Durante um projeto sobre narrativas introspectivas, a professora do 9º ano apresenta um trecho de A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector, para discutir como a autora explora a subjetividade. Os alunos percebem que a personagem fala de si mesma, revelando dúvidas e sentimentos profundos, sem seguir uma ordem linear. A professora explica que esse tipo de escrita é uma técnica que rompe com a narrativa tradicional. Em grupos, os estudantes devem identificar qual característica da obra de Clarice está presente no fragmento a seguir: “_ _ _ _ _ _ _estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? […] Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui.