Carlos, gerente de uma loja de eletrônicos, vendeu um televisor a prazo para Pedro, que apresentou comprovante de renda e identidade aparentemente verdadeiros. Após o não pagamento das parcelas, a empresa constatou que os documentos eram falsificados e que Pedro havia utilizado o nome de um terceiro para obter vantagem ilícita. O caso foi comunicado à autoridade policial, que instaurou inquérito por estelionato (art. 171 do CP). Durante a investigação, verificou-se que a vítima (a loja) não havia formalizado representação, limitando-se a entregar os documentos e narrar os fatos. O Ministério Público, contudo, ofereceu denúncia contra Pedro, imputando-lhe o crime de estelionato, sendo ela recebida pelo juízo competente. Somente após a sentença condenatória em primeiro grau é que a defesa de Pedro suscitou a ausência de representação da vítima, alegando decadência do direito de representação, uma vez transcorrido o prazo de seis meses entre o conhecimento da autoria e a instauração do inquérito. O Tribunal, ao julgar a apelação, determinou a intimação da vítima para que se manifestasse quanto ao interesse em representar, oportunidade em que ela declarou não desejar prosseguir com o feito. Diante