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Sistema Nervoso - Tronco Encefálico

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Sistema Nervoso – Tronco Encefálico 
Yasmin Azevedo Neves 
Anatomofisiologia do Tronco Encefálico e as Subdivisões e sua Função 
Fica abaixo do diencéfalo, superior à medula e na frente do cerebelo. É uma localização estratégica pois 
todas as informações motoras que saem do córtex cerebral em direção à medula, passarão pelo tronco 
encefálico. E as informações sensoriais que saem do corpo para a medula em direção ao córtex, também 
passarão pelo tronco encefálico. O tronco encefálico tem bastante relação com o cerebelo e é por isso que 
as lesões no tronco encefálico causam déficit muito grande. O tronco encefálico é a região mais antiga e 
mais primitiva do encéfalo e consiste em estruturas que derivam do mesencéfalo e do rombencéfalo 
embrionários. O tronco encefálico pode ser dividido em substância branca e substância cinzenta, sendo que, 
em alguns aspectos, a sua anatomia é similar à da medula espinal. Alguns tratos ascendentes da medula 
espinal cruzam o tronco encefálico, ao passo que outros tratos ascendentes fazem sinapse neste ponto. Os 
tratos descendentes provenientes de centros superiores do encéfalo também cruzam o tronco encefálico 
em seu caminho para a medula espinal. Pares de nervos periféricos partem do tronco encefálico, de 
maneira similar aos nervos espinais ao longo da medula espinal. Onze dos 12 nervos cranianos (números II-
XII) originam-se ao longo do tronco encefálico. Os nervos cranianos carregam as informações sensorial e 
motora relativas à cabeça e ao pescoço. O tronco encefálico contém numerosos grupos distintos de corpos 
de células nervosas, ou núcleos. Muitos desses núcleos estão associados à formação reticular, uma coleção 
difusa de neurônios que se estendem por todo o tronco encefálico. O nome reticular significa “rede” e se 
origina dos entrelaçamentos de axônios que se ramificam profusamente para cima, a divisões superiores do 
encéfalo, e para baixo, em direção à medula espinal. Os núcleos 
do tronco encefálico estão envolvidos em muitos processos 
básicos, incluindo sono e vigília, tônus musculares e reflexos de 
estiramento, coordenação da respiração, regulação da pressão 
arterial e modulação da dor. Começando na medula espinal e se 
deslocando para a parte superior do crânio, o tronco encefálico 
consiste no bulbo, na ponte e no mesencéfalo. 
- Bulbo: Estrutura mais inferior que se conecta com a medula 
espinal. A medula oblonga, muitas vezes chamada apenas de 
bulbo, representa a transição entre a medula espinal e o próprio 
encéfalo. A sua substância branca inclui tratos somatossensoriais 
ascendentes, que levam informação sensorial ao encéfalo, e o 
trato corticospinal descendente, que conduz informação do 
cérebro para a medula espinal. Cerca de 90% das fibras dos 
tratos corticospinais cruzam a linha média para o lado oposto do 
corpo, na região do bulbo chamada de pirâmides. Como 
resultado desse cruzamento, cada lado do encéfalo controla o 
lado oposto do corpo. A substância cinzenta do bulbo inclui os 
núcleos que controlam muitas funções involuntárias, como 
pressão arterial, respiração, deglutição e vômito. 
– Ponte: Entre o mesencéfalo e o bulbo e é por onde a artéria 
basilar passa. A ponte é uma saliência bulbosa na superfície 
ventral do tronco encefálico, acima do bulbo e abaixo do 
mesencéfalo. Por sua função principal de atuar como estação 
retransmissora de informações entre o cerebelo e o cérebro, a 
ponte muitas vezes é agrupada com o cerebelo. A ponte também coordena o controle da respiração junto 
aos centros do bulbo. 
 
 
– Mesencéfalo: A terceira região do tronco encefálico, o mesencéfalo, é uma área relativamente pequena, 
situada entre a região inferior do diencéfalo e o tronco encefálico. A principal função do mesencéfalo é 
controlar o movimento dos olhos, mas ele também retransmite sinais para os reflexos auditivos e visuais. 
Divide-se em uma porção dorsal que é chamado de tecto do mesencéfalo e uma porção ventral que é 
chamado de pedúnculo cerebral. 
 
