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Desenvolvimento da psicomotricidade OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. BUENO, J.M. Psicomotricidade: teoria e prática. Da escola à aquática. São Paulo: Cortez, 2013. O que torna as crianças mais capazes de agir no meio? Como ajudar uma criança com problemas? “Medicalização do fracasso escolar” A medicalização de uma questão consiste na busca de causas e soluções médicas, em nível organicista e individual para problemas de origem eminentemente social” Sistema nervoso - coordena e controla todas as atividades do organismo, seleciona e processa informações. O Córtex (funções superiores) está presente no nascimento de forma rudimentar É formado pelo neurônios (receber e conduzir estímulos) Sistema Nervoso Transmissão de informações – impulsos chegam de receptores exteroceptivos (pele, retina, ouvido interno, olfato, paladar) e proprioceptivos (tendões, músculos, articulações) e interoceptivos (vísceras) Condução de impulsos: fibras aferentes/sensitivas e eferentes/motoras Velocidade dos impulsos: bainha de mielina (função de condução e isolante) Sistema Nervoso Infância: mielinização por fazer! - Gestos e movimentos mielinizam fibras nervosas Período crítico para mielinização e desenvolvimento neuronal: 6º mês a 6 anos (OLIVEIRA, G. C, 2011) Desenvolvimento de célular nervosa precisa de energia (açúcares e gorduras) e proteínas. Sistema Nervoso Nutrição e estimulação = sinapses = sistema nervoso Sinapse é uma conexão entre neurônios, na qual um neurônio estimula o seguinte através de neurotransmissores, propagando- se assim os impulsos nervosos e as informações. Sistema Nervoso Aprender – usar sinapses não usadas O uso maior ou menor de sinapses é o que condiciona uma aprendizagem no sentido neurológico. Estimulação ambiental não irá apressar o processo de maturação: O SN não se desenvolve de uma vez só e obedece sequência (Oliveira, 2011) Sistema Nervoso Maior maturação nervosa = maior aprendizagem Maturidade é progressiva e tem interação de fatores internos e externos (condições nutricionais, afetivas e estimulação); Desempenha papel importante no desenvolvimento mental O atraso da maturação nervosa impede a passagem das atividades informal e global para ordenada e consciente. O aumento do “vivido corporal” recupera em parte o atraso Experiências motoras e processo de maturação = experiência pobre, maturação atrasada VOLUNTÁRIO REFLEXO INATOS ADQUIRIDOS AUTOMÁTICO Não aparecem ao acaso controlados pelo SN pelas contrações musculares. Tipos de movimentos “Alicerce das atividades práticas” (Le Boulch) Presente em todas as funções motrizes do organismo Todo movimento se realiza sobre um fundo tônico. Aspecto fundamental: ligação com as emoções Depende muito da estimulação do meio TÔNUS MUSCULAR Oferece caminho para trocas afetivas Possibilita a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço Promove conhecimento corporal que inclui as dimensões do movimento Estimula habilidades motora finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no recorte e na colagem e nas atividades de escrita Facilita a comunicação e a expressão das ideias Estimula percepções rítmicas, porque estimula reações novas, através de jogos corporais e danças. Benefícios da psicomotricidade na vida da criança CONCEITOS Para manipular objetos é necessário ter habilidades É necessário saber se movimentar no espaço com desenvoltura, habilidade e equilíbrio Ter domínio do gesto e do instrumento (coord. Fina) Tais movimentos são determinados pelas contrações musculares e controlados pelo SN = dependem da maturação do SN Desenvolvimento da psicomotricidade COORDENAÇÃO GLOBAL Coordenação global atividade dos grandes músculos Depende do equilíbrio postural Quanto maior o equilíbrio, mais econômica a atividade do sujeito e mais coordenadas serão suas ações. Desenvolvimento da psicomotricidade COORDENAÇÃO GLOBAL A coordenação global e a experimentação levam a criança a adquirir a dissociação de movimentos = condição de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo, conservando a unidade do gesto. Ex.: tocar piano, bateria – vários membros trabalham juntos em uma mesma tarefa (ver vídeo 5) Desenvolvimento da psicomotricidade COORDENAÇÃO GLOBAL Diversas atividades levam à conscientização global do corpo: andar, correr, saltar, rolar, pular, arrastar-se, nadar, sentar. Na criança a relação entre postura e controle do corpo deve ser sempre observada, assim como cansaço e realização deficiente do movimento. Desenvolvimento da psicomotricidade Controle de movimentos amplos Necessária harmonia de grupos musculares colocados em movimento ou repouso Sua função é permitir (eficaz e economicamente) movimentos que interessam a vários segmentos corporais, implicados em um gesto ou atitude. Controla e organiza a musculatura ampla para realização de movimentos complexos com todo o corpo. Atividade: vai limãozinho Coordenação