Para responder a essa questão, vamos analisar cada uma das alternativas em relação ao contexto da obra de Camões e à estética barroca. a) O fragmento exemplifica traço estilístico característico da estética barroca que, de certa forma, já está latente na lírica camoniana: a linguagem marcada por paradoxos. - Esta alternativa é válida, pois a estética barroca realmente utiliza paradoxos, e Camões pode ser visto como um precursor disso. b) Nesses versos, o poeta, embora renascentista, afasta-se dos cânones estéticos da época, como, por exemplo, o ideal de beleza artística associado à harmonia da composição. - Camões, embora renascentista, muitas vezes incorpora elementos que se afastam dos cânones, mas não é o foco principal. c) Observa-se nas estrofes a retomada de alguns expedientes retóricos típicos da Idade Média, como, por exemplo, o confessionalismo amoroso em linguagem ostensivamente emotiva. - Essa alternativa parece menos adequada, pois Camões é mais associado ao Renascimento do que à Idade Média. d) O texto é exemplo eloquente de que Camões inovou a lírica portuguesa ao tematizar o platonismo amoroso, caracterizado pela coita de amor e ausência de contato direto entre amante e amada. - Essa alternativa é correta, pois Camões realmente aborda o platonismo amoroso em sua obra. e) Nos versos confirma-se a tese de que, na obra camoniana, o amor é concebido como graça divina, apesar de ser representado como uma intensa experiência erótica. - Embora o amor em Camões tenha nuances divinas, a ênfase na experiência erótica pode não ser o foco principal. Após essa análise, a alternativa que melhor se destaca e é mais correta em relação à obra de Camões é a d).