS n. 13.532).
É claro que a OAB não gostou nada disso e entrou com recurso ordinário (ROMS). Ao jul-
gá-lo, o STF rejeitou a alegação da OAB, mantendo a ideia de que não há necessidade de o 
Tribunal motivar a recusa (STF, ROMS n. 27.920).
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Pronto! Agora que você já viu a composição e a forma de escolha dos ministros, é hora de 
enfrentar as competências do STJ, divididas em originárias e recursais.
2.3.2. Competência Originária
Eu já disse isso lá no STF e repito aqui: competência originária significa que o processo 
“nasce” no STJ. Já a competência recursal indica que o processo “chegou” ao STJ.
Dito isso, veja que o artigo 105, I, da Constituição, diz competir originariamente ao STJ pro-
cessar e julgar:
I – nos crimes comuns, os governadores dos estados e do DF;
Todo cuidado do mundo é importante aqui! É porque a competência para julgamento de 
governadores é um verdadeiro campo minado para as provas!
Eu sei que também já falei isso, mas lembro que a expressão “crimes comuns” abrange os 
crimes eleitorais, os crimes militares e as contravenções penais (STF, RCL n. 511).
Diferentemente do que aconteceu com o vice-presidente, que também é julgado pelo STF 
nos crimes comuns (assim como o presidente), a Constituição Federal não deu ao STJ a mis-
são de julgar o vice-governador.
O vice-governador será julgado pelo Tribunal de Justiça, ainda que tenha praticado a infra-
ção quando estava no exercício (interino) do cargo de governador (STJ, RCL n. 980).
A única hipótese de o Vice ser julgado no STJ é se ele praticar infração conexa com alguma 
autoridade com foro especial nesse Tribunal e, ainda assim, se não for feito o desmembramen-
to (que hoje é a regra!).
Agora vem a cereja do bolo: em 2017, o STF mudou um ponto que era pacífico na sua ju-
risprudência: é que o Tribunal entendia que a regra da Constituição que prevê a necessidade 
de autorização do Legislativo para a abertura de processo contra o presidente da República 
(artigo 51, I) também deveria ser estendida aos governadores.
Contudo, a partir da modificação, não há mais necessidade de autorização da Assembleia 
Legislativa (CLDF) para a abertura de processo contra os governadores (STF, ADI n. 5.540).
Tem mais: se a Constituição Estadual falar na necessidade de autorização, tal dispositivo 
será inconstitucional (STF, ADI n. 4.797).
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Ah, as medidas cautelares – inclusive a prisão preventiva e o afastamento do cargo – de-
verão ser decididas fundamentadamente pelo STJ. Ou seja, o afastamento do cargo não acon-
tecerá automaticamente com o recebimento da denúncia.
Não há dúvidas de que pesaram na mudança de orientação do STF dois fatos: a) envol-
vimento de vários governadores de Estado nas delações feitas no âmbito da Operação Lava 
Jato; e b) desde a instalação do STJ, em cinquenta e duas oportunidades, o Tribunal solicitou 
junto às Assembleias Legislativas autorização para processar governadores. Desse total, hou-
ve quinze negativas e apenas um caso de deferimento. Em outras trinta e seis ocasiões, a Casa 
Legislativa sequer respondeu ao STJ.
Em outras palavras, o ambiente de profundo escárnio e impunidade acabou ensejando a 
mudança na orientação. Repetindo, hoje, a necessidade de autorização vale apenas para o 
presidente da República.
Avançando, nos crimes de responsabilidade (impeachment), os governadores são julgados 
por um Tribunal Especial, previsto na Lei n. 1.079/1950, e não pelas Assembleias Legislativas.
A composição desse Tribunal especial é regulada pelo artigo 78, § 3º, da Lei n. 1.079/1950. 
O dispositivo prevê cinco desembargadores do TJ, cinco deputados estaduais (ou distritais) e 
o presidente do TJ.
Aragonê, e se a Constituição Estadual trouxer previsão diversa, dizendo que o governador será 
julgado pela Assembleia Legislativa (ou CLDF) no crime de responsabilidade (impeachment)?
Simples, meu(minha) amigo(a)! Se isso acontecer, a norma estadual será inconstitucional, 
uma vez que ela invadirá a competência da União para legislar sobre direito processual (artigo 
22, I, da Constituição).
Esse assunto é tão relevante que ele era tratado por meio da Súmula n. 722/STF. Para dar 
ainda mais força ao entendimento, o Tribunal editou a Súmula Vinculante n. 46, que diz em sua 
redação que:
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas 
de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.
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Mas a complexidade do julgamento de governadores não parou por aqui! É, meu(minha) 
amigo(a), o inferno tem subsolo...
Deixe-me falar, tem um ponto que tira o sossego de muitos concurseiros: estou falando do 
julgamento de agentes políticos por atos previstos na lei de improbidade administrativa – LIA.
Nesse ponto, há dois questionamentos fundamentais: 1) a incidência – ou não – da LIA 
para as autoridades sujeitas aos crimes de responsabilidade; 2) em caso de resposta positiva 
no primeiro caso, a quem caberia o julgamento.
Há alguns anos, no STF houve um julgamento que pontuava a não incidência da LIA às au-
toridades submetidas à Lei n. 1.079/1950. Usava-se, inclusive, uma ‘frase de sucesso’: “quem 
vai por responsabilidade não vai por improbidade” (STF, RCL n. 2.138).
Hoje não é mais assim!
Ao contrário! O STF e o STJ entendem que os agentes políticos estão submetidos à du-
pla responsabilização: eles podem responder tanto ao regime de responsabilização política, 
mediante impeachment(Lei n. 1.079/1950), quanto por ato de improbidade administrativa, 
previsto na LIA (STF, AC n. 3.585).
Ainda, se considerado o possível cometimento também de crime comum, poderíamos fa-
lar em tripla responsabilização.
É exatamente o que acontece com os governadores! Eles podem responder por crimes 
comuns (perante o STJ), por crime de responsabilidade (no Tribunal Especial previsto na Lei n. 
1.079/1950) e também por ação de improbidade administrativa, na 1ª instância (STJ, AgRg na 
RCL n. 12.514).
Os agentes políticos (governadores, parlamentares, ministros de Tribunais, prefeitos), à exceção 
do presidente da República, também se submetem à Lei de Improbidade Administrativa – LIA.
Ah, para que haja a prisão preventiva de governador já não era necessária a autorização 
da Casa Legislativa, como entendeu o STF no caso envolvendo o então governador do Distrito 
Federal, José Roberto Arruda (Operação Caixa de Pandora – STF, HC n. 102.732).
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II – nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os desembargadores dos TJs e os membros dos 
Tribunais de 2ª instância (TRF, TRT e TRE);
III – nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os membros de Tribunais de Contas Estaduais, 
Municipais e Distrital;
Veja que todos os membros do Judiciário que atuam em Tribunais de 2ª instância (TJ, TRF, 
TRT e TRE) são julgados no STJ pelos dois crimes (comuns + responsabilidade).
Quanto aos Tribunais de Contas, a competência do STJ fica para TCE, TCDF e TCM (onde 
houver). Só ficam de fora os ministros do TCU, que são julgados no STF pelos dois crimes (co-
muns + responsabilidade).
IV – nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os membros do MPU que atuem perante Tribu-
nais (2ª instância e Tribunais Superiores);
Talvez um detalhe tenha passado sem que você tenha percebido: é que o STJ só julga os 
membros do Ministério Público da União, que atuem perante Tribunais!
Logo, os membros do MP Estadual não serão julgados no STJ, pouco importando se atu-
am ou não perante Tribunais.
Daí você me pergunta a quem compete julgá-los...
Deixe-me explicar: é do Tribunal de Justiça a competência para julgar os membros do Mi-
nistério Público Estadual nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competên-
cia da Justiça Eleitoral.
Isto vale para promotores de justiça (1ª instância), procuradores de justiça (2ª instância) e 
também para o chefe da instituição, o procurador-geral de Justiça – PGJ.
Ou seja, fica mais mole do que sopa de minhoca, pois, se for perguntado sobre o MP Es-
tadual, basta colocar o TJ como competente (ressalvada, sempre, a competência da Justiça 
Eleitoral).
Agora, quanto aos membros do MPU, é a hora que a porca torce o rabo...
Antes de detalhar as regras, eu lembro que o MPU possui quatro ramos, a saber: MP Fede-
ral; MP do Trabalho; MP Militar; e MPDFT.
Veja como fica:
1) o PGR, chefe da instituição, será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de 
responsabilidade, pelo Senado;
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2) os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou Superiores) serão 
julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ;
3) os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TRF (sempre ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral).
Cuidado com uma particularidade: os membros do MPDFT recebem o mesmo nome dos 
membros do MP Estadual. Ou seja, temos promotores de Justiça, procuradores de Justiça e o 
procurador-geral de Justiça.
E, embora o TJDFT também seja organizado e mantido pela União, o STF, invocando o prin-
cípio da especialidade, entendeu que não cabe ao TJ julgá-los. Em outras palavras, os mem-
bros de nenhum dos ramos do MPU serão julgados pelos TJs.
Dito isso, eles serão julgados pelo TRF (promotores de Justiça) ou pelo STJ (procuradores 
de Justiça e o procurador-geral de Justiça (STF, RE n. 418.852).
Para facilitar sua visualização usarei o seguinte quadro esquemático:
Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público EstadualMinistério Público Estadual Ministério Público da UniãoMinistério Público da União
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime de
responsabilidade
TJ
Em crime
de responsabilidade
Senado 
Federal
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto
crime eleitoral
O STJ não é competente para processar e julgar ato dos presidentes do Superior Tribunal de 
Justiça Desportiva (STJD) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pois o artigo 105 
deve ser interpretado restritivamente (STF, ROMS n. 26.413).
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V – os habeas corpus quando o coator ou paciente for governador, desembargador de TJ, membros 
do TCE, TCDF, TRF, TRT, TRE, Conselho ou TCM, e os do MPU que oficiem perante tribunais, ou quan-
do o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do 
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Se o ministro de Estado ou comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica forem os 
pacientes – ou seja, se forem eles que estiverem sofrendo violação ao direito de locomoção –, 
a competência para julgar o HC será do STF (artigo 102, I, d).
VI – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de ministro de Estado, de Comandan-
tes do Exército, Marinha e Aeronáutica ou do próprio STJ;
Fique de olho num ponto importante: o STJ julga MS contra ministro de Estado, mas não 
será o competente para julgar o MS se o remédio se voltar contra um órgão colegiado presidido 
por ministro de Estado.
Exemplificando, se a pessoa quiser impetrar um MS contra ato do COAF (Conselho de Contro-
le de Atividades Financeiras), que é presidido pelo ministro de Estado da Fazenda, não deverá 
bater às portas do STJ, mas sim da 1ª instância (STJ, Súmula n. 177).
VII – os conflitos de competência entre quaisquer Tribunais, bem como entre Tribunal e juízes a ele 
não vinculados, e entre juízes vinculados a Tribunais diversos;
Lá na competência originária do STF, eu fiz alguns comentários que vou repetir aqui, ok?
O conflito de competência envolve dois órgãos jurisdicionais (Tribunal x Tribunal; juiz x juiz; 
Tribunal x juiz) e pode ser positivo (ambos querem atuar) ou negativo (ninguém quer atuar). 
Pense aí o que normalmente acontece. Costumo brincar que ninguém quer ser pai de menino 
feio... rsrs.
Sendo ainda mais claro, no conflito positivo de competência, dois juízos se declaram ao 
mesmo tempo competentes, enquanto no negativo ambos se dizem incompetentes para apre-
ciar aquele caso.
Nesses vários anoscomo concurseiro e como professor de cursos preparatórios, já vi um 
montão de questões sobre o tema.
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Pensando nisso, tentei criar um “método” para ajudar você a responder às perguntas que 
aparecem principalmente nas provas objetivas.
Funciona assim: basta você pensar que o Judiciário é uma família. Isto porque nas fa-
mílias também surgem (e muitos) conflitos, que precisam ser resolvidos para a convivência 
harmoniosa.
Então, haverá algumas diretrizes, como você poder a seguir:
1ª a regra básica para resolução de conflito de competência é encarar o Poder Judiciário 
como uma grande família.
2ª O grande patriarca seria o STF. Ele só será incomodado se o conflito envolver um de 
‘seus filhos’. Ou seja, se um Tribunal Superior estiver na jogada.
Ex.: conflito entre TST x STJ; STJ x TRT; TRE x STM etc.
3ª Entre ‘pai e filho’ não há conflito, pois quem manda é o pai (ou a mãe). Assim, não existe 
conflito, por exemplo, entre STF x STJ; TST x TRT; TSE x TRE; STJ x TJ; STJ x TRF.
4ª Quando o conflito envolver ‘irmãos’, o pai será chamado. Desse modo, conflito entre 
TJGO x TJSP é resolvido pelo STJ; entre TRT/MG x TRT/DF é resolvido pelo TST; entre TRF/1ª 
Região x TRF/2ª Região é resolvido pelo STJ.
5ª Se conflito envolver ‘filhos de pais diferentes’ – primos ou tio/sobrinho –, a competên-
cia será do STJ. Desse modo, conflito entre TJ x TRE; TRT x TRF; JD x JF; juiz do trabalho x juiz 
Federal; TRF x JT; TRT x JE; TRE x JD serão todos resolvidos pelo STJ.
6ª Conflito de competência entre juiz Federal e juiz de juizado Especial Federal deve ser 
resolvido pelo TRF e não mais pelo STJ (STF, RE n. 590.409). O mesmo raciocínio se aplica na 
esfera estadual. Assim, conflito entre juiz estadual x juiz de Juizado Especial Estadual será 
dirimido pelo respectivo TJ.
7ª O CNJ nunca resolve conflito de competência (lembra que ele não tem jurisdição?!).
Voltando, após essa análise “rigorosamente científica”, o STF só julgará conflito de compe-
tência se um dos Tribunais Superiores estiver envolvido.
Ah, se você não se lembrar de nada do que eu expliquei, marque que a competência será 
do STJ, pois você provavelmente vai acertar...
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Eu digo isto porque muitas vezes, quando não houver muita lógica (exemplo: conflito entre 
TRE x TRT), a competência ficará para o STJ, diante da amplitude da expressão constitucional 
“entre quaisquer Tribunais, bem como entre Tribunal e juízes a ele não vinculados, e entre juí-
zes vinculados a Tribunais diversos”.
Aproveitando, lembro que atualmente o STF entende que compete ao CNMP julgar confli-
tos de atribuições entre membros do MP Federal x MP Estadual.
VIII – as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
Vou repetir mais uma vez algo que já falei lá na competência originária do STF: cada Tribu-
nal julga suas próprias revisões criminais, ações rescisórias, mandados de segurança e habe-
as data. Aqui vale o ditado popular, “roupa suja se lava em casa”.
Dentro dessa diretriz, uma ação rescisória contra decisão do STF será julgada pelo próprio 
STF. Um mandado de segurança contra ato do TSE deve ser julgado por esse Tribunal etc.
Então, cabe ao STJ julgar as revisões criminais e as ações rescisórias quando o questiona-
mento recair sobre decisões da própria Corte.
Aproveitando, vou conceituar, em linhas gerais, os dois instrumentos: revisão criminal é 
uma ação que o réu pode ajuizar, para lhe beneficiar, após o trânsito em julgado da condena-
ção. Já a ação rescisória é uma ação que pode ser ajuizada após o trânsito em julgado da 
ação, em matérias que não a criminal (exemplo: temas cíveis e trabalhistas).
IX – a homologação de sentença estrangeira e a concessão de exequatur;
A EC n. 45/2004 transferiu do STF para o STJ a competência para julgamento de homolo-
gação de sentença estrangeira e para a concessão de exequatur.
Aliás, é hora de explicar o que é o ‘exequatur’: ele é a ordem de ‘cumpra-se’ dada pelo Esta-
do brasileiro, autorizando que seja cumprida uma decisão proferida em outro país.
Exemplificando, considere um caso em que a Justiça norte-americana pretende executar dívida 
para cumprimento de obrigação contraída naquele país. Quem faz o controle sobre a compati-
bilidade da ordem com o nosso ordenamento jurídico é o STJ.
Estando tudo ok, o STJ concede o exequatur, ou seja, manda que seja cumprida a ordem. 
Fique esperto(a), pois o STJ não cumpre o exequatur. Essa tarefa caberá ao juiz Federal de 1ª 
instância (artigo 109, da Constituição).
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X – reclamação para preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
A reclamação é utilizada quando a decisão proferida pelo STJ está sendo desobedecida 
por outra autoridade (administrativa ou judicial).
Exemplificando, suponhamos que uma pessoa impetre um HC e consiga a ordem para ser 
colocado em liberdade. Nessa situação, o STJ comunica ao juiz de primeiro grau para que ele 
dê cumprimento à decisão.
Você pode até pensar que isso não acontece, mas nos doze anos que estive no STJ vi a cena se 
repetir inúmeras vezes. Ao receber a comunicação, o juiz deixa de cumprir a ordem, alegando, 
por exemplo, que aquele é o pior criminoso da cidade...
Nesse caso, deverá o advogado do réu ajuizar reclamação no STJ, noticiando o descumprimento.
Um ponto importante, especialmente para os concursos da área do juridiquês: quando es-
tudamos o STF, você viu que a EC n. 45/2004 criou um filtro para evitar a subida de recurso 
extraordinário, a chamada repercussão geral.
Já no âmbito do STJ, também houve a criação de um filtro, mas ele não está na CF, e sim no 
Código de Processo Civil. O nome dele é “recurso repetitivo”, aplicável aos recursos especiais, 
carro-chefe do STJ.
Pois bem, em fevereiro de 2020, o STJ entendeu que a reclamação é incabível para o con-
trole da aplicação, pelos tribunais, de precedente adotado pelo STJ em julgamento de recursos 
especiais repetitivos (STJ, RCL n. 36.476).
Esse raciocínio também é usado pelo STF ao afirmar que não cabe reclamação por inob-
servância a precedente com repercussão geral reconhecida: (a) enquanto couberem recursos 
na instância de origem, não se considerando entre estes os chamados “recursos facultativos” 
(embargos de declaração, embargos de divergência, embargos do art. 894, II, da CLT, entre ou-
tros); e (b) quando a decisão comportar recurso para o Supremo (STF, RCL 27.798).
XI – os mandados de injunção quando a elaboração da norma for atribuição de órgão, entidade ou 
autoridade federal, da Administração direta ou indireta, não submetida ao STF, justiça militar, justiça 
federal, justiça eleitoral ou justiça do trabalho.
Note que será excepcional o cabimento do MI no STJ, pois ele atuará apenas na ausênciade competência do STF ou dos órgãos ali enumerados.
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2.3.3. Competências Recursais
Você viu que o STF, dentro de sua competência recursal, julgará o recurso extraordinário 
(RE) e recurso ordinário (RO).