O que tem no tronco encefálico: 
Núcleos (corpos de neurônios dentro do SNC) 
Vias Descendentes e Ascendentes 
Formação Reticular 
Circuito Cerebelar 
Nervos Cranianos 
 
O tronco cerebral é diretamente responsável por muitas 
funções especiais de controle, como as seguintes: 
1. Controle da respiração. 
2. Controle do sistema cardiovascular. 
3. Controle parcial da função gastrointestinal. 
4. Controle de muitos movimentos estereotipados do corpo. 
5. Controle do equilíbrio. 
6. Controle dos movimentos oculares. 
O tronco cerebral serve como estação de passagem para “sinais de comando” dos centros neurais 
superiores. 
O papel do tronco cerebral no controle do movimento corporal total e no equilíbrio: Especialmente 
importante para essas finalidades são os núcleos reticulares e os núcleos vestibulares do tronco cerebral. 
 
Sistema Reticular Pontino: Os núcleos reticulares pontinos transmitem sinais excitatórios descendentes para 
a medula espinal pelo trato reticuloespinal pontino na coluna anterior da medula. As fibras dessa via 
terminam nos neurônios motores anteriores mediais, responsáveis pela excitação dos músculos axiais do 
corpo, que sustentam o corpo contra a gravidade — isto é, os músculos da coluna vertebral (paravertebrais) 
e os músculos extensores das extremidades. Os núcleos reticulares pontinos têm alto grau de excitabilidade 
natural. Ademais, recebem fortes sinais excitatórios dos núcleos vestibulares, bem como dos núcleos 
profundos do cerebelo. Portanto, quando o sistema excitatório pontino fica sem oposição pelo sistema 
reticular bulbar provoca excitação tão poderosa dos músculos antigravitários em todo o corpo, que animais 
quadrúpedes, quando colocados na posição em pé, sustentam o corpo contra a gravidade sem qualquersinal dos níveis mais altos do cérebro. 
 
Sistema Reticular Bulbar: Os núcleos reticulares bulbares transmitem sinais inibitórios para os mesmos 
neurônios motores anteriores antigravitários por meio de trato diferente, o trato reticuloespinal bulbar, 
localizado na coluna lateral da medula. Os núcleos reticulares bulbares recebem fortes colaterais de 
aferência: 
(1) do trato corticoespinal; 
(2) do trato rubroespinal; 
(3) de outras vias motoras. 
Esses tratos e vias normalmente ativam o sistema inibitório reticular bulbar para contrabalançar os sinais 
excitatórios do sistema reticular pontino, assim, sob condições normais, os músculos corporais não ficam 
anormalmente tensos. Ainda assim, alguns sinais de áreas superiores do encéfalo podem “desinibir” o 
sistema bulbar, quando se deseja excitar o sistema pontino para que o indivíduo fique em pé. Em outras 
ocasiões, a excitação do sistema reticular bulbar pode inibir músculos antigravitários em certas partes do 
corpo para permitir que essas partes realizem atividades motoras especiais. Os núcleos reticulares 
Reticulares Pontinos e Bulbares: Os núcleos reticulares se 
dividem em dois grupos principais: 
(1) núcleos reticulares pontinos, localizados um pouco 
posterior e lateral à ponte, estendendo-se para o 
mesencéfalo; 
(2) núcleos reticulares bulbares, que se estendem por todo o 
bulbo, situando-se ventral e medialmente perto da linha 
média. Esses dois grupos de núcleos funcionam, em 
particular, de maneira antagônica entre si, com os pontinos 
excitando os músculos antigravitários e os bulbares 
relaxando os mesmos músculos. 
excitatórios e inibitórios formam sistema controlável, que é manipulado por sinais motores do córtex 
cerebral e de outras partes, provocando contrações musculares de fundo, necessárias para ficar em pé 
contra a gravidade e para inibir os grupos de músculos apropriados, conforme necessário, de modo que 
outras funções possam ser realizadas. 
 
