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Ovogênese 1 Ovogênese Durante o desenvolvimento embrionário, as células germinativas primordiais formam as ovogônias, que então passam pelas sequências de mitoses, até o momento que estabelecem uma população necessária, cessando sua multiplicação. As ovogônias acabam aumentando seu tamanho, se diferenciando em ovócitos primários, processo que ocorre ainda na vida fetal, portanto, nenhuma ovogônia se desenvolve após o nascimento. Após a formação dos ovócitos primários, um conjunto de células do tecido conjuntivo circundam esse ovócito, formando uma camada única de células foliculares, que são células achatadas, denominada folículo primordial. Da vida fetal até a puberdade, esses ovócitos primários ficam quiescentes, ou seja, ficam estacionados na prófase da meiose 1, pela inibição através da substância conhecida como inibidor da maturação de ovócitos, secretado pelas células foliculares. Ao nascimento, os ovócitos primários são envolvidos com uma camada completa de células foliculares, e o complexo de ovócito primário e de células foliculares (granulosa) é chamado de folículo primário. Importante ressaltar que nenhum ovócito primário se forma após o nascimento. Outro fator importante é que o ovócito e as células foliculares secretam, na superfície do ovócito, uma delgada camada de material acelular composta de apenas alguns tipos de glicoproteínas. "As limitações das microvilosidades entre o ovócito e as células foliculares são mantidas através da zona pelúcida. "Nos anos pré-puberdade, muitos dos folículos primários aumentam, principalmente por causa de um aumento no tamanho do ovócito (até 300 vezes) e no número de células foliculares. Um ovócito com mais de uma camada circunjacente de células granulosas é chamado de folículo secundário. Uma membrana basal chamada de membrana granulosa circunda como células granulosas epiteliais do folículo secundário. A membrana granulosa forma uma barreira para os capilares, e, como resultado, o ovócito e as células granulosas dependem da difusão de oxigênio e de nutrientes para a sua conexão." Embriologia humana e biologia do desenvolvimento Ocorre maturação do folículo, aumentando seu tamanho sob ação de vários hormônios, fazendo pressão contra a superfície do ovário, neste momento é denominado folículo terciário (folículo de Graaf. O ovócito primário aumenta seu Ovogênese 2 tamanho e retoma a meiose, imediatamente antes da ovulação (de 10 a 12 horas), em resposta ao pico de LH. Quem responde ao LH são as células de cúmulos (granulosa), pois elas possuem receptores para LH. Ocorre fechamento das junções comunicantes, diminuindo a concentração de AMPc, desencadeando uma via de sinalização que leva a retomada da meiose. A primeira meiose origina células de tamanhos diferentes. O ovócito secundário e o primeiro corpúsculo polar. O ovócito secundário recebe quase todo o citoplasma, já o corpúsculo polar é uma célula destinada a degeneração. O ovócito secundário, durante a ovulação, dá início a segunda divisão meiótica, porém prossegue até a metáfase e só tem continuidade caso haja fecundação. A meiose 2 também gera células de tamanhos diferentes: um ovócito fecundado e o segundo corpúsculo polar, que também sofre degeneração. "Existem cerca de 2 milhões de ovócitos primários nos ovários de uma menina recém-nascida, mas a maioria deles se degeneram durante a infância, de modo que na adolescência restam não mais que 40.000 ovócitos primários. Destes, somente cerca de 400 se tornam ovócitos secundários e são liberados na ovulação durante o período reprodutivo. Somente alguns desses ovócitos, se algum, tornam-se maduros e são fecundados. O número de ovócitos liberados é bastante reduzido em mulheres que tomam contraceptivos orais porque os hormônios contidos neles impedem a ovulação." Moore O ovário é dividido em duas porções: cortical e medular. Os folículos ovarianos estão presentes na região cortical e na região medular estão presentes os vasos sanguíneos. Ovogênese 3 Ovócito II – estacionado na metáfase da meiose II Zona pelúcida – camada glicoproteica que envolve o ovócito Corona radiata – células foliculares que recobrem a zona pelúcida Granulosa – camada externa de células foliculares Cumulus oophorus – camada de células foliculares que liga corona radiata à granulosa Antro folicular – cavidade central do folículo, repleta de fluido folicular Tecas: tecido conjuntivo ao redor do folículo, forma uma espécie de cápsula Teca interna – camada celular secretora de progesterona Teca externa – camada fibrosa Zona pelúcida: camada de glicoproteínas Ciclo ovariano e uterino Ovogênese 4 Maturação mensal de (geralmente) um único ovócito e seu folículo envoltório. Proliferação concomitante do endométrio uterino. Processo de ovulação no qual o ovócito é liberado do ovário. Desenvolvimento contínuo do folículo para um corpo lúteo endócrino. Descamação do endométrio uterino e involução do corpo lúteo (a menos que um zigoto se implante no útero e comece a se desenvolver). "Considera-se que o ciclo menstrual começa com a menstruação, a descamação do endométrio uterino degenerado do ciclo anterior. Em torno do quinto dia do ciclo (o quinto dia após o início da menstruação), um aumento na secreção de um pequeno hormônio peptídico do hipotálamo, o hormônio liberador de gonadotrofina GnRH, estimula a glândula pituitária a aumentar a secreção de dois hormônios gonadotróficos (gonadotrofinas): hormônio folículo estimulante FSH e hormônio luteinizante LH. Os níveis crescentes de gonadotrofina da pituitária regulam as fases da foliculogênese no ovário e a fase proliferativa no endométrio uterino." Ovogênese 5 Dentre os folículos primários, apenas um chega na fase de folículo maduro, expelindo seu ovócito (ovulação) "Eventos ovarianos, endometriais e hormonais do ciclo menstrual. O hormônio folículo estimulante FSH e o hormônio luteinizante LH controlam diretamente o ciclo ovariano e também a produção de estrogênio e progesterona pelos folículos responsivos e pelo corpo lúteo no ovário. Estes hormônios ovarianos, por sua vez, controlam o ciclo do endométrio uterino." Ovulação Surto ovulatório de FSH e LH Por volta do décimo terceiro/quarto dia do ciclo, os níveis de FSH e LH aumentam subitamente, o que estimula o ovócito primário a completar a meiose, formando o ovócito secundário, que rapidamente entra em meiose estacionando na metáfase. O folículo ovariano sofre um repentino surto de crescimento, produzindo uma dilatação cística ou uma saliência na superfície ovariana. O pico de LH estimula a ovulação, que acontece de 12 a 14 horas após o pico de LH, induzida pela alta concentração de estrogênio no sangue, parece causar a tumefação do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo se rompe expelindo o ovócito secundário junto com o líquido folicular. Estigma: pequeno ponto avascular. Ovogênese 6 Expulsão do ovócito: contração da musculatura lisa da teca externa (estímulo das prostaglandinas) e pressão intrafolicular. Ovócito secundário expelido: zona pelúcida, corona radiata. Corpo Lúteo O corpo lúteo é formado pelos restos foliculares que foram deixados no ovário: tecas interna e externa, antro e células foliculares. Considerado uma glândula endócrina que produz muita progesterona e pouco estrógeno, que ajuda na preparação do útero para a gravidez. Caso não haja fecundação, o corpo lúteo involui e forma o corpo albicans (cicatriz fibrosa no ovário), corpo lúteo menstrual. Caso ocorra a gestação, através da liberação da gonadotrofina coriônica humana, a degeneração do corpo lúteo é impedida formando o corpo lúteo gestacional. Fases da menstruação Fase menstrual: camada funcional da parede uterina expelido Fase proliferativa: Esta fase, que dura aproximadamente 9 dias, coincide com o crescimento dos folículos ovarianos e é controlada pelo estrogênio secretado pelos folículos. Nesta fase de reparo e proliferação ocorre um aumentode duas a três vezes na espessura do endométrio e no seu conteúdo de água . No início desta fase, a superfície do epitélio se refaz e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em número e comprimento e as artérias espiraladas se alongam. Fase secretora: A fase secretora ou fase lútea, dura aproximadamente 13 dias e coincide com a formação, o funcionamento e o crescimento do corpo lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material rico em glicogênio. As glândulas se tornam grandes, tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa devido à influência da progesterona e do estrogênio produzidos pelo corpo lúteo também por causa do aumento de fluido no tecido conjuntivo Fase isquêmica: Ovogênese 7 A fase isquêmica ocorre quando o ovócito não é fecundado; as artérias espiraladas se contraem, dando ao endométrio uma aparência pálida. Essa constrição é resultado da diminuição da secreção de hormônios, principalmente a progesterona, devido à degradação do corpo lúteo. Além das alterações vasculares, a queda hormonal provoca a parada da secreção glandular, a perda de fluido intersticial e um importante adelgaçamento do endométrio. No fim da fase isquêmica, as artérias espiraladas se contraem por longos períodos, isso provoca estase venosa (congestão e diminuição da circulação venosa) e necrose isquêmica (morte) dos tecidos superficiais. Finalmente, ocorre a ruptura das paredes dos vasos lesionados e o sangue penetra o tecido conjuntivo adjacente. Pequenas lacunas de sangue se formam e se rompem na superfície endometrial, resultando em sangramento para a cavidade uterina e através da vagina. À medida que pequenos fragmentos de endométrio se destacam e caem dentro da cavidade uterina, as extremidades das artérias sangram para a cavidade, levando à perda de 20 a 80 mL de sangue. Por fim, 3 a 5 dias depois, toda a camada compacta e a maior parte da camada esponjosa do endométrio são eliminadas na menstruação. Os remanescentes das camadas esponjosa e basal permanecem para que se regenerem durante a fase proliferativa subsequente do endométrio.