O STJ igualmente tem competências recursais. Elas são exercidas por intermédio do recur-
so especial (RESP) e também do recurso ordinário (RO).
Então, fique de olho, pois tanto o STF quanto o STJ julgarão recursos ordinários. A diferen-
ça fica por conta das hipóteses de cabimento, claro.
Na teoria, apenas o STF julga o RE e apenas o STJ julga o RESP.
Aragonê, por que você disse na teoria?
É o seguinte: chegou ao STF um caso em que determinada pessoa interpôs recurso espe-
cial (RESP) junto ao STJ contra uma decisão proferida pelo TRF/4ª Região.
E por qual razão chegou ao STF, já que o RESP foi interposto perante o STJ?
Isso aconteceu porque o cidadão depois foi diplomado Deputado Federal. Como você viu 
nas competências originárias do STF, é dele a competência para julgar membros do Congresso 
Nacional nos crimes comuns.
Logo, o recurso, que estava pendente de julgamento no STJ, passou para ser julgado pelo 
STF. Pasme! O STF julgou o recurso especial nesse caso (STJ, RE n. 696.533).
Aliás, idêntico raciocínio autoriza o STF a julgar apelação contra sentença de 1ª grau pro-
ferida contra pessoa que, entre a prolação de sentença e o julgamento da apelação, se torna 
Deputada Federal (STF, APN n. 563).
Recurso Ordinário (RO)
Cabe ao STJ julgar, em recurso ordinário:
I – os habeas corpus e mandados de segurança decididos em única ou última instância pelos TRFs 
ou TJs, quando a decisão for denegatória (desfavorável);
Quando a gente conversou sobre a competência recursal do STF, você viu caber RO contra 
decisão do STJ, STM, TSE ou TST quando a decisão em HC, HD, MS e MI tiver sido desfavorá-
vel. Ou seja, são quatro Tribunais e quatro remédios.
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Eu digo que é a regra do quatro-quatro, dois-dois.
Como assim?
Se você pensar no organograma do Judiciário, os quatro Tribunais Superiores são os “filhos” 
do STF. Seguindo a mesma linha de raciocínio, os “filhos” do STJ seriam o TJ e o TRF, certo?
Se você prestou atenção no que falei, a parte do quatro-quatro contava com quatro Tri-
bunais e quatro remédios constitucionais. Por outro lado, no dois-dois serão dois Tribunais e 
dois remédios. Os dois Tribunais você já sabe quais são (TJ e TRF).
Para saber quais os dois remédios constitucionais, basta fechar o olho e pensar quais são 
os dois mais importantes. Não tenho dúvidas de que você pensará no HC e no MS.
Então, caberá RO para o STJ quando a decisão do TJ ou do TRF negarem HC ou MS, ok?
Note que somente será cabível o recurso ordinário quando a decisão tiver sido desfavorável.
Tratando-se de decisão favorável – exemplo: TJ concede habeas corpus –, não será caso de 
RO. Se for a hipótese, a parte prejudicada interpor recurso especial ou recurso extraordinário, 
caso estejam presentes as hipóteses autorizadoras de um desses recursos.
II – as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, 
do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país;
Fique atento(a) para um diferencial importante: os processos que envolvem Estado Estran-
geiro ou Organismo Internacional podem começar diretamente no STF ou no juiz Federal de 
primeiro grau.
O que define se a causa será julgada lá em cima (STF) ou lá embaixo (JF de 1º grau) é quem 
está do outro lado...
Se for a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Territórios, a competência será do STF. 
Por outro lado, se envolver pessoa (natural ou jurídica) ou Município, o julgamento do caso 
caberá ao juiz Federal de 1º grau.
Nesse último caso (EE ou OI x Pessoa ou Município), quem quiser recorrer deve ir ao STJ 
usando um RO.
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Vamos sistematizar?
Competência para julgamento de ações envolvendo 
Estado Estrangeiro (EE) ou Organismo Internacional (OI)
Situação Quem julga? Cabe recurso?
EE ou OI x U, E, DF ou TU, E, DF ou T STF Não
EE ou OI x M ou PessoaM ou Pessoa Juiz Federal Sim. RO para o STJ
Recurso Especial (RESP)
O RESP é o recurso principal do STJ. É por meio dele que se exerce a missão do Tribunal, 
de ser o guardião da aplicação uniforme da lei federal em todo o território nacional.
Quando eu falo em “recurso principal”, basta você pensar que já foi rompida há muito tem-
po a barreira de um milhão de RESPs. Para você poder comparar, o ROHC e o ROMS, somados, 
devem estar na casa dos cem mil...
Seguindo em frente, caberá ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas em 
única ou última instância pelos TRFs ou TJs, quando a decisão recorrida:
I – contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Obs.: � Aqui uma observação deve ser feita!
 � Quando a Constituição foi promulgada, sempre se falava que tratado internacional 
tinha hierarquia equivalente a lei ordinária.
 � Ainda hoje tal afirmação é válida, desde que o tratado internacional não verse sobre 
direitos humanos (TIDH). Isto porque os TIDH poderão ser equiparados às ECs se 
forem aprovados em dois turnos de votação, por 3/5 dos votos, na Câmara dos Depu-
tados e no Senado Federal.
Obs.: � Além disso, caso não sejam aprovados nesse ritual específico, os TIDH terão força 
supralegal, ou seja, estarão situados acima das leis, mas abaixo da Constituição (STF, 
RE n. 466.343).
 � Desse modo, o STJ não julgará o RESP quando o tratado internacional versar sobre 
direitos humanos e tiver sido aprovado no rito especial (equivalente ao das ECs).
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 � Permanecem no STJ os recursos especiais interpostos contra decisão de TJ ou de TRF 
quando se contrariar ou se negar vigência aos tratados internacionais gerais e aqueles 
que, versando sobre direitos humanos, não tiverem sido aprovados no ritual especial.
 � É o que acontece com o Pacto de San José da Costa Rica, internalizado ao direito bra-
sileiro no ano de 1992, quando sequer havia o § 3º, do artigo 5º, da Constituição, que 
trata da equivalência de TIDH com rito especial às ECs (STJ, RESP n. 1.640.084).
II – julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
Antes da EC n. 45/2004, nesse dispositivo constava “julgar válida lei ou ato de governo 
local contestado em face de lei federal.”
Agora,cabe ao STF, mediante recurso extraordinário (RE), julgar a validade de lei local con-
testada em face de lei federal.
A modificação é justificada, pois o confronto entre lei local versus lei federal indica estar-
mos diante de disputa própria da repartição constitucional de competências. Assim, a norma 
elaborada por um deles será inconstitucional. Daí se explica o cabimento do recurso extraordi-
nário (RE), e não do recurso especial (RESP).
III – der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal.
Vou explicar o terceiro inciso com um exemplo: suponha que o TJRS tenha o entendimento X 
sobre um tema, enquanto o TJSP entenda da maneira Y, menos favorável ao réu.
Nesse caso, pode uma pessoa condenada pelo TJSP submeter a questão ao STJ, buscando ser 
agraciado com o mesmo tratamento conferido pelo TJRS. Dentro de sua função de uniformizar 
a aplicação da lei federal em todo o País, o STJ irá julgar o RESP, orientando qual a direção a 
ser seguida naquelas situações.
Pronto! Agora que já expliquei as três hipóteses de cabimento do RESP, é hora de avançar 
sobre outros pontos sensíveis.
Você viu que cabe RESP contra decisões proferidas pelo TJ ou pelo TRF. Assim, não cabe 
recurso especial (RESP) contra decisão de turma recursal de juizado especial (Súmula n. 203/
STJ) ou contra decisão de juiz de 1ª instância.
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Uma pergunta: decisão de turma recursal de juizado especial que contrarie o entendimen-
to do STJ pode ser combatida através de algum recurso?
Acabamos de ver que não será cabível o uso do recurso especial, tema inclusive sumulado 
(e muito cobrado nas provas).
Nesse caso, deve ser feita a seguinte diferenciação:
1. decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial estadual: a lei dos juizados 
especiais estaduais – Lei n. 9.099/1995 – não prevê a existência de turma de uniformização 
de jurisprudência. Em razão disso, não haveria como se combater a decisão proferida pela 
turma recursal (ressalvado o cabimento do RE por violação à Constituição ou a impetração do 
HC e do MS).
Por conta dessa falta de recurso próprio, o STF, num primeiro momento, firmou a compre-
ensão de que, se a decisão de turma recursal de juizado especial estadual contrariar a jurispru-
dência do STJ, será cabível reclamação para este tribunal (STJ) – (STF, RE n. 571.572).
Regulamentando a reclamação, o STJ editou a Resolução n. 12/2009. Contudo, no ano de 
2016, diante do excessivo número de reclamações que chegavam ao Tribunal contra decisões 
das Turmas Recursais Estaduais, o STJ editou outro ato normativo.
Pois é, atualmente, segundo a Resolução n. 3/2016 (já na vigência do Novo CPC), entende-
-se que a parte que se sentir prejudicada com a decisão de Turma Recursal de juizado Estadu-
al deve ingressar com reclamação no próprio TJ. Ou seja, o STJ empurrou esse abacaxi para 
o TJ descascar...
Então, sistematizando, caberá reclamação para o TJ Estadual (ou TJDFT) quando a decisão 
da Turma Recursal de juizado Estadual contrariar jurisprudência do STJ que esteja consolidada 
em: a) incidente de assunção de competência; b) incidente de resolução de demandas repeti-
tivas (IRDR); c) julgamento de recurso especial repetitivo; d) enunciados das Súmulas do STJ; 
e) precedentes do STJ.
2. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial federal: a Lei n. 10.259/2001, 
que trata dos juizados especiais federais, trouxe um procedimento próprio para tratar da questão.
Segundo seu artigo 14, a parte que se sentir prejudicada com a decisão da Turma Recursal 
de juizado Federal poderá formular pedido de uniformização de jurisprudência para a Turma 
Regional de Uniformização de Jurisprudência (TRU). Daí, caberá novo pedido para a Turma 
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Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU). Se a orientação acolhida pela Turma de 
Uniformização contrariar súmula ou jurisprudência dominante no STJ, a parte interessada po-
derá provocar a manifestação deste (STJ), que dirimirá a divergência. Repito: a provocação do 
STJ não será feita por meio de recurso especial (STJ, Súmula n. 203).
3. Decisão é proveniente de turma recursal de juizado especial da Fazenda Pública: a Lei 
n. 12.153/2009, que trata dos juizados especiais da Fazenda Pública, também prevê a possibi-
lidade de a questão ser submetida ao STJ, nas hipóteses de contrariedade a Súmulas do STJ, 
ou mesmo para uniformizar a orientação nas Turmas Estaduais.
Ou seja, em linhas gerais, o procedimento se assemelha àquele usado pela Lei 10.259/2001. 
Há diferenças, mas elas não interessam ao objetivo deste trabalho, porque caem em concur-
sos muito específicos.
2.3.4. Conselho da Justiça Federal (CJF) e Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM)
Não vá trocar as bolas! Nada de confundir o CJF com o CNJ, que é o queridinho das bancas 
examinadoras!
Veja que o Conselho da Justiça Federal (CJF) funciona junto ao STJ e ao Conselho cabe a ta-
refa de exercer a Supervisão Administrativa e Orçamentária da Justiça Federal de 1º e 2º graus.
Voltando para as diferenças, o CNJ foi criado com a EC n. 45/2004, competindo-lhe “exer-
cer o Controle da Atuação Administrativa e Financeira do Poder Judiciário e do cumprimento 
dos deveres funcionais dos juízes”.
Já o CJF foi criado pela Lei n. 5.010/1966. No entanto, só em 1988 passou a ser tratado 
dentro da Constituição, ligado ao STJ.
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Vou apresentar um quadro para facilitar a sua compreensão:
Diferenças entre Conselho Nacional de Justiça e Conselho da Justiça Federal
Critérios
diferenciadores
Conselho Nacional de Justiça – CNJConselho Nacional de Justiça – CNJ Conselho da Justiça Federal – CJFConselho da Justiça Federal – CJF
Quando foi criado EC n. 45/2004
Lei n. 5.010/1966, estando na CF/1988 
desde a promulgação
Quem preside Presidente do STF Presidente do STJ
Competência
Exercer o controle da atuação admi-
nistrativa e financeira do Poder Judi-
ciário e do cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes.
Exercer a supervisão administrativa e 
orçamentária da Justiça Federal de 1º 
e 2º graus
Cuidado com um ponto: você sabe que o CNJ possui poderes correcionais, podendo inclu-
sive aplicar punições aos magistrados – exceto demissão, que só é feita por sentença judicial, 
e aposentadoria compulsória, que não existe mais como forma de punição.
Daí, foi questionada no STF a possibilidade de o CJF também poder aplicar punições a 
magistrados após a criação do CNJ. Resolvendo a questão, o Tribunal afirmou que, com o ad-
vento da EC n. 45/2004, a competência correcional do Poder Judiciário federal passou a ser 
compartilhada entre as corregedorias dos tribunais, o CNJ, e o CJF (STF, ADI n. 4.610).
Logo, o CJF continua podendoaplicar punições a servidores e a magistrados da Justi-
ça Federal.
Quanto à Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de magistrados – ENFAM, sua 
criação também se deu com a EC n. 45/2004, cabendo-lhe a regulamentação dos cursos ofi-
ciais para o ingresso e promoção na carreira.
Assim como o CJF, quem preside a ENFAM é o presidente do STJ.
2.4. tribunAis regionAis FederAis e Juízes FederAis
Os Tribunais Regionais Federais – TRFs – foram criados pela Constituição de 1988, junta-
mente com o STJ. Eles funcionam como segunda instância no âmbito da Justiça Federal.
Atualmente, existem cinco TRFs, divididos em diferentes regiões (TRF/1ª Região, TRF/2ª 
Região etc.).
É bem verdade que a EC n. 73/2013 criou outros quatro TRFs (6ª a 9ª Região), que deve-
riam ser instalados no prazo de seis meses contado da promulgação da alteração.
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Acontece que a ampliação no número de TRFs foi suspensa por meio de decisão do então 
presidente do STF, proferida no período de recesso forense (STF, ADI n. 5.017). Assim, na prá-
tica, continuam funcionando apenas os cinco TRFs criados na Constituição de 1988.
Então, você já sabe que deve ficar de olho no julgamento definitivo sobre o tema, né? Ah, 
o fundamento usado pelo ministro Joaquim Barbosa para suspender a aplicação da norma 
foi possível vício de iniciativa, ao argumento de que tal proposta deveria ter nascido do Poder 
Judiciário.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, mas acredito que esse fundamento se reve-
la frágil, uma vez que no âmbito federal não há iniciativa privativa para a propositura de PEC. E 
mais: ainda que houvesse, o Judiciário não está entre os legitimados, que são (i) o presidente 
da República; (ii) um terço da Câmara dos Deputados; (iii) um terço do Senado Federal e (iv) 
mais da metade das Assembleias Legislativas reunidas pelo voto de maioria relativa de cada 
uma delas.
Se não bastasse, no ano de 2016 o STF afastou alegação semelhante, de vício de iniciati-
va, quanto à EC n. 74/2013 que estendeu à Defensoria Pública da União e à Defensoria Pública 
do Distrito Federal a autonomia administrativa, financeira e orçamentária que havia sido dada 
às Defensorias Estaduais na EC n. 45/2004 (STF, ADI n. 5.296).
Vamos em frente!
Não se pode confundir TRF com TFR. Este se chamava Tribunal Federal de Recursos e foi 
extinto pela Constituição de 1988. Suas atribuições passaram a ser distribuídas entre o STJ 
e o próprio TRF.
2.4.1. Composição
De acordo com o artigo 107, da Constituição, os TRFs serão compostos de, no mínimo, 
sete juízes, que devem ser recrutados, quando possível, na respectiva região e serão nomea-
dos pelo presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos.
Se você reparou na palavra em sublinhado, viu que nela consta a palavra juízes, e não de-
sembargadores. Isto acontece porque a Constituição chamou os membros da Justiça Federal 
de 1ª instância de juiz Federal e os de 2ª instância de juiz de Tribunal Regional Federal – na 
prática, os desembargadores Federais.
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Não sei se você lembra, mas também nos TRFs há a regra do quinto constitucional (ela 
vale no TST, nos TRTs, nos TRFs e nos TJs). Assim, 1/5 das vagas serão preenchidas por advo-
gados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público 
Federal com mais de dez anos de carreira.
Os demais membros devem ser juízes federais de carreira, com mais de cinco anos de 
exercício, promovidos, alternadamente, por antiguidade e merecimento.
Outra coisa: o limite máximo de 65 anos de idade não é aplicável aos magistrados federais 
de carreira (quem entrou por concurso na 1ª instância), restringindo-se apenas aos candida-
tos oriundos do quinto constitucional. Essa interpretação foi feita para garantir a progressão 
na carreira de magistrado, uma vez que, até o cidadão subir de juiz para desembargador fede-
ral, demora um bocado (STF, MS n. 28.678).
A Constituição ainda previu que tanto os TRFs e os TRTs quanto os TJs devem instalar a jus-
tiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos 
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Desse modo, para melhor atender aos jurisdicionados, alcançando os locais mais distan-
tes, a EC n. 45/2004 estabeleceu que os TRFs poderão funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras Regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em 
todas as fases do processo.
2.4.2. Competência Originária dos TRFs
Os TRFs também acumulam competências originárias e recursais.
Vou começar com as originárias. Cabe ao TRF processar e julgar, originariamente:
I – os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Tra-
balho, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Os juízes estaduais e os membros do MP Estadual são julgados nos Tribunais de Justiça 
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Já os Juízes Federais, Militares e do Trabalho, ou seja, os que integram o Poder Judiciário 
da União serão julgados pelo TRF nos mesmos crimes.
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Quanto aos juízes do Distrito Federal, a competência será do TJDFT, assim como acontece 
na esfera estadual.
Agora, quanto aos membros do MPU, é a hora que a porca torce o rabo...
Antes de detalhar as regras, eu lembro que o MPU possui quatro ramos, a saber: MP Fede-
ral; MP do Trabalho; MP Militar; e MPDFT.
Veja como fica:
1) o PGR, chefe da instituição, será julgado, nos crimes comuns, pelo STF e, nos crimes de 
responsabilidade, pelo Senado;
2) os membros do MPU que atuem perante Tribunais (de 2ª instância ou Superiores) se-
rão julgados, nos crimes comuns + responsabilidade, pelo STJ;
3) os membros do MPU que atuam na primeira instância serão julgados, nos crimes co-
muns + responsabilidade, pelo respectivo TRF (sempre ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral).
Cuidado com uma particularidade: os membros do MPDFT recebem o mesmo nome dos 
membros do MP Estadual. Ou seja, temos Promotores de Justiça, Procuradores de Justiça e o 
Procurador-Geral de Justiça.
E, embora o TJDFT também seja organizado e mantido pela União, o STF, invocando o prin-
cípio da especialidade, entendeu que não cabe ao TJ julgar os membros do MPDFT. Em outras 
palavras, os membros de nenhum dos ramos do MPU serão julgados pelos TJs.