Anatomia e Fisiologia dos Nervos Cranianos que Emergem do Tronco 
Encefálico: 1, 5, 7, 9, 10, 11 e 12 
Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome porque se originam no encéfalo, dentro da cavidade 
craniana, e passam através de vários forames do crânio. Assim como os 31 pares de nervos espinais, eles 
integram a parte periférica do sistema nervoso (SNP). Cada nervo craniano tem um número – indicado por 
um numeral romano – e um nome. Os números indicam a ordem, de anterior para posterior, na qual os 
nervos se originam no encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função dos nervos. Os nervos 
cranianos carregam as informações sensorial e motora relativas à cabeça e ao pescoço. Os nervos cranianos 
são descritos de acordo com a sua constituição, se incluem fibras sensoriais, fibras motoras ou ambas 
(nervos mistos). Por exemplo, o X nervo craniano, o nervo vago, é um nervo misto que transporta ambas as 
fibras, sensoriais e motoras, para muitos órgãos internos. Um componente importante do exame clínico 
neurológico é testar as funções controladas por esses nervos. 
- Nervo craniano (I): Nervo olfatório, é totalmente sensitivo; Ele contém axônios que conduzem impulsos 
nervosos relacionados com o olfato. O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade nasal, cobrindo 
a face inferior da lâmina cribriforme e se estendendo inferiormente ao longo da concha nasal superior. Os 
receptores olfatórios do epitélio olfatório são neurônios bipolares. Cada um apresenta um dendrito sensível 
a odores que se projeta de um lado do corpo celular e um axônio não mielinizado que se projeta do outro 
lado. Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por cerca de vinte 26. Forames olfatórios na lâmina 
cribriforme do etmoide, em cada lado do nariz. Estes cerca de quarenta feixes de axônios formam os nervos 
olfatórios direito e esquerdo. Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas pares de substância 
cinzenta conhecidas como bulbos olfatórios, duas projeções do encéfalo que repousam sobre a lâmina 
cribriforme. Nos bulbos olfatórios, as terminações axônicas fazem sinapse com os dendritos e corpos 
celulares dos próximos neurônios da via olfatória. Os axônios destes neurônios formam os tratos olfatórios, 
que se estendem posteriormente a partir dos bulbos olfatórios. Os axônios dos tratos olfatórios terminam 
na área olfatória primária, 
localizada no lobo temporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Nervo trigêmeo (V): O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano misto e o maior dos nervos cranianos. Ele 
emerge a partir de duas raízes na face anterolateral da ponte. A grande raiz sensitiva apresenta uma 
protuberância conhecida como gânglio trigeminal (semilunar), localizado em uma fossa na face interna da 
parte petrosa do temporal. O gânglio contém corpos celulares da maior parte dos neurônios sensitivos 
primários. Os neurônios da raiz motora, menor, se originam em um núcleo pontino. Como indica seu nome, 
o nervo trigêmeo apresenta três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O nervo oftálmico, o menor dos 
ramos, passa pela órbita na fissura orbital superior. O nervo maxilar tem um tamanho intermediário entre os 
ramos oftálmico e mandibular e passa pelo forame redondo. O nervo mandibular, o maior ramo, passa pelo 
forame oval. Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem impulsos nervosos de tato, dor e 
sensações térmicas (calor e frio). O nervo oftálmico contém axônios sensitivos da pele da pálpebra superior, 
da córnea, das glândulas lacrimais, da parte superior da cavidade nasal, da parte lateral do nariz, da fronte e 
da metade anterior do escalpo. O nervo maxilar contém axônios sensitivos da túnica mucosa do nariz, do 
palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, do lábio superior e da pálpebra inferior. O nervo 
mandibular contém axônios dos dois terços anteriores da língua (não relacionados com a gustação), da 
bochecha e sua túnica mucosa, dos dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula e anterior à orelha e da 
túnica mucosa do assoalho da boca. Os axônios sensitivos dos três ramos entram no gânglio trigeminal, 
onde seus corpos celulares estão localizados, e terminam em núcleos pontinos. O nervo trigêmeo também 
recebe axônios sensitivos de proprioceptores (receptores que fornecem informações sobre a posição e os 
movimentos do corpo) localizados nos músculos da mastigação e extrínsecos do bulbo do olho; No entanto, 
os corpos celulares destes neurônios estão localizados no núcleo mesencefálico. Os neurônios motores 
branquiais do nervo trigêmeo fazem parte do nervo mandibular e suprem músculos da mastigação 
(masseter, temporal, pterigoide medial, pterigoide lateral, o ventre anterior do músculo digástrico e o 
músculo milohióideo, bem como os músculos tensor do véu palatino no palato mole e tensor do tímpano na 
orelha média). Estes neurônios motores controlam principalmente os movimentos mastigatórios. 
 
