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FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 Asma e DPOC OBS: Para o tratamento de DPOC, a peça chave são os broncodilatadores, pois causam o relaxamento do músculo liso brônquico e aumento da motilidade ciliar epitelial brônquica Para o tratamento de ASMA, são usados broncodilatadores e antiasmáticos não- broncodilatadores (corticoesteroides, cromoglicato, via dos leucotrienos), mas esses últimos são a peça chave, pois causam a modulação dos processos inflamatórios e possuem papel de sensibilizante alérgico SIMPÁTICO: receptor adrenérgico 2 • Epinefrina → Broncodilatação PARASSIMPÁTICO: receptor muscarínico M3 • Acetilcolina → Broncoconstrição OBS: Por que os medicamentos anti-hipertensivos da classe IECA (captopril, enalapril) causam tosse? Pois aumentam a bradicinina, uma substância que causa broncoconstrição MEDICAMENTOS BRONCODILATADORES SÃO AGONISTAS 2 E ANTAGONISTAS M3 Desequilíbrio entre Th1 e Th2 = interferona, IL-2, TNF- = IL-4, IL-5, IL-6, IL-9, IL-13 Na asma têm uma exacerbação do padrão Th2 = ↑ exacerbado de interleucinas = HIPER- RESPONSIVIDADE BRÔNQUICA = Broncoconstrição OBS: Há 2 tipos de asmáticos, os hipersensíveis e os hiper-reativos: • Hipersensibilidade: baixa concentração do antígeno Já responde com doses muito baixas de estímulo (antígeno/alérgeno) • Hiper-reatividade: resposta maior a concentração normal do antígeno A dosagem do alérgeno é igual à resposta “normal”. O que muda é que a resposta normal possui padrão Th1, e na asma possui padrão Th2 •Broncodilatadores = promover broncodilatação →Agonista beta-adrenérgico →Antagonista muscarínico →Metilxantinas •Antiasmáticos não-broncodilatadores = inibem processo inflamatório Neurocinina A Substância P Bradicinina Taquicinina Neuropeptídio Y Peptídio relacionado com o gene de calcitonina Óxido Nítrico (NO) Polipetídio Instestinal Vasoativa (VIP FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 OBS: o tratamento para os dois tipos de asmáticos é igual!! •Clínicas: Paroxismos de tosse Dispneia Sibilância •Funcionais: Estreitamento generalizado das vias aéreas Contração do músculo liso brônquico Edema da parede brônquica Hiper-secreção muco brônquico OBS: por conta da hipersecreção de muco brônquico, pode usar MUCOLÍTICOS também! Na asma ocorre uma alteração de inflamação crônica (Respostas Th2) Sintomas particularmente durante a noite ou ao despertar FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 Agonista 2 de ação curta (ex: Salbutamol) só usa em crises de asma, e não para controle HIPER-REATIVIDADE DAS VIAS AÉREAS Exercício físico Estímulos alérgicos Estímulos ambientais Estímulos ocupacionais Estímulos farmacológicos Estímulos infecciosa Estímulos emocionais Intermitente leve •Sintomas ≤ 2 x/semana •Despertares noturnos ≤ 2x/mês •Exacerbações de curta duração •Função pulmonar normal entre as exacerbações •Variabilidade limitada do fluxo máximo Agonista 2 de ação curta, quando necessário, para os sintomas, ou antes da exposição esperada Nenhuma medicação Persistente leve •Sintomas ≥ 2 x/semana •Despertares noturnos > 2x/mês •Exacerbações de curta duração, passíveis de afetar a atividade •Função pulmonar normal quando assintomática •↓ fluxo máximo em 20-30% quando sintomática Agonista 2 de ação curta, quando necessário, para os sintomas •Preferido: corticoesteroide inalatório em baixa dose •Alternativa: modificador da via de leucotrienos, estabilizados dos mastócitos ou teofilina Persistente moderada •Sintomas diários •Despertares noturnos > 1x/semana •Exacerbações frequentes que duram vários dias, afetando a atividade •Função pulmonar 60-80% do previsto •Variabilidade do fluxo máximo > 30% Agonista 2 de ação curta, quando necessário, para os sintomas •Preferido: corticoesteroide inalatório em baixa dose •Alternativa: -esteroide inalado em dose intermediária apenas ou; -esteroide inalado em dose baixa