Dito isso, eles serão julgados pelo TRF (promotores de Justiça) ou pelo STJ (procuradores 
de Justiça e o procurador-geral de Justiça) (STF, RE n. 418.852).
Para facilitar sua visualização, usarei o seguintequadro esquemático:
Foro para julgamento de membros do Ministério Público
Ministério Público EstadualMinistério Público Estadual Ministério Público da UniãoMinistério Público da União
PGJ
Em crime comum TJ
PGR
Em crime comum STF
Em crime
de responsabilidade
TJ
Em crime
de responsabilidade
Senado 
Federal
Se atuar em 2ª instância TJ, exceto crime eleitoral
Se atuar em tribunal
(2ª instância ou superior)
STJ
Se atuar em 1ª instância TJ, exceto crime eleitoral Se atuar na 1ª instância
TRF, exceto 
crime eleitoral
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II – as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
III – os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
IV – os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
V – os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
Se o conflito envolver juízes forem vinculados a Tribunais diversos – ex.: conflito entre juiz vincu-
lado ao TRF/1ª Região x juiz vinculado ao TRF/2ª Região – o conflito será julgado pelo STJ.
Ah, conflito entre juiz Federal x juiz de juizado Especial Federal da mesma região será julga-
do pelo TRF daquela região.
2.4.3. Competência Recursal dos TRFs
Cabe aos TRFs julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos 
juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Como assim, decididos pelos juízes estaduais?
É que a Justiça Federal não chega a todas as localidades. Assim, os processos que en-
volvam a competência da Justiça Federal serão julgados pela Justiça Estadual, com recurso 
dirigido ao TRF e não TJ.
Outra coisa: se você ler o artigo 29, inciso X, da Constituição, notará que a Constituição 
prevê a competência dos TJs para o julgamento de Prefeitos nos crimes comuns.
Contudo, pode acontecer de os Prefeitos serem julgados pelos TRFs ou pelos TREs, caso 
a infração penal praticada esteja dentro da competência, respectivamente, da Justiça Federal 
ou da Justiça Eleitoral.
Foi por tal razão que o STF editou a Súmula n. 702, segundo a qual a competência dos TJs 
para o julgamento de prefeitos restringe-se aos delitos de apuração na Justiça comum esta-
dual, sendo, nos demais casos, competente o respectivo Tribunal de 2ª instância (TRF ou TRE).
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2.4.4. Competência dos Juízes Federais
Eu costumo dizer ao(à) meu(minha) aluno(a) para raciocinar sempre com três artigos quan-
do diante de questões envolvendo as competências do Judiciário: primeiro se pensa no artigo 
102 (competência originária do STF). Se não encaixou, desce para o artigo 105 (competência 
originária do STJ). Não encontrando, provavelmente a competência será do juiz Federal de 1ª 
instância, tratada no artigo 109.
E a Justiça Estadual? Ela tem competência residual. Ou seja, atua por exclusão. Se não é 
de ninguém, sobrou para quem?
Vou trabalhar com o artigo 109 da Constituição. Cabe aos Juízes Federais julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas 
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Note que a Constituição não falou em sociedades de economia mista.
Em consequência, as ações que envolvam esses entes da Administração indireta serão 
julgadas na Justiça comum estadual.
Exemplificando, quando envolver Banco do Brasil (sociedade de economia mista), a competên-
cia será da Justiça comum estadual (STF, Súmulas n. 506 e n. 556). Se envolver a Caixa Econô-
mica Federal (empresa pública), a competência será da Justiça comum federal.
Compete à justiça comum estadual julgar as ações ajuizadas contra o INSS, nas quais se plei-
teie benefício previdenciário decorrente de acidente de trabalho.
Dentro da ótica do dispositivo, foi editada a Súmula Vinculante n. 27, por meio da qual o 
STF disse que compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária 
de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não for litisconsorte passiva necessária, 
assistente nem opoente.
Em outras palavras, se a Agência Reguladora, que é uma autarquia, não participar efetiva-
mente do processo, não há razão para o processo tramitar na Justiça Federal.
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Outra coisa: compete à Justiça Federal processar e julgar ações contra a OAB (Conselho 
Federal ou Seccional). Em virtude disso, os processos de execução ajuizados pela OAB contra 
inscritos na Ordem que estejam inadimplentes quanto ao pagamento das anuidades devem 
ser julgados pela Justiça Federal (STF, RE n. 595.332).
Mais um detalhe: mudando sua jurisprudência, o STF fixou a seguinte tese:
Compete à Justiça comum (estadual ou federal) processar e julgar controvérsias relacio-
nadas à fase pré-contratual e eventual nulidade do certame em face da administração 
pública direta ou indireta nas hipóteses em que adotado regime celetista de contratação 
de pessoal.
Ou seja, quando o candidato realizar um concurso público e quiser questionar algum ponto 
judicialmente, ele deverá ingressar na justiça comum (estadual ou federal) se a contratação for 
pelo regime da CLT. Antes da referida decisão, a competência era da justiça do trabalho (artigo 
114 da CF) por envolver emprego público. Só ficava na justiça comum quando o vínculo a ser 
estabelecido entre o servidor e a Administração fosse estatutário (STF, RE n. 960.429).
Prevaleceu a orientação de que a disputa envolve direito administrativo. Isso porque não 
se sabe nem mesmo se o candidato seria contratado, o que afasta a competência da justiça 
do trabalho.
Outra coisa: ainda que o julgamento da falência ou da insolvência civil (não citada no artigo 
109) atinja interesse da União, autarquias ou empresas públicas federais, a competência será 
da justiça estadual, e não federal (STF, RE n. 678.162).
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domici-
liada ou residente no País;
Os processos que envolvem Estado Estrangeiro (EE) ou Organismo Internacional (OI) po-
dem começar diretamente no STF ou no juiz Federal de primeiro grau.
O que define se a causa será julgada lá em cima (STF) ou lá embaixo (JF de 1º grau) é quem 
está do outro lado...
Se for a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Territórios, a competência será do STF. 
Por outro lado, se envolver pessoa (natural ou jurídica) ou Município, o julgamento do caso 
caberá ao juiz Federal de 1º grau.
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Nesse último caso (EE ou OI x Pessoa ou Município), quem quiser recorrer deve ir ao STJ 
usando um RO.
Vamos sistematizar?
Competência para julgamento de ações envolvendo 
Estado Estrangeiro (EE) ou Organismo Internacional (OI)
Situação Quem julga? Cabe recurso?
EE ou OI x U, E, DF ou TU, E, DF ou T STF Não
EE ou OI x M ou PessoaM ou Pessoa Juiz Federal Sim. RO para o STJ
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interes-
se da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Em relação aos crimes políticos, se houver recurso contra a decisão proferida, a compe-
tência será do STF – recurso ordinário (RO). Para você lembrar melhor, o Tribunal que tem boa 
carga de viés político julga os recursos em crimes políticos.
Ah, fique de olho num detalhe: em regra, a Justiça Federal não julga contravenções, nem 
mesmo contra bens, serviços ou interesses da União, suas Autarquias ou Empresas Públicas.
E essa regra vale mesmo quando houver, num mesmo contexto, a prática de um crime + 
uma contravenção, ambos contra a União. Nessa situação, o crime será apurado na Justiça 
Federal, enquanto a contravenção ficará na Justiça Estadual. Ou seja, vai rolar o desmembra-
mento do processo.
Mas por que eu coloquei em destaque a expressão “em regra”?
É que caberá ao TRF – logo, Justiça Federal de 2ª instância – julgar os juízes federais, 
militares e trabalhistas, além dos membros do MPU de 1ª instância tanto nos crimes comuns 
quanto nos de responsabilidade, lembra? E a expressão “crimes comuns” abrange também as 
contravenções penais.
Exemplificando, se um juiz Federal praticar contravenção penal, ele será julgado no TRF.
Agora imagine a seguinte situação: um brasileiro nato comete homicídio no exterior e foge 
para o Brasil. Nesse caso, é certo que ele não será extraditado, por conta da vedação constante 
no artigo 5º da CF.
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Por outro lado, não é certo dizer que ele ficará impune. Ao contrário, ele responderá pelo 
delito aqui no Brasil. Daí, surge a pergunta: o julgamento caberá à Justiça Federal ou Estadual?
Analisando essa situação, o STF decidiu que o cometimento de crime por brasileiro no ex-
terior, por si só, não atrai a competência da Justiça Federal, sendo neutra, para tal fim, a prática 
de atos preparatórios no território nacional (STF, HC n. 105.461).
Outra coisa: compete à Justiça estadual processar e julgar fatos envolvendo entidades 
integrantes do denominado “Sistema S” (SESI, SENAI, SESC etc.), ainda que tais entidades 
sejam fiscalizadas pelo TCU. Para atrair a competência da justiça federal, o interesse da União 
precisaria ser direto e específico, não bastando o interesse genérico da coletividade (STF, RCL 
43.476).
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no 
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Você sabe que há múltiplos crimes cometidos por meio da rede mundial de computadores, né?
Ao julgar um caso envolvendo crime de divulgação e publicação de música com conteúdo 
de preconceito racial na internet, o STF afirmou a competência da Justiça federal, na medi-
da em que o requisito da transnacionalidade do delito infere-se da própria potencialidade de 
abrangência de sítios virtuais de amplo acesso (STF, RE n. 626.510).
VI – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
VII – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema 
financeiro e a ordem econômico-financeira;
VIII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento 
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
IX – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais federais;
X – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça 
Militar;
XI – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, 
após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à naciona-
lidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Você viu lá na competência originária do STJ (artigo 105) que ele concede o exequatur. 
Agora, a execução da ordem de cumpra-se (exequatur) fica a cargo dos juízes federais.
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Ah, se não lembra o que é exequatur, eu sugiro voltar lá nas competências originárias do 
STJ, viu?!
XII – a disputa sobre direitos indígenas.
Além de explicitar quais as competências dos juízes federais, o artigo 109 ainda traz algu-
mas regrinhas bastante exploradas nas provas. Veja!
Quando a União for a autora em um processo, as ações serão propostas na seção judiciá-
ria onde tiver domicílio a outra parte.
Por outro lado, se a causa for ajuizada contra a União, a parte autora poderá ingressar com 
a ação em qualquer uma destas seções judiciárias: a) na de seu domicílio; b) na do local onde 
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa; ou c) 
no Distrito Federal – que é o domicílio da União.
Qual é a ideia? Facilitar a vida do particular. Afinal, ou o processo tramitará em seu domicí-
lio ou em outro lugar à sua escolha.
Também no intuito de favorecer o acesso à Justiça em relação às ações previdenciárias, 
prevê o § 3º, do artigo 109, na redação que lhe foi dada pela EC n. 103/2019, que a lei poderá 
autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição de 
previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando 
a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.
Na redação anterior, a CF afirmava (passado) o seguinte:
Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou benefi-
ciários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a 
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir 
que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
Perceba, então, que, com a mudança, para haver o julgamento na Justiça Estadual, preci-
sam ser observados os parâmetros fixados em lei, não bastando o fato de a Comarca não ser 
sede de vara federal. Ou seja, não há mais uma determinação, passando a ser uma possibilida-
de de ajuizamento na Justiça Estadual.
Mas a lei que o § 3º do artigo 109 da CF menciona já existe desde 1966, sendo atualizada 
em 2019, na parte que nos interessa. Veja:
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Art. 15. Quando a Comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser processadas e julgadas na 
Justiça Estadual:
(...)
III – as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado e que se referirem a 
benefícios de natureza pecuniária, quando a Comarca de domicílio do segurado estiver localizada a 
mais de 70 km (setenta quilômetros) de Município sede de Vara Federal;
(...)
§ 2º Caberá ao respectivo Tribunal Regional Federal indicar as Comarcas que se enquadram no cri-
tério de distância previsto no inciso III do caput deste artigo.
Contudo, se houver recurso, o processo que começou nas mãos do juiz Estadual seguirá 
para ser julgado no TRF, e não no TJ.
2.4.5. Federalização de Crimes (IDC)
O Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) é outra novidade da EC n. 45/2004. Ele 
também é chamado de federalização de crimes e, como o próprio nome diz, promove o deslo-
camento da competência para que o processo seja julgado na Justiça Federal.
Segundo consta no artigo 109, § 5º, da Constituição – dispositivo muito lembrado pelas 
Bancas –, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o procurador-geral da Repú-
blica, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
mento de competência para a Justiça Federal.
Vou decompor esse emaranhado de informações.
Primeira coisa: só quem pode pedir a federalização do crime é o PGR! Esse pedido será 
feito no STJ. O que vou falar para você agora não está na Constituição, mas o STJ só admite o 
deslocamento da competência se for comprovada a omissão da Justiça Estadual.
Em outras palavras, não basta que haja uma grave violação dos direitos humanos. Isso foi 
decidido no IDC n. 1, instalado por conta da morte da Missionária Dorothy Stang. Na época, 
o STJ não deslocou, porque a Justiça Estadual do Pará não se manteve inerte (STJ, IDC n. 1).
Esse mesmo raciocínio foi utilizado quando o STJ, em decisão unânime, negou o desloca-
mento para a Justiça Federal da apuração envolvendo o crime que vitimou a vereadora Marielle 
Franco e o motorista Anderson Gomes, delito de grande repercussão nacional e internacional. 
Ou seja, por conta da comprovada atuação da Justiça estadual, não se configurou omissão, 
negando-se o pedido de federalização formulado pela PGR (STJ, IDC n. 7). 
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Você já deve saber a essa altura, mas eu fui servidor do STJ durante doze anos. Nessa épo-
ca, tive a oportunidade de auxiliar o ministro a quem eu assessorava quando chegou para ser 
julgado o IDC n. 2, primeiro caso em que houve o deslocamento da competência.
Esse segundo pedido foi motivado pelo homicídio do advogado e vereador pernambucano 
Manoel Bezerra de Mattos Neto, assassinado em 24/1/2009, no município de Pitimbu/PB, de-
pois de sofrer diversas ameaças e vários atentados, em decorrência de sua persistente e conhe-
cida atuação contra grupos de extermínio que agiam impunes há mais de uma década na divisa 
dos estados da Paraíba e de Pernambuco, entre os municípios de Pedras de Fogo e Itambé.
No referido julgamento, foi destacado que o pedido de federalização teria partido de di-
versas autoridades estatais, dentre as quais o ministro da Justiça; o governador do estado da 
Paraíba; o governador de Pernambuco; a Secretaria Executiva de Justiça de Direitos Humanos; 
a Ordem dos Advogados do Brasil; a Procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público do 
Estado da Paraíba. Ou seja, um verdadeiro absurdo!
Ao final, foi deferido o pedido, com a consequente remessa do processo para a Justiça 
Federal da Paraíba (STJ, IDC n. 2).
Mas tem um probleminha: quem disse que o juiz federal teria melhores condições de julgar 
um caso como este?
Pois é, exatamente por conta dessa aparente desconfiança quanto à isenção dos Juízes Esta-
duais é que se aponta a possível inconstitucionalidade da EC n. 45/2004, em relação ao IDC.
Em outras palavras, houve o ajuizamento de ADI, sob a alegação de violação do pacto fede-
rativo. O processo ainda não foi julgado, mas é bom você ficar de olho.
Apenas o PGR pode propor junto ao STJ o IDC (Incidente de Deslocamento de Competência), 
devendo comprovar a omissão da Justiça Estadual no julgamento de crimes que representem 
grave violação de direitos humanos.
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2.5. tribunAis e Juízes do trAbAlHo
Os órgãos da Justiça do Trabalho, de acordo com o art. 111 da Constituição, são os seguintes:
I – Tribunal Superior do Trabalho (TST);
II – Tribunais Regionais do Trabalho (TRT);
III – Juízes do Trabalho.
É importante lembrar que a EC n. 24/1999 extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamen-
to. Também não há mais os Juízes classistas, que eram aqueles representantes dos trabalha-
dores e dos empregadores.
2.5.1. Tribunal Superior do Trabalho (TST)
O TST é composto de 27 ministros, assim escolhidos:
a) 1/5 entre membros da OAB e do MP – observados os mesmos requisitos elencados no 
art. 94 da CF/1988, que trata do quinto constitucional;
b) demais, entre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo 
próprio TST.
Primeira coisa: 1/5 de 27 dará uma fração (5,4). Daí pode surgir uma dúvida se você 
arredonda para baixo ou para cima. É simples! Se eu arredondar para baixo, não teria 1/5. Logo, 
o TST terá seis ministros vindos do quinto constitucional, enquanto os demais virão da carreira 
da Magistratura.
Outra coisa: repare bem que fiz questão de destacar com negrito e sublinhado a expressão 
“magistratura de carreira”. Isso significa que o candidato tem de ter começado lá na 1ª instân-
cia, como juiz do Trabalho, subindo para o TRT, até chegar ao TST.
Ou seja, quem ingressar no TRT pelo quinto constitucional não pode subir para o TST.
Estou explicando esse passo a passo, porque no STJ não é assim. Lá, quem entra nos TJs 
ou TRFs pelo “terço constitucional” pode depois subir para o STJ nas vagas destinadas aos 
desembargadores Estaduais e Federais.
Dito de outro modo, há, de certa forma, uma burla à fração de um terço, na medida em que 
os Juízes de carreira perdem vagas no STJ.
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Outro dia ouvi assim: “Aragonê, você está criticando por ser juiz de carreira!” Não, eu critico 
isso aí desde que me entendo por gente...Ah, as bancas examinadoras direto perguntam essa 
diferença, viu?!
Avançando, o candidato deve possuir mais de 35 e menos de 65 anos, ser brasileiro (nato 
ou naturalizado).
Em relação aos ministros que vêm do quinto constitucional, ao receber os nomes indica-
dos pela respectiva classe (lista sêxtupla), o TST reduzirá a lista a três nomes (lista tríplice) e 
encaminhará ao presidente da República para que ele indique um, submetendo o nome à apro-
vação pelo Senado Federal.
Em todos os casos, exige-se que o nome do candidato escolhido pelo presidente seja 
aprovado por maioria absoluta de votos no Senado.
A EC n. 92/2016 promoveu algumas modificações pontuais. Ela incorporou, por exemplo, o 
artigo 111-A no que antes eram os parágrafos do artigo 111 (composição do TST).
Ainda, foi também com a EC n. 92/2016 que o TST passou a constar explicitamente no rol 
de órgãos do Judiciário (artigo 92, da Constituição). Antes, só constava a expressão “Tribunais 
e Juízes do Trabalho”.
Houve, porém, uma mudança mais relevante: é que a competência do TST, ao contrário do 
que acontece com o STF e com o STJ, não é definida pela própria Constituição, devendo ser 
regulada por lei.
Porém, a EC n. 92/2016 previu expressamente ser do Tribunal a competência para julga-
mento de reclamações para preservação da sua competência e para assegurar a autoridade 
de suas decisões. Essa modificação é relevante porque agora a reclamação está de modo 
explícito prevista para o STF, STJ e para o TST.
