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FISIOLOGIA II G L Â N D U L A S A D R E N A I S - A U L A 4 - 1 3 / 0 7 EDUARDA CAROLINE GOSTINSKI GLÂNDULAS ADRENAIS São duas glândulas simétricas que se localizam nos polos superiores dos rins e cada uma pesa cerca de 4 gramas. Nos humanos são chamadas de suprarrenais pois ficam em cima dos rins. Essas glândulas produzem hormônios esteroides e possui como função principal forçar o indivíduo a se adaptar às condições ambientais adversas. Todas as células adrenais fazem síntese de um hormônio esteroide característico, então sem há gotículas lipídicas, a partir do colesterol, para assim secretar mineralocorticóides e glicocorticóides. A medula da glândula adrenal ocupa a parte central da glândula e produz a Zona Glomerular: é a mais externa e secreta aldosterona que representa o grupo dos mineralocorticóides; Zona Fasciculada: é a zona intermediária; Zona Reticular: é a mais interna do córtex e secreta o cortisol que representa o grupo dos glicocorticóides. as aminas, adrenalina e noradrenalina (catecolaminas). Ela faz a produção constante de catecolaminas, que ficam disponíveis de acordo com a necessidade, a produção se acentua rapidamente com o objetivo de resolver rapidamente a situação de estresse. As células medulares equivalem às células nervosas simpáticas. O córtex da adrenal produz esteroides, cortisol/corticosterona e aldosterona, é organizado em 3 zonas: ADRENALINAS SÍNTESE As adrenalinas são derivadas da tirosina, que é quebrada em dopamina, que é então quebrada em noradrenalina e assim será quebrada para formar a adrenalina. Agem pelo sistema de feedback, quando há uma alta concentração de adrenalina, ocorre a inibição da síntese. METABOLISMO O metabolismo das adrenalinas é Fonte: http://fisiovet.uff.br/glandulas-supra-renais/ Manter a normalidade fisiológica mesmo durante o estresse; Reduzir o metabolismo intermediário (para focar na resolução do estresse); Efeito contrário ao da insulina, não coloca a glicose na célula, e sim faz a glicogenólise, para colocar a glicose na circulação, sendo fonte de energia; Adaptação às condições estressantes (em caso de fuga, aumenta os batimentos cardíacos e a frequência respiratória); Sua ação é mediada por receptores adrenérgicos alfa e beta. altamente rápido (1-2 minutos) e é efetuado pelo fígado e rins. EFEITOS As catecolaminas e o cortisol possuem sua principal ação em aumentar a energia disponível, energia essa que vem da glicose, e estará altamente disponível no sangue no momento do estresse, onde as catecolaminas tem ação na glicogenólise (quebra da glicose) + neoglicogênese (formar glicose a partir de outras fontes) e o cortisol tem ação na neoglicogênese + diminuição da síntese proteica + aumento da proteólise (vai quebrar proteínas para formar glicose). Se o animal estiver com cortisol alto, não terá ganho de peso, em decorrência da neoglicogênese, não terá deposição de gordura e nem formação de massa muscular. HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS SÍNTESE Seguem a via clássica dos hormônios esteróides, que é o colesterol. Por isso há armazenamento de gotículas lipídicas dentro das células. O colesterol é quebrado em progesterona, que hidroxila o carbono 21 e forma a aldosterona ou o cortisol. A diferença entre a aldosterona e o cortisol é o grupo hidroxila no carbono 17 na molécula de cortisol. TRANSPORTE Por serem lipossolúveis, precisam se ligar a proteínas carreadoras. O cortisol é transportado 70% pela Globulina Transcortina (TGB) de alta afinidade e 15% pela Albumina que possui baixa afinidade e 10% não é ligado. Possui meia-vida alta e vai agindo lentamente pela alta afinidade com a proteína carreadora (dura + no sangue). A aldosterona é transportada 50% pela Albumina e 10% pelo TGB, e 40% livre. Seu efeito é praticamente imediato por não ter alta afinidade. METABOLISMO Pela meia-vida plasmática, que é determinada pela força de ligação do hormônio no plasma, o cortisol é 60 minutos e a aldosterona é de 20 minutos. Pela redução de ligações duplas e configurações cetônicas, diminui a atividade biológica. Pelo fígado que faz a modificação das moléculas e torna-os hidrossolúveis e que vão ser eliminados na urina. MECANISMO DE AÇÃO Atravessam a membrana celular pela afinidade com os lipídios, se liga no receptor do citoplasma, é transportado até o núcleo onde faz a transcrição gênica específica desejada pela ação hormonal. São classificados de acordo com a atividade, por serem moléculas muito parecidas, se forem para o 'lugar' errado, vão agir como deveria agir o hormônio certo para o local, mas com potência reduzida diminui a capacidade de adaptação ao ambiente, leva a exaustão e doença. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS QUE INFLUENCIAM A CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS CARREADORAS Gestação: é um fator estressante, com o aumento da concentração de estradiol placentário, aumenta a síntese de TGB e aumenta a concentração de hormônio ligado, com esse aumento de concentração, aumenta o efeito prolongado do hormônio, e faz uma reserva hormonal para influenciar na atividade biológica. A análise da concentração plasmática depende da taxa de secreção e da quantidade de proteínas ligadoras. GLICOCORTICÓIDES São formados pela zona fasciculada/reticulada e é representado pelo cortisol, e regula todo o metabolismo do indivíduo no metabolismo adaptativos de estresse, para manter a normalidade em condições adversas. Um alto nível de cortisol faz mal, já que ele está avisando que algo está errado. FUNÇÕES BIOLÓGICAS São potentes mediadores do metabolismo intermediário, seus efeitos específicos mediam a gliconeogênese hepática, faz a conversão de aminoácidos em carboidratos, para aumentar a formação de reserva de glicose. Pode ter um efeito Inibir a absorção de glicose e metabolismo nos tecidos periféricos (músculos e gordura); Administração prolongada de glicocorticóides leva a diabetes esteróide; Efeito hiperglicêmico hepático e pouca utilização da glicose nos tecidos periféricos, no tecido adiposo há lipólise, inibe a síntese proteica, quebra as proteínas para a liberação de aminoácidos; Favorecimento da gliconeogênese hepática, o tecido cardíaco e o cerebral são poupados do catabolismo proteico; Se o estresse ou a administração forem prolongados, há desgaste muscular e enfraquecimento ósseo; Mobilização e incorporação de aminoácidos em glicogênio; Aumento da excreção urinária de nitrogênio, que causa um desequilíbrio de nitrogênio; Aumentam a excreção hídrica, já que inibem o ADH e aumentam a filtração renal; Inibe a resposta inflamatória em múltiplos tecidos e suprime o sistema imune (efeitos benéficos). diabetogênico quando passa a colocar muito glicose na circulação. Esses efeitos são observados principalmente em subnutrição e deficiência de insulina, esses efeitos são necessários para ações do glucagon e da adrenalina. Funções: CONTROLE DA SECREÇÃO Começa no hipotálamo com a liberação do hormônio CRH (Hormônio Liberador de Corticotrofina) que estimula a hipófise a liberar o hormônio ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico) que cai na circulação sistêmica para chegar a glândula adrenal, onde estimula a liberação do cortisol. O cortisol em altas concentrações, por mecanismo de feedback negativo, que inibe a liberação de ACTH. O feedback negativo relaciona-se com a potência de glicocorticóide, não resulta em concentrações hormonais durante o dia, sendo mínima durante a noite e máxima nas primeiras horas da manhã. O estresse modifica o feedback, que leva a situações prejudiciais ao indivíduo, o aumento rápido e grande de secreção de glicocorticóide leva a ação no SNC com resposta imediata, que é efeito mediado pelo nível de estresse. UTILIZAÇÃO CLÍNICA DOS GLICOCORTICÓIDES São utilizados para inibir a resposta inflamatória, prevenir a vasodilatação, previne a saída de líquido para o exterior da célula, previne a migração leucocitária, previnea deposição de fibrina e síntese de tecido conjuntivo. São anti-inflamatórios poderosíssimos. No processo inflamatório, ele encarcera e destrói o agente nocivo. Na resposta final, o agente nocivo substitui o tecido funcional por tecido conjuntivo, e muitas vezes leva a perda da função. Com o uso de glicocorticóides ajudou a reduzir a perda do tecido funcional, inibindo a perda de tecido conjuntivo e a perda de função de órgãos. Ele inibe todos os mediadores da inflamação, inibe a síntese de prostaglandinas, tromboxanos e leucotrieno a partir do ácido araquidônico. Inibe o metabolismo do araquidônico, possui efeito anti-alergênico, onde inibe a liberação de aminas biogênicas dos mastócitos. O CORTISOL E A REPRODUÇÃO As altas concentrações de cortisol levam ao bloqueio de eventos da reprodução. Se melhorar as condições de manejo e de bem-estar, os eventos da reprodução voltam ao normal. Animais com pododermatite, estresse calórico, subnutridos, poliartrite apresentam altos níveis de cortisol e não vão se reproduzir. O cortisol não é problema, e sim a consequência do problema. MINERALOCORTICÓIDES São formados pela zona glomerular, é representado pela aldosterona, que está envolvido no sistema renina-angiotensina- aldosterona que está envolvido no equilíbrio eletrolítico e regula a pressão arterial de sódio e potássio, aumenta ou diminui a parede dos vasos para controlar a pressão arterial. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS No equilíbrio eletrolítico e na hemostasia, atuam nos túbulos renais onde retém sódio e secretam potássio e íons de hidrogênio. Como resposta celular, fazem síntese proteica que aumenta a permeabilidade , aumentando o influxo de sódio ou afluxo de sódio, e o potássio é secretado de forma passiva, mantendo a osmolaridade da urina. O excesso dos mineralocorticóides leva a retenção de líquido, aumenta a pressão do líquido na parede do vaso e leva a uma hipertensão, que leva a uma alcalose pela perda de íons de hidrogênio. A falta de mineralocorticóides leva a retenção de íons de hidrogênio, que leva a uma acidose metabólica. CONTROLE DA SECREÇÃO DOS MINERALOCORTICÓIDES Não é mediado pela hipófise. São controlados pelos rins, que são seus órgãos-alvo. O rim produz a renina quando diminui a pressão arterial, e a renina age sobre o angiotensinogênio (proteína circulatória hepática) e terá como resultado a produção da angiotensina. A angiotensina estimula a produção de mineralocorticóides, pela zona glomerular, e promove a vasoconstrição e se presente a longo prazo, promove o aumento da zona glomerular. A concentração sanguínea de potássio, quando aumentada, estimula a liberação de mineralocorticóides e diminui a parede do vaco e aumenta a pressão arterial.