a intermediária + teofilina de liberação prolongada ou; -esteroide inalado em dose baixa a intermediária + modificador da via dos leucotrienos Persistente grave •Sintomas contínuos •Atividades limitadas •Despertares noturnos frequentes •Exacerbações graves e frequentes •Função pulmonar <60% do previsto •Variabilidade do fluxo máximo >30% Agonista 2 de ação curta, quando necessário, para os sintomas •Preferido: corticoesteroide inalatório em altas doses + agonista 2 de ação longa inalado •Corticoesteroides orais, se necessário •A adição de mais agentes de controle não foi adequadamente estudada FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 •Clínicas: Bronquite crônica Tosse Expectoração •Funcionais: Obstrução crônica ao fluxo aéreo Enfisema OBS: tratamento principalmente com broncodilatadores LABA: agonista 2 de longa duração LAMA: antagonista muscarínico M3 de longa duração (anticolinérgicos) •Esquema de tratamento DPOC: DPOC não exacerbada: avaliar a gravidade e trabalhar com monoterapia de LABA ou LAMA (preferencialmente), se não melhorar, associar os dois DPOC exacerbada: associar LAMA + LABA, ou associação com corticoide inalatório, ou associação tripla com os dois + roflumilaste (subfamília da metilxantina - inibe enzima que degrada AMPc) ▪ Roflumilaste: + efetivo e menos reações adversas quando comparado às outras metilxantinas ▪ Associar macrolídeo e NAC (N-acetilcisteína) Broncodilatadores •Agonista adrenérgico •Anticolinérgico •Metilxantinas Anti-inflamatórios •Corticoesteroides •Antagonistas dos leucotrienos •Cromonas (cromoglicato) Associação no mercado de bombinhas de: ▪ Agonista + corticoides ▪ Metilxantinas + corticoides ▪ Metilxantinas + Fluticasona ▪ Metilxantinas + Salmeterol ANTICOLINÉRGICOS Antagonistas dos receptores muscarínicos M3 Brometo de Ipratrópio (Atrovent) ➔ Efeitos anticolinérgicos: boca seca, desconforto gastrointestinal, obstipação, taquicardia (uso excessivo), retenção urinária, visão embaçada ➔ Ação curta ➔ Melhor para crises Brometo de Tiotrópio ➔ Ação longa ➔ Não sofre absorção = ↓ RAM (comparado ao ipratróprio) ➔ Efeitos: boca seca e desconforto gastrointestinal ➔ Melhor para controle Brometo de Umeclidínio ➔ Mais novo e com menos RAM = valor elevado ➔ Ação longa = melhor para controle METILXANTINAS •MECANISMO: Inibem a fosfodiesterase III e IV → não degrada a AMPc → aumenta AMPc = ↓ Ca+ intracelular e ↑ K+ intracelular = relaxamento dos brônquios (broncodilatação) FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 O receptor 2 é ligado à proteína G → quando o agonista se liga, ativa a proteína G, ativa adenilil ciclase → pega ATP e transforma em AMPc = ↓ Ca+ intracelular = broncodilatação **A enzima fosfodiesterase degrada o AMPc = ↓ AMPc = ↑Ca+ = broncoconstrição ➔ Teofilina ▪ Taquicardia, agitação, psicomotora, secreção gástrica de ácido e diurese ➔ Aminofilina ➔ Diprofilina ➔ Emprofilina OBS: As metilxantinas são inibidores das CYP3A, então possui interação medicamentosa com: • Antifúngicos azólicos • Cimetidina • Eritromicina • Propranolol • Contraceptivos orais • Quinolonas •Vantagem: medicamento oral (usar em pacientes que tem dificuldade de usar bombinhas) (usar em último caso, quando todas as outras prescrições não deram certo!) •Desvantagens: reação adversas graves e janela terapêutica estreita = não é seguro →NÃO SÃO MEDICAMENTOS DE 1ª LINHA OBS: Efeitos adversos das Metilxantinas: ➔ Entre 10 e 20 µg/ml ▪ Nervosismo, excitação e insônia ▪ Náuseas, vômitos e epigastralgias, palpitações ➔ Acima de 20 µg/ml ▪ Vômitos persistentes ▪ Diarreia ▪ Taquicardia sinusal ➔ Acima de 35 µg/ml ▪ Convulsões ▪ Arritmias ventriculares graves ➔ Irritação tecidual no local de injeção •Normas terapêuticas: ➔ Monitorar os níveis plasmáticos ➔ Uso de teofilina de liberação prolongada ➔ Uso em pacientes com dificuldades na utilização de nebulizadores (bombinhas) ➔ Usar em associação nas situações em que a