E, antes da previsão constitucional, o STF chegou a declarar inconstitucional norma do 
Regimento Interno do TST que tratava da reclamação, ao argumento de que ela não estava 
prevista nem na Constituição nem na CLT (STF, RE n. 405.031).
Fique atento(a) a um ponto: nas condenações de valor de até 10 salários-mínimos, o arti-
go 899, § 1º, da CLT exigia depósito prévio como condição de admissibilidade para o recurso 
extraordinário. 
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Em outras palavras, para subir do TST para o STF a parte precisava depositar em juízo o 
valor para que seu recurso fosse conhecido. Porém, o Tribunal entendeu que tal exigência é 
inconstitucional, por ferir o livre acesso à Justiça (STF, RE n. 607.447).
2.5.2. Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSTJ) e Escola Nacional de 
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT)
O CSJT foi criado pela EC n. 45/2004 e a ele compete a supervisão administrativa, orça-
mentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como 
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Se você reparar bem, dá para traçar um paralelo com o Conselho da Justiça Federal (CJF), 
que tem atribuições muito semelhantes. As diferenças centrais são duas: O CJF que funciona 
junto ao STJ e já está previsto na Constituição desde 1988 (sua criação foi ainda antes, com 
a Lei n. 5.010/1966).
Outro paralelo que pode ser feito é entre a ENAMAT e a ENFAM. Aqui, ambas foram criadas 
pela EC n. 45/2004 e funcionam como órgão responsável por regulamentar os cursos oficiais 
para o ingresso e promoção na carreira. A diferença é que a ENAMAT cuida da Justiça do Tra-
balho, enquanto a ENFAM coordena a Justiça Estadual e a Federal.
2.5.3. Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho (TRTs)
Outra vez, dá para fazermos um paralelo, só que agora entre os TRFs e os TRTs, pois as 
normas são muito semelhantes. Digo isso para sistematizar seu raciocínio, pois sei que arma-
zenar um tantão de informações não é nada fácil...
Vamos lá!
De acordo com o artigo 115, da Constituição, os TRTs serão compostos de, no mínimo, 
sete juízes, que devem ser recrutados, quando possível, na respectiva região e serão nomea-
dos pelo presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos.
Se você reparou na palavra em sublinhado, viu que nela consta a palavra juízes, e não de-
sembargadores. Isto acontece porque a Constituição chamou os membros da Justiça Traba-
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lhista de 1ª instância de juiz do Trabalho e os de 2ª instância de juiz de Tribunal Regional do 
Trabalho – na prática, os desembargadores do Trabalho.
Não sei se você lembra, mas também nos TRTs há a regra do quinto constitucional (ela 
vale no TST, nos TRTs, nos TRFs e nos TJs). Assim, 1/5 das vagas serão preenchidas por advo-
gados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público 
do Trabalho com mais de dez anos de carreira.
Os demais membros devem ser juízes do trabalho de carreira, com mais de cinco anos de 
exercício, promovidos, alternadamente, por antiguidade e merecimento.
Como já mencionei, a Constituição ainda previu que tanto os TRFs e os TRTs quanto os 
TJs devem instalar a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da 
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa-
mentos públicos e comunitários.
Desse modo, para melhor atender aos jurisdicionados, alcançando os locais mais distan-
tes, a EC n. 45/2004 estabeleceu que os TRTs poderão funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras Regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em 
todas as fases do processo.
Na primeira instância, a jurisdição trabalhista é exercida por um juiz singular (Juiz do Trabalho), 
não havendo mais as chamadas Juntas de Conciliação e Julgamento.
Por fim, o artigo 112 diz que a lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas co-
marcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o 
respectivo TRT.
2.5.4. Competência da Justiça do Trabalho
Todas as suas atenções devem ser redobradas agora! O assunto “competência da Justiça 
do Trabalho” é muitíssimo explorado pelas Bancas. E, é claro, não só nos concursos para a área 
trabalhista. Ele despenca mesmo...
Vamos começar então.
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A EC n. 45/2004 ampliou significativamente a competência da justiça do trabalho.
Na redação atual, o artigo 114, da Constituição, diz que compete à justiça do trabalho pro-
cessar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Eu acabei de falar para você que a EC n. 45/2004 ampliou bastante a competência da Jus-
tiça do Trabalho, não foi?
Pois é, mas ela ampliou mais do que deveria, daí foi preciso o STF intervir, negando o que 
está explicitamente colocado na Constituição.
Deixe-me explicar: o STF excluiu da competência da Justiça do Trabalho o julgamento das 
ações oriundas das relações de trabalho regidas por vínculo estatutário (STF, ADI n.3.395).
Desse modo, um empregado público ligado ao Banco do Brasil, aos Correios (ECT) ou à 
Petrobras deverá ajuizar a ação na Justiça do Trabalho quando quiser discutir algum direito 
trabalhista, pois seu vínculo é celetista (CLT).
Por outro lado, um servidor estatutário (regido por estatuto próprio) deverá ingressar na 
Justiça comum, que pode ser Federal ou Estadual, a depender do ente ao qual pertença.
Exemplificando, um servidor do Ministério da Agricultura, regido pela Lei n. 8.112/1990, ajuiza-
rá a ação na Justiça Federal. Ao contrário, um servidor da Secretaria de Fazenda de São Paulo 
moverá a ação na Justiça Estadual (TJSP, 1ª instância).
Dentro dessa premissa – competência da Justiça comum, e não da Justiça trabalhista 
– também se inserem as discussões relativas às contratações temporárias para atender à 
necessidade temporária (STF, RCL n. 4.872).
Posso sistematizar para ajudar você?
Justiça comum (Federal ou Estadual)Justiça comum (Federal ou Estadual) Justiça do trabalhoJustiça do trabalho
Servidores estatutários Empregados privados
Servidores temporários Empregados públicos (EP e SEM)
Servidores celetistas Ações possessórias e de dano moral ou material 
relacionadas às relações de trabalho
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Também é da Justiça comum a competência conflitos envolvendo representação comer-
cial. Ou seja, disputas envolvendo o representante comercial e a empresa representada devem 
ser resolvidas na Justiça comum, porque a relação é empresarial (mercantil), não trabalhista 
(STF, RE n. 606.003).
Porém, o STF entendeu que compete à justiça trabalhista processar e julgar causas re-
lativas a prestações de natureza trabalhista ou a depósitos do FGTS de servidor que tenha 
ingressado no serviço público antes da Constituição de 1988, sem prestar concurso (STF, CC 
n. 7.950).
Vou para outro ponto agora: pense aí num caso em que uma empresa estatal lança concurso 
e um dos candidatos acredita ter ocorrido a preterição na ordem de convocação. Quem seria o 
órgão competente nessa hipótese?
Apreciando a situação, o STF entendeu que cabe à Justiça do Trabalho dirimir a contro-
vérsia entre pessoa jurídica de direito privado da Administração Indireta e seus empregados, 
regidos pela CLT, o que também abrangeria a fase pré-contratual – ou seja, as fases antes da 
contratação, que englobam o concurso (STF, RE n. 1.015.362).
Mais um detalhe: mudando sua jurisprudência, o STF fixou a seguinte tese:
Compete à Justiça comum (estadual ou federal) processar e julgar controvérsias relacio-
nadas à fase pré-contratual e eventual nulidade do certame em face da administração 
pública direta ou indireta nas hipóteses em que adotado regime celetista de contratação 
de pessoal.
Ou seja, quando o candidato realizar um concurso público e quiser questionar algum ponto 
judicialmente, ele deverá ingressar na justiça comum (estadual ou federal) se a contratação for 
pelo regime da CLT. Antes da referida decisão, a competência era da justiça do trabalho (artigo 
114 da CF) por envolver emprego público. Só ficava na justiça comum quando o vínculo a ser 
estabelecido entre o servidor e a Administração fosse estatutário (STF, RE n. 960.429).
Prevaleceu a orientação de que a disputa envolve direito administrativo. Isso porque 
não se sabe nem mesmo se o candidato seria contratado, o que afasta a competência da 
Justiça do trabalho.
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Outra coisa: a reforma da Previdência (EC n. 103/2019) acrescentou o § 14 ao artigo 37, 
estabelecendo que a aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição 
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência 
Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. 
Em outras palavras, se o empregado público pedir a aposentadoria, o vínculo que ele tinha 
com o órgão ou a entidade será rompido.
Mas e se o empregado público não concordar com a sua demissão em razão da aposen-
tadoria? Nesse caso, terá de discutir a situação perante a justiça comum, e não a justiça do 
trabalho. Isso porque o STF entendeu que a natureza do ato de demissão de empregado pú-
blico é constitucional-administrativa, e não trabalhista (STF, RE n. 655.283).
Ah, como você viu, está prevista a competência da Justiça do Trabalho para julgar os en-
tes de direito público externo, certo? Pois é, mas tem um probleminha...
É que o STF entende que a Organização das Nações Unidas e suas agências (ex.: ONU, 
PNUD) possuem imunidade de jurisdição, não podendo ser processadas, salvo se renuncia-
rem à imunidade (STF, RE n. 578.543).
II – as ações que envolvam o exercício de direito de greve;
Mais um ponto essencial para as provas!
Primeiro, porque a Súmula Vinculante n. 23 diz que a justiça do trabalho é competente 
para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de 
greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Traduzindo, pense na situação em que um grupo de bancários ocupe uma agência para 
fazer piquete, em busca de chamar a atenção para suas reivindicações. Nessa hipótese, ca-
berá à Justiça do Trabalho o julgamento do pedido de desocupação do imóvel.
Se a ocupação se desse por outros motivos – exemplo: alguém invade uma propriedade 
sua –, o processo tramitaria na Justiça Comum Estadual – Vara Cível.
Segunda coisa: você lembra que, enquanto os trabalhadores (iniciativa privada) têm o di-
reito de greve assegurado, em relação aos servidores a regra é outra: para eles, a Constituição 
diz que o direito será exercido nos termos de lei específica.
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Ou seja, é uma norma de eficácia limitada, que precisa de regulamentação por parte do 
Congresso Nacional.
Porém, uma coisa é certa: até hoje a lei necessária para a regulamentação não foi editada. 
Há outra certeza também: independentemente da existência de lei, os servidores continuaram 
fazendo greve.
Na busca por normatizar as paralisações, ainda que de forma precária, o STF acolheu pedi-
dos formulados em mandados de injunção, permitindo a greve, com base na Lei n. 7.783/1989, 
criada para tratar do direito de greve dos trabalhadores em serviços essenciais.
Essa medida não solucionou o problema, pois há especificidades no serviço público 
que não se comparam nem mesmo àquelas atividades da iniciativa privada que contam 
com mais restrições.
É o caso, por exemplo, da segurança pública.
Agora vem outra questão, muitíssimo importante para as provas...
Quando os trabalhadores fazem greve e não há acordo mesmo depois das negociações 
com os patrões, pode acontecer o chamado dissídio coletivo de greve. Em outras palavras, a 
Justiça intervirá para solucionar a questão.
No âmbito da Justiça do Trabalho, esses dissídiossão julgados pelo TST ou pelos TRTs, em 
competência originária. Vale dizer, o processo não começa no juiz de 1º grau. Se o problema for 
local, caberá ao TRT o julgamento; do contrário, se nacional, a solução ficará a cargo do TST.
Inclusive, o STF entendeu ser válida a exigência de comum acordo entre as partes para 
ajuizamento de dissídio coletivo de natureza econômica, não se falando em violação ao prin-
cípio da inafastabilidade de jurisdição (STF, RE n. 1.002.295).
Está bem, mas só agora chego onde quero...
É possível a existência de dissídio coletivo de greve entre servidores públicos e a Adminis-
tração caso, mesmo após deflagrada a paralisação, as partes não cheguem a um acordo?
A resposta é sim! Poderá haver dissídio coletivo, sendo a disputa intermediada pelo Judiciário.
Surge, então, a segunda – e mais cobrada – questão: a quem caberá o julgamento de dis-
sídio envolvendo servidores públicos e a Administração?
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Se você tiver curiosidade, pode procurar em toda a Constituição e, ainda assim, continuará 
sem a resposta. A razão para essa omissão é simples: a competência para julgamento de dis-
sídio deveria estar prevista na lei que até hoje não foi feita, lembra?
Para solucionar a questão, entra a jurisprudência do STF. A regra usada pelo Tribunal foi a 
de usar a simetria em relação aos órgãos competentes na Justiça do Trabalho.
Assim, se o dissídio entre os servidores e a Administração tiver repercussão mais ampla, na-
cional, a competência será do STJ, pois, se fosse com trabalhadores, a competência seria do TST.
Sendo ainda mais claro, caberia ao STJ decidir originariamente questões relacionadas à 
greve de servidores públicos (a) de âmbito nacional, (b) que abranjam mais de uma região da 
Justiça Federal e (c) que compreendam mais de uma unidade da federação. Nos demais ca-
sos, em se tratando de servidores públicos federais, a competência será do respectivo Tribunal 
Regional Federal (STF, MI n. 708).
Já se o dissídio entre servidores e a Administração é mais restrito, a competência será do 
TRF ou do TJ, a depender de a competência ser da Justiça Federal ou Estadual. Esses Tribu-
nais estão em paralelo com o TRT, competente para julgar dissídio local entre trabalhadores e 
patrões.
Se a competência na Justiça do Trabalho para julgar o dissídio coletivo de greve seria do TST, 
quando envolver servidores, será julgado pelo STJ; já se o julgamento do conflito caberia ao 
TRT, na justiça comum a questão será resolvida pelo TRF ou pelo TJ.
Havendo greve, pode a Administração descontar os dias parados?
Sim, entende o STF. É legítimo o corte do ponto, com o não pagamento dos dias em que 
o servidor ficou sem trabalhar, mesmo que a greve não seja abusiva. Permite-se, contudo, a 
compensação em caso de acordo.
Mas o desconto será incabível se ficar demonstrado que a greve decorreu de conduta ilí-
cita do poder público, como é o caso de atraso no pagamento dos valores devidos ou outra 
circunstância excepcional (STF, RE n. 693.456).
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A circunstância de o servidor público estar em estágio probatório não é justificativa para a de-
missão com base na sua participação em movimento grevista por mais de trinta dias. Isto por-
que a participação em greve não pode ser tomada como falta injustificada (STF, RE n. 226.966).
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e 
entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver 
matéria trabalhista;
Um alerta: mesmo com o alargamento da competência trazido pela EC n. 45/2004, a Justi-
ça do Trabalho não tem competência para processar e julgar ações penais (STF, ADI n. 3.684).
V – os conflitos de competência entre órgãos da jurisdição trabalhista, salvo quando o conflito 
envolver o TST.
Se o conflito de competência envolver o TST, a competência passará a ser do STF. De 
outro lado, repare que a competência do TST se limita aos conflitos entre órgão de juris-
dição trabalhista.
Ex.: TRT/DF x TRT/GO.
Tratando-se de conflito surgido entre juízos vinculados a tribunais diversos – ex.: TRT x TRF 
ou juiz do Trabalho x juiz Federal –, a competência para dirimi-lo será do STJ.
VI – ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
De acordo com a Súmula Vinculante n. 22, a justiça do trabalho é competente para proces-
sar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente 
de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não 
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC n. 45/2004.
Vou traduzir: é que as ações por danos morais e materiais podem surgir da relação de 
trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando o chefe vai além do poder que lhe é inerente 
no sentido de corrigir o funcionário e começa a humilhá-lo.
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Antes da EC n. 45/2004, esse tipo de processo tramitava em Varas Cíveis, na Justiça Co-
mum Estadual.
Após a mudança, a competência passou para a Justiça do Trabalho, certo? Mas o que 
fazer com os processos que estavam em curso?
O STF resolveu a questão, editando a SV n. 22. Os processos que ainda não tinham sido 
sentenciados deveriam ser remetidos para a Justiça do trabalho. Ao contrário, aqueles que já 
contavam com sentença foram mantidos na Justiça Comum Estadual.
VII – ações relativas a penalidades administrativas impostas aos empregadores (patrões) por ór-
gãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, ‘a’, e II, e seus acrésci-
mos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Em mais uma súmula vinculante relacionada ao artigo 114 da CF, o STF definiu que a com-
petência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da CF alcança a execução de ofício 
das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças 
que proferir e acordos por ela homologados (STF, Súmula Vinculante n. 53).
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
A Constituição de 1988 define especificamente a competência do STF e do STJ. Em relação ao 
TST, ela delega à lei a delimitação da competência. No entanto, a EC n. 92/2016 modificou um 
pouco esse panorama ao prever a competência explícita de julgamento da reclamação, para 
preservação da autoridade das decisões e manutenção da competência do TST.
2.6. tribunAis e Juízes eleitorAis
O artigo 118 da Constituição define que os órgãos da Justiça Eleitoral são os seguintes:
I – Tribunal Superior Eleitoral – TSE;
II – Tribunais Regionais Eleitorais – TREs;
III – JuízesEleitorais; e
IV – Juntas Eleitorais.
Vamos, sem demora, trabalhar os pontos principais.
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2.6.1. Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
O TSE é composto de, no mínimo, sete membros. Na Constituição, eles são chamados de 
juízes, mas na prática como ministros.
A forma de escolha é assim:
a) três, dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal – eleição por voto secreto do 
próprio STF;
b) dois, dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça – eleição por voto secreto do 
próprio STJ;
c) dois, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados 
pelo STF, que serão nomeados presidente da República. Ou seja, o STF elabora a lista 
sêxtupla e o presidente da República escolhe dois nomes.
De antemão, perceba que o Ministério Público não terá representantes, não se falando em 
quinto constitucional.
Avançando, o presidente e o vice-presidente do TSE serão eleitos entre os ministros que 
vêm do STF. Por sua vez, o corregedor eleitoral será um dos ministros que vêm do STJ.
Outro ponto importante: até aqui, você viu que os candidatos a vagas no STF, no STJ e no 
TST deveriam possuir no máximo 65 anos.
Já no TSE não se fala em idade mínima ou máxima, podendo o Tribunal contar, inclusive, 
com membros com mais de 75 anos. É lógico, porém, que a flexibilidade maior quanto às ida-
des só se aplica ao pessoal que vem da OAB, pois os ministros oriundos do STF e do STJ têm 
limites mínimos para ingressar e “prazo de validade”, findo o qual entram na compulsória.
Sendo ainda mais claro, essa possibilidade vale apenas para os advogados, que podem 
entrar no Tribunal mesmo após o limite da compulsória.
Aliás, essa situação aconteceu com o ministro José Geraldo Grossi, que começou a cum-
prir seu último biênio no ano de 2006, quando já contava com 74 anos de idade (nascimento 
em 1932). Àquela altura a compulsória era aos 70 anos de idade.
