Em julho de 2025, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei n. 2.159/2021, criando a nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental. A proposta passou com apoio maciço da bancada ruralista e de setores ligados à infraestrutura e ao agronegócio, mesmo diante da oposição do Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, e de diversas organizações ambientalistas. O novo marco legal traz mudanças profundas nas regras que orientam a avaliação e autorização de empreendimentos potencialmente poluidores, substituindo o modelo tradicional de licenciamento que vigorava desde a década de 1980.
A principal inovação é a criação da chamada Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que permite que o empreendedor apenas declare que cumpre os requisitos legais e ambientais, obtendo automaticamente a licença sem a necessidade de análise prévia por técnicos dos órgãos ambientais. A fiscalização, nesse caso, será feita por amostragem. Outra novidade é a Licença Ambiental Especial (LAE), que unifica as três etapas clássicas do licenciamento (Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação) em uma única autorização para obras classificadas como estratégicas ou de menor impacto, com prazo máximo de resposta de até um ano e validade de até dez anos.
Além disso, o projeto isenta determinadas atividades do processo de licenciamento, como a pecuária de pequeno porte, a agricultura temporária e obras de manutenção em estradas vicinais. Há também flexibilizações que atingem o setor de mineração e infraestrutura, o que acende o alerta de especialistas sobre o risco de afrouxamento generalizado da proteção ambiental no país.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/colunistas/mariana-morais/2025/07/7203387-licenciamento-ambiental-avanco-legislativo-ou-retrocesso-ecologico.html#google_vignette. Acesso em: 28 ago. 2025 (adaptado).
Texto II
Em derrota do governo, Congresso aprova mudança no licenciamento ambiental
O projeto aprovado incluiu dois pontos polêmicos. O primeiro é a autorização da mineração nas novas regras de licenciamento. O setor interfere bastante no meio ambiente.
O outro é uma emenda que pode acelerar a exploração de petróleo na margem equatorial. Proposta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ela determina que a resposta sobre licenças ambientais para projetos estratégicos deve ser dada em um ano no máximo.
Ambientalistas chamam a proposta aprovada de "PL da Devastação". ONGs e deputados da esquerda dizem que o projeto facilita a emissão de licenças sem haver compromisso de proteção a florestas, rios, lençóis freáticos e solo.
O relator do projeto, Zé Vitor (PL-MG), rebate a acusação. O deputado é coordenador político da FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio) e declarou que não há afrouxamento das leis, mas a adoção de padrões e estabelecimento de prazos.
A bancada ruralista acredita que haverá judicialização do assunto. Os parlamentares reclamaram que a esquerda não aceita as derrotas e recorre ao STF (Supremo Tribunal Federal) para mudar resultados do plenário.
Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2025/07/17/em-derrota-do-governo-congresso-aprova-mudanca-no-licenciamento-ambiental.htm. Acesso em: 28 ago. 2025 (adaptado).
Com base nessas mudanças legislativas mostradas nos textos acima, faça o que se pede abaixo com base legal e jurídica apresentada em aula.
a) Avalie os argumentos tanto da bancada ruralista e setores ligados ao agronegócio quanto das organizações ambientalistas e do Ministério do Meio Ambiente. Em que eles convergem e divergem quanto à questão do desenvolvimento sustentável?
b) Proponha medidas ou ajustes que poderiam tornar o novo modelo legal compatível com o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental (por exemplo, aprimoramento dos mecanismos de controle, participação social, prazos razoáveis de avaliação etc.).
Ed
há 2 meses
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