- Nervo facial (VII): O nervo facial (VII) é um nervo craniano misto. Seus axônios sensitivos se projetam apartir dos calículos gustatórios dos dois terços anteriores da língua, entrando no temporal para se unir ao 
nervo facial. Deste ponto, os axônios sensitivos passam pelo gânglio geniculado, grupo de corpos celulares 
de neurônios sensitivos do nervo facial dentro do temporal, e terminam na ponte. A partir da ponte, os 
axônios de estendem até o tálamo, e dali para áreas gustativas do córtex cerebral. A parte sensitiva do 
nervo facial também apresenta axônios da pele do meato acústico externo que transmitem sensações 
táteis, álgicas e térmicas. Além disso, proprioceptores de músculos da face e do escalpo transmitem 
informações, por meio de seus corpos celulares, para o núcleo mesencefálico. Os axônios dos neurônios 
motores branquiais se originam de um núcleo pontino e saem pelo forame estilomastóideo para inervar 
músculos da orelha média, da face, do escalpo e do pescoço. Impulsos nervosos que se propagam por estes 
axônios causam a contração dos músculos da mímica facial, bem como do músculo estilohióideo, ventre 
posterior do músculo digástrico e músculo estapédio. O nervo facial inerva mais músculos do que qualquer 
outro nervo do corpo. Axônios de neurônios motores percorrem ramos do nervo facial e se terminam em 
dois gânglios: o gânglio pterigopalatino e o gânglio submandibular. Por meio de transmissões sinápticas nos 
dois gânglios, os axônios motores parassimpáticos se projetam para as glândulas lacrimais (que secretam as 
lágrimas), as glândulas nasais, as glândulas palatinas, as glândulas sublinguais e as glândulas 
submandibulares (estas duas últimas produtoras de saliva). 
 
- Nervo glossofaríngeo (IX): O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto. Os axônios sensitivos 
deste nervo se originam (1) dos calículos gustatórios do terço posterior da língua; (2) de proprioceptores de 
alguns músculos de deglutição que são inervados pela parte motora; (3) de barorreceptores (receptores de 
pressão) do seio carótico que monitoram a pressão sanguínea; (4) de quimiorreceptores (receptores que 
monitoram os níveis sanguíneos de oxigênio e de gás carbônico) nos glomos caróticos, situados próximo das 
artérias carótidas, e nos glomos paraórticos, localizados perto do arco da aorta; e (5) da orelha externa para 
transmitir impulsos táteis, álgicos e térmicos (calor e frio). Os corpos celulares destes neurônios sensitivos 
estão localizados nos gânglios superior e inferior. A partir destes gânglios, os axônios sensitivos passam pelo 
forame jugular e terminam no bulbo. Os axônios dos neurônios motores do nervo glossofaríngeo partem de 
núcleos bulbares e saem do crânio pelo forame jugular. Os neurônios motores branquiais inervam o 
músculo estilofaríngeo, que auxilia na deglutição, e os axônios dos neurônios motores parassimpáticos 
estimulam a secreção de saliva pela glândula parótida. Os corpos celulares pós-ganglionares dos neurônios 
motores parassimpáticos situam-se no gânglio ótico. 
 