Tem mais: os membros da OAB, quando ingressam no Poder Judiciário na condição de de-
sembargadores ou ministros, ficam impedidos de continuar a exercer a advocacia. Contudo, essa 
regra não se estende àqueles que estejam compondo a Justiça Eleitoral (STF, ADI n. 1.127).
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A justificativa para isto é que eles ficarão apenas temporariamente na Justiça Eleitoral – 
mandato de dois anos, renovável por outros dois. Então, se abandonassem os clientes, quan-
do voltassem ao batente, teriam que reconquistar toda a clientela...
2.6.2. Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
Diz o texto constitucional que haverá um TRE na Capital de cada Estado e no Distrito Fede-
ral. Esses tribunais serão compostos de sete juízes (na prática, desembargadores Eleitorais), 
que devem ser assim escolhidos:
a) dois, dentre os desembargadores do TJ – eleição por voto secreto do próprio TJ;
b) dois, dentre juízes de direito – eleição por voto secreto do próprio TJ;
c) um, por juiz de TRF com sede na Capital do Estado ou no DF, ou, não havendo, de juiz federal, 
escolhido, em qualquer caso, pelo TRF.
d) dois, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ, que 
serão nomeados presidente da República. Ou seja, o TJ elabora a lista sêxtupla e o presidente da 
República escolhe dois nomes.
O presidente e o vice-presidente do TRE serão eleitos entre os desembargadores do TJ.
Também nos TREs não há quinto constitucional (ele só existe para TST, TRT, TRF e TJ) nem 
participação de juízes oriundos do MP.
Igualmente não se fala em idade mínima ou máxima, podendo o Tribunal contar, inclusive, 
com membros com mais de 75 anos. Para evitar desnecessárias repetições, veja a explicação 
que fiz anteriormente, no TSE.
A mesma regrinha (repetir o que valeu para o TSE) deve ser aplicada quanto à possibilidade 
de exercício da advocacia para os membros que venham da OAB.
Outra coisa: o STF entende que compete exclusivamente ao TJ a indicação de advogados 
para composição de TRE, não havendo a participação da OAB na referida escolha (STF, MS n. 
21.060).
Ah, também entendeu que magistrado aposentado não pode ingressar no TRE dentro das 
vagas reservadas à advocacia (STF, RMS n. 23.123).
Como eu já adiantei aí em cima, salvo motivo justificado, os juízes dos tribunais eleitorais 
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os 
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para 
cada categoria.
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Por esta razão, foi declarada a inconstitucionalidade de resolução editada pelo TRE se-
gundo a qual nenhum juiz poderia voltar a integrar o Tribunal na mesma classe ou em classe 
diversa, por dois biênios consecutivos (STF, ADI n. 2.993).
Está bem. Então, você viu que, embora haja um TRE em cada UF, esses Tribunais pertence-
rão ao Poder Judiciário da União, certo?
Pois é, em razão disso, o STF declarou a inconstitucionalidade de uma lei do Ceará que fixa-
va obrigações à Justiça Eleitoral naquele Estado. Isso porque houve invasão da competência 
federal para tratar sobre o tema (STF, ADI n. 4.984).
Outra coisa: quando um juiz ou promotor atua na esfera eleitoral – que não tem integrantes 
fixos –, há previsão de pagamento de uma gratificação.
Até aí, tudo bem.
Acontece que a Lei Orgânica do Ministério Público do Rio de Janeiro previa que esse pa-
gamento deveria ocorrer com valor equivalente ao devido à magistratura e com as dotações 
próprias do TRE do estado.
Ou seja, obrigava-se a utilização do orçamento do Judiciário para gastos relativos a paga-
mentos para membros de outra instituição. Daí, houve a declaração de inconstitucionalidade 
da norma, por ferir a autonomia do Judiciário e a separação dos Poderes (STF, ADI n. 2.831).
A organização e a competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais serão 
feitas por meio de lei complementar (LC).
2.6.3. Irrecorribilidade das Decisões do TSE
Tenha cuidado com outro ponto recorrente nas provas: são irrecorríveis as decisões do 
TSE, salvo as que contrariarem a Constituição Federal e as denegatórias de habeas corpus ou 
mandado de segurança.
Se a parte quiser interpor recurso extraordinário (RE) contra decisão proferida pelo TSE, 
deve observar o prazo de três dias (STF, Súmula n. 728).
A importância dessa particularidade é que o prazo geral para a interposição do RE é de 15 
dias úteis, segundo o Código de Processo Civil. Ou seja, há um prazo especial – e menor – para 
o RE em matéria eleitoral.
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Em outro julgado, foi decidido que o TSE é o órgão competente para julgar os recursos 
contra expedição de diploma (RCED) nas eleições presidenciais e gerais (federais e estaduais) 
– STF, ADPF n. 167.
2.6.4. Possibilidade de Interposição de Recursos contra Decisões dos TREs
Anteriormente você viu as hipóteses de recurso para o TSE. Agora, é hora de vermos os 
recursos cabíveis contra decisões dos TREs, ok?
I – forem proferidas contra disposição expressa da Constituição ou de lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
Observe que tanto no TSE quanto no TRE só caberão recursos contra remédios constitucio-
nais (HC, HD, MS e MI) se a decisão de origem tiver sido desfavorável (denegatória). Em outras 
palavras, não será possível quando a decisão for concessiva.
E mais: mesmo sendo alegada violação à Constituição, não caberá recurso extraordinário 
diretamente para o STF contra decisão do TRE. A parte deverá recorrer primeiro para o TSE 
(STF, AI n. 164.491).
Mais uma vez, estamos diante de previsão excepcional, pois, se uma decisão de TJ ou TRF 
(Tribunais de 2ª Instância como o TRE) contrariar a Constituição, a parte pode ir direto ao STF, 
sem a necessidade de passar pelo STJ.
Antes de terminar, atenção para um ponto: compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes 
eleitorais e os comuns que lhes forem conexos.eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. É dela (justiça eleitoral) a competência para 
analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, em 
não havendo, remeter os casos à Justiça competente (STF, Inq 4.435).
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2.7. tribunAis e Juízes MilitAres
Ao contrário dos outros ramos da Justiça Especializada (Trabalhista e Eleitoral), a Justiça 
Militar não conta ordinariamente com três “degraus”.
Eu digo isto porque, se pensarmos na Justiça Trabalhista, você verá o juiz do Trabalho (1ª ins-
tância), o TRT (2ª instância) e o TST (Tribunal Superior). De igual modo, na Justiça Eleitoral seriam 
os Juízes e Juntas Eleitorais (1ª instância), o TRE (2ª instância) e o TSE (Tribunal Superior).
No âmbito da Justiça Militar, a Constituição diz, em seu artigo 122, que os órgãos seriam 
o STM (Tribunal Superior), os “Tribunais e Juízes Militares instituídos em lei”.
Acontece que “os Tribunais Militares”, que estariam posicionados em 2ª instância, só exis-
tem em tempo de guerra e, felizmente, não é o nosso caso.
Então, na prática, o STM funcionará como um Tribunal de 2ª instância, mesmo tendo nome 
de Tribunal Superior.
2.7.1. Superior Tribunal Militar
O STM conta com quinze ministros, mesclando dez militares e cinco civis. Veja como fica 
a distribuição:
1. dez militares, divididos desta forma:
a) quatro, entre oficiais-generais do Exército, da ativa, e do posto + elevado;
b) três, entre oficiais-generais da Marinha, da ativa, e do posto + elevado;
c) três, entre oficiais-generais da Aeronáutica, da ativa, e do posto + elevado.
Não sei você, mas eu sempre associei com esquema de time de futebol “4-3-3”, sendo que 
a maior força (Exército) terá um integrante a mais do que as demais.
2. Cinco civis, divididos desta forma:
a) três advogados;
b) um juiz auditor;
c) um membro do Ministério Público Militar.
Repare que no STM também não há quinto constitucional (vou sempre lembrar: TST, TRT, 
TRF e TJ), mas aqui há ministro oriundo do Ministério Público, coisa que não existe na Justiça 
Eleitoral.
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Se você der uma lida na Constituição, vai notar que só estão definidos os requisitos exigí-
veis para os ministros civis. O candidato a uma das vagas deve ser brasileiro – nato ou natu-
ralizado –, maior de 35 anos (não se fala em idade máxima, como no STF, STJ e TST) e, para 
os advogados, exige-se o mínimo de 10 anos de atividade profissional.
Perceba que há somente a idade mínima, não sendo definida idade máxima (como é o caso 
do STF, do STJ e do TST). Em razão disso, o STF decidiu ser incompatível com a Constituição 
a limitação em 65 anos para o ingresso no cargo de ministro do STM (STF, MS n. 20.930).
Por outro lado, para se manter a proporcionalidade entre dez militares e cinco civis, o STF 
entendeu que um militar, ainda que da reserva, não pode concorrer às vagas destinadas aos 
civis. Isto porque ele não deixou de ser militar (STF, MS n. 23.138).
No caso, o candidato era coronel, já estava reformado e era advogado. Ou seja, ele conhecia a 
prática e a teoria, razão pela qual se destacou no exercício da advocacia especializada. O Tribunal, 
no entanto, pontuou que não se deixa de ser militar por ter passado para a reserva/reforma.
Por fim, diferentemente do que acontece com o STF, STJ e TST, a aprovação no Senado 
depende de maioria simples (ou relativa).
Para você não esquecer: só será maioria simples (relativa) na aprovação do nome de in-
dicados para o STM e para as três vagas do TCU a serem preenchidas por indicação do presi-
dente da República.
2.7.2. Competência da Justiça Militar
No seu artigo 124, a Constituição se limita a dizer que à Justiça Militar compete processar 
e julgar os crimes militares definidos em lei. Ou seja, não há detalhamento da competência na 
própria Constituição.
Lembro também que existe a Justiça Militar da União, que é responsável por julgar os 
militares das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, enquanto a Justiça Militar 
dos estados (e do DF) julga os integrantes das forças auxiliares do Exército (polícia militar e 
corpo de bombeiros militares).
Na prática, PMs e Bombeiros Militares, nos crimes militares, serão julgados pelas Varas 
de Auditoria Militar. Se a parte quiser recorrer, deve ir para o Tribunal de Justiça (TJ). Novo re-
curso irá para o STJ ou para o STF. Como se vê, o recurso não vai parar lá no STM.
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Ah, uma ressalva: há previsão no artigo 125, § 3º, da Constituição, no sentido de que, se o efe-
tivo da PM e dos Bombeiros Militares superar vinte mil integrantes, poderá ser criado um TJM. Ele, 
no entanto, é vinculado à Justiça Estadual, não guardando relação com as Forças Armadas.
Nesse caso, o processo (contra PMs e bombeiros) que começou na Vara de Auditoria Mili-
tar, irá para o TJM e, se for o caso, para o STJ ou STF.
Outra coisa: embora seja de competênciada Justiça Militar Estadual processar e julgar os 
militares dos estados nos crimes militares e nas ações judiciais contra atos disciplinares, a 
Constituição previu uma regra específica que você precisa saber.
É que os crimes dolosos contra a vida praticados por militares contra civis serão julgados 
pelo Tribunal do Júri. A ideia é evitar que eventual corporativismo prejudique a apuração de 
abusos praticados por maus militares.
Essa regra, que atribui a competência para o júri, está prevista no artigo 125 da Constitui-
ção, que trata da Justiça Estadual. Em razão disso, é aplicável, sem dúvidas, aos integrantes 
das PMs e do CBM.
Discutia-se se os crimes dolosos contra a vida praticados pelos Militares das Forças Arma-
das (União) estariam – ou não – dentro da regra do júri. A polêmica ganhou maior importância 
com o uso do efetivo das Forças Armadas no auxílio ao combate à criminalidade, desempe-
nhando papel de verdadeiro órgão da segurança pública.
Foi nesse contexto que se editou a Lei n. 13.491/2017, a qual alterou o artigo 9º do Código 
Penal Militar, para prever o seguinte:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou 
nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares 
contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das 
Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no 
contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo presidente da República ou 
pelo ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não 
beligerante; ou
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III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribui-
ção subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e 
na forma dos seguintes diplomas legais:
a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) Lei Complementar n. 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-Lei n. 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
Com a nova lei, na prática, dificilmente um crime doloso contra a vida praticado por militar 
das Forças Armadas contra civil sairia da Justiça Militar da União. Isto porque a amplitude do 
leque de exceções do § 2º acaba conduzindo à competência da justiça especializada.
Ainda, criou-se uma distinção de tratamento entre militares das Forças Armadas e militares 
dos estados, pois estes (os dos estados) continuam sendo julgados no Tribunal do Júri nos 
crimes dolosos contra a vida praticados contra civis.
Fique esperto(a) para não cair nas cascas de banana: apenas crimes contra a vida prati-
cados dolosamente vão para o júri. Assim, se o homicídio for culposo, a competência será da 
Justiça Militar Estadual.
Mais: crimes envolvendo militar que mata outro militar (em contexto de crime militar) tam-
bém não vão a júri.
2.8. tribunAis e Juízes dos estAdos e do distrito FederAl
Primeira coisa: nos municípios não existe Poder Judiciário, Ministério Público ou Defen-
soria Pública.
Se na sua cidade existe um fórum, ele não pertence ao município. Ele integra o Poder Ju-
diciário Estadual. De mesmo modo, se há aí uma Vara Federal, Vara do Trabalho ou Cartório 
Eleitoral, eles fazem parte do Poder Judiciário da União.
Prosseguindo, o artigo 125, da Constituição, diz que os Estados organizarão sua Justiça, 
observados os princípios estabelecidos no texto constitucional.
A definição da competência dos TJs cabe à Constituição Estadual.
É também dos Estados a iniciativa legislativa para a edição da Lei de Organização Judiciá-
ria – LOJ. Tendo em vista que o Poder Judiciário no DF é organizado e mantido pela União, sua 
lei de organização é federal.
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Repare em um detalhe: é inconstitucional norma que atribui iniciativa ao governador para 
criar a Lei de Organização Judiciária. Isso porque a competência é do próprio Judiciário, em 
razão da autonomia que possui (STF, ADI n. 197).
E como fica a competência dos TJs?
Pois é. A competência da Justiça Comum Estadual é residual. Aquilo que não estiver a car-
go do STF, dos Tribunais Superiores, da Justiça Especializada (Trabalhista, Eleitoral e Militar) 
ou da Justiça comum Federal pertencerá aos TJs.
No entanto, é válido lembrar que a competência para julgamento dos crimes dolosos con-
tra a vida está na própria Constituição de 1988, mais especificamente no artigo 5º.
Em razão disso, a regra do júri prevalecerá sobre o foro especial estabelecido exclusiva-
mente na Constituição Estadual (Súmula Vinculante n. 45).
Vou abrir um parêntese aproveitando que falei em Constituição Estadual, ela não pode criar 
hipóteses de foro especial para outras autoridades além daquelas que já receberam pela CF. 
A exceção fica por conta das autoridades mencionadas nos artigos 27 e 28 da CF, quais sejam, 
os deputados estaduais, o vice-governador e os chefes das polícias (STF, ADI n. 2.553). Fecho 
o parêntese.
Avançando, por exclusão, será da Justiça Estadual a competência para julgar causas entre 
consumidor e concessionária de serviços públicos de telefonia quando a ANATEL não esteja 
atuando no caso (Súmula Vinculante n. 27).
Do contrário, presente a agência reguladora (que é uma Autarquia), o feito é deslocado para 
a Justiça federal, competente para julgar as ações em que a União, Autarquias e empresas pú-
blicas federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes (artigo 109).
Dentro dessa lógica, a Justiça comum estadual será competente para julgar as causas em 
que é parte sociedade de economia mista (STF, Súmula n. 556).
Assim como já visto em relação aos TRFs e TRTs, o TJ também poderá funcionar des-
centralizadamente, constituindo Câmaras Regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do 
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
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De igual modo, também o TJ instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências 
e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, 
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
Tentando buscar a solução para os frequentes conflitos nessa área, a EC n. 45/2004 esta-beleceu que, para dirimir conflitos fundiários, o TJ proporá a criação de varas especializadas, 
com competência exclusiva para questões agrárias.
Mais um detalhe: mudando sua jurisprudência, o STF fixou a seguinte tese:
Compete à Justiça comum (estadual ou federal) processar e julgar controvérsias relacio-
nadas à fase pré-contratual e eventual nulidade do certame em face da administração 
pública direta ou indireta nas hipóteses em que adotado regime celetista de contratação 
de pessoal.
Ou seja, quando o candidato realizar um concurso público e quiser questionar algum ponto 
judicialmente, ele deverá ingressar na justiça comum (estadual ou federal) se a contratação for 
pelo regime da CLT. Antes da referida decisão, a competência era da justiça do trabalho (artigo 
114 da CF) por envolver emprego público. Só ficava na justiça comum quando o vínculo a ser 
estabelecido entre o servidor e a Administração fosse estatutário (STF, RE n. 960.429).
Prevaleceu a orientação de que a disputa envolve direito administrativo. Isso porque não 
se sabe nem mesmo se o candidato seria contratado, o que afasta a competência da justiça 
do trabalho.
2.8.1. Representação de Inconstitucionalidade Estadual
É certo que qualquer juiz ou Tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei. 
Essa faculdade está dentro do controle difuso de constitucionalidade.
Quando o assunto é controle concentrado, a missão se restringe a dois Órgãos: o STF, como 
guardião da Constituição Federal, e o TJ como guardião da Constituição Estadual (acresça-se 
o TJDFT, como guardião da LODF).
No plano federal, a Constituição permite que o STF faça controle concentrado por meio de 
cinco ferramentas (digo sempre que o controle concentrado cabe na minha mão): ADI, ADO, 
ADC, ADPF e ADI Interventiva.
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Por outro lado, em relação ao controle concentrado estadual, a Constituição usou o nome 
“representação de inconstitucionalidade”. Porém, pode falar tranquilamente em ADI Estadual 
que dará na mesma coisa.
Na representação de inconstitucionalidade (ADI Estadual) o TJ fará o controle de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual.
Tradicionalmente, o STF entendia não caber ao TJ julgar, em controle concentrado, ações 
quando a norma supostamente ofendida viesse da Constituição Federal.
Em outras palavras, restringia-se a atuação do TJ apenas ao confronto entre atos norma-
tivos estaduais ou municipais versus Constituição Estadual.
Eu coloquei o verbo no pretérito, porque um julgado para lá de relevante deu uma modifica-
da importante na jurisprudência.
Agora, o STF permite que o TJ julgue a ADI Estadual mesmo quando a norma suposta-
mente violada esteja na Constituição Federal, desde que se trate de norma de reprodução 
obrigatória (STF, RE n. 650.898).
Em outras palavras, podem os TJs fazer controle abstrato (concentrado) de constitucionali-
dade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que 
se trate de normas de repetição obrigatória pelos Estados.
Mas o que é norma de reprodução obrigatória?
São aquelas normas que estão na Constituição Federal e que obrigatoriamente devem es-
tar na Constituição Estadual.
Alguns exemplos seriam o artigo 37 (Administração Pública), os artigos 59 a 69 (processo 
legislativo) e os artigos 165 a 169 (normas orçamentárias).
Avançando, lá nas competências originárias do STF, você viu que há nove legitimados para 
o ajuizamento de quatro das cinco ações do controle concentrado (apenas a ADI Interventiva 
é o patinho feio, com somente um legitimado, o PGR).
Segundo o artigo 103, da Constituição, ADI, ADO, ADC e ADPF podem ser propostas pelos 
seguintes legitimados: a) presidente da República; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da 
Câmara dos Deputados; d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; e) 
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governador de estado ou do DF; f) procurador-geral da República (PGR); g) Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); h) partido político com representação no Congresso; e 
i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Já no âmbito estadual, a Constituição Federal não definiu quem são os legitimados, atri-
buindo essa tarefa ao Constituinte Estadual. Mas ela fez uma ressalva: não pode haver somen-
te um legitimado.
Então, as Constituições Estaduais começaram a reproduzir o rol de legitimados do artigo 
103, adaptado à realidade local.
Exemplificando, onde havia “Conselho Federal da OAB”, passou a constar “Seccional da OAB”; 
trocou-se “confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional” por “federação 
sindical ou entidade de classe de âmbito estadual”.
Depois, elas passaram a colocar legitimados que não encontravam simetria no modelo 
federal. Quando foram questionados, o STF entendeu que o rol de legitimados na Constituição 
Estadual não precisa se limitar à aplicação do modelo federal em simetria.
Desse modo, é possível que o Constituinte Estadual aponte outros legitimados, como, por 
exemplo, um Deputado Estadual (STF, ADI n. 558) ou mesmo partido político sem representa-
ção na Assembleia Legislativa (STF, RE n. 412.921).
Uma ressalva: o Tribunal firmou a compreensão segundo a qual é do Prefeito do Municí-
pio, e não do próprio Município ou de seu procurador-geral, a legitimidade para fazer propor 
a ADI Estadual perante o TJ e, se for o caso, o recurso extraordinário (RE) contra a decisão daí 
advinda (STF, RE n. 831.936).
2.8.2. Justiça Militar Estadual
A Justiça Militar da União fica responsável por julgar os militares das Forças Armadas 
(Exército, Marinha e Aeronáutica).
Já o pessoal das forças auxiliares do Exército (PM e bombeiros) é julgado pela Justiça 
Militar Estadual.
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Dito em outras palavras, PMs e bombeiros militares, nos crimes militares, serão julgados 
pelas Varas de Auditoria Militar. Se a parte quiser recorrer, deve ir para o Tribunal de Justiça (TJ). 
Novo recurso irá para o STJ ou para o STF. Como se vê, o recurso não vai parar lá no STM.
Ah, uma ressalva: há previsão no artigo 125, § 3º, da Constituição, no sentido de que, se o 
efetivo da PM e dos bombeiros militares superar vinte mil integrantes, poderá ser criado um 
TJM. Ele, no entanto, é vinculado à Justiça Estadual, não guardando relação com as Forças 
Armadas.
Nesse caso, o processo (contra PMs e bombeiros) que começou na Vara de Auditoria Mili-
tar irá para o TJM e, se for o caso, para o STJ ou STF (STF, CC n. 7.086).
Embora seja de competência da Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos 
estados nos crimes militares e nas ações judiciais contra atos disciplinares, a Constituição 
previu uma regra específica quevocê precisa saber.
É que os crimes dolosos contra a vida praticados por militares contra civis serão julgados 
pelo Tribunal do Júri. A ideia é evitar que eventual corporativismo prejudique a apuração de 
abusos praticados por maus militares.
Essa regra, que atribui a competência para o júri, está prevista no artigo 125 da Constitui-
ção, que trata da Justiça Estadual. Em razão disso, é aplicável, sem dúvidas, aos integrantes 
das PMs e do CBM.
Discutia-se se os crimes dolosos contra a vida praticados pelos Militares das Forças Arma-
das (União) estariam – ou não – dentro da regra do júri. A polêmica ganhou maior importância 
com o uso do efetivo das Forças Armadas no auxílio ao combate à criminalidade, desempe-
nhando papel de verdadeiro órgão da segurança pública.
Foi nesse contexto que se editou a Lei n. 13.491/2017, a qual alterou o artigo 9º do Código 
Penal Militar, para prever o seguinte:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou 
nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:
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§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das 
Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no 
contexto:
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo presidente da República ou 
pelo ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não 
beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribui-
ção subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e 
na forma dos seguintes diplomas legais:
a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) Lei Complementar n. 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-lei n. 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
Com a nova lei, na prática, dificilmente um crime doloso contra a vida praticado por militar 
das Forças Armadas contra civil sairia da Justiça Militar da União. Isto porque a amplitude do 
leque de exceções do § 2º acaba conduzindo à competência da justiça especializada.
Ainda, criou-se uma distinção de tratamento entre Militares das Forças Armadas e Militares 
dos Estados, pois estes (os dos Estados) continuam sendo julgados no Tribunal do Júri nos 
crimes dolosos contra a vida praticados contra civis.
Fique esperto(a) para não cair nas cascas de banana: apenas crimes contra a vida prati-
cados dolosamente vão para o júri. Assim, se o homicídio for culposo, a competência será da 
Justiça Militar Estadual.
Mais: crimes envolvendo militar que mata outro militar (em contexto de crime militar) 
também não vão a júri.
Outra coisa: o STF entende que a competência constitucional do Tribunal de Justiça (ou do 
TJM) para decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças é 
específica, nos termos do artigo 125, § 4º, não autorizando a concessão de reforma de policial 
militar julgado inapto a permanecer nas fileiras da corporação (STF, RE n. 601.146).
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3. tÓpico especiAl: súMulAs Aplicáveis à AulA
Súmulas Vinculantes – STF
Súmula Vinculante n. 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribu-
nal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Súmula Vinculante n. 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, 
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurí-
dica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Súmula Vinculante n. 17
Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem ju-
ros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.
Súmula Vinculante n. 22
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por 
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado 
contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro 
grau quando da promulgação da EC n. 45/2004.
Súmula Vinculante n. 23
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em 
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
Súmula Vinculante n. 27
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço 
público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, 
nem opoente.
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Súmula Vinculante n. 45
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de 
função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.
Súmula Vinculante n. 46
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas 
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
Súmula Vinculante n. 47
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal 
devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com 
a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita 
aos créditos dessa natureza.
Súmula Vinculante n. 53
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal 
alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da conde-
nação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.
Súmulas STF – não Vinculantes
Súmula n. 736
Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descum-
primento de normas trabalhistas relativasà segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
Súmula n. 733
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios.
Súmula n. 731
Para fim da competência originária do STF, é de interesse geral da magistratura a questão 
de saber se, em face da Loman, os juízes têm direito à licença-prêmio.
Súmula n. 728
É de três dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do TSE, 
contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamen-
to, nos termos do art. 12 da Lei n. 6.055/1974, que não foi revogado pela Lei n. 8.950/1994.
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Súmula n. 691
Não compete ao STF conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, 
em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
Súmula n. 689
O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do 
seu domicílio ou nas varas federais da capital do Estado-membro.
Súmula n. 642
Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua 
competência legislativa municipal.
Súmula n. 628
Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é parte 
legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente.
Súmula n. 627
No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do presi-
dente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impe-
tração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.
Súmula n. 624
Não compete ao STF conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de 
outros tribunais.
Súmula n. 623
Não gera por si só a competência originária do STF para conhecer do mandado de segurança 
com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do 
tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.
Súmula n. 606
Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Ple-
nário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Súmula n. 556
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de econo-
mia mista.
Súmula n. 517
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém 
como assistente ou opoente.
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Súmula n. 508
Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que 
for parte o Banco do Brasil S.A.
Súmula n. 421
Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou 
ter filho brasileiro.
Súmulas STJ
Súmula n. 266
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na 
inscrição para o concurso público.
Súmula n. 203
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juiza-
dos Especiais.
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QUESTÕES DE CONCURSO – CESPE
CNJ
Questão 1 (MP-CE/ANALISTA/2020) No que tange ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 
ao Ministério Público e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), julgue os itens 
subsequentes.
Se as indicações de membros para compor o CNJ não forem feitas no prazo legal pelos seus 
respectivos órgãos, a escolha caberá ao presidente da República.
Questão 2 (TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) Considerando o entendimento do STF 
acerca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue os itens a seguir.
I – Embora seja órgão do Poder Judiciário, o CNJ não é dotado de função jurisdicional.
II – O CNJ deve atuar somente se houver necessariamente o exaurimento da instância 
administrativa ordinária.
III – O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos magistra-
dos e servidores do Poder Judiciário.
IV – Não é permitido ao CNJ apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas 
somente sua legalidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
Questão 3 (PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Com relação ao Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ), julgue o próximo item.
O ministro corregedor do CNJ deve ser, necessariamente, um ministro do STJ.
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Poder Judiciário
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Questão 4 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, ações contra o CNJ.
Questão 5 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
Nos casos de crime cometido por magistrados contra a administração pública ou de abuso de 
autoridade, cabe ao CNJ representar ao Ministério Público.
Questão 6 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
O CNJ exerce a supervisão orçamentária da justiça federal de primeiro e de segundo graus.
Questão 7 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-
deres.
O Conselho Nacional de Justiça é órgão que exerce o controle da atuação administrativa, fi-
nanceira e jurisdicional no âmbito de todo o Poder Judiciário.
Questão 8 (TCE-PR/NÍVEL SUPERIOR/2016/ADAPTADA) No que se refere ao Poder Judici-
ário, julgue o item a seguir.
O Conselho Nacional de Justiça é órgão integrante da estrutura do Poder Judiciário brasileiro, 
responsável pelo controle administrativo, financeiro e disciplinar desse poder, dispondo, por 
isso, de função jurisdicional.
Questão 9 (PC-PE/AGENTE DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) Com base nas disposições 
constitucionais acerca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue o item.
Entre outras atribuições, cabe ao CNJ avocar processos disciplinares em curso e representar 
ao MP nos casos de crimes contra a administração pública ou de abuso de autoridade.
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Questão 10 (TRT 8ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA)A respeito da com-
posição e das finalidades do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue o item.
O CNJ é presidido pelo presidente do STF e, na sua ausência e(ou) impedimento, pelo presi-
dente do Tribunal Superior do Trabalho.
Questão 11 (TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A respeito do Poder Judiciário e 
das funções essenciais à justiça, julgue o item que se segue.
A competência do Conselho Nacional de Justiça para apurar violações aos deveres funcio-
nais se aplica apenas aos servidores do Poder Judiciário; ela não alcança os magistrados, 
pois, se assim não fosse, caracterizaria afronta à independência funcional.
Tribunais Superiores
Questão 1 (MP-CE/TÉCNICO/2020) Acerca do Poder Judiciário e das funções essenciais à 
justiça, julgue o item que se segue.
Compete ao STF processar e julgar o presidente da República por infrações penais comuns.
Questão 2 (MP-CE/TÉCNICO/2020) Acerca do Poder Judiciário e das funções essenciais à 
justiça, julgue o item que se segue.
O STF é o órgão responsável pelo controle da atuação administrativa e financeira de todo o 
Poder Judiciário, bem como do cumprimento funcional dos deveres dos juízes.
Questão 3 (TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2020) O STF é competente para julgar
a) os governadores dos estados e do Distrito Federal em caso de crimes comuns.
b) os desembargadores dos tribunais de justiça dos estados em caso de crimes de respon-
sabilidade.
c) os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias de um estado e autoridades admi-
nistrativas de outro estado.
d) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União.
e) lei local válida contestada em face de lei federal por meio de recurso extraordinário.
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Questão 4 (TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) Caso tribunal de justiça estadual profira 
decisão em última instância denegando habeas corpus, caberá ao interessado interpor recurso
a) especial, a ser julgado pelo STJ.
b) ordinário, a ser julgado pelo STF.
c) ordinário, a ser julgado pelo STJ.
d) extraordinário, a ser julgado pelo STJ.
e) extraordinário, a ser julgado pelo STF.
Questão 5 (TJ-AM/ASSISTENTE/2019) No que concerne ao Poder Judiciário e seus órgãos, 
julgue o item subsequente.
Cabe ao STF processar e julgar ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Questão 6 (TJ-AM/ASSISTENTE/2019) No que concerne ao Poder Judiciário e seus órgãos, 
julgue o item subsequente.
Os ministros do STJ são escolhidos pelo presidente do STF entre candidatos indicados em 
lista sêxtupla e com aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal.
Questão 7 (MPC-PA/ANALISTA/2019) Servidora pública federal, residente e domiciliada no 
estado do Pará, impetrou mandado de segurança para tutelar seu direito líquido e certo viola-
do por ato ilícito praticado pelo Tribunal de Contas da União.
Nessa situação hipotética, a competência originária para julgamento do mandado de segu-
rança será
a) do STF.
b) do STJ.
c) exclusiva de órgão da justiça federal localizado no estado do Pará.
d) exclusiva de órgão da justiça federal localizado no Distrito Federal.
e) concorrente entre órgão da justiça federal localizado no estado do Pará e no Distrito Federal.
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Questão 8 (PGE-PE/ANALISTA/2019) Ainda à luz da Constituição Federal de 1988, julgue 
o item subsecutivo.
Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de ações contra o Conselho Nacional 
de Justiça.
Questão 9 (MPU/TÉCNICO/2018) A respeito dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário 
e das funções essenciais à justiça, julgue o item subsequente.
Infração penal comum cometida por desembargador de tribunal regional federal será julgada 
originariamente pelo Supremo Tribunal Federal.
Questão 10 (MP-PI/TÉCNICO/2018) Julgue o item a seguir, relativo à organização adminis-
trativa do Estado e aos poderes da República Federativa do Brasil.
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente mandados de segu-
rança e habeas data contra ato de ministro de Estado.
Questão 11 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) À luz da legislação e da jurisprudência dos 
tribunais superiores, julgue o item que se segue, acerca do Poder Judiciário e do controle de 
constitucionalidade.
Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar recurso ordinário aviado para 
impugnar decisão denegatória em mandado de segurança proferida em única instância por 
turma recursal de juizado especial.
Questão 12 (TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Acerca do Poder Judiciário, julgue 
o item a seguir.
Cabe ao STJ processar e julgar originariamente os conflitos entre a União e os estados.
Questão 13 (TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A respeito do controle de cons-
titucionalidade no Brasil e das competências do Supremo Tribunal Federal, julgue o seguin-
te item.
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente os governadores 
dos estados e do Distrito Federal nos casos de crimes comuns e os ministros de Estado nos 
casos de crimes de responsabilidade.
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Questão 14 (TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Pedro, juiz do tra-
balho substituto de determinado tribunal regional do trabalho (TRT), responde a processo cri-
minal pela prática de delito funcional.
Nessa situação hipotética, o processamento e o julgamento do habeas corpus impetrado em 
favor de Pedro com vistas ao trancamento da ação penal contra si ajuizada competem ao 
Tribunal Regional Federal.
Questão 15 (TCE-PA/AUXILIAR TÉCNICO ADMINISTRAÇÃO/2016) No que diz respeito ao 
Poder Judiciário, julgue o item subsequente.
Acusados de cometer infrações penais comuns, deputado federal e senador serão processa-
dos e julgados, originariamente, pelo Supremo Tribunal Federal.
Questão 16 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2016) Considerando a organização dos 
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e a disciplina constitucional acerca da responsa-
bilidade civil do poder público, julgue (C ou E) o item seguinte.
A homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias 
competem ao Superior Tribunal de Justiça.
Questão 17 (TRT 8ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA) Com referência à es-
trutura e ao funcionamento do Poder Judiciário, julgue o item.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são nomeados pelo presidente da República 
após aprovação do Congresso Nacional.
Disposições Gerais
Questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-
gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.
Em razão da garantia de autonomia financeira, as  propostas orçamentárias encaminhadas 
pelo Poder Judiciário não se submetem aos limites impostos pela lei de diretrizes orçamen-
tárias.
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Questão 2 (TCE-RO/AUDITOR/2019) De acordo com as normas constitucionais, tem priori-
dade de recebimento de seus créditos por sentença judicial transitada em julgado
a) beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de requisição de pequeno valor.
b) beneficiário de requisição de pequeno valor sobre beneficiário de precatório portador de 
doença grave.
c) beneficiário de precatório, que tenha deficiência, sobre beneficiário de requisição de peque-
no valor.
d) beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de precatório que tenha mais de 
sessenta anos de idade.
e) beneficiário de precatório alimentar sobre beneficiário de precatório portador de doença 
grave.
Questão 3 (TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) Julgue o item que se seguem, relativos 
ao Poder Judiciário.
Um terço das vagas nos tribunais de justiça é reservado a advogados de notório saber jurídico 
e reputação ilibada com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e a membros do 
Ministério Público com mais de dez anos de carreira.
Questão 4 (TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) Julgue o item que se seguem, relativos 
ao Poder Judiciário.
O Estatuto da Magistratura, lei complementar de iniciativa privativa do STF, pode prever a 
delegação de competência a servidores para a prática de atos de administração e de mero 
expediente, desde que tais atos não possuam caráter decisório.
Questão 5 (TJDFT/CARTÓRIOS/2019) No Poder Judiciário, composto majoritariamente por 
juízes de carreira, há um instituto que visa à oxigenação de ideias, ao ampliar sua represen-
tatividade. Todavia, alega-se que o referido instituto pode ser um meio de perpetrar a prática 
de nepotismo, porque os seus critérios legais para a assunção ao cargo da magistratura são 
formais, não prevendo requisitos qualitativos. Logo, critérios subjetivos e discricionários po-
dem privilegiar candidatos que detenham heranças de capitais simbólicos.
Willian Carneiro Bianeck. A porta dos fundos do Judiciário: o quinto constitucional e o nepotismo. Internet: 
(ADAPTADA).
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É correto afirmar que o quinto constitucional, referido no texto, será composto por membros do 
Ministério Público e da advocacia que
a) tenham, pelo menos, dez anos de carreira, para atuar em todos os tribunais superiores.
b) tenham, pelo menos, cinco anos de efetiva atividade profissional e reputação ilibada.
c) sejam indicados em lista tríplice pelos respectivos órgãos de classe.
d) serão nomeados após escolha, pelo Poder Executivo, a partir de lista tríplice enviada pelo 
respectivo tribunal.
e) serão nomeados após escolha, pelo STJ, a partir de lista sêxtupla indicada pelos órgãos de 
representação das respectivas classes.
Questão 6 (PGE-PE/ANALISTA/2019) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item 
a seguir, acerca da organização do Estado e da organização dos poderes.
Por força do princípio da isonomia, o Poder Judiciário poderá, por meio de decisão judicial de-
vidamente fundamentada, estender reajustes e aumentar vencimentos de servidores públicos.
