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Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Médicas Departamento de Medicina Interna Farmacologia Clínica ANTIASMÁTICOS Maísa Freire Cartaxo Pires de Sá ⚫ A asma é uma doença que, embora sem cura, pode ser controlada. ⚫ Medicamentos que são usados no tratamento da asma: ⚫ Os preventivos ou anti-inflamatórios são os que tratam a causa da asma: a inflamação dos brônquios. ⚫ Os aliviadores ou broncodilatadores são aqueles que tratam a consequência da asma: o estreitamento dos brônquios, agindo nos músculos desses brônquios e provocando o relaxamentos deles. - ⚫ CRISE AGUDA ⚫ Broncodilatadores. “bombinhas” pressurizadas ou por nebulizações. Estes medicamentos só devem ser utilizados como drogas de resgate, ou seja, quando há crises agudas de falta de ar. A asma é considerada uma doença inflamatória. Os anti-inflamatórios são usados a partir da asma ligeira persistente, de forma contínua, mesmo quando o paciente encontre-se fora de crise (sem dispnéia) pois mesmo assim sabe-se que existe inflamação. - TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Antiasmáticos � Asma: obstrução recorrente e reversível das vias aéreas. ⚫ Fatores que contribuem para a obstrução das vias aéreas na asma ✔ Contração das fibras musculares lisas ✔ Secreção excessiva de muco ✔ Edema da mucosa de revestimento das vias aéreas. Prevenção: O uso irregular dos medicamentos que controlam a asma é uma das causas mais comuns de crises. Higiene Evite cheiros fortes Vacina da gripe - pode ajudar a controlar a doença Cuidado com medicação - AINE Exercício físico com cuidado Reduzir peso Teste alérgico Tratamento � Medicamentos antiinflamatórios (esteróides inalatórios) – manutenção � Broncodilatadores (agonistas β2 inalatórios de efeito rápido) – crises Highlight FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA ASMA � Aminas simpatomiméticas � Metilxantinas � Corticosteróides � Anticolinérgico � Antileucotrienos � Imunomoduladores � Cetotifeno Estratégia de tratamento � Devolver a função pulmonar ao normal � Evitar exacerbações agudas da doença FÁRMACOS BÁSICOS NO TRATAMENTO � Broncodilatadores: teofilina/aminofilina, aminas adrenomiméticas, brometo de ipratrópio. � Corticosteróides FÁRMACOS BRONCODILATADORES � Preferíveis no tratamento da crise aguda da asma ❖ Seletivos (resorcinóis) – salbutamol, terbutalina, salmeterol, fenoterol, formoterol) ❖ Não-seletivos (catecolaminas) – isoproterenol e adrenalina Agonistas β-adrenérgicos FÁRMACOS BRONCODILATADORES � MECANISMO DE AÇÃO ▪ Aumento da produção de AMPc Relaxamento do músculo liso dos brônquios ▪ Inibem a liberação de mediadores dos mastócitos ▪ Aumento da depuração mucociliar Agonistas β-adrenérgicos Fármacos broncodilatadores � Ações farmacológicas ▪ Broncodilatação ▪ Taquicardia ▪ Ansiedade ▪ Agitação ▪ Tremores Agonistas β-adrenérgicos Fármacos broncodilatadores � FARMACOCINÉTICA ▪ ADR e isoproterenol Via oral (Ineficazes) - COMT Via inalatória e injetável (eficaz) ▪ VO – conjugado sulfatado (urina) ▪ IV – forma inalterada Agonistas β-adrenérgicos Fármacos broncodilatadores � TERBUTALINA E SALBUTAMOL ▪ Eficazes VO ou inalação ▪ Via inalatória: início de ação precoce (1 a 3 min) ▪ Pico de ação: 1-2 horas ▪ Duração: 3-6 horas Agonistas β-adrenérgicos Fármacos broncodilatadores � SALMETEROL E FORMOTEROL ▪ Início de ação: 15 min e 1-2, respectivamente. ▪ Duração: 12 horas ▪ USOS: ▪ Asma noturna ▪ Bronquite crônica ▪ Enfisema ▪ Alternativa ao aumento da dose de corticóide Agonistas β-adrenérgicos OLODATEROL Agonista β adrenoreceptor de ação ultra-longa usado como inalação para o tratamento de pessoas com DPOC. � METILXANTINAS � MECANISMO DE AÇÃO � Aumento da concentração intracelular de AMPc e GMPc � Inibição