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Comunicação e Expressão Profª Ana Carvalho Comunicação oral e comunicação escrita • A língua falada é mais espontânea, mais viva, mais concreta, menos preocupada com a gramática. Conta com vocabulário mais limitado, embora em permanente renovação. Já na linguagem escrita o contato com quem escreve e com quem lê é indireto; daí seu caráter mais abstrato, mais refletido; exige permanente esforço de elaboração e está mais sujeita aos preceitos gramaticais • A necessidade de uma boa comunicação oral ocorre nas situações profissionais, como: conversas com clientes, superiores e subordinados; entrevista para emprego; reuniões, palestras, debates; seminários, conferências, convenções, cursos; ao telefone; reuniões sociais, entre outros. As principais diferenças entre oral e escrito são: • Linguagem falada: As mudanças ocorrem mais rapidamente; É momentânea; Aprendizado no convívio familiar; Uso de recursos extralinguístico: gestos, mímica, modulação da voz; Tendência para o diálogo. • Linguagem escrita: As mudanças demoram para acontecer; Duradoura; Aprendizado mediante treino específico; Uso de sinais de pontuação; Tendência para o monólogo. • A linguagem oral é muito usada para falar em público. O que devo fazer, além de falar bem? • Defina o tema central e o objetivo a atingir; Planeje de acordo com o público a quem será feita a apresentação; Defina quais recursos serão utilizados (vídeo, retroprojetor, projetor multimídia, entre outros); •Depois de tudo planejado, prepare um esboço, pode ser em uma ficha de cartolina (é bom que seja papel grosso para não perceberem que você está tremendo!), do que vai dizer na abertura, no desenvolvimento e na conclusão. •Não é aconselhável escrever tudo o que pretende falar, detalhadamente, pois isso tira a naturalidade; mas é muito importante ter o esboço como norteador. • Com relação à comunicação escrita, escrever se aprende pondo-se em prática a escrita, escrevendo em todas as situações possíveis: correspondência escolar, construção de livros de contos, de relatos de aventuras ou de intriga, convite para uma festa, troca de receita, concurso de poesia etc. Tema: Variação linguística Professora Mestra: Ana Carvalho O que determina os níveis de fala? Os dois grandes níveis de fala, o coloquial e o culto, são determinados pela cultura e formação escolar dos falantes, pelo grupo social a que eles pertencem e pela situação concreta em que a língua é utilizada. Um falante adota modos diferentes de falar dependendo das circunstâncias em que se encontra. Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados O nível coloquial ou popular é utilizado na conversação diária, em situações informais, descontraídas. É o nível acessível a qualquer falante e se caracteriza por: Expressividade afetiva, conseguida pelo emprego de diminutivos, e expressões populares; Tendência a transgredir a norma culta. Repetição de palavras e uso de expressões de apoio. Que flor bonita. Me dá ela? O nível culto é utilizado em ocasiões formais. É uma linguagem mais obediente às gramaticais da norma culta. O nível culto segue a língua padrão, também chamada norma culta ou norma padrão. Exemplo "Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação para levar meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se isso fazes por necessidade, transijo; mas, se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à enésima potência do que o vulgo de denomina nada". E o ladrão, perplexo: "Tá bom, dotô, mas então me exprica: eu levo os pato ou deixo os pato?". LINGUAGUEM REGIONAL Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. Cada um de nós começa a aprender a língua em casa, com os familiares, imitando e apropriando-se, aos poucos, do vocabulário e da estrutura da língua. No entanto, na rua, na escola, no trabalho, observamos que nem todos falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras cidades ou regiões do Brasil, ou por terem idade diferente da nossa, ou por fazerem parte de outro grupo social. Essas diferenças constituem as variedades linguísticas. a) Ei, bichim. Isso é um assalto. Arriba os braços e num se bula .... e num faça munganga. Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora: Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia. d) Ô meu rei. (longa pausa) Isso é um assalto. (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não. (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado:. Vai passando a grana, bem devagarinho (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado: Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada. professorarozelia.blogspot.com.br Variedades linguísticas são as variedades que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Qualquer cidadão, quando resolve emitir algumas palavras, faz isso não isoladamente. As frases ditas por cada um de nós não são construídas por nós mesmos, mas sim por tudo o que nos tornou o que somos hoje: nossa família, a terra em que nascemos e em que vivemos, as escolas em que estudamos (principalmente nas séries iniciais), as pessoas com as quais convivemos, os livros que lemos, os filmes a que assistimos, enfim, nossa maneira de falar é formada, não é criada. E é formada pouco a pouco. Aliás, nunca é totalmente acabada. As diferenças ocorrem dependendo: da região em que a língua é utilizada; da situação em que é utilizada; da condição social de quem a utiliza; do grau de escolaridade de quem a utiliza; do contexto ou da situação em que é utilizada; da intenção de quem a utiliza; da pessoa a quem se destina a mensagem; da origem de quem fala ou escreve; dos costumes do grupo em que o usuário da língua vive... Fique atento: Todas as variantes linguísticas são corretas, desde que cumpram com eficiência o papel fundamental de uma língua, que é a comunicação entre os seus falantes. Exemplo: A gente fomos pro cinema. ( língua não padrão) A gente foi ao cinema ou Nós fomos ao cinema.