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Universidade Federal Fluminense – UFF 
Faculdade de Educação – Curso de Pedagogia 
Disciplina: Política da Educação 
Discente: Victória Carolina Santos Frizieiro 
 Turno: Noturno Data: 18/07/2021 
 
Três teses sobre as reformas empresariais da educação: perdendo a 
ingenuidade 
 
 O texto de Luiz Carlos de Freitas se desenvolve à partir de três teses que vão contra a 
concepção que vigora na sociedade brasileira sobre a efetividade do método avaliativo 
como um parecer sobre evolução da qualidade escolar. As três teses, de acordo com o 
autor, são: 
1. O que ele chama de “boa educação” sendo provada pelos resultados obtidos nas 
avaliações escolares; 
2. A macro e micro políticas educacionais relacionadas à primeira modulação aos 
projetos de políticas públicas; 
3. E a concepção de que existe uma “curva normal”, tida como boa referência para 
compreender o fenômeno educativo. 
 Ao longo do texto, Freitas discorre sobre o porquê destas teses não serem colaborativas 
para aprimorar a educação brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
Existe, então, a necessidade de compreensão do contexto político educacional no Brasil, 
uma vez que, os métodos avaliativos baseados em responsabilização e pressão tem como 
objetivo causar dilemas sobre a eficácia da educação pública, tendo como consequência o 
sucateamento da rede à fim de provocar a privatização. No intuito de corroborar seu 
pensamento, utiliza de Safatle (2016, p.1): 
 
Anos atrás, o discurso neoliberal padrão no Brasil afirmava que o Estado deveria 
deixar de intervir em áreas que não lhe diriam respeito para cuidar apenas daquilo 
que seria sua vocação natural, a saber, serviços como educação e saúde. Nessa 
toada, foram privatizados os serviços de transporte, de energia, de telefonia, entre 
tantos outros. Os anos passaram e, claro, o discurso também passou. Agora, trata-se 
de afirmar que quanto mais pudermos tirar a educação e a saúde das mãos do 
Estado, melhor. 
 
 
 O conflito político ocorre, pois, o “vencedor” teria o controle de dois elementos tidos como 
substanciais ao domínio ideológico escolar e a satisfação das demandas produtivas liberais, 
a “gestão” escolar e o “processo formativo”. Dessa maneira, a gestão tida como eficaz, 
organizada pela iniciativa privada se fundamenta a partir da ideia de controle e 
responsabilização, utilizando-se de métodos que avaliam o desempenho perante as metas 
preestabelecidas e baseado nestes resultados, decidem quem são os melhores e os piores. 
 Faz-se notar então, que esbarramos em dois elementos que não só estão acerca da 
questão da privatização, como também à viabilizam: a responsabilização e a meritocracia. 
Desse modo, a privatização aparece como uma alternativa às políticas públicas ineficazes, 
intervindo por todas crianças pobres que “merecem tanto quanto as crianças mais ricas” 
acesso à educação de qualidade –nessa narrativa, educação de qualidade é representada 
por instituições de ensino privadas. Sendo assim, porquê as classes mais pobres deveriam 
se contentar com a educação pública? Logo, para que todos tenham acesso a uma 
educação de qualidade, defendem a privatização a escola pública. 
 Essa narrativa viabiliza um “senso comum” na sociedade contemporânea, que se torna 
simpatizante com estas ideias e aderem, ingenuamente, ao projeto reformista. O autor 
utiliza as três teses com o objetivo de romper com a ingenuidade, condenando as ideias dos 
reformadores empresariais e expandindo o debate para novos ideais que sejam voltados à 
melhoria da escola pública. 
 
 Médias mais altas não indicam necessariamente “boa educação” 
 
 Uma das ferramentas utilizadas pelos reformadores empresariais da educação é 
proveniente de um plano de responsabilização verticalizada, tendo em vista a demanda por 
uma premissa de fácil compreensão onde constariam os objetivos a serem atingidos. 
 