Questão 7 (PGE-PE/ANALISTA/2019) Ainda à luz da Constituição Federal de 1988, julgue 
o item subsecutivo.
São órgãos do Poder Judiciário, entre outros, os tribunais militares, o Tribunal Superior do Tra-
balho e os juízes eleitorais.
Questão 8 (MP-PI/ANALISTA/2018) Os tribunais superiores têm sede na capital federal e 
jurisdição em todo o território nacional; já o Conselho Nacional de Justiça também tem sede 
na capital federal, mas não exerce jurisdição.
Questão 9 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-
deres.
A inamovibilidade dos juízes é uma garantia não absoluta.
Questão 10 (EMAP/ANALISTA/2018) No que se refere à organização dos poderes, julgue o 
item que segue.
Aos juízes, ainda que em disponibilidade, é vedado o exercício de qualquer outro cargo ou fun-
ção pública.
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Questão 11 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) À luz da legislação e da jurisprudência dos 
tribunais superiores, julgue o item que se segue, acerca do Poder Judiciário e do controle de 
constitucionalidade.
Situação hipotética: João, José e Maria ingressaram, em litisconsorte facultativo simples, 
com ação de cobrança contra a União. A demanda foi julgada procedente e a decisão transi-
tou em julgado, tendo a União sido condenada a pagar quarenta salários mínimos a cada uma 
das partes, de modo que o valor da condenação totalizou cento e vinte salários mínimos. As-
sertiva: Nessa situação, o pagamento poderá ser realizado via requisição de pequeno valor 
(RPV).
Questão 12 (STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) A respeito do que dispõe a Constituição Fe-
deral de 1988 (CF) sobre o regime jurídico da administração pública e o Poder Judiciário, 
julgue o item seguinte.
Um quinto das vagas de magistrados de todos os tribunais superiores é destinado a membros 
da advocacia, eleitos por meio de lista tríplice indicada pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Questão 13 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) No regime geral de precatórios, têm pre-
ferência sobre os demais débitos as indenizações por invalidez.
Questão 14 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) Acerca dos pagamentos devidos pelas 
fazendas públicas em razão de sentenças com trânsito em julgado, é correto afirmar que se 
faz necessária, para transferência do crédito de precatórios a terceiro, a anuência expressa 
do devedor.
Questão 15 (STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Com relação à organização dos poderes e 
às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
Será constitucional lei estadual que permita que o credor da fazenda estadual utilize crédito 
em precatório para a aquisição de imóvel público do respectivo ente federado.
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Questão 16 (TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) É permitido ao magistra-
do advogar perante juízo do qual tenha sido afastado por exoneração, desde que decorridos 
três anos do afastamento.
Questão 17 (TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) De acordo com a CF, ao juiz é 
garantida a vitaliciedade, que, no primeiro grau, será adquirida após dois anos de exercício.
Questão 18 (TRT 8ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA) Com referência à es-
trutura e ao funcionamento do Poder Judiciário, julgue o item.
São garantias da magistratura a inamovibilidade, a irredutibilidade de subsídios e a vitaliciedade.Questão 19 (TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE/2016/ADAPTADA) De acordo com a juris-
prudência do STF, assinale a opção correta acerca da regra do quinto constitucional.
Não afrontará o princípio da simetria a norma que, presente em Constituição estadual, im-
ponha a sabatina, pela assembleia legislativa do estado, do candidato escolhido pelo Poder 
Executivo a partir de lista tríplice para preenchimento de vaga em tribunal de justiça destinada 
ao quinto constitucional.
Justiça Estadual
Questão 1 (TJ-AM/ASSISTENTE/2019) No que concerne ao Poder Judiciário e seus ór-
gãos, julgue o item subsequente.
Cabe ao Estado organizar a respectiva justiça estadual.
Questão 2 (PGE-PE/ANALISTA/2019) Considerando a jurisprudência dos tribunais supe-
riores e a legislação de regência, julgue o item seguinte, referente ao Conselho de República, 
ao princípio da separação dos poderes e ao Poder Judiciário.
A justiça comum estadual é competente para julgar abusividade de greve de servidores públi-
cos celetistas da Procuradoria-Geral do Estado de Pernambuco.
Questão 3 (TRT 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA) De acordo com a CF, 
compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ação direta de in-
constitucionalidade contra lei do Distrito Federal editada no exercício de sua competência 
municipal.
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Justiça Militar
Questão 1 (STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Em relação aos direitos e deveres funda-
mentais, à nacionalidade e ao Poder Judiciário, julgue o item a seguir.
No Superior Tribunal Militar, poderá ser constituído órgão especial para o exercício das atri-
buições administrativas e jurisdicionais delegadas de competência do tribunal pleno.
Questão 2 (STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Em relação aos direitos e garantias funda-
mentais e ao Poder Judiciário, julgue o item a seguir.
O Superior Tribunal Militar é composto por quinze ministros vitalícios, que, por serem todos 
oficiais oriundos das Forças Armadas, devem ser brasileiros natos.
Justiça Eleitoral
Questão 1 (TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Das decisões dos tribunais 
regionais eleitorais caberá recurso caso decretem a perda de mandatos eletivos estaduais.
Questão 2 (TRE-TO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Segundo a CF, são órgãos da 
justiça eleitoral os juízes eleitorais.
Justiça Federal
Questão 1 (TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Acerca do Poder Judiciário, jul-
gue o item a seguir.
Compete à justiça federal julgar processos em que a União seja autora, ré ou assistente, in-
clusive os decorrentes de acidente de trabalho.
Questão 2 (PC-GO/ESCRIVÃO/2016/ADAPTADA) Acerca do Poder Judiciário, julgue o item.
Os tribunais regionais federais, diferentemente dos tribunais de justiça dos estados, não po-
derão ter, em sua composição, desembargadores oriundos da advocacia ou do MP pela siste-
mática do quinto constitucional.
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Justiça do Trabalho
Questão 1 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Com relação às competên-
cias do Poder Judiciário, julgue o item que se segue.
O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que a competência para julgar ações 
oriundas da relação de trabalho entre servidores e administração pública é da justiça federal, 
independentemente de serem servidores estatutários ou celetistas.
Questão 2 (PC-PE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) Acerca do Poder Judiciário e 
das competências de seus órgãos, julgue o item.
Os crimes contra a organização do trabalho serão processados e julgados perante a justiça 
do trabalho.
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GABARITO – CESPE
CNJ
1. E
2. b
3. C
4. C
5. C
6. E
7. E
8. E
9. C
10. E
11. E
Tribunais Superiores
1. C
2. E
3. e
4. c
5. C
6. E
7. a
8. E
9. E
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. E
Disposições Gerais
1. E
2. b
3. E
4. C
5. d
6. E
7. C
8. C
9. C
10. E
11. C
12. E
13. C
14. E
15. C
16. C
17. C
18. C
19. E
Justiça Estadual
1. C
2. C
3. E
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Justiça Militar
1. E 2. E
Justiça Eleitoral
1. C 2. C
Justiça Federal
1. E 2. E
Justiça do Trabalho
1. E
2. E
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GABARITO COMENTADO – CESPE
CNJ
Questão 1 (MP-CE/ANALISTA/2020) No que tange ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 
ao Ministério Público e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), julgue os itens 
subsequentes.
Se as indicações de membros para compor o CNJ não forem feitas no prazo legal pelos seus 
respectivos órgãos, a escolha caberá ao presidente da República.
Errado.
Indo direto ao ponto, o § 3º do artigo 103-B da Constituição prevê que, se não efetuadas, no 
prazo legal, as  indicações dos nomes que integrarão o CNJ, a escolha caberia ao Supremo 
Tribunal Federal.
Além disso, cabe lembrar que o CNJ é composto de quinze membros, sendo que a maior parte 
(nove) é de membros oriundos do Poder Judiciário. Os outros seis virão do Ministério Público 
(dois), de representantes da OAB (dois) e de cidadãos (dois), sedo um indicado pela Câmara 
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
A EC n. 61/2009 especificou que o Conselho será presidido pelo presidente do STF.
A modificação foi necessária, porque no texto anterior constava apenas que o CNJ seria pre-
sidido por um Ministro indicado pelo STF. Na prática, o  CNJ passava alguns meses sendo 
presidido por outro Ministro, que não o Presidente do STF, pois os mandatos (ambos de dois 
anos) não eram coincidentes.
Agora, deixando a questão mais clara, o Presidente do STF preside também o CNJ e, em suas 
ausências, ele será substituído pelo vice-presidente do STF.
Outra inovação trazida pela EC n. 61/2009 foi a retirada dos limites etários exigidos para a 
participação no CNJ. Agora, não há mais idade mínima ou máxima, antes fixadas respectiva-
mente em 35 e 66 anos.
Já que do Tribunal mais importante (STF) saiu o presidente, caberá ao ministro indicado pelo 
STJ a função de Corregedor do CNJ. Durante o exercício do mandato,esse Ministro não par-
ticipa da distribuição de processos no Tribunal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Cada membro exercerá mandato de dois anos, admitida uma recondução. Fica de fora dessa 
regra o Presidente. Isso porque ele exercerá o cargo enquanto permanecer na Presidência do 
STF seja qual for o prazo.
Há também a previsão de que o PGR e o Presidente do Conselho Federal da OAB oficiarão 
perante o CNJ. A ausência de uma dessas autoridades, no entanto, não invalida as decisões 
proferidas (STF, MS 25.879).
Logo, o item está errado.
Questão 2 (TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2020) Considerando o entendimento do STF 
acerca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue os itens a seguir.
I – Embora seja órgão do Poder Judiciário, o CNJ não é dotado de função jurisdicional.
II – O CNJ deve atuar somente se houver necessariamente o exaurimento da instância 
administrativa ordinária.
III – O CNJ tem competência para apurar violações aos deveres funcionais dos magistra-
dos e servidores do Poder Judiciário.
IV – Não é permitido ao CNJ apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas 
somente sua legalidade.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
Letra b.
Vou analisar cada assertiva em separado, ok?
I – Certo. O CNJ está listado no artigo 92, entre os órgãos que integram o Poder Judiciário. 
Contudo, ele é um órgão de controle interno, responsável pelo controle da atuação adminis-
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trativa e financeira do Judiciário, além de fiscalizar o cumprimento dos deveres funcionais de 
seus membros. Logo, falta-lhe a função jurisdicional.
II – Errado. A atuação do CNJ é concorrente, e não subsidiária. Ele pode atuar independente-
mente de eventual atuação das corregedorias dos tribunais.
III – Errado. O que torna falsa a assertiva III é que o poder correcional do CNJ diz respeito aos 
membros (magistrados), e não aos servidores do Judiciário.
IV – Certo. O CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade. O que se permite a ele é o 
controle de validade dos atos normativos, deixando de aplicar norma inconstitucional.
Sendo verdadeiros os itens I e IV, a resposta esperada está na letra b.
Questão 3 (PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Com relação ao Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ), julgue o próximo item.
O ministro corregedor do CNJ deve ser, necessariamente, um ministro do STJ.
Certo.
O CNJ é composto de quinze membros, sendo que a maior parte (nove) é de membros oriun-
dos do Poder Judiciário. Os outros seis virão do Ministério Público (dois), de representantes 
da OAB (dois) e de cidadãos (dois), sedo um indicado pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal.
A EC n. 61/2009 especificou que o Conselho será presidido pelo Presidente do STF.
A modificação foi necessária, porque no texto anterior constava apenas que o CNJ seria pre-
sidido por um Ministro indicado pelo STF. Na prática, o  CNJ passava alguns meses sendo 
presidido por outro Ministro, que não o Presidente do STF, pois os mandatos (ambos de dois 
anos) não eram coincidentes.
Agora, deixando a questão mais clara, o presidente do STF preside também o CNJ e, em suas 
ausências, ele será substituído pelo vice-presidente do STF.
Outra inovação trazida pela EC n. 61/2009 foi a retirada dos limites etários exigidos para a 
participação no CNJ. Agora, não há mais idade mínima ou máxima, antes fixadas respectiva-
mente em 35 e 66 anos.
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Já que do Tribunal mais importante (STF) saiu o Presidente, caberá ao Ministro indicado pelo 
STJ a função de Corregedor do CNJ. Durante o exercício do mandato, esse Ministro não par-
ticipa da distribuição de processos no Tribunal.
Cada membro exercerá mandato de dois anos, admitida uma recondução. Fica de fora dessa 
regra o Presidente. Isso porque ele exercerá o cargo enquanto permanecer na Presidência do 
STF seja qual for o prazo.
Há também a previsão de que o PGR e o Presidente do Conselho Federal da OAB oficiarão 
perante o CNJ. A ausência de uma dessas autoridades, no entanto, não invalida as decisões 
proferidas (STF, MS 25.879).
Logo, o item está certo, pois o STJ fica responsável pela indicação de um ministro, que exer-
cerá a função de Corregedor do CNJ.
Questão 4 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, ações contra o CNJ.
Certo.
Questão sempre recorrente nas provas sobre o CNJ...
Consta expressamente no artigo 102, I, da Constituição que cabe ao STF, processar e julgar, 
originariamente, as ações contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e contra o Conselho 
Nacional do Ministério Público (CNMP).
Dito isso, o item está certo.
Questão 5 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
Nos casos de crime cometido por magistrados contra a administração pública ou de abuso de 
autoridade, cabe ao CNJ representar ao Ministério Público.
Certo.
O item está certo.
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O § 4º do artigo 103-B da Constituição prevê que, além de outras atribuições que possam ser 
previstas pelo Estatuto da Magistratura, caberia ao CNJ:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, po-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos 
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive 
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro 
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência discipli-
nar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a 
remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV  – representar ao Ministério Público,no caso de crime contra a administração pública ou de 
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de 
tribunais julgados há menos de um ano;
VI  – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por 
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação 
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presi-
dente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura 
da sessão legislativa.
Pois bem. Vou fazer algumas ponderações rápidas sobre as atribuições de maior destaque e 
maior incidência nas provas.
Acerca do que consta no inciso I, tanto o CNJ quanto o CNMP podem editar atos regulamen-
tares, muitas vezes na forma de resolução. Elas – as resoluções – terão status de ato norma-
tivo primário, por retirarem sua força normativa diretamente da Constituição.
Em outras palavras, na “Pirâmide de Kelsen”, as resoluções estarão situadas no mesmo pa-
tamar hierárquico das leis ordinárias e complementares, ficando abaixo da Constituição, das 
emendas à Constituição e das normas supralegais.
Aliás, exatamente por serem considerados atos normativos primários é que as resoluções 
podem ser questionadas via ADI (ou as outras ferramentas do controle concentrado). Foi por 
essa razão que se ajuizou ADI questionando a legitimidade da resolução nascida no CNJ e 
que acabou dando ensejo à edição da Súmula Vinculante 13, que veda a prática do nepotismo 
em toda a Administração.
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Partindo para o que consta no inciso II, lembro que o CNJ não pode fazer controle de consti-
tucionalidade, seja difuso ou concentrado (STF, MS 28.872). Contudo, em decisão de bastante 
relevância para as provas, o STF entendeu que o CNJ pode deixar de aplicar norma que enten-
da ser inconstitucional.
O caso julgado envolvia uma determinação dada pelo CNJ para que um TJ exonerasse servi-
dores nomeados sem concurso público para cargos em comissão que não se amoldavam às 
atribuições de direção, chefia ou assessoramento.
Frisou-se que a decisão do CNJ não configuraria controle de constitucionalidade, sendo exer-
cício de controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário (STF, PET 4656/PB).
Já no inciso III se fala da possibilidade de o CNJ aplicar penalidades aos Magistrados – lem-
bre-se de que tal hipótese não se estenderia ao STF ou aos seus Ministros.
O primeiro ponto que você precisa lembrar é que a reforma da Previdência, trazida pela EC 
n. 103/2019, acabou com a aposentadoria compulsória com proventos proporcionais como 
forma de punição a magistrados.
Antes dessa modificação, falava-se que o CNJ poderia aplicar penalidades como remoção, 
disponibilidade e aposentadoria compulsória com proventos proporcionais.
Agora, o texto constitucional cita apenas a “remoção, disponibilidade e outras sanções admi-
nistrativas”.
Você lembra que o CNJ não possui jurisdição, certo?
Em razão disso, o Conselho não pode aplicar a pena de demissão de magistrados, na medida 
em que ela (a demissão) depende de decisão judicial transitada em julgado.
Ah, é importante destacar que a atuação do CNJ não é subsidiária, mas, sim, concorrente. Isso 
autoriza a que ele apure independentemente da ação da Corregedoria do Tribunal de origem. 
(STF, MS 28.620).
Outro dispositivo exaustivamente cobrado pelas bancas examinadoras é o inciso V, que trata 
da possibilidade de o CNJ rever os processos disciplinares de Magistrados julgados há me-
nos de um ano.
Dentro da premissa de que a atuação da Corregedoria do Tribunal não impede a atuação do 
CNJ, seja concomitante, seja posterior, é  assegurada ao Conselho a atribuição de rever os 
PADs que tenham tramitado internamente. A deflagração do processo pode ocorrer por inicia-
tiva do próprio Conselho ou mediante provocação de algum interessado.
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Fique atento(a) a um detalhe: quando está revendo processos disciplinares julgados nas Cor-
regedorias, o CNJ tem o limite de um ano. Por outro lado, quando exerce a sua competência 
originária para a apuração disciplinar, não haverá o parâmetro temporal de um ano (STF, MS 
n. 34.685).
Há, ainda, a  previsão de que a União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará 
ouvidorias de justiça competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer inte-
ressado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário ou contra seus serviços auxiliares, 
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
Tem mais: qualquer pessoa é parte legítima para representar ilegalidades perante o CNJ, por-
que a apuração é de interesse público (STF, MS n. 28.620).
Voltando, o item está certo, porque uma das atribuições do CNJ, por meio de seu corregedor, 
representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abu-
so de autoridade.
Questão 6 (MPU/ANALISTA/2018) No que se refere ao Poder Judiciário e ao Conselho Na-
cional de Justiça (CNJ), julgue o próximo item.
O CNJ exerce a supervisão orçamentária da justiça federal de primeiro e de segundo graus.
Errado.
O item está errado.
Aliás, nada de confundir o CJF com o CNJ, que é o queridinho das bancas examinadoras!
Veja que o Conselho da Justiça Federal – CJF – funciona junto ao STJ e ao Conselho cabe a 
tarefa de exercer a Supervisão Administrativa e Orçamentária da Justiça Federal de 1º e 2º 
graus.
Voltando para as diferenças, o CNJ foi criado com a EC n. 45/2004, competindo-lhe “exercer 
o Controle da Atuação Administrativa e Financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos 
deveres funcionais dos juízes”.
Já o CJF foi criado pela Lei n. 5.010/1966. No entanto, só em 1988 passou a ser tratado dentro 
da Constituição, ligado ao STJ.