 
 
- Nervo vago (X): O nervo vago (X) é um nervo craniano misto que passa pela cabeça e pelo pescoço até o 
tórax e o abdome. Ele tem este nome devido a sua ampla distribuição no corpo. No pescoço, ele é medial e 
posterior à veia jugular interna e à artéria carótida comum. Os axônios sensitivos do nervo vago se originam 
da pele da orelha externa para enviar informações sensitivas táteis, álgicas e térmicas; De alguns receptores 
gustativos na epiglote e na faringe; E de proprioceptores em músculos do pescoço e da faringe. Além disso, 
este nervo apresenta axônios sensitivos derivados de barorreceptores no seio carótico e de 
quimiorreceptores nos glomos paraórticos. A maior parte dos neurônios sensitivos se origina de receptores 
da maioria dos órgãos situados nas cavidades torácica e abdominal, transmitindo sensações (como fome, 
plenitude e desconforto) destes órgãos. Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão localizados 
nos gânglios superior e inferior; Seus axônios então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo e na 
ponte. Os neurônios motores branquiais, que percorrem uma curta distância junto com o nervo acessório, 
se originam de núcleos bulbares e suprem músculos da faringe, da laringe e do palato mole que são 
utilizados na deglutição, na vocalização e na tosse. Historicamente estes neurônios motores foram 
chamados de nervo acessório craniano, mas, na verdade, estas fibras pertencem ao nervo vago (X). Os 
axônios de neurônios motores parassimpáticos do nervo vago se originam de núcleos bulbares e inervam os 
pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal (TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do 
esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e de boa parte do intestino grosso. Os axônios 
motores parassimpáticos estimulam a contração dos músculos lisos do TGI, para auxiliar na motilidade deste 
trato, e na secreção das glândulas digestórias; Ativam músculos lisos das vias respiratórias para diminuir seu 
calibre; e diminuem a frequência cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
- Nervo acessório (XI): O nervo acessório (XI) é um nervo craniano branquial. Historicamente ele foi dividido 
em duas partes: um nervo acessório craniano e um nervo acessório medular. Atualmente classifica-se o 
nervo acessório craniano como parte do nervo vago (X). O “antigo” nervo acessório medular é o que 
discutiremos nesta Expo. Seus neurônios motores se originam dos cornos anteriores dos primeiros cinco 
segmentos da parte cervical da medula espinal. Seus axônios deixam a medula espinal lateralmente, unindo-
se mais adiante; Sobem pelo forame magno, e então saem pelo forame jugular junto com os nervos vago e 
glossofaríngeo. O nervo acessório transmite impulsos motores para os músculos esternocleidomastóideo e 
trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos da cabeça. Os axônios sensitivos deste nervo, 
derivados de proprioceptores dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio, começam seu curso em 
direção ao encéfalo no nervo acessório; Entretanto, eles acabam deixando este nervo para se juntar a 
nervos do plexo cervical. A partir do plexo cervical, estes axônios entram na medula espinal por meio das 
raízes posteriores dos nervos cervicais; Seus corpos celulares estão localizados nos gânglios sensitivos destes 
nervos. Na medula espinal, os axônios então ascendem em direção a núcleos bulbares. 
 
- Nervo hipoglosso (XII): O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. Seus axônios motores 
somáticos se originam de um núcleo bulbar 35. (Núcleo do nervo hipoglosso), saem do bulbo pela sua face 
anterior, e passam pelo canal do nervo hipoglosso para então inervar os músculos da língua. Estes axônios 
conduzem impulsos nervosos relacionados com a fala e a deglutição. Os axônios sensitivos não voltam para 
o encéfalo pelo nervo hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos que se originam de proprioceptores de 
músculos da língua, embora comecem seu curso em direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam o 
nervo para se juntar a nervos espinais cervicais e terminam no bulbo, entrando na parte central do sistema 
nervoso pelas raízes posteriores dos nervos 
espinais cervicais. 
 