 
 
Consequentemente, é consolidada a padronização em escala nacional. A BNCC, que foi 
formulada a partir da perspectiva de garantia ao direito de uma educação de qualidade, é 
exemplo deste processo. 
 Precisamos ter em mente que são diversos os objetivos a serem trabalhados ao longo do 
ensino básico e, por isso, fica estabelecido que existem “competências” e “habilidades” de 
cunho básico para a evolução do aluno. Tendo-as como referencial, subentende-se que a 
“educação de qualidade” é a que está definida nestas competências e habilidades. Essa 
base serve não só para fins de definição, mas também para controlar a aprendizagem. Isso 
ocorre por meio de avaliações externas em todo território nacional, em que averígua-se se o 
processo de aprendizagem é eficaz, ou seja, quanto maior as médias de atuação dos 
alunos daquela escola, maior a qualidade de seu ensino. 
 No entanto, é imprescindível levarmos em consideração outros fatores que atuam no 
processo de aprendizagem do estudante. Exemplo disso é a maneira na qual o nível 
socioeconômico da criança afeta seu desempenho. Por isso, quando a escolha falha, isso é 
espelho de diversas condições que se apresentam nela e ao redor dela. 
 
A macropolítica depende da micropolítica escolar 
 
 Em seu texto, Freitas afirma que a macropolítica é definida pela micropolítica escolar. A 
micropolítica escolar é a hierarquia dos agentes educativos dentro do ambiente escolar e a 
razão da macropolítica se firmar ou não. Levando isso em consideração, não podemos 
restringir a vivência política daquele ambiente, pois os agentes educativos não são passivos 
à macropolíticas e, se quiserem, possuem força e autonomia para resistir, uma vez que são 
conhecedores da realidade daquele ambiente e dispõem de meios para rejeitar a política 
educacional traçadas pelas secretarias. 
 Os reformistas acreditam que sejam capazes de inserir as influências competitivas do 
mercado dentro do ambiente educacional, no entanto, o ambiente escolar não é como o 
mercado, onde ganhar ou perder são inerentes ao jogo. No ambiente educacional só devem 
existir vencedores, e é por esse motivo que estes não conseguem instalar um modelo 
empresarial de responsabilização não participativa e autoritária. Mais controle parece ser 
um atalho fácil para a solução dos problemas educativos, mas não é por esse caminho que 
está a solução. 
 Para que exista evolução no processo de melhoramento da qualidade do ensino, é 
necessário olhares atentos a forma na qual funciona o movimento que mobiliza as forças 
escolares internas, apenas pressionar os agentes que existem ali já se provou falha. 
 
 
 
 
 
 
 
A pobreza social e a qualidade da escola interagem 
 
 Os pesquisadores afirmam que quanto maior a pobreza, maior a probabilidade de 
insucesso escolar e os reformadores reconhecem. No entanto, divulgam a escola como a 
força capaz de compensar a pobreza. A filosofia liberal prega a igualdade de oportunidades, 
mas, não a igualdade de resultados. Não é possível ir além disso no seu ideário e, por essa 
razão, apropriam-se da figura do professor como aquele que é capaz de oportunidades 
iguais aos alunos, ignorando suas condições de vida iniciais. Logo, se desejamos 
verdadeiramente o combate à desigualdade escolar, devemos valorizar uma equidade –e 
não igualdade- acadêmica. 
 
Considerações finais 
 
 De acordo com Freitas, existe a necessidade vigente de aprofundamento nestas três 
teses, visando a perda da ingenuidade perante as políticas avaliativas presentes atualmente 
no Brasil. Retirando dos ombros dos alunos e professores a responsabilidade pelo sistema 
falho. Quanto mais rápido conseguirmos nos desvincular dessa ingenuidade, mais nos 
aproximaremos de uma melhoria real da qualidade educacional no país.

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