global Coordenação global Habilidade e destreza manual, desenvolvemos formas diversas de pegar diferentes objetos. Um coordenação elaborada dos dedos das mãos permite a aquisição de novos conhecimentos = ato de prensão. Mão – instrumento de ação a serviço da inteligência (BRANDÃO, 1984) Coordenação fina É considerada como capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios refinados como: recorte, perfuração, colagem, encaixes Envolve a coordenação viso-motora (capacidade de coordenar movimento em relação ao alvo) viso-manual (coordenação entre visão e tato) Ex: escrita Feito em exercícios de corpo inteiro: destreza (10 a 14 anos), velocidade (7 a 10 anos) e precisão (exercitada de 2 a 7 anos)= qualidade, legibilidade, capricho e ritmo. coordenação músculo-facial –essencial para a fala, mastigação e deglutição Coordenação fina Coordenação fina Coordenação fina Só a coordenação fina não é suficiente, é necessário controle ocular Possibilita harmonia do movimento (essencial para a escrita) O desenvolvimento da escrita depende: da maturação do SN, tonicidade, coordenação dos movimentos desenvolvimento da motricidade fina dos dedos das mãos para processar sem cansaço a pressão sobre os dedos. Coordenação fina e óculo-manual COORDENAÇÃO FINA E ÓCULO-MANUAL Escrita: Importantes atividades de lançar-pegar; de sentar para tornar mais cômodo e relaxado o devolver da escrita, é preciso ter dissociação e controle, controlar a pressão gráfica (para alcançar destreza e velocidade) facilitado quando há lateralidade definida. Também é importante o “freio do movimento” (inibição voluntária) para precisão na forma das letras e rapidez na execução. Coordenação fina e óculo-manual Atividades preparatórias para a escrita e leitura: o desenho e o grafismo. Escrita implica em destreza manual organizada a partir de certos movimentos, a fim de reproduzir um modelo. Coordenação fina e óculo-manual A perfeição dos atos visomotores depende da possibilidade de uma realização interiorizada. PREENSÃO – trabalho de exercitação (aos 12 meses se adapta à forma e uso dos objetos) Coordenação fina e óculo-manual Corpo – expressão da individualidade, maneira de ser. Quanto mais conhece o corpo mais tem habilidade de se diferenciar. Toda relação corporal é uma relação psicológica. Corpo “organizado” (em aspectos neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos, locomotores) : percepção e controleEsquema Corporal Ajuriaguerra (1980) – a nomeação das partes do corpo permite identificar o que é percebido e, portanto vivenciado. Esquema Corporal Resulta das experiências, portanto. Não pode ser ensinado. Regula a postura e o equilíbrio Faz a criança se sentir bem porque o corpo lhe obedece e pode utilizá-lo para obter maior poder cognitivo. Esquema Corporal Etapas do desenvolvimento Esquema Corporal Corpo Vivido (Até 3 anos) Corpo percebido ou descoberto (3 a 7) Corpo representado (7 a 12) Esquema Corporal Origem Afetiva Conhecimento pobre de seu corpo Dificuldades para se locomover (coord. Espaço temporal) Dificuldades de coordenação, lentidão para execução de gestos hamoniosos Confusão com as coordenadas do espaço Interfere na coordenação visomotora, leitura e escrita. Interfere no relacionamento com o meio e na linguagem. Perturbações do Esquema Corporal Predominância de um dos lados do corpo no nivel de mão, olho e pé Resultado da associação de vários fatores Lateralidade Acontece quando a pessoa tem lateraliade cruzada ou é mal lateralizada: Dificuldade em aprender a direção gráfica Dificuldade em aprender direita e esquerda Comprometimento na leitura e escrita – ritmo lento, força e precisão insuficientes Má postura Dificuldade de coord Fina Perturbações da lateralização Acontece quando a pessoa tem lateraliade cruzada ou é mal lateralizada: Dificuldade de discriminação visual Perturbações afetivas Disturbio da linguagem, sono e gagueira Sincinesias Dificuldades de estruturação espacial Perturbações da lateralização Essencial para a vida em sociedade Favorece a formação de categorias que leva à generalização e abstração Desenvolve o pensamento matemático Escrita: atividade espaço temporal complexa Estruturação espacial “Tomada de consciência da situação do seu próprio corpo” “Tomada de consciência da situação das coisas entre si” “Possibilidade de se organizar perante o mundo, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las” Visão, tato, audição – realizam estruturação do espaço Estruturação Espacial Construção mental que se opera através dos movimentos Importância das ligações afetivas A exploração do espaço começa quando o bebê fixao olhar em um objeto e tenta agarrá-lo. Estruturação espacial Organiza o espaço/ desenvolve noções de orientação: Verbalização/ nomeação do objeto Atividades concretas de classificação (comer, vestir, brincar, calçar, amarrar sapato) Ter boa imagem corporal (corpo como referência) Ter lateralização definida Estruturação espacial