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A neurociência cognitiva compreende a aprendizagem humana como um processo complexo que vai muito além do simples armazenamento de informações. Aprender envolve o corpo todo e, sobretudo, o cérebro — órgão responsável por selecionar, priorizar, processar, registrar, evocar e consolidar informações a partir das experiências perceptivas. É, portanto, uma atividade contínua de interpretação e reconstrução da realidade, conforme destacam Falco, Kuz (2016) e Hammes de Carvalho (2010). Nesse sentido, Morin (2015) afirma que “aprender não é apenas reconhecer o que já era conhecido, nem somente transformar o desconhecido em conhecimento. É a junção entre reconhecimento e descoberta; é unir o conhecido ao desconhecido”. Essa concepção amplia a ideia de aprendizagem, reconhecendo-a como um movimento de construção ativa que mobiliza emoções, sentidos e estruturas cognitivas. O cérebro, órgão central desse processo, pesa cerca de 1,4 kg, mas consome aproximadamente 20% da energia total do corpo. Composto por cerca de 86 bilhões de neurônios, ele se organiza em redes complexas de comunicação. Cada neurônio se conecta a até 10 mil outros, por meio das sinapses, formando circuitos capazes de processar informações de forma ágil e coordenada. A comunicação entre neurônios acontece por meio de impulsos elétricos (potenciais de ação) e pela liberação de neurotransmissores, substâncias químicas que podem estimular ou inibir novas conexões — e, portanto, influenciar diretamente o processo de aprendizagem (Guillén, 2017; Cosenza & Guerra, 2011). Alguns neurotransmissores têm efeitos particularmente relevantes no ambiente escolar. Segundo Guillén (2017), altos níveis de dopamina aumentam a motivação e o engajamento do aluno, favorecendo, por exemplo, o brincar e o envolvimento ativo com a atividade proposta. Já a serotonina está relacionada ao bem-estar e à disposição emocional; baixa noradrenalina pode provocar distração, enquanto níveis baixos de acetilcolina reduzem o estado de alerta, podendo levar à sonolência em contextos pouco estimulantes. Esses achados revelam que a aprendizagem não é um processo puramente racional, mas está profundamente conectada à regulação emocional, ao ambiente social e ao estímulo cognitivo. Assim, compreender os fundamentos neurobiológicos da aprendizagem é fundamental para o professor planejar práticas pedagógicas mais eficazes, acolhedoras e integradas às necessidades reais dos alunos. Disponível em: https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Educacao/article/view/11971. Acesso em 18 de jul. 2025 (Adaptado). Considerando essas contribuições e as competências esperadas de licenciandos comprometidos com uma prática pedagógica crítica e fundamentada, avalie as afirmativas: I. A compreensão das bases neurobiológicas da aprendizagem favorece o planejamento de aulas mais responsivas às condições emocionais e cognitivas dos alunos, articulando acolhimento, estímulo e mediação ativa. II. A valorização de componentes afetivos no processo de aprendizagem, como o prazer, o humor e a empatia, pode contribuir para maior retenção do conteúdo, em função da atuação da dopamina e da serotonina no cérebro. III. A ideia de que o cérebro aprende melhor sob estresse e tensão está superada, visto que altos níveis de cortisol comprometem funções cognitivas como atenção, memória e autorregulação. IV. A aplicação de evidências neurocientíficas em sala de aula deve ser feita com cautela, pois a tradução entre neurociência e educação requer mediação crítica para evitar generalizações indevidas ou práticas pseudocientíficas. Está correto o que se afirma em:
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Elizabete De Lima Ribeiro

mês passado

Respostas

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mês passado

Vamos analisar cada afirmativa: I. A compreensão das bases neurobiológicas da aprendizagem favorece o planejamento de aulas mais responsivas às condições emocionais e cognitivas dos alunos, articulando acolhimento, estímulo e mediação ativa. Verdadeira, essa afirmativa está correta, pois entender as bases neurobiológicas ajuda os professores a planejar aulas que considerem as emoções e a cognição dos alunos. II. A valorização de componentes afetivos no processo de aprendizagem, como o prazer, o humor e a empatia, pode contribuir para maior retenção do conteúdo, em função da atuação da dopamina e da serotonina no cérebro. Verdadeira, essa afirmativa também está correta, pois a dopamina e a serotonina têm um papel importante na motivação e no bem-estar, o que pode influenciar a retenção de informações. III. A ideia de que o cérebro aprende melhor sob estresse e tensão está superada, visto que altos níveis de cortisol comprometem funções cognitivas como atenção, memória e autorregulação. Verdadeira, essa afirmativa é correta, pois altos níveis de estresse (cortisol) podem prejudicar a aprendizagem e a memória. IV. A aplicação de evidências neurocientíficas em sala de aula deve ser feita com cautela, pois a tradução entre neurociência e educação requer mediação crítica para evitar generalizações indevidas ou práticas pseudocientíficas. Verdadeira, essa afirmativa também está correta, pois é importante ter cuidado ao aplicar descobertas neurocientíficas na educação para evitar mal-entendidos e práticas inadequadas. Como todas as afirmativas (I, II, III e IV) estão corretas, a alternativa correta é que todas as afirmativas estão corretas. Se houver uma opção que indique isso, essa seria a resposta correta. Se não houver, você deve considerar que todas as afirmativas são verdadeiras.

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