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UC NUTRIÇÃO CLÍNICA DOENÇAS RENAIS Jeannine Maria Amelia ESTRUTURA RENAL • Órgãos retroperitoneais • Forma de grão de feijão; • Cada rim (150g) • Possui ≈ 1 milhão de néfrons; • O rim de um indivíduo adulto mede de 11 a 13cm de comprimento, 5 a 7,5cm de largura e 2,5 a 3 cm de espessura. • Córtex: camada externa. Contém todos os glomérulos, túbulos contorcidos proximais e parte dos distais • Medula: Alça de Henle e ductos coletores. A medula tem papel importante na concentração da urina. ESTRUTURA RENAL FUNÇÕES DOS RINS -Excretar toxinas resultantes do metabolismo -Regular a homeostase -Além de participar da produção de hormônios Poliúria: volume de urina > 2 500 ml/dia. Oligúria: volume de urina < 400 ml/dia. Anúria: ausência de eliminação de urina (< 100 ml/dia). Polaquiúria: > n° de micções, sem ↑ volume total de urina eliminada / dia Nictúria: necessidade de urinar durante a noite ( provocada por poliúria ou polaquiúria FUNÇÕES DOS RINS • A unidade anatômica funcional do rim é p néfron, dividido em: • Glomérulo: tufo de capilares localizados entre 2 arteríolas (aferente e eferente); • Sistema de túbulos: pode ser divididos em vários segmentos, de acordo com as diferenças anatômicas e funcionais. PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS RINS • Filtração sanguínea • Excreção de produtos finais do metabolismo (uréia, creatinina, ácido úrico, etc). • Manutenção do volume extracelular (água e Na) • Regulação PA - sistema renina angiotensina • Manutenção da composição iônica (K, Na, Cl, Mg, Ca, P) • Balanço ácido-básico; • Degradação e catabolismo de hormônios (insulina, glucagon, hormônio do crescimento); PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS RINS Produção de hormônios e enzimas: -Eritropoetina ou EPO é um hormônio de glicoproteína que controla a eritropoiese, ou a produção de células vermelhas do sangue -A vitamina D é estocada no fígado na forma de calcidiol e transformada nos rins em calcitriol que é a forma ativa da Vitamina D -Renina ou angiotensinogenase é uma enzima circulante liberada pelas células justaglomerulares dos rins - participa do sistema renina-angiotensina-aldosterona que controla a PA, balanço hídrico e de Na EPIDEMIOLOGIA Brasil prevalência de pacientes mantidos em diálise mais que dobrou em 10 anos 1,4 milhões de indivíduos : algum grau de disfunção renal 2004 59.153 pacientes em diálise 1994 24 mil pacientes em diálise Importância Cuidado Nutricional Tratamento Prevenção Controle dos fatores de risco DEFINIÇÕES DE DOENÇA RENAL AGUDA E CRÔNICA Enfermidade Renal Critério Funcional Critério Estrutural Injúria Renal Aguda (IRA) Aumento da creatinina sérica em ≥50% dentro de 7 dias, OU Aumento da creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL dentro de 48 horas OU oligúria Nenhum critério Doença Renal Aguda (DRA) DRA OU Taxa de filtração glomerular (TFG) <60 mL/mim por 1,73 m2 <3 meses OU Diminuição da TFG por ≥50% por <3 meses Dano renal <3 meses Doença Renal Crônica (DRC) TFG <60 mL/min por 1,73 m2 por ≥3 meses Dano renal ≥3 meses Sem Doença Renal TFG ≥60 mL/min por 1,73 m2 Creatinina sérica estável sem IRA/DRA/DRC Sem dano renal Fonte: adaptado de Levey et al.2. https://www.asbran.org.br/storage/downloads/files/2021/07/diretriz-de-terapia-nutricional-no-paciente-com-doenca-renal.pdf Creatinina: 0,7-1,3mg/dl (homens) 0,6-1,2mg/dl (mulheres) TFG > 90 mL/min/1,73m2. EXAMES LABORATORIAIS Exames Valores Normais Uréia (mg/dL) < 45 Cr (mg/dL) < 1,2 Ácido úrico (mg/dL) 2,5 – 8,0 Bicarbonato (mmol/L) >22 Ca total (mg/dL) 9 – 11 Albumina > 3,5 P (mg/dL) 4,5 – 5,5 K (mg/dL) 3,5 – 5,5 Saturação de transferrina (%) > 20 Ferritina (ug/dL) >200 PCR (mg/L) < 3,0 Na (mEq/L0 130 – 140 ANORMALIDADES LABORATORIAIS • Encontram-se aumentados: uréia, creatinina, fósforo, ácido úrico, potássio, magnésio, PTH, fosfatase alcalina, glicose, colesterol e TG. • Encontram-se diminuídos: HCO3, cálcio, ferro, albumina,calcitriol, eritropoetina. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) CONCEITO: Síndrome caracterizada pelo declínio rápido e repentino da função renal, com acúmulo de metabólitos, toxinas e medicamentos no sangue. Também ocorre alteração nas funções intrínsecas dos rins. O espectro de sintomas e eventos é muito amplo e variável Pode ocorrer anúria (ausência de urina), mas também volume urinário elevado. → subcategoria da doença renal aguda (DRA) → corresponde à perda da função renal em até três meses. Quando a disfunção persiste por mais de três meses, é identificada como doença renal crônica (DRC). IRA Rins anteriormente saudáveis (maioria dos casos) Redução da TFG e excreção renal Oligúria, anúria ou fluxo urinário normal Duração: dias a semanas Doença transitória/reversível INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) -Duração < 3 meses -Pode haver recuperação completa ou não da função renal INJURIA RENAL AGUDA IRA → LESÃO GRAVE → DRC Uma pessoa com DRC pode sofrer IRA -Resposta inflamatória parece ter o principal papel no desenvolvimento da IRA. -As causas da IRA (isquêmica, nefrotóxica, toxinas bacterianas) induzem a liberação de mediadores inflamatórios (citoquinas) das células endoteliais e tubulares renais. -Neutrófilos e outros leucócitos migram rapidamente para o local da inflamação e ficam ao longo dos capilares peritubulares. -A lesão inflamatória endotelial é seguida por um aumento da permeabilidade capilar que dentro de 24 horas facilita a migração dos neutrófilos para o interstício e para o lúmen capilar. -Durante a migração, neutrófilos liberam citocinas pró-inflamatórias que podem agravar a lesão tubular. -Em alguns casos, a resposta tubular a IRA é caracterizada pela perda da integridade do citoesqueleto que leva à descamação de células viáveis e também à apoptose e necrose. -Outros fatores, que não a lesão da célula tubular (vasoconstricção e obstrução tubular), são importantes na diminuição da TFG. IRA - PATOGÊNESE https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5876/insuficiencia_renal_aguda.htm IRA - PATOGÊNESE https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5876/insuficiencia_renal_aguda.htm IRA - PATOGÊNESE https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5876/insuficiencia_renal_aguda.htm IRA = rápida ↑ creatinina sanguínea Pode ocorrer em pessoas com rins normais ou DRC Casos mais graves → hemodiálise em 24 a 48 horas. INJÚRIA RENAL AGUDA / DRA Medicinanete.com.br - Choque circulatório. - Sepse. - Desidratação. - Queimaduras extensas. - Excesso de diuréticos. - Rabdomiólise (lesão muscular extensa- politrauma). - Obstrução renal por uma próstata aumentada. - Insuficiência cardíaca grave. - Glomerulonefrite aguda. INDICAÇÃO DEHEMODIÁLISE: Função renal < 20 ml/min Acidose sanguínea grave Excesso de potássio no sangue Alterações neurológicas pela IRA Paciente urina < 100ml / 24h. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA-ETIOLOGIA CAUSAS EVITÁVEIS: -Uso anti-inflamatórios -Exames radiológicos com contrastes venosos (iodo) INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5876/insuficiencia_renal_aguda.htm RECUPERAÇÃO DEPENDE: -Idade -Comorbidades -Função renal anterior -RECUPERAÇÃO RELATIVA: -Pode haver recuperação completa, parcial (<60 ml/min), ou com sequelas graves (hemodiálise) IR: complicação comum de doentes graves, internados em CTI, ↑ taxa de mortalidade neste grupo. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA-RECUPERAÇÃO Desnutrição maior incidência de complicações maior tempo de internação maior mortalidade CUIDADO NUTRICIONAL NA IRA-AVALIAR • Presença de comorbidades (DM, DCV, infecção, idade avançada) • Anorexia • Hipervolemia • Prescrições de dietas restritivas • Ação das toxinas urêmicas • Tratamento dialítico • Distúrbios endócrinos Avaliação Nutricional Alteração no estado de hidratação e inflamação Dificultam realização da avaliação nutricional Índice de massa corporal Circunferência do braço Pregas cutâneas Parâmetros bioquímicos (albumina, transferrina e pré- albumina ) BIA Dificuldade de interpretação CUIDADO NUTRICIONAL NA IRA Objetivos: melhorar o estado nutricional e reduzir a alta taxa de mortalidade. Catabolismo: contribui para a baixa sobrevida Pacientes eutróficos: retomar uma dieta normal em uma semana. Pacientes catabólicos: terapia nutricional iniciada precocemente. Adequar programa nutricional IRA-CUIDADO NUTRICIONAL https://amb.org.br/ IRA-TERAPIA NUTRICIONAL ↑ catabolismo corporal é, provavelmente, o principal risco para o desenvolvimento da desnutrição em pacientes com IRA Causas : 1) perda de nutrientes no dialisato, em caso de necessidade de TTR, 2) presença de inflamação, 3) acidose metabólica, 4) hiperinsulinemia, 5) intolerância à glicose , 6) enfermidades associadas Além do catabolismo proteico acelerado, o metabolismo de vários aminoácidos está anormal na IRA. Vários aminoácidos não essenciais, como a tirosina, a cisteína e a histidina, tornam-se condicionalmente essenciais na IRA https://amb.org.br/ IRA-CUIDADO NUTRICIONAL RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA: - 20-30 kcal/kg/dia de peso seco ou ideal - Estresse grave: 20-25 kcal/kg/dia -Nutrição hipocalórica (<70% do gasto energético) é recomendada na fase inicial da enfermidade aguda, com aumento para 80% a 100% da meta depois de, aproximadamente, três dias. https://www.asbran.org.br/storage/downloads/files/2021/07/diretriz-de-terapia-nutricional-no-paciente-com-doenca-renal.pdf RECOMENDAÇÃO DE PROTEÍNAS - Pacientes sem diálise: 0,5-0,8g/kg/dia - Pacientes em diálise: 1,0-2,0g/kg/dia - Período estável: 0,8-1,0g/kg/dia IRA-CUIDADO NUTRICIONAL IRA-CUIDADO NUTRICIONAL MICRONUTRIENTES: suplementação de micronutrientes é recomendada para pacientes com IRA em TRR. ELETRÓLITOS: -Individualizado, de acordo com os níveis séricos. -Reposição: depende de resultados séricos -Níveis elevados podem indicar necessidade de TRR. -Formulações padrão de nutrição enteral e/ou parenteral são recomendadas para pacientes hipercatabólicos com IRA e/ou em TRR. -Formulações com restrição de eletrólitos podem ser indicadas de acordo com a necessidade individual. Líquidos Reposição é baseada na diurese Administração de líquidos = volume urinário de 24h +500 a 700 ml + perdas IRA-CUIDADO NUTRICIONAL https://www.asbran.org.br/storage/downloads/files/2021/07/diretriz-de-terapia-nutricional-no-paciente-com-doenca-renal.pdf 1. Não há instrumento de triagem específico para pacientes com doenças renais crônicas e agudas. 2. O Instrumento de Triagem de Desnutrição, conhecido como MST (Malnutrition Screening Tool), pode ser recomendado para a triagem de risco de desnutrição. 3. Não há indicador isolado para diagnóstico de desnutrição. 4. Os indicadores recomendados mais importantes são: perda involuntária de peso, índice de massa corporal (IMC) baixo (<18 kg/m2), ingestão de energia e proteínas abaixo do recomendado, e redução da força e funcionalidade muscular. 5. Para o diagnóstico de obesidade, o excesso de gordura abdominal é o indicador mais importante. 6. O instrumento recomendado para diagnosticar desnutrição é a SGA (Subjective Global Assessment) tradicional. TRIAGEM E AVALIAÇÃO- DOENÇAS RENAIS A síndrome nefrítica incorpora as manifestações clínicas de doenças caracterizadas pela inflamação das alças capilares do glomérulo -Pode ter rápida resolução, evolução para síndrome nefrótica ou Insuficiência Renal Crônica. -Sinais e sintomas: hematúria, hipertensão arterial e perda suave da função renal. Pode-se ter infecção estreptocóccica. TERAPIA NUTRICIONAL: Segundo Krause, não há necessidade de restrição de proteínas ou potássio, a menos que se desenvolva uremia ou hipercalemia significante -Hipertensão está presente relacionada ao excesso de volume extracelular e deve ser tratada com restrição de sódio. SÍNDROME NEFRITICA SÍNDROME NEFRÓTICA Patologia que deriva da perda da barreira glomerular para proteínas. -Quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. -Sinais e sintomas: edema, e níveis baixos de albumina e hipercolesterolemia, perda de apetite, letargia, edema palpebral e edema de tecidos (edema), dor abdominal, urina espumosa SÍNDROME NEFRÓTICA-CAUSAS SECUNDÁRIAS Amiloidose Câncer Diabetes mellitus Obesidade Pré-eclâmpsia Infecções protozoárias (Shistossoma mansoni) Algumas glomerulonefrites Lúpus eritematoso sistêmico (LES) Viroses: HPB, HPC, HIV SÍNDROME NEFRÓTICA-TERAPIA OBJETIVOS: controlar os sintomas associados com a síndrome (edema, hipoalbuminemia e hiperlipidemia) para diminuir o risco de progressão DRC PROTEÍNA: 0,8g/kg/dia pode diminuir a proteinúria sem afetar adversamente a albumina sérica, sendo 50 a 60% de AVB (Krause, 2013) ENERGIA: adultos - 35kcal/kg/dia SÓDIO:restrição moderada, ou seja, 3g de sódio diário LIPÍDEOS: realizar restrição de lipídeos, ou seja, 25 a 35% do VCT, sendo 7% de gorduras saturadas, gordura polinsaturada até 10% e monoinsaturada até 20%, sendo colesterol dietético não mais que 200mg/dia. FISIOPATOLOGIA:anormalidades na composição urinária com > cristalização dos promotores de cálculos (cálcio, oxalato, ácido úrico TIPO MAIS COMUM DE CÁLCULO: oxalato de cálcio. Patogênese bem conhecida, o que possibilita diagnosticar a provável causa patogênica em mais de 95% dos pacientes. A dieta exerce papel relevante sobre a excreção urinária tanto de promotores, quanto de inibidores da formação de cálculos. Entre os vários nutrientes destacam-se: cálcio, oxalato, sódio, potássio, vitamina C, proteína, purinas, carboidratos, além da ingestão de líquidos. LITÍASE RENAL Cálcio: recomendação para pacientes litiásicos: 800 mg/dia. Oxalato: da dieta contribui com apenas 10 a 20% na oxalúria Pequenas alterações nas concentrações de oxalato, têm maior efeito sobre a cristalização de oxalato de cálcio, do que grandes alterações na concentração de cálcio. Ingestão média de oxalato da dieta: 150 mg/dia. Não existem estudos que comprovem que sua redução efetivamente reduza a ocorrência de cálculos. Alguns estudos demonstraram que incrementos da oxalúria da ordem de 20 a 213%, aumentava a sobrecarga de oxalato. Em condições normais o cálcio absorvido se liga ao oxalato, formando um complexo insolúvel. Em condições de restrições de cálcio, a redução na quantidade de cálcio na luz intestinal, eleva a concentração de oxalato livredisponível para absorção. Aconselhável: manter o equilíbrio entre ingestões de cálcio e oxalato durante as refeições. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Sódio: potencial efeito em elevar a calciúria. Um aumento de 100 mEq na sua ingestão diária, produz um aumento de 25 mg na excreção urinária de cálcio. Estudos epidemiológicos sugerem que uma elevada ingestão de sódio, aumenta o risco de formação de cálculos. Entretanto não existem estudos randomizados que avaliem o papel da restrição de sódio na formação de cálculos. Os litiásicos devem utilizar temperos e molhos naturais. Potássio: grande estudo epidemiológico demonstrou que reduzida ingestão de potássio (abaixo de 74 mEq/dia), está associada a um maior risco de formação de cálculos. Efeito pode ser atribuído à elevação na calciúria e à redução na citratúria. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Alimentos ricos em Cálcio: laticínios magros, sardinha, semente de gergelim, semente de chia, oleaginosas, vegetais de cor verde -escura. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Semente de gergelim - 975 mg Amêndoa torrada sem sal - 282 mg Castanha-do-Pará sem sal - 176 mg Quinua em grão - 127 mg Semente de girassol - 116 mg Amendoim torrado com sal - 106 mg Noz - 99 mg Semente de abóbora com sal - 55 mg Castanha de cajú torrada sem sal - 45 mg ALIMENTOS RICOS EM CALCIO (em 100 gramas de alimento) ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE SÓDIO. Alimentos ricos em Potássio: cereais integrais, vegetais de cor verde - escura, oleaginosas, frutas secas ou in natura como damasco, banana, pêssego, ameixa, vegetais como beterraba, couve-flor. Vitamina C: estudos in vivo e in vitro demonstram que a metabolização do ácido ascórbico, resulta em produção de oxalato. Apesar disso recente estudo epidemiológico não associou ingestão de vitamina C, com o risco de cálculos renais em mulheres saudáveis, a contribuição dessa vitamina sobre a oxalúria ainda permanece controversa. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Adequada ingestão proteíca: reduz o oxalato, fosfato, cálcio e ácido úrico urinários e aumenta a excreção urinária de citrato. Recomendação: 0,8 a 1,2 g/kg/dia, sendo 50% de proteína de alto valor biológico, de acordo com o preconizado pela RDA. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Purinas: produto final do metabolismo-ácido úrico. Pacientes litiásicos devem evitar alimentos de origem animal ricos em purinas: vitela, bacon, cabrito, carneiro, fígado, língua, rim, miolo, anchova, sardinha, arenque, bacalhau, truta, ovas de peixe, mexilhão, galeto, peru, porco, coelho, pato e ganso. Alguns autores sugerem que ingestões de purinas superiores a 175 mg/dia, podem elevar a excreção urinária de ácido úrico. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Carboidratos: excesso de carboidratos simples podem aumentar a excreção urinária de cálcio. Estudos: consumo de glicose, reduz a reabsorção renal de fosfato em pacientes litiásicos, contribuindo para hipercalciúria por meio da depleção de fosfato. O fator responsável pela depleção de fosfato em litiásicos, não está bem estabelecido. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Líquidos: elevada ingestão recomendada, por aumentar o volume urinário e diminuir a concentração dos componentes litogênicos. Orientação: ingerir aproximadamente 30 ml de líquidos/Kg/dia, de preferência água, sucos de frutas como os de limão e laranja, por conter elevado teor de citrato, e chás de frutas, flores ou ervas a fim de elevar o volume urinário e diminuir o risco de formação de cálculos. Chás preto e mate devem ser consumidos com moderação, devido ao elevado teor de oxalato. Bebidas alcoólicas contêm purinas, aumentam o risco de cálculos. LITÍASE RENAL – CUIDADOS NUTRICIONAIS Recomendações Dietéticas para Pacientes Litiásicos. Dieta individualizada de acordo com o distúrbio metabólico. Evitar a restrição de cálcio. As ingestões de cálcio e oxalato devem estar em balanço. Adequar a ingestão de proteína animal, e evitar alimentos ricos em purinas. Evitar a ingestão excessiva de sal, de alimentos enlatados e/ou conservados na salmoura. A ingestão de potássio deve ser estimulada se estiver em concentrações adequadas. Suplementos de vitamina C devem ser utilizados com cautela. Aumentar a ingestão de líquidos para produzir pelo menos 2 litros de urina/dia. DOENÇA RENAL CRÔNICA - DRC • Síndrome complexa. • Perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. • Elevadas taxas de morbidade e mortalidade. • Snyder, 2009: • DRC : 7,2% para indivíduos abaixo de 30a 23% -36% em indivíduos acima de 64a Snyder JJ, Foley RN, Collins AJ. Prevalence of CKD in the United States: a sensitivity analysis using the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 1999-2004. Am J Kidney Dis 2009, 53:218-228 Principais Causas: hipertensão arterial, diabetes melitus glomerulonefrite crônica. É uma síndrome clinica decorrente da perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. O quadro clinico se desenvolve com o evoluir da insuficiência renal denominamos síndrome urêmica ou uremia. DOENÇA RENAL CRÔNICA - DRC Conservador (ou fase pré dialítica). Tratamentos dialéticos(hemodiálise e dialise Peritonial); Transplante Renal; DRC – TIPOS DE TRATAMENTOS • Rim: Edema, hipercalemia, acidose metabólica, hipocalcemia, hiperfosfatemia, hipermagnesemia. • Cardiovascular: HAS, pericardite , ICC. • Hematológico: Anemia , coagulopatia. • Gastrointestinal: Anorexia, náuseas, vômitos, hemorragia. DRC – SINAIS E SINTOMAS ESTÁGIOS DA DRC DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DA DRC Estágio Função Taxa de filtração Glomerular 1 Lesão com função renal normal igual ou >90mL/min 2 Insuficiência renal leve (sem sintomas) 60 - 89 ml/min 3 Insuficiência renal moderada (queixas) 3A: 45 - 59 ml/min 3B: 30 - 44 ml/min 4 Insuficiência renal severa (sinais e sintomas de uremia (náuseas, vômitos, perda do apetite, emagrecimento, falta de ar, edema, palidez, 15 - 29 ml/min 5 Insuficiência renal terminal (hemodiálise, diálise peritoneal, transplante) abaixo de 10 ml/min. NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. PROGRESSÃO DA DRC excreção de substâncias tóxicas [ ] sérica de catabólitos tóxico (uréia e creatinina) - Anemia - Fraqueza - Edema - Perda de apetite - Náusea e vômitos Síndrome Urêmica CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EMP – UNIFESP. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. ALTERAÇÕES METABÓLICAS EM DRC 1.Cálcio, Fósforo e Vitamina D - Hiperparatireoidismo 2.Carboidratos - Resistência a insulina 3.Proteínas - Catabolismo 4.Lipídeos - Dislipidemia 5.Leptina - Aumento do Gasto Energético em Repouso 6.Inflamação - Aumento Gasto Energético em Repouso 7.Ácido-básica - Acidose Metabólica 8.Eritropoietina - Anemia TRATAMENTO NUTRICIONAL EM DRC OBJETIVO DO TRATAMENTO NUTRICIONAL Assegurar estado nutricional adequado: manter o equilíbrio calórico-protéico e prevenir o balanço nitrogenado negativo. Atuar em doenças correlatas (DM, HA, hiperparatiroidismo.) Manter os níveis séricos de fosfato e cálcio dentro de taxas aceitáveis e prevenir a osteodistrofia renal e calcificação metastástica. Tentar corrigir algumas das alterações metabólicas existentes (Dislipidemia, Hiperglicemia, Catabolismo protéico, Hipercalemia). Manter as concentrações séricas de potássio e sódio dentro de níveis aceitáveis. Manter os fluídos homeostásicos por monitoraçãoda sobrecarga ou depleção de fluídos. Retardar a progressão da DRC. TRATAMENTO