A Antropologia do Direito se estabelece como um campo fundamental para analisar a intrínseca relação entre normas jurídicas e manifestações culturais em diferentes sociedades. Contrariando a visão de um Direito universal e homogêneo, a disciplina investiga como as práticas, crenças e valores culturais influenciam a criação, interpretação e aplicação das regras sociais. Através da perspectiva etnográfica, ela identifica sistemas normativos não estatais, como costumes, rituais e mecanismos de resolução de conflitos em comunidades tradicionais, que frequentemente coexistem ou interagem com o direito oficial. Essa abordagem holística reconhece que o fenômeno jurídico transcende códigos e tribunais, estando profundamente inserido na cultura de cada povo. Os objetivos da Antropologia do Direito incluem a análise da pluralidade de sistemas jurídicos, a compreensão do papel do direito na manutenção ou transformação social, e a investigação de como as identidades culturais são negociadas no âmbito legal. Seus métodos, como observação participante e entrevistas, buscam entender o direito "em ação" e as percepções locais sobre justiça. Ignorar essa dimensão cultural resultaria em uma visão