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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO DEFINIÇÃO: Presença de agente infeccioso na urina, ocorrendo em alguma parte do sistema urinário como rins, uretra ou bexiga. EPIDEMIOLOGIA: Mais frequentes em crianças, por causa da fimose (exposição da glande, por causa do prepúcio estreito e jato fraco, onde há refluxo franco da urina) 30% das mulheres terão ITU até aos 24 anos. FATORES DE RISCO: Relações sexuais, diferentes parceiros, erpermicidas, AF – mãe com passado de ITU, AP – ITU na infância. CAUSA: Bacteriana, gram-negativas como Escherichia coli 75%. Também existe casos de origem fúngica, como Candida albicans, geralmente coincidem com quadros de uso recente de antibióticos, cateterismo urinário ou imunossupressão. CLASSIFICAÇÃO: Não complicadas → Ocorrem em mulheres não gravidas na pré-menopausa, sem alterações do trato urinário com ou sem cistite de repetição. Complicadas → Em homens, gestantes, cateterização vesicular nas últimas 48 hrs, imunodeprimidos, DM, doenças debilitantes. NOMENCLATURAS: Disúria: dor na micção, associada ao desconforto. ➔ Pode ser causas de: Cistite, Prostatite, Uretrite, Traumatismo geniturinário, Irritantes uretrais, Reação alérgica Urgência: necessidade súbita e impediosa de urinar, podendo até haver o esvaziamento involuntário da bexiga Polaciúria: necessidade de urinar varias vezes em intervalo inferior a 2 horas. Hesitação: após o esforço miccional há um intervalo maior para o aparecimento do jato. Nictúria ou Noctúria: alteração do ritmo miccional havendo necessidade de urinar várias vezes a noite. Ex: hiperplasia prostática, cistite, IRC, ICC, insuficiência hepática. Dor hipogástrica ou dor vesical: originária do corpo da bexiga, ela é percebida na região supra púbica, irradiando-se para a uretra e meato urinário, podendo dar a sensação de queimação. Estrangúria: inflamação vesicular intensa, que provoca a eliminação lenta e dolorosa da urina, decorrente a espasmo muscular do trígono e colo vesical. Dor perineal: infecção aguda de próstata, leva a dor intensa, sendo referida no sacro ou no reto. Febre: Infecções agudas → febre alta, calafrios, dor lombar ou supra púbica (pielonefrite, prostatite aguda) Infecções crônicas → temperatura discretamente elevada e as vezes calafrios. Obs: Pacientes com cistite, NÃO apresentam febre. Exame de urina: apresenta leucocitúria (aumento de leucócitos) e presença de nitrito na urina. PREOCUPAÇÃO: Risco de desenvolver uma urosepse e aumento de bactérias Betalactamase multirresistentes (ESBL – enterobactérias produtoras de beta-lactamase e espectro ampliado). ACOMPANHAMENTO: dependendo dos valores de referência a interpretação dos antibióticos são diferentes. Ex: < 0 ,25 interrompe o tratamento com antibiótico, pois paciente melhorou > 0,25 continua com o mesmo, pois está melhorando o caso da paciente, caso daqui uma semana volte com pouca diferença troca o antibiótico. > 0,5 troca o antibiótico. TRATAMENTO: Cistite aguda é indicado Nitrofurantopina por 5 dias ou fosfomicina dose única. Cistite recorrente indica-se Uro-vaxom por 3-6 meses Gestante: cefalosporina ou penicilina. A partir do 2° trimestre: fosfomicina e nitrofurantoína. Pielonefrite: fluorquinolonas e cefalosporinas Abscesso renal de até 5 cm o tratamento é clínico. Maior que 5 cm deve drenar. PREVENÇÃO: Uro-vaxom: cápsulas de 6 mg de lisado bacteriano de Escherichia coli Antibiótico pós coito D-Mannose (substância encontrada na amora e milho) não disponível ainda Cranberry: não tem evidências comprovadas LITÍASE = cálculo renal PREVALÊNCIA: homens 1,5x maior do que nas mulheres, apresentando idade entre 40 a 60 anos, sendo metalúrgicos e cozinheiros. Nas mulheres jovens e pós menopausa. Mais comuns em caucasianos. COMORBIDADES: Obesidade, DM, Síndrome metabólica FISIOPATOLOGIA: Cascata onde a urina é super saturada, onde os cristais cresce por agregação e culmina pela formação dos cálculos. TIPOS DE CÁLCULOS: ➔ 80% de cálcio ➔ 7 a 10% de ácido úrico ➔ 7% de estruvita ➔ 1 a 3% de cistina Cálculos de cálcio (Hipercalciúria) classificada em: Absortiva: causa mais comum de hipercalciúria. Absorção aumentada pelo intestino. Não apresenta hipercalcemia. Associada a distúrbios da vitamina D. ➔ Tipo I – persistente após a restrição de cálcio ➔ Tipo II – compensada após a restrição de cálcio Renal: total de cálcio filtrado Reabsortiva: associada ao hipertireoidismo primário, que é devido ao adenoma da paratireoide. DIAGNÓSTICO: RX, ultrassom, tomografia sem contraste, urotomografia DIETAS: - Estimular a ingesta de frutas cítricas - Hidratação de água em média 2,5 por dia (depende de cada pessoa, determinar que tome água até a urina ficar amarelo claro na bacia) Obs: Somente quem tem cistina deve tomar 5L de água por dia, produzindo volume urinário de 4L /12 hrs. - Evitar alimentos com ácido úrico: carne, chocolate, café, bebidas alcoólicas, cereja, alimentos do mar, grãos e semente.