Durante a audiência de instrução e julgamento, o réu, devidamente assistido por seu advogado, ao ser interrogado pelo juiz, manifesta o desejo de exercer seu direito ao silêncio. O magistrado, então, adverte o acusado de que seu silêncio poderá ser interpretado em seu desfavor na formação de seu convencimento para a sentença. Além disso, durante os debates orais no Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça menciona o fato de o réu ter permanecido em silêncio durante o interrogatório como um indicativo de sua culpabilidade. Diante da situação hipotética, e com base no material de estudo, assinale a afirmativa correta. A advertência do juiz está correta, pois o silêncio do acusado, embora um direito, pode constituir elemento para a formação do convencimento do juiz, conforme expressa previsão do Código de Processo Penal. A menção ao silêncio do acusado pelo Promotor de Justiça durante os debates no Tribunal do Júri é uma estratégia acusatória válida, não gerando nulidade processual. O interrogatório é um ato bifásico, e o direito ao silêncio pode ser exercido apenas na parte relativa ao mérito, não abrangendo as perguntas sobre a qualificação pessoal do acusado. A falta de interrogatório do réu é considerada nulidade absoluta e insanável, não admitindo convalidação, mesmo que não alegada em momento oportuno.