de fosfodiesterases � METILXANTINAS � TEOFILINA/AMINOFILINA � A aminofilina é um complexo da teofilina com etilenodiamina que libera prontamente a teofilina no organismo. ▪ Química e farmacologicamente relacionada à cafeína e teobromina. ▪ Introdução tardia, como broncodilatador adicional. AMINOFILINA ⚫ causa dilatação dos brônquios e dos vasos pulmonares, através do relaxamento da musculatura lisa. ⚫ Dilata também as artérias coronárias e aumenta o débito cardíaco e a diurese. ⚫ A aminofilina exerce efeito estimulante sobre o SNC e a musculatura esquelética. ⚫ Acebrofilina (Derivado da Xantina) ⚫ Tratamento da obstrução dos brônquios, controle e a regulação do muco(catarro) das vias respiratórias e a expectoração do muco das vias respiratórias (eliminação do catarro). ⚫ 2. Mecanismo de ação ⚫ broncodilatadora (dilatação dos brônquios), ⚫ mucorreguladora (controle da quantidade de formação do muco) ⚫ expectorante (eliminação de catarro) melhorando a respiração e a expulsão das secreções presentes nos brônquios, contribuindo para a diminuição da falta de ar. � AMINOFILINA/TEOFILINA � Outros mecanismos: � Antagonismo dos receptores de adenosina � Inibição da liberação intracelular de cálcio � Aumento da atividade simpática � Alteração no funcionamento de células imunitárias � Estímulo da musculatura diafragmática � Mais recente: efeitos antiinflamatórios. Inibe a resposta tardia a alérgenos. � METILXANTINAS � Ações farmacológicas � Relaxa músculo liso, excitação do SNC, estimulação cardíaca � Farmacocinética � VO, parenteral, retal � Inalatória (não recomendada por serem irritantes) porque bloqueiam os receptores de adenosina � METILXANTINAS � Efeitos colaterais Cefaléia, taquicardia, palpitações, tremores, vertigens, hipotensão, náuseas, vômitos, anorexia EMPREGO CLÍNICO: ▪ ASMA ▪ EDEMA PULMONAR (ICC) ANTICOLINÉRGICO ⚫ BROMETO DE IPRATRÓPIO (ATROVENT®) ▪ Disponível para inalação ⚫ Recomendado como broncodilatador adicional, mais eficaz principalmente em idosos e lactentes. ⚫ Broncodilatador de escolha na DPOC (tônus vagal é um componente reversível importante) ⚫ Ação curta (3-6 h) Highlight ANTICOLINÉRGICO � MECANISMO DE AÇÃO � Bloqueio dos receptores muscarínicos, inibindo o tônus vagal intrínseco das vias aéreas � Não seletivo ANTICOLINÉRGICO ⚫ BROMETO DE TIOTRÓPIO (SPIRIVA®) ▪ Disponível para inalação ⚫ Indiacado na DPOC (tônus vagal é um componente reversível importante) ⚫ Recomendado como broncodilatador adicional de manutenção para melhora de sintomas da asma, qualidade de vida e redução de exacerbações em pacientes acima 6 anos. ANTICOLINÉRGICO ⚫ BROMETO DE TIOTRÓPIO (SPIRIVA®) Atua dilatando os brônquios, facilitando a passagem de ar pelos pulmões. O efeito inicia-se em até 30 minutos após inalação e dura 24 horas. ⚫ Tratamento crônico – dose única diária ANTICOLINÉRGICOS � Revertem apenas o componente bronconstritor secundário à ação colinérgica, ao contrário dos agonistas beta, que inibem a bronconstrição independente do mecanismo espamogênico envolvido � EFEITOS COLATERAIS Raros: boca seca, cefaléia, nervosismo, tonturas, náuseas e tosse. ANTICOLINÉRGICOS � Possui início de ação lenta (30 min a 1 hora) � Efeito adicional aos agonistas beta com comprovada relação custo-efetividade. CORTICÓIDES ⚫ Os glicocorticóides inalatórios são, no momento, a terapêutica inflamatória mais efetiva. ⚫ Drogas disponíveis: beclometasona, budesonida, flunisolida, fluticasona, triancinolona ⚫ Eficazes na maioria das crianças e adultos com asma (AGUDA OU CRÔNICA) CORTICÓIDES � MECANISMO DE AÇÃO Inibição da síntese de citocinas específicas como IL-3, IL-5 e GM-CSF (fundamentais na perpetuação da resposta inflamatória) Efeito inibitório direto em células envolvidas na inflamação das vias aéreas, tais