monoterapia (LABA/LAMA) não funciona ROFLUMILASTE Inibe fosfodiesterase IV = ↑AMPc = ↓Ca+ e ↑K+ intracelular = broncodilatação RAM: ▪ Diarreia, perda de peso, náuseas, dor abdominal, cefaleia, gastrite, vômitos, refluxo gastresofágico, dispepsia, hematoquezia e constipação. ▪ Aumento de transaminases (TGO, TGP) e CPK ▪ Hipersensibilidade, ginecomastia, perda de apetite, insônia, ansiedade, depressão, nervosismo, tremores, vertigens, enjoos, disgeusia, palpitações, infecções do trato respiratório, "rash" cutâneo, urticária, espasmos musculares e fraqueza, mialgia, lombalgia, mal-estar, astenia e fadiga. Muitos efeitos adversos, mas quando comparado com as metilxantinas, são menores AGONISTAS ADRENÉRGICOS Epinefrina ➔ Agonista adrenérgico não seletivo ( e ) ➔ Efeitos: Hipertensão, Nervosismos e Dificuldade de Concentração ➔ Usado em: Asma / Anafilaxia / Parada Cardíaca / Glaucoma ➔ RAM: Arritmias Cardíacas, crise hipertensiva, edema pulmonar, Taquicardia, palpitações, sudorese, náusea, vômitos, tremor, nervosismo, dispneia Arritmias cardíacas, Náusea e Vômitos FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 Isoproterenol Agonista β não seletivo (β1, β2, β3) Usado em: Asma / Parada Cardíaca / Diminuição do Fluxo Vascular RAM: Taquicardia, Palpitações, Tontura, Cefaleia, Tremor, Inquietação Isoetarina, Metaproterenol, Terbutalina, Salbutamol (Aerolin), Pirbuterol, Bitolterol, Fenoterol (Berotec) Agonista β2 seletivo de curta duração Rápido início: 15 a 30 segundos Efeito Máximo: 30 a 60 minutos Duração: 4 a 6 horas QUANDO USADO EM ALTAS DOSES, PERDE A SELETIVIDADE = atua em β1 = taquicardia severa USO NA CRISE OBS: o salbutamol é uma mistura rancêmica •R-salbutamol (levabuterol) = agonista β2 •S-salbutamol = agonista β1 “Se o paciente usa salbutamol e relata estar precisando usar com mais frequência, pensar primeiro se trocou o laboratório da medicação (devido mistura rancêmica) antes de pensar que ocorreu tolerância dos receptores ” ➔ Usado em asma e DPOC ➔ RAM: Taquicardia e Palpitações (muito menor); Tontura, Cefaleia, Tremor, Inquietação Formoterol (Alenia), Salmeterol, Trifenanato de Vilanterol Agonista β seletivo de longa duração (LABA) Ação de 12 a 24 horas Não tratam a inflamação USO NA PREVENÇÃO DE CRISES (USO CRÔNICO) Usado em asma e DPOC RAM: Taquicardia e Palpitações (muito menor); Tontura, Cefaleia, Tremor, Inquietação OBS: Alenia = formoterol + budesonida OBS: TOLERÂNCIA DOS BRONCODILATADORES β ADRENÉRGICOS EM USO CONSTANTE ➢ Vão fosforilando o receptor β = receptores vão se dessensibilizando = perde ação sobre os receptores (não ativa adenilil ciclase) ➢ Ir aumentando a dose para conseguir ativar os receptores !! CORTICOESTEROIDES INALATÓRIOS: concentração mais alta •Aumenta a transcrição de genes e assim: Aumenta: ▪ Receptores β2 adrenérgico ▪ Proteínas anti-inflamatórias IL-10, IL 12 e o antagonista do receptor de IL-1 Diminui: ▪ Proteínas Inflamatórias: IL-2, IL3, IL4, IL5, IL6, IL-11, IL13, IL15, TNF-α, GM-CSF, SCF ▪ Molécula de adesão endotelial, quimiocinas, óxido nítrico ▪ Síntese induzida de (iNOS), ciclo- oxigenase (COX), fosfolipase A, endotelina -1 e receptores NK-2 •Apoptose em células inflamatórias eosinófilos e TH2 •Diminui a permeabilidade → edema OBS: IL4:indutor na produção de IgE para células B; IL5: fator de recrutamento de eosinófilos → diminui acentuadamente a resposta inflamatória da asma. Dipropionato de beclometasona (inalatória) Budesonida (inalatória) Flunisolida (inalatória) Fluticasona (inalatória) Triancinolona (inalatória) Nometasona (inalatória) Ciclesonida (inalatória) FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 •LAVAR A BOCA APÓS A APLICAÇÃO DA “BOMBINHA” (Não quer que entre na corrente sanguínea para não ter efeito sistêmico. Não pode tomar água!!) •ESPAÇADOR DE GRANDE VOLUME (diminuir a quantidade de corticoide depositado) •Exceto na criança, quando usados em doses elevadas •No