( língua padrão) Variedade padrão ou língua padrão: é a variedade linguística ensinada nas escolas, há, nessa variedade, uma obediência às normas gramaticais. Variedade não padrão: é mais utilizada nas situações do cotidiano, isto é, no dia-a-dia, no ambiente familiar, entre amigos, sem preocupação com as normas gramaticais. Cuidado: Preconceito linguístico Se ele nem sabe falar direito. Como acreditar no que diz? Eu não suporto ouvi-lo falar... Fala tudo errado! Não concorda nem um verbo com o sujeito... é horrível! O preconceito linguístico nos faz achar que só a forma que falamos é a correta, é bonita, desmerecendo as demais manifestações linguísticas. http://3.bp.blogspot.com/-KypbTFK0w2w/TbYAnu8ao-I/AAAAAAAAA0U/M6hmcXn2qbE/s1600/variedade.jpg Onde se fala melhor o português no Brasil? “Você já deve ter ouvido esse tipo de pergunta. E também respostas como “no Maranhão”, “no Rio de Janeiro”, “no Rio Grande do Sul”, justificadas por motivos históricos, sociais,culturais. Porém, de acordo com a visão moderna de língua, não existe um modelo linguístico que deva ser seguido, nem mesmo o português lusitano. Todas as variedades linguísticas regionais são perfeitamente adequadas à realidade onde surgiram. Em certos contextos, aliás, o uso de outra variedade, mesmo que seja a variedade padrão, é que pode soar estranho e até não cumprir sua função essencial de comunicação.” (CEREJA; THEREZA, 2003, p.17) Linguagem informal utilizada nos sites de relacionamentos como Facebook, whatsApp. Jargão profissional: É uma linguagem grupal, restrita a um determinado grupo de pessoas, e se difere de um grupo para outro. É uma conversação em termos técnicos de uma determinada área de trabalho ou estudo, o jargão dos jornalistas, dos médicos, dos dentistas, dos professores, etc. Exemplo: peticionar (advogados) significa entrar com uma ação na justiça. Gíria É uma das variedades que uma língua pode apresentar. Quase sempre é criada por um grupo social, como os fãs de rap, de heavy metal, o dos que praticam certas lutas, como capoeira, jiu-jítsu, etc. Referências Bibliográficas BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1997. CEREJA, Willian Roberto; THEREZA, Cochar Magalhães. Português: Linguagens. São Paulo:Atual, 2003. MOURA, Francisco Marto; FARACO, Carlos Emilio. Língua e Literatura. São Paulo: Ática. 3. ed. 1999. Sites pesquisados: blog.educacional.com.br/glaucegram experimentos-svp.blogspot.com.br professorarozelia.blogspot.com.br Atividade 1) Considere o texto abaixo: “A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.” (FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão do preconceito linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.) Assinale a alternativa que apresenta um trecho que resume o ponto de vista defendido no texto do professor José Luiz Fiorin. a) Aprendemos a distinguir a variação b) há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região c) Saber uma língua é ser “poliglota” em sua própria língua. d) Como as línguas são variáveis e) Aprendemos a distinguir a variação. 2) No trecho “quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou português”. O autor faz referência a um tipo de variação linguística que se encontra na alternativa: a) sociocultural b) histórica c) geográfica d) coloquial 3. O diálogo anterior é um exemplo de que nível de linguagem? a) Erudito b) Literário c) Culto d) Falar caipira e) Padrão 4) (Enem Cancelado-2009) A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias finalidades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das variedades lingüísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a língua nas mais diversas situações comunicativas. Considerando as informações acima, imagine que você está à procura de um emprego e encontrou duas empresas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego. Ao redigi-la, você a) fará uso da linguagem metafórica. b) apresentará elementos não verbais. c) utilizará o registro informal. d) evidenciará a norma padrão. e) fará uso de gírias. Número do slide 1 Comunicação oral e comunicação escrita Número do slide 3 As principais diferenças entre oral e escrito são: Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 O nível coloquial ou popular Número do slide 13 O nível culto Exemplo LINGUAGUEM REGIONAL� Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 As diferenças ocorrem dependendo: Fique atento: Número do slide 25 Cuidado: Preconceito linguístico Onde se fala melhor o português no Brasil? Linguagem informal utilizada nos sites de relacionamentos como Facebook, whatsApp. Jargão profissional:� Número do slide 30 Referências Bibliográficas Atividade Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39