 
 
Diagnóstico, Protocolo 
de Morte Encefálica e os 
Conceitos de 
Eutanásia, Distanásia e 
Ortotanásia 
O atendimento a pessoas na 
terminalidade da vida pode 
representar situação de extrema 
dificuldade para os médicos, 
sobretudo, os intensivistas. Os 
dilemas relacionados à terminalidade 
da vida ocupam relevante e 
persistente espaço de discussão no 
contexto da bioética. A tomada de 
decisão na terminalidade da vida tem 
sido objeto de estudo dentro da profissão médica, principalmente nas unidades de terapia intensiva, tendo 
em vista o rápido desenvolvimento tecnológico que torna possível prolongar a vida às custas da 
deterioração progressiva de sua qualidade. São várias as definições de morte, ortotanásia, eutanásia e 
distanásia, termoscriados para descrever as formas de morrer, mas que podem ser confundidos, mal 
interpretados pela sociedade e pela comunidade médica. Existe ainda confusão entre as definições de 
morte encefálica e de morte cerebral. A morte encefálica é a abolição da vida de relação e da coordenação 
da vida vegetativa por lesão irreversível dos hemisférios cerebrais e do tronco cerebral. É diferente da morte 
cortical ou morte cerebral que apenas compromete a vida de relação, mas o tronco cerebral continua a 
regular os processos vitais pela integridade dos centros vasomotor, respiratório e termorregulador, sem a 
ajuda de meios artificiais. A necessidade de identificar o momento exato da morte surgiu com os 
transplantes, do risco de retirar órgãos de indivíduos ainda vivos e diagnosticados como mortos. A retirada 
de órgãos em pacientes com morte encefálica para transplantes está regulamentada pela Lei n.° 9.4346 , 
complementada pela Lei n.° 10.2116 . A morte encefálica, por sua vez, está regulamentada pela Resolução 
CFM n.º 1.4805 e a de n.º 1.8267 , que dispôs sobre a legalidade e o caráter ético da suspensão dos 
procedimentos de suportes terapêuticos quando da determinação de morte encefálica de indivíduo não-
doador. Na tentativa de regulamentar essa situação, orientar os profissionais e humanizar o processo de 
morte, o Conselho Federal de Medicina publicou em 2006 a Resolução 1.8057, na qual permite ao médico 
limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem à vida do doente em fase terminal, de 
enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. Porém, um 
ano depois, a resolução foi suspensa por decisão liminar. No ano de 2010 foram definidas as alegações finais 
com pedido de improcedência da Ação Civil Pública considerando que “em vez de utilizar-se de meios 
extraordinários para prolongar o estado de morte já instalado no paciente (que seria a distanásia), o médico 
deixa de intervir no desenvolvimento natural e inevitável da morte. Tal conduta é considerada ética, sempre 
que a decisão do médico for precedida do consentimento informado do próprio paciente ou de sua família 
(ou registro no prontuário), quando impossível for a manifestação do doente. Tal decisão deve levar em 
conta não apenas a segurança no prognóstico de morte iminente e inevitável, mas também o custo-
benefício da adoção de procedimentos extraordinários que redundem em intenso sofrimento, em face da 
impossibilidade de cura ou vida plena.” Essa foi a decisão do Ministério Público Federal. É importante 
salientar que o Código Penal10 vigente no Brasil foi criado pelo Decreto-lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 
1940, muito antes do surgimento da primeira UTI. Ademais, o Código Penal brasileiro não acompanha o 
Código de Ética Médica, e com isso havia margem para a ortotanásia ser considerada como eutanásia 
passiva e crime. Todavia, após ampla discussão, concluiu-se que o CFM tem competência para editar a 
Resolução 1805/2006, que não versa sobre direito penal, mas sobre ética médica e consequências 
disciplinares. Ademais, a ortotanásia não constitui crime de homicídio, interpretada pelo Código Penal à luz 
da Constituição Federal. Cabe salientar a Resolução 1805/2006 não determinou modificação significativa no 
dia-a-dia dos médicos que lidam com pacientes terminais. A Resolução 1805/2006 deve ao contrário, 
incentivar os médicos a descrever exatamente os procedimentos que adotam e os que deixam de adotar, 