adulto, quando usados em doses > 2000 µg/dia CORTICOESTEROIDE BETABLOQUEADOR •Os corticoesteroides são bem tolerados •Efeitos adversos locais: Candidíase oral - Orofaringe Tosse seca irritativa Rouquidão - Laringe •Efeitos adversos sistêmicos: Osteopenia Osteoporose Hipertensão Diabetes CROMOGLICATOS Cromoglicato – Cromoglicato dissódico Nedocromil ➔ Resposta alérgica imediata = atua inibindo os receptores Fc dos mastócitos no complexo IgE = não libera histamina ➔ Não alivia respostas alérgicas desencadeadas ➔ Inalatório ▪ 10% - Vias pulmonares ▪ 1% - Sistêmico ➔ Aplicação antes de entrar em contato com o alérgeno ➔ Reação alérgica associada a fatores específicos ➔ Exercício físico – usado imediatamente antes da atividade física OBS: Menos efetivo que os corticoides OBS: Tem que ser utilizado antes do contato com antígeno (inalado) •MECANISMO: Antagoniza receptor FC, não libera histamina pelo mastócito e não liga ao antígeno Diminui a Atividade do Mastócitos Diminui a Liberação de seus Mediadores Diminui os Mediadores dos Eosinófilos, Monócitos, Macrófagos e Linfócitos •RAM: gosto anormal, sensação de queimação nos olhos, tosse, irritação de garganta ▪ Poucas reações, sendo essas mais locais! ANTAGONISTAS DA VIA DOS LEUCOTRIENOS Inibidor da 5 -Lipoxigenase Zileuton (p.o., 4x/dia) →Impede a formação dos leucotrienos na transformação do ácido araquidônico Antagonista dos receptores de cisteinil leucotrienos CysLT1 Montelucaste (p.o., 1x/dia) Pranlucaste (p.o., 2x/dia) Zafirlucaste (p.o., 2x/dia) →Mais utilizada pois possuem menores RAM →O mais prescrito é o Montelucaste pela facilidade de uso (somente 1x ao dia) OBS: os inibidores da via dos leucotrienos são menos eficientes que os corticoides, pois inibe somente a via dos leucotrienos, enquanto os corticoides inibem inúmeras vias (inibem proteínas inflamatórias, apoptose, ↑ receptores e proteínas anti-inflamatórias) •Comprimidos Orais •Ao inalar o corticoide, 10 a 20% são liberados nas vias respiratórias → o restante deposita na orofaringe e é deglutido •80% Efeito Sistêmico = ↓ sist. imune •Em doses altas ocorre a absorção http://content.nejm.org/content/vol340/issue3/images/large/06f1.jpeg FARMACOLOGIA Eduely Turbino – 5ª Etapa – M2 •Indicações: ✓ Tratamento de manutenção da asma ✓ Melhora significativa em pacientes com comprometimento da função pulmonar ✓ Sempre que há necessidade de uso de corticóides de forma crônica em doses elevadas ✓ GRANDE VANTAGEM: reduz as doses elevadas utilizadas de corticoides •Efeitos adversos: Zileuton: hepatotóxico, urticária, desconforto abdominal, tontura e insônia Montelucaste, Pranlucaste, Zafirlucaste: alucinação, agitação, distúrbios Gastrointestinais ANTICORPOS MONOCLONAIS Anti-IgE •Removem os anticorpos IgE da circulação •Via subcutânea: aplicar de 2-4 semanas (2x ou 1x ao mês) ▪ Muito caro – cada seringa R$2.000 Omalizumab Diminui o IgE circulante Impede a ligação do IgE mastócito Reduz a resposta do Th2 Permite reduzir adose de corticóide RAM: exantema, cefaleia, reação no local da injeção INALADORES PRESSURIZADOS DOSIMETRADOS Dose fixa Dificuldades somente na coordenação entre a força da inalação e acionar o dispositivo ao mesmo tempo (senão a maior dose fica na orofaringe) INALADORES PÓ SECO É um carrossel cheio de cápsulas com pó → o paciente vira, fura a cápsula e inala o pó Pó pode ser irritante Dificuldade: Não consegue ter uma força suficiente para inspirar NEBULIZADORES Problema é o transporte do aparelho MUCOLÍTICOS Agentes que reduzem a viscosidade das secreções, contribuindo para sua remoção Os mais usados são: Acetilcisteína, Ambroxol, Bromexina. EXPECTORANTES Agentes que estimulam os mecanismos de expulsão das secreções Não devem ser utilizados em conjunto com antitussígenos Apesar da sua ampla aceitação pela população leiga, seu benefício clínico não está claramente estabelecido e sua utilidade é questionada; Ex. Iodeto de potássio, Guaifenesina.