como: macrófagos, linfócitos T, eosinófilos e células epiteliais das vias aéreas. Corticóides inalatórios ⚫ São os fármacos que oferecem melhor custo/risco/ benefício para o controle da asma persistente. ⚫ Não possuem efeito rápido nem provocam redução imediata da sintomatologia. ⚫ Devem ser administrados de forma contínua e a longo prazo. Corticóidesinalatórios ⚫ Efeitos colaterais ⚫ Disfonia (comum e reversível) deve-se à miopatia dos músculos da laringe) ⚫ Candidíase orofaríngea Corticóides sistêmicos ⚫ Prednisona ou prednisolona ⚫ São os mais usados ⚫ Tempo de ação intermediária ⚫ Induzem menos efeitos colaterais ⚫ Usados na asma persistente grave ⚫ Usar em dias alternados ⚫ Buscar a menor dose eficaz Corticóides sistêmicos ⚫ Efeitos colaterais ⚫ A supressão do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal depende da dose, duração, forma de uso e formulação empregada. ⚫ Síndrome de Cushing ⚫ Retardo do crescimento ⚫ Catarata ⚫ Osteoporose ⚫ Alterações comportamentais ⚫ Aumento da sensibilidade às infecções R eg ul aç ão d a sí nt es e e se cr eç ão d os co rt ic ói de s su pr a- re na is CROMONAS ⚫ Embora antiinflamatórias, a redução da hiper- reatividade brônquica observada é modesta. ⚫ Mecanismo de ação: ações inibitórias sobre os receptores de irritação, nervos, exsudação de plasma, e células inflamatórias de um modo geral. ⚫ Propriedades antiinflamatórias e antialérgicas. CROMONAS ⚫ Os mecanismos moleculares de ação não foram totalmente elucidados. Acredita-se que as cromonas reduzam o influxo e acúmulo intracelular de cálcio, necessário para a contração dos microfilamentos e extrusão dos grânulos dos mastócitos. CROMONAS cromoglicato dissódico nedocromil sódico* ⚫ Uso (cromoglicato dissódico) ⚫ Profilaxia da asma brônquica, leve e moderada, particularmente, em crianças. Antileucotrienos ⚫ Agentes de uso clínico no Brasil: montelucaste e zafirlucaste (antagonistas dos receptores) ⚫ Efeito broncodilatador inicial 1-3 horas (VO) ⚫ Efeito antiinflamatório em 2-4 semanas ⚫ Zileuton (antileucotrieno B4) Antileucotrienos ⚫ Mecanismo de ação ✔ Agem antagonizando seletivamente os receptores de leucotrienos, diminuindo as reações broncoconstritoras imediata e tardia resultantes da agressão antigênica. ✔ Antagonismo de receptores metabotrópicos. Antileucotrienos ⚫ Efeito broncodilatador modesto, lento e inferior ao obtido com agonistas beta. ⚫ Antiinflamatórios, reduzem a hiper-reatividade das vias aéreas ⚫ Efeito protetor na broncoconstrição induzida por exercício Highlight Antileucotrienos ⚫ Opções como monoterapia em: ⚫ Asma leve persistente ⚫ Asmático com intolerância a aspirina ⚫ Asma por exercício ⚫ Poupadores de corticóides inalatórios , ⚫ Como alternativa para o uso de agonista beta adrenérgicos de longa duração (asma moderada ou grave) Imunomoduladores ⚫ Alternativa para pacientes com asma grave persistente, em tratamento com altas doses de corticóides orais. ⚫ OMALIZUMABE – Xolair* ⚫ Drogas mais usadas: metotrexato, sais de ouro, ciclosporina, azatioprina. ⚫ Outras: dapsona, colchicina e elevadas dose IV de imunoglobulinas OMALIZUMABE ⚫ Asma alérgica Rinossinusite Crônica com Pólipo Nasal age bloqueando IgE. IgE contribui para um tipo de inflamação que tem um papel fundamental na causa da asma alérgica, rinossinusite crônica com pólipos nasais. ⚫ Urticária Crônica Espontânea (UCE) Xolair® é indicado como terapia adicional para uso adulto e pediátrico (acima de 12 anos de idade) em pacientes com urticária crônica espontânea refratária ao tratamento com anti-histamínicos H1. CETOTIFENO ⚫ Pode ser usado como alternativa ao cromoglicato dissódico em crianças com asma persistente leve. ⚫ Efeitos adversos: sonolência e ganho ponderal secundário ao aumento de apetite. anti-histamínico