Vou apresentar um quadro para facilitar a sua compreensão:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Diferenças entre Conselho Nacional de Justiça e Conselho da Justiça Federal
Critérios diferenciado-
res
Conselho Nacional de Justiça – CNJ Conselho da Justiça Federal – CJF
Quando foi criado EC n. 45/2004 Lei n. 5.010/1966, estando na CF/1988 
desde a promulgação
Quem preside Presidente do STF Presidente do STJ
Competência Exercer o controle da atuação admi-
nistrativa e financeira do Poder Judi-
ciário e do cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes.
Exercer a supervisão administrativa e 
orçamentária da Justiça Federal de 1º e 
2º graus
Cuidado com um ponto: você sabe que o CNJ possui poderes correcionais, podendo inclusive 
aplicar punições aos magistrados – exceto demissão, que só é feita por sentença judicial, 
e aposentadoria compulsória, quenão existe mais como forma de punição.
Daí, foi questionada no STF a possibilidade de o CJF também poder aplicar punições a magis-
trados após a criação do CNJ. Resolvendo a questão, o Tribunal afirmou que, com o advento 
da EC n. 45/2004, a competência correcional do Poder Judiciário federal passou a ser com-
partilhada entre as corregedorias dos tribunais, o CNJ, e o CJF (STF, ADI n. 4.610).
Logo, o CJF continua podendo aplicar punições a servidores e a magistrados da Justiça Federal.
Voltando, como o item trocou alhos com bugalhos, está errado.
Questão 7 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-
deres.
O Conselho Nacional de Justiça é órgão que exerce o controle da atuação administrativa, fi-
nanceira e jurisdicional no âmbito de todo o Poder Judiciário.
Errado.
Eu não tenho medo de dizer que o CNJ é o assunto do Judiciário mais explorado pelas bancas 
examinadoras.
Então, é claro que você deve ficar de olhos bem abertos, né?!
Vamos lá!
O CNJ foi criado pela EC n. 45/2004, sendo o órgão competente por fazer o controle da atua-
ção administrativa e financeira do Poder Judiciário, além de zelar pelo cumprimento dos deve-
res funcionais de seus membros.
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Eu sempre digo que o CNJ e o CNMP fazem “CAAF”, sigla que corresponde a controle da atu-
ação administrativa e financeira.
Logo, você que o item está errado, por ampliar, dizendo que o CNJ faz controle da atuação 
jurisdicional. Nesse ponto, é bom lembrar que o CNJ não tem jurisdição. De todo modo, vou 
prosseguir.
Desde o nascimento, o CNJ despertou uma série de polêmicas. A primeira era para saber sobre 
sua constitucionalidade. O STF entendeu que, sim, o Conselho é compatível com a Constituição.
Além disso, você deve ficar ligado(a), pois frequentemente ouvimos que o CNJ é um órgão de 
controle externo. Nada disso! Ele faz o controle interno do Poder Judiciário, tanto que está na 
lista de órgãos do Judiciário, previsto no artigo 92 da Constituição.
Um detalhe importante: o controle feito pelo CNJ recai sobre quase todos os órgãos do Ju-
diciário. Isto porque ele alcança a Justiça da União e a Estadual, não importando se comum 
(federal e estadual) ou especializada (trabalhista, eleitoral e militar).
Opa, eu falei quase todos. Pois é, porque o STF e os seus Ministros não são controlados pelo 
CNJ. Na verdade, é o contrário que acontece, pois em muitos casos caberá ao STF rever os 
atos e decisões do CNJ.
Questão 8 (TCE-PR/NÍVEL SUPERIOR/2016/ADAPTADA) No que se refere ao Poder Judici-
ário, julgue o item a seguir.
O Conselho Nacional de Justiça é órgão integrante da estrutura do Poder Judiciário brasileiro, 
responsável pelo controle administrativo, financeiro e disciplinar desse poder, dispondo, por 
isso, de função jurisdicional.
Errado.
Vamos ao cerne da questão: o CNJ não tem jurisdição e também não lhe foi dada competên-
cia para fiscalizar, reexaminar e suspender os efeitos decorrentes de atos de conteúdo juris-
dicional proferidos por Magistrados e Tribunais em geral (STF, MS 28.872).
Ele faz apenas o controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário, além dos deve-
res funcionais dos membros, não se estendendo aos atos de conteúdo jurisdicional.
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Questão 9 (PC-PE/AGENTE DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) Com base nas disposições 
constitucionais acerca do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue o item.
Entre outras atribuições, cabe ao CNJ avocar processos disciplinares em curso e representar 
ao MP nos casos de crimes contra a administração pública ou de abuso de autoridade.
Certo.
o § 4º do artigo 103-B da Constituição prevê que, além de outras atribuições que possam ser 
previstas pelo Estatuto da Magistratura, caberia ao CNJ:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, po-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos 
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive 
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro 
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência discipli-
nar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a 
remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tem-
po de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV  – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de 
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de 
tribunais julgados há menos de um ano;
VI  – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por 
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação 
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presi-
dente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura 
da sessão legislativa.
Pois bem. Vou fazer algumas ponderações rápidas sobre as atribuições de maior destaque e 
maior incidência nas provas.
Acerca do que consta no inciso I, tanto o CNJ quanto o CNMP podem editar atos regulamen-
tares, muitas vezes na forma de resolução. Elas – as resoluções – terão status de ato norma-
tivo primário, por retirarem sua força normativa diretamente da Constituição.
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Em outras palavras, na “Pirâmide de Kelsen”, as resoluções estarão situadas no mesmo pa-
tamar hierárquico das leis ordinárias e complementares, ficando abaixo da Constituição, das 
emendas à Constituição e das normas supralegais.
Aliás, exatamente por serem considerados atos normativos primários é que as resoluções 
podem ser questionadas via ADI (ou as outras ferramentas do controle concentrado). Foi por 
essa razão que se ajuizou ADI questionando a legitimidade da resolução nascida no CNJ e 
que acabou dando ensejo à edição da Súmula Vinculante 13, que veda a prática do nepotismo 
em toda a Administração.
Partindo para o que consta no inciso II, lembro que o CNJ não pode fazer controle de consti-
tucionalidade, seja difuso ou concentrado (STF, MS28.872). Contudo, em decisão de bastante 
relevância para as provas, o STF entendeu que o CNJ pode deixar de aplicar norma que enten-
da ser inconstitucional.
O caso julgado envolvia uma determinação dada pelo CNJ para que um TJ exonerasse servi-
dores nomeados sem concurso público para cargos em comissão que não se amoldavam às 
atribuições de direção, chefia ou assessoramento.
Frisou-se que a decisão do CNJ não configuraria controle de constitucionalidade, sendo exer-
cício de controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário (STF, PET 4656/PB).
Já no inciso III se fala da possibilidade de o CNJ aplicar penalidades aos Magistrados – lem-
bre-se de que tal hipótese não se estenderia ao STF ou aos seus Ministros. Dentro desse con-
texto, a  única punição que não pode ser aplicada pelo CNJ é a demissão. Isso porque ela 
depende de decisão judicial transitada em julgado.
As demais, como remoção, disponibilidade e aposentadoria compulsória com proventos pro-
porcionais podem ser impostas na via administrativa, seja por ato do próprio Tribunal ao qual 
o Magistrado está vinculado, seja pelo CNJ.
Ah, é importante destacar que a atuação do CNJ não é subsidiária, mas, sim, concorrente. Isso 
autoriza a que ele apure independentemente da ação da Corregedoria do Tribunal de origem. 
(STF, MS 28.620).
Outro dispositivo exaustivamente cobrado pelas bancas examinadoras é o inciso V, que trata 
da possibilidade de o CNJ rever os processos disciplinares de Magistrados julgados há menos 
de um ano.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HENRIQUE BRAGA FARIAS - 90479017204, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Dentro da premissa de que a atuação da Corregedoria do Tribunal não impede a atuação do 
CNJ, seja concomitante, seja posterior, é  assegurada ao Conselho a atribuição de rever os 
PADs que tenham tramitado internamente. A deflagração do processo pode ocorrer por inicia-
tiva do próprio Conselho ou mediante provocação de algum interessado.
Voltando à questão, a possibilidade de avocação de processos disciplinares está expressa-
mente prevista no inciso III do § 4º do artigo 103-B da Constituição, o que torna o item correto.
Questão 10 (TRT 8ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA) A respeito da compo-
sição e das finalidades do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), julgue o item.
O CNJ é presidido pelo presidente do STF e, na sua ausência e(ou) impedimento, pelo presi-
dente do Tribunal Superior do Trabalho.
Errado.
O CNJ é composto de quinze membros, sendo que a maior parte (nove) é de membros oriun-
dos do Poder Judiciário. Os outros seis virão do Ministério Público (dois), de representantes 
da OAB (dois) e de cidadãos (dois), sedo um indicado pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal.
A EC n. 61/2009 especificou que o Conselho será presidido pelo Presidente do STF.
A modificação foi necessária, porque no texto anterior constava apenas que o CNJ seria pre-
sidido por um Ministro indicado pelo STF. Na prática, o  CNJ passava alguns meses sendo 
presidido por outro Ministro, que não o Presidente do STF, pois os mandatos (ambos de dois 
anos) não eram coincidentes.
Agora, deixando a questão mais clara, o Presidente do STF preside também o CNJ e, em suas 
ausências, ele será substituído pelo vice-presidente do STF.
Outra inovação trazida pela EC n. 61/2009 foi a retirada dos limites etários exigidos para a 
participação no CNJ. Agora, não há mais idade mínima ou máxima, antes fixadas respectiva-
mente em 35 e 66 anos.
Já que do Tribunal mais importante (STF) saiu o Presidente, caberá ao Ministro indicado pelo 
STJ a função de Corregedor do CNJ. Durante o exercício do mandato, esse Ministro não par-
ticipa da distribuição de processos no Tribunal.
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Cada membro exercerá mandato de dois anos, admitida uma recondução. Fica de fora dessa 
regra o Presidente. Isso porque ele exercerá o cargo enquanto permanecer na Presidência do 
STF seja qual for o prazo.
Voltando ao comando da questão, embora haja um Ministro do TST entre os membros do CNJ, 
não cabe a ele substituir o Presidente do CNJ em suas ausências. Essa tarefa ficará sob o en-
cargo do vice-presidente do STF.
Questão 11 (TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) A respeito do Poder Judiciário e 
das funções essenciais à justiça, julgue o item que se segue.
A competência do Conselho Nacional de Justiça para apurar violações aos deveres funcio-
nais se aplica apenas aos servidores do Poder Judiciário; ela não alcança os magistrados, 
pois, se assim não fosse, caracterizaria afronta à independência funcional.
Errado.
Nada disso! O CNJ nasceu com a finalidade de fazer o controle da atuação administrativa e 
financeira do Poder Judiciário e também dos deveres funcionais de seus membros, palavra 
que se refere exatamente aos magistrados.
Lembro que, por ser órgão administrativo, sem jurisdição, o CNJ não pode aplicar a pena de 
demissão aos magistrados vitalícios, na medida em que essa punição só é viável mediante 
sentença transitada em julgado.
Tribunais Superiores
Questão 1 (MP-CE/TÉCNICO/2020) Acerca do Poder Judiciário e das funções essenciais à 
justiça, julgue o item que se segue.
Compete ao STF processar e julgar o presidente da República por infrações penais comuns.
Certo.
Já te adianto que o item está certo, mas quero ir além.
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Para começar, vou recuperar o texto do artigo 102, I, da CF que coloquei anteriormente, que diz 
caber originariamente ao STF processar e julgar, nas infrações penais comuns:
a) Presidente e vice-presidente da República (Executivo);
b) membros do Congresso Nacional (Legislativo);
c) Ministros do STF (Judiciário);
d) Procurador-Geral da República (Ministério Público);
Sempre associei as autoridades aí de cima como as do 1º Escalão da República! Eu pensava 
assim: o pessoal do 1º escalão responde no STF por apenas um crime, o comum.
Seguindo, no crime de responsabilidade (impeachment), a competência nesse caso passa a 
ser do Senado Federal, como se vê no artigo 52, incisos I e II, da Constituição.
Mas há uma ressalva: os Parlamentares se submetem a um regramento diferente, uma vez 
que eles não respondem por crime de responsabilidade, mas sim por quebra de decoro parla-
mentar, na respectiva Casa.
Fique de olho, pois o artigo 51, I, da Constituição, exige autorização de 2/3 da Câmara dos 
Deputados para abrir processo contra o Presidente, o Vice e os Ministros de Estado. Dada a 
autorização, a competência para julgamento será do STF (crimes comuns) ou do Senado Fe-
deral (crimes de responsabilidade).
Aliás, basta prestar atenção ao noticiário para relembrar essas regras. Nunca antes na histó-
ria deste país houve tanta movimentação do direito constitucional aplicado à prática. Quando 
você pensar que está ruim para você, imagine a situação dos professoresda disciplina...
Um alerta: a competência originária do STF é para julgar crimes comuns, certo? Logo, não é só 
porque há importantes autoridades da República no processo que a competência será do STF.
Em outras palavras, o STF não será competente para o processo e o julgamento de causas 
de natureza civil que não se achem inscritas no texto constitucional (ações populares, ações 
civis públicas, ações cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares), 
mesmo que instauradas contra o presidente da República ou contra qualquer outra autorida-
de (STF, PET n. 1.738).
Tem uma exceção ao que falei aí em cima: quem julga ação de improbidade administrativa 
contra Ministros do STF é o próprio Tribunal, para que não haja uma subversão à ordem do 
sistema (STF, PET n. 3.211).
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Outra coisa: se um processo começou na 1ª instância e, durante as investigações (exemplo, 
interceptações telefônicas), fortuitamente se descobriu o envolvimento de autoridade com 
foro especial no STF, deve o juiz imediatamente remeter os autos ao STF.
Ao contrário, ou seja, se ele continuar coletando provas relativas à autoridade com foro espe-
cial, ocorrerá a usurpação de competência, contaminando a prova colhida. Ah, se o juiz agir 
dentro do esperado (remessa dos autos ao STF), a prova até ali produzida será mantida (STF, 
INQ n. 3.732).
Por outro lado, é importante lembrar que a orientação atual do STF é no sentido de que, em 
regra, se houver mais de um réu e apenas alguns tiverem foro especial no STF, ocorrerá o 
desmembramento. Ou seja, o STF vai julgar a autoridade com foro e os demais investigados 
serão julgados na 1ª instância.
Mas há um detalhe que você precisa saber: exclusivamente o STF (nunca o Juiz de 1º grau) 
pode dizer se é ou não caso de desmembramento. Ou seja, o certo é mandar tudo para o STF 
e, se for o caso, ele devolve para a 1ª instância o julgamento das pessoas sem foro especial 
(STF, INQ n. 3.983).
Agora vem a ‘cereja do bolo’: na Ação Penal n. 937, após intensos – e ‘calorosos’ – debates, 
o STF acabou decidindo que, em relação aos Parlamentares Federais, o foro especial no STF 
estava limitado a fatos praticados durante o mandato e que tivessem relação com o mandato.
Em outras palavras, afastou-se o entendimento que vigorava até ali. Antes, era seguida a 
regra do artigo 53 da Constituição, segundo a qual o foro especial começava com a expedi-
ção do diploma (antes da posse), sem distinguir se o crime teria ocorrido antes ou depois, ou 
mesmo se tinha algum tipo de relação com o mandato.
Repito: a regra atual é no sentido de restringir o foro especial a fatos ocorridos durante o 
mandato e relacionados ao mandato. Os demais fatos seriam remetidos à Justiça de 1º grau.
Outra coisa: para evitar manobras tendentes a escapar do julgamento perante o STF, foi fir-
mada a seguinte tese: após o final da instrução processual, com a publicação do despacho 
de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar 
ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou 
deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
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Ou seja, se o processo chegar à fase de alegações finais, eventual renúncia ou qualquer outra 
circunstância (ou manobra) não deslocaria o julgamento para a 1ª instância. Ao  contrário, 
o processo seria concluído no STF.
Última coisa: por ora, o raciocínio que restringe o foro especial só está vigorando para os Parla-
mentares do Congresso Nacional, não repercutindo para outras autoridades, como integrantes 
do Executivo, do Judiciário e do MP.
Questão 2 (MP-CE/TÉCNICO/2020) Acerca do Poder Judiciário e das funções essenciais à 
justiça, julgue o item que se segue.
O STF é o órgão responsável pelo controle da atuação administrativa e financeira de todo o 
Poder Judiciário, bem como do cumprimento funcional dos deveres dos juízes.
Errado.
O CNJ foi criado pela EC n. 45/2004, sendo o órgão competente fazer o controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder Judiciário, além de zelar pelo cumprimento dos deveres 
funcionais se seus membros (e não dos servidores, repare).
Desde o nascimento, o CNJ despertou uma série de polêmicas. A primeira era para saber 
sobre sua constitucionalidade. O STF entendeu que sim, que o Conselho é compatível com a 
Constituição.
Além disso, você deve ficar ligado, pois frequentemente ouvimos que o CNJ é um órgão de 
controle externo. Nada disso! Ele faz o controle interno do Poder Judiciário, tanto que está na 
lista de órgãos do Judiciário, previsto no artigo 92 da Constituição.
Um detalhe importante: o controle feito pelo CNJ recai sobre quase todos os órgãos do Ju-
diciário. Isso porque ele alcança a Justiça da União e a Estadual, não importando se comum 
(federal e estadual) ou especializada (trabalhista, eleitoral e militar).
Opa, eu falei quase todos... Pois é, porque o STF e os seus Ministros não são controlados pelo 
CNJ. Na verdade, é o contrário que acontece, pois em muitos casos caberá ao STF rever os 
atos e decisões do CNJ.
Portanto, o item está errado por qualquer lado que a gente olhe. Primeiro, porque a competên-
cia seria do CNJ; segundo, porque mesmo em relação ao CNJ não teria a amplitude contida no 
item, pois a atuação do CNJ não alcança o STF.
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Questão 3 (TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2020) O STF é competente para julgar
a) os governadores dos estados e do Distrito Federal em caso de crimes comuns.
b) os desembargadores dos tribunais de justiça dos estados em caso de crimes de respon-
sabilidade.
c) os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias de um estado e autoridades admi-
nistrativas de outro estado.
d) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União.
e) lei local válida contestada em face de lei federal por meio de recurso extraordinário.
Letra e.
Vou por exclusão.
As alternativas a, b, c e d tratam de competências originárias do STJ, a teor do artigo 105, I, 
da Constituição.
Vale lembrar que todos os membros de Tribunais de 2ª instância – TJ, TRF, TRE e TRT – são 
julgados, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, perante o STJ, assim como acontece 
com os governadores nos crimes comuns – nos de responsabilidade (impeachment), o julga-
mento caberá a um tribunal especial, previsto na Lei n. 1.079/1950.
Sobra como correta a letra e.
Segundo o artigo 102, III, da Constituição, caberá ao STF julgar, em recurso extraordinário 
(RE), as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
I – contrariar dispositivo da Constituição Federal;
II – declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
III –

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