em relação a pacientes terminais, permitindo maior transparência e possibilitando maior controle da 
atividade médica. 
Critérios de morte encefálica 
Legalmente, os médicos usam o conceito de morte encefálica do Conselho Federal de Medicina, que, de 
uma forma bem resumida, é a permanente e total perda das funções cerebrais. Os procedimentos para 
determinar que um paciente está nesse estado irreversível são definidos pela Resolução nº 2173/2017 do 
Conselho Federal de Medicina e devem ser iniciados em todos pacientes em coma profundo, com falta de 
reatividade supraespinal e apneia persistente, contanto que obedeçam aos seguintes critérios: 
1. Presença de lesão encefálica irreversível e conhecida que seja capaz de causar morte; 
2. Ausência de fatores tratáveis e que possam simular morte encefálica; 
3. Permanência em hospital por pelo menos 6 horas (ou 24 horas se a causa for encefalopatia hipóxico-
isquêmica; 
4. Temperatura esofágica, vesical ou retal maior que 35°C; 
5. Saturação de oxigênio maior que 94%; 
6. Pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou média maior ou igual a 65 mmHg em 
maiores de 16 anos. 
Os tipos de morte e a legislação brasileira 
Distanásia 
A distanásia, também conhecida por obstinação terapêutica, é composta pelos atos e condutas que 
prolongam o processo de morte de modo artificial sem que haja uma melhora no prognóstico ou na 
qualidade de vida do paciente. Não há leis federais e muitos médicos inconscientemente a cometem tanto 
pela esperança de salvar o paciente quanto pelo medo de serem processados judicialmente por mistanásia, 
como veremos adiante. Entretanto, ela vai de encontro ao juramento de Hipócrates e aos princípios de 
beneficência e não-maleficência e ao item XXII do capítulo I do Código de Ética Médica. Afinal, apesar das 
boas intenções do médico, cada nova cirurgia, internação ou exame desnecessários nessa fase da doença 
estarão causando mais desgaste físico, emocional e monetário ao paciente e sua família. 
Ortotanásia 
Também chamada de eutanásia passiva, baseia-se em não prolongar o processo de falecimento, permitindo 
que ocorra de modo natural. Ela está bastante relacionada aos cuidados paliativos (conjunto de práticas que 
permitem diminuir o sofrimento do paciente terminal e oferecer uma morte digna). Na lei, além de estar de 
acordo com os princípios de não-maleficência e beneficência tão comentados na Ética Médica, existe a 
Resolução n° 1805/06 do CFM que permite ao médico “suspender procedimentos e tratamento que 
prolonguem a vida do doente, em fase terminal, […]”. (CFM, 2006). Assim, ao decidir por ortotanásia, o 
médico está legalmente resguardado, devendo anotar no prontuário a decisão, que deve ser tomada junto 
ao paciente e sua família, e iniciar os cuidados paliativos. No estado de São Paulo, existe ainda uma lei mais 
antiga, a conhecida como Lei Mário Covas (nº 10.241/1999), que autoriza a escolha de local da morte e a 
suspensão de tratamentos dolorosos na tentativa de prolongar a vida, se assim for da vontade do paciente. 
Devido à melhora na qualidade de vida, à chance de o paciente estar com a família e à maior dignidade e 
conforto dos pacientes em cuidados paliativos, a ortotanásia tem se difundido cada vez mais pelo Brasil e já 
existem vários hospitais com setores e profissionais qualificados para oferecer o melhor cuidado paliativo 
possível. 
Eutanásia 
A eutanásia é uma forma de tratamento de pacientes portadores de doenças incuráveis, cujo objetivo é 
garantir a essas pessoas uma morte mais humanizada, com menos sofrimento. Trata-se de uma prática na 
qual um agente, movido pelo sentimento de compaixão para com a situação clínica em que o paciente se 
encontra, antecipa sua morte, para que este não tenha que lidar com mais sofrimento. Em suma, é a morte 
assistida. Cabe ressaltar ainda a diferença que existe entre a eutanásia e o suicídio assistido. O primeiro diz 
respeito ao caso em que alguém causa a morte do paciente portador de doença incurável, movido por 
motivos de cunho moral. Já o suicídio assistido é quando uma pessoa fornece meios ao paciente para que ele 