NUTRICIONAL EM DRC OBJETIVO DO TRATAMENTO NUTRICIONAL TRATAMENTO CONSERVADOR Por que restrição proteica? • Hipertensão intraglomerular; • Hiperfiltração glomerular; • Proteinúria; • Progressão da DRC. DIAGNOSTICO NUTRICIONAL Avaliação Nutricional •Avaliação da ingestão; •Avaliação composição corporal; •Avaliação Bioquímica; •Avaliação clínica; AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Métodos Objetivos: Consumo Alimentar; Composição Corporal; Exames Laboratoriais; Métodos Subjetivos História Clínica; Exame físico; Avaliação Global Subjetiva Global (AGS). CONSUMO ALIMENTAR Avaliação da Ingestão •Diário alimentar de 3 dias (1 dia da diálise, um dia sem diálise e 1 dia no fim de semana); •Recordatório de 24 horas; •Questionário de Frequência Alimentar (QFA). OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: • Identificar indivíduos desnutridos; • Identificar indivíduos em risco nutricional; • Fornecer suporte para prescrição dietética. Avaliação – ídem pré-diálise Porém – usar peso seco!!! Pós diálise Peso Seco • Ausência de edema; • Após sessão de hemodiálise; • Descontar o líquido peritoneal. Peso ajustado/adequado Adequação do peso = a porcentagem de adequação do peso atual em relação ao peso ideal ou desejável é calculada a partir da fórmula: Adequação do peso (%) = peso atual x 100 peso ideal CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ACORDO COM A ADEQUAÇÃO DO PESO: Adequação do peso (%) Estado nutricional menor 70 Desnutrição grave 70,1 – 80 Desnutrição moderada 80,1 – 90 Desnutrição leve 90,1 – 110 Eutrofia 110,1 – 120 Sobrepeso > 120 Obesidade ANTROPOMETRIA Circunferências e áreas Circunferência do braço; Circunferência muscular do braço; Área muscular do braço. Pregas cutâneas Bíceps, tríceps, subescapular, suprailíaca. Peso Seco e Altura Somatória de pregas cutâneas * Hemodiálise: medidas no braço sem o acesso vascular ANTROPOMETRIA • BCM (Monitor de Composição Corporal) - O aparelho mede a volemia do paciente com precisão, permitindo uma segura definição do seu peso seco. • Contra indicações: Pessoas que possuem marca-passos e grampos metálicos (como eu na bexiga), não podem fazer essa medição. Assim como fazer exames de ressonância magnética (por causa do campo magnético), podendo levar a óbito. TERAPIA NUTRICIONAL-FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Objetivos: -Evitar ou retardar a progressão da DRC para estágios finais -Controlar a sintomatologia urêmica -Controlar distúrbios hidroeletrolíticos – Hipercalemia -Tratar doenças: Proteinúria Desnutrição energético – protéica Dislipidemia Resistência insulínica Hipertensão Acidose metabólica RESTRIÇÃO PROTÉICA Excesso de PTN = degradado em uréia e outros produtos nitrogenados que serão eliminados pelos rins. Paciente com DRC esse processo não acontece, em virtude da redução da TFG. CONSEQUÊNCIAS... ACÚMULO: Síndrome urêmica ou uremia https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/plugin file.php/5994/mod_resource/content/1/eboo k/3.html A proteinúria é apontada como um dos principais fatores que afetam negativamente a progressão da doença; O controle ou a redução da ingestão proteica pode, ainda que indiretamente, proteger o rim contra os efeitos deletérios do intenso tráfego de proteínas em suas estruturas (CUPPARI; AVESANI; KAMIMURA, 2013). https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5994/mod_resource/content/1/ebook/3.html A carambola é tóxica para os portadores de DRC A ingestão da carambola ou seus produtos (sucos, doces e chás) é proibida para pacientes com DRC, em todos os estágios da doença, independentemente de seu teor de potássio. Isso porque a carambola contém uma neurotoxina normalmente depurada pelo rim (MOYSES NETO et al., 2003). DRC – TRATAMENTO CONSERVADOR RECOMENDAÇÃO PROTÉICA NA FASE NÃO-DIALÍTICA TFG (mL/min) Proteína (g/kg/dia) > 60 Sem restrição (0,8 a 1) 25 a 60 0,6 (50% AVB) <25 0,6 (50% AVB) ou 0,3 + suplementos com cetoácidos CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EMP – UNIFESP. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. Ex: Indivíduo com TFG entre 25 a 60. Peso: 70kg Proteína: 70kgX0,6g= 42 gramas /dia FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Kcal/kg/dia Manutenção do peso >60 anos 30 <60 anos 35 Redução de Peso 30 Ganho de Peso >35 Carboidrato 50 a 60% Lipídeos 30 a 35% Energia CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EMP – UNIFESP. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. Ex: Paciente de 65 anos Peso atual: 48kg IMC: 17,5kg/m2 Perda ponderal de 7 kg nos últimos três meses Qual o valor calórico da dieta? 48kg x 35kcal = 1680kcal/dia POTÁSSIO - Fase não-dialítica da DRC - Restrição: elevação da concentração sérica (> 5,0 mg/dL) TGC < 30 mL/min/m² hortaliças, frutas, leguminosas e oleaginosas POTÁSSIO - FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Frutas com pequena e média quantidade de potássio (< 5mEq/porções) Frutas com elevada quantidade de potássio (> 5,1 mEq/porções) Ameixa fresca Abacaxi Abacate Água de coco Banana-maçã Caqui Banana-nanica Banana-prata Jabuticaba Laranja-lima Kiwi Laranja pêra Limão Melancia Laranja Bahia Melão Manga Maçã Mamão Mexerica Morango Pêssego Maçã Elevada quantidade de potássio: frutas secas, tomate seco, extrato de tomate, caldo de cana, oleaginosas, chocolate, calda de compotas de frutas, sucos de fruta concentrado. SÓDIO - FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Restrição de sal: - controle da hipertensão Recomendação -não usar sal dietético ou light (ricos em potássio) - não consumir alimentos processados, embutidos, enlatados e condimentos industrializados - ervas e temperos naturais podem ser consumidos à vontade Sódio = 1000 a 1500 mg/dia - Sal = 2,5 a 4 g/dia Diretrizes Brasileiras de Doença Renal Crônica. J Bras Nefrol 2004, 24(Supl.1): 1-49 SAL/SÓDIO Alimento Quantidade Sódio (mg) Sal (g) Linguiça 1 unidade 400 1 Salsicha 1unidade 560 1,4 Mortadela 1 fatia fina 100 0,3 Caldo de Carne 1 unidade 1920 4,8 Pão Francês 1unidade 280 0,7 MINERAIS - FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Fósforo = hiperfosfatemia menos frequente na fase não-dialítica quando comparada ao tratamento dialítico. 5 - 10 mg/kg peso/dia Cálcio = ingestão reduzida no tratamento conservador. Monitorar os níveis de cálcio sérico constantemente. 1200 - 1600 mg/dia Ferro = dieta hipoprotéica pode reduzir os estoques de ferro. 8- 15 mg/dia + eritropoetina recombinantehumana CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EMP – UNIFESP. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. VITAMINAS- FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC Tiamina Riboflavina Ácido pantotênico Vitamina B6 Vitamina B12 Ácido fólico Vitamina C Vitamina A, E, K Vitamina D (calcitriol) 1,1 a 1,2 mg 1,1 a 1,3 mg 5 mg 5 mg 2,4 mcg 1 a 5 mg 75 a 90 mg Não suplementar Individualizado Restrição dietética de proteínas, potássio e fósforo Ingestão insuficiente de algumas vitaminas DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTÉICA (DEP)NA FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC - Redução na ingestão alimentar (via oral) - Restrições dietéticas - Toxicidade urêmica - Inflamação - Acidose metabólica - Fatores endócrinos - Fatores gastrintestinais DEP: 45 – 55 % INTERVENÇÃO NUTRICIONAL ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Adult Renal Failure. Clinical Nutrition, 2006. Estimular o consumo de alimentos energéticos que não elevem a quantidade de proteínas da dieta - Mandioca e derivados (farinha de mandioca, tapioca, polvilho); - Óleos vegetais, maionese, manteiga e margarina sem sal; - Creme de leite; - Açúcar, mel, doces à base de frutas. DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTÉICA (DEP)NA FASE NÃO-DIALÍTICA DA DRC TERAPIA NUTRICIONAL NO TRATAMENTO CONSERVADOR - Orientação nutricional não é capaz de promover da ingestão alimentar e melhorar a condição nutricional; -Hipercatabolismo - IMC < 20 kg/m² ou com redução > 10% do peso em 6 meses ou com albumina sérica < 3,5 mg/dL. - ESPEN, 2006: SUPLEMENTAÇÃO VIA ORAL OU ENTERAL ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Adult Renal Failure. Clinical Nutrition, 2006. TERAPIA NUTRICIONAL NO TRATAMENTO CONSERVADOR SUPLEMENTOS http://1.bp.blogspot.com/-QQpw3PLcRis/UD-hpu23VmI/AAAAAAAAAQM/ueCJm5rYsyQ/s1600/replena.jpg https://www.estomaplast.com.br/nutrison-energy-multi-fiber-1l-nutriport-estomaplast-2/ ESTÁGIO FINAL DA DRC TFG 10 mL/min + sintomatologia urêmica e/ou deterioração do estado nutricional: TRANSPLANTE RENAL - Remoção de solutos urêmicos anormalmente acumulados no sangue e de excesso de água. - Re-estabelecimento do equilíbrio eletrolítico e ácido-básico do organismo. NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. DIÁLISE