mesmo possa acabar com o seu sofrimento, ou seja, para que ele mesmo cometa o ato de tirar a sua vida. 
Ou seja, o paciente possui responsabilidade mais ativa no processo. Não há noordenamento jurídico brasileiro a 
tipificação da eutanásia como crime, mas ela é enquadrada como um homicídio. Ela pode também ser classificada 
como auxílio ao suicídio, mas para que isso ocorra, é necessário que o paciente solicite ajuda para morrer (segundo o 
artigo 122 do Código Penal). O código de medicina considera a prática antiética. Por outro lado, a ortotanásia é aceita 
pelo Conselho Federal de Medicina, desde 2010. Também cabe observar que o parágrafo primeiro do artigo 121 do 
Código Penal prevê uma diminuição da pena àqueles que “por motivos de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção” cometerem homicídio a pacientes terminais. A eutanásia é, portanto, um caso 
de homicídio privilegiado (porque quem o comete recebe perdão de parte da pena). OS 
ARGUMENTOS CONTRA E A FAVOR DA EUTANÁSIA 
A eutanásia ainda gera muito debate no Brasil e no mundo inteiro. O principal argumento a favor da prática é que de 
nada adiantaria a pessoa ter direito à vida se a vida não é mais proveitosa e digna para ela. Se o prolongamento da 
vida de alguém significa sofrimento prolongado, o indivíduo deve ter o poder de terminá-la, se assim desejar. A 
eutanásia estaria, portanto, relacionada ao direito de escolha do paciente, com o respeito à sua decisão de terminar 
com a sua vida, sem a interferência de quem não conhece seu estado de saúde. Por outro lado, um dos principais 
argumentos contra a eutanásia é que se trata de tirar a vida de alguém, o que não difere muito de um assassinato. 
Esse argumento se reforça nos casos em que o indivíduo submetido à eutanásia era emocionalmente abalado por 
conta da sua condição de saúde. Pessoas nesse estado poderiam tomar decisões precipitadas, levando a mortes que 
poderiam ser evitadas. Outra questão importante nesse debate é a responsabilidade ética dos médicos e profissionais 
da saúde. Espera-se que eles façam o possível para que o paciente continue vivendo. Portanto, a prática da eutanásia 
contradiz valores médicos e éticos pregados por diversos profissionais da área. 
O que o código de ética médica afirma? 
Esse é o documento que contém as normas de conduta para o exercício da profissão médica. Nele, apesar de em 
nenhum momento haver uso dos termos propriamente ditos, é clara a recomendação de conduta sobre eutanásia, 
ortotanásia, suicídio assistido, distanásia e mistanásia em seu artigo 41°, que diz: 
É vedado ao médico […] 
Art. 41 Abreviar a vida do paciente (eutanásia, suicídio assistido e mistanásia), ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos 
disponíveis (ortotanásia) sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas (distanásia), 
levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante 
legal. (CFM, 2019, grifos e anotações entre parênteses meus). 
 
Testamento vital 
Por fim, testamento vital ou declaração de vontade antecipada é um documento que qualquer um(a) pode fazer em 
cartório de notas e indica os procedimentos que ele (a) deseja ou não receber quando estiver doente, dentre eles 
está a ordem de não ressuscitar em caso de parada. O ideal é que, ao escrevê-lo, se esteja saudável e em pleno uso 
das capacidades mentais, caso contrário, haverá grande chance de o documento não ser aceito pelo médico 
encarregado. É importante destacar que não existe lei federal, e é a Resolução nº 1995/2012 do CFM que é usada 
para guiar as condutas em frente a um testamento vital. Dentre outros pontos abordados, essa resolução coloca a 
vontade do paciente acima dos pareceres não médicos e desejos da família, mas, no fim, explica que o médico é 
quem vai escolher se irá acatá-la, devendo sempre anotar todas as decisões em prontuário. No capítulo Princípios 
Fundamentais, item XXI, o Código de Ética Médica também fala rapidamente sobre a necessidade de o médico 
aceitar a vontade expressa do paciente contanto que esteja de acordo com sua consciência. Abaixo está um modelo 
de testamento vital e perceba como termina: “De forma absoluta, eu quero poder morrer com dignidade e paz”.

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