HEMODIÁLISE-COMPLICAÇÕES RELACIONADAS A NUTRIÇÃO • Desnutrição energético protéica; • HAS; • Hipercalemia; • Hipervolemia; • Hiperfosfatemia; TRATAMENTO DIALÍTICO DA DRC Hemodiálise Diálise Peritoneal Freqüência 3 x/semana (dias alternados) Diariamente Tempo de sessão 3,5 a 4 horas 4 a 8 horas Local de Diálise Centro de diálise Domicílio Dialisador Artificial Membrana peritoneal Acesso Venoso Fístula artério- venosa, próteses ou cateter venoso Cateter peritonial Dialisato Água tratada, Na, K, Mg e cloro Glicose, Na, K, Ca, Mg, lactato e cloro Mitch WE & Klahr S. Handbook of Nutrition and the Kidney, 2002 TERAPIA NUTRICIONAL NO TRATAMENTO DIALÍTICO DA DRC Objetivos -Recuperar / manter o estado nutricional adequado -Prevenir / tratar distúrbios metabólicos: Hipercalemia Hiperparatiroidismo Dislipidemia Resistência insulínica Hipertensão Acidose metabólica -Controlar o ganho de peso interdialítico (HD). -Tratar comorbidades. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO TRATAMENTO DIALÍTICO Desnutrição energético-protéica Diálise peritoneal: 18 – 50 % Hemodiálise: 23 – 76 % Mortalidade ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Adult Renal Failure. Clinical Nutrition, 2006. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO TRATAMENTO DIALÍTICO Hemodiálise Diálise Peritoneal Manutenção 1,2 1,3 Repleção 1,2-1,4 1,3 a 1,5 PROTEÍNA (g/kga/dia) > 50% de PAVB ENERGIA (kcal/kga/dia) Hemodiálise Diálise Peritoneal Manutenção 30 a 35 25 a 35 Repleção 35 a 50 35 a 50 Carboidrato (%) 50 a 60 35 (via oral) Lipídeo (%) 30 a 35 30 a 35 Adaptado de Koople, J.D. e Massry, S.G., 2004 FÓSFORO (P) – TRATAMENTO DIALÍTICO DA DRC -Hiperfosfatemia (fósforo sérico > 5,5 mg/dL) afeta - 50% da população em diálise. -Riscos: hiperparatiroidismo secundário, calcificação de tecidos moles, morte. Alimentos ricos em fósforo = Alimentos ricos em proteínas -Recomendação: 8 a 17 mg/kg/dia -Recomendação de proteínas: 1,2 a 1,5 g/kg/dia NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. QUELANTES DE FÓSFORO Substâncias que se ligam ao fósforo do alimento no intestino formando compostos insolúveis não absorvíveis (eliminação intestinal) reduzindo a absorção deste. Ingeridos durante às refeições (prescrição individualizada): -Hidróxido de alumínio -Carbonato de cálcio (40% Ca++) -Acetato de cálcio (25% Ca++) -Sevelamer (Renagel®) -Carbonato de Lantânio (Fosrenol®) LÍQUIDOS Hemodiálise -Ganho de peso interdialítico desejável: 3 a 5% do peso seco (sem edema). -Recomendação: 500 ml + volume urinário residual Diálise Peritoneal - Freqüentemente sem restrição. NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. http://www.google.com.br/url?url=http://paroquiasantoantonio.net/historias-que-ensinam-a-licao-do-copo-de-agua/&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ved=0ahUKEwikycamls7gAhU3HbkGHUHZARIQwW4IGjAC&usg=AOvVaw1ji8ZKoTBFs9LpFZnWGUmZ MINERAIS – TRATAMENTO DIALÍTICO DA DRC - Potássio: restrição mais rigorosa em pacientes em HD: (principalmente anúricos) - HD: 40 – 70 / DP: 70 – 140 mEq/dia. - Sódio: restrição mais rigorosa em pacientes em HD (controle na ingestão de líquidos) - HD: 1 – 1,5 / DP: 2 – 3 g/dia. - Cálcio: suplementação raramente indicada (hipercalcemia e calcificação de tecidos moles) - Ferro: 10 – 18 mg/dia + eritropoetina recombinante humana NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. TERAPIA NUTRICIONAL NO TRATAMENTO DIÁLITICO SUPLEMENTOS Referências • CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EMP – UNIFESP. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. • Diretrizes Brasileiras de Doença Renal Crônica. J Bras Nefrol 2004, 24(Supl.1): 1-49. • ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Adult Renal Failure. Clinical Nutrition, 2006. • MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J.L. Krause, Alimentos, nutrição e dietoterapia.13 ed. Elsevier: São Paulo, 2013. • NFK-DOQI. “Clinical practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am. J. Kidney Dis, 2000. • SHILS, M.E.; SHIKE, M.; ROSS, A.C.; CABALLERO, B.; COUSINS, R.J. Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 11ed. São Paulo: Manole, 2016. • Snyder JJ, Foley RN, Collins AJ. Prevalence of CKD in the United States: a sensitivity analysis using the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) 1999- 2004. Am J Kidney Dis 2009, 53:218-228